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Antigona - resumo, Luiz Marcelo

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Antígone é uma trágica peça grega, escrita por Sófocles. Trata de um conflito atual, entre o direito natural e o direito positivo e se materializa, a partir da percepção de Estado, quando observamos o posicionamento de Creonte e de indivíduo com as objeções de Antígona, que representa a tradição religiosa muito antiga e respeitada na cidade. O enredo principal da discussão, advém após a morte dos irmãos de Antígona, Polinice e Etéocles. Quando Creonte, rei de Tebas, dita uma lei que impede homenagens fúnebres para Polinice e Antígona que havia prometido enterrar Polinice após sua morte, descumpre a ordem do rei.
 Durante uma discussão entre Antígona e Creonte, surge a diferença entre o conceito de jusnaturalismo e juspositivismo, no âmbito do Direito, assim como traz brevemente, a ideia de justiça.
 Creonte trata de afirmar que seu poder apenas existe para assegurar a felicidade de Tebas. Entretanto, o que se pode constatar é que ele fere as leis divinas (jusnaturalismo) quando dita essa nova proibição.Dessa forma, ele mostra que usa do poder de rei para exercer uma soberania, fazendo com que o juspositivismo seja superior ao jusnaturalismo. 
 “...Que Júpiter,que tudo vê, saiba que não me calarei se vir a ruína e não o bem estar de nosso povo;...” (pág 15)
 “...O homem que a cidade escolheu para chefe deve ser obedecido em tudo, quer seus atos pareçam justos, quer não…” (pág 44)
 Por outro lado, temos Antígona, defendendo uma visão totalmente jusnaturalista, que consiste em normas vindas da natureza e de origem anterior ao Estado. E ao descumprir a determinação de Creonte, ela está cumprindo uma lei natural, que deveria ser considerada maior que a lei do Estado. E para relembrar Creonte que o direito positivo não está acima do direito natural, Antígona usa um argumento irrefutavél contra Creonte.
 “... não foi Júpiter que a promulgou; e a Justiça,deusa que habita com as divindades subterrâneas jamais estabeleceu tal decreto entre os humanos; nem eu creio que teu édito tenha força bastante para conferir a um mortal o poder de infringir as leis divinas…” (pág 30)
 Antígona também consegue apontar a injustiça de Creonte, quando afirma:
 “Será um belo fim se eu morrer cumprindo meu dever.”
 
 Isso nos leva a concluir que a obra, Antígona, seria a representação dessa diferença entre o jusnaturalismo defendido por Antígona, que se torna exemplo para o povo e o juspositivismo de Creonte, que só percebe sua injustiça após passar por diversas perdas.E nessa obra, Antígona consegue mostrar que o Direito, sem os valores morais, advindos do direito natural, seria apenas composto por imposições ditas por Creonte.E mesmo sendo um texto antigo, Sófocles consegue expor, uma dualidade, que atua em discussões atuais.

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