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MARC 02 - Assistência pré-natal

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@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
1 
OBJETIVOS 
1. Discutir a assistência pré-natal; 
2. Estudar o diagnostico clinico e laboratorial da gravidez; 
3. Exame físico da gravida; 
4. Medicamentos e exames complementares do pré-natal. 
Assistência Pré-Natal 
INTRODUÇÃO 
A American Academy of Pediatrics (AAP) e o American 
College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) 
descrevem os cuidados pré-natais como um programa 
abrangente de cuidados envolvendo a abordagem 
coordenada de cuidados médicos e psicossociais que 
idealmente devem ser iniciados antes da concepção, 
estendendo-se por todo o período gestacional até o parto. 
Desse modo, os programas de pré-natal devem incluir: 
− Cuidados pré-concepcionais; 
− Diagnóstico precoce da gestação; 
− Avaliação pré-natal inicial; 
− Consultas de acompanhamento pré-natais até o 
parto. 
Os principais OBJETIVOS do acompanhamento médico 
ou de enfermagem no pré-natal são: 
− Identificar gestantes com fatores de risco para 
desfechos desfavoráveis (p. ex., diabetes 
gestacional, hipertensão arterial sistêmica [HAS], 
prematuridade); 
− Prevenir os agravos mais comuns para o binômio 
materno-fetal (p. ex., transmissão vertical de 
infecções); 
− Tratar enfermidades intercorrentes (p. ex., 
infecção do trato urinário [ITU], infecções 
vaginais, enfermidade sexualmente transmissível 
[EST]); 
− Educar a gestante para um estilo de vida saudável 
(p. ex., abandono do fumo e do álcool, correção 
dietética, uso seguro de medicamentos); 
− Preparar o casal para o momento do nascimento e 
o puerpério. 
A triagem das gestantes com risco pré-natal deve ser 
realizada continuamente durante toda a assistência pré-
natal de maneira meticulosa e racional. 
Gestantes adolescentes devem merecer atenção especial 
durante a assistência pré-natal, pois apresentam maior 
frequência de pré-natal inadequado (menor número de 
comparecimento às consultas) e de recém-nascidos (RNs) 
de baixo peso, quando comparadas às gestantes não 
adolescentes. Além disso, pré-eclâmpsia, anemia e 
prematuridade também têm sido mais associadas à 
gestação na adolescência. 
Já na primeira consulta de pré-natal deverá ser 
determinado se a gestação em questão está exposta a 
fatores de risco prévios que possam influenciar os 
desfechos pré-natais. 
INDICADORES DE RISCO GESTACIONAL 
Biológicos 
Idade materna < 16 ou > 35 anos 
Peso inicial inferior a 50 kg 
Estatura inferior a 150 cm 
História familiar de doenças hereditárias 
Clínicos 
Hipertensão 
Nefropatia 
Diabetes 
EST 
Cardiopatia 
Ambientais 
Saneamento básico inexistente ou inadequado 
Estilo de vida não saudável 
Comportamentais 
Fumo 
Etilismo 
Uso de drogas ilícitas 
Atividade em trabalho braçal exaustivo 
Sedentarismo 
Relacionados à assistência à saúde 
Má qualidade da assistência 
Cobertura insuficiente ao pré-natal 
Falta de integração interinstitucional 
Socioculturais / Econômico 
Baixa escolaridade 
Gestantes solteiras 
Adolescência e não aceitação da gravidez 
Baixa renda 
Obstétricos 
História de infertilidade 
Gravidez anterior com qualquer intercorrência, 
incluindo distocia e/ou cicatriz uterina prévia 
Condições atuais 
Pré-natal ausente ou tardio 
Hemorragia anteparto 
Gestação múltipla 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
2 
HAS 
Rupreme 
Aloimunização 
Gestação prolongada 
Restrição de crescimento fetal 
Polidrâmnio 
Anemia 
Apresentação anômala 
EST, enfermidade sexualmente transmissível; HAS, hipertensão 
arterial sistêmica; Rupreme, ruptura prematura de membranas. 
CUIDADOS PRÉ-CONCEPCIONAIS 
Idealmente, é recomendado que todo casal que esteja 
planejando uma gravidez faça pelo menos uma consulta 
pré-concepcional para aconselhamento e avaliação de 
eventuais riscos. Nessa consulta, deve ser feita uma 
anamnese cuidadosa, incluindo história médica 
pregressa do casal e de sua família, um exame físico 
geral e ginecológico, incluindo medida da pressão arterial 
(PA), do peso e da altura (incluindo índice de massa 
corporal [IMC]) e avaliação da flora vaginal e 
citopatológica do colo uterino, se indicado. 
É recomendado também o rastreamento sorológico de 
vírus da imunodeficiência humana (HIV), sífilis, 
antígenos e anticorpos da hepatite B, uma medida da 
glicemia de jejum para detectar e corrigir eventual 
hiperglicemia e um hemograma para detectar uma anemia 
não percebida. 
Além disso, deve ser recomendado que a futura gestante 
inicie, pelo menos 30 dias antes da concepção mantendo 
até a 12° semana de gestação, uma reposição de ácido 
fólico, o que pode diminuir o risco de defeitos de 
fechamento do tubo neural no futuro bebê. A dose 
recomendada é de 0,4 mg/dia por via oral (VO), com 
exceção das pacientes de alto risco (diabetes, antecedente 
de defeito de fechamento do tubo neural), que devem 
receber 4 mg/dia. 
DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO 
O diagnóstico precoce da gestação é fundamental para 
uma assistência pré-natal de qualidade, pois possibilita o 
início também precoce do acompanhamento pré-natal e 
dos cuidados de saúde. Além disso, facilita a identificação 
correta da idade gestacional (IG), o que é decisivo para o 
acompanhamento correto da gestação. 
O diagnóstico de gestação é feito com base em dados 
clínicos (história e exame físico) e testes subsidiários. 
Apesar de ser menos sensível e específica do que os testes 
laboratoriais, a avaliação clínica de sinais e sintomas 
fornece dados iniciais a respeito do grau de probabilidade 
de tratar-se realmente de gestação ou sobre a necessidade 
de buscar diagnósticos alternativos. 
A HISTÓRIA TÍPICA é a de uma mulher na menacme, 
com vida sexual ativa, sem uso de método contraceptivo, 
referindo atraso menstrual ou amenorreia secundária. 
− Menacme é o período em que a mulher se encontra em idade 
fértil. 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE GESTAÇÃO 
O diagnóstico laboratorial de gestação é feito com base na 
detecção da fração β da gonadotrofina coriônica humana 
(β-hCG) urinária ou sérica. Ambas têm alta sensibilidade; 
porém, os testes urinários são menos sensíveis do que os 
séricos. 
β-hCG é produzida pelo trofoblasto e aparece na 
circulação materna pouco após a implantação 
trofoblástica, tornando-se detectável no plasma ou na 
urina em 8 a 9 dias após a ovulação. Níveis plasmáticos 
menores do que 5 mUI/mL são considerados negativos, e 
maiores do que 25 mUI/mL são considerados positivos. 
Sintomas de presunção:
•Náuseas e vômitos no primeiro trimestre;
•Aumento do volume e da sensibilidade nas mamas;
•Polaciúria e nictúria;
•Percepção de movimentos fetais pela paciente;
•Mudanças no apetite (desejos alimentares);
•Fadiga, tontura, sialorreia, distensão abdominal e 
constipação, dispneia, congestão nasal, cãibras, 
lombalgia.
Sinais de presunção:
•Atraso menstrual de 10 a 14 dias ou amenorreia 
secundária;
•Congestão mamária e mastalgia, pigmentação das 
aréolas e surgimento dos tubérculos de Montgomery, 
aparecimento de colostro, rede venosa visível;
•Alterações na vulva e na vagina (coloração violácea 
vaginal, cervical e vulvar);
•Alterações no muco cervical (maior quantidade de muco 
e ausência de cristalização com padrão arboriforme);
•Alterações cutâneas (estrias, hiperpigmentação da face –
cloasma e linha nigra).
Sinais de probabilidade:
•Alterações em formato e consistência do útero (flexão do 
corpo sobre o colo uterino no toque bimanual – sinal de 
Hegar) e sinal de Nobile-Budin (preenchimento do fundo 
de saco vaginal pelo útero percebido ao toque vaginal);
•Consistência cervical amolecida;
•Aumento do volume abdominal.
Sinais de certeza:
•Ausculta de batimentos cardiofetais (BCFs) (pela 
ultrassonografia [US] transvaginal a partir da 6a semana; 
pelo sonar Doppler a partir da 10a semana de gestação; e 
pelo estetoscópio de Pinard a partir da 18a à 20a 
semana);
•Sinal de Puzos (rechaço fetal intrauterino ao toque);
•Percepção de movimentos e partes fetaispelo 
examinador (a partir de 18-20 semanas).
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
3 
Os níveis de β-hCG crescem exponencialmente nas 
primeiras semanas, atingindo um pico de até 150.000 
mUI/mL em torno de 8 a 10 semanas. Entre a 10° e a 20° 
semana, os níveis tendem a cair e mantêm-se estáveis a 
partir da 20° semana. 
− A causa mais comum de testes falsos-negativos de 
testes vendidos em farmácia é a sua realização 
muito precoce, quando os níveis de β-hCG ainda 
estão muito baixos. 
DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO DE 
GESTAÇÃO 
O diagnóstico de gestação também pode ser confirmado 
por meio de US. O saco gestacional é visível 
precocemente (4-5 semanas de atraso menstrual). A partir 
de 6 semanas, deve ser possível detectar BCFs pela US. 
− BCFs: Ausculta de batimentos cardiofetais 
 
DETERMINAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL E 
DATA PROVÁVEL DO PARTO 
A idade gestacional (IG) referida corresponde ao número 
de semanas desde o primeiro dia da data da última 
menstruação (DUM) de um ciclo regular e ovulatório até 
a data estimada. 
A data provável do parto (DPP) pode ser calculada pela 
regra de Näegele, somando-se 7 dias ao primeiro dia da 
DUM e subtraindo-se 3 ao mês em que ocorreu a DUM. 
Outra ferramenta útil para estimar a IG é a medição da 
altura uterina (AU). O uso de uma curva-padrão de 
crescimento uterino permite correlacionar a IG calculada 
e a medida da AU a cada consulta. 
Uma das formas mais confiáveis para a datação da 
gestação é a avaliação por US obstétrica. Feita no 
primeiro trimestre por via transvaginal, faz-se a medida do 
comprimento cabeça-nádega (CCN). 
CONSULTA PRÉ-NATAL 
Os objetivos principais de cada consulta pré-natal devem 
ser: 
− Definir o estado de saúde da mãe e do feto; 
− Avaliar a IG e compará-la com o crescimento 
uterino (medida em cm da sínfise púbica até o 
fundo uterino); 
− Realizar um plano de cuidado obstétrico 
continuado. 
Na primeira consulta pré-natal, devem ser feitos anamnese 
e exame físico completos, atentando-se para aspectos 
epidemiológicos e antecedentes familiares e pessoais, com 
atenção especial para antecedentes ginecológicos e 
obstétricos. É muito importante também realizar na 
primeira consulta pré-natal uma avaliação de aspectos 
socioculturais, incluindo triagem para uso de drogas, risco 
de violência doméstica, nível de segurança no local de 
moradia, pobreza extrema, fome, aceitação da gestação, 
etc. 
Nas consultas subsequentes, a avaliação deve ser mais 
dirigida aos aspectos específicos da gestação, sendo 
necessário questionar sempre sobre movimentação fetal, 
contrações uterinas e perdas vaginais. 
A FREQUÊNCIA DAS CONSULTAS deve diferir entre 
gestações de alto e baixo risco. No caso de gestantes sem 
fatores de risco detectados, o Ministério da Saúde (MS) 
recomenda pelo menos seis consultas: uma no primeiro, 
duas no segundo e três no terceiro trimestres. O intervalo 
entre elas não deve ultrapassar 8 semanas. No fim do 
terceiro trimestre, as consultas necessitam ser mais 
frequentes, e a gestante deve ser orientada sobre sinais de 
trabalho de parto (TP) e a procurar atendimento se o parto 
não ocorrer 7 dias após a DPP (i.e., se a gestação atingir 
41 semanas). 
No fim da gestação, deve-se explicar à paciente os sinais 
previstos de início do TP (ritmo, frequência e intensidade 
das contrações) e ressaltar a possibilidade de ruptura da 
bolsa de líquido amniótico, os sinais de alerta para indicar 
uma consulta em emergência obstétrica e os 
procedimentos que poderão ser realizados durante sua 
internação. 
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO 
PELE E ANEXOS 
Alterações Fisiopatologia Manejo 
Estrias 
Ruptura de fibras 
elásticas 
Não há 
tratamento 
especifico 
Linha nigra 
Hiperpigmentação 
curanea na linha 
media no abdome 
Não há 
tratamento; 
costuma 
desaparecer 
após o parto 
 
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 
Alterações Fisiopatologia Manejo 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
4 
Dores lombares 
Mudança no 
eixo 
gravitacional do 
corpo; 
relaxamento 
ligamentar, 
fadiga e 
contraturas 
musculares 
Melhoram com 
medidas gerais 
(alongamento, 
calor local, 
analgésicos, 
correção 
postural); evitar 
uso de calçado 
com salto alto 
Dores 
hipogástricas 
Pressão do útero 
sobre a 
musculatura 
abdominal, 
pelve e bexiga, 
associada ao 
relaxamento 
ligamentar 
Melhoram com 
repouso; é 
importante 
diferenciar de 
contrações 
uterinas 
Cãibras 
Causa 
desconhecida; 
ocorrem em 
30% das 
gestações, com 
mais frequência 
à noite; 
associadas à 
presença de 
varizes 
Melhoram com 
repouso, 
aumento da 
ingesta hídrica e 
de cálcio 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
Alterações Fisiopatologia Manejo 
Náuseas e 
vômitos 
Matinais, não 
devem persistir 
além do 2º 
trimestre; 
relacionados a 
fatores 
hormonais e 
psicogênicos 
Tranquilização; 
às vezes, 
medicamento 
antiemético; 
afastar 
hiperêmese 
gravídica e 
causas 
secundárias nos 
casos refratários 
Sialorreia 
Pode 
acompanhar 
náuseas no 1º 
trimestre 
Não há 
tratamento 
específico 
Pirose 
Compressão 
gástrica pelo 
útero, com 
aumento do 
refluxo 
gastresofágico 
 
Fracionamento 
das refeições; 
uso de cabeceira 
elevada; evitar a 
posição supina 
após as refeições 
e a ingestão de 
alimentos 
agravantes; uso 
de substâncias 
antiácidas nos 
casos refratários 
Constipação 
Redução da 
motilidade 
intestinal, pela 
ação hormonal e 
pela compressão 
exercida pelo 
útero sobre as 
porções 
terminais do 
intestino 
Aumento da 
ingesta hídrica e 
de fibras 
alimentares 
 
SISTEMA CIRCULATÓRIO E ENDÓCRINO 
Alterações Fisiopatologia Manejo 
Sincope e 
tonturas 
Hipotensão e 
hipoglicemia 
Repouso; 
alimentação 
adequada 
Varizes e edema 
em membros 
inferiores 
Compressão 
venosa pelo 
útero gravídico, 
dificultando o 
retorno venoso 
Elevação de 
membros 
inferiores; uso 
de meias elástica 
Hemorroidas 
Compressão do 
útero sobre o 
plexo 
hemorroidário, 
mais 
sintomáticas na 
presença de 
constipação 
Normalização 
do hábito 
intestinal com 
fibras e 
hidratação 
adequada; uso 
de banhos de 
assento e 
anestésicos 
locais; regridem 
após o parto 
 
SISTEMA UROGENITAL 
Alterações Fisiopatologia Manejo 
Polaciúria 
Compressão do 
útero sobre a 
bexiga, com 
redução da 
capacidade 
vesical. 
Afastar infecção 
urinaria 
Leucorreia 
Aumento das 
secreções 
vaginais por 
ação hormonal; 
secreção 
esbranquiçada, 
sem irritação da 
mucosa vulvar e 
vaginal 
Afastar vaginite 
 
ESTADO NUTRICIONAL E GANHO DE PESO 
DURANTE A GESTAÇÃO 
O ganho de peso na gestação deve ser vigiado, 
verificando-se se evolui dentro da faixa de normalidade. A 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
5 
ausência de ganho de peso ou a perda de peso podem estar 
associadas a um crescimento fetal insuficiente; o ganho de 
peso repentino (700 g ou mais em 1 semana) deve levantar 
suspeita de retenção líquida (edema) relacionada com a 
pré-eclâmpsia. 
Gestantes com ganho excessivo de peso tendem a ter fetos 
macrossômicos, grandes para a IG ao nascimento, e maior 
dificuldade para perder peso no puerpério. 
Para acompanhar o crescimento ponderal da gestante, 
pode-se usar o peso estimado antes de engravidar e 
considerar como aumento normal um ganho semanal de 
400 g no segundo trimestre e de 300 g no terceiro 
trimestre. 
A suplementação rotineira de vitaminas não é 
recomendada, pois, em geral, uma alimentação saudável 
é suficiente para suprir as necessidades diárias de forma 
adequada. A exceção é feita nos casos em que há risco 
nutricional, como em pacientes com gestação múltipla, 
abuso de drogas, vegetarianas estritas, epilépticas ou com 
diagnóstico de hemoglobinopatias. 
Uma suplementação de ferro elementar – na dose de 30 
a 40 mg/dia, a partir de 20 semanas de IG – é recomendadainclusive para gestantes sem anemia ferropriva, uma vez 
que o balanço de ferro é negativo ao fim da gestação. O 
uso intermitente de 1 a 3 ×/semana parece ser igualmente 
efetivo e mais bem tolerado. Nas gestantes com anemia 
ferropriva, a suplementação deve ser de 40 a 120 mg 
diários até a sua resolução. 
Constipação intestinal é uma queixa comum entre as 
gestantes. A suplementação dietética com fibras vegetais 
é efetiva na redução da constipação na gravidez. 
VIGILÂNCIA DA PRESSÃO ARTERIAL 
A medida da PA deve ser realizada a cada consulta de pré-
natal, permitindo o diagnóstico precoce de HAS e de 
outros distúrbios hipertensivos na gestação, como pré-
eclâmpsia. 
Considera-se hipertensão arterial quando os níveis de 
pressão sistólica forem > 140 mmHg ou os níveis de 
pressão diastólica forem > 90 mmHg, medidos pelo menos 
duas vezes com intervalo de pelo menos 6 horas. 
MEDIDA DA ALTURA UTERINA – Crescimento 
fetal 
A medida da AU a cada consulta, de preferência pelo 
mesmo examinador, é uma maneira fácil e universalmente 
acessível para acompanhar o crescimento uterino. O 
registro gráfico da AU permite fazer a avaliação indireta 
do crescimento do feto, compará-lo com a IG presumida e 
detectar desvios de crescimento. 
 
Correlação entre o tamanho uterino e a idade 
gestacional 
Semanas Tamanho uterino 
Até a 6ª semana 
Não ocorre alteração do 
tamanho uterino 
Na 8ª semana 
O útero corresponde ao 
dobro do tamanho normal 
Na 10ª semana 
Corresponde a três vezes o 
tamanho habitual 
Na 12ª semana 
Ocupa toda a pelve, sendo 
palpável na sínfise púbica 
Na 16ª semana 
Encontra-se entre a sínfise 
púbica e a cicatriz 
umbilical 
Na 20ª semana 
Situa-se na cicatriz 
umbilical 
A partir da 20ª semana 
Existe uma relação 
aproximada entre as 
semanas de gestação e a 
medida da AU; quanto 
mais próximo do término 
da gestação, menos fiel é a 
correspondência 
 
A MEDIDA DA AU é feita colocando-se um extremo da 
fita métrica sobre a borda superior da sínfise púbica e o 
outro, no fundo uterino. A paciente deve ser colocada em 
posição de litotomia, com a bexiga vazia, para reduzir a 
interferência de fatores extrínsecos na medida da AU. 
 
Distribuição da altura uterina de acordo com a idade 
gestacional. 
Fonte: Adaptada de Oppermann e colaboradores. 
A cada consulta, deve-se marcar no gráfico o ponto de 
intersecção da AU com a IG e verificar se a curva do 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
6 
crescimento está situada entre os percentis 10 e 90. Se a 
AU seguir aumentando em um mesmo percentil, deve-se 
seguir o calendário mínimo de pré-natal. Se ocorrer queda 
ou elevação abrupta da curva, deve-se atentar para um 
possível erro na medida ou prosseguir investigação 
diagnóstica para distúrbio do crescimento fetal. Nesses 
casos, uma avaliação ultrassonográfica do feto torna-se 
indispensável. 
AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIOFETAIS 
A determinação da frequência cardíaca fetal (FCF) foi o 
primeiro recurso propedêutico utilizado para avaliar as 
condições fetais na gravidez e no parto. 
A identificação dos BCFs pode ser feita a partir da 5ª ou 
6ª semana de gestação com a US, a partir da 10ª ou 11ª 
semana com o sonar Doppler e a partir da 20ª semana com 
o estetoscópio de Pinard. 
 
A possibilidade de ouvir os batimentos cardíacos do bebê 
traz à mãe uma sensação de tranquilidade, ao passo que 
sua eventual não identificação pode gerar ansiedade 
intensa. Portanto, é de boa conduta alertar a gestante 
previamente que uma eventual dificuldade de ausculta 
pode estar relacionada a outros fatores além da vitalidade 
do feto. Obesidade, dificuldade de identificar o dorso fetal, 
polidrâmnio e defeitos nos aparelhos de sonar Doppler 
podem dificultar a ausculta. Em caso de gemelaridade, o 
correto é utilizar dois sonares e avaliar simultaneamente a 
frequência e o ritmo cardíaco dos fetos. 
Observa-se a frequência dos batimentos durante 1 minuto, 
que deve situar-se entre 110 e 160 bpm. Variações para 
menos ou para mais correspondem, respectivamente, à 
bradicardia e à taquicardia fetal e representam motivos 
para avaliação mais detalhada de bem-estar fetal. 
A existência de acelerações transitórias (elevações da 
frequência de pelo menos 15 batimentos por, no mínimo, 
15 segundos) é sinal de boa vitalidade e está 
frequentemente associada às movimentações fetais, aos 
estímulos mecânicos sobre o útero ou à contração uterina. 
No terceiro trimestre da gestação, se o dorso fetal estiver 
situado à direita da mãe, o decúbito dorsal materno pode 
levar à compressão da aorta e da veia cava inferior 
(hipotensão supina postural), causando síndrome de 
compressão aorto-cava. A diminuição do fluxo sanguíneo 
uterino e da perfusão placentária pode acarretar queda da 
FCF (efeito Poseiro). A lateralização da paciente para a 
esquerda deve normalizar essa situação. 
A determinação do LOCAL de melhor ausculta dos BCFs 
depende da IG. Nas gestações de até 16 semanas, o ponto 
de ausculta deve situar-se próximo ao púbis. Com o 
avanço do crescimento uterino, privilegiando o eixo 
longitudinal, em geral o feto se situará nesse eixo, o que 
pode ser comprovado por meio das manobras de Leopold-
Zweifel. Dividindo-se o abdome materno em quatro 
quadrantes, procura-se auscultar os BCFs no quadrante em 
que devem estar o dorso e a cabeça fetal. 
 
FIGURA Manobras de palpação de Leopold-Zweifel. 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL NO PRÉ-NATAL 
HEMOGRAMA 
O hemograma deve ser solicitado na primeira consulta 
pré-concepcional ou pré-natal com objetivo de avaliar os 
níveis de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht). 
Durante a gestação, observa-se grande aumento do volume 
plasmático, assim como aumento da produção de 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
7 
hemácias. Como o aumento plasmático é superior ao da 
massa eritrocitária, ocorre hemodiluição, em geral com 
queda de cerca de 2 pontos na concentração de Hb em 
torno do fim do segundo trimestre e início do terceiro 
trimestre da gestação. Essa alteração é erroneamente 
chamada de “anemia fisiológica da gestação”. Segundo a 
Organização Mundial da Saúde (OMS), valores de Hb 
abaixo de 11 g/dL ou de Ht abaixo de 33%, em qualquer 
período gestacional, indicam anemia. 
TIPAGEM SANGUÍNEA E COOMBS INDIRETO 
A tipagem sanguínea e o fator Rh precisam ser solicitados 
na primeira consulta de pré-natal a todas as gestantes, com 
o intuito de identificar eventual incompatibilidade Rh no 
casal e prevenir a aloimunização perinatal. Se a gestante 
for Rh-negativa, deve ser solicitado em seguida o teste de 
Coombs indireto, a fim de identificar sensibilização 
prévia. Se este for negativo, a partir da 24ª semana, deve-
se repeti-lo mensalmente. Se for positivo, considerar 
gestante previamente aloimunizada e seguir conduta 
específica. 
Em gestantes com história prévia de transfusão sanguínea, 
mesmo sendo Rh-positivas, devem ser também solicitados 
teste de Coombs indireto e pesquisa de anticorpos 
irregulares, pois pode ter havido aloimunização por outros 
antígenos. 
GLICEMIA DE JEJUM E TESTE ORAL DE 
TOLERÂNCIA À GLICOSE 
Na primeira consulta pré-concepcional ou pré-natal, deve 
ser solicitada a glicemia de jejum. O rastreamento deve ser 
repetido entre a 24ª e a 28ª semana de gestação com o teste 
oral de tolerância à glicose (TOTG), que é a medida da 
glicemia no jejum e 1 e 2 horas após uma carga de 75 g de 
glicose VO. 
Para a realização do TOTG, recomenda-se jejum de 8 
horas e restrição de carboidratos nos 3 dias anteriores ao 
teste. 
UROCULTURA 
Toda gestante deve ser submetida a uma urocultura na 
primeira consulta de pré-natal, com objetivo de identificar 
e erradicar a bacteriúria assintomática (BA) e prevenir a 
ocorrência de pielonefrite na gestação. Gestantes hígidas, 
assintomáticas, com urocultura negativa na primeira 
consulta, sem nefropatias e sem história de infecções 
urináriasde repetição não necessitam repetir o exame 
durante o pré-natal. 
Havendo cistite (infecção baixa sintomática) ou 
pielonefrite, após o tratamento há indicação de repetir 
mensalmente a urocultura nos casos em que a gestante não 
estiver fazendo uso de quimioprofilaxia. 
Os testes rápidos com fitas e testes enzimáticos não devem 
ser utilizados para orientar tratamento nas pacientes 
assintomáticas, pois não têm capacidade de identificar BA. 
SOROLOGIA PARA SÍFILIS 
O rastreamento para sífilis é obrigatório em todo o pré-
natal. Deve ser solicitado um teste de Veneral Disease 
Research Laboratory (VDRL) na primeira consulta, o qual 
deve ser repetido no terceiro trimestre. 
Devido ao aumento dos casos de sífilis congênita no 
Brasil, o MS tornou obrigatório repetir a testagem em 
todas as gestantes no momento do parto. Se o teste 
realizado for o VDRL e este for positivo, deve-se solicitar 
um teste treponêmico (teste rápido para sífilis ou teste de 
absorção fluorescente contra treponema) a fim de 
descartar falsos-positivos. 
SOROLOGIA PARA VÍRUS DA 
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 
A testagem do HIV deve ser realizada na primeira consulta 
do pré-natal a fim de identificar gestantes soropositivas e 
iniciar o tratamento para diminuir a carga viral e o risco de 
transmissão vertical. Se negativo, deve-se repetir o teste 
no terceiro trimestre e no momento da internação 
hospitalar. 
O teste também tem sido feito por meio de testes rápidos 
ou por sorologia como o enzimaimunoensaio (Elisa). Se o 
teste rápido for negativo, encerra-se a investigação 
naquele momento e repete-se no terceiro trimestre e no 
momento da internação hospitalar. Se o resultado for 
positivo, repete-se sequencialmente; se confirmar 
positividade, inicia-se o aconselhamento e o tratamento. 
Se os resultados forem discordantes ou indeterminados, 
segue-se a investigação. 
O pré-natal da gestante soropositiva deve ser diferenciado, 
incluindo avaliação clínica mais especializada e 
preferencialmente acompanhada por um infectologista. 
Devem ser solicitados exames como o teste de Mantoux, 
citomegalovírus, anti-HCV (vírus da hepatite C), carga 
viral e CD4. 
SOROLOGIA PARA HEPATITE B 
Com o objetivo de reduzir a transmissão materno-infantil 
da hepatite B, o MS recomenda a triagem sorológica 
durante a gestação. O exame deve ser realizado na 
primeira consulta do pré-natal, independentemente da IG. 
A testagem também tem sido feita por meio de testes 
rápidos ou por sorologia pelo antígeno de superfície do 
vírus da hepatite B (HBsAg). Se a gestante for negativa, e 
o anti-HBs for não reagente, recomenda-se a imunização 
antes ou durante a gestação, em qualquer trimestre. Se o 
anti-HBs for reagente, não há mais necessidade de repetir 
o teste ao longo da gestação, uma vez que a gestante já está 
imunizada. 
Gestantes portadoras do antígeno (HBsAg reagente) 
devem ser encaminhadas no parto para unidades 
obstétricas que assegurem a administração de vacina e da 
imunoglobulina específica para o vírus da hepatite B 
(HBIg) ao RN. 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
8 
Quando a gestação ocorre em paciente portadora de 
infecção crônica pelo vírus da hepatite B com perfil 
imunológico HBsAg reagente ou antígeno do envelope do 
vírus da hepatite B (HBeAg) reagente, ocorre grave risco 
para o RN, pois, sem a imunoprofilaxia adequada no 
momento do parto, mais de 90% das crianças 
desenvolverão infecção aguda pelo HBV e poderão 
progredir para infecção crônica com complicações da 
doença hepática crônica na idade adulta. 
SOROLOGIA PARA TOXOPLASMOSE 
Solicitar rotineiramente sorologia (imunoglobulina G 
[IgG] e imunoglobulina M [IgM]) para toxoplasmose é 
justificado apenas em regiões de alta prevalência dessa 
parasitose (p. ex., Rio Grande do Sul). 
Na ausência de anticorpos IgG e IgM no primeiro exame, 
repete-se no segundo e terceiro trimestres da gestação e 
inicia-se a instrução da adoção de práticas preventivas, 
como evitar a ingestão de carnes cruas e malcozidas, lavar 
bem as frutas e as verduras e evitar contato com animais 
(principalmente gatos). 
Na presença de anticorpos IgG-positivos e IgM-negativos, 
considera-se a gestante imune e não há necessidade de 
repeti-los ao longo da gestação, com exceção das gestantes 
imunodeprimidas. 
Se no primeiro exame solicitado detectar-se a presença de 
IgM positivo, deve-se solicitar imediatamente o teste de 
avidez de IgG. Anticorpos IgG com alta avidez indicam 
infecção antiga e excluem infecção aguda nos últimos 3 a 
4 meses. Anticorpos com baixa avidez podem significar 
infecção aguda. 
SOROLOGIA PARA VÍRUS DA HEPATITE C 
Não se recomenda a pesquisa de anti-HCV de rotina no 
pré-natal devido aos baixos índices de detecção em 
gestantes e ao fato de ainda não existir imunoprofilaxia ou 
intervenção medicamentosa que possa prevenir a 
transmissão vertical da hepatite C. 
Deve-se realizar a sorologia nas gestantes com fatores de 
risco como infecção por HIV, uso de drogas ilícitas, 
antecedentes de transfusão ou transplante antes de 1993, 
mulheres submetidas à hemodiálise, mulheres com 
elevação de aminotransferases sem outra causa clínica 
evidente e profissionais de saúde com história de acidente 
com material biológico. 
SOROLOGIA PARA RUBÉOLA E PARA 
CITOMEGALOVÍRUS 
Não há recomendação do MS para a realização de 
rastreamento de rotina na gestação para essas infecções. 
RASTREAMENTO PARA ESTREPTOCOCO DO 
GRUPO B. 
A identificação de gestantes portadoras (vagina, reto, 
bexiga) de estreptococo do grupo B (EGB) ou 
Streptococcus agalactiae abre oportunidade para 
erradicação intraparto do EGB e diminuição do risco de 
sepse neonatal por essa bactéria. 
Desde 2002, nos Estados Unidos, o CDC passou a 
recomendar o rastrea-mento a todas as gestantes 
portadoras a partir da 35ª semana de gestação, ou antes, 
quando houver TP pré-termo. 
A coleta é feita por meio de swab na região vaginal e anal. 
O tratamento pré-natal só deve ser feito se houver BA por 
EGB. As mulheres portadoras do EGB na vagina e no reto 
somente devem ser tratadas durante o TP. 
RASTREAMENTO PARA DOENÇAS DA 
TIREOIDE 
Alguns autores sugerem que o rastreamento não é custo-
efetivo e deve ser solicitado apenas em situações de risco, 
como diabetes, áreas com deficiência de iodo, história 
familiar ou pessoal de hipotireoidismo, abortos de 
repetição, obesidade, radiação prévia em cabeça ou 
pescoço. 
O diagnóstico de hipotireoidismo primário na gestação é 
feito por meio da TSH, quando os valores forem 
superiores a 2,5 mUI/mL no primeiro trimestre e de 3 
mUI/mL ou mais no segundo e no terceiro trimestres. Se 
houver presença de TSH elevada, recomenda-se solicitar 
tiroxina (T 4) livre para determinar o grau de 
hipotireoidismo, e, se a T 4 livre for normal, sugere-se 
medir os anticorpos tireoperoxidase (TPO). 
RASTREAMENTO PARA DOENÇA FALCIFORME 
A DF é diagnosticada por meio da eletroforese de Hb, que 
identifica a doença e o traço falcêmico. 
O rastreamento universal da DF em gestantes sem anemia 
e sem etnia afrodescendente não está justificado, embora 
seja recomendado pelo MS do Brasil. 
EXAME BACTERIOSCÓPICO DE SECREÇÃO 
VAGINAL E CITOPATOLOGICO CERVICAL 
É recomendado que toda gestante, na primeira consulta de 
pré-natal, faça um exame a fresco de secreção vaginal para 
identificar vulvovaginites e alterações da flora vaginal. O 
tratamento da vaginose bacteriana (Gardnerella vaginalis) 
pode diminuir o risco de TP pré-termo. 
Também na primeira consulta, se a gestante não estiver em 
dia com seu calendário de prevenção de câncer de colo 
uterino, deve-se coletar um raspado cervical para 
citopatologia com espátula de Ayre. 
ULTRASSONOGRAFIA 
Recomenda-se pelo menos uma US no pré-natal, que deve 
ser solicitada no primeiro trimestre. Se realizada em torno 
da 12ª semana, além de auxiliar na identificação 
relativamente precisa da IGe, com isso, diminuir o risco 
de erroneamente considerar uma gestação como pré-termo 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
9 
ou prolongada (pós-datismo), permite o rastreamento de 
aneuploidias e gestações gemelares. 
Em gestantes de baixo risco, não há indicação para 
solicitar USs repetidas. 
Avaliações ultrassonográficas de rotina para acompanhar 
o crescimento do feto ou avaliar o volume do líquido 
amniótico não devem ser feitas, pois além de aumentarem 
o custo da assistência pré-natal, não têm utilidade prática 
e com frequência geram angústia e apreensão no casal, 
além de risco significativo de induzir a equipe médica a 
intervenções desnecessárias. 
O ACOG refere que, nas pacientes de baixo risco, o 
médico não está obrigado a realizar US sem que haja 
indicação específica, mas que, caso o exame seja pedido 
pela paciente, é ra-zoável respeitar essa solicitação. 
Também não há indicação para realização de rotina de US 
Doppler ou de ecocardiografia fetal em gestantes com 
baixo risco para pré-eclâmpsia, para RCF e para 
cardiopatias fetais. 
VACINAÇÕES 
A vacinação nas mulheres em idade reprodutiva deve estar 
idealmente completa antes da gestação, para que a mãe e 
o feto usufruam da imunização. Os anticorpos da classe 
IgG atravessam a placenta e conferem proteção passiva à 
criança até aproximadamente os 15 meses de vida. Esses 
anticorpos também são transmitidos pelo leite materno. As 
vacinas indicadas na gestação são: 
− Vacina contra gripe A e sazonal – A vacinação 
contra gripe é segura em qualquer IG, e gestantes 
são consideradas grupo de risco para infecção 
respiratória grave, devendo ter preferência nos 
programas de vacinação; 
− Vacina contra hepatite B – O esquema completo 
é de três doses (0,1-6 meses), iniciando a partir do 
primeiro trimestre e podendo estender-se até após 
o parto; 
− Vacina contra difteria e tétano (dT) – O 
esquema de vacinação completo da dupla adulto é 
de três doses, devendo ser reforçada a cada 
intervalo de 5 anos. Se a mulher não tomou 
nenhuma dose dessa vacina antes de engravidar, é 
necessário tomar duas doses da dupla adulto, com 
intervalo de no mínimo 30 dias e complementar 
com a dTpa. Caso a mulher tenha tomado uma 
dose da dT antes da gestação, ela deverá reforçar 
o esquema com mais uma dose da dT após a 20ª 
semana. Se a dT tiver sido aplicada nos últimos 5 
anos, não há necessidade de imunizar; 
− Vacina contra difteria, tétano e coqueluche 
(dTpa) – A vacina dTpa deve ser recomendada, 
não importa o intervalo de tempo da última dose 
de dT, pois é essa a vacina que vai proteger contra 
a coqueluche no RN. Para as mulheres que se 
preveniram com duas ou mais doses da dT, 
recomenda-se a dTpa administrada com apenas 
uma dose. Mulheres grávidas devem tomar uma 
dose da dTpa em cada gestação, 
independentemente de terem tomado 
anteriormente. O MS recomenda a dTpa entre a 
27ª e a 36ª semana de gestação, período que gera 
maior proteção ao RN. A dose também pode ser 
administrada até, no máximo, 20 dias antes da 
DPP. 
As vacinas contra Pneumococcus, Neisseria meningitidis 
e Haemophilus influenzae e a vacina antirrábica podem ser 
aplicadas na gestação. 
As vacinas atenuadas (bactérias ou vírus enfraquecidos) 
apresentam risco teórico de contaminação do feto, sendo 
contraindicadas na gestação; são elas: bacilo Calmette-
Guérin (BCG), tríplice viral (sarampo, caxumba e 
rubéola), varicela e febre amarela. A vacina contra febre 
amarela, apesar de contraindicada, pode ser administrada 
em gestantes quando o risco de contrair a doença for 
elevado. A vacina contra papilomavírus humano (HPV) é 
contraindicada na gestação devido à falta de estudos 
confirmando a sua segurança. 
As vacinas do tipo inativadas, como a vacina contra 
hepatite A e a vacina meningocócica conjugada, não 
apresentam riscos para a gestante e para o feto; porém, 
devem ser aplicadas preferencialmente fora do período 
gestacional. 
REPOSIÇÃO DE VITAMINAS 
Alguns suplementos com vitaminas utilizados no pré-natal 
podem levar à ingestão de quantidades excessivas com 
riscos de toxicidade, especialmente para o feto. Vitaminas 
com risco potencial para o feto são A, B6, C e D. 
Doses diárias de vitamina A entre 10.000 a 50.000 UI 
estão associadas a malformações semelhantes às 
produzidas pela isotretinoína. 
Não está indicada a dosagem rotineira de vitamina D em 
gestantes. Não são conhecidos os níveis séricos que 
indiquem com clareza uma deficiência dessa vitamina. 
Sua produção depende basicamente da exposição solar 
(radiação ultravioleta B [UVB]). 
A exposição adequada ao sol e a ingestão dietética não 
medicamentosa de doses não superiores a 5 µ g ao dia 
durante a gravidez são ideais para a saúde materna, fetal e 
infantil. 
REPOSIÇÃO DE IODO 
Uma deficiência significativa de iodo durante a gestação 
está associada com hipotireoidismo fetal, distúrbios 
neurológicos e aumento da mortalidade neonatal e infantil. 
As consequências da deficiência leve a moderada de iodo 
na gestação ainda são inconclusivas. A suplementação na 
gestação parece racional apenas nas situações de 
deficiência significativa. 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
10 
Não há recomendação no Brasil para suplementação 
rotineira nas gestantes, uma vez que a carência de iodo é 
muito rara. A OMS recomenda que as gestantes tenham 
ingesta de iodo de 250 µ g diários. 
INGESTÃO DE POLIFENÓIS 
O termo polifenóis ou compostos fenólicos refere-se a um 
amplo e numeroso grupo de moléculas encontradas em 
hortaliças, frutas, cereais, chás, erva-mate, café, cacau, 
vinho, suco de frutas e soja. 
As evidências atuais confirmam que, se ingeridos dentro 
de quantidades habituais, os alimentos ricos nessa 
substância são seguros para a gestante e para o feto em 
qualquer etapa da gestação. 
SIFILIS 
A sífilis é uma infecção sistêmica causada pelo 
Treponema pallidum. 
A recomendação oficial do governo brasileiro determina 
que todas as gestantes sejam testadas no primeiro trimestre 
da gestação e também que nenhuma puérpera tenha alta 
hospitalar sem que se saiba o resultado do exame de 
rastreamento para sífilis. Para o Centers for Disease 
Control and Prevention (CDC),2 todas as gestantes devem 
ser testadas no início da gestação. Em populações de alto 
risco, as pacientes devem ser retestadas com 28 semanas 
de gestação e durante o parto. Gestantes com perdas fetais 
também devem ser testadas. 
Como se trata de uma doença que tem sua lesão primária 
indolor, deve-se estar atento durante o exame de pacientes 
de risco quando o diagnóstico de lesões vaginais não for 
realizado, já que a paciente não se queixa, contribuindo 
para a progressão e a disseminação e também aumentando 
o risco de contaminação por outras DSTs. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Considera-se sífilis adquirida recente quando a evolução 
for menor de 1 ano, e tardia (latente tardia e terciária), após 
esse período. O risco de transmissão congênita está 
diretamente relacionado ao estágio da doença e é 
extremamente alto nos primeiros 4 anos após a infecção 
da mãe. A sífilis congênita é considerada recente 
(diagnosticada até o segundo ano de vida) e tardia 
(diagnosticada após o segundo ano de vida). 
Manifestações clínicas da sífilis 
Estágio Manifestação clínica 
Sífilis primária Úlcera – Cancro, 
adenopatia 
Sífilis secundária Rash, adenopatia, 
hepatite, artrite, 
glomerulonefrite 
Sífilis latente Assintomática 
Sífilis terciária 
 
Cutânea – Lesão 
comatosa 
Cardiovascular – 
Aneurisma da aorta, 
insuficiência aórtica 
SNC – Tabes dorsalis, 
convulsão, demência, 
paresias, alterações 
psiquiátricas, pupilas de 
Argyll-Robertson 
 
DIAGNÓSTICO 
A escolha do método diagnóstico depende da fase da 
infecção materna. Entretanto, o rastreamento com VDRL 
(venereal disease research laboratory) ou teste rápido (TR) 
é obrigatório para todas as gestantesno primeiro e no 
terceiro trimestres da gestação. 
A identificação do treponema pode ser feita por exame de 
campo escuro, ou por imunofluorescência direta dos 
exsudatos da lesão. Estes podem ser utilizados no 
diagnóstico das lesões sifilíticas em atividade, como 
cancro duro, condiloma plano, sifílides e sífilis congênita 
precoce. O método de eleição é o exame de campo escuro 
(a coloração torna imóveis os treponemas cujo diagnóstico 
diferencial com os outros treponemas não pode ser 
realizado). 
SOROLOGIA 
− Reações não treponêmicas (testes reagínicos não 
específicos) – VDRL, reagina plasmática rápida 
(RPR). 
− Reações treponêmicas – Teste de imobilização do 
treponema (TPI, do inglês Treponema pallidum 
imobilization), teste de absorção fluorescente 
contra treponema (FTA-ABS, do inglês 
fluorescent treponemal antibody-absortion), 
hemaglutinação para Treponema pallidum 
(TPHA, do inglês Treponema pallidum 
haemagglutination), enzimaimunoensaio (Elisa), 
testes imunocromatográficos (TRs). 
− Testes rápidos (TRs) – São práticos e de fácil 
execução, com resultado em no máximo 30 
minutos. Podem ser realizados em amostra de 
sangue total arterial ou venoso. 
Se há suspeita clínica de sífilis, são necessários dois testes 
diagnósticos. Solicita-se VDRL quantitativo como 
rastreamento. Caso seja positivo, é necessária a 
confirmação com um teste treponêmico. O FTA-ABS IgM 
pode fazer diagnóstico da sífilis primária incipiente, pois 
aparece precocemente, com o cancro duro. 
O VDRL é o teste mais frequentemente utilizado; torna-se 
positivo cerca de 30 a 50 dias após a inoculação. É 
utilizado em todos os casos, exceto na sífilis primária, 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
11 
podendo ser realizado no soro ou líquido cerebrospinal 
(LCS). Resultados negativos não excluem o diagnóstico 
de sífilis primária, assim como falsos-positivos podem 
existir na vigência de doenças autoimunes (colagenoses), 
na fase aguda de viroses, cirrose hepática, leptospirose, 
mononucleose, na própria gestação, em outras infecções 
treponêmicas, em pacientes com hanseníase, na malária, 
entre outros. 
O VDRL começa a ter resultados positivos geralmente 1 
ou 2 semanas após o aparecimento do cancro duro. Os 
títulos diminuem com tratamento adequado e podem 
desaparecer em 9 a 12 meses ou permanecer baixos 
(cicatriz imunológica). A avaliação do LCS (VDRL, FTA-
ABS, celularidade, albuminas) deve ser realizada sempre 
que houver sinais e sintomas neurológicos ou oftálmicos, 
sífilis terciária, falha de tratamento, paciente anti-HIV 
(vírus da imunodeficiência humana [do inglês human 
immunodeficiency virus ]) positivo, VDRL de altos títulos 
e tratamento não penicilínico em sífilis tardia. 
Os testes treponêmicos detectam anticorpos específicos 
produzidos pela infecção pelo Treponema pallidum. São 
raros os casos falsos-positivos. A reatividade destes indica 
que o usuário teve contato com Treponema pallidum em 
alguma época de sua vida e desenvolveu anticorpos 
específicos. Na maioria das vezes, permanecem positivos 
mesmo após o tratamento. 
Entre as reações específicas ou treponêmicas, a mais 
empregada é o FTA-ABS, consti-tuída de um teste de 
imunofluorescência indireta que utiliza o Treponema 
pallidum como antígeno para avaliar a reação de 
anticorpos antitreponêmicos no soro do paciente, sendo 
reativo a partir do 15º dia da infecção. Esse teste é útil para 
exclusão de falso-positivo, não devendo ser utilizado para 
o seguimento, pois pode permanecer positivo por toda a 
vida, independentemente do tratamento.2 A fração de 
imunoglobulina (IgM) desse teste é de capital importância 
para o diagnóstico da sífilis congênita, afastando, assim, 
os falsos-positivos do recém-nascido (RN), pela passagem 
de anticorpos maternos ao compartimento fetal. 
 
Os TRs para sífilis fornecem resultados em 10 a 15 
minutos e podem ser úteis no parto ou em locais onde não 
se dispõe do VDRL. O MS do Brasil recomenda seu uso 
em gestantes com sinais de DSTs, no parto quando o 
VDRL não está disponível, em parceiros de gestantes com 
TR positivo, no terceiro trimestre gestacional quando o 
primeiro VDRL foi negativo e quando não se dispõe do 
resultado no terceiro trimestre. 
TRATAMENTO 
O fármaco de escolha para tratamento da sífilis na 
gestação é a penicilina benzatina, único capaz de prevenir 
a transmissão vertical. 
Após a dose terapêutica inicial na doença recente, poderá 
surgir a reação febril de Jarisch-Herxheimer, com 
exacerbação das lesões cutâneas e involução espontânea 
em 12 a 48 horas. Essa reação não representa alergia, 
sendo que o tratamento deve ser mantido, e realiza-se o 
controle dos sintomas. Quando essa reação ocorre na 
segunda metade da gestação, há risco de TPP ou condição 
fetal não tranquilizadora. Nas gestantes alérgicas à 
penicilina, está recomendada a dessensibilização em 
ambiente hospitalar e uso da penicilina nas doses 
habituais. 
Na impossibilidade do uso da penicilina, as gestantes 
podem ser tratadas com estearato de eritromicina 500 mg 
VO de 6/6 horas por 15 dias; porém, o feto será 
considerado como não tratado. 
Esquemas de tratamento para sífilis na gestação 
Estágio da 
sífilis 
Tratamento 
padrão 
 
Opção de 
tratamento 
 
Observações 
Sífilis 
primária ou 
sífilis 
secundária e 
latente 
recente (até 
1 ano de 
duração) 
Penicilina G 
benzatina 
2,4 milhões 
UI, IM, dose 
única (1,2 
milhão UI 
em cada 
glúteo) 
Ceftriaxona 
1 g, IV ou 
IM, 1 ×/dia 
por 8-10 
dias 
 
 
Não gestante 
– Doxiciclina 
100 mg, VO, 
2 ×/dia por 
15 dias 
Sífilis 
latente 
tardia (mais 
de 1 ano de 
duração) ou 
latente com 
duração 
ignorada e 
sífilis 
terciária. 
Penicilina G 
benzatina 
2,4 milhões 
UI, IM (1,2 
milhão UI 
em cada 
glúteo), 
semanal por 
3 semanas; 
dose total de 
7,2 milhões 
UI. 
Ceftriaxona 
1 g, IV ou 
IM, 1 ×/dia 
por 8-10 
dias 
Não gestante 
– Doxiciclina 
100 mg, VO, 
2 ×/dia por 
30 dias 
Neurossifilis Penicilina 
cristalina 
18-24 
milhões 
UI/dia, IV, 
administrada 
em doses de 
3-4 milhões 
UI, de 4/4 h 
ou por 
infusão 
contínua, 
por 14 dias 
Ceftriaxona 
2 g, IV ou 
IM, 1 ×/dia 
por 10-14 
dias 
 
 
As gestantes com diagnóstico de sífilis devem ser 
avaliadas mensalmente, por meio do VDRL. Considera-se 
um novo tratamento se houver elevação de títulos dos 
testes não treponêmicos em duas diluições, devido à 
possibilidade de falha terapêutica ou reinfecção. 
@anab_rs | Ana Beatriz Rodrigues MARC 02 
12 
Ao término da gestação e em não gestantes, recomenda-se 
a repetição do VDRL quantitativo trimestralmente durante 
o primeiro ano e, se ainda houver reatividade em titulações 
decrescentes, deve-se manter o acompanhamento 
semestralmente até estabilizar. Após 1 ano, pode-se 
considerar a paciente curada na presença de título baixo e 
estável em duas oportunidades. 
O tratamento é considerado inadequado nas seguintes 
situações: 
− Quando realizado com qualquer medicamento que 
não a penicilina; 
− Quando incompleto, mesmo tendo sido feito com 
penicilina; 
− Se não for adequado para a fase clínica da doença; 
− Quando for realizado menos de 30 dias antes do 
parto; 
− Quando houver elevação dos títulos após o 
tratamento; 
− Quando os parceiros não forem tratados, forem 
tratados inadequadamente ou na ausência de 
informação sobre o tratamento destes; 
− Na ausência de identificação dos títulos do VDRL 
ou da queda dos títulos dos parceiros após 
tratamento. 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
Martins-Costa, Sérgio. Rotinas em Obstetrícia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (7ª edição). Grupo A, 2017.

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