Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 CURSO: TEC. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DISCIPLINA: SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS PROFº. ESP. RAMON GARCIA COMPREENDENDO O CONTEXTO HISTÓRICO DO TRABALHO E DA ADMINISTRAÇÃO DE REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------- Em meio a tantas mudanças vivenciadas no mundo moderno, o mercado de trabalho vive um momento de grandes transições e muitas adaptações. Envolto em tantas teorias e paradigmas, sobre como se deve viver, trabalhar e administrar, as organizações estão se adaptando a um ambiente onde o avanço da tecnologia e o desenvolvimento do conhecimento humano não são suficientes para se ter sucesso. O mundo está mudando com uma rapidez incrível, ou podemos dizer que está em constante evolução. No decorrer das últimas décadas, o ritmo e a força dessas mudanças refletiram diretamente nos contextos organizacionais. Fazendo uma rápida análise, podemos averiguar que o século XX – o chamado século das fábricas e das burocracias – passou por três etapas distintas, no que se refere a estrutura organizacional das empresas: Era industrial clássica, a era industrial neoclássica e a era da informação. ERA INDUSTRIAL CLÁSSICA – O período entre os anos de 1900 e 1950 ficou conhecido como a Escola de Administração Científica ou Escola Clássica, quando o homem era caracterizado como ser racional, capaz de tomar decisões e conhecer todas as variáveis que o afetam. O período de industrialização foi fundamental para o aparecimento da teoria administrativa. A industrialização clássica teve seu início no final do século XIX, como consequência direta da Revolução Industrial, e estendeu-se até a metade do século XX. É a etapa em que o capital financeiro passou a constituir a principal fonte de riqueza. Período em que houve o gradativo distanciamento entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos. O Brasil somente ingressou nessa era no início dos anos 1940 – com um atraso enorme, graças aos esforços do governo Vargas de iniciar a atividade siderúrgica no país. Esta era também foi caracterizada pelo modelo piramidal e centralizador e pela departamentalização funcional. As decisões e regras internas sobre disciplina e padronização do comportamento organizacional eram vindas do topo da pirâmide. Predominava uma cultura com fortes tradições, as pessoas eram consideradas como máquinas e capital da organização. As mudanças ainda eram lentas (CHIAVENATO, 2009). Nesse período predominaram as três abordagens tradicionais do contexto de gestão e administração: a Administração Científica, que enfatizava as tarefas no nível do operário, a Teoria Clássica e o Modelo Burocrático que valorizava a estrutura organizacional, e a Teoria das Relações Humanas, que ressaltava o papel das pessoas nas organizações. ERA INDUSTRIAL NEOCLÁSSICA - Ocorreu no período de 1950 até 1990 e significou uma etapa de forte transição no mundo dos negócios. O ambiente de negócios tornou-se mutável e, em alguns casos, instável devido as intensas mudanças sociais, culturais, econômicas e tecnológicas dessa época. A mudança ambiental trouxe desafios, como a rápida expansão dos mercados, novos produtos e processos, novas tecnologias e, sobretudo o surgimento de potencias emergente. O setor de Recursos Humanos, além das tarefas operacionais e burocráticas que ainda existiam, ficou responsável pelo recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, remuneração de pessoal, higiene e segurança do trabalho. A Era da Industrialização Neoclássica logo mais foi substituída por uma nova visão da ARH, em que a cultura organizacional passou a se concentrar no presente e na inovação. A tecnologia também se desenvolveu e começou a influenciar nas organizações, e as mudanças já estavam mais rápidas. Nos anos de 1970, surgiu a Teoria do Capital Humano, que foi a derivação da teoria econômica neoclássica, sendo apresentada sobre duas perspectivas. Na primeira, a melhor capacitação do trabalhador aparece como fator de aumento de produtividade. Na segunda perspectiva, se destacam as estratégias individuais, em que cada trabalhador avaliaria a sua relação de custo- benefício. No final do século XX, a Teoria do Capital Humano alcançou prestígio, referente às práticas e aos debates relacionados à segmentação do mercado de trabalho, a flexibilidade do trabalhador, assim como a qualidade total e preferência dos consumidores. 2 Uma nova realidade começou a mostrar os seus amplos contornos a globalização da economia e trouxe novos conceitos, como qualidade total, produtividade, competitividade, como formas de sobrevivência empresarial. Ao longo desse contexto surgem as novas abordagens na atuação dos processos administrativos e gerenciais nas organizações, principalmente no que diz respeito ao capital humano. ERA DA INFORMAÇÃO - O início da década de 1990 marca o começo da terceira etapa do mundo organizacional. Surge com o tremendo impacto provocado pelo desenvolvimento tecnológico e com a chama tecnologia da informação. A nova riqueza passa a ser o conhecimento, o recurso mais valioso e importante, substituindo o capital financeiro. Em seu lugar, surge o capital intelectual. Segundo Marras (2011), o gestor estratégico de pessoas refere-se a uma nova inteligência que permite à empresa raciocinar em termos mais humanistas, a fim de aproximar e estimular o comprometimento, produtividade e qualidade do seu colaborador. Atualmente é necessário que este profissional tenha visão horizontal, compreensão generalizada da estrutura organizacional e esteja capacitado a ter raciocínio lógico de cada área. A tecnologia da informação resultou na globalização da economia mundial e global, a competitividade se intensificou entre as organizações. O mercado de capitais passou a migrar de um continente para o outro em segundos à procura de investimentos mais rentáveis. O autor complementa que os departamentos se tornaram provisórios, os cargos e funções são redefinidos constantemente em razão das rápidas mudanças no ambiente e na tecnologia, os consumidores se tornaram mais exigentes e as organizações mais expostas às mudanças. A ARH foi substituída pela gestão de pessoas, em que as pessoas são vistas como seres inteligentes, dotadas de conhecimentos e habilidades, o capital mais importante das organizações (CHIAVENATO, 2012). Houve alteração no perfil profissional exigido pelas empresas: o perfil obediente e disciplinado perde espaço para um perfil autônomo e empreendedor. Segundo o autor, a mudança no padrão de exigência ocasionou na necessidade de uma cultura organizacional que estimulasse e apoiasse a 9 iniciativa individual, a criatividade e a busca autônoma de resultados para a empresa ou negócio. Da mesma forma, ocorre uma transformação no foco da Gestão de Pessoas, de modo que os sistemas tradicionais de gestão de pessoas inspirados no paradigma fordista e taylorista de administração, que sustentavam o controle das pessoas e consequentemente uma postura passiva, cedem espaço para uma gestão de pessoas orientada para a ideia de desenvolvimento mútuo. QUADRO COMPARATIVO: EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO E PROCESSOS ORGANIZACIONAIS. ERA INDUSTRIAL CLÁSSICA ERA INDUSTIAL NEOCLÁSSICA ERA DA INFORMAÇÃO 1900-1950 1950 - 1990 APÓS 1990 Início da Industrialização Pouca Mudança Previsibilidade Estabilidade e Certeza Desenvolvimento Industrial Aumento da mudança Fim da Previsibilidade Inovação Tecnologia da Informação (TI) Serviços Aceleração da Mudança Imprevisibilidade Instabilidade Administração Científica Teoria Clássica Relações Humanas Teoria da Burocracia Teoria Neoclássica Teoria Estruturalista Teoria Comportamental Teoria dos Sistemas Teoria da Contingência Ênfase na: Produtividade, Qualidade, Competitividade, Cliente,Globalização e Colaboradores. Salários não levavam em consideração a atividade realizada – o foco de investimento era na organização. Surgem as primeiras discussões sobre remuneração do trabalho. Reforçam-se as primeiras determinações legais para salários e remunerações para execução do trabalho. Aprimoramento dos modelos de remuneração nas organizações. Ampliam-se as discussões dos modelos remuneração estratégicas. OS SISTEMAS DE RECOMPENSAS NAS ORGANIZAÇÕES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------- Os sistemas de recompensa têm como principal objetivo recompensar de maneira justa o desempenho do trabalhador, tornando perceptível um clima de justiça e igualdade. Para isto, este sistema reúne um conjunto de iniciativas, instrumentos e metodologias coerentes e alinhadas com a estratégia da empresa, de natureza material e imaterial que constituem a contrapartida da contribuição prestada pelo colaborador 3 (empregado) aos resultados do negócio, através do seu desempenho profissional e se destinam a reforçar a sua motivação e produtividade. Os sistemas de recompensa além de incentivar os funcionários a colaborar com o crescimento da organização proporcionam um maior grau de comprometimento com a empresa, pois se sabe que as recompensas representam custos para a organização e se não forem obtidos retorno, torna-se muito difícil manter a continuidade do negócio. De acordo com Marras (2012) o Sistema de Recompensas é uma das práticas desafiantes para a Gestão de Recursos Humanos no século XXI. Este sistema deverá compensar os colaboradores tendo em conta o seu desempenho, as suas competências e os resultados organizacionais que beneficiam o negócio. Desta forma, existe um impacto na estrutura e nos resultados organizacionais. A atração e a retenção dos “melhores” colaboradores deve ser um dos objetivos da criação de um Sistema de Recompensas de forma estruturada, pois ter os “melhores” colaboradores numa organização torna-se uma mais-valia para subsistir num ambiente cada vez mais competitivo. ASPECTO LEGAL DOS SISTEMAS DE RECOMPENSAS NAS ORGANIZAÇÕES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------- Constituição da República Federativa do Brasil (1988) – Lei fundamental e suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade em todas as demais esferas normativas, situando-se no topo do ordenamento jurídico brasileiro. O capítulo II da Constituição Brasileira, ao tratar sobre os Direitos e Garantias Fundamentais – Dos direitos sociais em seu artigo 7, afirma que: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social.” DISPOSIÇÕES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL SOBRE O TRABALHO / REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III – fundo de garantia do tempo de serviço; IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Inciso com redação dada pela EC nº 20, de 1998) XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV – aposentadoria; XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Inciso com redação dada pela EC nº 53, de 2006) XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Inciso com redação dada pela EC nº 28, de 2000) a) (Alínea revogada pela EC nº 28, de 2000) b) (Alínea revogada pela EC nº 28, de 2000) XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Inciso com redação dada pela EC nº 20, de 1998) XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. Consolidação das Leis do Trabalho (1943) – A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é uma compilação de leis trabalhistas brasileiras, elaborada no governo do então Presidente Getúlio Vargas e promulgada no Brasil em 1º de maio de 1943 por meio do Decreto-Lei n. 5243. Nesse documento legal, https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ordenamento_jur%C3%ADdico https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordenamento_jur%C3%ADdico 4 foram reunidas normas de direito individual e coletivo de trabalho, de fiscalização do trabalho e de direito processual do trabalho. Disposições da CLT sobre EMPREGADOR e EMPREGADO: Art. 2º: Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos de atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Art. 3º: Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Disposições da CLT sobre JORNADA DE TRABALHO: Art. 58. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, 25CLT não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. Art. 58 - A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a 26 (vinte e seis) horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até 6 (seis) horas suplementares semanais. § 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. Disposições da CLT sobre SALÁRIO: Art. 5o A todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual sem distinção de sexo. Art. 64. O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa duração. Parágrafo único. Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de trabalho por mês. Art. 65. No caso do empregado diarista, o salário-hora normal será obtido dividindo-se o salário diário correspondente à duração do trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número de horas de efetivo trabalho. Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. Art. 76. Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Art. 78. Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona. Parágrafo único. Quando o salário mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário mínimo, vedado qualquer desconto em mês subsequente a título de compensação. Disposições da CLT sobre FÉRIAS: Art. 129. Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Art. 130. Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: Art. 139. Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. § 1o As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. Art. 142. O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. § 1o Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se- á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias. § 2o Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por base a média da produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias. § 3o Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precederem à concessão das férias. § 4o A parte do salário paga em utilidades será computada de acordo com a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social. § 5o Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias. § 6o Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme será computada a média duodecimal recebida naquele período, após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes. Disposições da CLT sobre PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE: Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; II – roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. § 1o O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. 5 Disposições da CLT sobre CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO: Art. 442. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Art. 445. O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias. Art. 452. Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de seis meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente será celebrado por escrito e registrado na CTPS, ainda que previsto acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva, e conterá: I – identificação,assinatura e domicílio ou sede das partes; II – valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno e observado o disposto no § 12; III – o local e o prazo para o pagamento da remuneração. Disposições da CLT sobre REMUNERAÇÃO: Art. 457. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e de função e as comissões pagas pelo empregador. § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, limitadas a cinquenta por cento da remuneração mensal, o auxílio- alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, as diárias para viagem e os prêmios não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de encargo trabalhista e previdenciário. § 3o Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. § 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. § 22. Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador, até duas vezes ao ano, em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado, grupo de empregados ou terceiros vinculados à sua atividade econômica em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. § 23. Incidem o imposto sobre a renda e quaisquer outros encargos tributários sobre as parcelas referidas neste artigo, exceto aquelas expressamente isentas em lei específica. III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; Convenção Coletiva de Trabalho De acordo com a CLT - Art. 611. Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, observados os incisos III e VI do caput do art. 8o da Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; II – banco de horas anual; III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015; V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; VI – regulamento empresarial. Atividade Complementar: Realizar pesquisa sobre a Convenção Coletiva 2018-2019 dos setores – Indústria, Comércio, Cargas/Logística, Saúde. REMUNERAÇÃO, SALÁRIO E BENEFÍCIO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------- Remuneração Como vimos anteriormente, a CLT em seu Art. 457 aponta que: Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. De acordo com Chiavenato (2012) a remuneração constitui tudo quanto o empregado aufere como consequência do trabalho que realiza em uma organização. A soma de tudo o que é periodicamente pago aos empregados por serviços prestados: salários, gratificações, adicionais, tais como: periculosidade, insalubridade, tempo de serviço, trabalho noturno, horas extra, DSR, Décimo terceiro salário, entre outros (FRANCO, 2014). Salário A CLT em seu Art. 76 aponta que salário é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de 6 serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Valor financeiro pago diretamente pelo empregador ao empregado em razão da prestação dos serviços, destinando-se a satisfazer suas necessidades profissionais e pessoais (MARRAS, 2012). Sob o enfoque de Chiavenato (2014) o salário é o valor financeiro legal destinado a recompensar a prestação de serviços realizado pelo empregado em função do contrato de trabalho. Benefício Os benefícios são aspectos indiretos da remuneração total dos empregados, inclui remuneração fora do trabalho. (MARRAS, 2012) O benefício está ligado a evolução do conhecimento da responsabilidade social das empresas. O motivo do crescimento do benefício foi os seguintes fatores; atitude e perspectiva dos colaboradores quanto aos benefícios, requisito do sindicato, concorrência entre as empresas pelos profissionais bons, tanto para mantê-los como para atraí-los. (CHIAVENATO, 2014). O benefício além de ser competitivo no mercado de trabalho é também usado para conservar as condições físicas, sociais e mentais dos colaboradores (CAMPOS, 2014). Importante destacar que os benefícios podem ser compreendidos em benefícios legais (inclusos na remuneração: Férias, décimo terceiro salário, DSR, entre outros) e benefícios espontâneos: Previdência particular, planos de lazer/ entretenimento, seguros adicionais, plano de saúde (salve não exigido pela convenção coletiva). São considerados benefícios: Plano de assistência médica e odontológica, Seguro de Vida, Plano de academias, creches, moradia, descontos em redes, entre outros. MODELOS DE REMUNERAÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------- Com as mudanças que vem ocorrendo nas empresas não faz sentido recompensar apenas com uma contribuição baseado nas atribuições e responsabilidades e sim definir a remuneração como um fator impulsionador de melhorias e aumento da competitividade. Existem várias maneiras de remuneração que vem surgindo com objetivo de reforçar o vínculo entre as empresas e seus funcionários, e podem ser classificadas nos seguintes grupos: remuneração estratégica, remuneração funcional, remuneração por habilidades, remuneração por competência, salário indireto ou plano de benefícios, planos privados de aposentadoria, remuneração por resultados e participação nos lucros e remuneração acionária. A seguir abordaremos as mais utilizadas no contexto organizacional. Remuneração Estratégica A remuneração estratégica tem como objetivo beneficiar o colaborador com outras formas de pagamentos, complementando, assim, o sistema de remuneração tradicional. Com isso o funcionário se sente mais motivado a alcançar melhores resultados a alguma meta proposta, além de sentir mais valorizado (FRANCO, 2014). A remuneração estratégica pode ser considerada como uma combinação equilibrada de diferentes formas de remuneração, visando alinhar a remuneração a estratégia da organização, harmonizando interesses, ajudando a gerar consensos e atuando como alavanca de resultados. Pode ser classificada em: Remuneração Funcional, Remuneração por Habilidades, Remuneração por Competências, Remuneração Variável, entre outras (CAMPOS, 2014). Remuneração Funcional A remuneração funcional é a forma maistradicional utilizada pelas empresas para recompensar os colaboradores pelo trabalho exercido. Também conhecida como Plano de Cargos e Salários (PCS), o sistema de remuneração mais usual nas empresas em geral. O PCS é interessante para aquelas empresas que sofreram uma rápida expansão ou grandes transformações em um curto espaço de tempo. A remuneração funcional é implantada em conjunto com um sistema de cargos e salários para a adoção de conceitos que ajudarão a promover o equilíbrio interno; contudo, o sistema de remuneração funcional promove o equilíbrio interno e externo. O equilíbrio externo consiste na adequação dos salários da empresa em relação aos valores praticados no mercado, em função de pesquisas salariais e o equilíbrio interno ocorre após avaliação de todos os cargos e aplicação de 7 uma regra geral para estabelecimento dos salários, gerando um sentimento de justiça entre os empregados (ZANELLI, 2014). Remuneração por Habilidades A remuneração por habilidade é aquela em que o colaborador é remunerado a partir do conhecimento ou habilidade e não apenas em função do cargo que ocupa como é característica da remuneração funcional. Campos (2014) conceitua este tipo de remuneração estratégica como a que é determinada pela formação e capacitação dos colaboradores, ou seja, é o tipo de remuneração em que recompensa os profissionais pelos conhecimentos e habilidades exigidas para seu desempenho. O foco da remuneração por habilidade está na pessoa e não no cargo para justificar as diferenças salariais. Por isso que os colaboradores são pagos pelas habilidades que possuem relacionadas ao trabalho e não pelo cargo específico que eles estão desempenhando. O pagamento por habilidades procura reconhecer, fundamentalmente, o nível de capacitação dos profissionais, ou seja, os empregados são pagos pelas habilidades que possuem relacionadas ao trabalho, em vez de pelo cargo específico que eles estão desempenhando (o que eles estão fazendo). Remuneração por Competências A competência pode ser definida como um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes que afeta a maior parte do trabalho de uma pessoa, e que se relaciona com o desempenho no trabalho. A competência pode ser mensurada, quando comparada com padrões estabelecidos e desenvolvida por meio de avaliação de desempenho, treinamento e resultados (ZANELLI, 2014). O sistema de remuneração por competências dos profissionais consiste em identificar e avaliar o desenvolvimento e reconhecimento de habilidades e conhecimentos que os profissionais devem ter para desempenhar as funções, em suas bases práticas e resultados mensuráveis. Várias organizações iniciaram estudos para que a remuneração fosse de acordo com as competências, procurando identificar os conhecimentos, comportamentos e atitudes que os profissionais deveriam possuir para enfrentar a nova realidade e desempenhar melhor suas tarefas. Remuneração Variável Diferentemente da remuneração tradicional, a remuneração variável é uma forma de recompensa que utiliza critérios preestabelecidos (os mais utilizados são produtividade, resultados e lucros) para determinar o montante a ser pago aos funcionários no final de cada exercício (CHIAVENATO, 2014). Existem várias formas de remuneração variável, mas todas sempre têm o mesmo objetivo: alinhar e convergir esforços para melhorar o desempenho da empresa. A famosa prática de remuneração por comissão ou bonificação, é um exemplo claro de remuneração variável nos dias de hoje. As organizações também têm frequentemente utilizado à remuneração variável a partir de programas de participação nos lucros, que é baseada em resultados globais, e/ou programas de participação nos resultados, que é fundamentada em metas e objetivos negociados entre empresa e empregado (FRANCO, 2014). Participação de Lucros Um programa de participação nos lucros é um sistema pela qual uma organização distribui anualmente entre seus funcionários uma certa proporção de seus lucros. Já a participação nos resultados é definida por Chiavenato (2014) como uma percentagem ou fatia de valor com que cada pessoa participa dos resultados da empresa ou do departamento que ajudou a atingir através do seu trabalho pessoal ou em equipe. A participação nos lucros e/ou nos resultado é utilizada visando melhorar tanto a lucratividade, por meio dos indicadores financeiros, quando a produtividade das empresas, por meio dos indicadores de resultado. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil (1988). Brasília: Câmara dos Deputados, 2018. BRASIL. Consolidação das leis do trabalho (1943) – CLT e normas correlatas. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017. CHIAVENATO, I. Remuneração, Benefícios e Relações de Trabalho. São Paulo, 2012. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. Rio de Janeiro: Campus, 2014. FRANCO, J. O. Cargos, salário e remuneração. Curitiba: Iesd, 2014. MARRAS, J.; NETO, P. Remuneração estratégica. São Paulo: Campus, 2012. ZANELLI, J. C. Organizações e Trabalho no Brasil. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Compartilhar