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Orientação em Supervisão Escolar e Orientação Educacional

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Orientação em Supervisão Escolar e Orientação Educacional 
 A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO DE TRABALHO E LUGAR DE ENSINOAPRENDIZAGEM.
A construção de um saber tecido na relação entre teoria e prática de organizações educacionais em que a escola seja vista como organização de trabalho e lugar de ensino e aprendizagem inicia-se no ato de compreender o que acontece concretamente na unidade escolar, até porque pensar a instituição educacional a partir de um ponto de vista amplo leva à compreensão dos fenômenos educativos em toda a sua complexidade, seja humana, técnica ou científica.
O mundo contemporâneo tem passado por transformações das mais diversas, sejam econômicas, políticas, sociais e culturais, em virtude dos avanços tecnológicos, reestruturação do sistema de produção e desenvolvimento, da compreensão do papel do Estado, em suma da globalização. A escola, instituição social, tem sido inquirida de qual seria seu papel frente a essas transformações.
Hoje em dia, as unidades escolares são vistas como lugares de interação social, dotadas de cultura e caracterizadas por valores, crenças e ideologias.
De acordo com Libâneo (2004, p. 30), existem minimamente duas formas de ver a gestão centrada na escola: • na perspectiva do ideário neoliberal,
• na perspectiva sociocrítica, a escola é vista como espaço educativo, uma comunidade de aprendizagem construída por seus atores. A gestão e a organização da escola são entendidas como práticas educativas, afinal passam valores, atitudes, modos de agir, influenciando as aprendizagens de professores e alunos.
Assim, Lima (2002b, p. 33) afirma, ao conceituar a escola, que está é simultaneamente “locus de reprodução e locus de produção de políticas, orientações e regras [...] porque, finalmente, as organizações são sempre as pessoas em interação social, e porque os atores escolares dispõem sempre de margens de autonomia relativa”.
 Conhecendo a unidade escolar
Segundo Militão Silva (2001, p. 43), há três modos de encarar a escola que poderão produzir formas diferenciadas para a abordagem das questões concretas e que, consequentemente, levarão a soluções também diferentes. São eles:
• centrado na sala de aula: quando o ponto central da realidade escolar se encontra na sala de aula, local em que se dá a chave para mudanças, a relação professor-aluno; 
• pautado nas formas de organização da sociedade: nesta abordagem, as mudanças na escola somente ocorrerão quando já estiverem concretizadas na sociedade como um todo. As ações de professores e alunos são reflexos do contexto social em que a escola está inserida;
 • nível intermediário: não se detém apenas à sala de aula nem apenas ao contexto social. Para que se entenda o funcionamento da escola, é necessária a compreensão da unidade escolar como uma organização social.
Com o correr do tempo, as organizações educacionais classificaram-se de formas diversas.
Desse modo, “as organizações escolares, ainda que estejam integradas num contexto cultural mais amplo, produzem uma cultura interna que lhes é própria e que exprime os valores (ou os ideais sociais) e as crenças de que os membros da organização partilham” (BRUNET, 1988 apud NÓVOA, 1992, p. 29).
De tal sorte que é possível caracterizar o funcionamento de uma organização escolar como fruto de um compromisso entre a estrutura formal e as interações entre grupos com interesses distintos, bem como identificar sua abrangência sob três grandes áreas:
a) estrutura física da escola; b) estrutura administrativa da escola; c) estrutura social da escola.
Para tanto, tem sido a cada dia mais importante a compreensão da escola como lugar de construção e reconstrução da cultura, não somente do modo científico, mas a cultura em seu modo social, a cultura dos alunos, dos atores constitutivos da organização, a cultura da escola. De acordo com Pérez Gómez (apud LIBÂNEO, 2004, p. 32).
Assim, não conhecemos a escola apenas pelo que se vê, é preciso captar os significados, valores, atitudes, modos de agir e de resolução de problemas que definem uma cultura própria de cada unidade escolar.
O estudo da Pedagogia nos remete ao estudo da escola. Tanto uma como a outra demandam, além do exame da história, a reflexão sobre os aspectos filosóficos, sociais, políticos e pedagógicos da educação.
Com relação à dimensão social da escola, o pedagogo atuante nas diversas áreas tem o papel fundamental de conhecer, interpretar e divulgar aos demais elementos da escola a realidade socioeconômica e psicológica do aluno, bem como da comunidade na qual está inserido, identificando suas necessidades a fim de superar as dificuldades encontradas.
A dimensão pedagógica da escola traduz-se pelas questões relativas ao currículo, como a seleção dos objetivos, conteúdos, metodologia e formas de avaliação. O profissional da Educação auxiliará no planejamento desses aspectos ao lembrar, sempre que possível, aos educadores, do universo social, cultural, afetivo e cognitivo do aluno.
Essa tarefa não é nada simples, pois muitas vezes os educadores entram em conflito, porque os aspectos idealizados de uma escola desejada não condizem com a realidade concreta. A escola está inserida na sociedade, vivenciando os problemas oriundos dessa, como a violência, a pobreza, o desemprego, a fome, a falta de moradia, os problemas de saúde, as drogas, entre outros, que têm reflexos explícitos no interior dessa instituição.
Nesse sentido, é na escola que o aluno aprende a conviver com o outro, a aceitar a diversidade cultural, a participar e a lutar pelo bem comum, a conviver com dificuldades e contradições, a trabalhar com o diálogo, a defender seus direitos e a dialogar.
Desse modo, ressalta-se, todavia, que a gestão da organização, bem como a organização da gestão, tem como fatores determinantes: a criação, recriação e manutenção de um ambiente de aprendizagem que leve à inovação. Essa mudança requer dos atores envolvidos na organização uma mobilização constante visando ao combate à inércia, ou seja, “um conjunto de alterações deliberadas e planificadas que poderão afetar significativamente os padrões e as relações de trabalho estabelecidos, bem como os autoconceitos dos indivíduos e dos grupos” (GLATTER, 1992, p.145). 
 A pesquisa como instrumento de conhecimento da escola.
A importância da pesquisa para a ação do pedagogo, atuando em supervisão escolar/coordenação pedagógica e orientação educacional dá-se na proporção em que os profissionais iniciam suas observações, formulam questões ou hipóteses de pesquisa, bem como a selecionar dados e instrumentos que possam elucidar tais questões.
Como o professor tem relevante papel no processo de ensino e aprendizagem, supervisor escolar e orientador educacional têm um papel importante no planejamento, no acompanhamento e avaliação das atividades realizadas na escola, cabendo-lhe, mais especificamente, de acordo com a referida autora, as seguintes tarefas:
• coordenar todo o processo; • dar os estímulos iniciais; • orientar os docentes na busca de fontes, escolha de métodos e seleção de informações relevantes; • propor aos professores modos de sistematizar, interpretar e relatar os dados.
Para tanto, propõe a utilização da metodologia como elemento formador, de modo a desenvolver habilidades como: observar; • formular questões; • formular hipóteses; • selecionar dados; • selecionar instrumentais; • elucidar questões e hipóteses; • expressar suas descobertas; • expressar suas novas dúvidas.
Desse modo, para buscar melhores resultados, o pedagogo deverá analisar os dados pertinentes ao desempenho de professores e alunos nos dois primeiros bimestres e, ao lado da Direção, propor ações efetivas para melhorar esse desempenho. Será necessário discutir esses resultados, tanto em grupo, como individualmente, com os professores.
Unidades escolares como organizações aprendentes: aspectos culturais e organizacionais.
A cultura organizacional é o conjunto de pressupostos e relações que um grupo estabeleceu enquanto sistema social. Assimtambém o é na escola, os contextos organizacionais são estabelecidos, desenvolvidos pelos atores de determinada organização em suas inter-relações para aprender a lidar com os problemas de adaptação e integração do grupo.
Assim, cultura organizacional pode ser definida como:
O conjunto de fatores sociais, culturais e psicológicos que influenciam os modos de agir da organização como um todo e o comportamento das pessoas em particular. Isso significa que, além daquelas diretrizes, normas, procedimentos operacionais e rotinas administrativas que identificam as escolas, há aspectos de natureza cultural que as diferenciam uma das outras, não sendo a maior parte deles nem claramente perceptíveis nem explícitos. [...]. A cultura organizacional aparece de duas formas: como cultura instituída e como cultura instituinte. A cultura instituída refere-se às normas legais, à estrutura organizacional definida pelos órgãos oficiais, às rotinas, à grade curricular, aos horários, às normas disciplinares etc. A cultura instituinte é aquela que os membros da escola criam, recriam, em suas relações e na vivência cotidiana (LIBÂNEO, 2003, p. 320).
Para tanto, a unidade escolar como organização aprendente, discute, reflete, avalia e planeja de modo que as respostas às necessidades correspondam aos almejos e aspirações da comunidade de aprendizagem. A cultura organizacional como ponto de ligação com as áreas de atuação dos atores da organização aprendente, logo a ação pedagógica constitui-se fator de grande importância para a tomada de decisão, seja no âmbito da escola ou no âmbito do sistema.
 Sistemas de ensino e escolas particulares
O sistema de ensino é um sistema aberto que objetiva proporcionar educação, especialmente do aspecto escolarização. Sistema de ensino é composto por três partes:
 as instituições de ensino; o órgão de administração (ministério ou departamento da educação, ou órgão departamento da educação, ou órgão equivalente); o Conselho de Educação. Para o José Augusto Dias (2004, p. 95-96), o sistema de ensino compreende:
a) uma rede de escolas; b) uma estrutura de sustentação: rede de escolas; rede de escolas; subsistema que se dedica a atividade-fim do sistema e tem duas dimensões: a) Dimensão Vertical que abrange os graus de ensino. b) Dimensão Horizontal que abarca as modalidades de ensino. 
 Sistema Municipal de Ensino compreende: unidades escolares municipais; órgão administrativo da Secretaria Municipal de Educação; instituições de ensino particulares de instituições de ensino particulares de Educação Infantil; Conselho Municipal de Educação. Atende a legislação educacional estadual e federal. Exerce função normativa, deliberativa, consultiva e fiscalizadora da rede municipal de ensino e das escolas particulares de Educação Infantil.
Escolas particulares, art. 20 da Lei 9394/96 estabelece que as instituições privadas de ensino apresentam as seguintes categorias: I. particulares em sentido estrito: são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado; II. Comunitárias: instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de pais, professores e alunos; III. Confessionais: instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específicas; IV. Filantrópicas, na forma da lei.
 Unidade II 
 Planejamento educacional na escola e a ação do pedagogo
Tomando as palavras de Padilha (2002, p. 30) é possível afirmar que:
O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação, processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir do resultado das avaliações.
Assim, realizar os diversos planos e planejamentos educacionais e escolares significa exercer uma atividade engajada, comprometida e intencional.
O planejamento escolar é importante momento de elaboração teórica do processo de organização pedagógica em ambientes escolares e não escolares, nos quais a reflexão sobre o acompanhamento e avaliação do processo ensino e aprendizagem podem sugerir uma possível intervenção na realidade escolar dos alunos de uma comunidade, seja ela no âmbito escolar ou não.
“O planejamento organiza, sistematiza, disciplina a liberdade: em nível individual e coletivo. Ele dá os paradigmas para o exercício da prática pedagógica” (FREIRE, 1997, p. 56).
No momento de planejamento em ambientes escolares e não escolares, o que se pretende planejar são atividades de ensino e de aprendizagem determinadas por uma intenção educativa e que envolvem objetivos, valores, atitudes, conteúdos. Diante disso, vê-se que o planejamento não é de um indivíduo, mas, sim, uma prática de elaboração conjunta e coletiva realizada por meio de discussões e reflexões interpessoais. O planejamento constitui, então, uma forma de ação que busca organizar coletivamente as comunidades, tendo neste processo a participação do supervisor escolar/coordenador pedagógico e do orientador educacional como grandes articuladores do processo de reflexão, participação e organização de meios para que se possa cumprir a tarefa de propiciar aprendizagem, seja em ambiente escolar ou não.
Portanto, é possível afirmar que a ação supervisora, de coordenação pedagógica, bem como de orientação educacional é delineada pelos processos de ensino e aprendizagem, onde quer que ocorram. Pode-se dizer então que o planejamento educacional tem como objetivos gerais:
• estabelecer condições necessárias à eficiência do sistema educacional; • conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema educacional; • alcançar maior coerência nos objetivos específicos e nos meios mais adequados para atingi-los.
O planejamento escolar atende, em geral, às seguintes funções:
• diagnóstico e análise da realidade da escola: busca de informações reais e atualizadas que permitam identificar as dificuldades existentes, causas que as originam, em relação aos resultados obtidos até então; • definição de objetivos e metas compatibilizando a política e as diretrizes do sistema escolar com as intenções, expectativas e decisões da equipe da escola; • determinação de atividades e tarefas a serem desenvolvidas em função de prioridades postas pelas condições concretas e compatibilização com os recursos disponíveis (elementos humanos e recursos materiais e financeiros).
O processo de planejamento inclui, também, a avaliação dos processos e resultados previstos no projeto, tendo em vista a análise crítica e profunda do trabalho realizado e a reordenação de rumos (LIBÂNEO, 2004, pp. 150-151).
O planejamento escolar, principalmente nas escolas da rede pública, deve ser pautado na legislação que rege a educação nacional vigente, destacando-se a garantia da função social da escola, a gestão democrática, e a construção participativa da proposta pedagógica.
Assim, a proposta pedagógica é o documento-guia para a elaboração de todos os outros documentos escolares como: Regimento Escolar, Projeto Político-Pedagógico, Plano de Gestão, Plano de Curso, Plano de Ensino e Plano de Aula entre outros.
De acordo com Mendes (2007) a dimensão pedagógica do processo educacional é função específica da organização social escolar, mas não se restringe a ela. Fato é que cabe aos órgãos gestores em todas as instâncias administrativas de governo explicitar diretrizes orientadoras e de acompanhamento do ensino. Contudo, ao mesmo tempo em que as escolas, em caráter autônomo, envidam esforços para a construção do projeto pedagógico identitário da organização, este também permite e aponta formas de controle e acompanhamento do trabalho educacional pelo órgão central.
Um modo de organização e de planejamento dos sistemas educacionais concretiza-senos Planos de Educação (Nacional, Estadual e Municipal). No âmbito da unidade escolar, é o projeto político-pedagógico que viabiliza a concretização das ações do Plano Escolar (pedagógico, político e administrativo).
Mas afinal, o que é projeto político-pedagógico?
Como aponta Gracindo (2007, p. 55), projeto político-pedagógico: É um documento teórico-prático que pressupõe relações de interdependência e reciprocidade entre os dois polos, elaborado coletivamente pelos sujeitos da escola e que aglutina os fundamentos políticos e filosóficos em que a comunidade acredita e os quais deseja praticar; que define os valores humanitários, princípios e comportamentos.
Sua construção requer uma análise minuciosa das questões a serem consideradas em todos os prismas da gestão: aspectos administrativos, pedagógicos e financeiros.
Projeto Pedagógico, de acordo com Vasconcellos (1995, p. 143) “é um instrumento teórico-metodológico que visa a ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição”. 
Deste modo, pode-se dizer, como Mendes (2007), que a importância do projeto pedagógico para o processo de gestão educacional ocorre por ser ele um norteador das ações da organização e da educação. Trata-se de uma ação intencional definida coletivamente que expressa as atividades pedagógicas e que leva ao alcance dos objetivos educacionais propostos e no dizer de Veiga (2004, p. 15).
Para Veiga (2001a, p. 11), o projeto pedagógico deve apresentar as seguintes características:
• ser processo participativo de decisões; • preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições; • explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e coletivo; • conter opções explícitas na direção de superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade específica; • explicitar o compromisso com a formação do cidadão; • nascer da própria realidade , tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e das situações nas quais tais problemas aparecem; • ser exequível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à avaliação; • ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade da escola; • ser construído continuamente, pois como produto, é também processo.
A redação final do projeto político-pedagógico, de acordo com prescrições de Padilha (2003, pp. 90-93), a qual, reafirmamos, admite variações pelo caráter processual e contextual da construção do projeto:
1Identificação do projeto. 2. Histórico e justificativa. 3. Objetivos Gerais e Específicos. 4. Metas. 5. Desenvolvimento metodológico. 6. Recursos. 7. Cronograma. 8. Avaliação.
 Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola).
O Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola), lançado por iniciativa do Governo Federal, trata-se de um plano estratégico de trabalho para definição de diretrizes, objetivos e metas estabelecidas pela Unidade Escolar.
Formam a base de sustentação do Plano de Desenvolvimento da Educação os seguintes pilares:
• visão sistêmica da educação; • territorialidade; desenvolvimento; • regime de colaboração; • responsabilização e mobilização social.
O Plano de Desenvolvimento da Escola instituído em 2007 tem a finalidade de diagnosticar problemas, metas e planos de ação para as escolas das redes públicas de educação básica.
Atualmente, o PDE-Escola tem por objetivo fortalecer a autonomia da gestão escolar a partir de um diagnóstico dos desafios de cada unidade educacional, bem como a definição de um plano de gestão para melhoria dos seus resultados tendo como foco principal a aprendizagem dos alunos.
O Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) é um processo gerencial de planejamento estratégico desenvolvido pela unidade escolar participante e, de acordo com o artigo 2º da referida Portaria, sua execução será realizada por meio de processos gerenciais de:
• auto avaliação da escola; • definição de sua visão estratégica; • elaboração de plano de ação.
Portanto, o Plano de Desenvolvimento da Escola é uma ferramenta gerencial que auxilia a unidade escolar pública a definir suas prioridades estratégicas, a converter tais prioridades em metas educacionais e outras concretas, a decidir o que fazer para alcançar as metas de aprendizagem e outras estabelecidas, a medir se os resultados foram atingidos e a avaliar o próprio desempenho, conforme descrito no documento Como elaborar o Plano de Desenvolvimento da Escola: aumentando o desempenho da escola por meio do planejamento eficaz (2006).
Ainda segundo o mesmo documento, o Plano de Desenvolvimento da Escola está estruturado em duas partes:
• visão estratégica; • plano de suporte estratégico.
Na visão estratégica, a escola identifica os valores que defende; a sua visão de futuro, ou o perfil de sucesso que deseja alcançar no futuro; sua missão, que constitui a sua razão de ser; e seus objetivos estratégicos.
No plano de suporte estratégico a escola define, a partir de seus objetivos estratégicos, o conjunto de estratégias, metas e planos de ação que transformarão a visão estratégica em realidade.
Sendo o Plano de Desenvolvimento da Escola definido como um processo gerencial de planejamento estratégico é coordenado pela liderança da escola (equipe composta de diretor, assistente de direção, coordenação/supervisão escolar e orientador educacional) e elaborado de maneira participativa pela comunidade escolar.
 Unidade III
 Orientação educacional e supervisão escolar na contemporaneidade: a prática cotidiana.
Para além da mera orientação vocacional e das obrigações da lei, hoje, o orientador educacional está, cada vez mais, consciente de seu papel profissional, trabalhando de forma interdisciplinar, com todos os elementos que fazem parte do processo educativo: alunos, professores, funcionários, pais ou responsáveis, demais técnicos e comunidade do entorno em que a escola está situada.
Sabe-se que a escola não foi sempre do jeito que estamos acostumados a encontrar. Antes da Revolução Industrial, no século XIX, e da formação da sociedade capitalista, a escola era destinada a sacerdotes e membros da elite.
Segundo Milet (2002, p. 43), interessou à sociedade capitalista promover a improdutividade da escola, para que se reproduzisse a força de trabalho, ou seja, o excedente de mão de obra barata, o chamado exército industrial de reserva.
Temos hoje, um grupo de profissionais que atua na instituição escolar e está subordinado a uma estrutura de tipos e níveis de ensino, acompanhando o que determina a legislação vigente, fruto de negociações e interesse políticos.
A organização interna da escola constitui-se de referenciais emanados tanto da esfera administrativa como da esfera pedagógica, que se inter-relacionam e se complementam.
Nessa organização administrativa e pedagógica, também se manifestam questões essenciais como a estruturação do tempo e do espaço, fazendo florescer uma cultura própria, produzida no seu interior, demarcada por relações de poder na e da escola. São questões constitutivas de uma cultura própria, que, apesar da semelhança em alguns casos à uma empresa no que tange aos aspectos administrativos, apresenta especificidades que nenhuma outra instituição possui.
Assim, ao se pensar na diferenciação da instituição escola em relação a outras instituições, faz-se necessário ainda descrever como a forma escolar constituiu-se social e historicamente, e, ainda, como essa forma influencia a sociedade como um todo e vice-versa.
Carvalho (2004) argumenta que a escola deve tratar de realizar práticas pedagógicas efetivas e que auxiliem o aluno a produzir conhecimento, independente do envolvimento da família com o trabalhoextraescolar. É preciso produzir outro tipo de envolvimento dos pais na educação escolar de seus filhos. Tal experiência é desejável à medida que os pais puderem enriquecer os assuntos curriculares com novidades trazidas por eles e que possam ser compartilhadas com todos os alunos da classe.
Nessa perspectiva, o chamamento individual, quando necessário, torna-se otimista e baseado na troca de experiências e informações sobre o aluno, que possibilitem o repensar de posturas e atitudes tanto da família, como da escola.
Além da parceria com a família, a escola e o orientador educacional têm um papel fundamental no estreitamento dos laços entre escola e comunidade, principalmente, se refletirmos sobre a educação da classe trabalhadora e sobre a democratização do ensino.
Na experiência relatada por Milet (2002, p. 47) a respeito do debate sobre o papel da orientação educacional e a educação do filho do trabalhador, profissionais orientadores educacionais levantaram as proposições para ampliar a participação coletiva, tanto das famílias como da comunidade, no processo educativo.
De sorte que é necessário ao orientador educacional compreender as transformações e suas consequências no processo relacional família-escola-comunidade. Certo é que família e escola têm objetivo comum: propiciar condições favoráveis ao desenvolvimento integral das crianças, adolescentes, jovens e adultos.
O papel do orientador educacional, nesse sentido, é o de incentivar a reflexão sobre as atitudes de todos, oferecendo, juntamente com os demais membros da equipe, espaços de diálogo e atuação coletiva, evidenciando a importância do trabalho de cada um para o sucesso da ação educacional.
Ao se constituir na escola um espaço seguro, participativo e comunicativo, torna-se possível o estabelecimento de laços fraternos, o desenvolvimento da autonomia e a construção da cidadania, tão almejada nos pressupostos da educação.
E para tanto, é de grande importância respeitar os saberes dos alunos como bem diz Paulo Freire em sua Pedagogia da Autonomia:

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