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Trabalho - Escravidão - Janaína

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​UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO ESCRAVO 
 
DIREITOS HUMANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Janaína Godoy 
 
 
 
 
 
CABO FRIO 
 ​(2020) 
1.0 Introdução 
 
Toma-se conhecimento que o trabalho escravo é uma grave violação de 
direitos humanos que restringe a liberdade do indivíduo e atenta contra a sua 
dignidade. Atualmente, tem-se dispositivos legais que proíbem qualquer indivíduo 
de se submeter à seguintes situações: trabalho forçado, jornada exaustiva, servidão 
por dívida e condições degradantes. 
O trabalho análogo à escravidão é provocado em grande maioria por grandes 
empresas, que visam poupar gastos com a mão de obra e com as condições de 
serviços para esses trabalhadores. As principais vítimas são indivíduos pobres, sem 
escolaridade, endividados e imigrantes. 
A ausência da dignidade no trabalho também se caracteriza como trabalho 
escravo. Submeter pessoas a condições degradantes como a submissão à 
exploração, sem possibilidade de deixar o local de trabalho devido dívidas ou 
ameaças, expedientes desgastante que vai além de horas extras e coloca em risco 
a integridade física do trabalhador ou elementos irregulares, que caracterizam a 
precarização da situação do trabalhador, como alojamento e alimentação precária, 
maus tratos, ausência de saneamento básico e água potável descreve o trabalho 
análogo à escravidão. 
 Após mais de um século depois da “suposta” abolição da escravidão o Brasil 
e o mundo ainda é palco de recorrentes casos de trabalho análogo à escravidão. 
Dados da Organização Internacional do Trabalho ( OIT ) demonstram que cerca de 
12,3 milhões de pessoas no mundo são submetidas e forçadas ao trabalho escravo, 
sendo destes 1,3 milhões presentes na América Latina. 
Com base em estudos podemos apontar cerca de 122 produtos fabricados 
através do trabalho forçado ou infantil em aproximadamente 58 países gerando alta 
margem de lucro para países ricos e altamente industrializados. Frente a este fato 
foi instaurada uma mobilização internacional para combater o trabalho escravo 
utilizando as denúncias como dispositivo informativo que visa identificar e punir os 
culpados por esta prática. 
No Brasil em 2003 foi criado o plano nacional para erradicação do trabalho 
escravo e criada uma comissão para acompanhamento do trabalho desempenhado 
neste plano com participação de instituições da sociedade civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.0 Desenvolvimento 
 
Primordialmente, é importante conhecer o contexto histórico ao que se refere 
à escravidão. O período que ficou conhecido como Brasil Colonial foi marcado pela 
presença portuguesa no país, a qual utilizava mão de obra escrava para realizar os 
trabalhos na colônia. Destarte, foi quase 400 anos de trabalho escravo no Brasil, o 
que gerou forte impacto na política e economia do país. Em 1888 foi decretada a 
abolição da escravidão no Brasil por meio da Lei Áurea, que resolveu o problema da 
escravidão, mas não o da inclusão social dos negros à sociedade. 
Uma vez que as fronteiras foram extintas e os custos de produção foram 
reduzidos, os empregadores passaram a mitigar os direitos dos trabalhadores em 
busca do lucro máximo. No século XIX, com o advento da Revolução Industrial, 
muitos conflitos eclodiram na ordem econômica, social, política e ideológica. 
Os fatores econômicos foram o surgimento do capitalismo, das grandes 
indústrias com grande número de trabalhadores e da concentração e centralização 
do capital e de trabalhadores. 
Os fatores sociais foram a urbanização, levando as cidades a tornarem-se o 
centro das atividades, bem como a formação de verdadeiros redutos proletários, 
gerando maior união e organização de seus membros. 
Como consequência do capitalismo houve uma desenfreada mitigação de 
direitos com a consequente exploração do trabalho humano. 
 
 
 
2.1 Evolução Histórica 
 
 Seguindo como parâmetro o primeiro código de leis da humanidade, o código 
de Hamurabi, o qual acredita-se ter sido escrito por volta do ano de 1772 a.C pelo 
rei Hamurabi, assinado na mesopotâmia com o propósito de “proteger os mais 
fracos dos mais fortes.” Ao analisar criteriosamente este código é possível perceber 
menções a escravidão, sendo assim, é possível afirmar que desde a antiguidade 
existem registros da escravidão. 
Neste contexto podemos mencionar povos gregos e povos da antiguidade, 
como os romanos que após conquistar territórios submetiam os povos dominados à 
escravidão, por exemplo, o combate de gladiadores, os quais eram escravos que 
lutavam até a morte com outros escravos para o entretenimento de pessoas que 
possuíam o status de livres. 
Ao analisarmos este contexto podemos perceber que a escravidão nessa 
época não possuía cunho racial, escravizando povos dominados ou até pessoas 
que contraíram dívidas que não poderiam pagar. Observando o continente africano 
podemos observar que a escravidão também existia através de dívidas ou conquista 
de território. 
Os escravos desempenhavam diferentes tipos de atividades nestes povos 
antigos, desde atividades domésticas até atividades intelectuais. A escravidão no 
continente europeu se modificou, transformando-se em servidão, o qual se 
enquadra também como um tipo de escravidão. 
 
 
 
 
2.1.2 Escravidão na América 
 
A escravidão ocorrida na América se baseia na negociação de escravos 
capturados e dominados por europeus na costa da áfrica e levados contra sua 
vontade para as américas. Esta escravidão toma caráter racial, quando os malditos 
portugueses justificam a escravização dos povos por sua cor de pele e 
características étnicas. Os escravos eram transportados às américas como gado por 
navios negreiros, sem se preocupar minimamente com as condições de transporte, 
esse transporte ficava conhecido como “tumbeiro” visto que muitos não sobreviviam 
as condições, humilhações e maus tratos que eram submetidos. 
No Brasil eles desempenhavam atividades como a produção de açúcar nos 
engenhos, o qual era enviado a portugal, bem como as atividades de mineração em 
condições insalubres e com pouquíssima perspectiva de vida. Posteriormente 
ocorre o ciclo do café, o Brasil já possuía grandes cidades o que levava os escravos 
a trabalhar também em comércios das regiões. 
 
 
 
 
2.1.3 Casos de Escravidão no Brasil 
 
Frente a todos os fatos da existência de trabalhos que se configuram como 
escravos no brasil na sociedade atual, a Constituição Brasileira dispõe de 
dispositivos legais que definem como escravidão todo e qualquer trabalho que 
infrinja a dignidade da pessoa humana e a exponha a condições degradantes, 
humilhantes ou insalubres. 
 
 
2.1.4 Caso ZARA 
 
O caso foi ocorrido em 2011, onde a loja foi autuada e responsabilizada em 
flagrante empregando 15 mulheres e submetendo elas a rotinas extenuantes e 
condições degradantes análogas à escravidão. 
A empresa foi responsabilizada pelo crime de trabalho análoga à escravidão 
pela 4º turma do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, o fato foi identificado 
em sua cadeia produtiva. A empresa tentava anular os autos de infração em 2012 
sem sucesso. De acordo com o desembargador do trabalho responsável pelo caso 
a empresa ignorou e compactuou com uma “cegueira conveniente” minimizando as 
atividades desempenhadas por empresas terceirizadas que possuíam contrato com 
a marca. 
 
 
 
2.1.5 Caso Renner 
 
Em 2014 a empresa foi condenada ao pagamento de uma multa de 2 milhões de 
reais devido a exposição de 37 trabalhadores a condições análogas à escravidão, 
submetendo trabalhadores a condições degradantes e não respeitando as leis 
trabalhistas vigentes na época supracitada. 
 
 
3.0 Dispositivos Legais 
 
Hodiernamente, com a globalização, foram necessários dispositivos legais 
que garantisse a positivação do direito dos indivíduos. O primeiro mecanismo foi a 
lei áurea que aboliu a escravidão. A Convenção Americana de Direitos Humanos 
(CADH), no seu art. 6º, proíbe a prática da escravidão em todas as suas formas, 
determinandoque ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou 
obrigatório. 
 
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, XLVII, veda, de forma absoluta, a 
pena de “trabalhos forçados”, o que não se confunde com a pena de “prestação 
social alternativa”; enquanto aquela é involuntária, degradante e desumana, sendo 
um ato ilícito, esta modalidade de pena é voluntária e possui caráter ressocializador, 
sendo um ato lícito (desde que observadas as formalidades legais). Ademais, de 
acordo com o art. 243 da Carta Magna de 1988, com a redação dada pela EC 
81/2014, há previsão de expropriação de caráter sancionatório, em caso de 
constatação de trabalho escravo: 
 
“Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde 
forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração 
de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à 
reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer 
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em 
lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. 
 
Parágrafo único​. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em 
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de 
trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação 
específica, na forma da lei.” 
 
No Brasil, a prática da “redução a condição análoga à de escravo” é tipificada 
como crime, nos termos do art. 149 do Código Penal, in verbis: 
“Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer 
submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a 
condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua 
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: 
 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência.” 
 
 É oportuno ressaltar que o Ministério do Trabalho editou a Portaria nº 
1.129/2017, a qual veio, em seu art. 1º, a definir conceitos sobre o trabalho forçado, 
jornada exaustiva, condição degradante e condições análogas à de escravos, nos 
termos seguintes: 
“I - trabalho forçado: aquele exercido sem o consentimento por parte do 
trabalhador e que lhe retire a possibilidade de expressar sua vontade; 
II - jornada exaustiva: a submissão do trabalhador, contra a sua vontade e 
com privação do direito de ir e vir, a trabalho fora dos ditames legais 
aplicáveis a sua categoria; 
III - condição degradante: caracterizada por atos comissivos de violação dos 
direitos fundamentais da pessoa do trabalhador, consubstanciados no 
cerceamento da liberdade de ir e vir, seja por meios morais ou físicos, e que 
impliquem na privação da sua dignidade; 
IV - condição análoga à de escravo: 
 
 
 
a) a submissão do trabalhador a trabalho exigido sob ameaça de punição, com uso 
de coação, realizado de maneira involuntária; 
 
b) o cerceamento do uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, 
com o fim de retê-lo no local de trabalho em razão de dívida contraída com o 
empregador ou preposto, caracterizando isolamento geográfico; 
 
c) a manutenção de segurança armada com o fim de reter o trabalhador no local de 
trabalho em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto; 
 
d) a retenção de documentação pessoal do trabalhador, com o fim de reter o 
trabalhador no local de trabalho. 
 
Ocorre que o Supremo Tribunal Federal (STF), em sede de Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental 489 (rel. min. Rosa Weber, julgado em 
23/10/2017), suspendeu os efeitos da referida Portaria, considerando que: 
 “O art. 1º da Portaria do Ministério do Trabalho nº 1.129/2017​, ao restringir 
indevidamente o conceito de ‘redução à condição análoga a escravo’, vulnera 
princípios basilares da Constituição, sonega proteção adequada e suficiente a 
direitos fundamentais nela assegurados e promove desalinho em relação a 
compromissos internacionais de caráter supra legal assumidos pelo Brasil e que 
moldaram o conteúdo desses direitos”. (STF. ADPF 489. Rel. Min. Rosa Weber, 
julgado em 23/10/2017) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.0 Conclusão 
 
É notório que o apesar de mesmo com a instauração de regulamentações e 
leis que visam extinguir o trabalho escravo, esta prática ainda permanece presente 
no cotidiano da sociedade brasileira. É evidente que os casos demonstrados se 
tornam apenas pequenos exemplos de uma realidade muito maior e perversa 
motivada por práticas capitalistas. 
Estas práticas ignoram completamente a saúde e o bem estar do trabalhador, 
visando apenas compensações financeiras e ferindo completamente todos os 
direitos da pessoa que está sendo submetida a trabalho forçado, bem como o 
trabalho infantil. 
Conclui-se que o trabalho escravo é uma realidade no Brasil e as 
providências legais punindo os culpados são a melhor forma de diminuir este fato, 
levando em consideração que a punição dos responsáveis pode livrar pessoas 
destas situações degradantes devolvendo aos mesmos as devidas compensações 
por sua força de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.0 Referências Bibliográficas 
 
[1] ​SILVA, Daniel Neves.​ "Escravidão no Brasil"; ​Brasil Escola​. Disponível em: 
<https://brasilescola.uol.com.br/historiab/escravidao-no-brasil.htm>. Acesso em 20 
de maio de 2020. 
 
[2] ​SOUSA, Rainer Gonçalves.​ "Escravidão Africana"; ​Brasil Escola​. Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/escravos.htm. Acesso em 20 de maio de 
2020. 
 
[3] ​Da Silva​, Eduardo Marques. “Os escravos: na Grécia antiga e na América 
colonial” Disponível em: 
<h​ttp://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/0077.html​> Acesso em: 18 
de maio de 2020. 
 
[4]​ Senado Federal, ​Trabalho Escravo atualmente, O que é trabalho escravo 
atualmente. Disponível em: 
<​https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/trabalho-escravo/trabalho-
escravo-atualmente.aspx​> Acesso em: 22 de maio de 2020. 
 
[5] ​Jornal Globo​, Economia. Ministério Confirma trabalho escravo em oficina que 
costurava para lojas. Disponível em: 
<​http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/11/ministerio-confirma-trabalho-escravo-
na-renner-em-sp-e-no-rs.html​> Acesso em: 22 de maio de 2020. 
 
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/0077.html
https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/trabalho-escravo/trabalho-escravo-atualmente.aspx
https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/trabalho-escravo/trabalho-escravo-atualmente.aspx
http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/11/ministerio-confirma-trabalho-escravo-na-renner-em-sp-e-no-rs.html
http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/11/ministerio-confirma-trabalho-escravo-na-renner-em-sp-e-no-rs.html

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