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1 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................ ......................................................... 2 UNIDADE 2 – A AUDIÇÃO E O APARELHO AUDITIVO ....... ................................... 4 UNIDADE 3 – DEFICIÊNCIA AUDITIVA / SURDEZ ......... .......................................... 9 3.1 DIAGNÓSTICO DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA ................................................................... 10 3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS AUDITIVAS ................................................................... 15 UNIDADE 4 – EDUCAÇÃO DE PESSOAS SURDAS ............ .................................. 18 UNIDADE 5 – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO . ...................... 26 5.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO .......................................................................................... 28 5.2 AS SALAS DE RECURSOS ......................................................................................... 31 5.3 A SALA DE RECURSO PARA DEFICIÊNCIA AUDITIVA E O INTÉRPRETE ............................. 34 5.4 ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR NO AEE .................................................................... 39 5.5 A IMPORTÂNCIA DA REVISÃO DO PPP E DO CURRÍCULO ESCOLAR ............................... 40 UNIDADE 6 – LIBRAS E AEE EM LIBRAS ................ ............................................. 42 6.1 A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS ............................................................. 42 6.2 AEE EM LIBRAS ................................................................................................... 47 UNIDADE 7 – AEE PARA ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA .. ......................... 50 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56 ANEXOS ................................................................................................................... 61 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Além dos limites e possibilidades das pessoas com surdez, estas ainda tem que conviver com o problema do preconceito! Segundo Damázio (2007), as pessoas com surdez enfrentam inúmeros entraves para participar da educação escolar, decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas. Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, linguístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem, portanto, a inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessita para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus direitos escolares, exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios constitucionais do nosso país. Segundo Alvez; Ferreira e Damázio (2010), a construção de um caminho pedagógico para o Atendimento Educacional Especializado – AEE – para pessoas com surdez, numa perspectiva inclusiva, com base em princípios decorrentes dos novos paradigmas, tem encontrado dificuldades para se efetivar, em virtude de problemas relacionados a decisões político-filosóficas, pedagógicas, metodológicas e de gestão e planejamento da escola brasileira. Elas esclarecem que o ato educativo relativo ao contexto da escola para o aluno com surdez, no que diz respeito ao cotidiano pedagógico, precisa ser redirecionado, construindo novas e infinitas possibilidades que levem este aluno a uma aprendizagem contextualizada e significativa, valorizando seu potencial e desenvolvendo suas habilidades cognitivas, linguísticas e sócio-afetivas. Não há dúvidas que o AEE, como um lócus epistemológico da educação inclusiva, constitui-se numa proposta voltada aos alunos com surdez que visa a preparar para a individualidade e a coletividade, provocando um processo dialógico, de superação da imanência e a busca de mudanças sociais, culturais e filosóficas. Uma ruptura de fronteiras para as infinitas possibilidades humanas. Pois bem, nosso ponto de partida, visto tratarmos do AEE para deficiência auditiva, será a audição, o aparelho auditivo, o diagnóstico e classificação da Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 deficiência auditiva. Na sequência, falaremos um pouco sobre as pessoas com problemas auditivos, a sua educação e a participação da família nesse processo. Uma vez que o objetivo da apostila é justamente aprofundar no Atendimento Educacional Especializado (AEE), este será definido e abordaremos o AEE para pessoas com surdez, AEE em LIBRAS e para o ensino da Língua Portuguesa, além de falarmos das salas de recursos e do papel do intérprete/tradutor. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 UNIDADE 2 – A AUDIÇÃO E O APARELHO AUDITIVO É por meio da audição que conseguimos identificar e reconhecer os diferentes sons do ambiente, além de podermos nos comunicar com nossos semelhantes. A orelha é uma obra de arte de engenharia que consiste em três partes: orelha externa, orelha média e orelha interna (HONORA; FRIZANCO, 2008). A orelha externa é composta de duas estruturas: a orelha, também conhecida como ouvido, ou pavilhão auricular, que é uma estrutura externa semelhante a um funil, feita de cartilagem e pele que tem a função de captar as ondas sonoras e as desviar para dentro do conduto auditivo externo, que é o corredor que encaminha, amplificando, a onda sonora ate o tímpano, o qual vibra como se fosse o couro de um tambor. No conduto auditivo externo, temos a presença de pelos e de certas glândulas que produzem cera para proteger a orelha; portanto, a limpeza exagerada desse local pode causar danos e até lesõessérias na audição. Vale lembrar também que, quando o tímpano, ou a membrana timpânica, é perfurada, podemos ter perda de audição e até ser submetidos a uma cirurgia de enxerto para a sua reconstrução. Na face interna do tímpano, está a orelha média, que é uma câmara cheia de ar com três pequenos ossos (os menores do corpo humano), os quais estão conectados entre si. São eles: martelo, bigorna e estribo. Os ossos recebem esses nomes pela semelhança que têm com esses objetos. Os ossículos unem o tímpano à janela oval, uma abertura no revestimento ósseo da cóclea. Ainda na orelha Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 média, está localizada a tuba auditiva que é a nossa ligação entre o ouvido, o nariz e a garganta. É o que nos dá a sensação de sentir o gosto de alguns remédios quando os pingamos no nariz. Em razão de termos essa tuba auditiva que liga nossa garganta à orelha média, pode-se acumular pus nessa região, devido às infecções de ouvido (otites), por uso indevido de mamadeiras e amamentação dada para o bebê enquanto ele está deitado. Por este motivo, também podem ocorrer lesões no tímpano devido ao seu rompimento para a saída desse líquido. Muitas crianças em idade escolar apresentam esse problema, o que pode diminuir sua atenção auditiva e consequentemente causar deficiência auditiva. A cóclea é a estrutura do ouvido pela qual ouvimos. Ela é do tamanho de uma ervilha e é nela que estão localizados os receptores auditivos. Quando as ondas sonoras fazem o tímpano vibrar, essas vibrações são transmitidas para os ossículos que, por sua vez, produzem uma ação semelhante à de uma alavanca, transmitindo e amplificando as vibrações para a membrana que reveste a janela oval da cóclea. A cóclea, que tem esse nome porque parece um caracol, é uma estrutura oca e os compartimentos desse espaço são preenchidos por líquido, onde há uma membrana fina denominada membrana basilar, na qual estão inseridas as células ciliadas (cílios), que são nossos receptores auditivos. O processo funciona da seguinte forma: o som entra pela orelha externa, passa pelo conduto auditivo externo, onde é amplificado e faz com que a membrana timpânica vibre. A membrana timpânica vibra e faz com que os ossículos (martelo, bigorna e estribo) também vibrem como numa alavanca. Os ossículos amplificam e transmitem as vibrações para a janela oval posicionada na entrada da cóclea. Na cóclea, as células ciliadas se movimentam e transformam os sons recebidos em impulsos elétricos que caminham até o cérebro pelo nervo auditivo. No cérebro, estes impulsos elétricos são codificados e “entendidos” pela pessoa. Enfim: uma estrutura bem complexa! Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 Temos em média 15 mil células ciliadas em nossa orelha interna. A boa notícia é que elas são muito numerosas e a péssima notícia é que elas não nascem mais, não se regeneram. Como bem explicam Honora e Frizanco (2008), toda vez que formos a um show de heavy metal e, ao chegarmos em casa, escutarmos nosso ouvido apitar, significa que algumas de nossas células ciliadas estão morrendo. O som tem três dimensões físicas: frequência, amplitude e complexidade, como demonstra a tabela abaixo. Embora o som seja transmitido a uma velocidade de cerca de 330 metros por segundo, as ondas sonoras variam no que se refere à taxa de vibração, conhecida como frequência. Mais precisamente, a frequência se refere ao número de ciclos de uma onda, completados em um determinado período. As frequências das ondas sonoras são medidas em unidade de ciclos por segundo, denominada hertz (Hz). Um hertz é um ciclo por segundo, 50 hertz são 50 ciclos por segundo, e assim por diante. Os sons que percebemos como graves têm frequências baixas (poucos ciclos por segundo) e os que percebemos como agudos têm frequências elevadas (muitos ciclos por segundo). Podemos perceber os sons apenas dentro de um intervalo limitado de frequência. Para os humanos, esse intervalo se estende de aproximadamente 20 hertz a 20.000 hertz. Como os humanos, muitos animais produzem algum tipo de som para se comunicar, o que significa que devem possuir sistemas auditivos designados para interpretar os sons típicos de sua espécie. Os intervalos das Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 frequências sonoras que as diferentes espécies usam variam muito. Na figura abaixo, podemos observar essas diferenças. As rãs ouvem apenas uma faixa muito estreita de frequências, enquanto as baleias e os golfinhos ouvem uma faixa mais ampla. Embora nos humanos a faixa de audição seja bastante extensa, com um pico de cerca de 2.000 hertz, não somos capazes de perceber muitos dos sons que outros animais podem produzir e ouvir. Além da frequência, a amplitude pode causar uma diferença no tom percebido. A amplitude é o termo que se refere à magnitude da mudança na densidade de moléculas de ar. O aumento na compressão de moléculas de ar eleva a quantidade de energia em uma onda sonora, o que faz o volume do som parecer mais alto – mais amplificado. A amplitude do som geralmente é medida em decibéis (dB), medida que descreve a potência de um som em relação à intensidade de referência padronizada. Sons superiores a aproximadamente 70 decibéis são percebidos como altos, enquanto os inferiores a 20 decibéis são considerados baixos. Os sons da fala normal estão em cerca de 40 decibéis. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 A união dessas duas propriedades do som estão ilustradas no gráfico abaixo: Temos também o sistema vestibular que nos informa sobre nossa localização em relação à gravidade, sobre a aceleração e a desaceleração de nossos movimentos e sobre as alterações na direção do movimento. Também nos permitem ignorar a influência desestabilizadora que nossos movimentos poderiam exercer sobre nós. Por exemplo, quando estamos em pé em um ônibus, até mesmo os movimentos leves do veículo poderiam fazer com que perdêssemos o equilíbrio, mas não o fazem. Do mesmo modo, ao fazermos movimentos, evitamos um tombo com facilidade, apesar de deslocarmos o peso do corpo constantemente. Nosso sistema vestibular nos possibilita evitar o tombo. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 UNIDADE 3 – DEFICIÊNCIA AUDITIVA/ SURDEZ Inicialmente, gostaríamos de distinguir deficiência auditiva e surdez não só por uma questão didática, mas para facilitar o entendimento. A deficiência auditiva acontece quando alguma das estruturas da orelha apresenta uma alteração, ocasionando uma diminuição da capacidade de perceber o som. Geralmente, o deficiente auditivo se comunica pela fala e apresenta uma perda auditiva de grau leve ou moderado. A surdez também é ocasionada por alguma alteração nas estruturas da orelha, ocasionando uma incapacidade em perceber o som. Geralmente o surdo se comunica por meio da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e apresenta uma perda auditiva de grau severo ou profundo. A deficiência auditiva e a surdez apresentam características bem diferentes, porém ambas ocasionam uma limitação para o desenvolvimento do indivíduo. Consideramos que a audição é fundamental para a aquisição da linguagem falada e sua deficiência pode ocasionar muita dificuldade nas relações sociais, psicológicas e na interação. A audição desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento e na manutenção da comunicação por meio da linguagem falada, além de funcionar como um mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas por dia, pois nossos ouvidos não descansam nem quando dormimos. As pessoas com surdez são extremamente visuais, o que favorece o domínio de uma linguagem visual-espacial. Também é importante considerar as pessoas que apresentam resíduo auditivo e que, portanto, carecem de estímulos dessa natureza (FIOCRUZ, 2009). A Deficiência auditiva é considerada como a diferença existente entre o desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI – 1989). Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição) (FIOCRUZ, 2009). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 3.1 Diagnóstico da deficiência auditiva Perda auditiva é a redução da audição em qualquer grau que reduza a inteligibilidade da mensagem falada para a interpretação apurada ou para a aprendizagem. Qualquer tipo de perda auditiva pode comprometer a linguagem, o aprendizado, o desenvolvimento cognitivo e a inclusão social da criança. Por estes motivos, o diagnóstico da deficiência auditiva deve ser o mais precoce possível (ROSLYN-JENSEN, 1996). Na criança, a perda auditiva tem peculiaridades quanto às causas, ao diagnóstico, e ao tratamento, que variam com a faixa etária. Isto deve ser do conhecimento dos pediatras, para que se possa suspeitar e diagnosticar o quadro o mais rapidamente possível. A atenção destes profissionais deve estender-se desde o nascimento, em que predomina a surdez neurossensorial profunda, até os escolares, que apresentam déficits leves ou moderados, determinados por infecções da orelha média (VIEIRA; MACEDO; GONÇALVES, 2007). O diagnóstico de perda auditiva, assim como do grau e tipo, baseia-se na história atual e pregressa, focalizada na pesquisa de fatores de risco gestacionais, perinatais e pós-natais, no histórico de doenças infecciosas e respiratórias, na avaliação otorrinolaringológica, e nos testes audiológicos (ROESER, 2001; CARVALLO, 2003). Esses testes dividem-se em subjetivos e objetivos, e têm a indicação feita na dependência da idade da criança, e do grau de desenvolvimento neuropsicomotor global e cognitivo. Os testes subjetivos são menos precisos, pois dependem da resposta do paciente, o que pode interferir no resultado. Os testes têm o resultado influenciado pelo interesse, cognição e participação da criança, o que exige habilidade, experiência e paciência do examinador (FERREIRA, 2004; GARCIA, ISAAC, OLIVEIRA, 2002; CARVALLO, 2003). Por isso, esses exames devem ser realizados preferencialmente por profissionais com formação específica para esse fim, sendo o audiologista o mais capacitado. Os testes subjetivos mais importantes são a audiometria comportamental, a audiometria tonal e a vocal. A avaliação audiológica comportamental é realizada em neonatos e lactentes até os 2,5 anos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 Baseia-se na observação das respostas comportamentais evidenciadas por estímulos acústicos instrumentais (instrumentos musicais de percussão), tons puros (audiômetro pediátrico) e sons verbais. As respostas esperadas são reflexas, como, por exemplo, reflexo cócleo-palpebral, procura da fonte sonora, cessação da atividade corporal, mudança na expressão facial e visual, choro, risos, entre outros. Os estímulos são apresentados em ordem decrescente de intensidade, sendo que os bebês de até três meses de vida devem estar em estado de sonolência e, após essa faixa etária, em estado de alerta (FERREIRA, 2004; GARCIA, ISAAC, OLIVEIRA, 2002; CARVALLO, 2003). A partir dos seis meses de vida, a avaliação audiológica pode ser feita através do audiômetro pediátrico, que possibilita noção aproximada do grau de perda auditiva. Ainda assim, este tipo de avaliação tem característica mais qualitativa do que quantitativa. As vantagens são baixo custo, fácil realização e aparelhagem pouco sofisticada (FERREIRA, 2004; GARCIA, ISAAC, OLIVEIRA, 2002; CARVALLO, 2003). A principal desvantagem é a suscetibilidade a interferências ambientais, como ruídos, pistas visuais e interferência dos pais. A audiometria tonal e a vocal buscam quantificar os limiares auditivos. A audiometria tonal afere a menor intensidade sonora capaz de gerar sensação auditiva na criança para tons puros, enquanto a audiometria vocal o faz para estímulos de fala (FERREIRA, 2004; GARCIA, ISAAC, OLIVEIRA, 2002; CARVALLO, 2003). Em função da complexidade de comandos, estas avaliações são indicadas para crianças a partir de 6 anos de idade. O equipamento utilizado consiste em cabina acústica, audiômetro, fones de ouvido, material para reforço visual e brinquedos pedagógicos (VIEIRA; MACEDO; GONÇALVES, 2007). A audiometria condicionada é uma variante da audiometria vocal e tonal, que pode ser realizada em crianças a partir de dois anos de idade. O objetivo é fazer com que a criança faça a associação entre o estímulo sonoro apresentado e um estímulo visual de reforço. A audiometria lúdica é uma outra alternativa de teste possível para a faixa etária de dois a 6 anos é que pode ser realizada em acordo com o desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Por exemplo, a criança é Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 solicitada a realizar um ato motor, como encaixar uma peça de um brinquedo, ao ouvir o estímulo acústico. Os testes audiológicos objetivos são mais precisos do que os acima citados e compreendem a imitanciometria, a avaliação das emissões otoacústicas e os potenciais auditivos evocados. A imitanciometria verifica a condução sonora pela orelha média atravésda mensuração e análise dos deslocamentos do sistema timpanossicular em resposta à variação da pressão do som. O exame emprega uma sonda que é colocada no conduto auditivo externo, que deve estar desimpedido de cerúmen. A imitanciometria não define limiar auditivo, e indica apenas se a condução do som está normal ou alterada na orelha média (FERREIRA, 2004; GARCIA, ISAAC, OLIVEIRA, 2002; CARVALLO, 2003) A avaliação das emissões otoacústicas (EOAT) busca, primordialmente, avaliar se a cóclea está com função normal, e para isto uma sonda é colocada no conduto auditivo externo. Após a produção de um estímulo sonoro específico – o click – a cóclea deve produzir sons de frequências variadas, conforme o estímulo; estes são detectados pela sonda, e a seguir filtrados e amplificados pelo equipamento acoplado a um computador. O exame é indolor, não invasivo, rápido, de baixo custo, tem elevada sensibilidade, e a aparelhagem é portátil. Essas características tornaram a EOAT – Emissões Otoacústicas Evocadas por estímulo transiente – o mais adequado e utilizado para as triagens auditivas em recém-nascidos. Um resultado normal indica integridade da fisiologia coclear para o nível de audição social normal, que é de até 25 dBNA. Porém, um resultado alterado, em que as emissões otoacústicas estão ausentes, pode ser um falso- positivo. Neste caso, há a necessidade de se avaliar também a orelha média, visto que um simples acúmulo de cerume pode alterar o teste. Desta forma, no caso de ausência de respostas, o exame é repetido, e é realizada a imitanciometria para confirmação do resultado (FERREIRA, 2004; GARCIA, ISAAC, OLIVEIRA, 2002; CARVALLO, 2003). Alguns comportamentos são indicativos de perda auditiva, e devem suscitar a atenção dos pediatras e outros profissionais da saúde, sendo: pedidos frequentes para que se repitam frases; virar a cabeça em direção ao orador; falar com intensidade elevada ou reduzida; demonstrar esforço ao tentar ouvir; olhar e Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 concentrar-se nos lábios da professora; ser desatento quando há debates na sala de aula; preferir o isolamento social; ser passivo ou tenso; cansar-se com facilidade; não se esforçar para demonstrar capacidade; ter dificuldade no aprendizado. Alguns sinais e sintomas podem estar associados à perda auditiva e merecem atenção, como a respiração oral, tontura, otalgia e zumbido (ROESER, 2001; COSTA, FERREIRA, MARI, 2001). Também devem ter avaliação auditiva as crianças com dificuldades escolares de linguagem oral (confusões fonéticas, inversões, dissimulações e trocas na articulação), de linguagem escrita (trocas, dificuldades na expressão escrita e na leitura), e de outra natureza (dislexia, disfasia e alterações comportamentais); isto possibilita um diagnóstico mais precoce de parte dos casos (SANTOS et al., 2001). A perda auditiva na infância, mesmo leve, origina dificuldades escolares. Crianças com perdas auditivas discretas podem apresentar problemas de desenvolvimento de linguagem, dificuldades de leitura e distúrbios comportamentais (ROSLYN-JENSEN, 1996; ROESER, 2001; COSTA, FERREIRA, MARI, 2001). Estudos descrevem as consequências da perda auditiva bilateral de acordo com o tipo e grau da perda (ROSLYN-JENSEN, 1996; FERREIRA, 2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003). Assim, a perda discreta com limiar audiométrico de 15 a 25 dB, causada mais frequentemente por impedimento condutivo, permite que a criança ouça os sons das vogais, mas dificulta a adequada percepção das consoantes. Quando se considera o nível de ruído presente no ambiente e a distância existente entre o falante e o ouvinte, esta criança pode perder de 25 a 40% do sinal de fala (ROSLYN-JENSEN, 1996; FERREIRA, 2004). A perda de audição leve com limiar audiométrico de 25 a 30 dB faz com que alguns sons da fala e consoantes sonoras não sejam percebidas. Geralmente, crianças com esta perda apresentam disfunção de aprendizado auditivo, retardo leve de linguagem e da fala, e falta de atenção (ROSLYN-JENSEN, 1996; FERREIRA, 2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003). No sentido de superar estes problemas das crianças com perda auditiva leve, devemos facilitar a compreensão da fala pela proximidade do falante (local preferencial na sala de aula) e emprego de tecnologia auxiliar, como o uso de Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 aparelhos auditivos individuais ou equipamentos de frequência modulada (ROSLYN- JENSEN, 1996; FERREIRA, 2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003). A perda moderada da audição em limiares audiométricos de 30 a 50 dB é verificada em crianças com doenças crônicas de orelha média ou com perdas neurossensoriais. Com esses limiares, não se consegue ouvir a maioria dos sons da fala durante a conversação e apresenta problemas de articulação, como omissões, substituições e distorções na fala. Essas crianças podem se beneficiar com o uso de aparelho auditivo e local preferencial na sala de aula, além de necessitarem de treinamento auditivo e de leitura labial (ROSLYN-JENSEN, 1996; FERREIRA, 2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003). Na perda auditiva severa (entre 50 e 70 dB) ou profunda (>70 dB), a criança não consegue perceber qualquer som da fala na conversação normal. Estas perdas auditivas graves são, geralmente, causadas por lesões neurossensoriais. A criança com perda auditiva severa apresenta problemas graves de fala (se não estiver em uso de amplificação sonora), além de dificuldade de comunicação em grupo ou na presença de ruído. Necessitam, além do aparelho de amplificação sonora, de fonoterapia e treinamento de leitura labial (ROSLYN- JENSEN, 1996; FERREIRA, 2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003). A criança com perda auditiva profunda não tem suficiente audição para propiciar o desenvolvimento espontâneo de fala e linguagem. Estas podem ser desenvolvidas por meio do treinamento extensivo e com amplificação sonora, dependendo da idade em que for iniciada a intervenção (ROSLYN-JENSEN, 1996; FERREIRA, 2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003). Quanto mais precoce for o diagnóstico e o trabalho de (re)habilitação auditiva, mais próximo do normal será o desenvolvimento da fala e linguagem (ROSLYN-JENSEN, 1996; FERREIRA, 2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003). Os efeitos da perda auditiva unilateral são menores do que os causados pela perda bilateral, porém, também podem ocasionar problemas. Em presença de ruído ambiental, as crianças com perda unilateral encontram maiores dificuldades que as ouvintes normais para compreender a fala, mesmo quando a orelha melhor está posicionada em direção à fala. Além disso, a localização espacial das fontes sonoras fica comprometida (ALMEIDA, SANTOS, 2003). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 3.2 Classificação das perdas auditivas As perdas auditivas podem ser classificadas segundo o local do aparelho auditivo que apresenta disfunção, o acometimento uni ou bilateral, e a intensidade ou grau. Quanto aolocal do aparelho auditivo afetado, a perda auditiva pode ser de transmissão, percepção (neurossensorial) ou mista. As perdas auditivas que decorrem de alguma afecção das orelhas externa e média são denominadas de transmissão ou condutivas. As perdas neurossensoriais decorrem de lesões nas células ciliadas do órgão coclear de Corti (orelha interna) e/ou do nervo coclear. Quando há afecção condutiva e neurossensorial concomitantes, classifica-se a perda auditiva como mista. Quanto à intensidade da perda auditiva, o critério de classificação do grau depende de avaliação instrumental, e se baseia nas médias dos limiares audiométricos (ROESER, 2001). O grau discreto de perda auditiva tem como parâmetro limiares auditivos de 15 a 25 dB, o grau leve de 26 a 30, o grau moderado de 31 a 50 dB, a perda auditiva severa entre 51 e 70 dB, e a perda profunda >70 dB7 (VIEIRA; MACEDO; GONÇALVES, 2007). Reafirmando, são tipos de deficiência auditiva: a condutiva, sensório-neural, mista, central ou surdez central. Condutiva : Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. Essa deficiência pode ter várias causas, entre elas podem-se citar: corpos estranhos no conduto auditivo externo; tampões de cera; otite externa e média; malformação congênita do conduto auditivo; inflamação da membrana timpânica; perfuração do tímpano; obstrução da tuba auditiva; entre outras. Sensório-Neural : Quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Esse tipo de deficiência auditiva é Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de origem hereditária, como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis, herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes, entre outros. Também podem ser causadas por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo, entre outros. Mista : Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea. Central ou Surdez Central : Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (SNC). Em 1966, Davis e Silverman, definiram os níveis de limiares utilizados para caracterizar os graus de severidade da deficiência auditiva que são: � audição Normal – limiares entre 0 a 24 dB nível de audição; � deficiência Auditiva Leve – limiares entre 25 a 40 dB nível de audição; � deficiência Auditiva Moderna – limiares entre 41 e 70 dB nível de audição; � deficiência Auditiva Severa – limiares entre 71 e 90 dB nível de audição; � deficiência Auditiva Profunda – limiares acima de 90 dB. Veremos em detalhes mais adiante, mas adiantamos que entre os muitos instrumentos usados para comunicação não oral, figura a linguagem dos sinais, criada por um monge beneditino francês, morador de um mosteiro onde imperava a lei do silêncio. Adotada há mais de cem anos, no Brasil é chamada de LIBRAS. Segundo a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS, um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por ter se habituado à linguagem oral (FIOCRUZ, 2009). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 UNIDADE 4 – EDUCAÇÃO DE PESSOAS SURDAS Segundo pesquisa de Costa e Soares (2010), para obter uma aprendizagem escolar, é preciso primeiramente relacionar-se com o outro, integrar-se ao convívio social. Então, cabe ao professor fazer essa relação de integração do aluno surdo com os demais colegas de turma para que haja um bom relacionamento entre ambos. O papel da família é fundamental no processo de inclusão, pois é de suma importância que ela prepare o seu filho para conviver fora do seio familiar e faça o acompanhamento no desempenho do ensino/aprendizagem. Quanto ao professor, seu papel é fundamental numa sala de aula principalmente se esta incluir alunos com necessidades especiais, pois precisa ter toda uma preparação psicológica e de formação para lidar com esse público trabalhando a interação e a inclusão no ambiente escolar. Existem duas principais filosofias educacionais em relação aos surdos, que são refletidas no comportamento da sociedade para com os mesmos: a) ORALlSMO, que defende o aprendizado apenas da língua oral; b) BILlNGUISMO, que defende o aprendizado da língua oral e da língua de sinais, reconhecendo o surdo na sua diferença e especificidade (FERREIRA BRITO, 1993). Na prática do oralismo, o objetivo é aproximar o surdo na forma máxima possível do modelo ouvinte, por meio da aprendizagem da língua, sendo esta analisada como instrumento de integração social e de aprendizado global e da comunicação. Sua proposta incide sobre a “recuperação” da pessoa surda, denominada de deficiente auditivo; seguindo critérios clínicos. Já na análise do bilinguismo, a língua é considerada um meio para o desenvolvimento do ser em seu todo, capaz de propiciar a comunicação das pessoas surdas com os ouvintes, bem como com seus pares, além de desempenhar também o papel de suporte do desenvolvimento cognitivo. Segundo Bernardino (2000, p. 29), o bilinguismo considera que a língua oral não preenche todas essas funções, sendo imprescindível o aprendizado de uma língua visual sinalizada desde tenra idade, possibilitando ao surdo o preenchimento das funções linguísticas que a língua oral não preenche. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 Assim, as línguas de sinais são tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral, assim como do aprendizado da língua oral. Essas línguas, diversas das línguas orais, têm estrutura própria e são codificadoras de uma “visão de mundo” específica, sendo constituídas de umagramática própria, apresentando especificidades em todos os níveis (fonológico, sintático, semântico e pragmático), apesar de parecerem utilizar princípios gerais, nas estruturas subjacentes, semelhantes aos das línguas orais. Sabe-se que, para os surdos, a sua língua primária, de caráter natural, é a língua de sinais, e a segunda, em nosso País, a língua portuguesa. Porém, segundo Skliar (1997, p.153), estatísticas internacionais apontam que somente 4% ou 5% das crianças surdas são filhas de pais também surdos, tendo, então, um acesso natural a esse bilinguismo pelo contato com a língua de sinais, sendo esse acesso efetuado por meio das interações comunicativas com os seus pais surdos, mesmo estando inseridos em uma comunidade majoritária que é ouvinte. A maioria das crianças surdas, portanto – de 95% a 96% –, não tem a mesma possibilidade que as que são filhas de surdos. Elas crescem e se desenvolvem dentro de uma família formada em sua totalidade por ouvintes, que geralmente desconhecem ou rejeitam o uso da língua de sinais. Precisamos entender que há uma diferença entre língua e linguagem! Lyons (1987 apud QUADROS, 2006) define linguagem como sendo um sistema de comunicação natural ou artificial, humano ou não. Nesta perspectiva, é qualquer forma utilizada com algum tipo de intenção comunicativa incluindo a própria língua. Tratada em uma ordem meramente linguística, pode-se compreender a língua como um sistema linguístico de infinitas frases de forma altamente criativa. Em uma perspectiva de ordem social, a língua é compreendida como parte constitutiva da identidade individual e social dos seres humanos (BAGNO, 2003, p.16-17). Nesta perspectiva, somos a língua que falamos e não somente usuários da mesma. Para tanto, faz-se necessário percorrer uma análise do contexto histórico pelo qual se processou a língua. Isto significa dizer que é necessário considerá-la como uma atividade social, como “um trabalho empreendido conjuntamente pelos Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 falantes toda vez que se põem a interagir” fazendo com que a interpretação da língua seja uma atividade humana, uma interação social (BAGNO, 2003, p.19). Nesta visão linguística interacionista, alicerçado em um resgate histórico, temos hoje, juridicamente, o conceito da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, como a forma de comunicação e expressão, com o sistema linguístico de natureza visual-motora, e estrutura gramatical própria que constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil (Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002). De acordo com Felipe (2005), os sinais surgem da combinação dos seguintes parâmetros: a) configuração das mãos – são formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante, ou pelas duas mãos do emissor ou sinalizador, b) ponto de articulação – local em que se faz o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro; c) movimento – os sinais podem ter um movimento ou não; d) orientação/direção – os sinais têm uma direção com relação aos parâmetros acima; e) expressão facial e/ou corporal – as expressões faciais ou corporais são de grande importância para o entendimento real do sinal, sendo que a entonação em Língua de Sinais é feita pela expressão facial. Há ainda a observação do uso pelas pessoas surdas em suas interações. Quadros (2006, p. 21) define-os como sinais que utilizam um conjunto específico de configurações de mãos para representar objetos incorporando ações. Tais classificadores são gerais e independem dos sinais que identificam tais objetos. É um recurso bastante produtivo que faz parte das línguas de sinais. Sacks (1998) afirma que as línguas de sinais são completas em si mesmas: possuem sintaxe, gramática e semântica própria, têm, porém, um caráter diferente do de qualquer língua falada ou escrita. Segundo o autor, não é possível transliterar uma língua falada para língua de sinais palavra por palavra ou frase por frase, isto porque as suas estruturas são essencialmente diferentes. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 Registros históricos do surgimento da Língua de Sinais no mundo não trazem ainda, oficialmente, dados concretos. Sabe-se da existência de um registro iconográfico do ano de 1579, com a representação de um alfabeto digital, em uma gravura em madeira extraída da obra de “Cosmas Rosselius” em Veneza. Segundo historiadores, o uso do alfabeto manual durante as aulas por pessoas surdas se deu no século XVII, na Espanha. Os monges também faziam uso desse tipo de comunicação nos mosteiros, por causa do voto do silêncio, e passaram a ensinar o alfabeto dos surdos. Em seguida, na França, Abade L’Epée, ao fundar uma classe para pessoas surdas, criou uma linguagem de gestos denominada “A LINGUAGEM DE SINAIS METÓDICOS”. Foi o sucessor de Abade L’Epée, Abade Sicard, quem escreveu o primeiro dicionário em sinais. Há um outro registro histórico importante: o alfabeto que se encontra no livro do “L'Abbé Deschamps” do século XVII (INES, 2005). Para o desenvolvimento da língua de sinais em terras brasileiras, o educador mais importante foi L’Epée, porque foi de seu instituto na França que veio para o Brasil o Padre Huet, professor surdo, que, a convite de Dom Pedro II, trouxe este “método combinado': criado por L’Epée, para trabalhar com os surdos brasileiros. Assim, em 1857, foi fundada a primeira escola para surdos no Brasil, o Instituto dos Surdos-Mudos, hoje, Instituto Nacional da Educação de Surdos (INES), na cidade do Rio de Janeiro. Foi a partir deste instituto que surgiu da “mistura” da Língua de Sinais Francesa, trazida pelo Padre Huet, com a língua de sinais brasileira antiga, já usada pelos surdos das várias regiões do Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (FELlPE, 2005). O registro mais remoto brasileiro da Língua Brasileira de Sinais é do ano de 1875, produzido pelo aluno do Instituto (INES), Flausino José da Gama, intitulado “lconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos”, estando seu original na Biblioteca Nacional e uma cópia na Biblioteca do INES (INES, 2005). Segundo Felipe (2005), com o passar dos anos, outras escolas somente para crianças surdas foram surgindo. Em 1923, foi fundado o Instituto Santa Terezinha, escola particular, em São Paulo, somente para meninas. Em 1954, outra iniciativa privada, com verba de Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 outros países, foi fundada a Escola Concórdia, em Porto Alegre. Em 1957, foi fundada a Escola de Surdos de Vitória do Espírito Santo. Atualmente, há muitas escolas municipais, como, por exemplo, a Escola Rompendo o Silêncio, em Rezende no Rio de Janeiro, a Escola Municipal Ann Sullivan, em São Caetano do Sul e a Escola Hellen Keller, em Caxias do Sul, uma escola somente para surdos que vemimplementando uma proposta bilíngue para a educação dos surdos, ou seja: a aquisição da LIBRAS e aprendizado, com metodologia apropriada, da língua portuguesa e da língua de sinais brasileira. Percebe-se a luta dos surdos para terem escolas específicas para a Comunidade Surda, porque acreditam que através de um ensino que atenda eficazmente suas necessidades linguísticas e culturais, eles poderão se integrar e estar em condições de igualdade com os ouvintes, o que refletirá, por exemplo, na conquista de cargos públicos. Assim, uma política educacional que leve em conta a realidade e tradição dos surdos no Brasil poderá reverter o atual quadro de insatisfação, em relação à qualidade da educação para surdos, que prevalece nas comunidades surdas (FELlPE, 2005). Na prática, a educação bilíngue é vivenciada de maneiras diferentes pelas escolas. Há aquelas chamadas especiais, que possuem professores especializados em ensinar em LIBRAS e que são exclusivas para alunos surdos. Há aquelas chamadas regulares, ou comuns, que mesclam surdos e ouvintes nas salas, ou que montam salas exclusivas para surdos, mas dentro do mesmo ambiente escolar. Nessas instituições de ensino, a presença de intérpretes, das salas de recursos ou de monitores especializados auxilia o estudante surdo na rotina escolar. Segundo Bernardino (2000), o indivíduo surdo possui certas características que fazem dele uma pessoa diferente, especial, que, embora viva no mesmo ambiente que os ouvintes, não parece pertencer ao mundo destes. Isso porque a língua natural dos surdos, a de sinais, na maioria das vezes não é aceita pelos seus familiares, pelos professores, pelos psicólogos e outros profissionais que lidam com eles e, muitas vezes, nem por eles próprios. Essa língua é tida como uma vilã, que impede a aprendizagem da língua oral, cujo uso propicia ao surdo a oportunidade de se tornar “igual” aos ouvintes. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 É importante ressaltar neste resgate histórico que, assim como o Cristianismo, há mais de dois mil anos, trouxe o desenvolvimento do entendimento a respeito da necessidade de implementar na sociedade princípios que garantam a dignidade humana e os direitos das minorias, o trabalho assistencial, de caráter religioso e social, realizado de forma pioneira e contínua, a partir da década de 70, em Campinas, e notadamente pelas igrejas batistas brasileiras da Convenção Batista Brasileira, trouxe a atenção dos órgãos públicos e da sociedade civil em geral para com os surdos e seus direitos intrínsecos de comunicação, por meio de sua língua natural, notadamente no âmbito de discussões de políticas públicas educacionais tidas como especiais. Para além do pioneirismo, Silva (2006, p. 49) afirma que a experiência batista se destaca também por uma série de outras razões. Segundo o autor, Foi, sobretudo, essa experiência que fez da atividade missionária com surdos, sinônimo de interpretação e liderança de Ministério. Por conta disso, embora o objetivo fundamental do trabalho missionário seja “converter” surdos para o cristianismo, indiretamente, essa instituição se tornou uma grande formadora de intérpretes em diferentes regiões do Brasil (...) As experiências protestantes com surdos citadas são formadas por excelência de um modelo de intérprete que parece ter se desdobrado para esfera secular. Com a captação desses “missionários batistas” aptos na tradução/interpretação da Língua Brasileira de Sinais pelo mercado de trabalho, foi possível a luta, juntamente com a Comunidade Surda, por políticas linguísticas, dentre outras, da Língua Brasileira de Sinais, o que ocorreu com a promulgação da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, reconhecendo a LIBRAS como meio legal de comunicação dos surdos, bem como obrigou o ensino da mesma nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia e de Magistério como parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais. O Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, regulamentou a Lei nº 10.436/2002, determinando a realização do Exame Nacional de Certificação de Proficiência em LIBRAS e o Exame Nacional de Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da LIBRAS/Língua Portuguesa, denominado PROLlBRAS, que teve sua primeira edição promovida por meio de um projeto realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina em parceira com o MEC no ano de 2006, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 aprovando 1.349 profissionais em tradução/interpretação da LIBRAS em todo o Brasil, sendo considerados, portanto, qualificados para exercerem a atividade dentro da sala de aula nos diferentes níveis de ensino. Entretanto, o reconhecimento oficialmente da Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação objetiva e de uso corrente das comunidades surdas, ocorreu muitos anos antes em vários Estados do Brasil. Vale saber... a) Em Minas Gerais, pela Lei Estadual nº10.379, de 10/01/1991. b) Em Alagoas, por meio da Lei Estadual nº 6.060, de 15/0911998. c) No Ceará, com a Lei Estadual nº 13.100, de 12/01/2001. d) No Distrito Federal, pela Lei nº 2.532, de 02/03/2000. e) No Espírito Santo, pela Lei nº 5.198/1999. f) Em Goiás, pela Lei Estadual nº 12.081, de 30/08/1993. g) No Mato Grosso, pela Lei Estadual nº 7.831, de 13/12/2002. h) No Mato Grosso do Sul, pela Lei nº 1.693, de 12/09/1996. i) Em Pernambuco, pela Lei Estadual nº 11.686, de 18/10/1999. j) Em Santa Catarina, pela Lei Estadual nº11.869, de 6/09/2001. k) No Paraná, por intermédio da Lei nº12.095, de 11/03/1998. Com a aprovação e a regulamentação de várias legislações, tanto em nível estadual como nacional, demonstrou-se o início da quebra de vários tabus, crenças e mitos que circundavam o uso da Língua de Sinais pela Comunidade Surda e pelos ouvintes envolvidos, sejam os profissionais da interpretação/tradução, os missionários, os amigos e os familiares. O uso de uma língua visual-sinalizada, de forma alguma, diminui uma pessoa, inferiorizando-a diante das pessoas que usam a língua oral-auditiva. Seu uso não é empecilho para a aprendizagem da outra. Assim, o uso dessa língua, entendida como uma atividade social e “não apenas como uma ferramenta que devemos usar para obter resultados” (BAGNO, 2003, p. 20), faz-nos defendê-la não apenas como uma ferramenta para a aprendizagem, mas também como o resultado para que tal objetivo se concretize. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 O fim da resistência, a quebra de preconceitos em relação à Língua Brasileira de Sinais, possibilita aos surdos ter uma vida normal, saudável, caracterizada pelo desenvolvimento intelectual completo, porém, adequado, em que, nem de longe, foram esquecidas suas necessidades e diferenciações linguísticas (NOVAES, 2010). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode serreproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 UNIDADE 5 – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO O atendimento educacional especializado é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, graus e etapas do percurso escolar e tem como objetivos, entre outros, identificar as necessidades e possibilidades do aluno com deficiência, elaborar planos de atendimento, visando ao acesso e à participação no processo de escolarização em escolas comuns, atender o aluno com deficiências no turno oposto àquele em que ele frequenta a sala comum, produzir e/ou indicar materiais e recursos didáticos que garantam a acessibilidade do aluno com deficiência aos conteúdos curriculares, acompanhar o uso desses recursos em sala de aula, verificando sua funcionalidade, sua aplicabilidade e a necessidade de eventuais ajustes, e orientar as famílias e professores quanto aos recursos utilizados pelo aluno (SARTORETTO; SARTORETTO, 2008). O atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento curricular no caso de altas habilidades, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos de tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. A inclusão escolar tem início na educação infantil, onde se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físico, cognitivo, emocional, psicomotor e social e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança. Nesse sentido, o atendimento educacional especializado deve estar presente em todas as etapas e modalidades da educação básica, e se destina a apoiar o desenvolvimento dos alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. De oferta obrigatória dos sistemas de ensino, deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou em centro especializado que realize esse serviço educacional. O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27 Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do Soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia assistiva e outros. Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. O atendimento educacional especializado destina-se normalmente aos alunos da escola que apresentam algum tipo de deficiência, mas pode estender-se também aos alunos de escolas próximas, nas quais esse tipo de serviço ainda não esteja organizado. Pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, em horário diferente daquele em que frequentam a classe comum. O Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, além da sua disposição sobre o apoio técnico e financeiro aos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ele tem como finalidade a ampliação da oferta do Atendimento Educacional Especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. De acordo com o disposto neste documento, considera-se Atendimento Educacional Especializado – AEE – o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação do ensino regular. Neste sentido, são objetivos do atendimento educacional especializado: I – prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos alunos referidos no artigo 1°; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 II – garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular; III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e, IV – assegurar condições para a continuidade de estudos e nos demais níveis de ensino. 5.1 Conceito e definição O Atendimento Educacional Especializado (AEE), segundo Mantoan (2004), refere-se ao serviço de apoio para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência, complementando a educação escolar e devendo estar disponível em todos os níveis de ensino. A autora diz que a Constituição admite ainda que o atendimento educacional especializado deve ser, preferencialmente, oferecido na rede regular de ensino, no entanto, também pode ser oferecido fora da rede regular, já que é um complemento e não um substitutivo do ensino ministrado na escola comum para todos os alunos. Ele deve ser oferecido em horários distintos das aulas das escolas comuns, com outros objetivos, metas e procedimentos educacionais. Suas ações são definidas conforme o tipo de deficiência que se propõe a atender. O AEE, é de acordo com o MEC e a Secretaria de Educação Especial, um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. Fávero (2007, p.15 - 16) afirma que: [...] o simples fato de referir a pessoas com deficiência e seu direito à educação faz com que surja, de imediato, a noção de que é uma diferenciação mais que válida, necessária de tão acostumados que todos estão a identificar tais pessoas como titulares de um ensino especial. [...] este verdadeiro desafio, que coloca em xeque o costume de associar pessoas com deficiência a um ensino diferente apartado, porque as soluções que podem surgir disso, além de garantir as pessoas com deficiência o seu direito de igualdade, talvez seja uma contribuição para melhoria da qualidade de ensino em geral. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicosou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 Pode-se então compreender que de fato o AEE está garantido na legislação, contudo não há práticas de ensino específicas para inclusão, a não ser recursos que podem auxiliar os processos de ensino e de aprendizagem. O professor, de um modo geral, deve considerar as possibilidades de desenvolvimento de cada aluno e explorar sua capacidade de aprender. Os alunos com deficiências e condutas típicas, devido às suas particularidades, podem necessitar de estratégias, ações e recursos diferenciados para que o seu direito à educação seja assegurado. O conjunto desses serviços também é oferecido pelo Atendimento Educacional Especializado, que devem ser organizados institucionalmente em escolas públicas, mas podendo também atender alunos de escolas particulares, atendendo alunos da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, para apoiar e complementar os serviços educacionais comuns de forma a favorecer o desenvolvimento desses alunos (BRASIL, 2007). Assim, o AEE complementa ou suplementa a formação do aluno com vistas à sua autonomia e independência na escola e fora dela. E sob o ponto de vista da legalidade, um dos pontos de discussão é garantir a aplicação da igualdade de acesso à educação formal, assim entramos num dilema que é saber [...] em qual hipótese “tratar igualmente o igual e desigualmente o desigual”, fórmula proposta ainda na Antiguidade, por Aristóteles. A utilização da fórmula aristotélica, pura e simplesmente, já demonstrou que, em certos casos, pode até configurar uma conduta discriminatória. Esta fórmula, em razão de sua sabedoria, jamais foi alterada, mas vem sendo constantemente aprimorada. A doutrina e jurisprudência existentes oferecem como solução o imperativo de tratamento igual para todos, admitindo-se os tratamentos diferenciados apenas como exceção e desde que eles tenham um fundamento razoável para sua adoção (FÁVERO, 2007, p.13). Portanto, o AEE é um recurso educacional que propõe estratégias de apoio e complementação colocados à disposição dos alunos com deficiências e condutas típicas, proporcionando diferentes alternativas de atendimento, de acordo com as necessidades educacionais especiais de cada aluno, podendo assim de fato garantir o direito à educação plena e de qualidade (OLIVEIRA; ARAÚJO, 2010). O Atendimento Educacional Especializado na forma de apoio representa os atendimentos que favorecem o acesso ao currículo, podendo ser oferecidos dentro, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 como apoio ao professor relacionado a estratégias em sala de aula, ou fora da sala de aula no contraturno da escolarização, no caso para atendimento do aluno. Segundo Silva e Maciel (2005), o AEE na forma de complementação representa um trabalho pedagógico complementar necessário ao desenvolvimento de competências e habilidades próprias nos diferentes níveis de ensino, deve ser realizado no contraturno da escolarização do aluno e se efetiva por meio dos seguintes serviços: salas de recursos; oficinas pedagógicas de formação e capacitação profissional. Em linhas gerais, o objetivo do AEE, é o de oferecer o que não é próprio dos currículos da base nacional comum, possuindo outros objetivos, metas e procedimentos educacionais. Segundo Silva; Maciel (2005, p. 5), suas ações são definidas conforme o tipo de deficiência ou condutas típicas que se propõe a atender, bem como deve contemplar as necessidades educacionais especiais de cada aluno, as quais devem estar fundamentadas na avaliação pedagógica. De todo modo, o Atendimento Educacional Especializado não deve ser confundido com o reforço escolar nem como atendimento clínico, ou como substituto dos serviços educacionais comuns. Ressalta-se que a escolarização dos alunos com deficiências e condutas típicas deve ser um compromisso da escola e compete à classe comum, que deve responder às necessidades dos educandos com práticas que respeitem as diferenças (SILVA; MACIEL, 2005). No que se refere à formação do profissional para atuar na sala de recursos, o professor da sala de recursos deverá ter curso de graduação, pós-graduação e/ou formação continuada que o habilite para atuar em áreas da educação especial para o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos. Essa formação é específica para cada deficiência ou condutas típicas (OLIVEIRA; ARAÚJO, 2010). Portanto, o AEE se valida, de acordo com Fávero (2007), por ser um tratamento diferenciado, que tem sede constitucional, e que não exclui as pessoas com deficiência dos demais princípios e garantias relativos à educação. Assim, o Atendimento Educacional Especializado será válido somente se de fato levar o direito à educação. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 31 5.2 As salas de recursos Lócus privilegiado do atendimento educacional especializado, a sala de recursos multifuncionais torna palpáveis e concretos, em nível de escola, os objetivos da política nacional de educação especial, seja pelo conjunto de meios e recursos que nela são colocados à disposição do aluno com deficiências, seja, sobretudo, pelo fato de que é na escola comum que a sala de recursos multifuncionais deve funcionar (SARTORETTO; SARTORETTO, 2010). As salas de recursos são espaços da escola onde se realiza o atendimento educacional especializado de alunos com necessidades educacionais especiais, matriculados na escola comum. O atendimento em salas de recursos constitui um serviço educacional de natureza pedagógica, feito por professor especializado, num espaço dotado de materiais, equipamentos e recursos pedagógicos adequados às necessidades educacionais dos alunos da escola que apresentam dificuldades acentuadas em relação à aprendizagem, vinculadas a algum tipo de deficiência ou não. A sala de recursos multifuncionais é, portanto, um espaço da escola comum provido de materiais didáticos, pedagógicos e de tecnologia assistiva, onde trabalham profissionais com formação específica para o atendimento dos alunos com dificuldades educacionais especiais em razão de algum tipo de deficiência (auditiva, visual, motora, cognitiva, verbal), de transtornos globais de desenvolvimento ou de altas habilidades/superdotação. Chama-se sala de recursos multifuncionais, precisamente, porque nela se concentram materiais didáticos, equipamentos e profissionais aptos a atender, de forma flexível, aos diversos tipos de necessidades educacionais especiais (SARTORETTO; SARTORETTO, 2010). A sala de recursos é parte do Atendimento Educacional Especializado que propõe a complementação do atendimento educacional comum. As atividades nesta sala devem ocorrer em horário diferente ao turno do ensino regular, para alunos com quadros de deficiências (auditiva, visual, física, mental ou múltipla) ou de condutas típicas (síndromes e quadros psicológicos complexos, neurológicos ou psiquiátricos persistentes) matriculados em escolas comuns, em qualquer dos níveis de ensino, considerando-se que na sala deve haver equipamentos e recursos pedagógicos Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordocom a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 32 adequados às necessidades especiais. O agrupamento dos alunos deverá ocorrer por necessidades especiais semelhantes e mesma faixa etária. De acordo com Fávero (2007, p.17), elas garantem “[...] o direito a educação, direito humano”, fundamental para o desenvolvimento social do aluno com necessidades educacionais especiais. Deste modo, os alunos com necessidades educacionais especiais têm assegurado na Constituição Federal de 1988, o direito à educação (escolarização) realizada em classes comuns e ao atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à escolarização, que deve ser realizado preferencialmente em salas de recursos na escola onde estejam matriculados, em outra escola, ou em centros de atendimento educacional especializado. Esse direito também está assegurado na LDBEN – Lei n° 9.394/96, no parecer do CNE/CEB nº 17/01, na Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, na Lei nº 10.436/02 e no Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. As salas de recursos multifuncionais são espaços da escola onde se realiza o atendimento educacional especializado para alunos com necessidades educacionais especiais, por meio do desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, centradas em um novo fazer pedagógico que favoreça a construção de conhecimentos pelos alunos, subsidiando-os para que desenvolvam o currículo e participem da vida escolar (ALVES, 2006, p.13). A sala de recursos é um espaço que deve conter materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais. No que se refere ao atendimento, é necessário que o profissional que nela atua considere as diversas áreas de conhecimento, os aspectos relacionados ao estágio de desenvolvimento cognitivo dos alunos, o nível de escolaridade, os recursos específicos para sua aprendizagem e as atividades de complementação e suplementação curricular (ALVES, 2006). No que se refere ao atendimento da sala de recursos, se resume ao número de 15 a 20 alunos por turma, sendo que o atendimento pode ser coletivo (até 08 alunos por grupo), devendo ser individualizado quando o aluno demandar apoio intenso e diferenciado do grupo, atendimento organizado em módulos de 50 minutos até 2 horas/dia; atendimento de alunos de várias escolas da região (BRASIL, 2007). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 33 Podemos concluir então que não é o aluno que tem que se adaptar à escola, mas é ela que, consciente da sua função, coloca-se à disposição do aluno, tornando assim a escola um espaço inclusivo. A educação especial é concebida para possibilitar que o aluno com necessidades educacionais especiais atinja os objetivos propostos para sua educação no ensino regular (BRASIL, 2004). A sala de recursos deve ser vista como um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais. Esse espaço pode ser utilizado para o atendimento das diversas necessidades, assim, uma mesma sala de recursos, pode ser organizada com diferentes equipamentos e materiais, tendo capacidade para atender, conforme cronograma e horários diferenciados, alunos surdos, cegos, com baixa visão, com deficiência mental, com deficiência física, com deficiência múltipla ou com condutas típicas, desde que o professor tenha formação compatível, além de também poder promover apoio pedagógico ao professor da classe comum do aluno. Nesse serviço complementar, implica abordar questões pedagógicas que são diferentes das oferecidas no ensino regular e que são necessárias para melhor atender às especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais, para que os mesmos sejam ativos tanto na sala de aula regular quanto em sociedade. Fica claro que a abordagem na sala de recursos não pode ser confundida com uma mera aula de reforço (repetição da prática educativa da sala de aula), nem com o atendimento clínico, tão pouco um espaço de socialização. Reafirma-se o caráter pedagógico desse atendimento, cujo objetivo é suprir a necessidade do aluno, assegurando o direito de acesso a recursos que possam potencializar suas capacidades, promover o seu desenvolvimento e aprendizagem e, consequentemente, levar o aluno à sua própria emancipação, garantindo, assim, uma plena convivência social (MINAS GERAIS, 2005), possibilitando a firmação da proposta inclusivista, que é a de educar com qualidade, e promover o princípio da equidade. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 34 5.3 A sala de recurso para deficiência auditiva e o intérprete O Atendimento Educacional Especializado para alunos com surdez propõe atividades que quebrem barreiras pedagógicas que interferem na inclusão escolar dos alunos com surdez. Para Damázio (2007, p. 15), “[...] o trabalho com alunos com surdez no ensino regular, deve ser desenvolvido num ambiente que utiliza a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa”, assim, para a autora, o AEE deve se caracterizar como um período adicional de horas diárias de estudo. Para alunos com surdez, o espaço do AEE deve oferecer um instrutor de LIBRAS (de preferência surdo) para os alunos que ainda não aprenderam essa língua, e cujos pais tenham optado pelo seu uso. É necessário que o professor de Português e o professor de AEE em LIBRAS trabalhem em parceria com o professor da sala de aula, para que o aprendizado do português escrito e de LIBRAS por esses alunos sejam contextualizados. Damázio (2007, p. 26) afirma que [...] o planejamento do Atendimento Educacional Especializado é elaborado e desenvolvido conjuntamente pelos professores que ministram aulas em LIBRAS, professor de classe comum e professor de Língua Portuguesa para pessoas com surdez. Ainda diz que o planejamento coletivo inicia-se com a definição do conteúdo curricular, o que implica que os professores pesquisem sobre o assunto a ser ensinado. O trabalho dos professores deve estar inter-relacionados, para promover a autonomia do aluno, perante os ensinamentos apresentados. O trabalho pedagógico com os alunos com surdez nas escolas comuns, deve ser desenvolvido em um ambiente bilíngue, ou seja, em um espaço em que se utilize a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa. Um período adicional de horas diárias de estudo é indicado para a execução do Atendimento Educacional Especializado. Nele destacam-se três momentos didático-pedagógicos: � momento do Atendimento Educacional Especializado em LIBRAS na escola comum, em que todos os conhecimentos dos diferentes conteúdos curriculares são explicados nessa língua por um professor, sendo o mesmo Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas
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