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1 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS Considerações gerais: O pré-natal deve ser iniciado assim que descoberta a gravidez, independentemente de ser o 1º ou o 9º mês. Uma simples consulta pode ajudar a salvar a vida da mãe e da criança. A assistência pré-natal significa um acompanhamento ambulatorial, médico e de enfermagem, com a finalidade de observar a evolução da gravidez, diagnosticar e tratar doenças pré-existentes ou que surjam durante a gestação, comprometendo a saúde e a vida da mãe e da criança. O pré-natal só acaba após o parto, na consulta de revisão. As consultas do pré-natal devem passar a ocorrer quinzenais no 8º mês, e, no 9º mês devem ser semanais, pois é no final da gravidez que surgem as maiores complicações. Além das consultas da enfermagem, é essencial que a gestante seja atendida por um profissional médico que lhe examine, solicite e avalie os resultados dos exames. Objetivos para a mãe: Identificar doenças e tratá-las (sífilis, anemias, doenças do coração, dos rins, do fígado, da pressão arterial, das glândulas, dos dentes, câncer e outras); Garantir o bem estar da gestante; Prevenir a ocorrência e/ou agravamento de doenças específicas da gestação (pressão alta com perda de albumina e inchaço, diabetes da gravidez); Proporcionar uma boa adaptação do organismo da mãe às modificações da gestação; Orientar hábitos de vida adequados à gestação, em relação à alimentação, fumo, álcool e drogas, etc; Prover assistência psicológica, contribuindo para a solução de problemas e conflitos; Instruir a gestante nos primeiros cuidados com o bebê, orientando-a quanto à importância da amamentação. Objetivos para o bebê: Prevenir e detectar malformações fetais. Identificar o crescimento restringido do feto, para poder garantir a perfeita estruturação do organismo fetal. Evitar abortos, parto prematuro e a morte durante a gravidez e o parto. Prevenir a sífilis e outras manifestações infecciosas (urinária, respiratória, etc). Diagnosticar e assistir os casos de incompatibilidade sanguínea. Tratar doenças do bebê quando ainda está dentro do útero. Avaliar as condições de saúde do feto dentro do útero e decidir o melhor momento de interromper a gravidez quando necessário. Consulta realizada pelo casal antes de uma gravidez, ou seja, havendo o planejamento familiar anterior. Objetiva identificar fatores de risco ou doenças que possam alterar a evolução normal da gestação. É importante, pois diminui a morbidade e a mortalidade materna e infantil 1. ATIVIDADES: a) Anamnese b) Exame físico c) Exame ginecológico completo d) Exames laboratoriais e) Orientações: Nutricional visando a promoção do estado nutricional materno e do recém-nascido Risco do tabagismo, alcoolismo e uso de drogas Uso de medicamentos se necessário manter, substituir para aqueles com efeitos menores sobre o feto Condições de trabalho exposição ao fatores tóxicos e ambientais Administração preventiva de ácido fólico no período pré-gestacional prevenção de defeitos congênitos do tubo neural (5 mg, VO/dia durante 60 a 90 dias antes da concepção) f) Prevenção: Rubéola e Hepatite B caso negativo, providenciar imunização prévia à gestação Toxoplasmose HIV realização do teste anti-HIV. Se negativo, orientar quanto aos cuidados preventivos. Se positivo, esclarecer os tratamentos para diminuir as chances de transmissão vertical para o feto. O controle pré-concepcional do casal, promove a recuperação dos níveis de linfócitos T CDD4+ e reduz a carga viral de HIV circulante para níveis indetectáveis Sífilis se positivo, tratar mulher e seu parceiro g) Também é importante realizar a avaliação pré- concepcional do parceiro, incluindo a triagem para sífilis e HIV 2 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS Toda mulher da área de abrangência da unidade de saúde e com história de atraso menstrual de mais de 15 dias deverá ser orientada pela equipe de saúde a realizar o Teste Imunológico de Gravidez (TIG) – alto custo -, que será solicitado pelo médico ou enfermeiro. Por isso, a solicitação do ßHCG que pode ser detectado no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção. O diagnóstico da gravidez pode ser efetuado em 90% das pacientes por intermédio dos sinais clínicos, dos sintomas e do exame físico em gestações mais avançadas. 1. Sinais de presunção de gravidez: Atraso menstrual Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência); Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal). 2. Sinais de probabilidade: Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume; Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais); Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia após a fertilização. 3. Sinais de certeza: Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas; Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas); Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais. Após a confirmação da gravidez em consulta médica ou de enfermagem, dá início ao acompanhamento da gestante com seu cadastramento SISPRENATAL. A gestante deve receber informação quanto: Sequência de consultas Visitas domiciliares Calendário de vacinas Solicitação dos exames de rotina Reuniões educativas 3 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS OBS: os fatores associados as condições de vida são critérios que permitem a realização o pré-natal pela equipe de atenção básica. 1. Fatores de risco que podem indicar encaminhamento ao pré-natal de alto risco O pré-natal de alto risco abrange cerca de 10% das gestações Cardiopatas Pneumopatias graves incluindo asma brônquica Nefropatias graves IRC e em casos de transplantados Endocrinopatias especialmente DM, hipotireoidismo e hipertireoidismo Doenças hematológicas doença falciforme e talassemia HAS crônica e/ou caso de paciente que utiliza anti- hipertensivo Doenças neurológicas epilepsia Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento psicoses, depressão grave Doenças autoimunes lúpus eritematoso Portadores de doenças infecciosas hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária e outras ISTs Dependência de drogas ilícitas Anemia grave Desnutrição materna severa Obesidade mórbida Devem ser realizadas no mínimo 6 consultas de pré-natal, intercaladas entre medico e enfermeiro. Até 28ª semana – mensalmente; Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente. OBS: O acompanhamento da mulher no ciclo grávido- puerperal deve ser iniciado o mais precocemente possível e só se encerra após o 42º dia de puerpério, período em que a consulta de puerpério deverá ter sido realizada. 1. Na primeira consulta: a) Anamnese completa aspectos epidemiológicos, antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e situação da gravidez atual b) Exame físico completo c) Exame ginecológico e obstétrico d) Solicitar sempre: Hemograma hematócrito, hematimetria, hemoglobina,leucócitos e plaquetas (leucocitose e plaquetopenia fisiológica) Grupo sanguíneo e fator Rh Se a gestante for Rh negativo e o parceiro for positivo é imprescindível a pesquisa de anticorpos antieritrocitários irregulares maternos (PAI) para que possível sensibilização anterior da gestante seja aquilatada. Risco de eritroblastose fetal Sorologia para sífilis (VDRL) repetir próximo a 30˚ semana Glicemia em jejum repetir próximo a 30˚ semana Exame sumário de urina (tipo I) repetir próximo a 30˚ semana Sorologia anti-HIV Sorologia para hepatite B Sorologia para toxoplasmose IgM para todas as gestantes e IgG quando houver disponibilidade para realização e) Solicitar se necessário: Protoparasitológico em mulheres de baixa renda principalmente Colpocitologia oncótica (Papanicolau) se a mulher não tiver realizado nos últimos 3 anos ou se indicação Bacterioscopia da secreção vaginal em mulheres com antecedente de prematuridade Sorologia para rubéola Urocultura para diagnóstico de bacteriúria assintomática Ultra-sonografia obstétrica 4 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS OBS: a realização da ultra-sonografia de rotina durante a gestação está mais relacionada com a melhor determinação da IG, detecção precoce de gestações múltiplas e malformações fetais clinicamente não suspeitas. Por isso, pode sim ser solicitado como exame de rotina caso haja disponibilidade no local. Porém, sua não realização não constitui omissão, nem diminui a qualidade do pré-natal. 1. TIPAGEM SANGUÍNEA/FATOR Rh: Fator Rh +: escrever no cartão o resultado e informar a gestante sobre seu tipo sanguíneo Fator Rh – e parceiro com Rh + e/ou desconhecido: solicitar teste de Coombs indireto. Se o resultado for negativo, repeti-lo em torno da 30˚ semana. Quando for positivo, encaminhar a gestante para pré-natal de alto risco 2. SOROLOGIA PARA SÍFILIS (VDRL): 5 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS VDRL -: escrever no cartão e informar a gestante o resultado. Repetir o exame na 30˚ semana. VDRL +: socilitar teste confirmatório. Se for não reagente, dispensar sífilis. Se reagente, deve-se instruir tratamento. 3. URINA TIPO I: Proteínas traços sem sinais clínicos (repetir em 15 dias). Positivo com HAS (pré-eclâmpsia leve) Bactérias sem sinais clínicas de ITU solicitar urocultura com antibiograma. Se positivo, realizar tratamento Hemáceas se associadas a bacteriuria se hematúria isolada, excluir sangramento genital Cilindros referir ao pré-natal de alto risco A presença de ITU durante a gestação aumenta o risco de trabalho de parto e parto prematuros, amniorrexe prematura e sepse neonatal. 4. HEMATIMETRIA – DOSAGEM DE Hb E Ht: Hb maior ou igual a 11 g/dl ausência de anemia Hb < 11 g/dl e > 8 g/dl anemia leve a moderada. Solicitar exame parasitológico de fezes e tratar parasitoses se presente. Utilizar sulfato ferroso Hb < 8 g/dl anemia grave. Referida imediatamente ao pré-natal de alto risco A anemia está associada a um aumento do risco de recém-nascidos com baixo peso ao nascer, mortalidade perinatal, além de trabalho de parto pré-termo. 5. GLICEMIA DE JEJUM: Utilizado como teste de rastreamento para DM gestacional (DMG) 6. TESTE ANTI-HIV: Negativo indica que a gestante não está infectada ou que está infectada, porém é tão recente que não houve tempo para seu organismo produzir anticorpos em quantidades detectáveis (janela imunológica). Por isso, deve-se solicitar um novo exame em 30 a 90 dias Indeterminado pode significar falso positivo ou verdadeiro positivo de infecção recente, cujo anticorpos anti-HIV circulantes ainda não estão tão detectáveis. Teste deverá ser repetido em 30 dias Positivo tratamento para diminuir o risco de transmissão para o feto 7. IgM PARA TOXOPLASMOSE 8. SOROLOGIA PARA HEPATITE B Anamnese sucinta aspectos de bem estar materno e fetal Perguntas sobre alimentação, hábito intestinal e urinário, movimentação fetal e interrogatório sobre 6 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS a presença de corrimentos ou outras perdas vaginais Exame obstétrico sistemático: pressão arterial, pele e mucosas, exame das mamas, palpação obstétrica, medida da altura uterina, ausculta dos batimentos cardiofetais, pesquisa de edema de membros inferiores; reavaliar riscos Objetivo estimar o tempo da gravidez/idade do feto. Depende da data da última menstruação (DUM) I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas); Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês do último ciclo menstrual e observe o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. II. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu: Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, então, à utilização de um dos métodos descritos III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos: Pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas: OBS: se não for possível determinar a IG clinicamente, deve- se solicitar uma ultra-sonografia obstétrica. Cálculo da Data Provável do Parto (DPP): Leva-se em consideração a duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM), mediante a utilização de calendário. Como realizar o cálculo? somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a março). Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional: Consiste na tomada da medida do peso e da altura e o cálculo da semana gestacional, o que permite a classificação do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional. 7 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS 1. Conduta conforme diagnostico nutricional a) Baixo peso (BP): investigue a história alimentar, a hiperêmese gravídica, as infecções, as parasitoses, as anemias e as doenças debilitantes. Dê a orientação nutricional, visando à promoção do peso adequado e de hábitos alimentares saudáveis. Remarque a consulta em intervalo menor do que o fixado no calendário habitual b) Adequado (A): siga o calendário habitual. Explique à gestante que seu peso está adequado para a idade gestacional. c) Sobrepeso e obesidade (S e O): investigue a obesidade pré-gestacional, casos de edema, polidrâmnio, macrossomia e gravidez múltipla. Dê orientação nutricional à gestante, visando à promoção do peso adequado e de hábitos alimentares saudáveis. Remarque a consulta em intervalo menor do que o fixado no calendário habitual. Objetivo detectar precocemente estados hipertensivos 1. Conceitua-se HAS na gestação quando: a) Há níveis iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão sistólica e iguais ou maiores que 90 mmHg de pressão diastólica b) Aumento de 30 mmHg ou mais na pressão sistólica e/ou de 15 mmHg ou mais na pressão diastólica sinal de alerta c) Presença de pressão diastólica maior ou igual a 110 mmHg em 1 única aferição 2. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) na gestação é classificada nas seguintes categorias principais: Pré-eclâmpsia: caracterizada pelo aparecimentode HAS e proteinúria (> 300 mg/24h) após a 20ª semana de gestação em mulheres previamente normotensas; Eclâmpsia: corresponde à pré-eclâmpsia complicada por convulsões que não podem ser atribuídas a outras causas; Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: definida pela elevação aguda da PA, à qual se agregam proteinúria, trombocitopenia ou anormalidades da função hepática, em gestantes portadoras de HAS 8 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS crônica com idade gestacional superior a 20 semanas; Hipertensão arterial sistêmica crônica: é definida por hipertensão registrada antes da gestação, no período que precede à 20ª semana de gravidez ou além de doze semanas após o parto; Hipertensão gestacional: caracterizada por HAS detectada após a 20ª semana, sem proteinúria, podendo ser definida como “transitória” (quando ocorre normalização após o parto) ou “crônica” (quando persistir a hipertensão). Objetivo identificar o crescimento fetal, diagnosticar desvios de normalidade a partir da relação entre a AU e IG e identificar a situação e apresentação fetal 1. PALPAÇÃO OBSTÉTRICA: I. Deve ser realizada antes da medida da AU II. Delimita-se o fundo uterino e o contorno da superfície uterina III. Procura-se identificar os pólos cefálico e pélvico e o dorso fetal, facilmente identificados a partir do 3˚ trimestre IV. Também pode-se estimar a quantidade de líquido amniótico Técnica para palpação abdominal (Manobra de Leopold): Consiste em um método palpatório do abdome materno em 4 passos I. Delimite o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos e reconheça a parte fetal que o ocupa; II. Deslize as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, procurando sentir o dorso e as pequenas partes do feto; III. Explore a mobilidade do polo, que se apresenta no estreito superior pélvico; IV. Determine a situação fetal, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à escava pélvica e abarcando o polo fetal, que se apresenta. As situações que podem ser encontradas são: longitudinal (apresentação cefálica e pélvica), transversa (apresentação córmica) e oblíquas. 2. MEDIDA DA AU a) Realiza-se com uso de fita métrica, delimitando a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino Constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos batimentos cardíacos fetais (BCF). Deve ser realizada com sonar, após 12 semanas de gestação, ou com Pinard, após 20 semanas. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiewLO93eXcAhVGTZAKHdzSCZwQjRx6BAgBEAU&url=https://medicina10blog.wordpress.com/2016/10/26/manobras-de-leopold/&psig=AOvVaw3FN2SdhHA3237AqCdVuaqz&ust=1534102001311186 9 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS Registro dos movimentos fetais: Evoluem com a gravidez. No início são débeis e poucos frequentes, podendo ser confundidos até com peristaltismo materno. Gradativamente os movimentos tornam-se rítmicos, fortes e contínuos Esses movimentos podem sofrer alterações com fatores endógenos (fator Rh, insuficiência placentária, malformações congênitas) como exógenos (nicotina, álcool, medicamentos sedativos) solicitar e instruir a mãe a realizar o Método de registro diário de movimentos fetais (RDMF) que determina Se, em uma hora, o bebê não se mexer seis vezes, pare de contar os movimentos. Repita o registro. Se persistir a diminuição, procure a unidade de saúde. Verificação da presença de edema É realizado com a finalidade de se detectar anormalidades nas mamas e/ou avaliar sintomas referidos pelas gestantes para, assim, identificar possíveis lesões malignas palpáveis num estágio precoce de evolução. Boa oportunidade para orientar a gestante quanto ao uso de sutiã, banho de sol por 15 min nos mamilos diariamente, não uso de pomada ou cremes nos seios.. 1. O preparo das mamas para a amamentação Vantagens para a mulher: Favorece a involução uterina e reduz o risco de hemorragia Contribui para o retorno ao peso normal; Contribui para o aumento do intervalo entre gestações. Para o bebe: É um alimento completo; não necessita de nenhum acréscimo até os seis meses de idade; Facilita a eliminação de mecônio e diminui a incidência de icterícia; Protege contra infecções; Aumenta o vínculo afetivo; Diminui as chances de desenvolvimento de alergias. Manejo da amamentação: Posição e pega Ferro e folato: a suplementação rotineira de ferro e folato parece prevenir a instalação de baixos níveis de hemoglobina no parto e no puerpério. O Programa Nacional de Suplementação de Ferro, do Ministério da Saúde, recomenda a suplementação de 40mg/dia de ferro elementar (200mg de sulfato ferroso). Orienta-se que a ingestão seja realizada uma hora antes das refeições. A suplementação de ferro deve ser mantida no pósparto e no pós-aborto por 3 meses; Folato peri-concepcional: tem forte efeito protetor contra defeitos abertos do tubo neural. Deve ser usado rotineiramente pelo menos dois meses antes e nos dois primeiros meses da gestação. Mulheres que tiveram fetos ou neonatos com defeitos abertos do tubo neural têm que usar folato continuamente se ainda desejam engravidar. Piridoxina (vitamina B6): não há evidências para indicá-la como suplemento na gravidez, embora os resultados de um trabalho sugiram que seu uso pode ter efeito protetor em relação ao esmalte dentário Cálcio: seu uso parece ser benéfico em mulheres que apresentam alto risco de desenvolver hipertensão na gestação e naquelas que têm baixa ingestão de cálcio. Zinco: não existem evidências suficientes para avaliar os efeitos do seu uso na gravidez. Os possíveis efeitos benéficos sobre a prevenção do trabalho de parto prematuro necessitam de novas avaliações Proteínas: a suplementação balanceada parece melhorar o crescimento fetal e reduzir os riscos de morte fetal e neonatal. Vitamina A: é nutriente que atua no sistema imunológico, auxiliando no combate às infecções, à 10 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS diarreia e ao sarampo. Ajuda também no crescimento e desenvolvimento, além de ser muito importante para o bom funcionamento da visão. A falta de vitamina A pode resultar em cegueira. Dados de pesquisas importantes têm correlacionado a adequação das reservas corporais maternas de vitamina A com a redução da mortalidade desse contingente populacional. Portanto, nas regiões citadas, toda puérpera no pós-parto imediato, ainda na maternidade, deve receber uma megadose de 200.000 UI de vitamina A (1 cápsula VO), garantindo-se, assim, reposição dos níveis de retinol da mãe e níveis adequados de vitamina A no leite materno até que o bebê atinja os 6 meses de idade, diminuindo-se o risco de deficiência dessa vitamina entre as crianças amamentadas. As mulheres não devem receber suplementação de vitamina A em outros locais (na rede básica de saúde, por exemplo) ou em outros períodos de sua vida reprodutiva, para que seja evitado o risco de teratogenicidade para o feto, caso haja nova gravidez em curso. 1) Vacina dupla do tipo adulto – dT (difteria e tétano) A vacina dT é indicada para a proteção da gestante contra o tétano acidental e a prevenção do tétano neonatal. As letras maiúsculas nas abreviações denotam doses não diluídas dos toxóides da difteria (D), do tétano (T) e da coqueluche (P, do inglês pertussis). As letras minúsculas d e p denotam doses reduzidas dos toxoides da difteria e da coqueluche, usadas nas formulações para adolescentes e adultos. A letra a nas vacinas DTPa e dTpa significam acelular o componente da vacina contra a coqueluche contém apenas uma pequena quantidade da bactéria causadora da coqueluche.Existem 4 tipos de vacina: DTPa : administrada a crianças com menos de 7 anos de idade DT: administrada a crianças com menos de 7 anos de idade dTPa : administrada a crianças mais velhas e a adultos dT: administrada a crianças mais velhas e adultos Não vacinadas: Vacinadas: Gestante sem nenhuma dose registrada: inicie o esquema vacinal o mais precocemente possível com 3 doses, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo, 30 dias. Gestante com esquema vacinal incompleto (1 ou 2 doses): em qualquer período gestacional, deve-se completar o esquema de três doses o mais precocemente possível, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo, 30 dias entre elas. Gestante com menos de 3 doses registradas: complete as 3 doses o mais precocemente possível, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo, 30 dias. Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais) e última dose há menos de cinco anos: não é necessário vaciná-la. Gestante com esquema completo (3 doses ou mais) e última dose administrada há mais de cinco anos e menos de 10 anos: deve-se administrar uma dose de reforço tão logo seja possível, independentemente do período gestacional. Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais), sendo a última dose há mais de 10 anos: aplique uma dose de reforço. 2) Vacina contra influenza (fragmentada) A vacina contra a influenza é recomendada a todas as gestantes em qualquer período gestacional. O esquema consta de uma dose no período da campanha. 3) Vacinação contra hepatite B (recombinante) O PNI reforça a importância de que a gestante receba a vacina contra a hepatite B após o primeiro trimestre de gestação, independentemente da faixa etária. O esquema desta vacina deve ser seguido conforme os calendários de vacinação do adolescente e do adulto. A seguir, destaca-se a recomendação de acordo com a situação apresentada: Gestantes com esquema incompleto (1 ou 2 doses de 3 doses): deve-se completar o esquema. Três doses com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda e de 180 dias entre a primeira e a terceira. Na impossibilidade de se realizar a sorologia anti- HBs, deve-se avaliar o estado vacinal da gestante e vaciná-la, se for o caso. Gestantes com esquema completo: não se deve vaciná-las. 4) Casos especiais: I. Vacina contra raiva humana: Em situações de pós-exposição, a vacina contra raiva humana não é contraindicada durante a gestação. Na pré-exposição, a gestante também pode ser 11 Jéssika – Ginecologia e Obstetrícia Fonte: Manual MS vacinada. Entretanto, devido ao risco da ocorrência de eventos adversos, é preferível que ela receba a vacina somente se não puder evitar as situações de possível exposição ao vírus rábico. II. Vacina contra febre amarela (atenuada): Na rotina do serviço de vacinação, a gestante não deve receber a vacina contra febre amarela. Entretanto, em situações de surto, se a gestante reside ou vai se deslocar para área com recomendação de vacinação para febre amarela, ela deve ser vacinada se o risco de adoecer for maior do que o risco de receber a vacina. III. É importante ressaltar que as lactantes que amamentam crianças menores de seis meses de idade também não devem ser vacinadas. IV. Sarampo, da rubéola, da caxumba e da febre amarela (vacinas virais vivas): não são recomendadas em situações normais. Contudo, quando for alto o risco de ocorrer a infecção natural pelos agentes dessas doenças (viagens a áreas endêmicas ou vigência de surtos ou epidemias), deve-se avaliar cada situação, sendo válido optar-se pela vacinação quando o benefício for considerado maior do que o possível risco. Vacinas contra poliomielite e tuberculose podem ser utilizadas em caso de extrema necessidade. V. Após a vacinação com tríplice viral, recomenda-se evitar a gravidez durante um mês (30 dias), apenas por precaução. Instruções quanto ao tipo de parto: No que diz respeito aos exames e aos procedimentos, sugerimos ser solicitados os seguintes: 1) Tipagem sanguínea e Fator RH (no caso da mulher ter RH negativo); 2) Pesquisa de antígeno de superfície do vírus da Hepatite B (HBsAg); 3) Teste treponêmico e/ou não treponêmico para detecção de Sífilis por meio de tecnologia convencional ou rápida; 4) Pesquisa de Anticorpos anti-HIV; 5) Pesquisa de anticorpos do vírus da Hepatite C (anti-HCV); 6) Hemograma; 7) Lipidograma: dosagem de colesterol HDL, dosagem de colesterol LDL, dosagem de colesterol total, dosagem de triglicerídeos; 8) Dosagem de Glicose; 9) Eletroforese da hemoglobina (para detecção da doença falciforme); 10) Aferição de Pressão Arterial; 11) Verificação de Peso e cálculo de IMC (índice de Massa Corporal). Lembrando que esses procedimentos e exames devem ser solicitados respeitando os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Caso seja detectada alguma alteração em algum desses exames, o pai/parceiro deve ser referenciado para o tratamento dentro da rede SUS. O mesmo procedimento deve ser adotado caso o profissional verifique a necessidade de outros exames.
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