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Material de Apoio 12 - Obrigações Subjetivamente Compostas [Solidariedade Passiva]

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SOLIDARIEDADE PASSIVA 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, 
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais 
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo 
credor contra um ou alguns dos devedores. 
Característica da solidariedade passiva 
• Dois ou mais devedores 
• Cada um desses devedores está [é] obrigado pela dívida [prestação] toda 
• Na solidariedade passiva o credor pode exigir a dívida DE QUALQUER DOS 
DEVEDORES COMUNS [solidários] 
o O cumprimento pode ser a exigência da TOTALIDADE do débito ou que 
seja PARCIALMENTE cumprida a obrigação 
Exemplo: Lucas e Rafael são devedores solidários de Samantha, os quais se obrigaram a 
pagar a quantia de R$ 15.000,00 
Análise da Situação: 
1) Samantha poderá cobrar a dívida dos dois devedores de maneira conjunta 
a. Assim, ela poderá exigir o cumprimento da obrigação de Lucas e Rafael 
conjuntamente 
2) Samantha poderá exigir a quantia de R$ 15.000,00 apenas de Lucas 
3) Samantha poderá exigir a quantia de R$ 15.000,00 apenas de Rafael 
 
- Samantha tem essa liberdade de cobrar a dívida integral dos dois devedores 
conjuntamente ou individualmente porque na solidariedade passiva, cada devedor é 
responsável [obrigado] pela dívida toda. 
Observação: O credor tem direito de exigir o cumprimento TOTAL ou PARCIAL 
• Esse nosso exemplo, Samantha: 
o Poderia exigir a totalidade do débito: Cobrar o pagamento integral dos R$ 
15.000,00 
o Poderia exigir parcialmente a dívida. Por ex: Poderia cobrar de Lucas o 
valor de R$ 10.000,00 
 
ATENÇÃO: E no caso do pagamento PARCIAL DO DÉBITO, qual devedor ficará 
responsável pelo pagamento do restante da dívida? 
Ex: Em uma dívida solidária na qual João Lucas e Marcelo devam a quantia de R$ 
15.000,00 reais para Tatiana, caso João Lucas [devedor solidário] pague apenas R$ 
8.000,00, isto é, cumpra a obrigação de maneira parcial. Qual dos devedores será 
responsável pelo pagamento do restante? 
• Apenas João Lucas ainda continua responsável pelo pagamento do restante; 
• Apenas Marcelo ficará responsável pelo pagamento do valor restante, já que João 
Lucas pagou parte do débito; 
• Tanto João Lucas como Marcelo são responsáveis pelo pagamento, vez que são 
devedores solidários 
[parte final. art. 275] Se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
- Apesar de não ter a melhor redação, em caso de pagamento parcial TODOS OS 
DEVEDORES, inclusive aquele que pagou parcialmente continua obrigado pelo restante 
da dívida 
- No caso acima, em que pese ter feito o pagamento parcial da obrigação, tanto João Lucas 
como Marcelo são responsáveis pelo pagamento por ser uma obrigação [dívida] solidária. 
ATENÇÃO: [parágrafo único art. 275.] NÃO IMPORTA RENÚNCIA DA 
SOLIDARIEADE a propositura de uma ação pelo credor contra um ou alguns dos 
devedores. 
• O fato de o credor ter ajuizado uma ação judicial em desfavor [contra] apenas um 
dos devedores solidários NÃO IMPEDE que, posteriormente, o credor cobre a 
dívida dos outros devedores solidários 
• Isto é, ajuizar ação CONTRA APENAS UM DOS DEVEDORES não 
SIGNIFICA que estou desistindo de COBRAR A DÍVIDA DOS OUTROS 
DEVEDORES 
• Indica que, nesse momento, ACHO MAIS INTERESSANTE COBRAR A 
DÍVIDA DO DEVEDOR CONTRA QUEM DEMANDEI 
Exemplo: Lucas e Rafael são devedores solidários de Samantha, os quais se obrigaram a 
pagar a quantia de R$ 15.000,00 
• Samantha ajuíza uma ação para cobrar os R$ 15.000,00 de Lucas, porém, Lucas 
não foi encontrado para responder a ação e, consequentemente, pagar o débito 
• Como ela não conseguiu localizar Lucas, ela ajuíza uma nova ação para cobrar os 
R$ 15.000,00 de Rafael 
o O fato de Samantha ter cobrado inicialmente de Lucas não quer dizer que 
ela renunciou [desistiu da solidariedade existente entre os devedores], 
apenas que naquele momento, ela achou que seria melhor cobrar de Lucas 
e não de Rafael 
[primeira parte] Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, 
nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão 
hereditário [...] 
- A morte de um dos devedores solidários não acaba com a solidariedade entre os 
devedores que sobreviveram 
- Caso um dos devedores solidários faleçam, os outros devedores solidários 
“sobreviventes” continuam obrigados pela totalidade do débito 
- Quanto aos herdeiros, segundo o artigo 276 + artigo 1.792 – todos do Código Civil – o 
herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança, ISTO É, o herdeiro 
somente responderá pelas dívidas do falecido ATÉ A QUANTIA QUE TERIA DIREITO 
A RECEBER DE HERANÇA 
- Isso ocorre porque ninguém pode ser responsabilizado pelas dívidas de outra pessoa [a 
não ser aquelas que o “terceiro” tenha se responsabilizado, no caso, fiador] 
- Assim, se a pessoa que morreu – o “de cujus” – deixou patrimônio, seu patrimônio será 
utilizado para pagar suas dívidas. Caso não tenha deixado nenhum patrimônio, seus 
herdeiros não serão obrigados a pagar por seus débitos. 
Exemplo: João, Manoel e Léo são devedores solidários de Sebastião na quantia de R$ 
75.000,00. No caso, Sebastião tem direito: 
• A exigir o valor integral da prestação – R$ 75.000,00 – para João; 
• A exigir o valor integral da prestação – R$ 75.000,00 – para Manoel; 
• A exigir o valor integral da prestação – R$ 75.000,00 – para Léo; 
- Caso o devedor Manoel faleça deixando dois herdeiros – Francisco e Joaquim – 
Sebastião poderá exigir a dívida em sua totalidade – R$ 75.000,00 – dos herdeiros? 
R: NÃO. Já que, conforme o artigo 276, nenhum dos herdeiros será obrigado a pagar 
senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário. 
• Sebastião terá direito a exigir o valor integral da prestação – R$ 75.000,00 – para 
João; 
• Sebastião terá direito a exigir o valor integral da prestação – R$ 75.000,00 – para 
Léo; 
• Sebastião poderá exigir o cumprimento da prestação para os herdeiros de Manoel, 
porém, os herdeiros só serão obrigados a pagar de acordo com a quota do débito 
+ a quota do quinhão hereditário 
o A quota da dívida de Manoel é R$ 25.000,00 
▪ Francisco terá que pagar R$ 12.500,00 
▪ Joaquim terá que pagar R$ 12.500,00 
- A cobrança dos herdeiros está CONDICIONADA aos bens deixados pelo falecido. 
[art. 276 – segunda parte] SALVO se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos 
serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. 
- Se a obrigação for indivisível, os herdeiros do devedor solidário falecido ainda serão 
obrigados pela totalidade da dívida. 
- Motivo? A prestação é indivisível, não permite o seu fracionamento, portanto, o herdeiro 
poderá ser obrigado a entregá-lo integralmente, já que não há como [por uma das razões 
da indivisibilidade] entregar partes da prestação indivisível. 
[art. 276 – terceira parte] mas todos reunidos serão considerados como um devedor 
solidário em relação aos demais devedores. 
- Todos os herdeiros do devedor solidários – se cobrados conjuntamente – serão 
considerados como o próprio devedor solidário, isto é, será considerado como um devedor 
solidário em relação aos outros codevedores solidários. 
ATENÇÃO: A terceira parte – parte final do artigo 276 – trata da relação existente entre 
os herdeiros do devedor solidário e os demais devedores solidários. 
Exemplo: Manoel e Léo são devedores solidários de Sebastião na quantia de R$ 
50.000,00. Manoel faleceu deixando dois herdeiros – Francisco e Joaquim. Em razão 
disso, Sebastião cobrou os R$ 50.000,00 de Léo, que pagou em sua totalidade. Nesse 
caso: 
• Léo poderá cobrar os herdeiros reunidos – Francisco e Joaquim – a parte que cabia 
a Manoel, isto é, Léo poderá cobrar R$ 25.000,00 dos herdeiros 
• Entretanto, essa obrigação quanto ao pagamentode R$ 25.000,00 pelos herdeiros 
somente ocorrerá caso Manoel tenha deixado bens suficientes – herança – para o 
pagamento 
 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida 
não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou 
relevada. 
- São dois assuntos tratados no artigo 277 
1) Pagamento Parcial – Pagamento de parte do débito realizado por um dos devedores 
solidários 
2) Remissão = Perdão da dívida realizado em favor de um dos devedores solidários 
 
- Pagamento Parcial 
Pergunta: Caso exista dois ou mais devedores solidários e um dos devedores paga 
parcialmente a dívida, poderá o credor cobrar a totalidade da dívida dos outros devedores 
solidários ou terá que descontar o valor já pago por um dos devedores solidários? 
[art. 277 – o pagamento parcial feito por um dos devedores [...] não aproveitam aos outros 
devedores, senão até à concorrência da quantia paga] 
- Assim, quando houver pagamento parcial da dívida – a solidariedade entre os devedores 
permanece – porém, ao exigir a dívida, o credor deverá descontar a quantia já paga. 
Exemplo: Bruna, Luísa e Otávio são devedores solidários de Anderson na quantia de R$ 
120.000,00. Com fim de diminuir o débito, Bruna paga R$ 15.000,00 reais a Anderson 
que aceita a quantia. Após receber o valor pago por Bruna, como ficará a dívida após o 
pagamento parcial? 
R: Como visto no art. 277, quando há pagamento parcial da dívida, a solidariedade entre 
os devedores permanece, entretanto, o credor, ao exigir a dívida, deverá subtrair a quantia 
paga. 
- No caso, como Anderson aceitou o pagamento de R$ 15.000,00, a dívida atual dos 
devedores solidários é de R$ 105.000,00 
- Anderson poderá exigir e receber a quantia restante – R$ 105.000,00 – de qualquer dos 
devedores solidários 
Remissão da dívida 
Exemplo: Bruna, Luísa e Otávio são devedores solidários de Anderson na quantia de R$ 
120.000,00. 
Ao considerarmos a relação interna, isto é, a relação dos devedores com os próprios 
devedores, a dívida – R$ 120.000,00 – fica assim dividida: 
• Cota parte do débito correspondente à Bruna: R$ 40.000,00 
• Cota parte do débito correspondente à Luísa: R$ 40.000,00 
• Cota parte do débito correspondente à Otávio: R$ 40.000,00 
Compreendido a cota parte de cada devedor solidário – considerado a partir da relação 
interna, ou seja, devedor em relação à devedor, consideremos a seguinte situação. 
Situação: O credor perdoou um dos devedores solidários sem o devedor ter pagado 
nenhuma quantia ao Credor. 
- Anderson perdoou Luísa mesmo sem esta devedora ter pagado nada relacionado ao 
débito 
ATENÇÃO: Decisão do STJ – REsp nº.: 1478262-R$ 2014/0106853-4. Na decisão do 
Superior Tribunal de Justiça foi firmado o entendimento que, quando um credor perdoa 
um dos devedores solidários, o valor mínimo a ser descontado da dívida é o valor relativo 
a cota parte do devedor que foi perdoado. 
- Significa dizer que ao cobrar o débito – INDEPENDENTE DE TER HAVIDO ou NÃO 
PAGAMENTO por parte do devedor perdoado – o credor deverá cobrar o restante do 
débito descontando da dívida a cota referente a cota parte do devedor perdoado. 
1ª Observação: Caso o credor [Anderson] perdoe a dívida de um dos devedores 
solidários [Luísa], não significa que ele está perdoando os outros devedores solidários 
- [art. 277] – o perdão dado a um dos devedores não aproveita aos outros devedores, isto 
é, aqueles devedores que não foram perdoados da dívida continuarão obrigados 
solidariamente pelo restante do débito. 
2ª Observação: Caso o credor [Anderson] perdoar a dívida de um dos devedores 
solidários [Luísa], ao cobrar a dívida dos demais devedores solidários que não foram 
perdoados [Bruna e Otávio], deverá abater [diminuir, subtrair] a cota parte referente 
àquele que foi perdoado [Luísa]. 
 
Exemplo: Bruna, Luísa e Otávio são devedores solidários de Anderson na quantia de R$ 
120.000,00. Anderson perdoou Luísa em relação ao seu débito, assim, Bruna e Otávio 
continuam responsáveis por realizar pagamento. Assim, ao cobrar de Bruna e Otávio, 
Anderson deverá descontar a parte que corresponde ao devedor que teve seu débito 
perdoado. 
• Cota parte do débito correspondente à Bruna: R$ 40.000,00 
• Cota parte do débito correspondente à Luísa: R$ 40.000,00 [perdão do débito] 
• Cota parte do débito correspondente à Otávio: R$ 40.000,00 
- Anderson poderá cobrar: 
• R$ 80.000,00 de Bruna 
• R$ 80.000,00 de Otávio 
 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos 
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem 
consentimento destes. 
- Na solidariedade passiva cada devedor é obrigado pela dívida toda. Levando em 
consideração essa situação, pode um dos devedores solidários NEGOCIAR NOVAS 
CLÁUSULAS e SITUAÇÕES com o CREDOR e agravar a situação dos outros 
devedores solidários SEM QUE ESTES ESTEJAM DE ACORDO com as novas 
cláusulas? 
R: Não. A parte final do artigo 278 é bastante clara, indicando que a assunção de novas 
cláusulas, condições ou obrigações por um dos devedores solidários não afetará [não 
agravará, não atingirá, não prejudicará] os outros devedores solidários que não 
concordaram. 
- Assim, os devedores solidários somente estão obrigados em relação àquilo que 
concordaram [anuíram, aceitaram] 
Exemplo: Bruna, Luísa e Otávio são devedores solidários de Anderson na quantia de R$ 
120.000,00. Nesse contrato há a previsão de multa de 2% sobre o valor e juros de 1% a.m. 
em caso de atraso. Bruna, resolveu assinar um aditivo contratual, aceitando alterar a multa 
de 2% para 10% e juros de 3% a.m. em caso de atraso. 
- No exemplo, como apenas Bruna assinou o aditivo contratual, isto é, somente Bruna 
aceitou alterar as condições do contrato, as novas regras de multa apenas a ela serão 
aplicadas, portanto, a multa de 10% e juros de 3% a.m. se aplicará apenas a Bruna. 
- Como Luísa e Otávio não aceitaram essas mudanças, eles não poderão ser prejudicados, 
continuando para esses devedores a multa no valor 2% e juros de 1% a.m. em caso de 
atraso. 
 
Impossibilidade da obrigação solidária 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, 
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só 
responde o culpado. 
- Obrigação solidária PASSIVA = Todos os devedores solidários são obrigados pela 
dívida toda 
- O artigo 279 vem discutir o modo de cumprimento da obrigação solidária PASSIVA 
caso a prestação se torne impossível por culpa de um [uns] dos devedores solidários. 
Pergunta: Se a prestação não puder ser cumprida POR CULPA DE APENAS UM [uns] 
devedores solidários, todos – inclusive aquele que não deu causa – serão responsáveis por 
pagar o valor equivalente do bem [objeto, prestação] que se perdeu? Ou o devedor que 
deu causa à impossibilidade da prestação será responsabilizado sozinho? E quanto as 
perdas e danos, quem será responsável por seu pagamento? 
R: De acordo com o artigo 279, todos os devedores solidários são obrigados a pagar o 
valor equivalente, porém, pelas perdas apenas o devedor solidário que deu causa à 
impossibilidade da prestação. 
1) Valor equivalente = Todos os devedores solidários – inclusive os que não deram 
causa à perda [impossibilidade] da prestação 
2) Perdas e danos [compensação financeira pelo não cumprimento da 
obrigação] = Apenas o devedor solidário que deu causa à perda [impossibilidade] 
da prestação 
Exemplo: Marciano alugou um veículo de sua coleção particular para André e Mauro, 
devedores solidários, para que estes pudessem expor o carro num evento, pelo valor de 
R$ 15.000,00. Porém, ao tentar guardar o veículo na garagem, André bateu o veículo, 
danificando integralmente a traseira do carro, impedindo sua exposição no evento. Além 
disso, ficou sabendo que o conserto do carro ficará em R$ 7.000,00. 
• André e Maurosão devedores solidários, assim, estão obrigados ao pagamento 
dos R$ 15.000,00 
• André foi culpado pelos danos ao veículo, portanto, somente André será 
responsável a pagar as perdas e danos R$ 7.000,00 – que dizem respeito ao valor 
para conserto do carro 
 
Exemplo: João e José são fotógrafos e foram contratados para fotografar o casamento de 
Tatiana na cerimônia e na recepção, combinando, ainda, de entregar 100 fotografias que 
seriam escolhidas por Tatiana. Ficou definido no contrato que João e José são devedores 
solidários. 
Assim, na data combinada tiraram as fotos tanto da recepção quanto da cerimônia, porém, 
João perdeu os cartões de memória das fotos da recepção. 
Tatiana aceita receber apenas o álbum da cerimônia com 100 fotos, porém, quer uma 
compensação financeira por conta do não recebimento das fotos da recepção. 
1) João e José – devedores solidários – serão responsáveis pela entrega das 100 fotos 
tiradas na cerimônia 
2) Em relação a compensação financeira, apenas João será responsável pelo seu 
pagamento, já que foi ele que perdeu os cartões de memória com as fotos da 
recepção 
 
Juros de Mora na Solidariedade Passiva 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha 
sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação 
acrescida. 
 
ATENÇÃO: O artigo 280 traz duas situações para serem analisadas em relação aos juros 
de mora 
1ª Situação: 
• Relação Externa – Relação entre Devedores Solidários e Credor 
Pergunta: Caso em um débito haja juros de mora, ou seja, juros pelo atraso no 
pagamento, todos os devedores serão responsáveis pelo pagamento dos juros? 
R: O art. 280 do Código Civil é claro. Caso haja juros de mora TODOS os devedores 
solidários responderão pelos juros perante o credor – MESMO QUE ESTE CREDOR SÓ 
TENHA AJUIZADO A AÇÃO APENAS CONTRA UM DOS DEVEDORES. 
- Assim, todos os devedores solidários responderão igualmente perante o credor pelos 
juros de mora, ou seja, todos os devedores solidários são responsáveis pelos juros – 
acessórios da obrigação principal. 
2ª Situação: 
• Relação Interna – Relação entre Devedor que deu causa aos juros de mora e os 
outros Devedores 
- Relação existente entre os próprios devedores solidários 
- Caso haja juros de mora, apenas o devedor solidário que foi culpado responderá pelo 
atraso perante os demais devedores solidários pela obrigação acrescida. Isto é, aquilo que 
foi pago a mais por um ou alguns devedores solidários – o montante a mais – deverá ser 
cobrado do devedor que deu causa. 
Princípio da Responsabilidade Pessoal e/ou Exclusiva do Ato Culposo 
- O ato culposo é pessoa e exclusivo, por isso que os acréscimos decorrentes da culpa 
devem ser suportados apenas por aquele que foi culpado – que deu causa. 
RESUMINDO: 
1) Todos os devedores solidários respondem pelos juros de mora perante o credor 
[mesmo aqueles devedores que não tiveram culpa] 
2) Porém, perante os próprios credores, apenas o devedor solidário culpado pelo 
atraso responderá [será obrigado a ressarcir ~ pode ser alvo de uma ação 
regressiva] perante os devedores solidários responsáveis pelo adimplemento / 
pagamento dos juros ao credor. 
 
Exemplo: Imagine que Santos, Paulo e Palestra são devedores solidários, na quantia de 
R$ 90.000,00, do Banco Inter. Nesse contrato há a previsão de que seja aplicado juros de 
mora de 0,5% ao dia de atraso. 
- Com intuito de quitar a dívida, Santos e Palestra transferiram o total de R$ 60.000,00 
para a conta de Paulo para que este complementasse o valor e pagasse o Banco Inter. Em 
razão de desatenção, Paulo atrasou o pagamento em 20 dias, ocasionando a incidência de 
0,5% de juros de mora ao dia, totalizando 10% de juros de mora, o que dá R$ 9.000,00. 
Pergunta 01: Palestra e Santos, que não foram responsáveis pelo atraso no pagamento 
da dívida, serão obrigados a pagar os juros de mora ao Banco Inter? 
R: Sim, pois de acordo com o art. 280, todos os devedores respondem pelos juros de mora. 
- Assim, tanto Palestra, quanto Santos, quanto Paulo poderão ser cobrados pelo acréscimo 
de R$ 9.000,00 
 
Pergunta 02: Palestra, que foi cobrado pelo Banco Inter os R$ 9.000,00 referente aos 
juros de mora, poderá cobrar o valor de Santos e Paulo? 
R: Não poderá cobrar de Santos, apenas de Paulo pois, de acordo com o artigo 280, apenas 
o culpado responde aos outros devedores pela obrigação acrescida. 
- Dessa forma, Paulo foi o único culpado pelo atraso no pagamento da dívida, portanto, 
responderá perante Palestra pela obrigação acrescida, isto é, pelo valor que teve que pagar 
a maior a título de juros de mora. 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais 
e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. 
- Mesmas observações referentes ao artigo 273 [exceções pessoais da obrigação solidária 
ativa] 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de 
todos os devedores. 
- Renúncia da solidariedade é DIFERENTE da Remissão na obrigação solidária 
• Renúncia = Abrir mão dos efeitos da solidariedade 
o Aceitar que cada devedor cumpra apenas a sua cota parte na obrigação 
o Não há alteração na obrigação / prestação, apenas modifica a forma de 
cumprimento 
• Remissão = Perdoar a dívida ou parte da dívida referente ao devedor 
o Aqui o credor perdoa o devedor de pagar o valor devido ou de cumprir a 
obrigação devida 
o Aqui não há alteração na forma de cumprimento, porém, haverá alteração 
no valor da prestação 
Pergunta: O credor pode renunciar a solidariedade em favor de um ou de alguns 
devedores solidários? 
R: Sim, de acordo com o artigo 282 o credor poderá renunciar à solidariedade em favor 
de um, de alguns ou de todos os devedores. 
ATENÇÃO: Quando houver uma RENÚNCIA ABSOLUTA, temos que o Credor 
renunciou a solidariedade em favor [proveito] de TODOS OS DEVEDORES 
SOLIDÁRIOS. 
- Nesse caso, quando houver renúncia da solidariedade em favor de todos os devedores 
solidários, a obrigação deixará de ser solidária e cada devedor deixa de ser obrigado pela 
dívida toda. 
- Assim, se o objeto da prestação for divisível, cada devedor passa a ser obrigado apenas 
pela sua cota parte na obrigação. 
Pergunta: E se o credor renunciar a solidariedade em relação a apenas um devedor, como 
ficará a obrigação? 
R: Quando houver renúncia em favor de um ou alguns, teremos a figura da RENÚNCIA 
RELATIVA. 
- Nesse caso, com a renúncia relativa, apenas um ou alguns devedores solidários serão 
beneficiados. Assim, caso haja uma renúncia da solidariedade em favor de alguns 
devedores, os outros devedores [que não foram beneficiados com a renúncia] continuarão 
obrigados pela dívida inteira, ou seja, subsistirá a solidariedade para eles. 
ATENÇÃO: Em que pese continuarem como devedores solidários, isto é, responsável 
[obrigados] pela dívida toda, o credor somente poderá cobrá-los SE DESCONTAR a cota 
daquele devedor que foi beneficiado pela renúncia [excluído da solidariedade] 
 
Exemplo de Renúncia Absoluta 
Bruna, Luísa e Otávio são devedores solidários de Anderson na quantia de R$ 120.000,00. 
Anderson renunciou expressamente a solidariedade em favor de TODOS OS 
DEVEDORES. 
Nesse caso, como cada um dos devedores era obrigado pela dívida toda, ou seja, era 
responsável por R$ 120.000,00, como ficará a obrigação para Bruna, Luísa e Otávio? 
- Após a renúncia da solidariedade, Anderson continua tendo direito à totalidade do valor, 
isto é, continua tendo direito a receber – AO FINAL – R$ 120.000,00, porém, após 
renunciar a solidariedade, somente poderá cobrar da seguinte maneira: 
• R$ 40.000,00 de Bruna 
• R$ 40.000,00 de Luísa 
• R$ 40.000,00 de Otávio 
 
Exemplo de Renúncia Relativa 
Bruna, Luísa e Otávio são devedores solidários de Anderson na quantia de R$ 120.000,00. 
Anderson renunciou expressamente a solidariedade emfavor de Bruna. 
Nesse caso, como cada um dos devedores era obrigado pela dívida toda, ou seja, era 
responsável por R$ 120.000,00, como ficará a obrigação para Bruna, Luísa e Otávio? 
- Após a renúncia da solidariedade, Anderson continua tendo direito à totalidade do valor, 
isto é, continua tendo direito a receber – AO FINAL – R$ 120.000,00, porém, após 
renunciar a solidariedade em favor de Bruna, poderá cobrar da seguinte forma: 
• R$ 40.000,00 de Bruna, já que renunciou a solidariedade apenas em favor dela 
• R$ 80.000,00 de Luísa, já que não teve os benefícios da renúncia à solidariedade 
• R$ 80.000,00 de Otávio, já que não teve os benefícios da renúncia à solidariedade 
ATENÇÃO: Luísa e Otávio continuam como devedores solidários de R$ 80.000,00 que 
correspondem à cota parte do devedor favorecido pela renúncia a solidariedade. Eles 
continuam responsáveis pois não foram exonerados da solidariedade. 
OBSERVAÇÃO: Enunciado 349 da IV Jornada de Direito Civil 
"Com a renúncia à solidariedade quanto a apenas um dos devedores solidários, o credor 
só poderá cobrar do beneficiado a sua quota na dívida, permanecendo a solidariedade 
quanto aos demais devedores, abatida do débito a parte correspondente aos beneficiados 
pela renúncia." 
OBSERVAÇÃO: Enunciado 350 da IV Jornada de Direito Civil 
"A renúncia à solidariedade diferencia-se da remissão, em que o devedor fica inteiramente 
liberado do vínculo obrigacional, inclusive no que tange ao rateio da quota do eventual 
codevedor insolvente, nos termos do art. 284." 
Renúncia pode ser expressa ou tácita, sendo esta última caracterizada pelo 
comportamento do devedor. Ex: Devedor paga parcialmente e recebe quitação indicado 
estar liberado do vínculo obrigacional solidário. 
 
 
 
 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos 
co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, 
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. 
 
[primeira parte] O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada 
um dos co-devedores a sua quota 
• Relação entre: CREDOR x DEVEDORES SOLIDÁRIOS 
o De acordo com o artigo temos um DEVEDOR SOLIDÁRIO que 
SOZINHO pagou a DÍVIDA INTEIRA 
• Relação entre os DEVEDORES SOLIDÁRIOS 
o Relação Interna 
 
- Vimos que na relação entre o CREDOR e os DEVEDORES SOLIDÁRIOS cada 
devedor solidário é obrigado pela prestação inteira, isto é, pela dívida toda perante o 
credor 
Exemplo: Se Samuel é credor na quantia de R$ 120.000,00 dos devedores solidários 
Caco, Rogério e Antibes, cada um dos devedores solidários é OBRIGADO PELA 
DÍVIDA INTEIRA. 
• Como CADA DEVEDOR É OBRIGADO PELA DÍVIDA INTEIRA 
• Samuel poderá cobrar o valor integral – R$ 120.000,00 – CONJUNTAMENTE 
ou de cada um dos devedores INDIVIDUALMENTE: 
o Samuel poderá cobrar R$ 120.000,00 de Caco 
o Samuel poderá cobrar R$ 120.000,00 de Rogério 
o Samuel poderá cobrar R$ 120.000,00 de Antibes 
- O artigo 283 trata da RELAÇÃO DOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS com eles mesmos. 
- Se analisarmos a obrigação solidária a partir da relação DEVEDORES SOLIDÁRIOS 
com DEVEDORES SOLIDÁRIOS cada codevedor é obrigador unicamente pela sua cota 
~parte~ na obrigação. 
No Exemplo anterior: Se Samuel é credor na quantia de R$ 120.000,00 dos devedores 
solidários Caco, Rogério e Antibes, cada um dos devedores solidários é OBRIGADO 
PELA DÍVIDA INTEIRA. Caso Antibes pague SOZINHO a quantia de R$ 120.000,00 – 
esse devedor que pagou sozinho – terá direito a exigir dos outros devedores solidários 
que NADA PAGARAM a cota de cada um deles. 
- Normalmente se utiliza a “Ação de Regresso” ou “Ação Regressiva” para cobrar esses 
valores 
• Relação EXTERNA – ENTRE CREDOR e DEVEDORES SOLIDÁRIOS 
o Cada devedor solidário é obrigado pela dívida toda 
• Relação INTERNA – ENTRE OS DEVEDORES SOLIDÁRIOS 
o Cada devedor solidário é obrigado a pagar – ao devedor que pagou sozinho 
– apenas pela sua “parte” na obrigação 
- RELAÇÃO EXTERNA: 
• Samuel – CREDOR 
o Cobrar R$ 120.000,00 
▪ Caco 
▪ Antibes 
▪ Rogério 
- RELAÇÃO INTERNA: 
• DEVEDORES SOLIDÁRIOS 
o Responsáveis apenas pela sua parte 
▪ Caco – Responsável pela cota de R$ 40.000,00 
▪ Antibes – Responsável pela cota de R$ 40.000,00 
▪ Rogério – Responsável pela cota de R$ 40.000,00 
 
Importante: Quando analisado a partir da RELAÇÃO INTERNA, cada um dos devedores 
solidários, nessa relação entre eles, somente responderá por sua cota na obrigação. 
- Sua cota na obrigação corresponde, caso não haja outra previsão no contrato a: 
 
- No exemplo dado, Antibes pagou sozinho os R$ 120.000,00 a Samuel, assim, ele terá 
direito, por meio de uma “ação de regresso” ou “ação regressiva” a cobrar: R$ 40.000,00 
de Caco, o que corresponde a cota ~parte~ dele; R$ 40.000,00 de Rogério, o que 
corresponde a cota ~parte~ dele. 
 
[segunda parte] dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, 
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores 
- Como vimos, na relação entre os devedores solidários, cada devedor solidário 
responderá SOMENTE pela sua cota ~parte~ na obrigação. 
- PORÉM, caso um dos devedores solidários fique INSOLVENTE, isto é, 
INADIMPLENTE, portanto, alguém sem condições de pagar o que deve, os outros 
DEVEDORES SOLIDÁRIOS devem suportar a parte da dívida que cabia ao devedor 
insolvente, dividindo-se a cota do insolvente em partes iguais entre os devedores 
solidários 
Exemplo: Samuel é credor na quantia de R$ 120.000,00 dos devedores solidários Caco, 
Rogério e Antibes, cada um dos devedores solidários é OBRIGADO PELA DÍVIDA 
INTEIRA. Caso Antibes pague SOZINHO a quantia de R$ 120.000,00 – esse devedor 
que pagou sozinho – terá direito a exigir dos outros devedores solidários que NADA 
PAGARAM a cota de cada um deles. 
- Entretanto, Antibes descobre que Caco é INSOLVENTE, ou seja, não tem condições de 
pagar sua parte no débito já que está FALIDO. 
ATENÇÃO: 
- O valor total da dívida é de R$ 120.000,00 
- Paga o pagamento da dívida há três devedores solidários, portanto, pegaremos o valor 
total da dívida e dividiremos pelo número de devedores: R$ 40.000,00 [cota de cada 
devedor solidário] 
• Cota de Antibes: R$ 40.000,00 
• Cota de Caco: R$ 40.000,00 
• Cota de Rogério: R$ 40.000,00 
- SÓ QUE CACO TORNOU-SE INSOLVENTE 
- Nesse caso, após a insolvência de Caco, deve-se dividir sua cota PARA CADA UM 
DOS CODEVEDORES 
• Cota de Antibes: R$ 40.000,00 + R$ 20.000,00 [metade da cota de Caco] 
• Caco: INSOLVENTE 
• Cota de Rogério: R$ 40.000,00 + R$ 20.000,00 [metade da cota de Caco] 
- Como ANTIBES pagou sozinho a dívida ele terá direito de cobrar, por meio de uma 
“ação de regresso”, R$ 60.000,00 de Rogério, que nada mais que é a SOMA DA SUA 
PARTE + COTA DO DEVEDOR INSOLVENTE 
- A partir do momento que há um devedor insolvente, os outros codevedores ficam 
responsáveis pelo PAGAMENTO DA SUA PARTE + A PARTE DO DEVEDOR 
INADIMPLENTE [INSOLVENTE] 
 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados 
da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. 
- A cota do devedor insolvente deverá ser rateada entre todos os devedores solidários? 
- Esse rateio inclui o devedor exonerado da solidariedade, isto é, abarca o devedor 
favorecido pela renúncia da solidariedade? 
Exemplo: Ross, Monica, Joey, Phoeb e Rachel são devedores solidários de Chandler na 
quantia de R$ 400.000,00 
- Imaginemos que Ross pagou a quantia de R$ 100.000,00 e foi exonerado da 
solidariedade por Chandler, nos termos do art. 282 
• Como Ross foi exonerado pelo Credor da solidariedade, ele deixou de ser 
responsável pelo restante da dívida 
 
- Descontado a cota de Ross, Mônica, Joey e Phoebs continuam solidariamente 
responsáveis pelo valor restante da dívida: R$ 300.000,00 
- Imagine que Mônica pagou R$ 300.000,00,quitando a dívida 
- A dívida inicial era R$ 400.000,00 
• Ross pagou R$ 100.000,00 e foi exonerado da solidariedade 
• Mônica pagou R$ 300.000,00, o que ocasionou o pagamento integral da dívida 
- Portanto, Chandler não tem mais nada a receber 
- Mônica pagou: 
1. Sua própria cota – R$ 100.000,00 
2. A cota ~parte~ de Joey – R$ 100.000,00 
3. A cota ~parte~ de Phoebs – R$ 100.000,00 
- Imagine que Joey ficou INSOLVENTE. Por conta da insolvência – inadimplência de 
Joey – quem vai ficar responsável pelo pagamento da sua parte na dívida? 
R: A cota de Joey deverá ser dividida entre os outros três devedores – Mônica, Phoebs e 
Ross – portanto, inclui o devedor que foi exonerado da solidariedade pelo Credor. 
Ficaremos assim: 
- Ross pagou R$ 100.000,00 e foi exonerado da solidariedade 
• Pagará R$ 33.333,33 – Referente à cota de Joey, devedor insolvente 
- Mônica pagou R$ 300.000,00 
• Terá direito a receber de Ross R$ 33.333,33 – referente ao rateio da cota de Joey 
• Terá direito a receber de Phoebs R$ 100.000,00 – referente à cota dela + R$ 
33.333,33 – referente ao rateio da cota de Joey 
ASSIM, os devedores exonerados, portanto, aqueles que foram beneficiados com a 
renúncia à solidariedade pelo credor, também serão responsáveis pela cota ~parte~ do 
devedor insolvente. 
 
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá 
este por toda ela para com aquele que pagar. 
- O artigo está dizendo que o interesse exclusivo equivale ao pagamento que 
BENEFICIA APENAS UM DOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS. 
- No caso, o devedor solidário que foi beneficiado com o pagamento responderá pela 
dívida sozinho perante os outros codevedores solidários. 
- Excepcionalmente, não haverá rateio entre os devedores pois esse devedor, que foi o 
único beneficiado vai se responsabilizar sozinho perante os demais devedores solidários. 
 
Exemplo: Operadora de Crédito Faca no Rim fez um empréstimo para Clayton no valor 
de R$ 150.000,00. Como forma de concessão do crédito, exigiu que Clayton apresentasse 
dois fiadores: Marcos Filho e Antônio Carlos e que esses fiadores fossem devedores 
solidários, isto é, se responsabilizassem integralmente pelo débito junto com Clayton. 
Interessado/Beneficiado: Clayton 
Fiadores: Marcos Filho e Antônio Carlos – garantidores no empréstimo 
 
Questionamento: Por que Clayton foi beneficiado exclusivamente? 
Resposta: Porque ele recebeu sozinho o valor de R$ 150.000,00, sendo que Marcos Filho 
e Antônio Carlos foram apenas fiadores, ou seja, garantidores no empréstimo. 
- No caso, se Clayton pagar sozinho o valor de R$ 150.000,00, ele não poderá exercer o 
direito de regresso contra Marcos Filho e Ricardo já que foi o exclusivamente favorecido 
pelo valor. 
- Caso Antônio Carlos pague sozinho o valor de R$ 150.000,00, ele exercerá o direito de 
regresso EXCLUSIVAMENTE CONTRA CLAYTON, já que ele foi beneficiado 
exclusivamente pelo valor e somente a ele interessava o débito.

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