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Mercado da Cerveja

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1414141414 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno
Priorizando o saborPriorizando o saborPriorizando o saborPriorizando o saborPriorizando o sabor
e a qualidade,e a qualidade,e a qualidade,e a qualidade,e a qualidade,
as ceras ceras ceras ceras cervejas especiaisvejas especiaisvejas especiaisvejas especiaisvejas especiais
fazem parte tambémfazem parte tambémfazem parte tambémfazem parte tambémfazem parte também
de harmonizaçõesde harmonizaçõesde harmonizaçõesde harmonizaçõesde harmonizações
gastronômicas, levandogastronômicas, levandogastronômicas, levandogastronômicas, levandogastronômicas, levando
aos consumidoresaos consumidoresaos consumidoresaos consumidoresaos consumidores
os mais variadosos mais variadosos mais variadosos mais variadosos mais variados
sabores e aromassabores e aromassabores e aromassabores e aromassabores e aromas
A s cervejas especiais são cer-vejas que possuem algumadiferença quando compa-radas com as tradicionais.
O mestre-cervejeiro Murilo Schmutzler,
da Heineken Brasil, conta que as cerve-
jas especiais existem há tempos e que
suas características variam de acordo
com as matérias-primas utilizadas. Anti-
gamente não existia controle sobre o
tipo de matéria-prima e o processo utili-
zado para a produção da cerveja. Em
alguns casos, ervas eram utilizadas cau-
sando danos à saúde do consumidor.
Assim, em 23 de abril de 1516, o Du-
que Guilherme IV, da Baviera, promul-
gou a Reinheitsgebot (Lei da Pureza
da Cerveja), determinando apenas água,
malte, lúpulo e fermento de levedura
como os ingredientes essenciais para a
produção da cerveja.
Elas podem ser diferenciadas, impor-
tadas, artesanais, feitas seguindo recei-
tas antigas, tradicionais e com os mais
variados aromas e sabores, levando o
termo de "especiais". São cervejas fei-
tas de trigo, maturadas em carvalho,
com toques de mel, café, entre outros.
Portanto, o que as diferencia, é que
essas cervejas passam por um maior
cuidado no preparo e por consequên-
cia, possuem qualidade e sabor diferen-
ciados.
Para as cervejas artesanais, ainda não
há uma definição de características no
Brasil. Já os americanos, definem que a
cerveja artesanal é Pequena, Indepen-
dente e Nacional. Para que seja conside-
rada artesanal, a produção da cerveja
precisa atingir menos de 234 milhões
de litros por ano e apenas 25% de suas
ações podem pertencer a uma industria
de bebidas de grande porte.
Por Redação
MERCADO
CerCerCerCerCervejavejavejavejaveja
para todos os gostospara todos os gostospara todos os gostospara todos os gostospara todos os gostos
CerCerCerCerCervejavejavejavejaveja
para todos os gostospara todos os gostospara todos os gostospara todos os gostospara todos os gostos
1515151515JULHO/10
O mercadoO mercadoO mercadoO mercadoO mercado
Apreciada por grande parte da população, independente-
mente da classe, a cerveja Pilsen como é conhecida, ainda é a
mais consumida.
O consumo de cervejas no Brasil vem crescendo e produ-
tos diferenciados são importantes para atrair o consumidor.
Segundo dados da Nielsen, entre os meses de dezembro
de 2009 a fevereiro de 2010, houve um aumento de 15,9%
nas vendas de cervejas no Brasil, em relação ao mesmo perío-
do do ano anterior.
Nos últimos anos, um público mais exigente começou a
prestar mais atenção em outros tipos de cervejas. Assim, o
mercado obrigou a famosa "loirinha" a dividir espaço com
diversos rótulos, importados e nacionais.
Com as indústrias investindo em novidades, o portfólio
das cervejarias cresceu abruptamente, oferecendo aos consu-
midores a oportunidade de experimentar os mais variados
sabores. Christian Bonotto, da Importadora e Distribuidora
Ibeer, explica que a empresa procura sempre um diferencial
no que está importando, para que seja atendida e aguçada a
curiosidade dos consumidores. "Sempre primamos por quali-
dade e empresas sérias que nos dêem suporte em nossas ações",
afirma Christian Bonotto.
Cervejas do tipo Lager (baixa fermentação, como Pilsen e
Malzbier), tipo Ales (cervejas de alta fermentação, como Stout
e Altbier) e cervejas tipo Lambics (fermentação espontânea,
como Faro e Kriek), fazem parte de um mercado em crescimen-
to e, ainda, novo para maioria dos consumidores brasileiros.
As cervejas chamadas especiais seguem o mesmo proces-
so de produção que as cervejas tradicionais, tipo pilsen, ou
seja, produção do mosto cervejeiro, fermentação, maturação,
filtração e envasamento. Algumas cervejas especiais do tipo
1616161616 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno
vintage ou champenoise passam por
uma terceira fermentação em barris de
carvalho ou na própria garrafa em ade-
gas climatizadas.
A microcervejaria Dado Bier foi uma
das empresas que primeiro investiu no
mercado de cervejas especiais no Bra-
sil. De acordo com Eduardo Bier, sócio-
fundador da empresa, o mercado estava
muito concentrado nas mãos de grandes
produtores, quando houve a oportunida-
de de crescimento e, com isso, inova-
ções surgiram. "Na época, o maior pro-
blema foi a falta de tudo, não havia equi-
pamentos, matéria prima, conhecimen-
to. Tivemos que im-
portar tudo, desde maté-
rias primas até o conhe-
cimento das cervejarias
fora do Brasil", explica
Eduardo.
Atualmente, a Da-
do Bier possui uma
linha que conta
com seis cervejas:
Weiss, Royal Bla-
ck, Red Ale, Bel-
gian Ale, Ilexx,
Chopp e Original.
São cervejas ela-
boradas com dife-
rentes ingredien-
tes e com teor al-
coólico que varia
de 4,5% a 7,0% .
Para Eduardo Bier di-
versos ingredientes po-
dem fazer uma cerveja se
tornar especial, como: ti-
pos de malte e cevada va-
riados, malte de trigo, ce-
vada tostada, diversos
tipos de lúpulos e di-
ferentes tipos de fer-
mentos e leveduras.
"Tem cerveja pa-
ra toda época do ano
e em função disso te-
mos um desempe-
nho superior até no
verão. Um clima não
tão quente apetece
uma cerveja mais
forte e mais encorpa-
da para ser degustada
ou consumida em grande quantidade",
afirma Eduardo Bier.
As cervejas "Premium"
são apenas uma invenção
das grandes companhias
para designar uma cerveja
de melhor qualidade,
Rodrigo Nikima,
gerente de marketing
da Cervejaria Colorado
De acordo com o Sindicerv, o Brasil é o 4o maior fabricante de cerveja do
mundo e a produção estimada mundialmente é de 180,3 bilhões de litros por
ano. O consumo nacional passou de 10,4 bilhões de litros em 2007 para 10,9
bilhões de litros em 2009 e o consumo por habitante aumentou de 55 litros em
2007 para 57 litros em 2009.
Dados apontam evolução no consumo
e na fabricação de cerveja no País
1717171717JULHO/10
A Cervejaria Colorado foi criada no
Brasil por Marcelo Carneiro da Rocha,
um estudioso de cervejas. Na época, a
Europa e os Estados Unidos já tinham a
cultura cervejeira amplamente difundi-
da e Marcelo Carneiro acreditou que
aconteceria o mesmo com o Brasil, tra-
zendo seu conhecimento e anos de ex-
periência para o país. No início, a
Colorado só usava fórmulas europeias,
o que causou um grande choque para
os consumidores e a aceitação não foi
como ele esperava.
Depois disso, a empresa "abrasilei-
rou" suas fórmulas acrescentando ingre-
dientes regionais e típicos do Brasil, fa-
zendo com que a aceitação fosse cada
vez mais crescente. A Cervejaria pro-
duz a Colorado Cauim, que é a tradicio-
nal cerveja Pilsen e que leva em sua
composição mandioca. O processo de
fabricação leva em média 28 dias e uti-
liza como matéria-prima água, fermento
alemão, malte importado, lúpulo tche-
co, além de fécula de mandioca, fazen-
do com que o resultado seja um produ-
to de baixa fermentação e com teor al-
coólico de 4,0%. Atualmente, a cerveja
mais consumida entre as fabricadas pela
Cervejaria Colorado é a Colorado Appia,
feita basicamente de água, cevada, trigo
maltado, lúpulo e fermentos ingleses. O
produto, que não é filtrado, tem um as-
pecto opaco e apresenta 5,5% de teor
alcoólico.
Para Rodrigo Nikima, gerente de
marketing da Cervejaria Colorado, o
processo produtivo e as matérias primas
é o que torna a cerveja especial. De acor-
do com ele, todos ostipos de cerveja
podem ser especiais, desde que produ-
zidas em pequena escala, com ingredi-
entes selecionados e de primeira linha.
Rodrigo afirma que, atualmente,
existem mais de 100 micro cervejarias
no Brasil e a maioria produz apenas
chope, atendendo consumidores locais.
A Heineken do Brasil possui um exten-
so portfólio de cervejas especiais, vi-
sando atender os mais requintados con-
sumidores de cerveja. Heineken, Kaiser
Bock, Bavária Premium, Xingu, Sum-
mer Draft e Sol Premium fazem parte do
portfólio da empresa. Cerveja Lager e
com receita original, a cerveja Heine-
ken é a linha de frente dos produtos da
Cervejaria. Sua receita utiliza 100% de
malte, ingredientes naturais e é isenta
de aditivo e conservante. Já a Kaiser
Bock é conhecida como cerveja espe-
cial para o inverno, classificada como
escura e forte em função das caracterís-
ticas do processo de produção.
1818181818 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno
Geralmente, cervejas especiais pos-
suem um tempo de maturação prolonga-
do, conferindo ao produto característi-
cas especiais.
A Cervejaria Petrópolis também pos-
sui em sua linha algumas cervejas espe-
ciais como Petra Bock (cerveja tipo bock),
Petra Schwarzbier (cerveja preta), Black
Princess (cerveja escura), Black Princess
Gold (cerveja tipo Pilsen
puro malte), Weltenburger
Kloster Anno 1050 (cerve-
ja puro malte clara tipo
Abadia) e Weltenburger
Kloster Urtyp Hell (cer-
veja puro malte tipo Pil-
sen).
Douglas Costa,
gerente de marketing
do Grupo Petrópolis,
afirma que o lúpulo
é um dos ingredien-
tes que mais contri-
buem para que uma
cerveja especial seja
referenciada como de
melhor qualidade. Ele
explica também que
os produtores inves-
tem muito na seleção
do lúpulo, que confere aroma e amargor
agradáveis ao paladar do consumidor des-
te tipo de cerveja.
A Cervejaria Schornstein conta com
um serviço de entrega em domicílio de
chopes produzidos na fábrica de
Holambra, recém inaugurada em São
Paulo. A matriz da Schornstein foi
construída em junho de 2006, na cidade
de Pomerode, no Vale do Itajaí (SC). Além
do tradicional estilo pilsen, a cervejaria
inclui em seu delivery os chopes Weiss,
Bock, Pale Ale e o Imperial Stout.
Outra microcervejaria a oferecer o
sistema delivery é a Das Bier. O serviço
O importante é saber
que cervejas especiais
 remetem a uma qualidade
diferenciada que permite
ao apreciador de cerveja
diferentes sensações
durante uma degustação,
Murilo Schmutzler,
mestre cervejeiro
da Heineken Brasil
funciona no sistema de
troca de frascos vazios
por cheios, solicitados
antecipadamente e sem-
pre utilizando o mesmo
modelo que o cliente
possui.
Estão disponíveis
garrafas de 500ml e
de 2 litros, nos mo-
delos sifão de vidro,
metal e cone. A Das
Bier produz chopes
tipo Weiss, Braunes
Ale, Pilsen e Natural.
ConsumoConsumoConsumoConsumoConsumo
As cervejas con-
quistaram o consumo
brasileiro e, atualmente estão dispo-
níveis na maioria dos estabelecimentos
de varejo e restaurantes do País. Assim
como os vinhos, fazem parte de cursos,
harmonizações gastronômicas e degus-
tações.
Os restaurantes incluíram as cerve-
jas especiais em seus cardápios e hoje
possuem diversos rótulos com diferen-
tes aromas e sabores.
As cervejas "gourmet" , como são
MERCADO
1919191919JULHO/10
Colaborou
Ana Carolina Maciel e
Thaísa Soares
"Na época, o maior problema
foi a falta de tudo,
não havia equipamentos,
matéria prima,
conhecimento.
Tivemos que importar tudo,
desde matérias primas
até o conhecimento das
cervejarias fora do Brasil,
Eduardo Bier,
sócio-fundador
da Dado Bier
chamadas, podem ser harmonizadas
com diversos pratos, tornando a cerve-
ja uma bebida nobre.
A rede de churrascarias Fogo de
Chão possui um cardápio de cervejas,
como Xingu, Bohemia Confraria,
Colorado Indica, Karmeliet Triple, Mal-
heur Dark Brut, entre outras. Jandir
Adalberto, diretor de operações da chur-
rascaria, afirma que a cerveja nunca foi
o ponto forte da rede. Porém, quando
surgiram as cervejas especiais, os clien-
tes começaram a procurar por elas e a
rede investiu nesse novo segmento. "O
cliente começou a sugerir e pergun-
tar sobre alguns no-
mes que estavam no
mercado", explica
Jandir Adalberto.
"Nós temos
dois perfis de con-
sumidores, um é o
gourmet, aquela
pessoa que gosta
de cozinhar e
aprecia qualidade
nas comidas e bebidas,
e o outro consumidor é o
que chamamos de cult,
que entende muito
sobre cerveja, co-
nhece várias
marcas, co-
nhece os esti-
los e até faz a
própria cer-
veja em ca-
sa", afirma
R o d r i g o
Nikima.
Christian
Bonotto afir-
ma que o públi-
co-alvo das cervejas
especiais são
pessoas que
buscam um algo mais em sabor, aroma
e qualidade. Essas cervejas possuem
um diferencial das demais em relação
a sabor, aroma, coloração e sensação
durante a degustação, fazendo com
que cada pessoa possua uma percep-
ção diferenciada de um mesmo produ-
to. Durante a degustação de cervejas
especiais é importante identificar as
principais características da cerveja em
questão.
"O importante é saber que cervejas
especiais remetem a uma qualidade dife-
renciada que permite ao apreciador de
cerveja diferentes sensações durante
uma degustação", afirma Murilo Sch-
mutzler.
Para conservar a bebida, o ideal é
mantê-la em temperaturas baixas e cons-
tantes, já que variações na temperatura
de armazenamento podem causar um
envelhecimento rápido do produto, pro-
vocando alteração na qualidade da cer-
veja. "Algumas cervejas especiais que
contêm levedura ativa, devem ser man-
tidas refrigeradas para evitar a fermenta-
ção excessiva com incremento de pres-
são e risco de explosão da garrafa", ex-
plica Douglas Costa.
2020202020 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno
Malte fornece arMalte fornece arMalte fornece arMalte fornece arMalte fornece aromaomaomaomaoma
e core core core core cores especiais à ceres especiais à ceres especiais à ceres especiais à ceres especiais à cervejavejavejavejaveja
O malte é responsávelO malte é responsávelO malte é responsávelO malte é responsávelO malte é responsável
pelo aroma, cor e saborpelo aroma, cor e saborpelo aroma, cor e saborpelo aroma, cor e saborpelo aroma, cor e sabor
da cerda cerda cerda cerda cerveja e,veja e,veja e,veja e,veja e,
principalmente,principalmente,principalmente,principalmente,principalmente,
pela qualidade finalpela qualidade finalpela qualidade finalpela qualidade finalpela qualidade final
do produtodo produtodo produtodo produtodo produto
O que é o malte?O que é o malte?O que é o malte?O que é o malte?O que é o malte?
Usado na fabricação de bebidas co-
mo a cerveja e o uísque, o malte é um
extrato xaroposo de cereais, como a ce-
vada, o centeio e o trigo. Além da in-
dústria cervejeira, a indústria de alimen-
tos em geral, também utiliza o malte em
seus produtos.
De acordo com as especificações pa-
ra padronização, classificação e comer-
cialização do Malte Cervejeiro ou Ceva-
da Malteada, aprovadas pela Portaria
Ministerial no 166 de 12 de abril de
1977, o malte cervejeiro ou a cevada
malteada utilizados para fins cervejei-
ros, é o produto da germinação forçada
e controlada, sob condições especiais
de umidade e temperatura.
O malte é ordenado em classes e sub-
classes, de acordo com a espécie de ceva-
da de sua origem. As quatro classes do
malte são: Malte Pilsen, Malte Muni-
que, Malte Caramelo e o Malte Preto
ou Torrado, tendo também suas subclas-
ses: Malte Pilsen elaborado com ceva-
Por Redação
INGREDIENTE
2121212121JULHO/10
da da espécie Hordeum distichum e o
Malte Pilsen elaborado com cevada da
espécie Hordeum vulgare.
O malte Pilsen é classificado em três
tipos e os maltes Munique, Caramelo, Pre-
to ou Torrado apresentam um tipo único.
São considerados abaixo do padrão
os maltes que apresentarem umidade,
impurezas ou matérias estranhas acima
dos limites. Caso apresentem qualquer
imperfeição, o malte será submetido a
rebeneficiamento.
ProduçãoProduçãoProduçãoProduçãoProdução
Alexandre Bamberg, mestre-cerve-
jeiro e sócio da Cervejaria Bambergex-
plica que a cevada, trigo ou o cereal que
será malteado, passa por um processo de
limpeza e seleção ao chegar a maltaria.
Depois, é colocado em um recipien-
te com alta umidade para que o grão
respire e comece a germinar, isto dura
de 18 a 48 horas. Após esse processo, o
malte é colocado na caixa de germina-
ção, onde permanecerá por 6 horas, du-
rante oito dias, desenvolvendo enzimas
necessárias para a produção de cervejas
e transformações em proteínas e amidos.
Outros métodos são utilizados
para produzir maltes especiais ,
como o malte defumado, malte áci-
do e o malte caramelo.
São etapas do processo de malteação,
a limpeza e classificação da cevada cer-
vejeira, a maceração (lavagem e hidra-
tação dos grãos), germinação (formação
enzimática além da modificação de al-
gumas substâncias de reserva), secagem
(redução do teor de umidade) e a deger-
minação que separa as radículas e cascas
desprendidas dos grãos do malte.
A germinação só ocorre sob determi-
nadas condições: umidade suficiente,
calor e ar (oxigênio), sendo chamado
esse processo de malte verde.
Na cervejaria, é necessário que o mal-
te verde esteja seco, assim, o grão deixa
de germinar podendo ser usado na fa-
bricação da cerveja. A qualidade do malte
é de extrema importância para a qualida-
de da cerveja, já que a sua composição
complexa cede à cerveja muitas de suas
características físico-químicas e orga-
nolépticas (aroma e paladar).
De acordo com Vilmar Schussleer,
mestre-cervejeiro e 2o malteiro da Agro-
malte / Agrária, cada receita de cerveja
apresenta uma composição de malte ca-
racterístico para o estilo de cerveja que
se deseja produzir.
Atualmente, existem mais de 80 ti-
pos de maltes, e o mais utilizado é o
malte Pilsen.
Quando se utiliza mais malte, a cer-
veja fica mais encorpada e produz mais
álcool durante a fermentação.
O extrato potencial e a umidade (po-
dem interferir no rendimento da sala de
brassagem), a proteína e os aminoácidos
(estabilidade da espuma, turbidez e difi-
culdade de brassagem) e a quantidade
de enzimas do malte (tempo de sacarifi-
cação), podem interferir diretamente no
rendimento do processo.
Outros fatores podem interferir tam-
bém na produção de uma cerveja de
qualidade. Se houver uma contamina-
Vale ressaltar que
é fundamental o malte
não ter nenhuma
contaminação por pestes
ou fungos e também
não vir com muitas
sujidades dentro do saco,
como pedras, madeiras
e outros grãos,
Alexandre Bamberg,
mestre cervejeiro
da Cervejaria Bamberg
2222222222 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno
Nossos ancestrais já consumiam um líquido alcoólico
resultante da fermentação de cereais misturados com água
e os primeiros indícios da fabricação da cerveja foram
encontrados no Oriente Médio, na antiga Mesopotâmia.
Pouco mais de vinte tipos de cerveja de cevada, trigo e
mel eram fabricados por babilônios e sumérios há mais de
4.000 anos antes de Cristo e há registros de como a bebi-
da era fabricada, no Museu do Louvre, em Paris. No Egito,
a cerveja passou a ser produzida em larga escala.
A fermentação de cereais e de outras plantas já era
conhecida em outras partes do mundo. Os índios brasilei-
ros fermentavam mandioca, mas o processo conhecido, atu-
almente, e que originou a cerveja que todos conhecem, foi
desenvolvido no Egito.
Curiosidade
O lúpulo foi acrescentado à cerveja no século XII, como
uma inspiração divina, dando assim um sabor ligeiramen-
te amargo à bebida.
A "Reinheitsgebot", conhecida como Lei da Pureza,
proclamada em 23 de abril de 1516, na Alemanha, determi-
nava que apenas água, malte, lúpulo e o fermento podiam
ser utilizados na elaboração da cerveja e este é o mais
antigo código de alimentos do mundo. Essa lei é válida na
Alemanha até hoje. No Brasil, segundo a legislação, a
bebida, para ser chamada de cerveja, necessita ter a utiliza-
ção mínima de 60% de malte, podendo ser utilizado até
40% de adjunto. "Várias cervejas nacionais aderiram a
essa formulação e produzem cervejas de alta qualidade",
afirma Álvaro Nogueira.
ção de pestes e fungos no malte, pode
conferir off-flavors no produto final,
além de cor, aroma e sabor na cerveja.
A proteína e os Nitrogênios influen-
ciam na estabilidade da espuma e sensa-
ção do paladar. A temperatura de seca-
gem oferece cor, aroma e sabor à cerveja.
Alexandre Bamberg lembra que,
além do malte, o fermento e o lúpulo
também interferem no aroma, sabor, cor-
po e estabilidade de espuma.
Para o mestre-cervejeiro da Femsa,
Antônio Macedo, um malte mal fabrica-
do certamente vai transmitir aromas e
gostos estranhos ao produto. O teor de
taninos e a presença de fungos do malte
podem contribuir positivamente ou ne-
gativamente para o paladar. Muitos fa-
tores podem influenciar a estabilidade
de espuma no processo produtivo da
cerveja. O teor de proteínas e sua distri-
buição em alto, médio e baixo peso mo-
lecular, pode ser um deles.
Malte brasileiroMalte brasileiroMalte brasileiroMalte brasileiroMalte brasileiro
A Agrária / Agromalte, um dos prin-
cipais produtores de malte no Brasil, re-
presenta com exclusividade os maltes
INGREDIENTE
2323232323JULHO/10
Um mestre cervejeiro
pode fazer uma boa cerveja
com uma boa matéria prima,
mas não consegue fazer
uma boa cerveja
com um malte
de má qualidade,
Alvaro Dertinate Nogueira,
mestre cervejeiro
especiais da empresa alemã Weyermann,
além de importar, também, os lúpulos da
famosa região de Hallertau, na Baviera.
A cevada é cultivada no inverno e co-
lhida entre os meses de outubro e dezem-
bro no Brasil. O país produz cerca de 500
mil toneladas de malte por ano e o mer-
cado brasileiro de mal-
te é o que mais cresce
no mundo, em torno de
7,0% ao ano.
A Agrária produz
diferentes tipos de mal-
tes como o Malte Pilsen
(utilizado em todos os
tipos de cervejas), Mal-
te Munique Tipo II (es-
curas, especiais, tipo Mu-
nique e pretas), Malte
Pale Ale (cervejas de trigo
Ale, Stout e Porter) e o
Malte Melanoidina (cerve-
jas de trigo, tipo bock, es-
curas e avermelhadas).
Também são produzi-
dos os maltes Torrados
como o Carafa Tipo I, Carafa
Tipo III, Carafa Especial Tipo
I e o Carafa Especial Ti-
po III, ideais para todos
os tipos de cervejas es-
curas. Além desses são
produzidos os maltes Ca-
ramelo, como: Caralapis,
Carared e Carahell, para
serem utilizados em dife-
rentes tipos de cervejas.
Segundo Alexandre
Bamberg, a maltaria deve es-
colher bem a cevada que se-
rá malteada, sendo um fato
determinante o teor da pro-
teína. "Vale ressaltar que é
fundamental o malte não ter
nenhuma contaminação por
pestes ou fungos e também não
vir com muitas sujidades dentro
do saco, como pedras, madeiras e
outros grãos", explica ele.
2424242424 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno
INGREDIENTE
Tipos de cerTipos de cerTipos de cerTipos de cerTipos de cervejasvejasvejasvejasvejas
Produzida na Bélgica e
na Inglaterra, a Ale, é mais
encorpada e pode ser consu-
mida à temperatura ambien-
te, ou apenas refrescada.
Pale Ale, Stout, Bitter e
Abadia são os tipos mais co-
muns dessa cerveja.
Há também a cerveja
Lager, que tem como princi-
pal característica a fermen-
tação a baixas temperaturas
(de até 2ºC), e os principais
tipos são Bock, Münchener
e Pilsen. A cerveja Bock tem
uma variedade conhecida
como Dopellbock e Eisbock.
As cervejas podem ser
classificadas pelo teor alco-
ólico, extrato, tipo de fermen-
Colaborou
Ana Carolina Maciel
tação ou pelo malte.
Os consumidores estão procurando
cervejas mais leves e “fáceis” de beber.
"Com certeza, a cor é um fator impor-
tante na decisão de compra, além do
aroma, sabor e o aspecto geral do pro-
duto", explica o mestre cervejeiro da
Femsa, Antônio Macedo. Para ele, a per-
cepção de qualidade é muito particular
para cada consumidor e varia conforme
a ocasião, cabendo ao consumidor es-
colher o produto que mais lhe agrade.
O tempo em que o consumidor olha-
va para uma cerveja escura e pensava
numa cerveja doce ficou para trás. "Hoje,
o consumidor brasileiro já sabe que uma
cervejaescura pode ser suave, amarga,
adstringente ou pesada", informa Alva-
ro Nogueira, mestre cervejeiro.
ECONOMIA
3838383838 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno
SuperarSuperarSuperarSuperarSuperar
os desafiosos desafiosos desafiosos desafiosos desafios
para manterpara manterpara manterpara manterpara manter
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aceleradoaceleradoaceleradoaceleradoacelerado
Estudo realizadoEstudo realizadoEstudo realizadoEstudo realizadoEstudo realizado
pela Economistpela Economistpela Economistpela Economistpela Economist
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aponta os principaisaponta os principaisaponta os principaisaponta os principaisaponta os principais
desafios que o Brasildesafios que o Brasildesafios que o Brasildesafios que o Brasildesafios que o Brasil
precisa enfrentarprecisa enfrentarprecisa enfrentarprecisa enfrentarprecisa enfrentar
para seu crescimentopara seu crescimentopara seu crescimentopara seu crescimentopara seu crescimento
Ocrescimento implica emmais responsabilidades pa-ra nossas vidas. Parace fra-se de pai para filho adoles-
cente, mas quem já não ouviu frase pare-
cida? Pois bem, para um País em cresci-
mento como o Brasil, a situação não é
diferente.
Manter o ritmo de crescimento e os
benefícios adquiridos com esses anos
de estabilidade econômica, politica e
social são fundamentais para o futuro
da nação.
Estudo, recentemente, realizado
pela Economist Intelligence Unit (EIU),
do Grupo The Economist e patrocina-
do pelo HSBC, aponta os principais
desafios para o Brasil: educação,
infraestrutura, inovação e reconheci-
mento internacional. Segundo Justine
Thody, diretora da EIU, "caso estes de-
safios possam ser trabalhados na próxi-
ma década, a economia poderá susten-
tar taxas de crescimento anual acima de
5% durante um longo período, em uma
economia de classe média e população
de 200 milhões de habitantes, o que
formaria um dos mercados mais atraen-
tes do mundo".
O estudo reconhece as conquistas
brasileiras nos últimos 15 anos, o que
inclui privatizações bem sucedidas, uma
nova moeda estável, um aumento rigo-
roso da demanda global pelas suas abun-
dantes reservas de commodities e a sig-
nificativa expansão do comércio bila-
teral com a China, que passou de 8 mi-
lhões de dólares em 2005, para algo em
torno de 10 bilhões de dólares previs-
tos para 2010. Caso essas previsões se-
jam concretizadas, a China será o maior
investidor no Brasil, à frente de países
como Holanda, Estados Unidos, Espa-
Por Carlos Donizete Parra
3939393939JULHO/10
nha, Alemanha e Portugal.
Brasil e China possuem as condições
ideais para uma parceria comercial. So-
mos uma nação rica em produtos natu-
rais como minério de ferro e alimentos
e, também, possuímos um mercado in-
terno em expansão com oportunidades
crescentes para investimentos em in-
fraestrutura, informática, automóveis e
outros produtos manufaturados.
O ciclo de expansão econômica no
Brasil vem apoiado pela elevação do em-
prego formal e da massa de rendimentos
e consumo via crédito oferecido pelas
entidades financeiras e Governos. O nú-
mero de trabalhadores com carteira assi-
nada deve bater o recorde em 2010, che-
gando a 34 milhões em todo o Brasil. O
desemprego é o mais baixo dos últimos
15 anos, 7% em junho deste ano.
Com o mercado interno em expan-
são, as empresas brasileiras tiveram que
reforçar seus quadros de colaboradores.
Isso foi feito em praticamente todos os
setores como construção civil, varejo,
serviços, agroindústria e outros. O Ob-
servatório do Emprego, vin-
culado ao Governo do
Estado de São Paulo,
divulgou os últimos
dados de sua pes-
quisa mensal, refe-
rente ao mês de
junho, no Estado
de São Paulo, uma
das regiões que
mais concentra tra-
balhadores em todo o
Brasil e, segundo esses
dados, mais de 70% das
novas vagas criadas no Estado
foram registradas nas áreas de Agricultu-
ra (+24.337), Indústria de Transformação
(+15.467) e Comércio (+10.760). Estas
três atividades somam mais de 50 mil
novas vagas dos 70.265 novos postos
formais de trabalho criados no Estado
de São Paulo durante o mês de junho. O
número total é inferior ao registrado em
maio de 2010 (+98.624),
mas superior quando
comparado a junho
de 2009 (+27.602).
“O mês de maio já
tinha mostrado
um crescimento
mais lento no
emprego e a ten-
dência de arrefe-
cimento conti-
nuou em junho. Os
três grandes setores
(agricultura, indústria e
comércio) cresceram modera-
damente. A construção estabilizou-se
em maio. Vamos aguardar o segundo se-
mestre, que é sempre melhor para o em-
prego”, destaca o secretário estadual do
Emprego e Relações do Trabalho, Pedro
ECONOMIA
4040404040 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno
Rubez Jehá. O salário médio dos traba-
lhadores admitidos no Estado de São
Paulo foi de R$ 952, representando um
aumento de 0,7% com relação ao mês
de maio e de um aumento de 4,2% se
comparado ao mesmo mês do ano pas-
sado.
O crescimento da massa salarial e as
boas perspectivas econômicas contribu-
em para o aumento do consumo interno.
As vendas reais do setor supermercadista
em junho de 2010 cresceram 4,92% em
relação a junho de 2009, de acordo com
o Índice Nacional de Vendas, divulgado
mensalmente pela Associação Brasileira
de Supermercados (Abras). Em compa-
ração com maio deste ano houve queda
de 4,59%. No acumulado do primeiro
semestre, as vendas do setor supermerca-
dista alcançam alta de 5,57%, na compa-
ração com igual período de 2009. Em
valores nominais, o Índice de Vendas da
Abras apresentou crescimento de 10%
em junho de 2010 em relação a junho de
2009 e queda de 4,59% sobre maio des-
te ano. O acumulado nominal, no primei-
ro semestre de 2010, chega a 10,82%, na
comparação ao mesmo período do ano
passado. “ O setor supermercadista man-
tém bons índices de vendas. Acredito
que as boas notícias na área econômica,
como a geração de empregos recorde no
primeiro semestre e o crescimento da
massa salarial, credenciam para um bom
desempenho do setor no segundo semes-
tre do ano”, avalia Sussumu Honda, pre-
sidente da Abras.
Sustentado pela ascenção de milhões
de brasileiros às classes sociais com po-
der de consumo, o PIB (Produto Interno
Bruto) de 2010 deve fechar acima de
7% e colocar o Brasil, definitivamente,
na nota dos países que mais crescem em
todo o mundo.
O que fazer, no entanto, para manter
esse crescimento sustentável? De acor-
do com Andre Lois, economista-chefe
do HSBC no Brasil, "os olhos do mun-
do estarão voltados para o Brasil du-
rante a próxima década. A Copa do
Mundo e os Jogos Olímpicos serão as
atrações mais próximas, mas estes even-
tos vão estimular o potencial de cresci-
mento sustentável e de longo prazo
identificado pela EIU (Economist
Intelligence Unit)". Segundo o mesmo
estudo da EIU, os quatro desafios de-
vem ser trabalhados para que o Brasil
atinja seu potencial máximo. "Nós re-
conhecemos a importância da educação,
infraestrutura, inovação e do reconheci-
mento Global, como pontes de desafi-
os, que não devem ser obstáculos para
o Brasil moderno, focado no crescimen-
to e na economia".
A questão da infraestrutura aparece
como o primeiro item da lista de desafi-
os para os investidores, segundo a EIU.
Quase metade dos entrevistados (49%)
afirma que "padrões de baixa qualida-
de ou custos elevados de infraestrutura
são os principais obstáculos operacio-
nais. Apesar de alguns avanços em logís-
tica, o transporte é caro e a malha rodo-
viária insuficiente. Também existem
poucas ferrovias e o potencial de trans-
porte marítimo continua sendo pou-
quissímo explorado, com portos e aero-
portos que já estão congestionados. Es-
tas condições podem aumentar em um
quarto ou mais o preço para levar os pro-
dutos aos seus respectivos mercados, se-
gundo os investidores. A solução, ainda
com base na análise, é prover uma me-
lhor infraestrutura considerando solu-
ções coordenadas entre diferentes esfe-
ras governamentaise do setor privado".
No sistema educacional, as princi-
pais fraquezas estão na formação de mão
de obra para o mercado de trabalho. Em-
bora muitos formandos de universida-
des brasileiras sejam percebidos como
de primeira classe, há poucos deles.
Educação e recursos pobres durante o
nível secundário fazem com que os estu-
dantes deixem as escolas entre os me-
nos instruídos do mundo. As empresas
percebem que devem preencher os lap-
sos de habilidades com recursos própri-
os. Em muitos casos quando não há tem-
po para isso é preciso contratar mão de
obra de fora do país, como aconteceu
com boa parte das grandes empresas bra-
sileiras neste primeiro semestre de 2010.
Muitos profissionais brasileiros que fo-
ram tentar a sorte em outros países tam-
bém estão regressando em busca de me-
lhores oportunidades ou, em muitos ca-
sos, vítimas da forte recessão que abala
as economias europeia e americana. Os
níveis de desemprego estão bastante
elevados chegando em fevereiro deste
ano a 9,7% nos Estados Unidos, 4,9%
no Japão e 9,6% na União Européia, in-
clusive com situações desesperadoras
como é a da Espanha com 19%. Por isso,
o sonho de buscar um emprego atraente
fora do País vai ficando para poucos. O
4141414141JULHO/10
futuro melhor parece que está aqui, per-
tinho de casa.
A classificação do Brasil também é
baixa na maioria dos rankings de inova-
ção e análises mais aprofundadas suge-
rem que mesmo os atuais pequenos in-
vestimentos em inovação poderiam pro-
duzir resultados significativamente me-
lhores. O investimento em inovação é
considerado relativamente baixo e insu-
ficiente, mas de acordo com a análise do
EIU, produziu avanços considerando "tec-
nologias verdes". Cerca de 57% dos en-
trevistados brasileiros não têm um pro-
grama de pesquisa e desenvolvimento ou
sequer planos para se criar um programa
destes num curto prazo no País. No entan-
to, quase metade (49%) dos entrevista-
dos descreve como "muito boa" ou "ex-
celente", a capacidade dos negócios ba-
seados no Brasil de se integrarem com as
últimas tecnologias internacionais.
Isso indica que melhor educação, in-
fraestrutura, investimentos em pesquisa
e desenvolvimento, além de relações mais
próximas entre empresas e universidades,
resultariam em impactos positivos em
inovação. Muito disso já foi feito e já se
colhem bons frutos desse trabalho, com
negócio e tecnologias brasileiras que
aumentam ano a ano as nossas divisas de
exportações, haja vista nosso exuberan-
te aumento no comércio exterior com
países como a China. Apesar desse forte
trabalho com a China, o estudo do EIU
mostra que as marcas brasileiras, ainda
são pouco conhecidas no exterior, 84%
dos entrevistados afirmaram que marcas
brasileiras não são muito reconhecidas
ou muito consideradas em outros países.
Apenas 3% dos entrevistados america-
nos acreditam que as marcas brasileiras
são altamente reconhecidas e considera-
das. Contudo, a percepção das marcas
brasileiras entre os entrevistados chine-
ses muda, com quase um quarto dos res-
pondentes (24%) recebendo bem os pro-
dutos brasileiros.
Os desafios, portanto, ainda são mui-
tos, porém não são intransponíveis. As
oportunidades, no entanto, são em gran-
de volume. À exceção da China, nenhum
país do mundo sucumbiu à crise tendo
como base o próprio mercado interno.
Isso é um fator preponderante na luta por
melhores posições no ranking mundial
e, principalmente, para oferecer melhores
condições de vida a um contingente de
quase 200 milhões de brasileiros.
Os avanços conquistados devem ser-
vir de estímulo para que possamos se-
guir o ritmo de crescimento de forma
sustentável e equilibrada, fazendo com
que a distribuição de renda continue
gerando riqueza para que o consumo in-
terno seja cada vez mais fortalecido.

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