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Economia Circular

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https://pess.portal.senaisp.edu.br/Portal.aspx - Eli@1986
Olá! Seja bem-vindo (a) ao curso Economia Circular.
Neste curso você irá conhecer o modelo de produção circular, no qual o processo produtivo é redesenhado e traz novos valores e atitudes para a sociedade.
Você irá repensar o sistema econômico atual e compreenderá as possíveis formas de transição em diversas esferas como a comportamental, empresarial, político-institucional, de formação e aprendizagem, dentre outras.
Também conhecerá como os diversos países, inclusive o Brasil, estão aplicando a economia circular em seus negócios.
Ao final do curso esperamos que você tenha subsídios suficientes para agir e contribuir, como pessoa e profissional, nesta grande mudança de paradigma.
 
Fique atento!
Você deverá realizar este curso dentro de 21 dias a partir da sua inscrição!
Lembre-se de salvar o Certificado em seu computador dentro desse período. Após o término do curso, você não terá mais acesso a ele.
 
Bons estudos!
Módulo 1
Economia Circular: O que é e por quê?
Neste módulo, apresentaremos o cenário global e o contexto que levam empresas e governos a questionar o atual modelo de produção e consumo, além de introduzir o conceito básico de Economia Circular.
Uma nova era requer uma nova economia
Nesta aula, vamos apresentar o cenário global e o contexto que levam empresas e governos a questionarem o atual modelo de produção e consumo. Também veremos de que forma a Economia Circular pode contribuir para a redução do impacto das mudanças climáticas.
Para começar
Na evolução da nossa sociedade sempre houve mudanças. Todos os dias, surgem novas soluções que levam a sociedade ao progresso, mas a mudança de uma era acontece quando uma série de desenvolvimentos fortalecem um novo padrão e mudam significativamente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.
Estamos vivendo a era da conectividade, na qual tudo acontece extremamente rápido e a informação “cruza” o oceano em questão de segundos. Não podemos mais dizer que as coisas vão demorar anos para chegar no Brasil.
Veja, na imagem, o que acontece em apenas 1 minuto na internet.
Adaptado de: lorilewis.
A tecnologia digital se tornou um item essencial da nossa atualidade gerando um grande impacto na sociedade, nos negócios e nos governos.
O mundo digital e o mundo físico se confundem. A transição para essa nova era requer a compreensão dessa evolução tecnológica, que transforma nossas vidas, a economia e os modelos produtivos. Demanda novas habilidades e influencia novos modelos de negócios, nos quais produto vira serviço, o consumidor vira usuário e os bens são compartilhados.
E você? Está preparad@ para esta nova era e esta nova forma de gerar negócios?
Que mundo é este? 
“A bicicleta que me leva pra escola não é minha, mas está sempre na porta da minha casa. A armação quebrada dos meus óculos foi substituída por uma impressa em casa em algumas horas pelo meu pai. Minha mãe não tem mais carro, mas tem sempre alguém diferente para nos levar a todos os lugares e, agora, todas as vezes que viajamos não ficamos mais em hotel, mas sempre na casa de um ‘amigo’ diferente.”
Indústria 4.0: a 4ª Revolução Industrial.
O professor alemão Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, destaca os impactos desta nova era no seu livro “A Quarta Revolução Industrial” publicado em 2016.
“Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes", diz Schwab.
Se quiser saber mais, clique aqui e leia o artigo completo.
Riscos lineares e senso de urgência
Temos consciência de que a industrialização trouxe significativas transformações em quase todos os setores da vida humana. A evolução tecnológica desenvolveu novos materiais, trouxe praticidade ao nosso dia a dia e gerou soluções médicas que aumentaram a nossa expectativa de vida.
Porém, este modelo de produtividade, cujo crescimento é diretamente proporcional à exploração de recursos naturais, trouxe ao mesmo tempo benefícios e desgaste ao meio ambiente, pois não considerava os impactos e os passivos deixados para trás. Esta é a Economia Linear: modelo de produção baseado na extração, produção, uso e descarte de recursos e materiais.
Mas em 2050 seremos 10 bilhões de pessoas.
A produção aumenta para suprir o crescimento populacional, e o desenvolvimento tecnológico contribui para otimizar processos, acelerar a produção, gerar ganho de capacidade fazendo com que a exploração dos recursos naturais se torne mais rápida e eficiente. Os custos são otimizados e atingimos um alto patamar produtivo.
Porém, extraímos recursos em uma velocidade tão rápida que o meio ambiente se torna incapaz de se regenerar. A consequência é o desgaste das reservas naturais, provocando a escassez de recursos e a indisponibilidade de matéria-prima para a indústria.
O dia de sobrecarga da Terra
O dia de sobrecarga da Terra é a data em que consumimos todos os recursos naturais da terra disponíveis para o ano. A cada ano esta data tem sido atingida mais cedo. Pensando na nossa conta bancária, é quando entramos no vermelho.
Por exemplo, em 2019, o dia da sobrecarga do Brasil foi 31 de julho. Nos EUA, o dia da sobrecarga foi 15 de março, ou seja, os EUA usaram todo o seu estoque anual de recursos naturais já no começo do ano.
Se analisarmos globalmente o dia da sobrecarga por décadas, notaremos que a data está cada vez mais adiantada. Em 1970, o dia da sobrecarga foi 29 de dezembro. Em 2018, o dia da sobrecarga foi 1 de agosto.
Clique aqui para saber como é calculada essa sobrecarga (material em inglês).
Clique aqui para ler sobre uma pesquisa que traz quais  ações políticas são necessária para reduzir essa sobrecarga (material em inglês).
Empresas e governos questionam o processo produtivo atual
Mas o que tem de errado com o atual modelo? Para que possamos entender o senso de urgência para a transição para um novo modelo econômico precisamos entender os motivos pelos quais as empresas estão preocupadas.
Escassez de matéria-prima: um crescimento global baseado na exploração dos recursos naturais em uma taxa de exploração mais rápida que a capacidade da terra de se regenerar provoca um desgaste do ecossistema natural.
Custo e disponibilidade: ao impactar as reservas globais, as empresas começam a ter problemas com o suprimento de matérias-primas e uma volatilidade no custo das commodities. No ano 2000, ocorreu uma inversão no comportamento do preço das matérias-primas e uma alta taxa de volatilidade das commodities.
Alto custo e disponibilidade das matérias-primas
Um estudo da Accenture apresentou o cenário que levou ao questionamento do modelo produtivo e à variação do preço dos commodities em relação ao crescimento do produto interno bruto. Inicialmente o gráfico destaca como a inovação tecnológica levou à otimização dos processos exploratórios contribuindo para que o índice de preços das commodities caísse em 0,5% para cada 1% de crescimento do PIB. Entretanto, o encontro da intensa exploração com o ápice do desenvolvimento tecnológico, levou o preço das commodities a subir a partir do ano 2000 em uma taxa de 1,9% para cada 1% de crescimento do PIB. Sendo assim, com este valor muito mais alto observa-se um custo crescente para materiais, energia, água e solo, problemas de suprimento gerando riscos socioeconômicos aos negócios.
Adaptado de: Circular Advantage – Innovative Business Models and Technologies to Create Value in a World without Limits to Growth – Accenture, 2014. Se quiser saber mais, clique aqui e leia o artigo completo (material em inglês).
O novo consumidor
Como vimos, esta nova era traz uma revolução tecnológica que transforma fundamentalmente a produção e consumo.
Um mundo globalizado einterdependente modifica o modelo produtivo, mas também nos transforma como indivíduos e consumidores.
O cliente está mudando a sua forma de comprar, logo as empresas precisam mudar a sua forma de vender.
O novo consumidor pesquisa tudo na internet antes de comprar e pode mudar de opinião facilmente diante do que ele lê. O novo consumidor não faz mais compras apenas por impulso e não está mais focado apenas no preço dos produtos, mas procura o propósito da marca.
Devido ao fácil acesso à informação, o consumidor se informa bem antes de efetuar a compra e muda de ideia diante da opinião de outros consumidores.
É a revolução digital levando às mudanças culturais e comportamentais dos consumidores.
Por exemplo, novas alternativas para serviços de transporte e hospedagem, tais como o Uber e AirBnb, surgem diante desta nova realidade e permitem novos modelos de negócio facilitados pela tecnologia oferecendo novas experiências de consumo considerando o compartilhamento de ativos.
Sendo assim, esta nova realidade faz com que as empresas estejam mais atentas à forma com que colocam produtos no mercado.
O novo mindset de compra
“O jargão Mindset Digital nada mais é do que o modelo mental de um grupo de pessoas que passa a se comportar de forma padrão por conta da integração das tecnologias nos seus hábitos.
(Mercado e Consumo, 2018)”. Se quiser saber mais, clique aqui e leia o artigo completo.
Como garantir a sobrevivência do seu negócio na nova era?
Desde a Revolução Industrial acreditava-se que teríamos um fornecimento constante e infinito de recursos. O modelo produtivo foi baseado na exploração dos recursos naturais e a produção em um modelo de desenvolvimento de produtos tendo como base também a obsolescência programada - técnica que visava atrair o consumidor de volta para uma nova compra devido ao curto ciclo de vida do produto. Esta economia linear gerava uma mentalidade de “compra, usa e joga fora”.
Entretanto, atualmente este modelo gera insatisfação e perda do cliente que devido à alta competitividade do mercado, vai optar por outra marca.
Empresas que continuarem a operar com esta mentalidade estão correndo sérios riscos que precisam ser avaliados para garantir a perpetuidade do negócio.
E quais são estes riscos?
Clique nas imagens abaixo para conhecê-los:
(A) RISCO DE SUPRIMENTO:
a dependência do uso de recursos não renováveis irá causar escassez e volatilidade da matéria-prima.
(B) RISCO DE COMPETITIVIDADE:
o processo produtivo baseado na obsolescência programada irá afetar a qualidade dos produtos e olhar crítico do consumidor.
(C) RISCO DE CONFLITOS:
uma cadeia compartimentada reduz a colaboração e aumenta o potencial de geração de conflitos. A falta de transparência e de conhecimento ao longo da cadeia também irá gerar uma “desconectividade” e provocar discussões ao longo da cadeia de valor.
(D) RISCO DE SOBREVIVÊNCIA:
a visão sistêmica, a adaptação à nova realidade e um olhar voltado à inovação serão elementos críticos para que a empresa seja à prova do futuro.
A gestão de riscos é uma parte importante do processo de investimento de negócios e, portanto, entender estes riscos lineares é um fator essencial para a estabilidade e crescimento de longo prazo.
Este é o primeiro passo da transição para a Economia Circular que chegou com força em 2018.
Conheça a seguir os grandes marcos que estão impulsionando a transição e o atual nível de circularidade do mundo.
Saiba mais 
Sociedade e economia estão cada vez mais cientes de que os recursos necessários para produção não são infinitos. Um estudo de uma consultoria holandesa mostra os riscos da atual economia, que chamamos de Riscos Lineares.
Se quiser saber mais, clique aqui e leia o estudo completo (material em inglês).
A transição para a Economia Circular
Aspectos legais, técnicos e financeiros destacaram os 3 grandes marcos que contribuíram para o fortalecimento da Economia Circular no cenário global em 2018. Estes pontos servem como fortes argumentos para a inserção da temática na pauta das empresas, governo e sociedade no mundo e também no Brasil.
Clique nos títulos abaixo:
· Economia Circular virou lei na Europa. O pacote de diretrizes que havia sido apresentado ao mercado em 2014, foi validado e republicado em 2015 e aprovado como lei em 2018, criando uma base para o desenvolvimento de negócios na União Europeia.
· Diretrizes financeiras para a Economia Circular. Três grandes bancos holandeses se reuniram para estudar formas de financiamento para impulsionar negócios circulares. O relatório final foi publicado em meados de 2018 e foi considerado um marco para compreensão das oportunidades e novos formatos para retorno de investimento. 
· Norma ISO de Economia Circular. Ao final de 2018 um comitê global foi estabelecido para a elaboração da 1ª norma ISO de Economia Circular que visa instruir o mercado no processo de transição. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) já confirmou a participação e sua liderança para montar o comitê brasileiro destacando a importância do tema também para nosso mercado. O processo de normatização de processos cria uma base comum de práticas que devem ser seguidas pelas empresas. Normas técnicas são importantes instrumentos que influenciam políticas públicas e práticas empresarias.
 
Saiba mais 
Um pacote de leis sobre Economia Circular virou lei na Europa. Se quiser saber mais, clique aqui (material em inglês).
Instituições financeiras europeias fizeram um estudo sobre diretrizes financeiras para a Economia Circular. Se quiser saber mais, clique aqui (material em inglês).
A ABNT está elaborando a normatização no campo da Economia Circular. Se quiser saber mais, clique aqui.
Economia Circular e mudanças climáticas
Essa transição para a Economia Circular torna-se mais urgente a cada dia, pois o sistema linear acelerado no qual vivemos não concede o tempo necessário para regeneração dos recursos naturais. As consequências dessa agressão ao meio ambiente são graves e uma das mais críticas são as mudanças climáticas.
As mudanças climáticas são alterações do clima global, evidenciado pelo aumento de temperatura no planeta como um todo. Estamos vendo as ondas de calor na Europa e o frio cada vez mais intenso na América Latina.
E o que causa este aquecimento global?
O aumento da emissão de gases de efeito estufa aumenta a retenção de energia nos oceanos e na atmosfera, elevando a temperatura, a intensidade e frequência dos eventos climáticos extremos, sejam de frio ou de calor. E suas consequências podem ser irreversíveis.
Outro aspecto distinto da mudança atual do clima é a sua origem: ao passo que as mudanças do clima no passado decorreram de fenômenos naturais, a maior parte da atual mudança do clima, particularmente nos últimos 50 anos, é atribuída às atividades humanas.
Fonte: Ministério do meio Ambiente.
https://www.mma.gov.br/informma/item/195-efeito-estufa-e-aquecimento-global
Todo ano, lideranças globais se reúnem para debater estas questões em uma conferência chamada Conferência das Partes (COP) - órgão supremo da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) – que foi estabelecida com o objetivo de gerar uma conscientização mundial sobre os problemas associados às mudanças climáticas, além de promover e facilitar a troca de informações entre os países sobre ações para enfrentar a mudança do clima e seus efeitos.
A 21ª Conferência das Partes (COP21), realizada em Paris em 2015, foi marcante, pois foi adotado por 195 países, um acordo global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, estabelecendo três compromissos chave com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. Os três compromissos principais são:
Os compromissos globais foram pensados para manter o aumento da temperatura média global em menos de 2°C e dedicar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C.
Saiba mais 
O Acordo de Paris foi aprovado por195 países na COP21. É uma resposta mundial à ameaça de mudança climática e suas consequências. Se quiser saber mais, clique aqui.
Entretanto, pesquisas nos trazem dois importantes pontos, um negativo e um positivo:
A Economia Circular apresenta uma proposta viável para atingir a meta de restringir o aumento de temperatura em 1,5°C.
Estes compromissos contribuem, infelizmente, apenas com uma parte das ações necessárias para a redução do aquecimento global.
Adaptado do livro Economia Circular Holanda-Brasil - Brasil Da Teoria à Prática, Março 2017.
Se o cenário atual permanecer, a temperatura global em 2100 será 4°C acima dos níveis pré-industriais. Para limitar a elevação de temperatura a 1,5°C, precisamos reduzir a emissão de gases do efeito estufa de 65 bilhões de toneladas para 39 bilhões, até 2030.
Clique no botão abaixo para ver o que pode ser feito para atingir a meta.
O QUE FAZER?
	SOLUÇÃO
	Compromissos nacionais
	Economia Circular
	Outras medidas
	· Energia sustentável
· Eficiência energética
· Redução do desmatamento
	· Recuperação e reuso
· Aumento da vida útil
· Compartilhamento e serviços
· Design circular
· Plataformas digitais
	· Aumento da escala dos renováveis e da eficiência energética
· Reflorestamento
· Agricultura inteligente
A transição para a Economia Circular é agora!
“Está claro que precisamos de uma mudança sistêmica. É essencial falarmos de soluções. Todos os debates caminhando para a COP25 precisam ser efetivos e serem feitos de modo a avançar o processo. Vamos começar a nível global e fazer com que todos os governos reconsiderem suas estratégias de mudança climática com a economia circular em mente. Embora seja crucial concentrar-se em energia renovável, eficiência energética e evitar o desmatamento, devemos considerar também o vasto potencial da economia circular”. 
Patricia Espinosa, secretária executiva da União Europeia para Mudanças Climáticas desde 2016
E o quanto circular é o mundo?
Na Economia Linear, extraímos os recursos naturais, transformamos em produtos, usamos e jogamos fora. Quanto mais rápida a produção, mais rápido o descarte, e menos tempo damos à natureza para se regenerar. Nosso atual modelo de economia cria uma alarmante proporção: quanto mais esgotamos o meio ambiente, mais lixo produzimos. O resultado, mais cedo ou mais tarde, é fatalmente o colapso: sem recursos naturais não há produção e nos restará apenas montes e montes de lixo.
Na Economia Circular, os fluxos de materiais são contínuos, os resíduos são transformados em matéria-prima e o sistema é regenerativo por princípio, o que significa que nada se perde e tudo se transforma, como na natureza: o equilíbrio é perfeito e o conceito de lixo é abolido.
Compartilhar, consertar e reutilizar são palavras de ordem. Trata-se de um novo modelo macroeconômico de crescimento que já virou lei na Europa. O foco está em manter e criar valor ao longo da cadeia e na restauração do capital natural e social.
Portanto, ao medir a circularidade da nossa economia pretendemos demonstrar que todo material que extraímos do meio ambiente volta naturalmente ao final do seu ciclo para ser regenerado e reutilizado.
De acordo com pesquisa lançada em 2019 pela instituição holandesa Circle Economy e apoiada pela ONU o mundo é apenas 9% circular, o que significa que apenas 9% dos materiais que utilizamos na produção industrial são retornados ao processo produtivo ou ao meio ambiente. O restante, se não estiverem aplicados em bens de consumo de alta durabilidade, estão indo parar nos aterros sanitários, na melhor das hipóteses. Na maioria das vezes o material acaba na natureza poluindo nossas cidades, rios e mares.
Para reduzir este gap entre disponibilidade de matéria-prima e consumo precisamos seguir 4 caminhos:
1. Desacelerar a extração
2. Reduzir as perdas de processo
3. Otimizar o uso dos materiais
4. Circular mais e melhor
Adaptado de: The Circularity gap report. 2018.
Portanto, apesar do resultado não ser positivo, eles nos trazem uma base global para discussão e uma evidência da necessidade da mudança, fazendo com que as empresas passem a rastrear a sua performance, engajar seus fornecedores e estabelecer metas de forma a obter resultados que gerem valor para toda a sua cadeia de valor.
Será que você é capaz de repensar o seu processo produtivo para seguir um novo caminho visando dar continuidade ao seu negócio e ao mesmo tempo prevenir a degradação ambiental e a desigualdade social?
Mas como fazer? Você irá saber mais na próxima aula.
Saiba mais 
A economia linear está falhando com as pessoas e o planeta, mas podemos agir para corrigir a lacuna da circularidade global.
Se quiser saber mais, leia o artigo completo (material em inglês) clicando aqui.
Uma nova era requer uma nova economia
A competitividade na nova era e no contexto da Indústria 4.0 não é mais baseada apenas no custo e na qualidade, mas sim na geração de valor. A Economia Circular traz um novo olhar para a indústria, de que é possível crescer de forma diferente.
Este novo modelo produtivo promove inovações tecnológicas, contribui para reduzir o aumento da temperatura global, gera novas oportunidades de negócio e cria novos empregos.
Além disso, o olhar da Economia Circular tem a capacidade de unir a comunidade global em uma agenda comum e fazer com que todos se sintam empoderados para a mudança tanto com um olhar coletivo como individual.
Sua abordagem sistêmica aumenta a capacidade de servir às necessidades da sociedade, endossando o melhor que a humanidade tem para oferecer: empreendedorismo, inovação e colaboração.
Agora que você já entendeu o porquê de uma nova economia, você está preparado para aprender sobre conceitos básicos que embasam a Economia Circular e como aplicá-la em seu negócio.
 
Exercícios
1. Por que se tornou urgente a transição para um novo modelo econômico? Assinale o principal motivo pelo qual as empresas estão preocupadas.
A. a taxa de exploração mais rápida que a capacidade regenerativa da terra, diminuiu a disponibilidade de recursos e assim, gerou problemas com o suprimento de matéria-prima.
B. responsabilidade do consumidor em não tolerar produtos que foram desenhados para a obsolescência programada.
C. devido à alta competição de mercado, no que se refere a produtos ecológicos.
D. devido à defasagem tecnológica de produção nos moldes lineares.
E. pressão institucional dos governos por meio de legislações e regulamentações voltadas a uma produção e consumo menos impactante ao meio ambiente.
2. Estudos demonstram os riscos do modelo econômico linear (baseada na exploração dos recursos, na produção, no uso e descarte de produtos). A partir dessa informação, marque verdadeiro ou falso para as alternativas abaixo.
A. O desenvolvimento tecnológico associado à intensa exploração dos recursos, provocou escassez e volatilidade no preço das commodities.
FalsoVerdadeiro
B. Problemas de suprimento geram riscos socioeconômicos aos negócios.
FalsoVerdadeiro
C. O diferencial competitivo não é mais custo e qualidade, e sim, a produção de produtos ecológicos.
FalsoVerdadeiro 
D. A possibilidade do uso de recursos renováveis trouxe risco de sobrevivência para sistemas produtivos baseados em combustíveis fósseis.
FalsoVerdadeiro
E. A obsolescência programada continua a gerar diferencial competitivo no olhar crítico do novo consumidor.
FalsoVerdadeiro
3. As mudanças climáticas e a produção e uso de materiais estão estreitamente ligados. Relacione as indicações a seguir ao aumento de emissões atmosféricas ou à diminuição de emissões atmosféricas:
A. Uso de biomassa em processos produtivos. Diminuição
B. Extensão da vida útil do produto e melhoria na intensidade de uso. Diminuição
C. Uso de resíduos como recursos. Diminuição 
D. Produção agrícola extensiva. Aumento
E. Compartilhamento de veículos para mobilidade urbana. Diminuição
4. Os anseios do novo consumidor são, em especial, originados da sensibilidade sobre as mudanças climáticas, os impactos no meio ambiente e a influência da tecnologiadigital. Marque verdadeiro ou falso, refletindo sobre esse novo mindset de consumo.
A. Muitos consumidores querem se relacionar com marcas que se posicionem com relação aos seus anseios e que estejam transformando a realidade.
FalsoVerdadeiro
B. O consumidor tem comprado de maneira mais consciente, optando por produtos provenientes de uma cadeia mais responsável.
FalsoVerdadeiro
C. Devido à revolução tecnológica e era digital, o consumidor compra mais, levado apenas por impulso.
FalsoVerdadeiro
D. O novo consumidor tem levado as empresas (indústria e varejo) a prezarem por condições de trabalho mais justas, a usarem e reusarem materiais seguros, que diminuam impactos negativos no meio ambiente e a repensarem a forma como seus produtos são feitos, usados e reutilizados.
FalsoVerdadeiro
E. O acesso facilitado da informação, no meio digital, possibilitou uma transformação na forma de consumo consciente.
FalsoVerdadeiro
Conceitos básicos
Nesta aula iremos apresentar os conceitos básicos da Economia Circular, destacando os ciclos dos materiais, a pirâmide de valor e os novos modelos de negócio, facilitando assim a compreensão da transição do pensamento linear para o circular.
Para começar
Na aula anterior, você aprendeu que a sociedade está em uma fase de mudança significativa, que fortalece um novo padrão e muda expressivamente a forma como vivemos e trabalhamos. Essa transição está ocorrendo juntamente com a evolução tecnológica, a qual influencia nosso comportamento e provoca novas formas de nos relacionarmos. Com esta nova era, surge uma nova economia que traz novos modelos de negócios. Mas quais são as bases que fundamentam essas mudanças?
Nesta aula, você irá aprender sobre os conceitos básicos que embasam a Economia Circular. Tais conceitos servem de fundamentação teórica e auxiliam a decisão de compra do consumidor nas questões do dia a dia, além de nortear a aplicabilidade profissional para o desenvolvimento de processos e redefinição de produtos e serviços, auxiliando a construção de uma nova mentalidade de produção e consumo.
Vamos exemplificar?
Você já parou para pensar sobre o seu consumo? Quem você acha que é o responsável pelo crescimento econômico? Isso mesmo, é o consumidor. Ou seja, você, eu e todas as pessoas como nós.
O que você faz quando sai um novo modelo de celular? E quando você precisa comprar um produto para consumir de forma imediata? Você pensa como ele está sendo disponibilizado? A embalagem é sustentável?
Em uma economia linear de consumo há a necessidade crescente por mais materiais e mais recursos naturais para a produção das mercadorias e, como consequência, há uma maior geração de resíduos.
Isto não seria um problema se a nossa economia fosse trabalhada como um ecossistema natural, pois a natureza representa um ciclo fechado com alta eficiência de reaproveitamento.
Entretanto, se uma economia cresce com base na extração cada vez maior de recursos naturais e sem qualquer controle, é fácil prever que isso não será sustentável a longo prazo. Só lembrar da crise hídrica que tivemos há alguns anos atrás.
A economia circular busca um crescimento econômico desconectado da exploração de recursos naturais, definindo novos ciclos de materiais e novos modelos de negócio, baseados na pirâmide de valor. Esse conceito facilita a compreensão do que vem a ser o pensamento circular.
Uma visão sistêmica e restauradora
Na Economia Circular, compartilhar, consertar e reutilizar são palavras de ordem. Trata-se de um novo modelo macroeconômico de crescimento que já virou lei na Europa.
O olhar isolado das etapas do processo é substituído por uma visão sistêmica que planeja o produto antes da sua produção, evitando a transferência das dificuldades de uma etapa para outra.
Mas o que isto significa realmente? Quais as premissas mais importantes da Economia Circular?
· O crescimento é desconectado do uso e da exploração de recursos naturais.
· Ciclos fechados de produção são desenhados para não gerar resíduos.
· O olhar sistêmico vai além do fluxo de materiais e avalia novas formas de produção e consumo.
· A economia cresce de forma regenerativa e restauradora, com novos materiais e novas fontes de energia, tudo renovável.
· O foco está em manter e criar valor ao longo da cadeia
O olhar da natureza
Uma forma simples de compreender este novo modelo econômico é ter um olhar abrangente para a natureza: um ecossistema vivo e natural, no qual os materiais e a energia seguem fluxos contínuos de reaproveitamento. Não existe resíduo.
Estes materiais, ao final do seu ciclo, servem de alimentos para alguma espécie ou são sintetizados por reações físico-químicas no solo ou na água, transformando-os em nutrientes.
O capital natural (ou seja, o valor inerente aos bens que tiramos da natureza) são preservados e mantidos através do uso de renováveis, da redução da extração e da reinserção de insumos de volta na natureza.
O processo produtivo tem um olhar de perfeito equilíbrio e renovação, semelhante ao ecossistema natural.
Muito sábio, o químico francês Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) há muito tempo já dizia: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. A frase deu origem à Lei de mesmo nome, correspondente à lei de conservação das massas. A ciência e a natureza comprovam que é possível desenvolver processos sem perdas, pois a matéria não desaparece, se transforma em outro material de valor em outro local.
Os princípios da Economia Circular
A Economia Circular está pautada em três princípios (Ellen MacArthur Foundation, 2013):
1. “Preservar e aumentar o capital natural, controlando estoques finitos e equilibrando os fluxos de recursos renováveis”.
O capital natural é o valor inerente aos bens que tiramos da natureza para serem utilizados no processo produtivo. Para a manutenção do capital natural precisamos reduzir a extração de recursos, promover o uso de renováveis e garantir a reinserção de insumos de volta na natureza.
2. “Otimizar o rendimento de recursos, fazendo circular produtos, componentes e materiais no mais alto nível de utilidade o tempo todo, tanto no ciclo técnico quanto no biológico”.
Os produtos devem ser recuperados ou, em caso de descarte, reinseridos na cadeia produtiva, contribuindo, desta forma, também para a economia. Sistemas circulares estendem ao máximo o uso de materiais biológicos e promovem os modelos de economia compartilhada, que amplia a utilização dos produtos.
3. “Fomentar a eficácia do sistema, revelando as externalidades negativas geradas e excluindo-as dos projetos”.
É preciso conhecer os impactos socioambientais presentes ao longo do ciclo de vida dos materiais e produtos, para que possamos reduzir os danos ao meio ambiente, pelo uso da terra, água e poluição sonora, liberação de substâncias tóxicas e mudança climática.
Capital Natural
Trata-se de um conceito que enxerga, sob a ótica dos custos de produção, o valor dos recursos naturais em relação a um produto ou serviço. A ideia é deixar de considerar tais insumos como ativos gratuitos e passar a fazer uma espécie de valoração/precificação dos mesmos, tratando-os como capital, nos mesmos moldes como tratamos recursos econômicos.
Se uma empresa depende da natureza para seu sucesso, ela deve pensar nesses bens naturais como parte de seu capital. Afinal de contas, uma eventual escassez desses recursos irá afetar diretamente a produtividade e a saúde financeira dos negócios, acarretando também riscos para investidores.
Se quiser saber mais, clique aqui e visite o site.
Ciclo biológico e ciclo técnico
Vimos anteriormente que a Economia Circular é inspirada nos sistemas naturais e que não há resíduos na natureza. Conhecemos os aspectos mais importantes para a transição e os 3 princípios básicos. Como aprender com a natureza e que passos devemos dar para aplicar seus princípios nos processos produtivos?
1- Identificar os diferentes tipos de materiais para criar os ciclos reversos.
2- Redesenhar os produtos para que eles sejam reaproveitados, consertados e compartilhados o máximo devezes possível.
3- Pensar em fontes de energia e materiais renováveis.
A economia circular separa os materiais em componentes biológicos e técnicos, e entende que os produtos devem ser projetados com a intenção de permanecerem dentro de um ciclo ou de outro.
Materiais biológicos são não tóxicos e são compostados ou utilizados na produção de energia a partir de biomassa (matéria orgânica e renovável, usada para produção de energia).
Materiais técnicos são polímeros, ligas metálicas e outros materiais sintéticos que devem ser projetados para serem usados novamente com o mínimo de energia e maior retenção de qualidade.
O diagrama sistêmico ilustrado a seguir apresenta o fluxo contínuo de materiais técnicos e biológicos através do "círculo de valor".
Mitos e Fatos
Para entender o que é Economia Circular precisamos entender primeiro o que NÃO é Economia Circular e assim evitar a simplificação do tema, desmistificando os fatos. Clique em cada um dos mitos e saiba mais:
· MITO 1: Economia Circular se refere somente a práticas de reciclagem, atributos sustentáveis e valorização de resíduos. NÃO, Economia Circular redesenha produtos e tem como foco a modularidade e sua durabilidade.
· MITO 2: Economia Circular vem para solucionar os problemas da Economia Linear. NÃO, a Economia Circular muda o sistema e evita o problema. 
· MITO 3: Economia Circular se refere a produção mais limpa e eficiência de processo. NÃO, a Economia Circular vai além e gera efetividade através de novos modelos de negócio.
A inovação está em toda parte da nova economia: na escolha dos materiais, no design de produtos, serviços e plataformas que influenciam o modo como nos comunicamos e consumimos, gerando novos modelos de crescimento.
Para entender mais sobre esse conceito, leia a definição apresentada pela Fundação Ellen MacArthur Foundation:
“Em uma economia circular, a atividade econômica contribui para a saúde geral do sistema. O conceito reconhece a importância de que a economia funcione em qualquer escala – para grandes e pequenos negócios, para organizações e indivíduos, global e localmente. A transição para uma economia circular não se limita a ajustes visando reduzir os impactos negativos da economia linear. Ela representa uma mudança sistêmica que constrói resiliência em longo prazo, gera oportunidades econômicas e de negócios, e proporciona benefícios ambientais e sociais. O modelo faz uma distinção entre ciclos técnicos e biológicos”. (Ellen MacArthur Foundation, 2017)
Saiba mais 
A Economia reavalia o processo produtivo, redesenha produtos e serviços e repensa o progresso.
Se quiser assistir ao vídeo da Ellen MacArthur Fundation sobre o conceito de Economia Circular,
clique aqui (vídeo em inglês com legendas em português).
Como gerar valor
Para visualizarmos os modelos de negócio que permitem a geração de valor, utilizamos o modelo elaborado pela instituição holandesa Circle Economy, chamado pirâmide de valor.
Na Economia Linear, agregamos valor aos produtos durante seu processo produtivo para que ele tenha o seu valor máximo na fase de uso. Após o uso, o produto é descartado e não há qualquer retenção de valor.
Pirâmides de valor. Adaptado de: Circle Economy.
Na Economia Circular, procuramos manter o valor dos produtos e dos materiais na fase de uso por mais tempo, prolongando a sua vida útil através do reparo, reuso, compartilhamento, conserto e remanufatura.
Pirâmides de valor. Adaptado de: Circle Economy.
Repare como a Economia Circular gera e mantem o valor dos produtos sempre no topo da pirâmide. Repare que a reciclagem aparece como último nível de geração de valor e que a extração é eliminada do processo produtivo, pois o objetivo é manter os materiais sempre em circulação com a mínima necessidade de exploração dos recursos naturais.
Os próximos cinco modelos de negócios
Já aprendemos que a Economia Circular redesenha o modelo produtivo e cresce de forma diferente, desconectada da exploração dos recursos naturais.
Mas quais são estes novos modelos de negócio que garantem a competitividade e sobrevivência das empresas na nova era digital?
Existem 5 novos modelos de negócios que impulsionam a economia circular.
· USO DE RENOVÁVEIS
A base da Economia Circular é renovável. Uso de materiais e combustíveis renováveis são essenciais para a transição. Negócios que priorizam o uso ou fornecem insumos renováveis contribuem para o desenvolvimento de uma economia circular.
· EXEMPLO
O plástico de cana-de-açúcar que é renovável e reciclável, o carro movido a etanol e as embalagens feitas de fécula de mandioca (que são comestíveis e compostáveis) são bons exemplos brasileiros.
· REFLITA
A Bioeconomia é uma área de grandes possibilidades para o nosso país e, neste contexto, pode contribuir para inserir o Brasil na Economia Circular, promovendo cases brasileiros de grande escala e que podem ser exportados para o mundo.
· 
· RESÍDUOS COMO RECURSOS
A tecnologia permite a transformação de resíduos em recursos, gerando produtividade e retorno do investimento através da larga escala. A reciclagem dentro da Economia Circular é vista não como uma solução de um passivo ambiental, mas como a criação de novas cadeias de valor a partir de objetos desvalorizados. Isto é possível com a construção de novas relações comerciais e parcerias estratégicas, contribuindo para a geração de novos negócios.
Na Economia Circular, os resíduos - antes descartados - são utilizados para a produção de novos recursos, como fertilizantes, biogás e até na geração de energia elétrica. Materiais antes desprezados no aterro podem ser reprocessados em larga escala a fim de serem reinseridos em novos ciclos produtivos, gerando renda e emprego.
· IMPORTANTE
Mas como retornar todo este lixo para o reprocessamento? Qual a responsabilidade das empresas, da sociedade e do governo?
Para que os materiais sejam recuperados, principalmente em cadeias que envolvem consumidores finais, os clientes têm papel-chave em devolver os produtos usados. Uma forma de conscientização é o investimento em campanhas nacionais para que todos conheçam a importância da logística reversa.
Portanto, neste contexto, os elementos chaves para considerarmos a transformação de resíduos em projetos de economia circular são: escala, inovação e parcerias.
· EXEMPLO
A planta semiautomatizada que processa, separa e limpa todo resíduo pós-consumo, para que cada material possa ser rastreado e reprocessado em novos ciclos, é um exemplo de mudança de mentalidade de negócio que transforma o lixo (algo que não tinha valor) em recurso (algo que traz retorno econômico, benefícios ambientais e sociais para a sociedade).
A casca de arroz, que não pode ser eliminada do processo de cultivo do arroz, pode ser queimada para geração de sílica verde, que será posteriormente utilizada para melhorar a performance de pneus e evita a extração do minério da natureza. O trigo retirado de um resíduo de pão e assim ser transformado em cerveja.
· REFLITA
Projetos de reciclagem feitos na área de entorno de uma fábrica, em batelada ou com um contexto artístico, trazem benefícios sociais e são de grande valor para engajamento e conscientização da sociedade. Porém, não transformam a realidade no sentido macroeconômico, devido à falta de escala e não devem ser renomeados como economia circular.
Upcycling é outro termo muito utilizado que se conecta com a Economia Circular, pois recupera perdas de processo, gerando uma nova vida para materiais residuais em um ciclo de maior valor agregado. Estas atividades também podem ser feitas em um contexto de projetos isolados, ações de ativação de marca ou em grande escala, como desenvolvimento de tecidos de malha e jeans produzidos com fios reciclados.
· 
· PLATAFORMAS DE COMPARTILHAMENTO
Prolongar a vida útil de produtos através do reparo, modernização, revenda e compartilhamento também contribui para uma economia circular.
Neste caso, o design é essencial para garantir que produtos possam ser consertados, revendidos e compartilhados. Os produtos mais duráveis substituem osdescartáveis na Economia Circular, provocando uma mudança de hábitos e atitudes, evitando a rápida geração de resíduos por produtos de uso único.
Além disso, ao desenvolvermos uma indústria preocupada com a segunda vida dos produtos, permitimos a criação de novos empregos, otimizamos o uso de recursos, reduzimos a necessidade de exploração de novos recursos naturais e, consequentemente, geramos benefícios ambientais e sociais.
· EXEMPLO
Copos e garrafas reutilizáveis, sacolas de pano e até mesmo embalagens de restaurantes substituem os descartáveis, gerando menos lixo e menos impacto. Computadores que são reformados para revenda por um preço mais acessível, motores e equipamentos que são remanufaturados e revendidos na indústria automobilística ou linha branca já podem ser encontrados no mercado brasileiro.
· REFLITA
Na Economia Circular, os produtos podem passar por um primeiro uso e posteriormente ganhar uma segunda vida ao ser reparado ou compartilhado.
A obsolescência programada não é mais uma estratégia das empresas para geração de novas vendas, pois, com um alto índice de competitividade, o cliente pode facilmente ir para o competidor. A durabilidade e modularidade, que permite o conserto de forma fácil e prática, passam a ser fatores importantes na escolha do consumidor. Além disso, a remanufatura surge de forma que o produto, ao ser consertado e reinserido no mercado tenha garantia direta do produtor.
· 
· DURABILIDADE E MODULARIDADE
Aumentar a taxa de utilização de produtos, permitindo que mais de um usuário se beneficie do mesmo produto, acaba com a ociosidade e permite atender a mais pessoas, sem o aumento da produção. Além disso, o compartilhamento vai ao encontro de um modelo de produção que tem como foco a durabilidade, pois assim irá garantir que o mesmo produto possa ser utilizado várias vezes sem um desgaste rápido.
Este modelo de negócio traz praticidade e conveniência em um mercado acelerado e incerto, que garante o uso de produtos por um tempo limitado, sem a necessidade de altos investimentos para a compra de um produto, equipamento ou ferramenta.
· EXEMPLO
Bicicletas, patinetes, carros e salas para reuniões, tudo pode ser compartilhado na Economia Circular e podem estar na ponta dos nossos dedos em aplicativos de plataformas de compartilhamento de produtos.
Hotéis também vêem um impacto dos seus negócios devido a novos aplicativos, como o AirBnB, que permitem que pessoas comuns compartilhem com usuários desconhecidos um cômodo, parte ou sua casa inteira por um tempo limitado.
Até mesmo equipamentos são compartilhados entre empresas, gerando rendas para maquinários, que tinham horas de ociosidade e que podem ser então utilizados por outras indústrias. Exemplos já são vistos tanto na Europa como no Brasil.
· REFLITA
Você já pensou que aqueles brinquedos que o seu filho não brinca mais - mas ainda estão em bom estado - ou aqueles vestidos/ternos, que você usou apenas uma vez, poderiam ser colocados em uma plataforma de compartilhamento de brinquedos e de roupas e gerar renda para algo que estava jogado no fundo do armário?
Ou ainda: depois que você compra uma furadeira, quanto tempo você de fato a usa? Você precisa de uma furadeira (propriedade) ou precisa fazer um furo (uso)? Basta compartilhar! Esta é a onda das plataformas de compartilhamento que se multiplicam pelo Brasil e o mundo.
· 
· PRODUTO COMO SERVIÇO
Permitir a experiência do uso sem a necessidade da compra do produto traz praticidade, conveniência e efetivamente contribui para uma economia circular.
Este modelo de negócio é também conhecido como a desmaterialização de produtos. Há a oferta de acesso ao produto, porém a propriedade permanece com o produtor.
Qualquer manutenção, reparo ou descarte fica sendo responsabilidade do produtor. A obsolescência programada é, portanto, eliminada da estratégia do negócio, dando espaço para a durabilidade, facilidade de manutenção e potencial de reparo dos produtos.
O foco está na função e na experiência de uso dos produtos. O consumidor vira usuário e uma nova relação comercial é estabelecida por meio de contrato de locação, leasing ou oferta de serviços mensais.
· EXEMPLO
Empresas de lâmpadas não vendem mais lâmpadas, e sim iluminação. Empresas de pneus passam a vender quilômetro rodado, e hotéis passam a pagar por quartos limpos e não produtos de limpeza. Vinhos, ingredientes para o jantar e artigos diversos podem chegar em nossas residências com a frequência desejada, gerando novas experiências e fidelidade do cliente.
Este modelo reduz desperdício, gera novas relações de confiança e responsabilidade. Parcerias são estabelecidas na oferta de novas soluções.
· REFLITA
O modelo de produto como serviço surge como uma nova técnica de fidelização de clientes, pois uma vez que o serviço é ofertado e a performance é comprovada, o consumidor não precisa mais se preocupar se o produto vai falhar ou tem que ser consertado, pois o produtor se mantém responsável pela manutenção ou troca do produto.
· 
Conclusão da aula
A Economia Circular não chega para solucionar os problemas da Economia Linear, ela muda o sistema e evita o problema. A nova economia provoca uma redefinição de valores e atitudes, reavalia o processo produtivo e redesenha produtos e serviços.
O produto vira serviço e o consumidor vira usuário. Produtos são feitos para durar, para serem consertados, reutilizados e compartilhados, de forma a não gerar resíduos e otimizar o uso dos recursos naturais.
A economia cresce desconectada da exploração dos recursos naturais através de novos modelos de negócio que mantém e geram valor.
A Economia Circular influencia empresas a repensar a sua estratégia, usar diferentes materiais e fontes de energia, aplicar novos modelos de negócios e, consequentemente, diminuir a geração de resíduos.
 
 
Exercícios
1. A definição de Economia Circular é abrangente e, portanto, engloba várias premissas associadas entre si. São exemplos destes:
A. Pensar no fluxo de materiais e desenvolvimento de produtos evitando a geração de resíduos.
B. Projetar produtos com uma vida útil curta para que possam ser repostos rapidamente.
C. Adotar um modelo de crescimento com base na extração cada vez maior de recursos naturais.
D. Usar energia proveniente de fontes renováveis.
E. Construir ciclos reversos de materiais através de um olhar sistêmico e restaurador.
2. A economia circular separa os materiais em componentes biológicos e técnicos, e entende que os produtos devem ser projetados com a intenção de permanecerem dentro de um ciclo ou de outro. Relacione as ações com os dois tipos de ciclos produtivos - biológico ou técnico:
A. O produto ao final do seu uso pode ser compostável e retornado diretamente para natureza. Biológico
B. O produto é feito para durar e ser utilizado o máximo de vezes possível por várias pessoas. Técnico
C. A vida útil do produto é estendida através do design voltado para durabilidade e modularidade. Técnico
D. É possível recuperar e restaurar os materiais através de estratégias como reuso, reparo, remanufatura ou (em última instância) reciclagem. Técnico
E. Os resíduos ao final do processo podem ser processados através de um processo de digestão anaeróbica para a geração de biogás. Biológico
3. Na Economia Circular novas práticas são aplicadas pela indústria que contribuem para recolocar produtos no mercado com garantia do produtor, otimizando o uso de recursos, reduzindo custos e evitando que produtos sejam destinados de forma incorreta no meio ambiente. Considerando os conceitos-chave, dos ciclos técnicos, representados no diagrama sistêmico (de borboleta), indique a que parte do diagrama este exemplo pertence:
A. Produção que garanta a reciclabilidade do produto.
B. Reutilização ao reintroduzir o produto para a mesma finalidadee em sua forma original.
C. Reforma, ao devolver um bom funcionamento ao produto, substituindo ou reparando seus componentes defeituosos.
D. Reciclagem, ao recuperar o material para outras finalidades, retornando-o ao processo como matéria-prima.
E. Remanufatura, na qual os componentes reutilizáveis (em funcionamento) são retirados de um produto usado e reconstruídos para fornecer qualidade similar ao original.
4. Renováveis são a base para a Economia Circular e isto se refere aos seguintes projetos e ações:
A. Investimento em larga escala em energia solar.
B. O uso de embalagens que possam ser compostáveis e/ou comestíveis.
C. A utilização de combustíveis oriundos da decomposição de restos de plantas e animais que demoraram muitos anos para a sua formação e que, por isso, contém alta quantidade de carbono como o carvão, o gás natural e o petróleo.
D. Promover a bioeconomia.
E. Uso de resíduos para a produção de energia
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Módulo 2
Descobrindo a Economia Circular
Neste módulo, conheceremos as escolas de pensamento que deram origem à Economia Circular e o papel do designer no processo de transição.
A evolução do pensamento: as origens da Economia Circular
Vamos conhecer as escolas de pensamento que deram origem à Economia Circular e os debates macroeconômicos sobre desenvolvimento sustentável.
Para começar
Agora que você já sabe o que é a Economia Circular e porque ela é tão importante, vamos pensar na origem do conceito.
De onde veio a Economia Circular? Alguém simplesmente a concebeu? Ou ela é fruto da evolução do pensamento sobre o desenvolvimento sustentável, reflexo da sociedade moderna?
A busca por equilíbrio entre desenvolvimento econômico, social e ambiental não é de hoje. Entender a sua evolução vai te ajudar a saber como, onde e porque fazer a transição circular. Assim como fazer a relação deste processo com os antigos debates de sustentabilidade nos negócios.
Na aula anterior, você aprendeu sobre os fundamentos da Economia Circular, conheceu os ciclos dos materiais, a pirâmide de valor e os novos modelos de negócio.
Nesta aula você compreenderá melhor como o conceito foi evoluindo ao longo do tempo por meio das inquietudes da sociedade moderna, as Escolas de Pensamento e a evolução do debate sobre modelos macroeconômicos de desenvolvimento.
Prepare-se para vivenciar todo este pensamento evolutivo e chegar no que se entende hoje por Economia Circular.
Escolas de pensamento
Ao longo dos anos, acompanhamos a crescente necessidade de reduzir a exploração dos recursos naturais, minimizando os reflexos negativos da economia no meio ambiente e na saúde humana. Pense, em 2050, seremos 10 bilhões de pessoas. Precisamos mudar a lógica de produção e consumo e suprirmos nossas necessidades sem geração de resíduos.
A Economia Circular é o tema mais pulsante nas rodas de conversa empresariais da atualidade e traz vários conceitos que formam as bases para a compreensão do tema. Ela provoca debates que vão além das questões de materiais, resíduos e reciclagem.
Como vimos, a Economia Circular propõe novos modelos de produtividade e novos indicadores financeiros que implica em novas relações comerciais e precisam ser estabelecidas para o desenvolvimento dos negócios circulares.
A seguir, conheça as escolas de pensamento que têm feito o conceito de Economia Circular ser desenvolvido e aperfeiçoado ao longo do tempo.
Pensamento em ciclos e/ou economia de performance
O arquiteto suíço Walter R. Stahel é um dos pesquisadores pioneiros que, ao final dos anos 70, cria uma das bases mais fortes da Economia Circular: o conceito Cradle to Cradle (do berço ao berço).
Em seu trabalho, critica o uso intensivo de material para gerar riqueza e desenvolve um modelo de pensamento em ciclos que tem como foco a performance de produtos. Este contribui para:
· A redução de recursos
· A prevenção de desperdícios
· A competitividade econômica
· A criação de empregos através da desmaterialização de produtos
Também pode ser reconhecida como produto, serviço e/ou economia da funcionalidade.
Adapatado de: Beast Magazine, 2017.
Dica 
O mais fascinante da Economia Circular é que é um tema tão novo que é ainda possível conversar diretamente com os pensadores que vêm moldando a discussão. Stahel acabou de lançar um novo livro (The Circular Economy – A User’s Guide) junto com a Ellen MacArthur Foundation, que destaca seus 30 anos de trabalho e expertise.
Ecologia Industrial
Ecologia Industrial é o estudo do fluxo de energia e materiais através dos sistemas industriais.
“Baseia-se na metáfora que advém de retirar da análise do funcionamento dos ecossistemas naturais lições úteis para gerir melhor os sistemas industriais”. (FERRÃO, 2009)
Com isso, o conceito traz outra forte base que é aplicada diretamente pela Economia Circular que é a divisão de dois ciclos de materiais: o ciclo natural e o industrial, utilizados com o intuito de demonstrar o fechamento dos ciclos dos materiais.
Além disso, da ecologia industrial, tem-se o desdobramento do conceito de simbiose industrial que visa aplicar o olhar de fluxo de materiais e energias para identificar possibilidades de sinergias entre diferentes indústrias de um mesmo polo industrial. Como exemplo, podemos citar uma rede integrada de empresas na qual o resíduo de uma pode ser utilizado por outra.
Enfim, neste conceito observam-se inúmeras possibilidades de cooperação e uso conjunto de recursos gerando benefícios ambientais e econômicos.
Saiba mais 
O clássico exemplo de Kalundborg
O exemplo clássico e mais conhecido da Ecologia Industrial é o caso de Kalundborg, município da Dinamarca. Neste processo simbiótico, as empresas compõem uma rede integrada, que utiliza resíduos uma das outras como fonte de energia e de matéria-prima.
Adaptado de: Inovação e sustentabilidade na gestão de resíduos sólidos: perspectivas da aplicação da política nacional de resíduos sólidos na Região Metropolitana do Recife, 2015. Disponível em: Researchgate
Design Regenerativo
John T. Lyle (1994) propôs o design regenerativo como um modelo no qual intencionalmente se busca reincorporar os materiais aos ciclos produtivos ou biológicos, visando a sua renovabilidade.
O design regenerativo traz vários princípios que são diretamente aplicados à Economia Circular, fazendo com que ela seja também definida como uma economia regenerativa.
O potencial regenerativo de um sistema é reconhecido desde que todos os sistemas renovem e regenerem sua própria fonte de energia e os materiais que são nele consumidos, mantendo o equilíbrio.
Clique em cada ícone dos princípios abaixo para conhecê-los:
Adaptado de: Capital Institute
Equilíbrio
A economia regenerativa afirma que deve ser sempre buscado o equilíbrio entre eficiência e resiliência, colaboração e competição, diversidade e coerência, pequenas, médias e grandes organizações, considerando as necessidades de todos.
Relacionamento
A economia humana está completamente inserida na biosfera, na qual todos estão ligados uns aos outros e a todos os locais, numa rede complexa. Assim, danos causados a qualquer parte refletirão e prejudicarão as outras partes, manifestando-se como uma onda.
Riqueza holística
A riqueza vem da diversidade e do bem-estar do conjunto e deve ser definida por uma prosperidade amplamente compartilhada em todas as variadas formas de capital.
Inovação, adaptação, sensibilidade
Em um mundo em que a mudança está sempre presente, as qualidades de inovação e adaptação são fundamentais para a saúde do todo.
Participação
É essencial negociar não apenas suas próprias necessidades, mas também contribuir para a saúde e o bem-estar dos conjuntos maiores em que estão incorporados.
Honra, comunidade e local
Cada comunidade humana em um mosaico único de povos, tradições, crenças e instituições, formada pela geografia, história, cultura, ambiente local e necessidades humanas. Dessa forma, deve-se nutrir comunidades eregiões saudáveis e resilientes de acordo com a essência de sua história.
Abundância do efeito de borda (interações entre conjuntos)
A economia regenerativa acredita que trabalhar de modo colaborativo em todas as interfaces, com a aprendizagem e o desenvolvimento contínuos provenientes da diversidade que existe nesses locais, é transformador tanto para as comunidades onde os intercâmbios estão acontecendo quanto para os indivíduos envolvidos.
Fluxo circulatório robusto
A circulação do dinheiro, da informação, o uso eficiente e a reutilização de materiais são particularmente importantes para indivíduos, empresas e economias, e atingem o maior potencial regenerativo possível.
Cradle to Cradle – Berço ao Berço
Em 2002, o químico Michael Braungart e o arquiteto William McDonough, estudando os modelos de economia de performance e/ou economia de ciclos de Stahel, aplicaram a abordagem cradle to cradle (berço ao berço) ao desenvolvimento de modelos de negócios com foco no design pré-produção.
O modelo analisa todo o ciclo de vida do produto e de seus materiais e considera que:
“nutrientes técnicos não devem ter componentes que agridam o meio ambiente e devem ser concebidos para a posterior desmontagem, e os nutrientes biológicos devem ser biodegradáveis”. (MBDC; 2011)
O modelo proposto por McDonough e Braungart deu origem ao programa Cradle to Cradle Certified™, certificação internacionalmente reconhecida para materiais sustentáveis, concedida pelo Cradle to Cradle Products Innovation Institute (C2CPII) nos EUA. Atualmente, são 540 certificações ativas, para 8000 produtos (C2CPII, 2017).
Saiba mais 
Se quiser saber mais sobre o certificado Cradle to Cradle, clique aqui (material em inglês).
Em 2017, a C&A foi a primeira varejista do mundo a lançar camisetas com Certificação Cradle to CradleTM nível Gold. Se quiser saber mais, clique aqui.
Biomimética
Desenvolvida pela bióloga Janine Benyus (2002), é uma abordagem tecnicista inspirada na natureza. O conceito de Biomimética envolve analisar sistemas naturais e reproduzir seu funcionamento no desenvolvimento de tecnologias, buscando contribuições relevantes no processo de criação de formas análogas, funções análogas ou ainda comportamentos análogos.
Reúne biologia, engenharia, design e planejamento de negócios. Aplicada à processos industriais, busca uma mimetização dos ciclos biogeoquímicos na gestão do fluxo de energia e materiais.
Saiba mais 
O case clássico do velcro como produto inspirado na natureza
Um exemplo muito antigo e conhecido de aplicação da biomimética é o velcro, criado por George de Mestral, após estudar como os carrapichos ficavam grudados no pelo do seu cachorro. Ao ver a semente pelo microscópio, o engenheiro notou que ela era dotada de filamentos entrelaçados e com pequenos ganchos nas pontas, e desenvolveu um processo que funcionava do mesmo modo.
Se quiser saber mais, clique aqui.
Blue Economy
Economia azul, em tradução literal, é uma filosofia econômica que baseia seu conhecimento na forma com que sistemas oceânicos formam, produzem e consomem, na busca de processos inovadores que possam substituir os processos industriais tradicionais.
O conceito tem suas origens no movimento ambientalista mais amplo e no desenvolvimento de uma consciência crescente dos pesados danos causados aos ecossistemas oceânicos pela atividade humana, como a sobrepesca, a destruição do habitat, a poluição e o impacto das mudanças climáticas. Uma economia oceânica sustentável surge quando a atividade econômica está em equilíbrio com a capacidade de longo prazo dos ecossistemas oceânicos de suportar esta atividade e permanecerem resilientes e saudáveis.
Saiba mais 
Se quiser saber mais sobre Economia azul, clique aqui (material em inglês).
Evolução da economia
As escolas de pensamento são compostas por grupos de pesquisadores, profissionais e instituições que criaram e ainda estão criando e propagando ideias para se definir o que chamamos hoje de Economia Circular. Somado a esses movimentos, é importante conhecer a evolução da economia que acontece em paralelo.
Até meados do século XX, o pensamento econômico moderno não considerava quaisquer conexões entre o sistema ecológico e as atividades de produzir e consumir. A visão macroeconômica predominante imaginava a economia como sistema isolado, onde o fluxo monetário ocorre infinitamente sem mudanças qualitativas e sem algo que o constranja. Os recursos naturais eram insumos a serem alocados com eficiência e os impactos ambientais eram tratados como fenômenos externos ao sistema econômico.
Em 1962, Rachel Carson lança o livro Primavera Silenciosa (Silent Spring), que marca o início dos movimentos ambientalistas que questionam o modelo econômico predatório.
Importante 
O livro de Rachel Carson documentou os efeitos deletérios dos pesticidas no ambiente, particularmente em aves, e isso levou ao banimento do pesticida DDT (diclorodifeniltricloroetano, primeiro pesticida moderno usado após 2ª guerra no combate aos mosquitos transmissores de doenças como a malária e dengue) na Suíça em 1969 e nos Estados Unidos em 1972.
Dez anos depois, o Massachusetts Institute of Technology (MIT), sob encomenda do Clube de Roma, publicou o livro Os Limites do Crescimento (The Limits to Growth) sobre o efeito do desenvolvimento mundial na perspectiva da sustentabilidade. O estudo indicou que, se o ritmo do crescimento econômico continuasse inalterado, um colapso global aconteceria em algum momento do século XXI, mas que medidas adequadas, aplicadas no momento correto, seriam capazes de reverter a tendência prevista.
A partir deste ponto, diversos foram os economistas e pensadores que buscaram encontrar teorias para uma relação mais equilibrada entre desenvolvimento econômico, uso dos recursos naturais e preservação ambiental. A percepção crítica do modelo econômico era de que considerar o processo econômico como um subsistema no interior do meio ambiente constituía uma necessidade imperiosa.
Conheça abaixo os três grandes marcos de transformação econômica.
Economia Ecológica
Um dos primeiros teóricos a se debruçar sobre os fundamentos do pensamento linear foi o matemático e economista romeno Nicholas Georgescu-Roegen. Segundo ele, os fundadores da ciência econômica tinham uma única aspiração: enquadrá-la nos parâmetros da mecânica.
A mecânica conhece apenas locomoção que, além de reversível, não contempla mudança de qualidade. Na economia, o importante era o fato de que o dinheiro passasse de mão em mão continuamente, sem sofrer mudança qualitativa.
Ocorria, porém, uma revolução nos alicerces da ciência econômica.
Georgescu-Roegen adotou o paradigma da termodinâmica. Ele observou que, assim como o calor se move em uma única direção (do corpo mais quente para o mais frio, caracterizando uma condição de irreversibilidade), a atividade econômica linear consiste em produzir, consumir e descartar. Ou seja, transformar recursos brutos em artefatos e, depois, em lixo, de maneira irreversível. Tal percepção revolucionou o pensamento econômico moderno.
Pela primeira vez foi reconhecida a interdependência da economia e dos ecossistemas naturais ao longo do espaço e do tempo, dando início à chamada Economia Ecológica.
Importante 
A principal obra de Georgescu-Roegen é “A Lei da Entropia e o Processo Econômico” (em inglês, The Entropy Law and the Economic Process) de 1971. Nesse livro, com base na segunda lei da termodinâmica, ele aponta para a inevitável degradação dos recursos naturais em decorrência das atividades humanas, alicerçando a emergência do paradigma circular.
Hoje, a Economia Ecológica é um campo de estudo transdisciplinar que preconiza o processo econômico como sendo também um processo físico. Ela busca a integração entre as disciplinas da economia, da ecologia, e demais disciplinas correlacionadas, para uma análise integrada dos sistemas econômico e ambiental.
Saiba mais 
Entre as décadas de 60 e 70, o movimento ambientalista e a questão ambiental trouxeram à tona muitas críticas ao modelo econômico vigente, apontandopara um conflito - ou até uma incompatibilidade - entre crescimento econômico e preservação do meio ambiente. O debate passa a ser polarizado entre o "crescimento zero" e o "direito de crescer”. Como terceira opção surge o Ecodesenvolvimento, que mais tarde, passou a ser chamado de Desenvolvimento Sustentável e, depois, de Economia Ecológica. Se quiser saber mais sobre Economia Ecológica, clique aqui.
Economia de Baixo Carbono
O desenvolvimento tecnológico essencial para combater o aquecimento global
A economia de baixo carbono surge para reforçar a necessidade de combater as mudanças climáticas, oriunda de emissões atmosféricas, através da implementação de práticas econômicas que reduzam ou eliminem o uso de fontes de energias de origem fóssil (carvão mineral e petróleo, por exemplo). Mundialmente estas fontes de energia são as principais causadoras do efeito estufa e são grandes geradoras, principalmente, do dióxido de carbono e, portanto, na economia de baixo carbono são substituídas por fontes de energias limpas e renováveis. No Brasil, é importante considerar também que o desmatamento e a pecuária são grandes causadores da emissão de gases na atmosfera.
A primeira vez que as Nações Unidas agiram proativamente para implementar ações práticas para redução global das emissões foi através da criação do Protocolo de Quioto. Este acordo mundial gerou políticas, metas e mecanismos de mercado para permitir a redução das emissões.
O mercado de carbono, mecanismo utilizado, tinha como base a atribuição de um valor econômico para cada carbono emitido ou evitado. Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponderia a um crédito de carbono, que poderia ser negociado no mercado internacional. O objetivo era fazer com que as emissões fossem reduzidas através do investimento em novas tecnologias mais eficientes e renováveis. Projetos poderiam ser implementados em países em desenvolvimento, financiados pelos países desenvolvidos, que assim geravam créditos para compensar as suas emissões.
A Economia de Baixo Carbono, portanto, se tornou um mercado rico em oportunidades para o desenvolvimento tecnológico e o foco em produção mais limpa e uso eficiente de recursos.
Saiba mais 
A primeira vez que as Nações Unidas agiram proativamente para implementar ações práticas para redução global das emissões foi através da criação do Protocolo de Quioto. Este acordo mundial gerou políticas, metas e mecanismos de mercado para permitir a redução das emissões. Se quiser saber mais sobre o Protocolo de Quioto, clique aqui.
Clique aqui para conhecer o estudo da Fiesp em relação a Mudança do Clima, o material faz uma avaliação dos reflexos das metas de redução de emissões sobre a economia da indústria brasileira.
Economia Verde
Em 2008, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), lançou a Iniciativa Economia Verde (IEV, ou GEI - Green Economy Initiative, em inglês). A expressão Economia Verde foi aceita pela comunidade internacional como sendo um modelo econômico que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e escassez ecológica (UNEP, 2011).
O termo substituiu o conceito de “ecodesenvolvimento”, usado pelo primeiro diretor-executivo do PNUMA e secretário-geral da Conferência de Estocolmo (1972) e da Rio-92, Maurice Strong (UNEP, 2011).
A economia verde envolve três dimensões fundamentais: o uso de renováveis, desenvolvimento de cadeias produtivas dos materiais da biodiversidade local e o desenvolvimento tecnológico para conter as mudanças climáticas, conforme mostra o esquema a seguir:
1. Uso de renováveis
Uso de fontes renováveis de energia em larga escala, em substituição às fontes oriundas de exploração de recursos fósseis.
2. Biodiversidade local
Aproveitamento de produtos e serviços oferecidos pela biodiversidade, com criação de cadeias de valor ligadas aos serviços ecossistêmicos.
3. Desenvolvimento tecnológico
Desenvolvimento de tecnologias para bens e serviços que se apoiam em técnicas capazes de reduzir as emissões de poluentes, reaproveitamento de rejeitos e redução do uso de materiais e energia.
Economia Circular: a única forma de combater a emergência climática e reduzir o gap do aumento de temperatura global
A Economia Circular nasce da consciência de que a velocidade da produção e exploração dos recursos naturais está mais rápida que a capacidade da terra de se regenerar e, portanto, precisamos conter o aumento de temperatura não somente através de tecnologias eficientes e o uso de energia renovável, mas através de uma mudança radical do processo de desenvolvimento que traz novos modelos de negócio.
O que torna a Economia Circular diferente e madura para uma adoção generalizada é o desenvolvimento não somente de tecnologias disruptivas (inovação disruptiva termo para inovação tecnológica, produto ou serviço que provocam ruptura com padrões, modelos ou tecnologias já estabelecidos no mercado), que permitem que a mudança ocorra de maneira rápida e maciça, mas a consciência de que este modelo de crescimento regenerativo e em equilíbrio com o meio ambiente faz sentido econômico e vai garantir a sobrevivência dos negócios.
Conclusão da aula
A evolução do pensamento: as origens da Economia Circular
Diante de toda a tendência mundial de busca e implementação de práticas de desenvolvimento econômico sustentável e de interações socioambientais responsáveis entre indústria, governo e sociedade, consolida-se no cenário internacional um novo modelo de crescimento que reúne várias escolas de pensamento, mecanismos e estratégias para a superação dos desafios encontrados na busca por um desenvolvimento econômico sustentável.
É um olhar mais abrangente que desenvolve novas cadeias de valor e novas relações comerciais gerando novos mercados e empregos que trazem benefícios para a sociedade como um todo. Isto porque o crescimento acontece ao mesmo tempo que previne a extração insustentável de recursos naturais e, portanto, a redução do impacto ao meio ambiente é uma consequência positiva deste novo modelo econômico.
Além disso, é importante destacar que quando falamos em Economia Circular, estamos falando não somente de inovação tecnológica, produção mais limpa ou uso eficiente de recursos, pois estas práticas irão apenas retardar o processo de desgaste ambiental. Estamos falando de novas práticas de negócio que provocam um repensar do modelo produtivo que influencia o design e desenvolvimento de produtos, promovendo também uma revisão de valores e atitudes na sociedade e um repensar no modo como consumimos.
Na próxima aula você verá o papel do design nesta transição e como podemos produzir e consumir de forma diferente, pois todos nós fazemos parte da mudança.
Você está preparado?
 
Exercícios
1. Associe as afirmações abaixo com seus modelos e escolas de pensamento correlatas:
Alternativa corre 
A. Primeiro modelo econômico a reconhecer a interdependência da economia e dos ecossistemas naturais ao longo do espaço e do tempo. Economia Ecológica
Alternativa correta
B. Modelos complementares que promovem soluções para um desenvolvimento na era do capitalismo eco-responsável, apresentados em relatório à ONU por Walter Stahel. Economia Peformance e Economia de ciclos
Alternativa correta
C. Escola de pensamento que busca inspiração na natureza para desenvolvimento de produtos, criada por Janine Benyus e que tem como grande exemplo de aplicação a criação do velcro. Biomimética
Alternativa correta
D. Escola de pensamento que baseia seu conhecimento na forma com que sistemas oceânicos formam, produzem e consomem, buscando soluções que busquem o mesmo equilíbrio dinâmico na economia. Blue Economy
Alternativa correta
E. Modelo que surge para reforçar a necessidade de combater as mudanças climáticas oriundas de emissões atmosféricas através do direcionamento de esforços para implementação de práticas econômicas que reduzam ou eliminem o uso de fontes de energias de origem fóssil (carvão minerale petróleo, por exemplo). Economia Baixo Carbono
2. A empresa responsável pelo sistema de transporte japonês vivenciou um problema no projeto do trem-bala. Este, toda vez que saía de um túnel, produzia uma explosão sonora pela compressão do ar trazendo problemas para as áreas residenciais próximas. O engenheiro Eiji Nakatsu, ávido observador de pássaros, encontrou uma solução inspirada no voo do martim-pescador. Nakatsu também corrigiu outros aspectos do projeto com base nas penas de uma coruja e no abdômen de um pinguim. Na sua opinião, este caso reflete princípios de qual escola de pensamento?
A. Blue Economy
B. Design Regenerativo
C. Biomimética
D. Cradle to Cradle
E. Ecologia Industrial
3. Analise as afirmações abaixo e selecione a única opção INCORRETA.
A. A economia verde envolve três dimensões fundamentais: 1) o uso de fontes renováveis de energia em larga escala, em substituição às fontes oriundas de exploração de recursos fósseis; 2) o aproveitamento de produtos e serviços oferecidos pela biodiversidade; 3) desenvolvimento de tecnologias para bens e serviços que se apoiam em técnicas capazes de reduzir as emissões de poluentes.
B. A ecologia industrial baseia-se na metáfora que advém de retirar da análise do funcionamento dos ecossistemas naturais lições úteis para gerir melhor os sistemas industriais.
C. Adapatada por McDonough e Braungart, o cradle to cradle (berço ao berço) virou certificação de modelos de negócios, onde o foco é no design pré-produção, com análise de todo ciclo de vida do produto e de seus materiais.
D. O modelo de simbiose industrial prevê uma fusão de empresas para controle de todos os resíduos, sendo prejudicial à economicidade dos projetos.
E. A economia regenerativa é uma economia na qual intencionalmente se busca reincorporar os materiais aos ciclos produtivos ou biológicos, visando à sua renovabilidade, guiada por 8 princípios.
4. Imagine o caso de siderúrgicas que consomem uma grande quantidade de carvão retirado da floresta por ano para a produção de ferro-gusa. Além disso, a produção de matérias-primas básicas para a nossa indústria, como o aço, está baseada na extração, transformação e na dispersão de grandes quantidades de material e energia com a geração de resíduos. Atualmente já é possível fazer o reaproveitamento de alguns materiais ao conhecermos suas composições, porém, grandes volumes ainda são estocados em barragens correndo o risco de rompimentos e acidentes. Uma análise do metabolismo desse sistema industrial mostra que:
A. O conhecimento dos fluxos e composição dos resíduos gerados permite analisar as possibilidades de reutilização e valorização dos materiais.
B. Com base no conhecimento das entradas e saídas de material das indústrias é possível identificar oportunidades de reaproveitamento dos materiais entre as empresas, reduzindo o custo e o impacto aos parques industriais.
C. A opção de colocarmos materiais residuais em barragens contribui para a regeneração do meio ambiente local.
D. A Economia Circular cresce desconectada da exploração dos recursos naturais e provoca um repensar dos modelos de negócios das indústrias de base para a sobrevivência do negócio.
E. O desmatamento inadequado e a exploração em uma taxa mais alta que a Terra é capaz de se regenerar contribui para a perda da biodiversidade e impacto ambiental.
5. A partir do conteúdo desta aula, avalie as afirmações abaixo e indique se são falsas ou verdadeiras.
A. O conceito de Economia Circular é totalmente novo, assim como a preocupação com o meio ambiente
FalsoVerdadeiro
B. O diferencial da Economia Circular é o desenvolvimento de tecnologias disruptivas, que permitem que a mudança ocorra de maneira rápida e maciça.
FalsoVerdadeiro
C. A transição acontece através da consciência de que uma economia regenerativa, que cresce em equilíbrio com o meio ambiente, faz sentido econômico e garante a sobrevivência do negócio.
FalsoVerdadeiro
D. Economia Circular pode ser aplicada como sinônimo de atividades de gestão de resíduos e reciclagem por considerar o fluxo de materiais e o fechamento dos ciclos.
FalsoVerdadeiro
E. Assim como as escolas de pensamento anteriores, a Economia Circular também suporta a ideia de atendimento à demanda de produtos e serviços associado à redução da geração de resíduos, do uso reduzido de recursos e minimização da toxicidade dos materiais, contribuindo para o ciclo fechado de materiais e energia.
FalsoVerdadeiro
O design como fator transformador
Abordaremos o papel do designer na transformação da economia, através da adoção de diferentes estratégias de design que suportam novos serviços e plataformas de conexão.
Para começar
Nas aulas anteriores, você viu os fundamentos da economia circular e as possibilidades para se repensar o sistema atual. E nesse processo de reavaliação de produtos e serviços, a conexão direta com o design parece óbvia.
O lixo é um grande problema na nossa sociedade e em poucos anos será insustentável. Com o desenvolvimento de produtos que voltam para o ciclo produtivo, o lixo não existirá.
Então, é preciso pensar em uma nova forma de design, que é um dos princípios chaves da Economia Circular, pois uma vez que não existe mais descarte de produtos, o design dos produtos deve mudar.
Assim, ao invés de resolver problemas (o que fazer com o lixo), pensamos de forma diferente: como aplicar nossos recursos naturais e sociais em um sistema circular que favoreça novas atividades e assim gere um desenvolvimento econômico mais transparente e com menos impacto.
Historicamente, os resíduos eram vistos somente como algo sem valor e seus impactos não eram importantes o suficiente para mudar os hábitos das indústrias e governos. A mudança se dá quando o valor econômico dos resíduos é reconhecido, passando a ter relevância econômica em toda cadeia de valor.
A Economia Circular traz este olhar e transforma em ativo o que era normalmente percebido como um passivo, trazendo ganhos de escala e benefícios além do social.
O novo papel do designer
A economia circular explora uma nova forma de desenvolver, comercializar e se relacionar com produtos. Assim, pensar em design circular é um passo inevitável na criação de um sistema que prolonga a vida útil desses produtos.
Usando várias abordagens diferenciadas, o designer será o profissional chave deste processo. Ele terá o papel de questionar a função do produto e qual a melhor forma de utilização de recursos e materiais. Isto porque, ao repensar produtos para que atendam a vários ciclos, permitimos que as empresas possam aplicar novos modelos de negócios, inclusive transformar o produto em serviço e o consumidor em usuário.
Os desafios e oportunidades circulares
Já vimos as origens da Economia Circular e percebemos que uma circularidade completa se baseia também em produtos e processos sustentáveis.
Assim, o objetivo do design sustentável e ético é minimizar os impactos negativos de um produto em toda a sua cadeia de valor. Já o design circular vai além. Ele se concentra no prolongamento da vida útil de um produto e no retorno de materiais ao sistema de forma saudável, ou seja, sem causar danos ambientais e sociais. Veja como o design sustentável faz parte do design circular:
Além do design, as bases da sustentabilidade ainda devem ser aplicadas ao design circular, de forma a estabelecer condições justas e dignas de trabalho, avaliar processos produtivos e seus impactos, revendo os materiais e insumos necessários em produtos e serviços. Porém, a grande oportunidade da Economia Circular está exatamente em oferecer algo que vai além do desenvolvimento tecnológico: a oferta de valor ao indivíduo, que através do design pode gerar uma nova experiência na compra/uso dos produtos.
Sustentabilidade
· condições mínimas de trabalho
· avaliação de processos e impactos
· revisão de materiais e insumos
Economia Circular
· desenvolvimento tecnológico
· valor ao indivíduo
· design
Como falamos anteriormente, é fundamental que sejam aceitos novos conceitos, novos valores e relações

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