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REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA EXECUÇÃO FISCAL, MEDIDA CAUTELAR FISCAL E OS MEIOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
ALUNO: LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE 
TURMA: 2022.01-ECT-BSB 
 
SEMINÁRIO IV - REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA: EXECUÇÃO FISCAL, 
MEDIDA CAUTELAR FISCAL E OS MEIOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE 
Questões 
1. Qual a natureza jurídica da execução fiscal e da medida cautelar fiscal? 
Identificar o fundamento e os requisitos legais da medida cautelar fiscal, bem como 
apontar qual o momento oportuno para a sua propositura. (Vide anexos I e II) 
 Disciplina pela Lei 6.830/80 e subsidiariamente pela Lei 13.105/15, a execução 
fiscal possui natureza jurídica satisfativa, ação exacional de iniciativa do Fisco, com o 
objetivo de satisfação do crédito utilizando procedimentos executórios incidentes sobre 
o patrimônio do contribuinte. 
 A medida cautelar fiscal, por sua vez, tem natureza acautelatória, possuindo a 
finalidade de garantir a eficácia do resultado da ação principal. Tal medida é regida pela 
Lei 8.397/92, a qual em seu art. 4º revela os efeitos do instituto em questão: 
Art. 4º. A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, 
a indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da 
obrigação. 
 
 O art. 1º da mesma Lei expressa que o procedimento cautelar fiscal poderá ser 
instaurado após a constituição do crédito tributário. Todavia, importante destacar que 
conforme o § único deste dispositivo, há possibilidade de requerimento da medida 
cautelar, independentemente da prévia constituição do crédito tributário, quando o 
devedor notificado para que recolha o crédito fiscal põe ou tentar por seus bens em 
nome de terceiros ou aliena bens em nome de terceiros sem comunicar a Fazenda. 
Art. 1°. O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a 
constituição do crédito, inclusive no curso da execução judicial da 
Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios 
e respectivas autarquias. 
Parágrafo único. O requerimento da medida cautelar, na hipótese dos 
incisos V, alínea "b", e VII, do art. 2º, independe da prévia constituição 
do crédito tributário. 
 
 Nesse sentido, o art. 2º da Lei 8.397/80 dispõe sobre atos prejudiciais à 
satisfação do crédito tributário, requisitos fáticos para a constatação da cautelar fiscal. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Trata-se de hipóteses em que o devedor pratica algum ato que impossibilite a satisfação 
do crédito. Veja-se: 
Art. 2º. A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito 
passivo de crédito tributário ou não tributário, quando o devedor: 
I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui 
ou deixa de pagar a obrigação no prazo fixado; 
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a 
elidir o adimplemento da obrigação; 
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens; 
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do 
seu patrimônio; 
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento 
do crédito fiscal: 
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade; 
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; 
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados 
ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio conhecido; 
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao 
órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de 
lei; 
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, 
pelo órgão fazendário; 
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do 
crédito. 
 
 Por sua vez, não podemos deixar de mencionar a essencialidade de prova 
documental para ajuizamento da cautelar fiscal: 
Art. 3° Para a concessão da medida cautelar fiscal é essencial: 
I - prova literal da constituição do crédito fiscal; 
II - prova documental de algum dos casos mencionados no artigo 
antecedente. 
 
 Em que pese que a referida lei traga a possibilidade de cautelar fiscal antes da 
constituição do crédito tributário, este não é nosso entendimento. A medida cautelar 
opera constrições ao patrimônio do contribuinte, ou seja, promove a indisponibilidade 
dos bens do sujeito passivo até o limite da satisfação do crédito tributário. Pois bem, tal 
medida cautelar torna-se impraticável e ilógica sem que haja elementos da regra-matriz 
de incidência tributária para que o crédito se torne certo, líquido e exigível, isto é, sem 
que tenha a prévia constituição do crédito tributário. Dessa maneira, o adequado 
momento para a medida cautelar fiscal é após a constituição do crédito tributário. 
 Os anexos I e II trazem julgados que discutem o deferimento da medida cautelar 
fiscal antes da constituição do crédito tributário. Tais pedidos do Fisco foram julgados 
improcedentes, pois os créditos ainda estavam sendo discutidos na esfera 
administrativa e com sua exigibilidade suspensa. A cautelar fiscal nessa situação 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
precisa ter amparo expresso no art. 2º, V, “b” ou VII, da Lei n. 8.397/92, o que não 
ocorreu. 
 
2. Ao responder justifique suas respostas. Quanto à exceção de pré-executividade, 
pergunta-se: 
(a) Em que consiste a exceção de pré-executividade? É uma ação ou meio de defesa? 
Trata-se de meio de defesa atípico, atuante de maneira incidental do feito 
executivo, no qual o executado, por meio de petição, pode levantar matérias de ordem 
pública, estas quais o magistrado poderia de ofício reconhecer. 
Nesse sentido, entende-se que a exceção de pré-executividade é um meio de 
defesa incidental criada pela doutrina e pela jurisprudência, em que o devedor postula 
ou reclama uma reanálise de admissibilidade da execução fiscal. 
 
(b) Qual seu fundamento legal? 
A exceção de pré-executividade é um instrumento processual de criação de 
doutrinária. Quanto a sua alegação o STJ tem seguro entendimento quanto sua 
admissão, desde que a matéria levantada seja passível de conhecimento de ofício, bem 
como seja apresentada pelo excipiente prova pré-constituída e que não haja instrução 
probatória, conforma se depreende da Súmula 393 do próprio Tribunal: 
Súmula 393 – STJ. A exceção de pré-executividade é admissível na 
execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que 
não demandem dilação probatória. 
 
Todavia sua construção doutrinária, encontro respaldo também no art. 803, § 
único do CPC, o qual aduz que é nula a execução se “A nulidade de que cuida este 
artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, 
independentemente de embargos à execução.” 
 
(c) Há limite temporal para o seu oferecimento no processo executivo? 
Em relação ao prazo para ser arguida, não há previsão legal. Todavia, na 
prática é aconselhável que seja apresentada em cinco dias após a citação, isto é, no 
mesmo prazo concedido ao devedor para que pague o crédito ou nomeie bens à 
penhora. Senão, poderá correr o risco de penhora, a qual abrirá possibilidade para 
embargos à execução dentro do prazo de trinta dias, com termo inicial de contagem da 
intimação do devedor quanto à penhora. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
(d) Há limite lógico-processual para o seu oferecimento? 
Entende-se que devido a possibilidade de ser levantada matéria de ordem 
pública, poderá ser arguida em qualquer momento do trâmite da execução fiscal. 
 
(e) Quais matérias são passíveis de arguição? 
 O devedor maneja exceção de pré-executividade com a finalidade de 
demonstrar ao juiz que a execução fiscal em que é executado, possui problemas 
fundamentais de ordem pública e de mérito. 
Porém, doutrina e jurisprudência entendem que são passíveis de serem 
arguidas em exceção de pré-executividade, quaisquer questões, mas que não 
demandem dilação probatória. 
Traz-se alguns exemplos de alegações a serem alegadas na referida peça: 
execução é nula; executado foi indevidamente citado; créditos suspensosou extintos 
ou; vício em relação a matérias de ordem pública. 
 
(f) A oposição de exceção de pré-executividade tem o condão de suspender o trâmite 
do processo de execução? 
Conforme explanado, a exceção de pré-executividade é criação doutrinária e 
jurisprudencial, não existindo previsão legal positivado. Nesse sentido, não se pode 
buscar a existência de um efeito suspensivo o qual a norma não expressou. 
Em regra, sua arguição não tem efeito suspensivo quanto à execução, 
entretanto, entende-se que nada impede que o devedor em suas alegações instrua 
como pedido de tutela provisória, desde que presentes o requisitos ensejadores de tal 
medida processual (fummus boni iuris e periculum in mora), fazendo menção quanto às 
hipóteses autorizadoras de suspensão do processo elencadas no art. 313 do CPC. 
 
(g) A oposição de exceção de pré-executividade impede o ajuizamento de embargos à 
execução fiscal? 
A exceção de pré-executividade, conforme explicado, é um meio de defesa 
incidental e não requer garantia prévia do juízo. Julgada improcedente, não é obstáculo 
para oposição de embargos à execução, de maneira que a execução fiscal continuará 
seguindo normalmente, dentro dos limites da lei. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Conclui-se que a exceção de pré-executividade não impede e nem suspende o 
prazo para interposição de embargos à execução fiscal, estes tendo como prazo e 
requisitos, o disposto no art. 16 da Lei 6.830/80. 
 
3. Considerando as alterações relativas ao processo de execução trazidas pelo 
CPC/15, pergunta-se: 
 
(a) Aplicam-se os arts. 914 (admite a oposição de embargos à execução sem 
garantia da execução), 915 (fixa prazo para oposição de embargos à execução – 15 
dias) e 919 (estabelece que os embargos à execução não são dotados de efeito 
suspensivo), todos do CPC/15 nos processos de execução fiscal? (Vide anexo III) 
Primeiramente, para responder a presente questão devemos destacar o art. 1º 
da LEF, o qual dispõe que em relação a execução judicial para cobrança da Dívida Ativa 
da Fazenda Pública, será regida por esta Lei e, subsidiariamente pelo CPC: 
Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas 
autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código 
de Processo Civil. 
 
Todavia, deve-se entender que a aplicação subsidiária do CPC nos processos 
de execução fiscal, com base na compreensão da redação da própria LEF, será 
evocada quando identificada existência de lacuna normativa desta lei, utilizando-se 
daquela outra como complemento. 
Nesse sentido, fato implacável que a LEF, legislação especial, traz em seu 
bojo, previsão quanto a garantia da execução e o prazo para oposição de embargos à 
execução. Nessa seara, entende-se pela inaplicabilidade dos art. 914 e 915 e do CPC, 
tendo em vista que a LEF dispõe claramente sobre o tema em discussão. 
Dessa forma, estabelece a LEF, em seu art. 16 e incisos, que os embargos à 
execução serão oferecidos pelo executado no prazo de 30 dias, com início da contagem 
a partir do depósito; da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia ou; 
da intimação da penhora. Mais além, o § 1º do mesmo dispositivo deixa claro que “Não 
são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.” 
Dito isso, entende-se que a garantia da execução fiscal é requisito necessário 
para o manejo da ação defensiva, qual seja embargos à execução fiscal. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Entretanto, atualmente o STJ tem flexibilizado quanto à exigibilidade da 
garantia da execução como requisito para oposição de embargos à execução fiscal, 
como por exemplo no caso em que o devedor comprove ser hipossuficiente, ou seja, 
quando se mostrar comprovado que não possui patrimônio capaz de suprir a referida 
garantia, isso conforme o julgado abaixo: 
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DO 
DEVEDOR. EXECUTADO. BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. 
PATRIMÔNIO. INEXISTÊNCIA. HIPOSSUFICIÊNCIA. EXAME. 
GARANTIA DO JUÍZO. AFASTAMENTO. POSSIBILIDADE. 1. "Aos 
recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a 
decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os 
requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as 
interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça" (Enunciado Administrativo n. 2 - STJ). 2. Os 
embargos são o meio de defesa do executado contra a cobrança da 
dívida tributária ou não tributária da Fazenda Pública, mas que "não 
serão admissíveis ... antes de garantida a execução" (art. 16, § 1º, da 
Lei n. 6.830/80). 3. No julgamento do recurso especial n. 1.272.827/PE, 
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, submetido ao rito dos recursos 
repetitivos, a Primeira Seção sedimentou orientação segunda a qual, 
"em atenção ao princípio da especialidade da LEF, mantido com a 
reforma do CPC/73, a nova redação do art. 736 do CPC dada pela Lei 
n. 11.382/2006 - artigo que dispensa a garantia como condicionante 
dos embargos - não se aplica às execuções fiscais diante da presença 
de dispositivo específico, qual seja o art. 16, § 1º, da Lei n. 6.830/80, 
que exige expressamente a garantia para a apresentação dos 
embargos à execução fiscal." 4. A Constituição Federal de 1988, por 
sua vez, resguarda a todos os cidadãos o direito de acesso ao Poder 
Judiciário, ao contraditório e à ampla defesa (art. 5º, CF/88), tendo esta 
Corte Superior, com base em tais princípios constitucionais, mitigado a 
obrigatoriedade de garantia integral do crédito executado para o 
recebimento dos embargos à execução fiscal, restando o tema, mutatis 
mutandis, também definido na Primeira Seção, no julgamento do REsp 
1.127.815/SP, na sistemática dos recursos repetitivos. 5. Nessa linha 
de interpretação, deve ser afastada a exigência da garantia do juízo 
para a oposição de embargos à execução fiscal, caso comprovado 
inequivocadamente que o devedor não possui patrimônio para garantia 
do crédito exequendo. 6. Nada impede que, no curso do processo de 
embargos à execução, a Fazenda Nacional diligencie à procura de 
bens de propriedade do embargante aptos à penhora, garantindo-se 
posteriormente a execução. 7. Na hipótese dos autos, o executado é 
beneficiário da assistência judiciária gratuita e os embargos por ele 
opostos não foram recebidos, culminando com a extinção do processo 
sem julgamento de mérito, ao fundamento de inexistência de 
segurança do juízo. 8. Num raciocínio sistemático da legislação federal 
aplicada, pelo simples fato do executado ser amparado pela gratuidade 
judicial, não há previsão expressa autorizando a oposição dos 
embargos sem a garantia do juízo. 9. In casu, a controvérsia deve ser 
resolvida não sob esse ângulo (do executado ser beneficiário, ou não, 
da justiça gratuita), mas sim, pelo lado da sua hipossuficiência, pois, 
adotando-se tese contrária, "tal implicaria em garantir o direito de 
defesa ao"rico", que dispõe de patrimônio suficiente para segurar o 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Juízo, e negar o direito de defesa ao"pobre". 10. Não tendo a 
hipossuficiência do executado sido enfrentada pelas instâncias 
ordinárias, premissa fática indispensável para a solução do litígio, é de 
rigor a devolução dos autos à origem para que defina tal circunstância, 
mostrando-se necessária a investigação da existência de bens ou 
direitos penhoráveis, ainda que sejam insuficientes à garantia do débito 
e, por óbvio, com observância das limitações legais. 11. Recurso 
especial provido, em parte, para cassar o acórdão recorrido. 
(STJ - REsp: 1487772 SE 2014/0269721-5, Relator: Ministro GURGEL 
DE FARIA, Data de Julgamento: 28/05/2019, T1 - PRIMEIRA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 12/06/2019 RB vol. 660 p. 211) 
 
Quanto a aplicação do efeito suspensivo aos embargos à execução fiscal, em 
verdade, entende-se que a LEF é omissa quanto tal aplicabilidade,pois não recusa sua 
figura, bem mais nada menciona a respeito. 
Dessa forma, a aplicação dos efeitos suspensivos aos embargos à execução 
fiscal evocará a lei geral, o CPC como complemento normativo. Nesse sentido, o art. 
919, § 1º do CPC determina que nos casos de requerimento de efeito suspensivo à 
execução, o devedor deverá apresentar fundamentação que comprove a existência dos 
mesmos requisitos exigidos para a concessão da tutela provisória, mas “desde que a 
execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.” 
O anexo III traz julgado com entendimento de que a dispensa da garantia como 
condicionante dos embargos – não se aplica às execuções fiscais diante da presença 
de dispositivo específico, qual seja o art. 16, §1º da Lei n. 6.830/80, que exige 
expressamente a garantia para a apresentação dos embargos à execução fiscal. 
 
 
(b) Na execução fiscal, ao executado ainda persiste o direito de, no prazo de 5 dias 
da sua citação, “garantir a execução”? Justifique sua resposta. 
A Lei 13.105/15, em seu art. 16, expressa a possibilidade de parcelamento nas 
execuções, quando dentro do prazo para embargos o executado reconheça o crédito do 
exequente e deposite 30% do valor em execução, acrescido de custas e de honorários 
de advogado. Todavia, na execução fiscal, de acordo com a LEF o prazo para embargos 
à execução é de 30 dias. 
Entretanto, os arts. 8º e 9º dispõem sobre a possibilidade do executado, no 
prazo de cinco dias da citação, garantir a execução. Nota-se nesse ponto, conflito entre 
CPC e LEF, mas como já estudado deve prevalecer o que determina a lei especial, 
permanecendo a aplicação à execução fiscal, o disposto nos arts. 8º da lei específica. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar 
a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na 
Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução, observadas as 
seguintes normas. 
 
4. Com relação ao instrumento constritivo do patrimônio do contribuinte-devedor 
previsto no art. 185-A do CTN (conhecido como penhora “on-line”). Pergunta-se: 
 
(a) Qual sua natureza jurídica? Trata-se de espécie de penhora ou de medida 
cautelar? 
A chamada penhora on-line traz como sua natureza jurídica, o sugerido já pelo 
título desse instituto, a penhora de ativo financeiro do executado. Nesse caso, 
desnecessário a avaliação dos bens, pois trata-se de dinheiro em espécie. 
Nessa questão do presente estudo, importante salientar que não se deve 
confundir o instrumento constritivo elencado no art. 185-A do CTN à chamada penhora 
on-line. 
Em análise ao art. 185-A do CTN, conclui-se que o referido dispositivo viabiliza 
a comunicação da indisponibilidade de bens e direitos do executado, ato direcionado e 
feito por meio de ofícios endereçados aos órgãos que “promovem registros de 
transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades 
supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais”. 
Por outro lado, a denominada penhora on-line está prevista no art. 854 do 
CPC/15 e dispõe o bloqueio realizado apenas em contas bancárias e ativos financeiros 
do executado, ação efetuada pelo sistema BACENJUD, o qual foi substituído pelo 
sistema SISBAJUD. Trata-se de sistema de envio de ordens judiciais de constrição de 
valores por via eletrônica, o qual se dá mediante a indicação de conta única para 
penhora em dinheiro. 
Ao que se percebe, a medida constritiva regulamentada pelo CTN é muito mais 
abrangente, porém, depende da comprovação de não terem sido achados outros bens 
penhoráveis, ao passo que a medida adotada pelo CTN independe de tal comprovação. 
 
(b) A decretação da indisponibilidade a que se refere o art. 185-A do CTN é fato 
jurídico suficiente à abertura de prazo para apresentação de embargos? 
Diante do exposto na questão anterior, explica-se que o mero deferimento do 
pedido de indisponibilidade prevista no art. 185-A do CTN, bem como o mero 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
deferimento do bloqueio via SISBAJUD, não enseja abertura de prazo para 
apresentação de embargos à execução. 
Nesse diapasão, necessário que haja a efetiva garantia da execução fiscal para 
que inicie o prazo para oposição de embargos à execução. Isso se dá porque apenas o 
deferimento de tais medidas não garante que haverá dinheiro, ativos financeiros ou bens 
dos devedor que possam garantir a execução fiscal, restariam assim, inadmissíveis os 
embargos. 
Reforça essa tese, o art. 16 da Lei 6.830/80, que dispõe expressamente sobre 
o início da contagem de prazo para apresentação de embargos à execução fiscal: 
Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, 
contados: 
I - do depósito; 
II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia; 
III - da intimação da penhora. 
 
Veja-se que para início da contagem do prazo se faz necessário a 
comprovação da efetiva garantia da execução fiscal. 
 
(c) Quais seus pressupostos e limites legais? É necessária demonstração por parte 
da Fazenda de que inexistem outros bens capazes de garantir a dívida? Ou aplica-se o 
art. 854 do CPC/15 (admite a constrição de ativos financeiros sem a prévia ciência do 
executado)? (Vide anexo IV e V) 
Conforme explanado anteriormente, a indisponibilidade de bens e direito 
encontra-se regulamentado no art. 185-A do CTN e depende da comprovação da efetiva 
citação do executado, tendo este não realizado o pagamento e nem ter apresentado 
bens à penhora, bem como não terem sido encontrados bens penhoráveis. 
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, 
não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem 
encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade 
de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por 
meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de 
transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e 
às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de 
capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a 
ordem judicial. 
 
Já em relação ao mencionado SISBAJUD, este está previsto no art. 854 do 
CPC, o qual dispõe que poderá ocorrer quando não houver oferecimento de bens à 
penhora e não terem sido encontrados bens penhoráveis. Entretanto, o referido 
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dispositivo não exige e nem menciona como requisito a comprovação dessas 
ocorrências relatadas. 
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em 
aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar 
ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições 
financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade 
supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis 
ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a 
indisponibilidade ao valor indicado na execução. 
 
O anexo IV relata julgado em que o STJ declara legalidade da ordem judicial 
que importou no bloqueio liminar dos depósitos e aplicações financeiras constantes das 
contas bancárias do executado sem que haja a comprovação do exaurimento de 
diligências extrajudiciais, por parte do exequente, a fim de se autorizar o bloqueio 
eletrônico de depósitos ou aplicações financeiras. 
Todavia, o anexo V traz julgado posterior ao julgado do anexo IV, em que o 
STJ firma-se compreensão no sentido de que a indisponibilidade de bens e direitos 
autorizada pelo art. 185-A do CTN depende da observância dos seguintes requisitos: 
citação do devedor tributário; inexistência de pagamento ou apresentação de bens à 
penhora no prazo legal; e a não localização de bens penhoráveis após esgotamento das 
diligências realizadas pela Fazenda, caracterizado quando houver nos autos: a) pedido 
de acionamento do Bacen Jud e consequentedeterminação pelo magistrado e b) a 
expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado e ao 
Departamento Nacional ou Estadual de Trânsito – DENATRAN ou DETRAN. 
 
5. Na execução fiscal o devedor-executado é citado para pagar ou indicar bem(ns) 
em garantia em cinco dias. Na hipótese de oferecimento de seguro-garantia, terá o 
devedor-executado que acrescentar 30% do valor do débito executado ao seguro para 
que essa modalidade de garantia seja aceita? Considere em sua resposta o teor do art. 
7º, II da Lei n. 6.830/80 e o § 2º do art. 835 do CPC/15. 
Inicialmente, além dos dispositivos destacados no enunciado da questão, 
merece abordagem outro dispositivo, qual seja o art. 15, I da Lei 6.830. Tal dispositivo 
dava o direito de substituição da penhora ao executado, porém, somente nas hipóteses 
de substituição do bem penhorado por depósito em dinheiro ou fiança bancária. 
Todavia, o inciso I, do art. 15 daquela lei sofreu acréscimo, por meio da Lei 
13.043/14 estendeu a possibilidade de seguro garantia em substituição a penhora. 
Assim restou o dispositivo: 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz: 
I - ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro, 
fiança bancária ou seguro garantia; 
 
No tocante a fiança bancária, tem-se um contrato de empréstimo entre a 
instituição financeira e o executado. No caso em que a instituição seja responsabilizada 
pela dívida, posteriormente ela postulará a cobrança da dívida em face do executado. 
No que tange ao seguro garantia, este cumprirá o mesmo papel da fiança 
bancária, porém, ao passo que na fiança o banco entra como fiador, no seguro garantia 
tem-se a seguradora que cumprirá esse papel por meio de garantia estipulada na 
apólice. 
Veja-se que após a alteração promovida pela Lei 13.043/14, com a inclusão do 
seguro garantia como possibilidade de substituição à penhora, tanto o seguro como a 
fiança bancária, em verdade, possui o mesmo efeito, justamente garantir o direito 
potestativo do executado em substituir à penhora por tais modalidades elencadas no 
art. 15, I, da LEF. 
Todavia, ao analisarmos profundamente o dispositivos do enunciado da 
questão, percebe-se leves diferenças quanto à suas interpretações. 
Uma que merece destaque é que o art. 7º combinado com o art. 9º da LEF, 
trazem institutos próprios como garantia do juízo. Por outro lado, o § 2º, art. 835 do 
CPC/15 remete o seguro garantia, como de fato, instrumento de substituição a penhora. 
Veja-se: 
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a 
fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não 
inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. 
 
Nessa esteira, concluo pelo entendimento de que o acréscimo de 30% sobre o 
valor da garantia deve somente ser imposta em casos de real substituição da penhora, 
conforme dispõe o CPC/15. Já nos casos em que tal modalidade seja apresentada de 
forma inicial, dentro do prazo de cinco dias, assim como a LEF remete a garantia do 
juízo, entendo que o acréscimo deve ser afastado. 
 
6. Qual o termo inicial para consideração da fraude à execução fiscal? Há alguma 
divergência entre o art. 185 do CTN e o art. 792 do CPC/15? (Vide anexo VI) 
Anteriormente a LC 118/05, o termo inicial para a consideração da fraude à 
execução fiscal se dava por crédito regularmente inscrito em dívida ativa, porém, já em 
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fase de execução. Com a recepção da referida LC, o termo inicial para consideração da 
fraude à execução fiscal passou a ser o momento em que o crédito tributário tiver sido 
regularmente inscrito como dívida ativa, todavia, independentemente de execução fiscal 
ter sido ajuizada ou não. 
E assim expressa o art. 185 do CTN: 
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou 
rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a 
Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como 
dívida ativa. 
 
A fraude à execução, em seu contexto geral, abordado pelo art. 792 do CPC/15, 
revela instituto teoricamente processual que, ocorre em caso que há processo em 
trâmite, seja em fase de conhecimento ou execução. 
Noutro lado, o art. 185 do CTN assegura que o negócio jurídico atinente ao 
patrimônio do devedor seja considerado com fraudulento quando o crédito tributário já 
está regularmente inscrito em dívida ativa, dando a transparecer existência de norma 
de direito material. 
Nesse sentido, entende-se por não haver divergência entre o art. 185 do CTN 
e o art. 792 do CPC, há visto que as fraudes expressas em tais dispositivos regulam 
fatos jurídicos que ocorrem em momentos diferentes de tempo. 
O anexo VI demostra julgado em que discute o termo inicial para a 
consideração de fraude à execução fiscal com base de fundo a LC 118/05, como deve 
ser considerado o termo antes ou depois da vigência desta LC. In casu, o negócio 
jurídico em tela aperfeiçoou-se em 27.10.2005, data posterior à entrada em vigor da LC 
118/2005, sendo certo que a inscrição em dívida ativa deu-se anteriormente à revenda 
do veículo ao recorrido, porquanto, consoante dessume-se dos autos, a citação foi 
efetuada em data anterior à alienação, restando inequívoca a prova dos autos quanto à 
ocorrência de fraude à execução fiscal. 
 
7. A Fazenda Nacional ajuizou, no ano de 2016, execução fiscal contra a empresa 
XPTO, requerendo, na petição inicial, o redirecionamento fiscal para seu sócio Luis 
Antônio, com lastro no art. 135, III, do CTN, tendo por fundamento fático o encerramento 
irregular da sociedade. Considerando a vigência do CPC/15, pergunta-se: 
 
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a) é necessária, no caso relatado, a instauração do incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica (IDPJ)? Sendo negativa ou positiva a resposta, justifique? Se for 
negativa em que hipóteses o IDPJ seria cabível? 
No caso em tela, entende-se pela desnecessidade de instauração do incidente 
de desconsideração da personalidade jurídica, tendo em vista que a atribuição de 
responsabilidade aos sócios, conforme se depreende do art. 135 do CTN, não estipula 
como requisito o IDPJ, previsto no art. 133 do CPC/15. Isso se dá porque a 
responsabilidade aos sócios, diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas 
de direito privado é atribuída pelo próprio CTN, ou seja, pela própria lei, de forma pessoal 
e subjetiva, no casos que dispõe o art. 135 do CTN: “São pessoalmente responsáveis 
pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados 
com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos.” 
No que diz respeito ao cabimento do IDPJ, especialmente em matéria tributária, 
ao estudar o art. 135 do CTN, este não menciona, nem ao menos remete com lucidez o 
IDPJ. Entretanto, entendo que a falta de clareza do art. mencionado não esgota a 
possibilidade de instauração do instituto na seara tributária, compreendendo pela 
aplicabilidade quando verificada as hipótese do art. 50 do Código Civil. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado 
pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber 
intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens 
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica 
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
 
 b) uma vez instaurado o IDPJ, a defesa apresentada pelo sócio ou pessoal 
jurídica que se pretende atribuir responsabilidade pela obrigação tributária pode versar 
sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobrea 
ilegitimidade de sua responsabilização patrimonial pela dívida objeto da execução 
fiscal? 
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica está elencado no 
CPC/15 como intervenção de terceiros, assim normatizado pelos arts. 133 a 137 deste 
diploma legal. 
Tal incidente tem como finalidade a responsabilização das pessoas físicas ou 
jurídicas (desconsideração inversa ou invertida) pelos seus atos praticados, por si ou 
quando sócios de pessoa jurídica, respectivamente, e aqueles atos serem considerados 
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ilícitos, sujeitando seu patrimônio aos atos executórios, desde que presentes os 
requisitos elencados no art. 50 do CC. 
Por se tratar de um incidente, que será decidida por decisão interlocutória, 
entendo que a defesa do sócio ou pessoa jurídica que se pretende atribuir 
responsabilidade pela obrigação tributária não poderá versar sobre o mérito da 
cobrança, vez que ainda nem são partes no processo. 
O bojo da defesa deverá ficar restrito à discussão do requisitos autorizadores 
para a aplicação do IDPJ com fins de redirecionamento da dívida, sendo assegurado ao 
jurisdicionado o direito de enfrentar o mérito em momento oportuno, caso o incidente 
seja deferido, até porque o processo ficará suspenso até que o incidente seja julgado, 
conforme preconiza o art. 134, § 3º do CPC. Todavia, ressalvo as matérias de ordem 
pública, as quais o magistrado poderá conhecer de ofício e evitar que contaminem o 
mérito da lide. 
 
8. Em sua opinião, para que a execução fiscal seja proposta já com o sócio no pólo 
passivo (seu nome consta na certidão de dívida ativa) é necessário que tenha 
participado do processo administrativo para apuração de sua responsabilidade? 
Justifique sua resposta indicando o dispositivo normativo processual (CPC/2015 ou lei 
de execução fiscal) que confirma ou infirma a legitimidade passiva do sócio na execução 
fiscal. 
O STJ, por meio do REsp 1.604.672/ES, restou o entendimento de que uma 
vez indicado o nome do sócio na CDA, sua responsabilidade é presumida, 
independentemente de constar no título executivo sua qualificação como 
corresponsável da dívida, visto que a respectiva atividade é plenamente vinculada. 
Todavia, meu entendimento é de que é de suma importância a participação do 
sócio, aquele cujo nome consta na CDA, tenha participado do processo administrativo, 
pois necessária sua participação para apuração de sua responsabilidade. Caso 
contrário, inobservado é o devido controle de legalidade, ampla defesa e contraditório. 
Importante ressaltar que conforme preconiza o art. 135 do CTN, para que o 
sócio seja indicado na CDA como corresponsável da dívida, haverá de ter a presença 
de indícios da prática de atos com infração à lei, contrato social ou estatutos, isso tudo 
pressuporia o tratamento da matéria em sede de processo administrativo.

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