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Organização do Estado

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Organização da República Federativa do Brasil.
Organization of the Brazilian State according to the 1988 Federal Constitution.
Autor
Victor Hugo R.F.S.Nunes.
Graduando em Direito pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci/UNIASSELVI.
 E-mail: vitor-aia@live.com.
Resumo: 
Este presente artigo tem como intuito apresentar de maneira didática e coerente como ocorre o funcionamento da organização do Estado brasileiro, expondo desde a divisão dos entes federados à separação dos poderes do Estado, nos moldes da Constituição Federal de 1988, abordando conceitos fundamentais para que se possa compreender esse sistema organizacional, proporcionando ao legente a capacidade de compreender como se desenvolve esse sistema, o estudo desenvolvido seguiu os preceitos do estudo exploratório qualitativo, utilizando se de material já produzido, sendo assim a Constituição Federal de 1988 foi de suma importância para a realização do exposto, verifica-se como resultado deste trabalho cientifico a notória importância desse sistema organizacional, para o funcionamento da sociedade de forma coerente e de modo que possa trazer legitimidade e estabilidade ao sistema brasileiro, ao fenecimento deste artigo caberá ao legente por meio das informações apresentadas suscitar novas reflexões sobre a temática. 
Palavras-chave: Organização; Estado; Constituição; Funcionamento; Entes Federados.
ABSTRACT: The purpose of this article is to present in a didactic and coherent way how the organization of the Brazilian State works, exposing since the division of federated entities to the separation of State powers, according to the 1988 Federal Constitution, addressing fundamental concepts for that this organizational system can be understood, providing the legent with the ability to understand how this system is developed, the study developed followed the precepts of the qualitative exploratory study, using material already produced, thus the Federal Constitution of 1988 was in short importance for the accomplishment of the exposed, it is verified as result of this scientific work the paramount importance of this organizational system for the functioning of the society in a coherent way and in a way that it can bring a greater legitimacy and stability to the Brazilian system. legente through the information ap resented to raise new reflections on the theme. 
Keywords: Organization; State; Constitution; Operation; Federated entities.
1. INTRODUÇÃO.
 Em uma sociedade cada vez mais politizada faz-se necessário conhecer como ocorre a organização de nosso País, tendo isso em vista, este trabalho surge com a proposta de proporcionar ao leitor uma abordagem didática e coerente, visando apresentar como ocorre a organização da República Federativa do Brasil, utilizando para isto a constituição brasileira de 1988, desta maneira, ao final deste artigo é esperado que o leitor tenha plena capacidade de compreender o funcionamento do Estado, desde noções básicas até a divisão dos entes federados e a separação dos poderes. Todavia esse artigo não visa colocar fim nas discussões a cerca do tema ou questionar essa forma de organização, mas sim apresentar de maneira técnica todos os dados mencionados.
O método de desenvolvimento utilizado seguiu os preceitos do estudo exploratório qualitativo, adotando como fontes principais de pesquisa textos já publicados, como, doutrinas e artigos, nesta perspectiva a Constituição Federal foi matéria de suma importância para a elaboração do exposto.
O sistema de estruturação deste trabalho funciona da seguinte maneira: na Seção 2 é abordado o conceito de Estado e os elementos fundamentais para sua caracterização; a Secção 3 apresenta a estrutura organizacional do estado brasileiro; já na Seção 4 é abordado as características e competências dos entes federados; a seção 5 apresenta o funcionamento da tripartição dos poderes; a Seção 6 mostra as considerações finais do artigo científico; por fim na Seção 7 temos as referências.
2. CONCEITO DE ESTADO E OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA SUA CARACTERIZAÇÃO. 
O surgimento do Estado como conhecemos é atribuído ao desenvolvimento do raciocínio lógico dos seres humanos, através de análise histórica pode-se constatar que os indivíduos passaram a enxergar a necessidade de unificação da sociedade, através desta premissa  surge a idéia de criar um sistema do qual seria responsável pela organização do corpo social de maneira sistemática e rígida. Nota-se então o surgimento do Estado, este ente aparece com o intuito de proporcionar o bem-estar coletivo e o avanço da sociedade.
Para que se compreenda o conceito de Estado de maneira mais satisfatória, faz-se mister a adoção de uma definição doutrinária acerca do tema, para isto iremos abordar a definição segundo Celso Ribeiro Bastos, ele entende que Estado é a organização juridicamente soberana de um povo em um dado território. Por meio desta definição podemos constatar que o conceito de Estado está estritamente relacionado ao sentido de poder, este por sua vez, é conferido por meio de suas codificações, garantindo sua soberania. Todavia essas não são as únicas características de um Estado, pode-se atribuir três elementos fundamentais para a sua caracterização, sendo eles o povo, território e a soberania os quais iremos discorrer mais detalhadamente logo em seguida.
O povo representa muito mais do que um simples aglomerado populacional, essa parcela constitutiva do Estado é peça fundamental para o funcionamento do mesmo, sendo inerente ao povo mover este ente, seja por meio de participação na política, cultura ou movimentos sociais. Em um Estado democrático de direito nota-se que o povo é titular do poder e o exerce de maneira soberana, pois, como vimos anteriormente este ente nasce da necessidade humana, sendo assim, a finalidade de um Estado democrático é o governo do povo, pelo povo e para o povo.
Nossa Constituição federal de 1988 assim lhe afirma nos incisos I,II e III, e no parágrafo único de seu art. 1.º. Título I:
“Título I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1.º. A República Federativa do Brasil... Constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II – a cidadania
III – a dignidade da pessoa humana
[...]
Parágrafo único. ”Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Sendo assim podemos verificar que em uma sociedade onde o Estado democrático de direito se faz presente o povo representa um poder de suma importância, sendo responsável por exercer-lo de modo coerente na escolha de seus representantes, isso evidência o caráter de participação ativa destes indivíduos no Estado,não sendo apenas um coletivo de pessoas que se submetem a vontades alheias do Governo.
 O território é responsável por determinar qual é o espaço físico do Estado, ou seja, o local onde o mesmo é dotado de soberania, embora em primeiro momento seja fácil de compreender o significado deste elemento, é necessário se atentar que esse espaço possuí várias dimensões, sendo elas: solo, subsolo, espaço aéreo, espaço marítimo, espaço territorial, embaixadas, navios e aeronaves entre outros.
Podendo ser observada por duas vertentes, a soberania quando relacionado ao ambiente interno de um Estado, pode ser entendida da seguinte forma: é o ente cujo poder é o mais elevado dentro deste sistema organizacional. Já quando estamos falando do âmbito internacional ou externo, significa que o Estado dotado de sua soberania é passível de igualdade perante aos outros, não devendo subordinação a outrem.
2.1. Forma de Estado.
Estado unitário: sua formação decorre de um único Estado, sendo este detentor de todo o poder político interno, como exemplo deste modelo temos o Brasil-Império.
Federação: a federação é formada pela união de várias entidades políticas que abrem mão de sua soberania para a formação de uma só unidade, não é permitido o direito de separação, sua formação pode ocorrer por desagregação ou por agregação, a primeira maneira ocorre quando um Estado unitáriose divide a divisão deste poder que até então era centralizado gera outras unidades, todavia a maior parcela de poder continua com o Estado central, exemplo disto é o Brasil, já a Federação por agregação tem suas origens quando vários entes soberanos sedem uma parte de sua soberania, para a formação desta federação, ao exemplo dos Estados Unidos.
Confederação: esta forma de governo é evidente quando vemos a junção de vários Estados soberanos, que por sua vez, utilizam de um tratado internacional para celebrar essa união, vale salientar que sua soberania não é retirada, podendo o Estado se retirar deste sistema.
2.2. Forma de Governo.
República: essa forma de governo é caracterizada pela representatividade da vontade do povo, por meio do voto, a palavra Res pública é derivada do latim, significa "coisa do povo", como característica temos a liberdade, pluralidade política e igualdade entre a população.
Monarquia: é um sistema do qual sua características principal é o poder absoluto na mão de uma só pessoa, o monarca, este por sua vez quando vem a falecer transfere seu poder para seu filho mais próximo, sendo assim é inexistente a participação do povo.
2.3. Sistema de Governo
Presidencialismo: é um sistema de governo no qual existe a independência dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário). O representante político que exerce a chefia do Governo é o Presidente da República, sendo auxiliado pelos ministros. Ressalta-se que o Presidente possuí duas funções, chefe de Estado e chefe de Governo.
Parlamentarismo: neste sistema político o chefe de Estado exerce somente essa função, quem exerce o poder de chefe de Governo é o Primeiro Ministro, para ocupar este cargo o mesmo é indicado pelo Parlamento, os poderes são interligados existindo um sistema de cooperação.
2.4. Regime de Governo.
Autocracia: neste sistema de governo os governados não têm participação na tomada de decisões, sendo assim, somente uma pessoa exerce o governo.
Democracia: a democracia pode ser definida como o governo do povo, sendo assim, é mais que evidente que a principal diferença deste sistema com relação ao anterior é a participação da população no exercício do poder político.
3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO ESTADO BRASILEIRO NA ATUALIDADE.
A constituição brasileira de 1988 é clara quando a temática trata-se sobre a estrutura organizatória do Estado brasileiro, em seu primeiro artigo a mesma versa sobre esses componentes da seguinte maneira: "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de direito...". Observa-se então que não é garantido o direito de secessão, significa que os componentes da Federação não podem deixar este sistema.
Nota-se ainda que, sendo a forma federativa de Estado cláusula pétrea, conforme o art. 60, §4º, da CF, não é possível que emenda constitucional institua a possibilidade de secessão.
Pode ser encontrada a mais clara menção de sua organização político-administrativa no Art. 18. Onde o mesmo compreende como parte de sua organização a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sendo todos autônomos entre eles. A União não deve ser confundida com a junção dos entes federados, trata-se de uma ficção jurídica, cujo nome compreende a uma das entidades federativas.
Sobre este mesmo artigo vemos a menção da palavra autonomia, porém, essa autonomia não tem o mesmo sentido de soberania, tendo em mente que a autonomia ao qual se refere o artigo é sobre as capacidades inerentes de cada ente federado, sendo elas: 
Auto-organização: que se refere a capacidade de se auto-organizarem, produzindo suas próprias normas e observando o princípio da simetria.
 Autogoverno: diz respeito a capacidade dos entes federados de eleger seus próprios governantes. 
Auto-administração: podendo ser relacionada diretamente com  distribuição de competências tributárias e administrativas. 
Sobre a repartição de competências é possível evidenciar duas subdivisões, a competência horizontal e a competência vertical.
Competência horizontal: Consiste em uma enrijecida sistemática organizacional, visando estabelecer quais são as competências de cada Ente. Nota-se que na competência horizontal existe a enumeração de competências da União, reservando as competências dos Estados e Municípios, deste modo prevalece a autonomia dos Entes federativos, sendo o principal modelo de repartição de competências que predomina no Brasil.
Competência vertical: Nesta repartição de competência existe a possibilidade de Entes distintos legislarem sobre a mesma matéria, todavia, deve-se ressaltar a existência da predominância da União, esta por sua vez legisla sobre normas gerais (CF, art.24,§ ¹°,).Os Estados por sua vez atuam de maneira suplementar, legislando sobre assuntos pertinentes aos interesses de determinada localidade (CF, art. 24,§ ²°).
4. DAS CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERADOS.
4.1 Da União
A União representa uma pessoa jurídica de Direito Público interno, deste modo, ela representa Estado Federal Brasileiro em suas relações, segundo (Tavares,2015). Os bens pertencentes à União estão dispostos no artigo 20 da Constituição Federal. 
Art.20.
São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
4.2 Do Distrito Federal.
O Distrito Federal é um dos entes federativos, sendo dotadas de poderes para auto-organização, autogoverno, auto-administração e autolegislação no art. 32, da CF, faz clara menção sobre o funcionamento da divisão de competências do DF.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas às competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.    
Todavia, percebe-se que o Distrito Federal mesmo sendo dotado de autonomia, possuí algumas características distintas, exemplo disto é quando o art. 32 estabelece em seu caput que o DF é impossibilitado de dividir-se em municípios. Suas características evidentes continuam pelo corpo do mesmo artigo, no § 4.º, por exemplo, vemos mais uma vez uma distinção, quando se comparado aos outros entes, trata-se da lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das Polícias Civise Militares e do Corpo de Bombeiros Militar.
4.3 Dos Estados 
A auto-organização dos Estados é encontrada expressamente no caput do Art. 25, onde diz que os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. Em outras palavras, significa dizer que os Estados devem observar o princípio da simetria, ao modificar suas leis ou constituições,não sendo de sua responsabilidade modificar elementos já abordados pela CF, como exemplo, um Estado criar em sua constituição um artigo que lhe concede a permissão para se retirar da República Federativa do Brasil, esse ato vai contra as leis positivadas na Constituição, logo os Estados não possuem este poder.
4.4 Dos Municípios
Assim como a União os municípios possuem certas peculiaridades em seu sistema de organização, como por exemplo, neste ente federado inexiste o Poder Judiciário Municipal. Diferentemente dos Estados pode-se atribuir como outra característica marcante deste ente federado o modo pelo o qual é regido, de acordo com o art. 29, caput, CF/88, onde discorre da seguinte maneira: 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos.
Nota-se que é estabelecida pela Constituição Federal de 1988 uma série de limitações matérias ao longo do art. 29,  visando determinar o modo da estruturação organizacional dos municípios, podendo ser evidenciado explicitamente ao longo de todos os incisos, como exemplo, temos os incisos I, II, III.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; 
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição
No que tange ao modo de separação de competências a CF, contempla respectivamente em seu art. 30 e 31, a separação de competências e a fiscalização. 
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;  
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
5. DA TRIPARTIÇÃO DOS PODERES.
A Magna Carta brasileira estabelece no art. 2º os poderes da União, sendo o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, além disto, ressalta-se que a mesma atribuí a eles o caráter de independência e harmônia entre si.
Ter independência implica dizer que além de suas funções predominantes esses poderes são encarregados de outras obrigações, essas por consequência são divididas em duas, função típica e função atípica, no que tange a primeira, é constatada por meio de sua empregabilidade tradicionalmente definida, já a função atípica trata-se de uma função secundaria inerente ao funcionamento de maneira independente.
5.1 Poder Legislativo
 Função típica: a principal função do poder legislativo é elaborar normas jurídicas, ou seja, legislar, além disto, é inerente ao mesmo  a fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Poder executivo.
Função atípica: como função atípica esse poder conta com a capacidade de natureza executiva e de natureza jurisdicional. Sua função executiva pode ser notada quando o mesmo dispõe sobre sua própria organização, promovendo cargos, concedendo férias licenças a servidores e etc. Já no que se refere a sua capacidade jurisdicional, podemos atribuir como exemplo, quando o Senado julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade. ( Art. 52, I,)
5.2 Poder executivo
 Função típica: o poder executivo é exercido pelo Presidente da República, cabe ao poder executivo exercer no âmbito interno a função de chefe de Estado, externamente o mesmo é responsável por representar a soberania do País, sendo este chefe de Governo.
Função atípica:  são funções atípicas do poder executivo sua capacidade legislativa, sendo ela exercida ,por exemplo, quando o Presidente da República adota uma medida provisória, com força de lei ( art.62,CF). Outra função que lhe possibilita ser independente, é a função jurisdicional, exemplificando, o Poder Executivo exerce essa função quando julga seus agentes por irregularidades cometidas no exercício do cargo.
5.3 Poder judiciário
Função típica: este poder quando acionado é responsável pela resolução da lide, tanto na esfera estadual quanto na esfera federal, ou seja, é ele quem diz o direito, seguindo de modo sistemático as leis positivadas nas codificações.
Função atípica: temos a função legislativa, encontrada no art. 96, I ,"a", quando os tribunais estabelecem o seu regimento interno. Outra função atípica trata-se da natureza executiva, notada no art. 96, I, ("f").
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Em virtude dos fatos mencionados, observa-se, que a Constituição Federal de 1988 é estruturada em seus mínimos detalhes desde sua divisão de competências que estabelece as funções dos entes federados, até a sua separação de poderes, essa sistemática organizacional corrobora com a legitimidade do Estado Democrático de Direito, cujo objetivo é assegurar as garantias constitucionais dos cidadãos, deste modo vemos que a nossa Constituição Federal, além de tornar o corpo social componente do Estado lhe concede participação ativa, tornando o Estado não somente um sistema rígido e estruturado, mas sim um Estado cujo teor de humanização é predominante.
7. REFERÊNCIAS
GUIMARÃES, Ulysses. Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília: Diário oficial da União, 1988.
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 13. ed. rev. eatual. São Paulo: Saraiva.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 35. ed. rev.  e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 129-139.
MORAIS, Alexandre. Direito Constitucional. 13ª Ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2003.

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