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Bioterápicos na Homeopatia

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• Constantine Hering (1800-1880), médico e 
discípulo de Hahnemann, descobertas sobre a 
varíola e vacina, em 1834 com experiências 
com venenos de cobras, desenvolveu um 
medicamento, diluição da serosidade da 
vesícula da sarna, sendo primeiro nosódio, com 
nome Psorinum. 
Nosódio, do grego nósos (doença), é o medicamento 
preparado, segundo a farmacotécnica homeopática, a 
partir de material patológico animal ou vegetal (órgãos 
doentes e secreções patológicas). 
Johann Wilhelm Lux (1777-1839), primeiro veterinário 
homeopata, em 1831, prescreveu o muco nasal de um 
animal doente, diluído na potência 30CH, para os casos 
de mormo, obtendo resultados surpreendentes. 
Isopatia, do grego isas (igual) e pathos (sofrimento, 
doença), é um método terapêutico que visa combater 
as doenças com os produtos elaborados pela própria 
doença ou com materiais provenientes do organismo 
doente (órgãos doentes, secreções patológicas, 
microrganismos e suas toxinas). Esses produtos, 
preparados por meio da farmacotécnica homeopática, 
são denominados isoterápicos. 
Johann Ernst Stapf (1788-1860), considerado o 
fundador da isopatia individual. O método consistia em 
administrar preparação dinamizada de secreção 
patológica, que supostamente continha a causa da 
enfermidade, ao próprio doente de quem o material foi 
retirado. Esses produtos dinamizados são chamados de 
autoisoterápicos. 
• a escolha da fonte é fundamental para o 
sucesso do tratamento, pois o material 
empregado deve conter o agente causal 
Hahnemann, 6ª edição do Organon, formulou 
contundente crítica ao método isopático de tratamento 
dos doentes. Pois levaria o clínico ao raciocínio simples, 
em função do agente causal e dos produtos patológicos 
da doença. Ao negligenciar os aspectos psicossomáticos 
relacionados às doenças, estimulando a paliação em 
detrimento da cura pelo semelhante. 
A dinioterapia autonósica ( do grego dynamis = força, 
autós = por si próprio, e nósos = doença), também 
denominada auto-hemoterapia, representa uma 
variante da isopatia na qual é utilizado sangue venoso 
após ser submetido à temperatura de 37,SºC por 24 
horas, para, em seguida, ser dinamizado e administrado 
por via intramuscular. 
• Isopatia direta: colheita do material patológico 
é feita no próprio paciente (autoisopatia) ou em 
pacientes diversos para outros doentes 
(nosódios), 
• Isopatia indireta: emprega uma causa 
patogênica alheia ao doente. O material 
coletado dinamizado representa o papel de 
elemento desencadeador do processo 
patológico que se deseja tratar, como o tóxico 
dinamizado (venenos, substâncias tóxicas, 
medicamentos etc.), no caso de intoxicações; e 
todos os alérgenos (alimentos, polens, tintas 
etc.), no caso de processos alérgicos. 
Atualmente nosódios, autoisoterápicos e 
isoterápicos foram incorporados ao conceito de 
bioterápicos, mais abrangente, definido e 
enquadrado em 1965 na farmacopeia francesa. 
Bioterápicos são medicamentos preparados de 
acordo com a farmacotécnica homeopática a 
partir de produtos biológicos, quimicamente 
indefinidos, como secreções, excreções, tecidos e 
órgãos patológicos ou não, bem como produtos de 
origem microbiana, alérgenos e outros insumos 
relacionados com a enfermidade/doença do 
paciente. As substâncias que dão origem aos 
bioterápicos são identificadas como "fontes para 
bioterápicos". 
Os bioterápicos podem ou não apresentar 
patogenesias. 
A utilização de fontes para bioterápicos sem 
patogenesias definidas nas matérias médicas 
justifica-se pelo fato de essas substâncias 
dinamizadas estimularem a reação secundária 
orgânica. 
São utilizados, principalmente, nas seguintes 
situações: 
• quadros doentios que se identificam com a 
totalidade sintomática obtida durante o 
experimento no homem sadio (Psorinum, 
Luesinum, Medorrhinum etc); 
• quadros infecciosos de etiologia conhecida, 
atuando como coadjuvantes terapêuticos 
(Staphylococcinum, Streptococcinum, 
Colibacillinum etc); 
• reações de hipersensibilidade, atuando 
como dessensibilizantes (poeira, pólen, 
alimentos etc.). 
• quadros provocados por um agente tóxico, 
atuando como estimulante de sua 
eliminação (Staphylotoxinum, Arsenicum, 
Plumbum etc) 
• quadros sintomáticos provocados por 
substâncias biológicas, atuando como 
inibidor de sua formação e/ou estimulante 
de sua eliminação (cálculos renais e biliares 
etc.) 
Enquanto o bioterápico experimentado no homem 
sadio pode ser usado conforme a forma reacional 
particular de cada doente, o bioterápico destituído de 
patogenesia prioriza o microrganismo, seus produtos e 
a doença correspondente, bem como o alérgeno e as 
substâncias biológicas diversas que causam sintomas. 
Os bioterápicos são divididos em duas grandes 
categorias: 
1. Bioterápicos de estoque: produtos cujo insumo 
ativo é constituído por amostras preparadas e 
fornecidas por laboratórios industriais 
especializados. São classificados em: 
• Bioterápicos códex: obtidos a partir de 
vacinas, soros, toxinas e anatoxinas; 
• Bioterápicos simples: obtidos a partir 
de culturas microbianas puras, lisadas e 
atenuadas; 
• Bioterápicos complexos: obtidos a 
partir de órgãos doentes, secreções ou 
excreções patológicas; 
• Bioterápicos ingleses (nosódios 
intestinais de Bach-Paterson): obtidos 
a partir de microrganismos da flora 
intestinal que não fermentam a 
lactose, presentes nas fezes de 
doentes; 
• Bioterápicos Roberto Costa: obtidos a 
partir de microrganismos vivos, 
conforme técnica desenvolvida pelo 
pesquisador brasileiro. 
Os bioterápicos preparados de microrganismos vivos 
recebem o nome do microrganismo correspondente e 
são preparados na escala decimal. Justificou seu uso 
mediante o conhecimento de que a doença é produzida 
por meio de bactérias, vírus, protozoários vivos etc. 
Deve ser dinamizado para, por meio da manipulação, 
desenvolver propriedade medicamentosa antagônica, 
ação secundária que se opõe à ação primária do agente 
causal. De maneira geral, sua técnica consiste 
basicamente nos seguintes procedimentos: 
• Acrescentar à cultura 10 mL de cloreto de sódio 
a 0,9%; 
• Após 48 horas, decantar a suspensão; 
• Proceder à contagem dos microrganismos, 
conforme a tabela de Mac-Farland; 
• Diluir a solução de maneira a obter um milhão 
de bactérias para cada 1 mL; 
• Dinamizar na escala decimal até a 12DH, 
usando como veículo o soro fisiológico; 
• De 13DH em diante, utilizar etanol a 77% (v/v). 
As técnicas de preparação dos bioterápicos de estoque 
deverão ser as descritas nas monografias específicas. 
As matrizes homeopáticas normalmente adquiridas de 
laboratórios homeopáticos na potência 5CH ou acima. 
2. Isoterápicos: preparações medicamentosas 
feitas de acordo com a farmacotécnica 
homeopática a partir de insumos relacionados 
com a enfermidade/ doença do paciente. São 
divididos em: 
• Autoisoterápicos: insumos ativos são 
obtidos do próprio paciente (origem 
endógena), como cálculos, fezes, 
sangue, secreções, urina etc., e só a ele 
destinados; 
• Heteroisoterápicos: cujos insumos 
ativos são externos ao paciente 
(origem exógena), que de alguma 
forma o sensibilizam/ intoxicam, como 
alérgenos, poeira, pólen, solventes, 
medicamentos, toxinas etc. 
Os isoterápicos são preparações homeopáticas cuja 
técnica de preparo é realizada na própria farmácia 
homeopática. 
A preparação de heteroisoterápicos a partir de 
substâncias/especialidades farmacêuticas sujeitas a 
controle especial deve ocorrer de acordo com a 
legislação em vigor. 
A coleta do material autoisoterápico poderá ser 
realizada em consultório médico, laboratório de 
análises clínicas ou na própria farmácia, quando esta 
possuir sala específica para a coleta, ou pelo próprio 
paciente, quando aplicável. Deve ser realizada sob a 
orientação de profissional habilitado e ser realizada de 
forma a garantir a presença do suposto agente 
etiológico, evitando-se a contaminação desse material 
por outros microrganismos. 
Normas técnicas de segurança individuale de proteção 
devem ser observadas e seguidas de forma rigorosa. 
Qualquer amostra de origem biológica deve ser tratada 
como se fosse patogênica. 
A amostra recebida pela farmácia deverá vir 
acompanhada da prescrição médica e conter, no 
mínimo, informações sobre a natureza do material, 
potência, escala, método e forma farmacêutica. 
Cabe ressaltar que, por imposição legal, não podem ser 
manipuladas amostras provenientes de patologias de 
notificação compulsória. 
O material colhido deve ser encaminhado à farmácia no 
prazo máximo de até 4 horas; na impossibilidade de 
cumprimento do prazo, deve-se conservar o material 
coletado sob refrigeração. 
A farmácia que realizar o preparo de autoisoterápico 
deve possuir sala específica para a coleta e manipulação 
dessas preparações homeopáticas até 12CH ou 24DH, 
seguindo os preceitos da Farmacopeia homeopática 
brasileira, edição em vigor. Poderá manipular na sala de 
manipulação destinada aos medicamentos 
homeopáticos, desde que a amostra receba tratamento 
prévio de inativação microbiana. 
O veículo ou o excipiente utilizado na coleta deverá ser 
considerado no cálculo da quantidade do insumo inerte 
na preparação do isoterápico. 
Quadro preparação e insumo inerte para cada caso 
A farmácia deve garantir que, ao descartar os 
materiais utilizados, estes não venham contaminar o 
meio ambiente, os seres humanos e outros seres vivos. 
Descarte de material contaminado pode ocorrer por um 
serviço terceirizado (farmácias e prefeituras) ou por 
empresas terceirizada. A farmácia deve manter um 
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde (PGRSS), 
conforme a RDC n. 306/2004, de 7 de dezembro de 
2004. 
Material reutilizável utilizados para preparar potências 
acima de 12CH ou 24DH, devem ser lavados em água 
corrente e purificada para, depois, serem esterilizados 
por calor seco a 180ºC por trinta minutos, 140ºC por 
uma hora ou, ainda, por calor úmido a 120ºC, 1 atm, por 
trinta minutos. 
O material utilizado para preparar potências abaixo de 
12CH ou 24DH, deve ser imerso em hipoclorito de sódio 
a 1 % por 2 horas para, em seguida, ser lavado em água 
corrente e purificada e esterilizados por calor seco a 
180ºC por trinta minutos ou 140ºC por uma hora ou, 
ainda, por calor úmido a 120ºC, 1 atm, por trinta 
minutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os bioterápicos de estoque são mantidos 
armazenados da mesma maneira que os demais 
medicamentos homeopáticos. 
Os heteroisoterápicos integram o estoque da farmácia, 
podendo, na maioria das vezes, ser utilizados por vários 
pacientes, uma vez que sua prescrição depende da 
sensibilidade individual a essas substâncias. 
O estoque de autoisoterápicos com a finalidade de 
repetição do receituário, no caso de quebra do frasco 
que contém o medicamento, ou se o prescritor desejar 
aumentar a potência a partir da última prescrição, 
porém de acordo com Farmacopeia homeopática 
brasileira, os autoisoterápicos somente poderão ser 
estocados em etanol a 77% (v/v) ou superior e 
dispensados a partir da 12CH ou da 24DH. 
A farmácia deve manter arquivo com os dados do 
paciente, do prescritor, nome do isoterápico, potência, 
escala e método, forma farmacêutica, data da 
manipulação e data da exclusão do estoque. A matriz 
desse medicamento deve ficar estocada de 6 meses a 1 
ano. 
 
Rotulagem dos bioterápicos deve atender a 
Farmacopeia homeopática brasileira II e na RDC n. 67 
/2007, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(Anvisa) 
• Nome do paciente e do prescritor 
• Nome do bioterápico 
• Potência, escala e método 
• Forma farmacêutica 
• Quantidade e unidade 
• Lote 
• Data da manipulação e validade 
• Identificação da farmácia com CNPJ, endereço 
completo, nome do farmacêutico responsável 
técnico e CRF, farmacopeia ou código a que 
obedece e outras exigências,

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