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Brinquedoteca - um espaço para a transformação cultural


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BRINQUEDOTECA – UM ESPAÇO PARA A TRANSFORMAÇÃO CULTURAL 
 
RESUMO 
 
Nossa proposta é apresentar um tema que ofereça a transformação e ao mesmo tempo 
resgatar o lúdico no desenvolvimento da criança. 
Historicamente o lúdico sempre esteve presente na formação cultural dos povos e é 
interpretado em suas diversas manifestações. Considerando os aspectos da 
ludicidade, analisaremos os elementos que podem desencadear um processo e ativar 
o lúdico, resultando em aprendizagens significativas. 
O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento 
pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um 
estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e 
a construção do conhecimento. 
Se desejarmos formar seres criativos, críticos e aptos para tomar decisões, um dos 
requisitos é o enriquecimento do cotidiano infantil com a inserção de contos, lendas, 
brinquedos e brincadeiras. Pesquisas realizadas por Vygotsky (1988) indicam a 
relevância de brinquedos e brincadeiras como indispensáveis para a criação da 
situação imaginária. 
Revela que o imaginário só se desenvolve quando se dispõe de experiências que se 
reorganizam. 
 
Palavras-chave: Brinquedoteca, Espaço Lúdico, Cultural e Aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Desde os primórdios temos notícias de que os homens já brincavam, os 
estudos de impressões arqueológicas e pinturas rupestres apontam que na 
Antiguidade se fazia uso dos brinquedos. 
Mas, percebemos que somente o uso dos brinquedos não traria uma 
transformação cultural, e imaginamos que a riqueza dos contos, lendas e o acervo de 
brincadeiras constituirão o banco de dados de imagens culturais utilizados nas 
situações interativas. Dispor de tais imagens é fundamental para instrumentalizar a 
criança para a construção do conhecimento e sua socialização. Ao brincar a criança 
movimenta-se em busca de parceria e na exploração de objetos; comunica-se com 
seus pares; se expressa através de múltiplas linguagens; descobre regras e toma 
decisões. Entendendo que o brincar possibilita o desenvolvimento integral da criança, 
uma vez que contempla o envolvimento afetivo, o convívio social e a operação. A falta 
de qualidade das instituições infantis redunda na seleção inadequada de aspectos da 
cultura relacionados com o saber instituído da escola elementar: a escrita e os 
números, excluindo elementos caracterizadores da cultura do país como o carnaval, 
rituais do Bumba meu boi, festa de coroação dos reis, capoeira, futebol, as lendas, 
contos e a multiplicidade de brincadeiras oferecidas pelo folclore infantil. 
O imaginário infantil não reflete a riqueza folclórica, com suas lendas da vitória-
régia, jiboia, boto cor-de-rosa, que habitam regiões da Amazônia e Mato Grosso. 
Acumulados por povos indígenas, negros e brancos, traços que marcam a pluralidade 
cultural brasileira, as lendas e contos presentes no imaginário das crianças dos 
tempos passados, foram excluídos dos conteúdos escolares ocasionando a 
separação entre a escola e a cultura (Kishimoto, 1993a). A riqueza das lendas e 
contos retratados por pintores como Portinari, manifesta-se nas brincadeiras 
tradicionais como a mula-sem-cabeça representando o pegador nas noites escuras 
de Brodoski, romancistas como Rego (1969), que em Menino de Engenho, contam 
suas lembranças dos tempos do engenho de açúcar, em que se brincava de capa 
bode, a brincadeira de faz-de-conta em que só brancos construíam engenhos de 
açúcar assumindo o papel de proprietário, em que se simulava o “Antônio Silvino”, o 
cangaceiro do nordeste, empunhando armas e organizando batalhões (Kishimoto, 
1993a). 
As imagens sociais dos tempos passados perdem-se, guardados em gavetas 
que não foram mais abertas em virtude do novo modo de vida dos tempos atuais que 
impede a transmissão oral dentro de espaços públicos. Como sozinha a escola não 
dá conta da tarefa de tornar disponíveis o acervo cultural dos contos, lendas, 
brincadeiras tradicionais que dão conteúdo à expressão imaginativa da criança é 
necessário abrir espaços para que na comunidade se receba outro elemento da 
cultura que não a escolarizada para que beneficie e enriqueça o repertório imaginativo 
da criança. 
Concretizar pressupostos de Vygotsky (1988, 1987, 1982), de que a cultura 
forma a inteligência e que a brincadeira de papéis, favorece a criação de situações 
imaginárias e reorganiza experiências vividas é, também, o caminho apontado por 
Bruner (1996), que abre as portas para a entrada da cultura e condiciona o saber a 
um fazer. Aprendizado esse que começa com brincadeiras em que se aprende a criar 
significações, a comunicar-se com outros, a tomar decisões, decodificar regras, 
expressar a linguagem e socializar. 
Pesquisas efetuadas em creches e pré-escolas demonstram que os materiais 
privilegiados pelas instituições infantis continuam sendo os gráficos e os educativos. 
(Kishimoto, 1996c, 1996b, Canholato, 1990), referendando mais uma vez valores 
relacionados às atividades didáticas, predominando o modelo escolar, marginalizando 
a expressão, criatividade e iniciativa da criança. A cultura brasileira, na sua forma 
pluricultural, rica em folclore, não habita os domínios escolares. É essa seletividade a 
que se refere Forkin (1996), ao apontar como a educação relaciona-se com aspectos 
da cultura. 
A inversão desse modelo pode efetuar-se por um processo político de 
introdução dos elementos folclóricos no contexto da educação, à semelhança do 
Japão, que nos anos 70, ao perceber o desaparecimento das brincadeiras 
tradicionais, fruto da intensa industrialização e urbanização do país, introduz medidas 
políticas visando recuperá-las, a partir da inserção de brinquedos e brincadeiras nos 
espaços comunitários. Apesar de estarem marginalizadas, essas manifestações 
culturais pretendemos com esse projeto ofertar espaços visando à melhoria da 
qualidade de formação de nossas crianças. 
 
 
 HISTÓRIA DA BRINQUEDOTECA 
 
 A Brinquedoteca é um espaço lúdico onde a criança brinca livremente 
estimulando sua criatividade e o desenvolvimento de suas habilidades motrizes, 
imaginativas e cognitivas. 
A Brinquedoteca não existe para distrair as crianças. Sua missão é bem maior: 
reporta-se à formação do ser humano integral e aos vários períodos da vida que ela 
atravessa. A Brinquedoteca desenvolve os seguintes objetivos: estimula o 
desenvolvimento de uma vida interior rica e a capacidade de concentrar a atenção. 
Estimula a operatividade, favorece o equilíbrio emocional. Desenvolve a inteligência, 
a criatividade e a sociabilidade e valoriza os sentimentos afetivos e cultiva a 
sensibilidade. 
 A primeira ideia de Brinquedoteca surgiu em l934, em Los Angeles. Nasceu para 
tentar resolver o problema de que as crianças de uma escola roubavam brinquedos de 
uma loja próxima. Com esse fato iniciou-se um serviço de empréstimos de brinquedos, 
tal serviço existe até hoje e é chamado Los Angeles Toyloam, porém sua expansão se 
deu, realmente, a partir da década de sessenta (Cunha, 1992 P. 15). 
 No Brasil, constata-se também o reflexo desse movimento, surgindo em 1973 
a Ludoteca da APAE de São Paulo, que funcionava sob forma de rodízio de brinquedo 
entre as crianças. Em 1981 foi criada a primeira Brinquedoteca brasileira, na 
Escola Indianópolis em São Paulo, com objetivos diferenciados das “Toy Libraries” e 
com características e filosofias voltadas às necessidades da criança brasileira, 
priorizando o ato de brincar, mantendo o setor de empréstimos, atendendo diretamente 
a criança e dando incentivo a um movimento de expansão da ideia à outras pessoas e 
instituições. Em 1984 foi criada a Associação Brasileira de Brinquedoteca, o que fez 
crescer o movimento no Brasil. Inúmeros eventos foram realizados, começando a 
surgir Brinquedotecasem diferentes estados brasileiros. Desde então a 
Associação Brasileira tem se mantido atuante na divulgação, no incentivo e na 
orientação a pessoas e instituições. Hoje, existem aproximadamente cento e oitenta 
brinquedotecas de vários tipos e funções atuando no Brasil e levando às crianças a 
alegria e a magia do brincar. 
 
 
 
LEITURA, LITERATURA E LUDICIDADE NA ESCOLA 
 
Ao ler, o indivíduo constrói os seus próprios significados, elabora suas próprias 
questões e rejeita, confirma e/ou reelabora as suas próprias respostas. A leitura é uma 
atividade capaz de mudar o indivíduo e suas relações com o mundo, favorecendo a 
possibilidade de transformações coletivas. Ela estimula a reflexão, a crítica e permite 
questionamentos próprios ou coletivos, que poderão ser explicitados ou não, tudo 
depende do estímulo dado à criança. (Ferreira e Dias, 2002). 
A leitura se configura em um processo de intercâmbio cognitivo entre o texto e 
o leitor. O livro fornece condições para a compreensão do seu mundo interior e também 
transmite uma visão crítica do mundo exterior. Zilberman (1985: 26) defende o uso da 
literatura em sala de aula como estratégia de transformação à educação tradicional, 
nas suas palavras: 
 
 "A justificativa que legitima o uso do livro na escola nasce de um lado, da 
relação que estabelece com seu leitor, convertendo-o num ser crítico perante sua 
circunstância; e, de outro, do papel transformador que pode exercer dentro do ensino, 
trazendo-o para a realidade do estudante e não submetendo este último a um ambiente 
rarefeito do qual foi suprimida toda a referência concreta." 
 
O lúdico não está apenas no ato de brincar, está também no ato de ler, no 
apropriar-se da literatura como forma natural de descobrimento e compreensão do 
mundo. Atividades de expressão lúdico-criativas atraem a atenção das crianças e 
podem se constituir em um mecanismo de potencialização da aprendizagem. 
Atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento motor e psicomotor das crianças em 
suas atividades, principalmente em escolas de pequeno porte (Escolas pequenas são 
alternativa, 2001). 
No texto, o leitor tem dois papéis: o papel individual e o papel coletivo. Interagir 
com o seu personagem e ao mesmo tempo interagir com o grupo. 
 "Na verdade, a atividade lúdica é uma forma de o indivíduo relacionar-se com 
a coletividade e consigo mesmo." (Amarilha, 1997: 88). 
 
Segundo Maria Antonieta Antunes Cunha a literatura infantil teria surgido a partir 
do momento em que os ideais burgueses atingem seu ápice no século XVIII. Neste 
período não existia um espaço reservado à infância, pois eram escritos pelos adultos 
que muitas vezes colocavam nos livros infantis sua forma de ver o mundo, desta forma 
não desempenhava nenhum fascínio ou o gosto pela leitura na criança. 
A literatura infantil iniciou no séc. XVII, quando a criança e a escola começaram 
a dar os seus primeiros passos, frente à sociedade da época. Século que marca o 
calendário artístico literário da criança com Perrault e os irmãos Grimm. 
No Brasil a Literatura Infantil, só começou a esboçar-se no final do século XIX, 
quando a preocupação com a educação se tornou uma realidade. 
A Literatura Infantil, por iniciar o homem no mundo literário, deve ser utilizada 
como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da 
capacidade e interesse de analisar o mundo. Sendo fundamental mostrar que a 
literatura deve ser encarada, sempre, de modo global e complexo em sua ambiguidade 
e pluralidade. 
Monteiro Lobato é considerado o maior clássico da Literatura Infantil Brasileira, 
por criar os seus próprios contos. Sua maior inspiração foi a criança, suas fantasias, 
suas aventuras, travessuras, objetos de brinquedos e tudo o que povoa a sua 
imaginação foram motivos de inspiração para o autor. 
A ludicidade que a leitura pode oferecer está ligada a inúmeros fatores, dentre 
eles podemos citar: a postura do professor diante do livro literário; a participação ativa 
do bibliotecário na seleção dos livros para socialização da leitura; o interesse do próprio 
leitor-aprendiz (aluno) na busca por novos conhecimentos e a consciência do direito 
de ler e não do dever de ler. Ferreira e Dias (2002) entendem que a leitura é um 
processo que deve ser ensinado, mas que os agentes devem interagir reciprocamente 
para conseguir êxito. O leitor-aprendiz e seu mestre (professor, bibliotecário, pais ou 
outro profissional) devem trocar experiências com objetivo de tornar cada vez mais 
autônomo o leitor-aprendiz, para então com sua autonomia construir seu saber. 
Outro fator importante da atividade lúdica está no fato de que ela prevalece no 
tempo, e se houve um significado este será lembrado, assim como a história também 
ficará marcada na lembrança e vida da criança. 
 
 
 
 
METODOLOGIA 
 
A pesquisa buscou explorar o lúdico do livro através da parceria entre sala de 
leitura e brinquedoteca e para tanto estabeleceu como objetivos específicos: 
 conhecer atividades que possam subsidiar o desenvolvimento do gosto pela 
leitura; 
 enfocar a leitura como prazer; 
 fomentar a evolução educativa do aluno na busca por novos conhecimentos 
através da parceria entre a sala de leitura e a brinquedoteca; 
 conhecer experiências que possibilitem interação brinquedoteca/sala de leitura; 
 identificar metodologias e ações direcionadas ao lúdico do livro; 
 ressaltar a importância da parceria entre profissionais da educação, 
bibliotecários e pais. 
 
O ato de brincar é de grande importância para a criança independentemente da 
sua faixa etária de idade, pois o lúdico contribui para estimular as várias funções 
cognitivas, motrizes, linguísticas e imaginativas. 
 
 De 1 a 2 anos sugere-se brinquedos para os seguintes tipos de atividades: 
Manuais – cubos de encaixe, blocos de construção com base grande. 
Dramatização – bichinhos de pelúcia, bonecas, carrinhos de plástico, 
conjuntinhos de mobília, panelinhas. Ritmo e música - chocalho, guizos, 
violinha. 
 De 3 a 4 anos, sugerem-se brinquedos para as seguintes atividades: Manuais 
– blocos de construção, lápis de cor e papel sem pauta, quebra-cabeça 
simples. Dramatização – bonecas, moveizinhos, panelinhas, pratinhos; objetos 
de vestuário para dramatizar. Ritmo e música - tambores, apitos, cornetinhas, 
sanfonas; cânticos que associem a marcha; palmas; brinquedos de roda, de 
bola, de boneca. Livros – resistentes com gravuras coloridas, de histórias 
simples, com repetições frequentes (como três porquinhos). 
 De 5 a 6 anos, sugerem-se brinquedos para atividades: Manuais – blocos de 
construção de vários tamanhos, lápis de cor, papel sem pauta, massa para 
modelagem, cola, papeis coloridos, tesoura com ponta, giz de várias cores. 
Dramatização – bonecas, mobília, louças, panelinhas e talhares de brinquedos, 
palhaços de circo (bonecas), frutas e legumes de plástico, miniaturas de 
animais, navios, aviões. Ritmo e música – tambores, reco-reco, corneta, 
sanfoninha, violinha, xilofone etc. Livros – histórias simples, com ilustrações 
coloridas, gênero “chapeuzinho vermelho” etc. 
 
 
A CONSTRUÇÃO DE UMA ESPAÇO INOVADOR 
 
 O espaço ocupado pela brinquedoteca pode ser simples ou sofisticado. O 
importante é que, por meio das instalações, móveis, decoração e disposição dos 
brinquedos, as crianças sintam vontade de brincar e expressar, individualmente ou em 
grupos. Ou seja, deve estimular a criatividade e as práticas sociais dos envolvidos. 
Apesar de sua difusão ganhar espaço a cada dia, poucos estudos são encontrados na 
literatura relatando os aspectos essenciais para a criação e manutenção de uma 
brinquedoteca. Sabe-se que, na grande maioria dos casos, as mesmas são criadas, 
mantidas ou nascem de uma atividade espontânea de seus criadores e com isso pouco 
de sistemático existe escrito sobre tais experiências. No planejamento da utilização 
temporaldo espaço, deve-se resguardar um horário para a formação continuada, 
avaliação e planejamento para continuo andamento. A brinquedoteca nunca deve ficar 
descontextualizada, ou seja, grande parte das atividades e direcionamentos assumidos 
neste ambiente estará em consonância com aspectos fundamentais da instituição, por 
exemplo, caso se avalie que determinadas crianças estão com dificuldades de 
socialização na sala de aula, o contexto de brinquedoteca é exatamente adequado 
para serem dirigidas atividades que facilitem o desenvolvimento de atividades para fins 
de desenvolver a socialização. 
 Considerando tais aspectos estudados elaboramos uma proposta de 
intervenção com a construção de um espaço, que deverá ser desenvolvido em 5 
etapas: 
 
1- Organização do espaço físico: Pintura. Limpeza, divisórias, revestimento de piso, 
aquisição de materiais. 
2- Preparo das crianças para trabalho na brinquedoteca sendo, estas divididas em 
dois grupos para melhor aproveitamento do momento de brincar. 
3- Conscientização junto as educadoras para utilização de forma adequada do espaço 
organizado. 
4- Efetivação de momentos de brincar na brinquedoteca, não somente com os 
brinquedos, mas também com contação de histórias, lendas, literaturas infantis, para 
que a criança possa usar e abusar da sua imaginação, utilizando vestimentas da 
brinquedoteca. 
5- Elaborar um relatório dos resultados observados junto as crianças em relação aos 
seus comportamentos e conceitos construídos. 
Tudo o que for colocado à disposição dos alunos na brinquedoteca, deve ter o 
certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), uma 
garantia de que os objetos não oferecem riscos ao serem manipulados. Embora todo 
o espaço tenha que ter um planejamento cuidadoso, o professor deve evitar o 
direcionamento das atividades e não deve definir previamente quem vai brincar com o 
quê, ou por quanto tempo, mas sim, deixar que as crianças façam suas escolhas. 
Mesmo no momento da leitura, deixar que eles escolham o título a ser lido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES 
 
O brincar é a fase mais importante do desenvolvimento humano, por ser a auto 
ativa representação do interno. A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do 
homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, contentamento, descanso externo e 
interno, paz com o mundo. A pessoa que brinca sempre, com determinação auto ativa, 
perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem 
determinado, capaz de sacrifícios para a promoção de seu bem e de outros. 
 Assim sendo, a brinquedoteca deve ser vista pelos educadores como meio 
educacional, ou seja, como instrumento de trabalho e como um meio para atingir os 
objetivos de aprendizagem e transformação cultural. 
 
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, 
p.28) “por meio das brincadeiras, é possível que os professores percebam processos 
de desenvolvimento das crianças, capacidade de linguagens capacidades sociais, 
recursos afetivos e emocionais” 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
Amarilha, M. (1997). Estão mortas as fadas? Literatura infantil e prática pedagógica. 
Petrópolis: Editora Vozes. 
BRUNER, J. S. A Cultura da Educação - Porto Alegre, Artes Médicas, 2001 Publicado 
originalmente em 1996. 
Canholato, Maria Conceição et al Diagnóstico da pré-escola no Estado de São Paulo 
 -1988. São Paulo: Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 1990. 
CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. São Paulo: 
Maltese, 1994. 
Escolas pequenas são alternativa. (2001) Tribuna do Norte, 27 nov. 2001. 
Disponível no endereço eletrônico: 
http://www.tribunadonorte.com.br/anteriores/020219/mensal/escola/escola13.html. 
Acessado em 20/02/2017. 
Ferreira, S.P.A. e Dias, M.G.B. (2002). A escola e o ensino da leitura. Psicologia em 
Estudo,1, 39-49. 
Kishimoto, Tizuko Morchida. Jogos Tradicionais Infantis. São Paulo: Vozes, 1993a. 
---------------------------------------Escolarização e socialização (brincadeira) na educação 
infantil. Miniconferência apresentada no IV Simpósio Latino-Americano de Atenção à 
Criança de 0 a 6 anos e II Simpósio Nacional de Educação Infantil. Brasília, Ministério 
de Educação, Cultura e Desporto. 28 de novembro de 1996b. 
--------------------------------------- Brincadeiras de faz-de-conta e a formação profissionais. 
Relatório enviado à Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo. São Paulo, 
1996c. 
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na 
idade escolar. In: VIGOTSKY, Lev Semenovich; LURIA, Alexander 
Romanovich; LEONTIEV, Alexis N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 
Tradução de Maria da Penha Villalobos. 2. ed. São Paulo: Ícone, 1988. p. 103-117. 
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola 5. ed. rev. ampl. São Paulo: 
Global, 1985. 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
58212006000200003. Acessado em 28/02/2017. 
https://pedagogiaaopedaletra.com/literatura-infantil-teoria-e-pratica. Acessado em 
http://www.tribunadonorte.com.br/anteriores/020219/mensal/escola/escola13.html
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212006000200003
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212006000200003
https://pedagogiaaopedaletra.com/literatura-infantil-teoria-e-pratica
01/03/2017. 
https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/465/585. Acessado em 01/03/2017 
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2004/anaisEvento/Documentos/CI/TC-
CI0059.pdf. Acessado em 01/03/2017 
 
https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/465/585
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2004/anaisEvento/Documentos/CI/TC-CI0059.pdf
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2004/anaisEvento/Documentos/CI/TC-CI0059.pdf