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FRANCISCO DOS SANTOS NETO A IMPORTÂNCIA DO JUDÔ "DA" ESCOLA Artigo apresentado para finalização do curso de Metodologia do Ensino Superior do Centro de Estudos de Pós- Graduação Olga Mettig. SALVADOR – 2001 A IMPORTÂNCIA DO JUDÔ "DA" ESCOLA Francisco dos Santos Neto* Resumo: O presente trabalho trata sobre a importância da prática do Judô no contexto escolar, procurando mostrar suas razões históricas e pedagógicas para ser incluído como conteúdo da Educação Física escolar com o objetivo de contribuir junto com as demais áreas formativas da educação integral. INTRODUÇÃO Este artigo objetiva apresentar a importância do Judô no contexto escolar através de uma análise comparativa do judô "na" escola com o judô "da" escola . Procuramos iniciar essa explanação através do histórico do judô desde seu nascimento em 1882, pelo seu mestre fundador Jigoro Kano, relatando lendas sobre sua origem, a transição do ju jitsu antigo ao judô moderno, a introdução no Brasil no início do Século XX pelos primeiros imigrantes japoneses. Em seguida, relacionamos os princípios fundamentais do judô, os quais Kano filosoficamente define o Espírito do Judô. Apresentamos também uma cronologia da vida de Jigoro Kano que demonstra uma larga relação com a educação nos cargos assumidos ao longo de sua vida e logo após faremos a diferença entre o judô "na" escola do judô "da" escola mostrando o objetivo de cada um para que aliado a esses objetivos possamos mostrar a sua razão pedagógica. Finalizamos com uma proposta de ensino do judô no contexto escolar na qual não pretendemos apresentá-la como única ou como melhor prática pedagógica, mas, uma vertente baseada em várias fontes que nem por isso, deixa de ser bastante particular. * Licenciado em Educação Artística pela Universidade Católica do Salvador – UCSal. e Licenciado em Educação Física pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. HISTÓRICO DO JUDÔ O que é Judô? O conceito de Judô – Ju (delicadeza, suavidade), dô (caminho) Então Judô significa, Caminho da delicadeza, da suavidade. O Judô é um esporte e doutrina criado pelo professor Jigoro Kano. Com a revolução de costumes que abalou o Japão a partir de 1868, dedicou-se ele a viver o Ju-Jitsu, partindo de escolas e de antigos mestres. Lançou então, um método próprio, a que chamou Judô, eliminando os golpes mais lesivos (socos , pontapés) porque a finalidade já não era mais formar guerreiros, mas cidadãos pacíficos ao contrário do Ju-Jitsu antigo. O Judô esportivo atual resultou da incrementação das competições (shiais) que antes visavam apenas a verificar o avanço técnico. Hoje, existem campeonatos mundiais e continentais e o Judô tornou-se esporte olímpico. O seu maior núcleo de ensino e divulgação é o Instituto Kodokan, em Tóquio, fundado pelo professor Jigoro Kano em 1882. Sendo assim, em 1882, nasce o Judô da Kodokan, o grande caminho de todo mundo. Do Ju-Jitsu, arte marcial ao Judô moderno, houve uma grande reviravolta e desde então, desenvolveu-se cada vez mais a parte espiritual. Quarenta anos após esse fecho situava-se nos dois enunciados: o uso da energia para o bem e o progresso próprio e dos outros. O mestre Kano divulgando para o mundo inteiro através do judô esses grandes conceitos declarou: O Judô da Kodokan não desaparecerá com minha morte. Basta pesquisar e estudar com base naqueles conceitos. LENDAS SOBRE A ORIGEM DO JUDÔ "No início havia duas lendas, transmitida de boca em boca durante milênios. Conta uma destas lendas que, certa vez um menino chinês, de nome Li-tei-feng, observou assustado como, durante uma grande tempestade, as maiores árvores eram arrancadas e os galhos mais grossos dobrados. Salvou-se apenas uma pequena arvorezinha. Ela simplesmente inclinou sua copa até o chão. Mas quando a tempestade parou de arrasar tudo na sua frente, a arvorezinha levantou a copa e estava lá, tal como antes. O local desta lenda – em algum lugar no centro da China – ainda hoje é considerado o local de nascimento do principio do Judô "ceder para vencer". Outra lenda de tradição japonesa, fala de um salgueiro e de uma cerejeira no inverno. Os galhos de cerejeira quebravam tal fósforo sob o peso da neve, enquanto que o salgueiro, flexível, cedia, fazia a neve escorregar e não lhe dava chance de pressioná-lo. Outra vez o mesmo princípio de "ceder para vencer". Pode ser que essas duas ocorrências apadrinharam – em algum lugar, alguma época e de alguma forma – realmente o aparecimento e desenvolvimento do Ju-Jitsu. Mas não existem prova de que realmente foi assim."(VELTE, 1989, p.7) DO JU-JITSU AO JUDÔ "O sistema de Ju-jitsu de Jigoro Kano é o mesmo que, ainda hoje, é ensinado nos países do Ocidente e é considerado bem moderno muito embora Kano tivesse passado, após poucos meses, do perigoso Ju-jitsu para o esporte suave Jiu-Do (hoje Judô – o caminho suave). Em primeiro lugar ele não via qualquer valor educativo no violento Ju-jitsu; este sistema de defesa nem era adequado para duelos na esteira, e finalmente ele não achou belos nem elegantes os seus movimentos. Enfim: Kano eliminou todos os golpes perigosos do Ju-jitsu e incorporou apenas alguns golpes e jogadas no chão. A partir daí o novo Kano-Judô tornou-se cada vez mais popular. Logo ele conquistou o Japão inteiro. Jigoro Kano fundou, a maior academia de Judô, Kodokan, que existe ainda em Tóquio, embora bastante modernizada. O Kodokan é considerado, hoje em dia, a MECA dos fãs do Judô do mundo inteiro. Quando os praticantes de Judô fazem o seu cumprimento diante do oponente durante o treino, este significa ao mesmo tempo uma homenagem ao grande princípio do Judô de Kano. Na época, um número cada vez maior de colaboradores juntaram-se a ele, atraído principalmente pelo princípio moral que servia de fundo para este esporte." (VELTE, 1989, p.8) VITÓRIA DO JUDÔ SOBRE O JU-JITSU O maior êxito foi alcançado pelo Judô quando os alunos de Kano enfrentaram conservadores lutadores de Ju-jitsu e venceram espetacularmente. Isto aconteceu em 1890, ano da grande decisão entre a Escola Totsuca de Ju-jitsu e o Kodokan. Treze alunos do Kodokan ganharam vitórias nítidas e apenas dois empataram. O JUDÔ NO BRASIL O Judô no Brasil foi introduzido no início do Século XX pelos primeiros imigrantes japoneses que vieram trabalhar na lavoura do café em fazendas localizadas nos estados de São Paulo e Paraná. O Brasil teve dois grandes mestres desse esporte que lamentavelmente passaram despercebidos diante de nosso público devido a imprensa especializada dar valor apenas ao Futebol. Foram eles Ryuzo Ogawa e Sensei Ono. Ryuzo Ogawa foi uma das maiores autoridades mundiais em Judô tendo nascido no ano que Jigoro Kano fundou a Kodokan e iniciado sua prática de Judô com 9 anos, treinando de 3 a 4 horas por dia. Foi honrado com o diploma de mérito do Imperado Meiji, por uma demonstração feita em Tóquio, tendo se tornado professor das crianças da realeza. Em 1934, quando contava 52 anos imigrou para o Brasil. Sendo possuidor do nono grau era uma das maiores autoridade mundiais em Judô e, embora tivesse fundado a Associação Budokan do Brasil em 1945, jamais recebeu por parte da imprensa especializada a atenção que merecia. Na década de 60 a revista americana Black Belt dedicou extensa reportagem a sua pessoa reconhecendo-o como um dos grandes mestres mundiais nessa modalidade. Ao falecer com noventa e poucos anos de idade deixou atrás de si uma fortíssima organização de Judô com quase oitenta academias. Dizem que quando Sensei Ono chegou ao Brasil alugou um boxe no mercado municipal de São Paulo ondeenfrentava qualquer adversário. Mais tarde tendo estabelecido sua escola de Judô veio a se tornar um figura lendária e muito popular no estado de São Paulo, tendo treinado seu sobrinho Akira Ono, que viria a se tornar o primeiro brasileiro a vencer os Jogos Pan-americanos de Judô. ESPÍRITO DO JUDÔ Kano define nos Séculos XIX / XX como sendo o espirito do Judô os princípios: Conhecer-se é dominar-se, dominar-se é triunfar. Quem teme perder já esta vencido. Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo, humildade. Quando verificares, com tristeza, que não sabes nada, terás feito seu primeiro progresso no aprendizado. Nunca te orgulhes de haver vencido a um adversário; ao que venceste hoje, poderá derrotar-te amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância. O judoca não se aperfeiçoa para lutar, luta para se aperfeiçoar. O judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam e paciência para ensinar o que aprendeu aos seus semelhantes. Saber cada dia um pouco mais e usá-lo todos os dias para o bem, esse é o caminho dos verdadeiros judocas. Praticar judô é educar a mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como o corpo a obedecer com justeza. O corpo é uma arma cuja a eficiência depende da precisão com que se usa a inteligência. " Assim sendo, a técnica aprendida nos Dojo está divorciada do seu objetivo aparente ou seja, a defesa ou domínio do adversário, mas sim, buscar concretizar um conjunto de processos visando oportunidades para adquirir uma atitude por meio do qual o praticante "VENÇA SEM JAMAIS LUTAR", buscando o aperfeiçoamento do próprio espírito. A maior luta e melhor conquista é aquela que o indivíduo trava consigo mesmo, para vencer a si próprio e chegar a governar-se com sabedoria." (GAMA, 1986, p.5). A CRONOLOGIA DE JIGORO KANO O FUNDADOR DO JUDÔ MODERNO A partir de 1860 surge para o mundo Jigoro Kano no dia 28 de outubro, terceiro filho de Kano Jirosaku Mareshiba, em Mikage (município de Hyogo) o homem que veria modificar o conceito sobre as artes marcias. 1877 Começo dos estudos de Ju-jitsu na Escola Tenjin-Shinyo, com o professor Fukuda Hachinosuke. 1881 Conclusão dos estudos na Universidade de Tóquio. Começo dos estudos de Ju-jitsu na Escola de Kito, Professor Liukubo Tsunetoshi. 1882 Criação do JUDÔ-KODOKAN e instalação do primeiro Dojo nos terrenos do templo Eishoji, em Tóquio, onde passou ser instrutor. 1889 Kano viaja pela Europa, onde examina as possibilidades de ensinar Judô. 1891 Renuncia ao cargo de professor da Gakushuin e passa a Conselheiro do Ministério da Educação. Diretor da "Quinta Escola Secundária Nacional" em Kumamoto. 1893 Passa seguidamente aos cargos de chefe do Departamento Bibliotecário do Ministério da Educação, Diretor da "Primeira Escola Secundária Nacional" e Diretor da Universidade Pedagógica de Tóquio (PH). Mudança do Kodokan para Shimotomisaka-cho. 1897 Demite-se da direção da PH, reconvocado novamente em outubro. 1898 Renuncia novamente e assume a chefia do Departamento Geral de Assuntos Escolares do Ministério da Educação. 1901 Kano tem 41 anos. Novamente convocado para a direção da PH. 1902 Instala uma escola para o intercâmbio de estudantes da China. 1909 Reconhecimento oficial do Kodokan. Kano torna-se membro do Comitê Olímpico Internacional. 1911 Instalação de um Departamento de Instrução para professores de Judô no Kodokan. Kano funda a Associação Atlética do Japão, sendo o seu primeiro presidente. 1912 Visita ao V Jogos Olímpicos em Estocolmo, os primeiros com participação do Japão. 1920 Renuncia ao cargo na PH. Visita os VII Jogos Olímpicos em Antuérpia. 1922 Renuncia ao cargo de presidente da Associação Atlética, cujo Presidente de Honra ele passa a ser. Funda a Associação dos Portadores de Dan. 1924 É nomeado professor aposentado da PH. 1928 Visita aos IX Jogos Olímpicos em Amsterdã. 1930 São realizados os primeiros Campeonatos Japoneses de Judô. 1932 Visita aos X Jogos Olímpicos em Los Angeles. Fundação de um Instituto de Medicina no Kodokan. 1933 Visita à Europa para oferecer Tóquio como local para os XII Jogos Olímpicos. 1934 Mudança do Kodokan para o bairro de Tóquio, Suidobashi. Visita à Assembléia do Comitê Olímpico Internacional. 1936 Visita aos XI Jogos Olímpicos em Berlim. 1938 Falece em 4 de maio, a bordo do SS "HIKAWA-MARU', de uma pneumonia. Ele estava naquela ocasião, no caminho de volta do Cairo, onde o COI (Comitê Olímpico Internacional) tinha aprovado a realização dos XII Jogos Olímpicos em Tóquio. A DIFERENÇA DO JUDÔ "NA" ESCOLA PARA O "DA" ESCOLA Ao diferenciarmos o Judô "na" e "da" escola é que no primeiro, o Judô "na" escola, tem o objetivo principal de transmitir aos alunos a gestualidade técnica, com movimentos pré-determinados, regras impostas sem flexibilidade visando uma performance desportiva como se a sala de aula fosse um prolongamento da academia ou de um clube. Em contra partida, o Judô "da" escola procura de forma flexível transmitir aos alunos a pedagogia da iniciação do Judô através de seus conteúdos, como prática social que introduza movimentos lúdicos da cultura corporal. Então deve-se avaliar de que forma seus aspectos variados devem ser abordados pedagogicamente no sentido de se materializar o Judô "da" escola e não o Judô "na" escola. Não queremos com isso negar os domínios dos elementos técnicos-táticos e as pré-condições fisiológicas para a sua prática mas, que estes não venham com a finalidade única e exclusivamente de chegar a uma boa performance para a vitória em uma competição. Sendo assim, na escola, aluno e professor de Judô devem questionar suas normas, regras para dar condições a uma adaptação a realidade social e cultural da comunidade que o pratica, com a intenção de desenvolver valores que privilegiem o coletivo, a solidariedade e o respeito humano. Levar o Judô para escola tem o objetivo de desmistificá-lo para que com isso permita aos alunos criticá-lo dentro de um determinado contexto sócio-econômico, político-cultural. Então, o programa deve abarcar desde as regras criadas para uma adaptação do contexto social, até aquelas institucionalizadas pelas regras específicas, oficiais, mas, sendo necessário que o seu ensino não se esgote nos gestos técnicos. Colocar um limite para o ensino da técnica não significa retirá-la das aulas, pois, para dizer que o aluno possui conhecimento de determinada modalidade esportiva não é suficiente que ele domine os seus gestos técnicos. O JUDÔ E SUA RAZÃO PEDAGÓGICA "Jigoro Kano não foi somente um desportista, foi acima de tudo um extraordinário Educador, um investigador da história da Educação e dos costumes do seu povo. Vivendo no período de transição política e social do Japão, ele conseguiu harmonizar seus impulsos enquanto se trocavam os costumes nativos pela cultura européia. Com sua larga visão, ele compreende que a Educação é a razão de sua vida. O jovem professor empenhado na busca de uma forma superior de Educação, imaginou as Artes Marciais como uma forma de contribuição valiosa para o aperfeiçoamento do equilíbrio físico e espiritual do ser humano. " (GAMA, 1986,3). Sendo assim, o Judô está ligado desde seu nascimento à educação é o que o distingue das diversas atividades de lutas. Por essa razão, quando se fala de Judô no contexto escolar não se deve pensar na sua orientação esportiva competitiva, pois , originalmente o Judô respeita os valores e as exigências que provêm do campo educativo e pode construir na sua atividade um meio significativo dentro das pedagogias corporais onde sua prática respeita a individualidade biológica sem descriminar nenhum aluno que o pratique. O Judô é uma atividade física queserve de meio para a formação das pessoas, neste sentido, é uma atividade que se diferencia das outras lutas por conter uma série de princípios éticos e morais os quais não se esgotam no seu sentido educativo na idade escolar, e, sim ultrapassando essa idade pois a sua aplicação serve para qual quer idade. O JUDÔ COMO CONTEÚDO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Quando a escola é o contexto onde acontecem as atividades relacionadas ao Judô, sua prática de esporte deve ser educativa, ensinado por professores licenciados em Educação Física com o objetivo de contribuir junto com as demais áreas formativas da educação integral. Sendo assim, os principais problemas encontrados pela prática do Judô na escola é que geralmente é ensinado por profissionais não qualificados, faixas pretas, instrutores sem uma formação pedagógica que na sua maioria limitam-se pelo ensino das técnicas desta modalidade. ( Cf. VILLAMÓN, 1999, p. 187) Portanto, a título de ilustração apresentamos uma proposta de ensino do Judô no contexto escolar baseada no tratamento educativo, dividida em três fases: a primeira até os 12 anos de idade dirigida a todos os praticantes destas idades sem distinção, a segunda abrange 13 aos 14 anos e a terceira de 15 aos 18 anos. Até os 12 anos de idade, o trabalho deve ser de desenvolvimento motor, trabalhando com jogos que desenvolvam as habilidades motoras básicas. O objetivo desta fase é a socialização onde as técnicas são meios de formação e desenvolvimento psicomotor, a iniciação ao Judô é trabalhada de forma espontânea e lúdica e as regras são inseridas de forma flexível tornando-se um meio e não um fim. As competições nesta fase devem ser fomentadas em nível de festivais onde todos sejam premiados pela sua participação sem seletividade; 13 aos 14 anos de idade, é o começo da aprendizagem técnica-tática desenvolvendo as habilidades motoras específicas do Judô e alguns outros esportes, competição por peso, sem técnicas de luxações (chaves de articulações), estrangulamentos, não permitindo técnicas de sutemis, makikome, morote gare, kata guruma , técnicas caindo com os joelhos no chão e também podem ser modificadas as regras se for conveniente pelos grupos participantes com arbitragem educativas; 15 aos 18 anos de idade, é a fase do desenvolvimento técnico-tático aperfeiçoado trabalhando preferencialmente as habilidades específicas do Judô, as competições são fomentadas já como torneios eliminatórios com regras oficiais, mas também, podem ser modificadas as regras se for conveniente pelos grupos participantes. CONCLUSÃO Conforme vimos, a importância do judô "da" escola deve ser abordada a partir do seu histórico, definindo o seu conceito como doutrina e esporte de luta, da sua origem oriental de onde foram retirados do Ju-Jitsu antigo os golpes mais lesivos, com a finalidade de uma prática de luta não mais guerreira e sim formadora de cidadãos. Fortalecendo essas idéias Jigoro Kano, o fundador do judô, define em conceitos filosóficos, o Espírito do Judô, que é na sua essência objetiva a formação integral do indivíduo. Sendo assim, diferenciar o judô "na" escola do judô "da" escola é o primeiro passo para entendermos a razão pedagógica dessa atividade física que serve de meio para o formação de pessoas, atividade esta que se diferencia das outras lutas, por conter ,além das técnicas, princípios éticos e morais. Portanto ao final desse artigo apresentamos uma proposta de ensino do judô no contexto escolar baseado no tratamento educativo dessa modalidade onde, não estamos determinando uma receita ou um método de ensino ideal mas, uma proposta na qual esta aberta a questionamentos e contribuições para o desenvolvimento dessa nobre arte que é o Judô. Consciente disso, não pretendemos de maneira alguma, apresentá-la como única ou como melhor forma pedagógica. Ela nasceu de uma experiência particular que se preocupou em disciplinar e apoiar-se em várias fontes bibliográficas , mas que nem por isso deixa de ser bastante particular. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATISTA, Carlos Fernando dos Santos. Judô da Escola à Competição. 1ª ed. Rio de Janeiro: Sprint Ltda., 1999. 97 p. DOMINGUEZ, Mário Lopez. Aplicación Práctica Del Judo. Barcelona: Ramos-Major, 1981. 217 p. FURUKAWA, Suely. e TOYOMA, Susan M. H. Dicionário Japonês-Português. São Paulo: Ridel. 1990. 376 p. GAMA, Raimundo João. 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VILLAMÓN, Miguel. Introducción al Judo. Barcelona, Espanha: Editora Hispano Europa S. A., 1999. 351 p.
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