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Legislação Fiscal, Trabalhista e Previdenciária – GST1558 UNIDADE PARANGABA – SAMUEL LIMA Fortaleza-CE, maio de 2020 Sumário - Espécies Tributárias - Obrigação Tributária - Lançamento do Crédito Tributário - Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito Tributário Espécies Tributárias • Impostos • Taxas • Contribuição de Melhoria • Empréstimo Compulsório • Contribuições especiais Espécies Tributárias a) Impostos Federais (art. 153 da CF): •Imposto de Importação (inc. I) •Imposto de Exportação (inc. II) •Imposto de Renda (inc. III) •IPI (inc. IV) •IOF (inc. V) •ITR (inc. VI) •Imposto sobre Grandes Fortunas (inc. VII) •Impostos residuais (art. 154, I) •Imposto Extraordinário (de Guerra) (art. 154, II) Espécies Tributárias b) Impostos Estaduais (art. 155 da CF): •ITCMD (inc. I) •ICMS (inc. II) •IPVA (inc. III) c) Impostos Municipais (art. 156 da CF): •IPTU (inc. I) •ITBI (inc. II) •ISS (inc. III) Espécies Tributárias Taxas • Taxa de Polícia: Taxa cobrada em função do exercício regular do poder de polícia administrativa • Taxa de Serviço: Contraprestação referente à prestação de serviço público, específico e divisível. Espécies Tributárias Contribuição de Melhoria O tributo contribuição de melhoria exterioriza-se de maneira totalmente autônoma em relação aos demais gravames, e tem como bússola para sua cobrança a proporção do benefício efetivamente experimentado pelo contribuinte, decorrente de obra pública realizada pelo Poder Público. Espécies Tributárias Contribuição de Melhoria O fato gerador será a valorização experimentada pelos imóveis adjacentes a uma obra pública. A base de cálculo será o total de valorização acrescido ao imóvel. É importante observar que o total de Contribuição de Melhoria, cobrado sobre os imóveis adjacentes, deve obedecer ao limite do total gasto na obra. Espécies Tributárias Empréstimos Compulsórios A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, ‘b’. OBS: A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição Espécies Tributárias Contribuições - De interesse das categorias profissionais e econômicas; - De intervenção no domínio econômico; - Sociais Gerais: • Salário Educação e Sistema ‘S’ - Sociais de Seguridade Social: • INSS Patronal, PIS/PASEP, CSLL e COFINS - Outras Contribuições Sociais: • Que podem ser criadas pela União, por lei complementar e de natureza não-cumulativa Obrigação Tributária A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária.” (CTN, Art. 113) Crédito Tributário O crédito tributário (art. 139 do CTN) torna-se exigível a partir do lançamento tributário, que é o ato administrativo pelo qual se dá exigibilidade à obrigação tributária, quantificando-a e qualificando-a. Neste momento, a relação jurídico-tributária passa a ser vista pelo contribuinte como obrigação tributária e pelo Fisco como crédito tributário. O lançamento, que está conceituado no art. 142 do CTN, é o ato por meio do qual se declara a obrigação tributária proveniente do fato gerador, operando-se efeitos desde então, em total consonância com o princípio da irretroatividade tributária. Lançamento do Crédito Tributário Lançamento é ato administrativo vinculado, não autoexecutório e privativo do Fisco, podendo haver, em seu processamento, uma participação maior ou menor do contribuinte no ato de lançar. De acordo com o CTN, são previstas as seguintes espécies de lançamento, em virtude da intensidade dessa participação do contribuinte: a)lançamento direto, de ofício ou ex officio (art. 149, I); b)lançamento misto ou por declaração (art. 147); c)lançamento por homologação ou autolançamento (art. 150). Lançamento do Crédito Tributário Lançamento direto ou unilateral É aquele lançamento realizado pela autoridade fiscal que, dispondo de dados suficientes em seus registros para efetuar a cobrança da exação, constitui o crédito tributário dispensando o auxílio do contribuinte. É também conhecido como lançamento de ofício ou ex officio. Memorize: o lançamento direto ou de ofício é procedimento constitutivo do crédito de iniciativa da Administração. Exemplos: IPTU (lançamento de ofício, por excelência), IPVA, taxas e contribuição de melhoria. Lançamento do Crédito Tributário Lançamento misto ou “por declaração” Nessa espécie, o Fisco constitui o crédito tributário a partir de informações fornecidas pelo contribuinte por meio de declaração, sem as quais o lançamento ficaria prejudicado. Memorize: o lançamento misto é um procedimento constitutivo do crédito de iniciativa da Administração. Exemplos: o imposto de importação e o imposto de exportação. Lançamento do Crédito Tributário Lançamento por homologação ou “autolançamento” No lançamento por homologação, o contribuinte participa direta e ativamente de sua formatação (cálculo e pagamento do tributo), cabendo ao Fisco tão somente o procedimento homologatório. Memorize: o lançamento por homologação é um procedimento constitutivo do crédito de iniciativa do contribuinte. Exemplos: ICMS, IR, IPI, PIS, COFINS, CSLL, entre tantos outros tributos, representando o maior volume de arrecadação. Decadência A decadência, no Direito Tributário, refere-se ao decaimento (ou perecimento) do estatal direito de constituição do crédito tributário pelo lançamento. Sua ocorrência prevê a extinção do crédito tributário (art. 156, V, do CTN). Nessa medida, o Fisco tende a proceder ao lançamento com o intuito de prevenir-se contra a decadência, ainda que o crédito esteja com a exigibilidade suspensa. Prescrição A prescrição tributária é o fato jurídico que implica a perda do direito de ajuizamento da ação de execução fiscal. Insere-se a prescrição no bojo do direito processual. Verificada a sua ocorrência, nula será a ação executiva (art. 803, I, do CPC/2015), e extinto estará o crédito tributário (art. 156, V, do CTN). Este inciso, aliás, traz a associação da extinção do crédito tributário à prescrição e à decadência. De fato, a prescrição é causa extintiva do crédito tributário. Equivocadamente, o CTN prevê tal extinção à decadência. É cediço que a decadência não pode extinguir algo que não nasceu e que, com ela, ficaria proibido de nascer. Suspensão do Crédito Tributário O CTN, em seu art. 151, enumera os seguintes casos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: I – Moratória; II – Depósito do montante integral; III – Reclamações e recursos administrativos; IV – Concessão de liminar em mandado de segurança ou em cautelar; V – Concessão de tutela antecipada em outras ações; VI – Parcelamento. Exclusão do Crédito Tributário Isenção A isenção é uma causa de exclusão do crédito tributário, consoante o inciso I do art. 175 do CTN. Não se confunde com a imunidade: esta tem respaldo constitucional; a isenção, legal. Seus efeitos desonerativos atingem a obrigação tributária principal, mantendo-se incólumes os deveres instrumentais do contribuinte, ou seja, as chamadas obrigações tributárias acessórias (art. 175, parágrafo único, do CTN). O contribuinte isento continuará obrigado às prestações positivas ou negativas que não correspondam ao pagamento de tributo (art. 113, § 2.º, do CTN). Exclusão do Crédito TributárioAnistia A anistia é uma causa de exclusão do crédito tributário, consoante o inciso II do art. 175 do CTN. Seus efeitos desonerativos atingem a obrigação tributária principal, mantendo-se incólumes os deveres instrumentais do contribuinte, ou seja, as chamadas obrigações tributárias acessórias (art. 175, parágrafo único, do CTN). Conceitua-se a anistia como o perdão das penalidades pecuniárias, concedido por lei, antes da constituição do crédito tributário. Somente pode ser aplicada a infrações cometidas antes da vigência da lei que a tiver concedido, operando efeito retrospectivo. É o que se depreende do caput do art. 180 do CTN. Extinção do Crédito Tributário Pagamento O pagamento, como fator extintivo do crédito tributário, está regulamentado nos arts. 157 a 169 do CTN, tratando-se de modalidade direta de extinção do crédito tributário, em função da desnecessidade de autorização legal para a sua efetivação. Por via de regra, o pagamento deve ser realizado em pecúnia (cheque, dinheiro ou equivalente). Nesse sentido, vale ressaltar que, com a edição da Lei Complementar n.º 104/2001, veio à baila uma nova possibilidade de extinção indireta do crédito tributário – porque depende de lei –, pela dação em pagamento, consoante o inc. XI do art. 156 do CTN. Extinção do Crédito Tributário Compensação A compensação tributária, delineada nos arts. 170 e 170-A do CTN, representa uma forma indireta (por via de lei) de extinção do crédito tributário, realizada pelo encontro de contas de créditos e débitos. A compensação não pode ser realizada por mera iniciativa do contribuinte, pois depende de lei que a autorize, mais, especificamente, de uma autorização do Poder Executivo (com apoio naquela lei para sua aplicação). Extinção do Crédito Tributário Transação A transação tributária, prevista no art. 171 do CTN, representa o acordo ou as concessões recíprocas que encerram um litígio instalado (arts. 840 a 850 da Lei n.º 10.406/2002), com reciprocidade de ônus e vantagens. Depende de lei que a conceda, sendo, portanto, uma forma indireta de extinção do crédito tributário. Extinção do Crédito Tributário Remissão A remissão tributária, delineada no art. 172 do CTN, é o perdão da dívida pelo credor. Traduz-se na liberação graciosa (unilateral) da dívida pelo Fisco. Tal instituto depende da existência de lei para sua aplicação. Exemplo: perdão (assimilação) de resíduos ínfimos quanto aos pagamentos de tributo (art. 172, III, do CTN). Extinção do Crédito Tributário Decadência e Prescrição A prescrição e a decadência são causas de extinção do crédito tributário. Vale dizer que estará extinto o crédito tributário caso o Fisco deixe de realizar o lançamento dentro do prazo previsto na lei (decadência), ou deixe de propor a execução fiscal em prazo legal (prescrição). Extinção do Crédito Tributário Conversão do Depósito em Renda Após decisão definitiva em sede administrativa ou judicial, favorável ao sujeito ativo, o depósito integral efetuado nos autos será convertido em renda em seu favor, provocando a extinção do crédito tributário. Vale lembrar que, ao longo do processo, tutelado pelo depósito garantidor, o crédito tributário fica com a exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, II, do CTN. Todavia, encerrada a demanda de maneira favorável à Fazenda, ocorre a extinção do crédito tributário e sua conversão em renda (art. 156, VI, do CTN). Observe o quadro adiante. Extinção do Crédito Tributário Pagamento Antecipado e Homologação do Lançamento No lançamento por homologação, a extinção do crédito tributário não se dá com o pagamento, mas com a sua contextual adição à homologação do lançamento (art. 150, §§ 1.º e 4.º, do CTN). Isso ocorre porque, no lançamento por homologação, tem-se uma antecipação de pagamento, dando-se ao Fisco um prazo decadencial de cinco anos, contados a partir do fato gerador, para que se faça a homologação. O transcurso do quinquênio decadencial sem manifestação do fisco denotará uma homologação tácita, e o sujeito ativo perderá o direito de cobrar uma possível diferença. Extinção do Crédito Tributário Consignação em Pagamento A consignação em pagamento é o instrumento hábil a garantir ao sujeito passivo o exercício de seu direito de recolher o tributo, nos termos do art. 164 do CTN, diante de: a) recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou penalidade, ou cumprimento de obrigação acessória; b) subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; c) exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. Aqui, desponta o vício de bitributação, cujos efeitos a consignatória visa coibir. Extinção do Crédito Tributário Consignação em Pagamento Encerrada a demanda, julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado, tornando extinto o crédito tributário, e a importância consignada será convertida em renda. Esta conversão ocorrerá em favor do sujeito ativo credor. Se julgada improcedente a consignação, no todo ou em parte, será cobrado o crédito, acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis Extinção do Crédito Tributário Decisão Administrativa Irreformável Esta causa extintiva diz respeito às decisões administrativas favoráveis ao contribuinte, uma vez que, se contrárias, não terão o condão de extinguir o crédito tributário, restando ao contribuinte a possibilidade de sua reforma na via judicial. Decisão Judicial Passada em Julgado A decisão judicial passada em julgado extingue o crédito tributário. A coisa julgada detém efeito absoluto, como regra, e nem mesmo a lei poderá prejudicá-la, conforme a previsão elencada no art. 5.º, XXXVI, in fine, da CF. Extinção do Crédito Tributário Dação em Pagamento para Bens Imóveis O CTN prevê a dação em pagamento como uma das formas de extinção do crédito tributário, apenas para o caso de bens imóveis. A tributária dação em pagamento representa modalidade indireta de extinção do crédito, por depender de lei autorizadora que a discipline. Obrigado!
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