Prévia do material em texto
Dimensionamento e Controle de Estoques Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Vilson Vieira de Paula 1ª Edição Copyright © 2019, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Dimensionamento e Controle de Estoques Para início de conversa… .................................................................... 04 Objetivos ............................................................................................ 05 1. Métodos de Planejamento para os Estoques .............................. 06 2. Sistemas de Controles de Estoques ......................................... 13 3. Controle e Acuracidade de Estoques .......................................... 19 Referências ......................................................................................... 24 4 Gestão de Suprimentos Para início de conversa… O dimensionamento de estoques é uma parte importante das políticas de manutenção e investimentos em materiais, ganhando importância estratégica na gestão de ativos. Neste capítulo, veremos que os métodos de planejamento de estoque são uma parte importante para a garantia da satisfação de clientes externos e internos. Os métodos de previsão de consumo Último Período, Média Móvel e Média Ponderada são os mais antigos e possuem falhas em sua condução. Diante disso, sistemas de redundância são empregados, como os sistemas de duas gavetas e de inserção do estoque de segurança, como forma de não parar as atividades operacionais da empresa. Veremos, também, que a definição de níveis de segurança para estoques requer, periodicamente, ajustes, pois, como o mercado é dinâmico, ainda mais na sociedade da informação, com tecnologias móveis à disposição do consumidor final, a demanda passa por oscilações. Por fim, estudaremos os mecanismos de controle, como o inventário, sendo este voltado a assegurar confiabilidade por meio do investimento em materiais, de forma transparente. Empresas reservam em sua agenda anual momentos para a contagem de inventário, atividade cansativa, mecânica e repetitiva, porém, necessária para atestar o controle empregado nas movimentações de mercadorias ao longo das operações diárias. 5Gestão de Suprimentos Objetivos ▪ Compreender os métodos de planejamento de estoques. ▪ Entender os sistemas de controle de estoques. ▪ Identificar controles para a acurácia dos estoques. 6 Gestão de Suprimentos 1. Métodos de Planejamento para os Estoques A previsão para estoques necessariamente passa por prognóstico ou planejamento das aquisições para atendimento da demanda. Prever, com exatidão, o consumo de uma empresa em um determinado mês representa uma tarefa bastante difícil, mas é necessário chegar a um número que atenda às necessidades de consumo, sem exceder os níveis e sem permitir a ruptura de estoques. A estimativa de consumo de produtos consumidos, comercializados ou adquiridos pelos consumidores e no aguardo de entrega seguem os seguintes passos básicos: ▪ planejamento da empresa; ▪ diferente das metas do comercial; ▪ coerente com os custos de aquisição de materiais. O planejamento em relação ao investimento em inventário segue as políticas de investimentos e pagamentos da organização, em que o funcionário da área de compras segue essa cartilha em suas decisões. A análise que determina que aquisições devem ser diferentes das metas de vendas obedece a premissa de que cada item respeita tempos diferenciados de pedido e entregas. Sem desrespeitar a coerência, os custos relacionados à aquisição de materiais devem seguir valores razoáveis para a política de manutenção de estoques da empresa. As informações que direcionam as decisões voltadas à dimensão e demandas de consumo seguem dois tipos de dados: qualitativos e quantitativos. Dados Precisos Quantitativos - Relacionados a pedidos de vendas anteriores, como mês, ano ou semestre anterior. - Família de produtos relacionados e promoções associadas, como venda de carne e itens para churrasco. - Épocas de maior ou menor sazonalidade por um item. - Lançamento de produto e sua relação com divulgação e propaganda. 7Gestão de Suprimentos Qualitativos Dados Comportamentais ▪ A experiência da gerência. ▪ A experiência dos funcionários do comercial. ▪ A experiência dos empregados da área de compras. ▪ Dados de pesquisas junto a consumidores. Quadro 1: Informações para Planejamento de Estoques. Fonte: Elaborado pelo autor. A previsão de consumo, segue a técnicas específicas, dividindo-se em três grandes áreas a fim de facilitar o entendimento da previsão de consumo. A saber: Figura 1: Técnicas de previsão de consumo. Fonte: Elaborado pelo autor. As técnicas relacionadas à Projeção representam a expectativa de que as vendas do passado possam se repetir no presente ou que terão algum acréscimo ao longo do tempo. Esses são aspectos puramente quantitativos. Já as técnicas voltadas para a Explicação seguem o volume de vendas do passado, com base em variáveis seguras, sendo utilizados métodos de correlação e de regressão. Por fim, a técnica de Predileção faz uso do conhecimento de funcionários já experientes na área e que conhecem as variações de mercado e podem contribuir com informações relevantes acerca das quantitativas ideias para atender ao período determinado de consumo. Previsão de consumo Projeção Explicação Predileção 8 Gestão de Suprimentos Os estudos de demanda podem seguir modelos que lidam com incertezas, como Demanda Dependente e Demanda Independente. Veja, a seguir, suas características: Demanda Dependente Demanda Independente ▪ Todos conhecem. ▪ Segue programação. ▪ É controlada. ▪ A organização não tem controle. ▪ É o mercado que determina volumes, preço e procura. ▪ A empresa desconhece sua previsão. Uma outra forma de estudo segue a lógica da evolução da demanda ou do consumo de produtos: ▪ Evolução de Consumo em Constância. ▪ Evolução de Consumo por Propensão ou Tendência. ▪ Evolução de Consumo por Sazonalidade. A evolução de Consumo por Constância, também chamada de Horizontal, é identificada pelo seu consumo médio. Verifique, no Gráfico 1, a linha horizontal que corta o comportamento de consumo. Gráfico 1: Evolução Horizontal. Fonte: Adaptado de Dias (2008). Consumo (Unidades) Consumo efetivo Consumo médio Tempo (Período) 50 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 9Gestão de Suprimentos A evolução de Consumo por Propensão ou Tendência estabelece uma relação de aumento de consumo ao longo do período. Observe, no Gráfico 2, a linha inclinada do comportamento da demanda. Gráfico 2: Evolução por Tendência. Fonte: Adaptado de Dias (2008). A evolução de Consumo por Sazonalidade traz como característica o comportamento oscilante da demanda, sendo, em alguns momentos, crescente e, em outros, horizontal. Observe o Gráfico 3. Gráfico 3: Evolução por Sazonalidade. Fonte: Adaptado de Dias (2008). As diversas possibilidades que explicam a evolução do consumo devem considerar aspectos que recebem diversas influências, dentre as quais podemos destacar: Consumo (Unidades) Consumo efetivo Consumo médio Tempo (Período) 50 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Consumo efetivo Consumo médio Tempo (Período) 50 01 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Consumo (Unidades) 25% 10 Gestão de Suprimentos ▪ política; ▪ econômica; ▪ fatores de sazonalidade; ▪ mudanças no mercado; ▪ momento conjuntural. Assim, podemos concluir que, conhecendo o perfil da demanda, torna-se possível o emprego de técnicas para prever o consumo de itens, facilitando a realização de pedidos de mercadorias ou de itens. Observe a Figura 2. Figura 2: Métodos de Previsão de Consumo. Fonte: Elaborado pelo autor. Método do Último Período (MUP) Neste método, repete-se a realidade do período anterior (mês). Vale ressaltar que há empresas que trabalham com a realidade do ano anterior. Período: Agosto Setembro Outubro Novembro Demanda: 29 32 30 30 Tabela 1: Método do Último Período. Fonte: Elaborado pelo autor. Prevê, no período seguinte, o comportamento anterior. Semelhante ao método anterior, porém, considera a média. Semelhante à média móvel, mas faz uso da distribuição de pesos. Método do Último Período Média Móvel Média Móvel Ponderada 11Gestão de Suprimentos Esse método traz fragilidades grosseiras, pois desconsidera sazonalidades, variáveis externas e a análise de conjuntura, portanto, pode ser que haja ou não assertividade. Nesse método, seguindo o exemplo apresentado na Tabela 1, o pedido que será feito no mês de novembro será de 30 unidades, pois levará em consideração a realidade do mês de outubro. Método da Média Móvel (MMM) Neste método, considera-se a média dos períodos anteriores para projetar a demanda futura. As inconsistências ocorrem quando se trata de períodos em que existe demanda crescente ou decrescente, não sendo atingida a média estabelecida, o que pode acarretar em excesso de mercadoria ou na ruptura do estoque. Veja como funciona: CMM = C1 + C2 + C3 ...... + Cn n Sendo: CMM = Consumo da Média Móvel C1 = Consumo anterior do primeiro período n = Representa o número de períodos anteriores Agora, aplicando esse modelo na Tabela 1, teremos: CMM = 29 + 32 + 30 = 30, 33 ou, para efeito de pedidos, 31 unidades. 3 Média Móvel Ponderada (MMP) Este método considera a ponderação entre as variáveis anteriores, com interesse em estabelecer um valor médio futuro. Para a correta e eficiente aplicação desse método, é importante a adoção das seguintes regras: 12 Gestão de Suprimentos ▪ Nos períodos mais próximos, são atribuídos maiores percentuais. ▪ Na última ocorrência de período, atribui-se menor ponderação. ▪ O somatório dos percentuais deve ser de 100%. Veja a fórmula: MMP = C1 X P1 + C2 X P2 + C3 X P3 + .......... Cn X P n Sendo: CMM = Média Móvel Ponderada C1 = Consumo anterior do primeiro período P1 = Percentual aplicado n = Representa o número de períodos anteriores Considere a aplicação do método MMP na Tabela 2: Período Consumo Percentual % Quantidade 1 200 10 20 2 80 20 16 3 200 30 60 4 150 40 60 x - 100 = 156 Tabela 2: Consumo da Média Móvel Ponderada. Fonte: Elaborada pelo autor. 13Gestão de Suprimentos 2. Sistemas de Controles de Estoques Representa grande desafio para a Gestão de Suprimentos encontrar o dimensionamento ideal do seu volume de estoque, assim como o controle do fluxo durante todo o processo. Métodos são utilizados com o intuito de tornar possível esse desafio em um contexto de demanda real oscilante. A seguir, serão apresentados diversos sistemas e elementos auxiliares na manutenção de estoques. Sistema de Duas Gavetas Este método traz grande facilidade em seu manuseio, sendo ideal para produtos que não possuem grande valor agregado nem grandes problemas com ressuprimento. O sistema de duas gavetas parte da ideia de trabalhar com duas “caixas” ou gavetas, A e B, em que se supõe que, na caixa B, tenha a quantidade necessária para trabalhar por um período e, na caixa A, tenha armazenada a quantidade suficiente de itens necessários para atender à demanda do ponto de solicitação de itens até o ressuprimento, que também é chamado de tempo de reposição de mercadorias (a caixa A é acionada após acabar o estoque da caixa B). Veja, na Figura 3, o funcionamento do sistema. No início da operação, o estoque está em alta e com o seu nível máximo de estocagem. Figura 3: Sistema de Duas Gavetas. Fonte: Adaptado de Dias (2008). Caixa A Caixa B 14 Gestão de Suprimentos Durante as operações de produção, venda e consumo, o estoque da caixa B chega a sua condição final de atendimento e, imediatamente, a caixa A entra em atividade para atender à demanda. Nessa fase, o pedido de reposição é processado para B e também para completar o nível de A. Figura 4: Sistema de Duas Gavetas em atividade. Fonte: Adaptado de Dias (2008). Durante a operação, ocorre o consumo em estoque de mercadorias para atender a determinado período X – o que ocorre, semelhantemente, com a caixa B. Sendo feito o pedido de ressuprimento, o estoque de segurança de A garante o atendimento da demanda caso ocorra aumento de consumo. A descrição do Gráfico 4 permite uma melhor compreensão desse fluxo. Observe: Gráfico 4: Manutenção de Estoques. Fonte: Adaptado de Dias (2008). Caixa A Caixa B Tempo Quantidade em estoque Consumo do estoque Re po siç ão do es toq ue Consumo do estoque 15Gestão de Suprimentos Um elemento importante para que exista o atendimento do ressuprimento de cargas é encontrar o ponto de pedido ideal, o qual deve levar em consideração o tempo que a carga demora a chegar em estoque: é o chamado Ponto de Pedido, conforme demonstra o Gráfico 5. Gráfico 5: Intervalo de Ressuprimento. Fonte: Adaptado de Dias (2008). Nesse método, deve-se estar atento aos fatores fundamentais na manutenção de estoques, como: ▪ consumo e o período; ▪ tempo para estabelecer o pedido; ▪ fazer cálculos para chegar ao quantitativo; ▪ estabelecer os estoques máximos e mínimos (estoque de segurança); ▪ encontrar o Lote de Compras necessário. Sistemas de Máximo-Mínimo A reposição de estoque parte de uma realidade congelada, em que, no mundo real, diversos fatores ocorrem em simultaneidade e alteram os quantitativos para mais ou para menos, conforme o comportamento do mercado. IR Est. Máx PP PP Est. Mín 16 Gestão de Suprimentos Estabelecer máximo e mínimo de estocagem traz segurança para gerir as oscilações da manutenção de estoques. Observe que Dias (2008) tenta representar graficamente o momento em que o pedido de reposição de estoques é feito, destacando o tempo entre os pedidos. Gráfico 6: Ponto de Pedido. Fonte: Adaptado de Dias (2008). Sistemas de Revisões Periódicas Este sistema elabora ressuprimento constante, em períodos constantes, sendo necessária a definição de quantidades, período de pedido, intervalos de ressuprimento, sem contar considerações como estoque máximo e estoque de segurança. Gráfico 7: Revisão Periódica. Fonte: Adaptado de Dias (2008). Sistemas MRP I e II A Gestão de Suprimentos tem a missão de encontrar o melhor dimensionamento do estoque para servir à organização por um período, bem como conhecer fluxos, demandas, necessidades de materiais e ferramentas de controle e acompanhamento aplicados à Gestão de Materiais. PP PP IR Est. Mín Est. Máx T Q E. Mn Q Revisão Revisão Revisão Q Q T 17Gestão de Suprimentos Dentre diversos Sistemas de Controle e Planejamento de Materiais, o MRP (Materials Requirements Planning) trabalha com a requisição de suprimentos. Seus desafios são: ▪ efetivamente manter a disponibilidade do item em estoque para uso; ▪ garantir baixos custos de inventário; ▪ efetuar o planejamento de produção, matéria-prima e entregas. O Sistema MRP atua extraindo de banco de dados informações relacionadas à produção, demanda e recursos. Seu relatório final traz toda a programação de produção para atender a um período. O MRP II traz a incorporaçãode elementos das áreas relacionadas à produção, como: Recursos Humanos, Finanças, Compras e Marketing, o que agrega praticidade e aplicabilidade à ferramenta. Sistemas ERP São sistemas com bancos de dados interligados, voltados à atividade de produção e atendimento à demanda de uma empresa. Esses sistemas interagem com o financeiro, gestão de estoques, recursos humanos, área comercial e logística, ou seja, com todas as áreas que são vitais dentro de uma empresa. A sigla ERP significa Enterprise Resource Planning ou, em português, Planejamento de Recursos Empresariais. Um sistema de ERP está distribuído em três camadas: ▪ cadastro; ▪ extração de dados relacionados à produção; ▪ customizações para gerar relatórios. Os sistemas ERP relacionam dados diversos, como dados de clientes, fornecedores, produtos e Fisco, dentre outros. Seus benefícios estão principalmente voltados à melhoria de performance dos seguintes aspectos: 18 Gestão de Suprimentos ▪ custos com estocagem; ▪ melhor uso de mão de obra; ▪ ganhos de produção; ▪ otimização de processos, logística, ciclo de pedido; ▪ redução do prazo de entrega. Contribuições: WMS, Just in Time, Kanban A Gestão de Suprimentos conta com mais ferramentas, como o Software WMS, que tem por finalidade o melhor gerenciamento de mercadorias dentro de um CD (Centro de Distribuição) ou Armazém. A sigla WMS significa Warehouse Management System ou Sistema de Gerenciamento de Armazém. Após o cadastro da mercadoria, o software encarrega-se de prover o melhor endereçamento dentro do Armazém, desde que todos os parâmetros tenham sido registrados. O sistema também faz a retirada da mercadoria, baixa em estoque, controle de validade, controle do fornecedor e outras funcionalidades muito importantes à Gestão de Suprimentos. Veja, a seguir, mais aplicabilidades do WMS: Aplicabilidades do WMS: Programa recebimento e faz o recebimento de cargas. Direcionamento ou endereçamento da carga nas instalações do CD. Armazenagem da carga e separação da carga em ordem de pedido. A expedição da carga e abastecimento. Vantagens do WMS: Reduz consideravelmente reclamações de clientes com entregas. 19Gestão de Suprimentos Faz melhor uso dos recursos da organização. Traz diferencial para o negócio. Melhor controle de produtividade, fluxos, armazenagem e desempenho. Quadro 2: Aplicações e vantagens do WMS. Fonte: Elaborado pelo autor. Os sistemas JIT, ou Just in Time, surgem como contribuição da indústria automotiva japonesa e têm por premissa a otimização da produção em função da demanda real. A sigla JIT aplica-se à administração de produção e indica a hora certa para produzir e entregar, de forma que não ocorra excesso e nem a falta do produto. É o perfeito sincronismo da produção com vendas, em que, antes de faltar o produto, a reposição já está acontecendo. Já o sistema Kanban faz uso de cartões identificados no processo de produção e, à medida que a produção acontece, os cartões são deslocados pelos setores; a partir daí, é informada a necessidade de reposição, à medida que a produção do item avança na linha de montagem. Nesse modelo, o estoque está sempre em movimento. 3. Controle e Acuracidade de Estoques A Gestão de Suprimentos conta com um mecanismo de controle chamado de inventário de estoque, que consiste no conjunto de atividades e procedimentos de registro de itens e localização que devem ter acurácia máxima, ou seja, o que está registrado nos sistemas quando de sua entrada deve ser fiel à contagem física de produtos – a isso chamamos de acurácia nos estoques. Conceito e Aplicação de Inventário Físico: Tipologia e Aplicação De tempo em tempo, a contagem de estoque precisa ocorrer para confrontar os mecanismos de controle e apuração mediante sua contagem física. Essa rotina visa verificar: 20 Gestão de Suprimentos ▪ possíveis diferenças de precificação; ▪ alguma diferença de registros de forma física x sistema; ▪ levantamento do investimento em estocagem. Empresas que necessitam manter estoques para sua operação lidam com o grande desafio de apresentar a informação real do que se tem armazenado. Tal desafio fica ainda mais emocionante quando a empresa persegue a ideia de trabalhar com nível de estoque mais reduzido ou enxuto, como alguns autores gostam de dizer, sem perder o nível de oferta de um bom serviço prestado ao cliente. O Inventário é uma listagem completa de todos os produtos armazenados no estoque de uma empresa. Ele identifica, classifica e determina o valor de cada produto. Um inventário pode ser Geral ou Rotativo. O inventário geral é feito no fim do exercício, sendo um processo longo, cansativo, porém, necessário para apurar possíveis descontinuidades. Já o inventário rotativo são contagens menores, distribuídas ao longo de todo o ano, podendo envolver grupos diversos de produtos, como: ▪ Grupo A: Para produtos de maior valor agregado e que trazem maior necessidade de controle. Esses produtos devem ser controlados, em média, a cada 3 ou 4 meses. ▪ Grupo B: Esses produtos não representam o carro-chefe da empresa nem possuem alto valor, mas devem ser controlados, pelo menos, a cada 6 meses. ▪ Grupo C: São materiais que não possuem grande saída e podem ser contabilizados, anualmente, no Inventário Geral. Segundo Nogueira (2016), há, ainda, outros tipos de inventário, sendo necessário a empresa escolher o modelo que melhor se adequa a seu negócio. São eles: Inventário Permanente - Neste modelo, existe um processo de inventário periódico, em que todas as SKUs são contabilizadas pelo menos 21Gestão de Suprimentos uma vez por ano. É comum, dependendo da Classe do Produto, contagem do item A = quatro vezes ao ano, B = duas vezes ao ano e C = uma vez por ano. Inventário Gratuito - Este modelo é aplicável em empresas que fazem uso do Inventário Rotativo nos processos de separação de mercadorias. Nesse caso, há necessidade de inventário se for encontrada informação de algum lote zerado ou a findar-se. Em momentos de ociosidade da mão de obra, funcionários são direcionados à contagem de itens conforme a classe. Os sistemas WMS e RFID já exploram essa prática. Inventário por Grupo ou Itens - Neste caso, um grupo específico de produtos é focado por questões específicas, seja por custo alto do produto ou por ser uma carga muito visada no mercado. Inventário por Amostra - Muito aplicado em procedimento de auditoria. Nesse modelo, parte-se da ideia de que uma amostra representa o todo, de forma estatística. Inventário por Proposição Física - Com ajuda da tecnologia da informação, a organização da carga é viabilizada por meio de endereçagem e localização. O objetivo desse modelo é otimizar o tempo de contagem. Inventário por Lote - Apoia-se ao modelo por proposição física, porém, o Inventário por Lote permite rastrear a informação e obter dados como: acompanhar o consumo de itens, lotes de fabricação e giro em estoque da carga, tornando o inventário mais abastecido de informações. Para melhor êxito no seu desenvolvimento, o planejamento e preparo do procedimento de inventário deve seguir alguns ritos: ▪ convocação dos envolvidos; ▪ distribuição dos mecanismos de registro; ▪ análise física; ▪ definição da forma de execução do inventário; ▪ análises de registros e apurados; ▪ controles de Cut-Off. 22 Gestão de Suprimentos Após as etapas de planejamento, resta, então, sua execução. Observe a Figura 3. Figura 3: Etapas do Inventário Físico. Fonte: Elaborado pelo autor. O Resultado Final do Inventário Um termo muito aplicado quando o assunto é Inventário é a Acuracidade ou Acurácia no Inventário, que representa a confiança que o relatório traz, por meio de qualidade na informação, fidedignidade dos dados e precisão nos resultados, de forma que o físico reflita o relatório ou que as informações contidas no sistema sejam a realidade encontrada no estoque no momento. Sustentar a fidelidade das informações duranteas operações diárias representa um grande desafio e exige planejamento e ação com mecanismos auxiliares aos processos de trabalho, sem que se tornem barreiras operacionais. A Acurácia tem sua importância, pois irá descortinar falhas nos processos, inconsistências, possíveis fraudes ou, ainda, procedimentos de trabalho, o que pode ser nocivo aos resultados esperados de produtividade e qualidade. De acordo com Nogueira (2016), ao final dos processos, quando analisados dados da ficha de inventário com os quantitativos físicos encontrados Convocação dos participante do Inventário. Registros de Inventário. Cut-Off: Cruzamento de itens com relatórios e notas fiscais. Arrumação dos itens inventariados: áreas, setores, produtos, espaço circulante. Contagem ou apuração do estoque. Explicações, reconciliação, ajustes… Cada empresa nomeia da forma que achar mais adequada e que mais representar essa fase, em que se procuram justificativas para inconsistências encontradas em estoque. 1 2 3 4 5 6 23Gestão de Suprimentos em estoque, gera-se um resultado que representa o índice de acurácia do relatório emitido, sendo esse um saldo indicador gerencial. Veja a equação: Equação da Acuracidade Acuracidade = Quantidade de informações com Saldo Correto x 100 Quantidade de itens verificados Ao longo deste capítulo, foi possível conhecer os diversos métodos de planejamento considerados pelas empresas e seus critérios de formulação. Para atender às diversas demandas de consumo, o mercado lança mão dos métodos Último Período, Média Móvel e Ponderada Móvel. Já no interior das empresas, predominam os métodos de controle de estoque, como: duas gavetas, máximos e mínimos, além dos controles, softwares e sistemas que também são empregados nessa tarefa. 24 Gestão de Suprimentos Referências DIAS, M. A. P. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 2008. NOGUEIRA, A. S. Logística empresarial: um guia prático de operações logísticas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2016. Título da Unidade Objetivos Introdução Conceituação e Importância da Gestão de Suprimentos para as Organizações Para início de conversa… Objetivo 1. A Importância da Gestão de Estoques e dos Suprimentos para as Organizações 2. As Áreas da Administração de Materiais (Planejamento, Compras e Armazenagem) 3. Atividades de Classificação, Descrição e Codificação de Materiais 3.1 A Classificação de Materiais 3.2 Tecnologias Aplicadas à Classificação de Materiais 3.3 Leitura por Radiofrequência Referências Dimensionamento e Controle de Estoques Para início de conversa… Objetivos 1. Métodos de Planejamento para os Estoques 2. Sistemas de Controles de Estoques 3. Controle e Acuracidade de Estoques Referências Níveis de Estoques Para início de conversa… Objetivo 1. Conceito e Aplicação da Curva Dente de Serra e os Elementos de Ressuprimento 2. Cálculo do Estoque de Segurança, Tempo de Reposição e Ponto de Pedido 3. Cálculo do Nível Operacional, Quantidade de Ressuprimento, Nível de Ressuprimento Referência Classificação ABC de Materiais Para início de conversa… Objetivo 1. Conceito e Aplicação da Classificação ABC de Materiais 1.1 Aplicação da Classificação ABC de Materiais 2. Cálculo da Classificação ABC de Materiais 2.1 A Formação do Cálculo 3. Construção do Gráfico da Curva ABC Referências