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1414141414 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno Priorizando o saborPriorizando o saborPriorizando o saborPriorizando o saborPriorizando o sabor e a qualidade,e a qualidade,e a qualidade,e a qualidade,e a qualidade, as ceras ceras ceras ceras cervejas especiaisvejas especiaisvejas especiaisvejas especiaisvejas especiais fazem parte tambémfazem parte tambémfazem parte tambémfazem parte tambémfazem parte também de harmonizaçõesde harmonizaçõesde harmonizaçõesde harmonizaçõesde harmonizações gastronômicas, levandogastronômicas, levandogastronômicas, levandogastronômicas, levandogastronômicas, levando aos consumidoresaos consumidoresaos consumidoresaos consumidoresaos consumidores os mais variadosos mais variadosos mais variadosos mais variadosos mais variados sabores e aromassabores e aromassabores e aromassabores e aromassabores e aromas A s cervejas especiais são cer-vejas que possuem algumadiferença quando compa-radas com as tradicionais. O mestre-cervejeiro Murilo Schmutzler, da Heineken Brasil, conta que as cerve- jas especiais existem há tempos e que suas características variam de acordo com as matérias-primas utilizadas. Anti- gamente não existia controle sobre o tipo de matéria-prima e o processo utili- zado para a produção da cerveja. Em alguns casos, ervas eram utilizadas cau- sando danos à saúde do consumidor. Assim, em 23 de abril de 1516, o Du- que Guilherme IV, da Baviera, promul- gou a Reinheitsgebot (Lei da Pureza da Cerveja), determinando apenas água, malte, lúpulo e fermento de levedura como os ingredientes essenciais para a produção da cerveja. Elas podem ser diferenciadas, impor- tadas, artesanais, feitas seguindo recei- tas antigas, tradicionais e com os mais variados aromas e sabores, levando o termo de "especiais". São cervejas fei- tas de trigo, maturadas em carvalho, com toques de mel, café, entre outros. Portanto, o que as diferencia, é que essas cervejas passam por um maior cuidado no preparo e por consequên- cia, possuem qualidade e sabor diferen- ciados. Para as cervejas artesanais, ainda não há uma definição de características no Brasil. Já os americanos, definem que a cerveja artesanal é Pequena, Indepen- dente e Nacional. Para que seja conside- rada artesanal, a produção da cerveja precisa atingir menos de 234 milhões de litros por ano e apenas 25% de suas ações podem pertencer a uma industria de bebidas de grande porte. Por Redação MERCADO CerCerCerCerCervejavejavejavejaveja para todos os gostospara todos os gostospara todos os gostospara todos os gostospara todos os gostos CerCerCerCerCervejavejavejavejaveja para todos os gostospara todos os gostospara todos os gostospara todos os gostospara todos os gostos 1515151515JULHO/10 O mercadoO mercadoO mercadoO mercadoO mercado Apreciada por grande parte da população, independente- mente da classe, a cerveja Pilsen como é conhecida, ainda é a mais consumida. O consumo de cervejas no Brasil vem crescendo e produ- tos diferenciados são importantes para atrair o consumidor. Segundo dados da Nielsen, entre os meses de dezembro de 2009 a fevereiro de 2010, houve um aumento de 15,9% nas vendas de cervejas no Brasil, em relação ao mesmo perío- do do ano anterior. Nos últimos anos, um público mais exigente começou a prestar mais atenção em outros tipos de cervejas. Assim, o mercado obrigou a famosa "loirinha" a dividir espaço com diversos rótulos, importados e nacionais. Com as indústrias investindo em novidades, o portfólio das cervejarias cresceu abruptamente, oferecendo aos consu- midores a oportunidade de experimentar os mais variados sabores. Christian Bonotto, da Importadora e Distribuidora Ibeer, explica que a empresa procura sempre um diferencial no que está importando, para que seja atendida e aguçada a curiosidade dos consumidores. "Sempre primamos por quali- dade e empresas sérias que nos dêem suporte em nossas ações", afirma Christian Bonotto. Cervejas do tipo Lager (baixa fermentação, como Pilsen e Malzbier), tipo Ales (cervejas de alta fermentação, como Stout e Altbier) e cervejas tipo Lambics (fermentação espontânea, como Faro e Kriek), fazem parte de um mercado em crescimen- to e, ainda, novo para maioria dos consumidores brasileiros. As cervejas chamadas especiais seguem o mesmo proces- so de produção que as cervejas tradicionais, tipo pilsen, ou seja, produção do mosto cervejeiro, fermentação, maturação, filtração e envasamento. Algumas cervejas especiais do tipo 1616161616 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno vintage ou champenoise passam por uma terceira fermentação em barris de carvalho ou na própria garrafa em ade- gas climatizadas. A microcervejaria Dado Bier foi uma das empresas que primeiro investiu no mercado de cervejas especiais no Bra- sil. De acordo com Eduardo Bier, sócio- fundador da empresa, o mercado estava muito concentrado nas mãos de grandes produtores, quando houve a oportunida- de de crescimento e, com isso, inova- ções surgiram. "Na época, o maior pro- blema foi a falta de tudo, não havia equi- pamentos, matéria prima, conhecimen- to. Tivemos que im- portar tudo, desde maté- rias primas até o conhe- cimento das cervejarias fora do Brasil", explica Eduardo. Atualmente, a Da- do Bier possui uma linha que conta com seis cervejas: Weiss, Royal Bla- ck, Red Ale, Bel- gian Ale, Ilexx, Chopp e Original. São cervejas ela- boradas com dife- rentes ingredien- tes e com teor al- coólico que varia de 4,5% a 7,0% . Para Eduardo Bier di- versos ingredientes po- dem fazer uma cerveja se tornar especial, como: ti- pos de malte e cevada va- riados, malte de trigo, ce- vada tostada, diversos tipos de lúpulos e di- ferentes tipos de fer- mentos e leveduras. "Tem cerveja pa- ra toda época do ano e em função disso te- mos um desempe- nho superior até no verão. Um clima não tão quente apetece uma cerveja mais forte e mais encorpa- da para ser degustada ou consumida em grande quantidade", afirma Eduardo Bier. As cervejas "Premium" são apenas uma invenção das grandes companhias para designar uma cerveja de melhor qualidade, Rodrigo Nikima, gerente de marketing da Cervejaria Colorado De acordo com o Sindicerv, o Brasil é o 4o maior fabricante de cerveja do mundo e a produção estimada mundialmente é de 180,3 bilhões de litros por ano. O consumo nacional passou de 10,4 bilhões de litros em 2007 para 10,9 bilhões de litros em 2009 e o consumo por habitante aumentou de 55 litros em 2007 para 57 litros em 2009. Dados apontam evolução no consumo e na fabricação de cerveja no País 1717171717JULHO/10 A Cervejaria Colorado foi criada no Brasil por Marcelo Carneiro da Rocha, um estudioso de cervejas. Na época, a Europa e os Estados Unidos já tinham a cultura cervejeira amplamente difundi- da e Marcelo Carneiro acreditou que aconteceria o mesmo com o Brasil, tra- zendo seu conhecimento e anos de ex- periência para o país. No início, a Colorado só usava fórmulas europeias, o que causou um grande choque para os consumidores e a aceitação não foi como ele esperava. Depois disso, a empresa "abrasilei- rou" suas fórmulas acrescentando ingre- dientes regionais e típicos do Brasil, fa- zendo com que a aceitação fosse cada vez mais crescente. A Cervejaria pro- duz a Colorado Cauim, que é a tradicio- nal cerveja Pilsen e que leva em sua composição mandioca. O processo de fabricação leva em média 28 dias e uti- liza como matéria-prima água, fermento alemão, malte importado, lúpulo tche- co, além de fécula de mandioca, fazen- do com que o resultado seja um produ- to de baixa fermentação e com teor al- coólico de 4,0%. Atualmente, a cerveja mais consumida entre as fabricadas pela Cervejaria Colorado é a Colorado Appia, feita basicamente de água, cevada, trigo maltado, lúpulo e fermentos ingleses. O produto, que não é filtrado, tem um as- pecto opaco e apresenta 5,5% de teor alcoólico. Para Rodrigo Nikima, gerente de marketing da Cervejaria Colorado, o processo produtivo e as matérias primas é o que torna a cerveja especial. De acor- do com ele, todos ostipos de cerveja podem ser especiais, desde que produ- zidas em pequena escala, com ingredi- entes selecionados e de primeira linha. Rodrigo afirma que, atualmente, existem mais de 100 micro cervejarias no Brasil e a maioria produz apenas chope, atendendo consumidores locais. A Heineken do Brasil possui um exten- so portfólio de cervejas especiais, vi- sando atender os mais requintados con- sumidores de cerveja. Heineken, Kaiser Bock, Bavária Premium, Xingu, Sum- mer Draft e Sol Premium fazem parte do portfólio da empresa. Cerveja Lager e com receita original, a cerveja Heine- ken é a linha de frente dos produtos da Cervejaria. Sua receita utiliza 100% de malte, ingredientes naturais e é isenta de aditivo e conservante. Já a Kaiser Bock é conhecida como cerveja espe- cial para o inverno, classificada como escura e forte em função das caracterís- ticas do processo de produção. 1818181818 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno Geralmente, cervejas especiais pos- suem um tempo de maturação prolonga- do, conferindo ao produto característi- cas especiais. A Cervejaria Petrópolis também pos- sui em sua linha algumas cervejas espe- ciais como Petra Bock (cerveja tipo bock), Petra Schwarzbier (cerveja preta), Black Princess (cerveja escura), Black Princess Gold (cerveja tipo Pilsen puro malte), Weltenburger Kloster Anno 1050 (cerve- ja puro malte clara tipo Abadia) e Weltenburger Kloster Urtyp Hell (cer- veja puro malte tipo Pil- sen). Douglas Costa, gerente de marketing do Grupo Petrópolis, afirma que o lúpulo é um dos ingredien- tes que mais contri- buem para que uma cerveja especial seja referenciada como de melhor qualidade. Ele explica também que os produtores inves- tem muito na seleção do lúpulo, que confere aroma e amargor agradáveis ao paladar do consumidor des- te tipo de cerveja. A Cervejaria Schornstein conta com um serviço de entrega em domicílio de chopes produzidos na fábrica de Holambra, recém inaugurada em São Paulo. A matriz da Schornstein foi construída em junho de 2006, na cidade de Pomerode, no Vale do Itajaí (SC). Além do tradicional estilo pilsen, a cervejaria inclui em seu delivery os chopes Weiss, Bock, Pale Ale e o Imperial Stout. Outra microcervejaria a oferecer o sistema delivery é a Das Bier. O serviço O importante é saber que cervejas especiais remetem a uma qualidade diferenciada que permite ao apreciador de cerveja diferentes sensações durante uma degustação, Murilo Schmutzler, mestre cervejeiro da Heineken Brasil funciona no sistema de troca de frascos vazios por cheios, solicitados antecipadamente e sem- pre utilizando o mesmo modelo que o cliente possui. Estão disponíveis garrafas de 500ml e de 2 litros, nos mo- delos sifão de vidro, metal e cone. A Das Bier produz chopes tipo Weiss, Braunes Ale, Pilsen e Natural. ConsumoConsumoConsumoConsumoConsumo As cervejas con- quistaram o consumo brasileiro e, atualmente estão dispo- níveis na maioria dos estabelecimentos de varejo e restaurantes do País. Assim como os vinhos, fazem parte de cursos, harmonizações gastronômicas e degus- tações. Os restaurantes incluíram as cerve- jas especiais em seus cardápios e hoje possuem diversos rótulos com diferen- tes aromas e sabores. As cervejas "gourmet" , como são MERCADO 1919191919JULHO/10 Colaborou Ana Carolina Maciel e Thaísa Soares "Na época, o maior problema foi a falta de tudo, não havia equipamentos, matéria prima, conhecimento. Tivemos que importar tudo, desde matérias primas até o conhecimento das cervejarias fora do Brasil, Eduardo Bier, sócio-fundador da Dado Bier chamadas, podem ser harmonizadas com diversos pratos, tornando a cerve- ja uma bebida nobre. A rede de churrascarias Fogo de Chão possui um cardápio de cervejas, como Xingu, Bohemia Confraria, Colorado Indica, Karmeliet Triple, Mal- heur Dark Brut, entre outras. Jandir Adalberto, diretor de operações da chur- rascaria, afirma que a cerveja nunca foi o ponto forte da rede. Porém, quando surgiram as cervejas especiais, os clien- tes começaram a procurar por elas e a rede investiu nesse novo segmento. "O cliente começou a sugerir e pergun- tar sobre alguns no- mes que estavam no mercado", explica Jandir Adalberto. "Nós temos dois perfis de con- sumidores, um é o gourmet, aquela pessoa que gosta de cozinhar e aprecia qualidade nas comidas e bebidas, e o outro consumidor é o que chamamos de cult, que entende muito sobre cerveja, co- nhece várias marcas, co- nhece os esti- los e até faz a própria cer- veja em ca- sa", afirma R o d r i g o Nikima. Christian Bonotto afir- ma que o públi- co-alvo das cervejas especiais são pessoas que buscam um algo mais em sabor, aroma e qualidade. Essas cervejas possuem um diferencial das demais em relação a sabor, aroma, coloração e sensação durante a degustação, fazendo com que cada pessoa possua uma percep- ção diferenciada de um mesmo produ- to. Durante a degustação de cervejas especiais é importante identificar as principais características da cerveja em questão. "O importante é saber que cervejas especiais remetem a uma qualidade dife- renciada que permite ao apreciador de cerveja diferentes sensações durante uma degustação", afirma Murilo Sch- mutzler. Para conservar a bebida, o ideal é mantê-la em temperaturas baixas e cons- tantes, já que variações na temperatura de armazenamento podem causar um envelhecimento rápido do produto, pro- vocando alteração na qualidade da cer- veja. "Algumas cervejas especiais que contêm levedura ativa, devem ser man- tidas refrigeradas para evitar a fermenta- ção excessiva com incremento de pres- são e risco de explosão da garrafa", ex- plica Douglas Costa. 2020202020 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno Malte fornece arMalte fornece arMalte fornece arMalte fornece arMalte fornece aromaomaomaomaoma e core core core core cores especiais à ceres especiais à ceres especiais à ceres especiais à ceres especiais à cervejavejavejavejaveja O malte é responsávelO malte é responsávelO malte é responsávelO malte é responsávelO malte é responsável pelo aroma, cor e saborpelo aroma, cor e saborpelo aroma, cor e saborpelo aroma, cor e saborpelo aroma, cor e sabor da cerda cerda cerda cerda cerveja e,veja e,veja e,veja e,veja e, principalmente,principalmente,principalmente,principalmente,principalmente, pela qualidade finalpela qualidade finalpela qualidade finalpela qualidade finalpela qualidade final do produtodo produtodo produtodo produtodo produto O que é o malte?O que é o malte?O que é o malte?O que é o malte?O que é o malte? Usado na fabricação de bebidas co- mo a cerveja e o uísque, o malte é um extrato xaroposo de cereais, como a ce- vada, o centeio e o trigo. Além da in- dústria cervejeira, a indústria de alimen- tos em geral, também utiliza o malte em seus produtos. De acordo com as especificações pa- ra padronização, classificação e comer- cialização do Malte Cervejeiro ou Ceva- da Malteada, aprovadas pela Portaria Ministerial no 166 de 12 de abril de 1977, o malte cervejeiro ou a cevada malteada utilizados para fins cervejei- ros, é o produto da germinação forçada e controlada, sob condições especiais de umidade e temperatura. O malte é ordenado em classes e sub- classes, de acordo com a espécie de ceva- da de sua origem. As quatro classes do malte são: Malte Pilsen, Malte Muni- que, Malte Caramelo e o Malte Preto ou Torrado, tendo também suas subclas- ses: Malte Pilsen elaborado com ceva- Por Redação INGREDIENTE 2121212121JULHO/10 da da espécie Hordeum distichum e o Malte Pilsen elaborado com cevada da espécie Hordeum vulgare. O malte Pilsen é classificado em três tipos e os maltes Munique, Caramelo, Pre- to ou Torrado apresentam um tipo único. São considerados abaixo do padrão os maltes que apresentarem umidade, impurezas ou matérias estranhas acima dos limites. Caso apresentem qualquer imperfeição, o malte será submetido a rebeneficiamento. ProduçãoProduçãoProduçãoProduçãoProdução Alexandre Bamberg, mestre-cerve- jeiro e sócio da Cervejaria Bambergex- plica que a cevada, trigo ou o cereal que será malteado, passa por um processo de limpeza e seleção ao chegar a maltaria. Depois, é colocado em um recipien- te com alta umidade para que o grão respire e comece a germinar, isto dura de 18 a 48 horas. Após esse processo, o malte é colocado na caixa de germina- ção, onde permanecerá por 6 horas, du- rante oito dias, desenvolvendo enzimas necessárias para a produção de cervejas e transformações em proteínas e amidos. Outros métodos são utilizados para produzir maltes especiais , como o malte defumado, malte áci- do e o malte caramelo. São etapas do processo de malteação, a limpeza e classificação da cevada cer- vejeira, a maceração (lavagem e hidra- tação dos grãos), germinação (formação enzimática além da modificação de al- gumas substâncias de reserva), secagem (redução do teor de umidade) e a deger- minação que separa as radículas e cascas desprendidas dos grãos do malte. A germinação só ocorre sob determi- nadas condições: umidade suficiente, calor e ar (oxigênio), sendo chamado esse processo de malte verde. Na cervejaria, é necessário que o mal- te verde esteja seco, assim, o grão deixa de germinar podendo ser usado na fa- bricação da cerveja. A qualidade do malte é de extrema importância para a qualida- de da cerveja, já que a sua composição complexa cede à cerveja muitas de suas características físico-químicas e orga- nolépticas (aroma e paladar). De acordo com Vilmar Schussleer, mestre-cervejeiro e 2o malteiro da Agro- malte / Agrária, cada receita de cerveja apresenta uma composição de malte ca- racterístico para o estilo de cerveja que se deseja produzir. Atualmente, existem mais de 80 ti- pos de maltes, e o mais utilizado é o malte Pilsen. Quando se utiliza mais malte, a cer- veja fica mais encorpada e produz mais álcool durante a fermentação. O extrato potencial e a umidade (po- dem interferir no rendimento da sala de brassagem), a proteína e os aminoácidos (estabilidade da espuma, turbidez e difi- culdade de brassagem) e a quantidade de enzimas do malte (tempo de sacarifi- cação), podem interferir diretamente no rendimento do processo. Outros fatores podem interferir tam- bém na produção de uma cerveja de qualidade. Se houver uma contamina- Vale ressaltar que é fundamental o malte não ter nenhuma contaminação por pestes ou fungos e também não vir com muitas sujidades dentro do saco, como pedras, madeiras e outros grãos, Alexandre Bamberg, mestre cervejeiro da Cervejaria Bamberg 2222222222 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno Nossos ancestrais já consumiam um líquido alcoólico resultante da fermentação de cereais misturados com água e os primeiros indícios da fabricação da cerveja foram encontrados no Oriente Médio, na antiga Mesopotâmia. Pouco mais de vinte tipos de cerveja de cevada, trigo e mel eram fabricados por babilônios e sumérios há mais de 4.000 anos antes de Cristo e há registros de como a bebi- da era fabricada, no Museu do Louvre, em Paris. No Egito, a cerveja passou a ser produzida em larga escala. A fermentação de cereais e de outras plantas já era conhecida em outras partes do mundo. Os índios brasilei- ros fermentavam mandioca, mas o processo conhecido, atu- almente, e que originou a cerveja que todos conhecem, foi desenvolvido no Egito. Curiosidade O lúpulo foi acrescentado à cerveja no século XII, como uma inspiração divina, dando assim um sabor ligeiramen- te amargo à bebida. A "Reinheitsgebot", conhecida como Lei da Pureza, proclamada em 23 de abril de 1516, na Alemanha, determi- nava que apenas água, malte, lúpulo e o fermento podiam ser utilizados na elaboração da cerveja e este é o mais antigo código de alimentos do mundo. Essa lei é válida na Alemanha até hoje. No Brasil, segundo a legislação, a bebida, para ser chamada de cerveja, necessita ter a utiliza- ção mínima de 60% de malte, podendo ser utilizado até 40% de adjunto. "Várias cervejas nacionais aderiram a essa formulação e produzem cervejas de alta qualidade", afirma Álvaro Nogueira. ção de pestes e fungos no malte, pode conferir off-flavors no produto final, além de cor, aroma e sabor na cerveja. A proteína e os Nitrogênios influen- ciam na estabilidade da espuma e sensa- ção do paladar. A temperatura de seca- gem oferece cor, aroma e sabor à cerveja. Alexandre Bamberg lembra que, além do malte, o fermento e o lúpulo também interferem no aroma, sabor, cor- po e estabilidade de espuma. Para o mestre-cervejeiro da Femsa, Antônio Macedo, um malte mal fabrica- do certamente vai transmitir aromas e gostos estranhos ao produto. O teor de taninos e a presença de fungos do malte podem contribuir positivamente ou ne- gativamente para o paladar. Muitos fa- tores podem influenciar a estabilidade de espuma no processo produtivo da cerveja. O teor de proteínas e sua distri- buição em alto, médio e baixo peso mo- lecular, pode ser um deles. Malte brasileiroMalte brasileiroMalte brasileiroMalte brasileiroMalte brasileiro A Agrária / Agromalte, um dos prin- cipais produtores de malte no Brasil, re- presenta com exclusividade os maltes INGREDIENTE 2323232323JULHO/10 Um mestre cervejeiro pode fazer uma boa cerveja com uma boa matéria prima, mas não consegue fazer uma boa cerveja com um malte de má qualidade, Alvaro Dertinate Nogueira, mestre cervejeiro especiais da empresa alemã Weyermann, além de importar, também, os lúpulos da famosa região de Hallertau, na Baviera. A cevada é cultivada no inverno e co- lhida entre os meses de outubro e dezem- bro no Brasil. O país produz cerca de 500 mil toneladas de malte por ano e o mer- cado brasileiro de mal- te é o que mais cresce no mundo, em torno de 7,0% ao ano. A Agrária produz diferentes tipos de mal- tes como o Malte Pilsen (utilizado em todos os tipos de cervejas), Mal- te Munique Tipo II (es- curas, especiais, tipo Mu- nique e pretas), Malte Pale Ale (cervejas de trigo Ale, Stout e Porter) e o Malte Melanoidina (cerve- jas de trigo, tipo bock, es- curas e avermelhadas). Também são produzi- dos os maltes Torrados como o Carafa Tipo I, Carafa Tipo III, Carafa Especial Tipo I e o Carafa Especial Ti- po III, ideais para todos os tipos de cervejas es- curas. Além desses são produzidos os maltes Ca- ramelo, como: Caralapis, Carared e Carahell, para serem utilizados em dife- rentes tipos de cervejas. Segundo Alexandre Bamberg, a maltaria deve es- colher bem a cevada que se- rá malteada, sendo um fato determinante o teor da pro- teína. "Vale ressaltar que é fundamental o malte não ter nenhuma contaminação por pestes ou fungos e também não vir com muitas sujidades dentro do saco, como pedras, madeiras e outros grãos", explica ele. 2424242424 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno INGREDIENTE Tipos de cerTipos de cerTipos de cerTipos de cerTipos de cervejasvejasvejasvejasvejas Produzida na Bélgica e na Inglaterra, a Ale, é mais encorpada e pode ser consu- mida à temperatura ambien- te, ou apenas refrescada. Pale Ale, Stout, Bitter e Abadia são os tipos mais co- muns dessa cerveja. Há também a cerveja Lager, que tem como princi- pal característica a fermen- tação a baixas temperaturas (de até 2ºC), e os principais tipos são Bock, Münchener e Pilsen. A cerveja Bock tem uma variedade conhecida como Dopellbock e Eisbock. As cervejas podem ser classificadas pelo teor alco- ólico, extrato, tipo de fermen- Colaborou Ana Carolina Maciel tação ou pelo malte. Os consumidores estão procurando cervejas mais leves e “fáceis” de beber. "Com certeza, a cor é um fator impor- tante na decisão de compra, além do aroma, sabor e o aspecto geral do pro- duto", explica o mestre cervejeiro da Femsa, Antônio Macedo. Para ele, a per- cepção de qualidade é muito particular para cada consumidor e varia conforme a ocasião, cabendo ao consumidor es- colher o produto que mais lhe agrade. O tempo em que o consumidor olha- va para uma cerveja escura e pensava numa cerveja doce ficou para trás. "Hoje, o consumidor brasileiro já sabe que uma cervejaescura pode ser suave, amarga, adstringente ou pesada", informa Alva- ro Nogueira, mestre cervejeiro. ECONOMIA 3838383838 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno SuperarSuperarSuperarSuperarSuperar os desafiosos desafiosos desafiosos desafiosos desafios para manterpara manterpara manterpara manterpara manter o cro cro cro cro crescimentoescimentoescimentoescimentoescimento aceleradoaceleradoaceleradoaceleradoacelerado Estudo realizadoEstudo realizadoEstudo realizadoEstudo realizadoEstudo realizado pela Economistpela Economistpela Economistpela Economistpela Economist Intelligence Unit (EIU),Intelligence Unit (EIU),Intelligence Unit (EIU),Intelligence Unit (EIU),Intelligence Unit (EIU), aponta os principaisaponta os principaisaponta os principaisaponta os principaisaponta os principais desafios que o Brasildesafios que o Brasildesafios que o Brasildesafios que o Brasildesafios que o Brasil precisa enfrentarprecisa enfrentarprecisa enfrentarprecisa enfrentarprecisa enfrentar para seu crescimentopara seu crescimentopara seu crescimentopara seu crescimentopara seu crescimento Ocrescimento implica emmais responsabilidades pa-ra nossas vidas. Parace fra-se de pai para filho adoles- cente, mas quem já não ouviu frase pare- cida? Pois bem, para um País em cresci- mento como o Brasil, a situação não é diferente. Manter o ritmo de crescimento e os benefícios adquiridos com esses anos de estabilidade econômica, politica e social são fundamentais para o futuro da nação. Estudo, recentemente, realizado pela Economist Intelligence Unit (EIU), do Grupo The Economist e patrocina- do pelo HSBC, aponta os principais desafios para o Brasil: educação, infraestrutura, inovação e reconheci- mento internacional. Segundo Justine Thody, diretora da EIU, "caso estes de- safios possam ser trabalhados na próxi- ma década, a economia poderá susten- tar taxas de crescimento anual acima de 5% durante um longo período, em uma economia de classe média e população de 200 milhões de habitantes, o que formaria um dos mercados mais atraen- tes do mundo". O estudo reconhece as conquistas brasileiras nos últimos 15 anos, o que inclui privatizações bem sucedidas, uma nova moeda estável, um aumento rigo- roso da demanda global pelas suas abun- dantes reservas de commodities e a sig- nificativa expansão do comércio bila- teral com a China, que passou de 8 mi- lhões de dólares em 2005, para algo em torno de 10 bilhões de dólares previs- tos para 2010. Caso essas previsões se- jam concretizadas, a China será o maior investidor no Brasil, à frente de países como Holanda, Estados Unidos, Espa- Por Carlos Donizete Parra 3939393939JULHO/10 nha, Alemanha e Portugal. Brasil e China possuem as condições ideais para uma parceria comercial. So- mos uma nação rica em produtos natu- rais como minério de ferro e alimentos e, também, possuímos um mercado in- terno em expansão com oportunidades crescentes para investimentos em in- fraestrutura, informática, automóveis e outros produtos manufaturados. O ciclo de expansão econômica no Brasil vem apoiado pela elevação do em- prego formal e da massa de rendimentos e consumo via crédito oferecido pelas entidades financeiras e Governos. O nú- mero de trabalhadores com carteira assi- nada deve bater o recorde em 2010, che- gando a 34 milhões em todo o Brasil. O desemprego é o mais baixo dos últimos 15 anos, 7% em junho deste ano. Com o mercado interno em expan- são, as empresas brasileiras tiveram que reforçar seus quadros de colaboradores. Isso foi feito em praticamente todos os setores como construção civil, varejo, serviços, agroindústria e outros. O Ob- servatório do Emprego, vin- culado ao Governo do Estado de São Paulo, divulgou os últimos dados de sua pes- quisa mensal, refe- rente ao mês de junho, no Estado de São Paulo, uma das regiões que mais concentra tra- balhadores em todo o Brasil e, segundo esses dados, mais de 70% das novas vagas criadas no Estado foram registradas nas áreas de Agricultu- ra (+24.337), Indústria de Transformação (+15.467) e Comércio (+10.760). Estas três atividades somam mais de 50 mil novas vagas dos 70.265 novos postos formais de trabalho criados no Estado de São Paulo durante o mês de junho. O número total é inferior ao registrado em maio de 2010 (+98.624), mas superior quando comparado a junho de 2009 (+27.602). “O mês de maio já tinha mostrado um crescimento mais lento no emprego e a ten- dência de arrefe- cimento conti- nuou em junho. Os três grandes setores (agricultura, indústria e comércio) cresceram modera- damente. A construção estabilizou-se em maio. Vamos aguardar o segundo se- mestre, que é sempre melhor para o em- prego”, destaca o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Pedro ECONOMIA 4040404040 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno Rubez Jehá. O salário médio dos traba- lhadores admitidos no Estado de São Paulo foi de R$ 952, representando um aumento de 0,7% com relação ao mês de maio e de um aumento de 4,2% se comparado ao mesmo mês do ano pas- sado. O crescimento da massa salarial e as boas perspectivas econômicas contribu- em para o aumento do consumo interno. As vendas reais do setor supermercadista em junho de 2010 cresceram 4,92% em relação a junho de 2009, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, divulgado mensalmente pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em compa- ração com maio deste ano houve queda de 4,59%. No acumulado do primeiro semestre, as vendas do setor supermerca- dista alcançam alta de 5,57%, na compa- ração com igual período de 2009. Em valores nominais, o Índice de Vendas da Abras apresentou crescimento de 10% em junho de 2010 em relação a junho de 2009 e queda de 4,59% sobre maio des- te ano. O acumulado nominal, no primei- ro semestre de 2010, chega a 10,82%, na comparação ao mesmo período do ano passado. “ O setor supermercadista man- tém bons índices de vendas. Acredito que as boas notícias na área econômica, como a geração de empregos recorde no primeiro semestre e o crescimento da massa salarial, credenciam para um bom desempenho do setor no segundo semes- tre do ano”, avalia Sussumu Honda, pre- sidente da Abras. Sustentado pela ascenção de milhões de brasileiros às classes sociais com po- der de consumo, o PIB (Produto Interno Bruto) de 2010 deve fechar acima de 7% e colocar o Brasil, definitivamente, na nota dos países que mais crescem em todo o mundo. O que fazer, no entanto, para manter esse crescimento sustentável? De acor- do com Andre Lois, economista-chefe do HSBC no Brasil, "os olhos do mun- do estarão voltados para o Brasil du- rante a próxima década. A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos serão as atrações mais próximas, mas estes even- tos vão estimular o potencial de cresci- mento sustentável e de longo prazo identificado pela EIU (Economist Intelligence Unit)". Segundo o mesmo estudo da EIU, os quatro desafios de- vem ser trabalhados para que o Brasil atinja seu potencial máximo. "Nós re- conhecemos a importância da educação, infraestrutura, inovação e do reconheci- mento Global, como pontes de desafi- os, que não devem ser obstáculos para o Brasil moderno, focado no crescimen- to e na economia". A questão da infraestrutura aparece como o primeiro item da lista de desafi- os para os investidores, segundo a EIU. Quase metade dos entrevistados (49%) afirma que "padrões de baixa qualida- de ou custos elevados de infraestrutura são os principais obstáculos operacio- nais. Apesar de alguns avanços em logís- tica, o transporte é caro e a malha rodo- viária insuficiente. Também existem poucas ferrovias e o potencial de trans- porte marítimo continua sendo pou- quissímo explorado, com portos e aero- portos que já estão congestionados. Es- tas condições podem aumentar em um quarto ou mais o preço para levar os pro- dutos aos seus respectivos mercados, se- gundo os investidores. A solução, ainda com base na análise, é prover uma me- lhor infraestrutura considerando solu- ções coordenadas entre diferentes esfe- ras governamentaise do setor privado". No sistema educacional, as princi- pais fraquezas estão na formação de mão de obra para o mercado de trabalho. Em- bora muitos formandos de universida- des brasileiras sejam percebidos como de primeira classe, há poucos deles. Educação e recursos pobres durante o nível secundário fazem com que os estu- dantes deixem as escolas entre os me- nos instruídos do mundo. As empresas percebem que devem preencher os lap- sos de habilidades com recursos própri- os. Em muitos casos quando não há tem- po para isso é preciso contratar mão de obra de fora do país, como aconteceu com boa parte das grandes empresas bra- sileiras neste primeiro semestre de 2010. Muitos profissionais brasileiros que fo- ram tentar a sorte em outros países tam- bém estão regressando em busca de me- lhores oportunidades ou, em muitos ca- sos, vítimas da forte recessão que abala as economias europeia e americana. Os níveis de desemprego estão bastante elevados chegando em fevereiro deste ano a 9,7% nos Estados Unidos, 4,9% no Japão e 9,6% na União Européia, in- clusive com situações desesperadoras como é a da Espanha com 19%. Por isso, o sonho de buscar um emprego atraente fora do País vai ficando para poucos. O 4141414141JULHO/10 futuro melhor parece que está aqui, per- tinho de casa. A classificação do Brasil também é baixa na maioria dos rankings de inova- ção e análises mais aprofundadas suge- rem que mesmo os atuais pequenos in- vestimentos em inovação poderiam pro- duzir resultados significativamente me- lhores. O investimento em inovação é considerado relativamente baixo e insu- ficiente, mas de acordo com a análise do EIU, produziu avanços considerando "tec- nologias verdes". Cerca de 57% dos en- trevistados brasileiros não têm um pro- grama de pesquisa e desenvolvimento ou sequer planos para se criar um programa destes num curto prazo no País. No entan- to, quase metade (49%) dos entrevista- dos descreve como "muito boa" ou "ex- celente", a capacidade dos negócios ba- seados no Brasil de se integrarem com as últimas tecnologias internacionais. Isso indica que melhor educação, in- fraestrutura, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de relações mais próximas entre empresas e universidades, resultariam em impactos positivos em inovação. Muito disso já foi feito e já se colhem bons frutos desse trabalho, com negócio e tecnologias brasileiras que aumentam ano a ano as nossas divisas de exportações, haja vista nosso exuberan- te aumento no comércio exterior com países como a China. Apesar desse forte trabalho com a China, o estudo do EIU mostra que as marcas brasileiras, ainda são pouco conhecidas no exterior, 84% dos entrevistados afirmaram que marcas brasileiras não são muito reconhecidas ou muito consideradas em outros países. Apenas 3% dos entrevistados america- nos acreditam que as marcas brasileiras são altamente reconhecidas e considera- das. Contudo, a percepção das marcas brasileiras entre os entrevistados chine- ses muda, com quase um quarto dos res- pondentes (24%) recebendo bem os pro- dutos brasileiros. Os desafios, portanto, ainda são mui- tos, porém não são intransponíveis. As oportunidades, no entanto, são em gran- de volume. À exceção da China, nenhum país do mundo sucumbiu à crise tendo como base o próprio mercado interno. Isso é um fator preponderante na luta por melhores posições no ranking mundial e, principalmente, para oferecer melhores condições de vida a um contingente de quase 200 milhões de brasileiros. Os avanços conquistados devem ser- vir de estímulo para que possamos se- guir o ritmo de crescimento de forma sustentável e equilibrada, fazendo com que a distribuição de renda continue gerando riqueza para que o consumo in- terno seja cada vez mais fortalecido.
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