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Zoonoses: Definição e Classificação – Fatores determinantes na emergência e reemergência das zoonoses Doenças x Animais: Desde a antiguidade, o homem relacionou o surgimento de certas doenças com a presença de animais (peste negra, peste de atenas, raiva..) Zoonoses: Doenças ou infecções que se transmitem naturalmente entre animais e homem, ou vice-versa. 61% das enfermidades são zoonoses. · Zoonoses diretas: O agente pode persistir com passagens sucessivas por uma única espécie de animal vertebrado. Ex: raiva. · Ciclozoonose: O agente necessita obrigatoriamente passar por duas espécies distintas de animais vertebrados para que o seu ciclo se complete, Ex: Teníase cisticercose. · Metazoonose: O agente necessita passar por um hospedeiro invertebrado para que o seu ciclo se complete. Ex: Dengue. · Saprozoonose: O agente necessita passar por transformações que ocorrem no ambiente externo em ausência de parasitismo. Ex: Toxoplasmose e criptococose. Doenças emergentes e reemergentes: · Doenças emergentes: Doenças sem importância clínica no passado e em determinado momento surgem como novas. Causadas por: agentes etiológicos desconhecidos, agentes não reconhecidos como causadores de doenças, quando há troca de espécie hospedeira, grupo de risco, distribuição geográfica, mudanças ecológicas... Exemplos de patógenos emergentes: Vírus da AIDS, hantavirose, príons BSE e listeriose. · Doenças reemergentes: Doenças que aparecem, são controladas e, passado um tempo, voltam a ameaçar a população. Microorganismos clássicos já controlados, causando novas incidências clínicas, alguns com maior severidade. Exemplos de patógenos reemergentes: Cólera, fungos, dengue, febre amarela, hepatite, raiva, tuberculose, hanseníase, leptospirose, botulismo, tuberculose, brucelose, tétano e febre maculose. Fatores predisponentes: Urbanização desordenada, densidade populacional; Correntes migratórias; Degradação do meio ambiente; Desigualdade social; Mudanças tecnológicas e industriais; Alterações genéticas e evolutivas dos agentes etiológicos; Interrupção de medidas de controle de infecções; Mudanças sociais, culturais e econômicas. Zoonoses x Meio ambiente: 75% das doenças consideradas emergentes, tem uma fonte de vida selvagem, seja de forma direta ou indireta, por meio de vetores. Situações de transformações ambientais e demográficas: Urbanização, Industrialização, agricultura. Surgimento de novas doenças; Alteração do comportamento epidemiológico de antigas. Fatores que favorecem o surgimento de zoonoses: Alterações climáticas; Desmatamento e Extinção da fauna. · Alterações climáticas: Revolução industrial do século XIX; Aquecimento global; El Niño (1997-1998) epidemia de malária foram registradas em vários países – deslocamento de vetores. · Desmatamento: Aumento das fronteiras agrícolas; Doença de Lyne nos EUA: aumento das fronteiras agrícolas (morte de cervídeos); Aumento de carrapatos nos centros urbanos; Hantavirose no Brasil: o desmatamento e morte de taquaris, ocasionaram o deslocamento de roedores para centros urbanos no PR e SC. · Extinção da fauna: Quando nenhum indivíduo permanece vivo no ambiente selvagem, mesmo que haja exemplares em cativeiro. Fragmentação e a perda de habitat; Introdução de espécies; Poluição; Super exploração e o crescimento populacional humano. Fragmentação e a perda do habitat: Divisão de uma grande e contínua área em fragmentos isolados; Isolamento de indivíduos em pequenas áreas restritas; Adensamento populacional; Vetores (fácil trânsito, melhor adaptação, disseminação). Introdução de espécies: Invasão de espécies exóticas. Inserção de novas doenças transmissíveis; Novos reservatórios; Introdução de saguis em área de preservação do mico-leão-dourado (RJ), introduziu o Trypanossoma cruzi. Poluição: Poluição do ar, água, solo: alterações no clima global; Determinados parasitas podem ter maior incidência com o aumento das temperaturas; Declínio global da poluição de anfíbios: relação direta com o aumento de doenças infectocontagiosas. Super exploração e o crescimento populacional humano: Aumento da exploração dos recursos naturais; Comércio ilegal da vida silvestre; Tráfico de animais silvestres: Retirada de 38 milhões de espécimes do Brasil, por ano. * O morcego é o maior reservatório do vírus da raiva no Brasil!
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