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Conceitos Fundamentais da Economia

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Aula 5 - Pensamento Econômico
Módulo 1
Reconhecer os conceitos fundamentais da Economia
Todos esses questionamentos se referem ao campo de estudos da Economia, que estuda o funcionamento das atividades econômicas da sociedade global. Para compreender essa área de conhecimento, é necessário conhecer os conceitos fundamentais da Economia, os ferramentais básicos da Microeconomia e os principais agregados macroeconômicos.
O estudo introdutório da Economia tem o intuito de estimular a busca por respostas para os principais problemas econômicos, demonstrar as principais teorias e correntes econômicas e sua aplicabilidade em questões práticas na vida dos indivíduos e no funcionamento das organizações.
quando a economia moderna surgiu?
o marco inicial da economia moderna surgiu entre os séculos XVIII e XIX. Nessa época, foram fundamentados diversos princípios econômicos, desenvolvidos a partir de três tipos de concepções:
 Mecanicista - Os economistas desse grupo explicavam as leis econômicas de maneira similar ao comportamento da Física, empregando, inclusive, a mesma terminologia (estática, dinâmica, elasticidade, fluidez etc.).
Organicista - Os economistas desse grupo afirmavam que as leis econômicas se comportavam como um órgão vivo e usavam a mesma terminologia da Biologia (órgãos, funções, circulação, fluxos).
Humanista - Para os economistas desse grupo, a Economia é uma ciência social e reflete as atitudes do ser humano, cheias de aspectos psicológicos, e a preocupação em fixar relações de causa e efeito entre os fenômenos sociais.
Como pudemos ver nas três concepções, a Economia possui uma forte inter-relação com outras ciências — Matemática, Estatística, Política, História, Geografia e Sociologia —, embora tenha o seu núcleo de estudo muito bem delimitado. Essa particularidade possibilita ao estudante interagir com vários outros domínios do conhecimento científico, empregando o seu ferramental teórico visto na Economia para avaliar de forma sistemática o comportamento humano em sociedade.
A Economia pode ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem entre os vários indivíduos.
nessa definição, estão presentes três conceitos fundamentais:
Escassez
Representa o objeto da economia e consiste em uma restrição física, afinal, temos meios de produção e recursos insuficientes para atender aos desejos e necessidades de todos os seres humanos.
Eficiência
Está relacionada à combinação ótima dos insumos produtivos (trabalho, capital e terra) para obter a máxima produção e ao uso racional dos meios disponíveis para alcançar um objetivo previamente determinado.
Equidade
É a distribuição justa da prosperidade econômica entre os membros da sociedade. A desigualdade de renda é consequência de uma baixa equidade.
Para muitos economistas, a relação entre eficiência e equidade no sistema econômico representa um trade-off, situação em que há um conflito de escolha. Nesse caso, para se ter uma distribuição mais justa da renda entre os agentes econômicos, é necessário abrir mão de uma parcela da eficiência produtiva.
O que e qto produzir: A sociedade deve escolher, dentro de um leque de possibilidades, quais bens e serviços serão produzidos e em que quantidade. Os produtores aumentam ou diminuem a sua produção de acordo com os preços (rentabilidades) dos produtos.
Como produzir: De acordo com o nível tecnológico existente, consideramos que os fatores de produção são os recursos básicos empregados na oferta de bens e serviços e podem ser divididos em:
· Terra ou recursos naturais (N): recursos naturais utilizados no processo produtivo.
· Mão de obra ou trabalho (L): trabalho empregado na produção de bens e serviços.
· Capital (K): máquinas, equipamentos e imóveis empregados no processo. É importante destacar que, em Economia, o termo capital refere-se ao capital físico e não ao capital financeiro.
Para quem produzir? A sociedade deve decidir quais os setores que serão beneficiados na distribuição do produto:
· Trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra?
· Mercado interno ou mercado externo?
A relação básica entre escassez e escolha dá origem a um termo muito empregado na economia: o custo de oportunidade. Ele representa o valor associado à melhor alternativa não escolhida.
A forma como as sociedades respondem a essas três questões fundamentais (O que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?) depende de seus Sistemas de Organização Econômica, que podem ser divididos em: Sistema de Concorrência Pura (ou Perfeitamente Competitivo), Sistema de Economia Mista e Economia Centralizada (planificada ou de direção central)
Sistema de Concorrência Pura (ou Perfeitamente Competitivo): Neste modelo não existe a interferência do governo na atividade econômica. Predomina a livre interação entre produtores (ofertantes) e consumidores (demandantes) na determinação dos preços de bens e serviços. Por meio dessa interação, os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir) são resolvidos mediante o chamado mecanismo de preços, promovendo o equilíbrio nos vários mercados.
Sistema de Economia Mista: Prevalecem as forças de mercado da demanda (consumidores) e da oferta (produtores), mas com a intervenção governamental em áreas estratégicas, como infraestrutura, energia, saneamento e telecomunicações. De acordo com Vasconcellos (2010), a atuação do governo justifica-se com o objetivo de eliminar as distorções alocativas (na alocação de recursos) e distributivas e de promover a melhoria do padrão de vida da população a partir das seguintes formas: Atuação sobre a formação de preços, corrigindo externalidades (via impostos e subsídios), tabelamentos, fixação de salário mínimo, preços mínimos, taxa de câmbio, taxa de juros.; Complemento da iniciativa privada, principalmente de investimentos em infraestrutura básica (energia, estradas etc.), pois o setor privado não consegue assumir esses gastos, devido ao custo elevado e à demora no retorno do capital investido. Fornecimento de serviços públicos: iluminação, água, saneamento básico e outros. Fornecimento de bens públicos, gerais, fornecidos pelo Estado, que não são vendidos no mercado; fundamentalmente, justiça e segurança. Compra de bens e serviços do setor privado: o governo é, isoladamente, o maior agente do sistema e, portanto, o maior comprador de bens e serviços.
Economia Centralizada (planificada ou de direção central): O sistema produtivo é controlado por um órgão central de planejamento e não pelas forças de mercado. O Estado é o detentor dos recursos, dos meios de produção e define o que é necessário ser produzido para a sociedade. Nessa situação, não há a propriedade privada; todos os bens pertencem ao governo. De acordo com Vasconcellos (2010), uma economia centralizada apresenta ainda as seguintes características: Papel dos preços no processo produtivo
Os preços representam apenas recursos contábeis que permitem o controle da eficiência das empresas. Ou seja, os preços são apenas escriturados contabilmente: as empresas têm quotas físicas de matérias-primas, por exemplo, mas não fazem nenhum desembolso monetário, apenas registram o valor da aquisição com os custos de produção.
Papel dos preços na distribuição do produto
Os preços dos bens de consumo são determinados pelo governo. Normalmente, o governo subsidia fortemente os bens essenciais e taxa os bens considerados supérfluos.
Repartição do lucro
Uma parte do lucro vai para o governo. Outra parte é usada para investimentos na empresa dentro das metas estabelecidas pelo governo. A terceira parte é dividida entre os administradores (os burocratas) e os trabalhadores como prêmio pela eficiência. Se o governo considera que determinada indústria é vital para o país, esse setor será subsidiado, mesmo que apresente ineficiência na produção ou prejuízos.
Resumindo:
As diferenças entre os sistemas de economia de mercado (Concorrência Pura e Economia Mista) e Economia Centralizadapodem ser resumidas em dois aspectos:
Meios de produção: 
Propriedade pública x Propriedade privada
Problemas econômicos fundamentais são resolvidos ou por um órgão central de planejamento, ou pelo mercado.
O que e quanto produzir?
Como produzir?
Para quem produzir?
Módulo 2
Identificar os ferramentais básicos da Microeconomia na compreensão do comportamento de mercados distintos
Princípios de Microeconomia
A Microeconomia é o ramo da Ciência Econômica que se preocupa com a análise do comportamento das unidades econômicas – os consumidores, as famílias e as empresas – na formação dos preços em mercados específicos. Esse ramo observa a atuação das diversas unidades econômicas como se fossem individuais nesses mercados.
Grupo de compradores (demandantes) e vendedores (ofertantes) que tem potencial para negociar uns com os outros.
Essa definição expressa a relação entre a oferta, representada por pessoas ou empresas dispostas a vender determinados produtos, e a demanda (procura), a qual consiste em um grupo de pessoas ou empresas a fim de adquirir bens e serviços. Vale lembrar que as empresas também podem ser demandantes, pois precisam adquirir materiais de consumo, máquinas, equipamentos e mão de obra para o seu processo produtivo.
Em um conceito mais amplo, mercado pode ser entendido como um espaço de interação e troca, regido por normas e regras (formais ou informais), onde são emitidos sinais como, por exemplo, os preços, que influenciam as decisões dos atores envolvidos.
Para entendermos a formação de preços em mercados específicos, dividiremos o mercado em lado da demanda e lado da oferta. Como o funcionamento do mercado e a formação de preços dependem da interação entre vendedores e consumidores, faremos a junção dessas duas teorias, chegando aos conceitos de equilíbrio e desequilíbrio de mercado.
Teoria da demanda:  demanda, também chamada de procura, pode ser definida da seguinte forma: É a quantidade de um bem ou serviço que um consumidor deseja e está disposto a adquirir por um preço específico e em determinado momento.
Em outros termos, segundo a Lei da Demanda:
Quando o preço de um bem se eleva e todas as demais variáveis se mantêm inalteradas (coeteris paribus)...
A quantidade demandada desse bem diminui.
Da mesma forma, à medida que o preço de um produto diminui (coeteris paribus)...
A quantidade demandada aumenta.
Preço dos produtos substitutos ou sucedâneos (Ps)
São aqueles que atendem às mesmas necessidades e funções. Por exemplo, a margarina é um produto substituto da manteiga. Sabe-se que um aumento de preços da manteiga reduziria sua quantidade demandada e levaria o consumidor a buscar mais a margarina.
Preços de produtos complementares (Pc)
São aqueles bens que tendem a ser consumidos conjuntamente. Um exemplo de bens complementares são o pão e a margarina. Se o preço do pão baixar, haverá um aumento da quantidade consumida e, consequentemente, de margarina, uma vez que os dois são frequentemente oferecidos em conjunto. Em outros termos, se temos dois bens complementares A e B, um aumento no consumo de A resulta em uma procura maior de B e vice-versa.
Renda dos consumidores (R)
Relacionada ao poder de compra dos consumidores. Quanto maior a renda do consumidor, maior é a sua quantidade demandada de bens normais. Por outro lado, consumidores com rendas mais baixas demandam uma menor quantidade de produtos, tendo em vista a sua restrição orçamentária.
À medida que a renda dos consumidores aumenta, a sua demanda por bens e serviços também cresce. Essa máxima é válida para a maioria dos produtos que são conhecidos como bens normais. No entanto, os produtos conhecidos como bens inferiores apresentam uma relação inversamente proporcional entre renda e demanda. Em outros termos, quando o rendimento dos consumidores aumenta, a demanda pelo bem inferior diminui; e à medida que o rendimento diminui, a demanda aumenta.
Podemos expressar a função demanda da seguinte forma: Qdx = f ( Px , Ps , Pc , R )
Qdx
Quantidade demandada do produto x
f
Função
Px
Preço do produto x
Ps
Preço dos produtos substitutos
Pc
Preço dos produtos complementares
R
Renda dos consumidores
Teoria da oferta: A quantidade de bens ou serviços que se produz e oferece no mercado por certo preço e em determinado período. Os modelos de oferta tentam explicar o que determina a escolha individual dos vendedores, dando ênfase à influência dos preços dos bens e serviços.
Custo de produção (CP) - Preços dos insumos e fatores de produção, como mão de obra, matérias-primas, terra, entre outros.
Nível tecnológico (NT) - Melhoria na forma de combinar os fatores de produção.
Condições climáticas (CC) - Escassez de precipitações, geadas, altas ou baixas temperaturas e outros.
Podemos expressar a função oferta da seguinte forma: Qox = f ( Px , CP , NT , CC )
Equilíbrio de mercado: Após o conhecimento das curvas de oferta e de demanda, é possível entender como ocorre a formação de preços dos bens. Em Microeconomia, o equilíbrio de mercado expressa o resultado da interação entre as forças de oferta e de demanda, que são determinadas pelo processo de negociação entre produtores (vendedores) e consumidores.
Em equilíbrio, o preço satisfaz tanto ao consumidor quanto ao produtor, de tal forma que a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada. Podemos expressar a função equilíbrio da seguinte forma:
Equilíbrio = Qdx = Qox
Estruturas de mercado: Número de empresas que compõem o mercado; Tipo de produto, ou seja, se as empresas fabricam produtos idênticos ou diferenciados; Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.
Monopólio: Quando falamos de concorrência perfeita, estamos abordando um tipo de estrutura de mercado situada no extremo da concorrência. Em um ponto diametralmente oposto, temos o monopólio, uma situação de mercado em que existe um só produtor de um bem ou serviço que não tenha substituto próximo. Com isso, o monopolista exerce grande influência na determinação do preço a ser cobrado pelo seu produto: ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixam de consumir o produto. As principais características do monopólio são: Determinado produto é ofertado por uma única firma Uma única firma oferece o produto em um mercado; Não há substitutos próximos para esse produto O monopolista não enfrenta concorrência; Impossibilidade de entrada de novas firmas Para que o monopólio exista, é preciso manter concorrentes em potencial afastados do segmento.
Oligopólio: O oligopólio é uma estrutura de mercado que se situa entre a concorrência perfeita e o monopólio. Pequeno número de empresas grandes controla a oferta de um bem ou serviço; Produtos homogêneos ou diferenciados; Dificuldade de entrada de novas empresas.
Concorrência monopolística: Estrutura de mercado que contém elementos da concorrência perfeita e do monopólio, ficando em situação intermediária entre as duas formas de organização de mercado.
Módulo 3
Reconhecer os principais agregados macroeconômicos
a Macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: Renda e produtos nacionais; Nível geral de preços; Emprego e desemprego; Estoque de moeda e taxas de juros; Balança de pagamentos e taxa de câmbio.
Macroeconomia
 O tipo de análise é agregada;
 O foco está no desempenho da economia como um todo.
Microeconomia
 O tipo de análise é específica;
 O foco está nas interações entre empresas / consumidores e produção/preço em setores específicos.
Instrumentos de política macroeconômica: O governo possui instrumentos de política macroeconômica para alterar o comportamento da economia e melhorar a qualidade de vida da população. Esses instrumentos variam de acordo com a política macroeconômica adotada: Política fiscal
Diz respeito aos instrumentos disponíveis pelo governo para a arrecadação de impostos e contribuições (política tributária) e o controle de suas despesas (gastos públicos). Ela também é utilizada para estimular ou inibir os gastos dosetor privado. Um exemplo foi a política do governo federal de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre automóveis e produtos da linha branca, como eletrodomésticos, que impulsionou o consumo das famílias em 2012; Política monetária
Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos, sendo os recursos disponíveis para sua emissão, compra e venda de títulos, regulamentação sobre crédito e taxas de juros, entre outros; Política cambial e comercial
Trata da atuação governamental no setor externo da economia. A política cambial diz respeito à ação do governo sobre a taxa de câmbio. O governo fixa ou permite que a taxa de câmbio seja flexível por meio do Banco Central. A política comercial refere-se aos instrumentos que estimulam as exportações – estímulos fiscais e taxas de juros subsidiadas – e ao controle das importações – tarifas e barreiras maiores; Política de rendas
Refere-se à interferência do governo na formação de renda, mediante o controle e congelamento dos preços. Esse controle sobre os preços e salários é obtido pelo combate ao aumento persistente e generalizado nos preços, que é a inflação. As políticas anti-inflacionárias brasileiras são o salário mínimo e o congelamento de preços e salários, por exemplo.
Uma política macroeconômica bem-sucedida tem impacto direto no ritmo da atividade econômica, podendo melhorar a geração de emprego e renda e até mesmo a distribuição dos recursos entre os habitantes do país. Quando o governo emprega as suas políticas econômicas, ele tem o intuito de alcançar os seguintes objetivos: alto nível de emprego, estabilidade de preços, distribuição de renda, crescimento econômico.
Crescimento econômico - Está relacionado ao aumento de variáveis quantitativas, como a renda ou a renda per capita.
Desenvolvimento econômico - Considera indicadores qualitativos de melhoria da qualidade de vida da população, como expectativa média de vida, grau de concentração da renda, mortalidade infantil, escolaridade, dentre outros.
Todos os objetivos da política econômica apresentados buscam levar o país a um grau de desenvolvimento econômico. Para tal, precisa garantir o crescimento econômico, que é medido principalmente por dois indicadores: Produto Interno Bruto (PIB) Representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região durante um período x PIB per capita É expresso pela divisão do PIB pelo número de habitantes da região. Esse indicador de renda média é o mais recomendado para analisar o crescimento econômico, pois demonstra a relação entre o produto nacional e a população da região. Note que, se o PIB real crescer 10% em um ano, mas a população crescer 10% ou mais, a renda por habitante estará estagnada ou declinante.
Um indicador muito utilizado para analisar o desenvolvimento econômico é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH considera três variáveis: Renda per capita; Indicadores de saúde; Qualidade da educação.
 A partir do IDH é possível classificar os países em três grupos de desenvolvimento humano: Desenvolvidos
(desenvolvimento humano muito alto)
Em desenvolvimento
(desenvolvimento humano médio e alto)
Subdesenvolvidos
(desenvolvimento humano baixo)
As quatro políticas macroeconômicas são: política fiscal, política monetária, política cambial e comercial e política de rendas.

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