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Trabalho Avaliativo I - Responsabilidade civil do Estado por ato lícito

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Trabalho Avaliativo I - Responsabilidade civil do Estado por ato lícito
A responsabilidade objetiva estatal independe do caráter lícito ou ilícito da ação ou da omissão estatal, tendo em vista que o foco da ordem jurídica moderna não é sancionar a conduta, mas, sim, reparar o dano causado.
De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 37, § 6º, determina que “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
Foi adotada a teoria da responsabilidade objetiva estatal, em razão de que bastam o ato ou a omissão, o dano e o nexo de causalidade, sendo desnecessária a perquirição sobre a intenção do agente. 
Nesse sentido, devemos observar que, que o foco da norma constitucional é a reparação do dano, e não o caráter lícito ou ilícito da ação ou da omissão do agente.
Segundo Alexandre de Moraes, “a responsabilidade objetiva do risco administrativo exige a ocorrência dos seguintes requisitos: ocorrência do dano, ação ou omissão administrativa, existência de nexo causal entre o dano e a ação ou omissão administrativa e ausência de causa excludente da responsabilidade estatal” [2]. Não há, assim, qualquer menção à licitude ou ilicitude da ação ou da omissão estatal; a ocorrência de dano, por sua vez, é estritamente necessária.
Entretanto, não é, qualquer ato ou omissão estatal ou de particular no exercício de serviço público que limite direitos de particulares (e que, portanto, causa prejuízos à esfera patrimonial desses particulares, mas de maneira genérica) que deve ser indenizado.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “segundo alguns autores, o Estado só responde se o dano decorrer de ato antijurídico, o que deve ser entendido em seus devidos termos. Ato antijurídico não pode ser entendido, para esse fim, como ato ilícito, pois é evidente que a licitude ou ilicitude do ato é irrelevante para fins de responsabilidade objetiva; caso contrário, danos decorrentes de obra pública, por exemplo, ainda que licitamente realizada, não seriam indenizados pelo Estado. Somente se pode aceitar como pressuposto da responsabilidade objetiva a prática de ato antijurídico s este, mesmo sendo lícito, for entendido como ato causador de dano anormal e específico a determinadas pessoas, rompendo o princípio da igualdade de todos perante os encargos sociais. Por outras palavras, ato antijurídico, para fins de responsabilidade objetiva do Estado, é o ato ilícito e o ato lícito que cause dano anormal e específico”.
Nos artigos 188, 189 e 930 do Código Civil, podemos encontrar de forma exemplificada a responsabilidade do estado na pratica de atos lícitos.
De acordo com o artigo 188 do Código Civil, não constituem atos ilícitos os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido e a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente, desde que o ato não exceda os limites do indispensável para a remoção.
Contudo, apesar de não constituírem atos ilícitos, por força dos artigos 929 e 930 do Código Civil, se não forem responsabilizados, serão indenizados a pessoa ou o dono da coisa pelos prejuízos que sofreram, assim como terá o autor do dano ação de regresso, para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado, se o perigo correr por culpa de terceiro.
Dessa forma, podemos concluir que, para a existência da responsabilidade estatal independe do caracter lícito ou ilícito da ação ou omissão estatal. O dano causado, deve ser reparado independente da conduta licita ou ilícita do agente. Ou seja, para a responsabilidade Estatal, basta, ter causado o dano, ato ou omissão e o nexo de causalidade.
Referências Bibliograficas:
Moraes, Alexandre de. Direito constitucional administrativo. São Paulo, Atlas, 20
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 21ª ed., São Paulo, Atlas, 2008.
Capistrano, Marcio. Ambito Jurídico. Responsabilidade do Estado por atos lícitos. 2012. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/responsabilidade-do-estado-por-atos-licitos-do-modelo-liberal-ao-sistema-solidarista/ . Acesso em 29 de abril.

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