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CURSO - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DISCIPLINA: FÍSICA 2 TEMA: DINÂMICA DOS FLUIDOS Os fluidos apresentam comportamentos extremamente difíceis de se estudar, pois em certas circunstâncias observam-se turbulências que dão origens a movimentos caóticos. Turbulências são extremamente relevantes em asas de avião ou mesmo em coágulos no sangue que podem dar origem a trombose, por exemplo. Vamos aqui nos restringir aos fluidos ideais. Eles possuem as seguintes características: são incompressíveis; não há resistência intrínseca que os impeça de fluir; podem rotacionar, mas suas partículas são irrotacionais. Por exemplo, no caso de uma seringa, quando empurramos um fluido com o êmbolo, a força é igualmente transferida para todo o fluido. Caso o contrário, haveria uma compressão. Uma implicação importante sobre a incompressibilidade de fluidos é que todo o fluido que entra por uma superfície será o mesmo que sai por outra superfície. Você provavelmente já observou que é possível aumentar a velocidade da água que sai de uma mangueira de jardim fechando parcialmente o bico da mangueira com o polegar. Esta é uma demonstração prática do fato que a velocidade da água depende da área de seção reta através da qual a água escoa. Considere o escoamento de um fluido para a direita no segmento do tubo de comprimento L representado pela figura 1. Figura 1. Fluido escoando da esquerda para a direita em um tubo de comprimento L. A velocidade do fluido é v1 na extremidade esquerda e v2 na extremidade direita. A área da seção reta do tubo é A1 na extremidade esquerda e A2 na extremidade direita. Suponha que em um intervalo de tempo Δt um volume ΔV do fluido entre no segmento de tubo pela extremidade esquerda. Como o fluido é incompressível, um volume igual ΔV deve sair pela extremidade direita do tubo. Figura 2. Elemento do fluido escoando com velocidade constante. Podemos usar este volume ΔV comum às duas extremidades para relacionar as velocidades e áreas. Para isso, consideremos primeiramente a figura 2, que mostra uma vista lateral de um tubo de seção reta uniforme de área A. Na figura, se a velocidade do elemento e é v, durante um intervalo de tempo Δt o elemento percorre uma distância Δx = vΔt ao longo do tubo. O volume ΔV do fluido que passa pela reta tracejada durante este intervalo de tempo é Δ𝑉 = 𝐴Δ𝑥 = 𝐴𝑣Δ𝑡 Considerando as duas extremidades do segmento de tubo, temos: Δ𝑉 = 𝐴1𝑣1Δ𝑡 = 𝐴2𝑣2Δt ou 𝐴1𝑣1 = 𝐴2𝑣2 Esta relação entre velocidade e área da seção reta é chamada de equação de continuidade para o escoamento de um fluido ideal. A velocidade do escoamento aumenta quando a área da seção reta através da qual o fluido escoa é reduzida ( como acontece quando fechamos parcialmente o bico de uma mangueira de jardim com o polegar). A figura 3 mostra um tubo através do qual um fluido ideal escoa com vazão constante. Suponha que, em um intervalo de tempo Δt, um volume ΔV do fluido entra pela extremidade esquerda do tubo e um volume igual sai pela extremidade direita do tubo. Como o fluido é incompressível, com um massa específica ρ, o volume que sai deve ser igual ao volume que entra. Sejam 𝑦1, 𝑣1 e 𝑝1 a altura, a velocidade e a pressão do fluido que entra do lado esquerdo, e 𝑦2, 𝑣2 e 𝑝2 os valores correspondentes do fluido que sai do lado direito. Aplicando ao fluido a lei de conservação da energia, esses valores estão relacionados através da relação matemática conhecida como equação de Bernoulli 𝑝1 + 𝜌𝑣1 2 2 + 𝜌𝑔𝑦1 = 𝑝2 + 𝜌𝑣2 2 2 + 𝜌𝑔𝑦2 Onde o termo 𝜌𝑣² 2 é chamado de energia cinética específica (energia cinética por unidade de volume) do fluido. Podemos escrever a equação acima na forma 𝑝 + 𝜌𝑣2 2 + 𝜌𝑔𝑦 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 Figura 3. Fluido escoando da esquerda para a direita através de um comprimento L de um tubo. Uma previsão importante da equação de Bernoulli surge quando supomos que 𝑦 é constante, ou seja, que a altura do fluido não varia. Nesse caso, temos 𝑝1 + 𝜌𝑣1 2 2 = 𝑝2 + 𝜌𝑣2 2 2 Logo, se a velocidade de um fluido aumenta enquanto ele se move horizontalmente ao longo de uma linha de fluxo, a pressão do fluido diminui, e vice-versa. A relação entre uma mudança de velocidade e uma mudança de pressão faz sentido quando consideramos um elemento do fluido. Quando o elemento se aproxima de uma região estreita a pressão mais elevada atrás dele o acelera, de modo que ele adquire uma velocidade maior. Quando o elemento se aproxima de uma região mais larga a pressão maior à frente o desacelera, de modo que ele adquire uma velocidade menor. A equação de Bernoulli é estritamente válida apenas para fluidos ideias. AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE MATERIAL DE APOIO AO ESTUDO FORAM EXTRAÍDAS DAS SEGUINTES PUBLICAÇÕES: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física 2 : Gravitação, Ondas e Termodinâmica. 9ª ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 2012, v.2. YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A.. Física 1. 14ª ed. São Paulo: Pearson – Addison Wesley, 2016, v.2.
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