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APX2 2020.1 LPIn2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
Avaliação Presencial 2 (AP2) – 2020.1
Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental 
Coordenadora: Profa. Helena Feres Hawad
PRAZO FINAL PARA POSTAGEM: 07/06 - 10h
INSTRUÇÕES
· Esta prova contém um texto e nove questões, no total de cinco páginas (incluindo esta página com cabeçalho e instruções).
· Digite suas respostas no próprio arquivo da prova (em Word) após o enunciado de cada questão.
· Ao terminar de responder e revisar todas as suas respostas, salve o arquivo em formato PDF e entregue por meio da ferramenta especialmente criada para essa finalidade na sala de aula virtual da disciplina.
· Observe o prazo para entrega da prova. Nenhuma prova será aceita após o fim do prazo, em nenhuma hipótese. É recomendável fazer a postagem com antecedência para evitar contratempos na última hora.
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· A prova é individual. É permitida a consulta a materiais de estudo, mas não a pessoas. Casos documentados de cópia (“cola”) receberão nota zero.
 
BOM TRABALHO!
O texto abaixo é uma seção de um artigo acadêmico. Após lê-lo, responda às questões que seguem.
Marcos Internacionais: da Educação Especial à Educação Inclusiva
De maneira geral, o qualificativo especial refere-se a uma característica considerada diferente em relação à ordem comum ou habitual. É neste sentido que Woodill e Davidson (1989), inspirando-se em Wittgenstein e em Foucault, analisam a Educação Especial como um jogo de linguagem e como um discurso profissional sobre a diferença. Para eles, a palavra especial é mistificadora pois pode enfatizar os indivíduos considerados como sendo especiais e, portanto, passíveis de serem objetos de medidas educativas estigmatizantes e excludentes; ou pode destacar a própria educação em si, mas sem uma correspondência evidente com um tipo de público-alvo. Neste sentido, as palavras e as metáforas seriam utilizadas pelos profissionais, antes de tudo, para estabelecer seu próprio poder com o argumento de seu conhecimento, por exemplo, sobre a anormalidade. O vocabulário do especial é, portanto, também visto como um fator essencial da manutenção de uma cultura da separação (Plaisance, 2008).
No entanto, no contexto internacional, principalmente desde os anos 1990, as críticas contra a Educação Especial se multiplicaram e valorizaram a noção de integração. O encontro de Salamanca, organizado em 1994 pela UNESCO (The United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) e que reuniu representantes de 92 países (aparentemente sem a representação formal do Brasil), é considerado como o momento chave nas evoluções internacionais. A declaração adotada oficialmente afirma, por exemplo, que o
Princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem […] Educação Inclusiva é o modo mais eficaz para construção de solidariedade entre crianças com necessidades educacionais especiais e seus colegas. O encaminhamento de crianças a escolas especiais ou a classes especiais ou a sessões especiais dentro da escola em caráter permanente deveriam constituir exceções (Unesco, 1994).
No entanto, a mesma declaração sugere, com cautela, as transformações desejáveis do especial:
A situação com respeito à Educação Especial varia enormemente de um país a outro. Existem, por exemplo, países que possuem sistemas de escolas especiais fortemente estabelecidos para aqueles que possuem impedimentos específicos. Tais escolas especiais podem representar um valioso recurso para o desenvolvimento de escolas inclusivas [...]. (Unesco, 1994).
Mais concretamente, esta declaração solene define um quadro de ação para a educação e as necessidades educativas especiais, adotando este novo vocabulário, que se diferencia daquele da deficiência. Promove escolas que praticam uma educação integradora, que se aplica à diversidade dos alunos, mas conserva, ainda, um lugar para as estruturas especiais (estabelecimentos ou classes), desde que elas sejam projetadas como centros de recursos, utilizando as competências de suas equipes para disponibilizar apoio pedagógico às escolas regulares. Esta linha de pensamento é crítica do especial, ao mesmo tempo em que reconhece a sua utilidade provisória diante dos desafios enfrentados na promoção de uma escola para todos.
A partir dos anos 2000, a UNESCO adotou um vocabulário bem diferente. A noção de inclusão passa a ocupar o primeiro plano, e o público-alvo escolar é caracterizado por sua diversidade, não se limitando aos alunos que têm necessidades especiais. Assim, os “princípios diretores para a inclusão na educação” (Unesco, 2009) fazem referência ao conjunto dos educandos e não a um tipo específico de alunos:
A Educação Inclusiva reforça a capacidade do sistema educativo para atingir todos os educandos, e pode então ser compreendida como uma estratégia para realizar a educação para todos. Portanto, a educação é considerada como um processo que visa a consideração e a satisfação das necessidades de todos. (Unesco, 2009).
Sobre o papel do educador em um contexto de Educação Inclusiva, os guias práticos da UNESCO estipulam claramente que é preciso superar a educação de necessidades especiais em direção ao paradigma mais amplo da Educação Inclusiva, pois se trata de adotar uma visão holística da educação para todos os educandos (Unesco, 2013). A declaração da UNESCO de 2015 em Incheon (República da Coreia) dá ainda mais um passo, articulando inclusão, igualdade e qualidade em favor das aprendizagens e adotando a seguinte formulação: “Garantir uma Educação Inclusiva e equitativa de qualidade e promover possibilidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”.
Portanto, foi o termo diversidade que se tornou central na implementação de uma escola para todos. Nesta ampliação dos públicos, percebe-se uma ambição política que faz da promoção da diversidade uma base de desenvolvimento social e mesmo econômico.
Essas orientações internacionais foram amplamente divulgadas pela UNESCO e por outras organizações, como a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). No entanto, a aplicação dessas orientações varia bastante de acordo com o país, pois elas se inserem nos contextos históricos, culturais e institucionais próprios a cada um deles (Benoit; Plaisance, 2009; Rahme, 2013). [...] Segundo Ebersold, Plaisance e Zander (2016, p. 28), “[…] o que caracteriza e diferencia as abordagens nacionais entre elas são as concepções, representações e racionalidades em torno das quais se organizam os sistemas escolares”. Alguns países adotam uma abordagem essencialista das necessidades educativas especiais, concentrando-se, principalmente, nas dificuldades do aluno e situando-o em uma margem em relação a um padrão escolar. Medidas específicas de apoio são então implementadas, incluindo aulas especiais, por exemplo, para os alunos considerados como os mais deficientes. Outros países adotam uma abordagem universalista que considera antes de tudo as capacidades dos sistemas escolares de serem acessíveis a todos e oferecem, portanto, uma visão mais ampla dos públicos escolares. O principal desafio é, então, pensar “[…] a necessidade educativa não a partir do aluno, mas a partir do meio e da interação educativa que cerca a criança” (Ebersold; Plaisance; Zander, 2016, p. 34).Neste caso, estamos lidando mais com sistemas educacionais considerados como ambientes de vida, onde os objetivos educativos não se limitam à aprendizagem escolar, mas visam uma educação total da criança. De maneira geral, “[…] a abertura dos sistemas educativos à diferença, além da criação de dispositivos ou da mobilização de técnicas ou de procedimentos, depende das expectativas do sistema escolar em termos de acesso, de sucesso e de inserção social” (Ebersold; Plaisance; Zander, 2016, p. 30).
PLAISANCE, Éric. O Especial na Educação: significados e usos. Educação & Realidade. vol.44. no.1. mar. 2019. Adaptado.
Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-62362019000100202&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
	1. (1,0) Apresente resumidamente, com suas palavras, a crítica ao uso do adjetivo “especial” com relação à Educação, segundo o texto.
	2. (1,0) Explique em que sentido, segundo o texto, a “Educação Inclusiva” é mais ampla que a “Educação Especial”.
	3. (1,0) Aponte o evento que representou um marco importante na evolução do conceito de Educação Inclusiva, segundo o texto.
	4. (1,0) Transcreva do texto a frase que melhor sintetiza os motivos pelos quais as orientações da UNESCO não se aplicam de igual modo em todo o mundo.
	ATENÇÃO: Transcreva toda essa frase, e somente essa frase.
	5. (1,0) Reescreva a frase a seguir (retirada do último parágrafo do texto), conforme se pede em a e b abaixo, conservando ao máximo o sentido original.
	Alguns países adotam uma abordagem essencialista das necessidades educativas especiais.
	a. Empregue a voz passiva e comece assim:
	Em alguns países, 
	b. Empregue o clítico se e comece assim:
	Em alguns países, 
	6. (1,0) As frases abaixo (retiradas do sétimo parágrafo do texto) foram modificadas, e suas novas versões precisam ser completadas com a, à, as ou às. Escreva, no espaço entre os colchetes, a alternativa adequada em cada caso.
a. O público-alvo escolar é caracterizado por sua diversidade, não se limitando aos alunos que têm necessidades especiais.
O público-alvo escolar é caracterizado por sua diversidade, não se limitando [ ] crianças que têm necessidades especiais.
b. Assim, os “princípios diretores para a inclusão na educação” (Unesco, 2009) fazem referência ao conjunto dos educandos e não a um tipo específico de alunos.
Assim, os “princípios diretores para a inclusão na educação” (Unesco, 2009) fazem referência ao conjunto dos educandos e não [ ] uma classe específica de alunos.
	7. (1,0) Reescreva a frase abaixo (retirada do último parágrafo do texto), substituindo o pronome onde por outro pronome relativo, em conformidade com a norma padrão.
Neste caso, estamos lidando mais com sistemas educacionais considerados como ambientes de vida, onde os objetivos educativos não se limitam à aprendizagem escolar.
	8. (1,0) Justifique o emprego das vírgulas no fragmento abaixo (retirado do segundo parágrafo do texto).
No entanto, no contexto internacional, principalmente desde os anos 1990, as críticas contra a Educação Especial se multiplicaram e valorizaram a noção de integração.
	9. (2,0) Organize uma lista de referências bibliográficas com os livros abaixo, em conformidade com o padrão convencional exigido em textos acadêmicos.
Livro 1
Título: Retratos do Mal-Estar Contemporâneo na Educação
Autor: Rinaldo Voltolini
Editora: Escuta
Ano: 2014
Cidade: São Paulo
Livro 2
Título: Inclusão Escolar
Autor: Maria Teresa Mantoan
Editora: Moderna
Ano: 2003
Cidade: São Paulo
Livro 3
Título: Educação Inclusiva
Autor: Kelly Cristina da Silva
Editora: Escuta
Ano: 2016
Cidade: São Paulo

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