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Administração Estratégica Aula 04: Formulação de Estratégias Organizacionais Apresentação Nesta aula, trataremos das estratégias organizacionais, visando: estabelecimento e sobrevivência; olhar para a situação passada acumulada; otimização da situação; autodesenvolvimento, autorrealização e autocontrole. Objetivo Entender o conceito de estratégia; Identi�car os níveis de estratégias organizacionais; Elaborar estratégias organizacionais em diferentes estruturas empresariais. Conceito A palavra estratégia deriva do grego strategos, ou “a arte do general”, ou seja, o general no comando das tropas. O general é responsável por múltiplas unidades em diversas frentes e por várias batalhas ao longo do tempo. O desa�o colocado ao general (e o valor que o generalato acrescenta) é a orquestração e a visão do conjunto. Seu uso já era conhecido em 500 a.C., e com as mudanças advindas do tempo, a palavra passou a ser usada no ambiente empresarial. Tavares (2007) destaca que “o termo estratégia, com a sua origem no militarismo, tornou-se muito comum nas diversas áreas do mercado”. Se �zermos uma analogia da expressão “estratégia de guerra” com a “estratégia empresarial”, pode-se concluir que existe de fato uma permanente “guerra empresarial”. Nela, as empresas precisam de�nir suas táticas baseadas no autoconhecimento e no estudo e análise permanente dos ambientes competitivos e da concorrência. A �nalidade da estratégia consiste em estabelecer os caminhos necessários para que a empresa alcance os objetivos previstos no seu planejamento. A estratégia envolve decisões sobre as metas/objetivos de curto, médio e longo prazo, a distribuição dos recursos para atingir as metas e as tarefas críticas a desempenhar para atingir os objetivos. Oliveira (2003) de�ne assim o conceito de estratégia: "um caminho, maneira ou ação formulada e adequada para alcançar, preferencialmente de maneira diferenciada, os desa�os e objetivos estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente.” Oliveira (2003). Estratégia Organizacional | Fonte: Pixabay Níveis de estratégias organizacionais Frederico Cesar Mafra Pereira, consultor Sênior da Global On Consultores Associados, destaca que existem três tipos (ou níveis) de estratégias organizacionais, que devem ser formuladas e implantadas de maneira inter-relacionada, são elas: Clique nos botões para ver as informações. Refere-se ao primeiro nível de de�nição estratégica e determina as áreas de negócio da empresa. Essas áreas devem conduzi-la a ingressar ou sair de um setor, a �m de ter um leque de negócios equilibrados. Na formulação de sua estratégia corporativa, a empresa deve buscar responder à seguinte questão central: "como alcançaremos nossa visão estratégica, e em quais negócios devemos atuar?". Estratégia corporativa Refere-se ao segundo nível de de�nição estratégica e determina que movimentos de mercado a empresa deve realizar para posicionar-se favoravelmente diante de seus concorrentes, em um dado setor. Na formulação de sua(s) estratégia(s) competitiva(s), a empresa deve buscar responder à seguinte questão central: "como devemos competir nos negócios escolhidos?" Estratégia competitiva É o terceiro nível de de�nição estratégica e determina as atividades, projetos e planos de ação necessários para a execução operacional das estratégias corporativas e competitivas de�nidas. Estratégia funcional Comportamento empresarial Na elaboração de suas estratégias funcionais, a empresa deve buscar responder à seguinte questão central: “como cada área/ unidade deve agir para implantar as estratégias corporativas e competitivas de�nidas?”. Belmiro (2008) destaca que, nas estratégias organizacionais, é importante ressaltar o comportamento das empresas perante o meio ambiente. Esta tabela demonstra a situação: COMPORTAMENTO/ DISCRIMINAÇÃO INATIVO REATIVO ATIVO PROATIVO Situação desejada Atual Passada Futuro previsto Futuro preparado Postura básica Conservador Saudosista Otimizar Idealizar Procura Estabelecimento e sobrevivência Situação passada acumulada Otimização da situação Autodesenvolvimento, autorrealização, autocontrole Mudanças Não sabe que estão acontecendo Reage às mudanças como forma de ameaças sérias Age tendo em vista oportunidades e ameaças Proage, procura criar oportunidades e se antecipar às mudanças Foco no planejamento Não existe Operacional Tático Estratégico Proativo ou reativo? Muitas vezes, utilizam-se conceitos que acabam tornando-se alvos de críticas que os tomam por excludentes. Partindo de dois desses conceitos aparentemente antagônicos, pode-se inferir como funciona o processo estratégico nas organizações. Vamos entender melhor esses conceitos a partir do exemplo de bancos de dados existentes em uma empresa! Proatividade Reatividade É uma atitude proativa quando se criam bancos de dados e se treinam usuários para gerenciar o conhecimento que será aplicado na estimação de trajetórias para atingir os cenários futuros. É ser reativo quando se utilizam os bancos de dados existentes na empresa e selecionam-se as variáveis de controle, muitas vezes apenas baseando-se nos dados disponíveis Em pouco tempo, sem uma análise mais profunda, ser reativo passou a ser execrado na gestão, com os seguintes comentários, dentre outros: É lento; É menos ágil, o que o torna incômodo num mundo que tem como paradigma a mudança; É catastró�co para a nova geração de novos administradores; Talvez signi�que ter se tornado velho sem o perceber. Pode ser que tudo isso seja correto, mas o fato de se abandonar algo que vigorou durante muitos anos na administração também não é positivo. 1 Na administração �nanceira, o pro�ssional de Administração tentará equilibrar risco e retorno, e se tomar suas decisões olhando para o passado, certamente investirá em ativos que não gerarão o retorno adequado. No caso do empreendedorismo, o "inovador reativo” teria problemas. Isto porque as reações ao lançamento de um produto ou serviço, em geral, são apenas cópias um pouco mais aprimoradas do original. Essa atitude não dará o retorno esperado para uma pessoa com per�l empreendedor. Então, espera-se que o empreendedorismo seja compatível com o per�l proativo. Fonte: Shutterstock Óticas proativa e reativa O quadro a seguir ajuda a entender a administração estratégica pelas óticas proativa e reativa: ÓTICA PROATIVA ÓTICA REATIVA Criar banco de dados. Utilizar o banco de dados existentes. http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon101/aula4.html Selecionar novas variáveis. Entender as variáveis existentes. Novas medidas de controle de desempenho. Controlar o desempenho atual. Treinar usuários para gerenciar o novo conhecimento. Treinar usuários no conhecimento existente. Lançar novas trajetórias. Entender as trajetórias passadas. Partir do cenário atual. Verificar de qual cenário se partir no passado. Atingir o cenário futuro. Entender como se atingiu o cenário atual. Identificar os agentes que podem interferir nas trajetórias atuais. Identificar os agentes que influenciaram as trajetórias passadas. Replanejar estrategicamente. Implantar a administração estratégica. Atenção Essas são algumas das possíveis compatibilizações entre os conceitos proativo e reativo nas estratégias organizacionais. Portanto, não é necessário ser restritivo, excluindo um conceito quando se pensa no outro. O que você sabe sobre teoria da burocracia? É um conceito formulado por Max Weber, que não tem necessariamente o signi�cado pejorativo que adquiriu mais tarde. É a organização e�ciente por excelência. Alguns conceitos foram e ainda são utilizados por várias gerações de administradores, como a liderança pela teoria da burocracia. Suas principais características são: 1 Centralizadora 2 Dotada de univocidade 3 3 Meritocrática 4 Estratégia x Estrutura Organizacional Quatro estratégias foram selecionadas por Belmiro (2008) para serem comparadas com a estrutura da organização. São elas: Clique nos botões para veras informações. http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon101/aula4.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon101/aula4.html É uma estratégia adotada quando o caixa da empresa mal cobre os gastos. Em palavras mais técnicas, teríamos o índice de liquidez próximo a 1, isto é, os valores do ativo e do passivo circulantes iguais. A equidade entre esses valores leva às seguintes considerações de estratégias: Promoção de vendas de produtos em old stock; Aumento das vendas sem perda da qualidade; Reestruturação de funções, desenhando-se cargos mais abrangentes (multifuncionais); Empréstimo entre os sócios, que passam a ter uma aplicação de juros maiores que a maioria das aplicações �nanceiras (CDI, CDB, fundos de investimento etc.) e menores que os pagos pela empresa (cheque especial). Neste ponto, os executivos devem estar atentos para não ceder à tentação de consultores "salvadores da pátria". Também não podem adotar estratégias próprias das etapas de desenvolvimento, quando o mercado está com taxas elevadas de crescimento. O dinheiro deve ser aplicado no pagamento de fornecedores, evitando a quebra da empresa, e nos salários dos funcionários, impedindo sua insatisfação. É evidente que lidar com tantas variáveis em tão curto prazo, para evitar o estado falimentar da empresa, exige mudanças da estrutura, como alocação de recursos (humanos, físicos e organizacionais) especí�cos em locais certos da empresa. Do contrário, ela piorará sua saúde �nanceira. Sobrevivência É a estratégia para momentos em que se faz necessário manter as condições atuais da empresa, porque o mercado está em fase de estabilidade (sem crescimento expressivo) ou quando os projetos apresentados têm chance de não dar o retorno esperado e, ainda, apresentam risco elevado. Portanto, continuar como está pode ser uma estratégia para aguardar dias melhores para, só então, fazer investimentos de menos risco e que propiciem mais retorno. Estabilidade Tem por objetivo de�nir o posicionamento futuro da organização, em termos de produto ou unidade estratégica de negócios. O objetivo central é de�nir para onde ela vai, em que áreas irá atuar e com quais produtos ou serviços irá se posicionar. Ou seja, de�nir um padrão de crescimento futuro, veri�car as melhores alternativas e indicar onde ela estará no futuro. Essa estratégia pode assumir as formas de: Ampliação de mercado (volume ou escala de produção); Ampliação de market share; Desenvolvimento de mercado (usos e aplicações alternativos em outros mercados); Desenvolvimento de produto ou serviço (tecnologia nova ou aprimorada). A grande desvantagem da expansão sobre a estrutura organizacional é expor a empresa às ameaças ambientais em mercados novos ou fortalecidos, com as quais ela não se defrontava antes. Ainda, a prática tem mostrado que a base da sobrevivência depende mais do estabelecimento de raízes sólidas no mercado que já é de domínio da empresa. Crescimento É quando uma empresa investe pesado no lançamento de novos produtos ou serviços destinados a novos mercados, nos quais a base tecnológica ou comercial da empresa seja diferente daquela em que ela atualmente atua. Na estrutura da organização, a diversi�cação opera como fator de risco, criatividade e inovação. Equilibrar estes fatores críticos de sucesso deve ser um objetivo do planejamento estratégico. Em qualquer situação nova que necessariamente envolve diversi�cação, o planejamento estratégico deve ser o mais aperfeiçoado possível nas áreas de administração �nanceira, recursos humanos, produção e todas as que colaboram para o êxito ou fracasso do processo. Diversi�cação Atividade CASO PARA ESTUDO Uma empresa entende que, se crescer adequadamente perante a concorrência, permanecerá no topo do ranking do seu setor. Como ela está a alguns passos de atingir o estágio de crescimento via diversi�cação, contratou um consultor para ajudá-la nessa tomada de decisão. Que ações iniciais esse consultor deve propor para que a empresa seja bem-sucedida? Notas Reativo 1 Esses pontos até aqui tratados apenas evidenciam que é preciso ter clareza ao conceituar proatividade em presença de reatividade. No entanto, se usarmos como critério o pensamento estratégico, veri�ca-se que o melhor dos dois conceitos convive sem qualquer problema. Missão 2 A de�nição da missão é importante porque é neste ponto que se procura descrever as habilidades essenciais da empresa. Essas habilidades são tipicamente mais amplas do que as dimensões genéricas do produto ou serviço. Univocidade 3 Ou seja, mantém o mesmo sentido em empregos diferentes; só pode ser interpretado de uma forma. Meritocrática 4 Podemos entender a meritocracia como a promoção de um funcionário que se destaque pelo seu desempenho satisfatório. Seria incongruente que "administradores proativos" remunerassem o colaborador antes mesmo de veri�car se sua produção foi bem desempenhada. Neste caso, desbancariam a teoria da administração cientí�ca, onde são propiciadas maiores recompensas aos que produzem mais que o satisfatório. Mundo 5 Forte presença internacional. Referência mundial em biocombustíveis. Preferida pelos públicos de interesse 6 Referência em responsabilidade social e ambiental. Comprometimento com o desenvolvimento sustentável. Referências ANSOFF, H. Igor; McDONNELL, Edward J. Implantando a Administração Estratégica. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. BELMIRO, Luiz A. Gravina et al. Administração Estratégica. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. CERTO, Samuel C; PETER, J. Paul. Administração Estratégica: Planejamento e implantação da estratégia. São Paulo: Pearson, , ; , ç g j p ç g , 2003. POTER, M. E. Competição: Estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro: Campus, 1998. Próxima aula Estratégias de negócio genéricas: estratégia de custo, de foco e de diferenciação; Estratégias de Porter: posicionamento estratégico, redirecionamento de custo e cadeia de valor. Explore mais Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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