Buscar

Apostila Mecanização 2008

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL
 
 
APOSTILA DE MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA
Prof. Dr. Mauricio Javier De León
AREIA-PB
2008
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA
1 - HISTÓRIA DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA
Os primeiros registros de atividades relacionadas a mecanização datam do ano 3000 a. C. na Mesopotâmia onde se verifica uma mudança na utilização de ferramentas manuais que passam a ser substituídas por ferramentas de tração animal, esta transição permaneceu praticamente inalterada ate os inícios da Era Moderna.
Na Europa, no norte da Espanha aparecem as semeadoras sendo estas consideradas as primeiras máquinas agrícolas no final do século XVI.
A invenção do motor à vapor desenvolvido por Watt e da locomotiva à vapor concebida por Stevenson na Inglaterra no final do século XVIII marcam o pontapé inicial da mecanização em todas as tarefas realizadas pelo homem. Em 1771, o francês Cugnot idealizou um veículo à vapor de três rodas que foi empregado em operações bélicas pela artilharia francesa. Pratt na Inglaterra por volta do ano de 1810, produziu o primeiro arado alternativo de arrasto através de cabos tracionados por duas máquinas à vapor situadas nas extremidades de um campo de cultivo, este sistema foi depois aperfeiçoado pelo inglês John Fowler e pelo alemão Max Eyth no ano de 1850 (Figura 1).
Em 1834, McCormick nos Estados Unidos obteve uma patente de uma máquina segadora tracionada por cavalos.
Em 1844 foi construída a fabrica de debulhadoras Case em Racine Wisconsin, Estados Unidos.
Na Espanha no ano de 1863, G. Fernandez de la Rosa e os irmãos Guerrero, de Jerez de la Frontera, introduziram as primeiras maquinas agrícolas (segadoras e debulhadoras à vapor) e redigiram uma série de memórias técnicas sobre os ensaios realizados.
A invenção dos motores de combustão interna pelos alemães: Otto e Diesel, nos anos 1876 e 1892 respectivamente, cria as base para o desenvolvimento do trator tal e como é conhecido hoje em dia. No ano de 1889 existia já nos Estados Unidos no mínimo uma empresa que fabricava tratores com motor de combustão interna. O maior avanço no desenvolvimento dos tratores foi realizado por Ford com o seu modelo Fordson, em 1916, fabricado em série, e cuja importação em massa proporcionou a Inglaterra conseguir fazer frente às dificuldades na produção agrícola durante a primeira guerra mundial.
No ano de 1880 foi introduzida a colhedora na Califórnia e posteriormente na Austrália e na Argentina, sendo esta tracionada por cavalos e acionada através de uma roda motriz. Na América do Sul foi de apelidada de máquina combinada, derivando de este fato o nome em inglês “combine”. Durante a primeira guerra mundial foi generalizado nos Estados Unidos o uso da colhedora de arrasto acionada através do motor à gasolina. A colhedora autopropelida teve que esperar até o ano de 1938 para ser introduzida comercialmente.
O avanço conseguido na mecanização agrícola, principalmente depois da segunda guerra mundial, tem sido espetacular, praticamente 80% dos trabalhos agrícolas são realizados através de aparelhamentos mecânicos, nos paises mais avançados.
Durante os últimos vinte anos os fabricantes têm desenvolvido equipamentos, cada vez mais sofisticados, aonde os componentes eletrônicos vêm substituindo cada vez mais os sistemas mecânicos no controle das variáveis de trabalho. De igual forma os componentes hidrostáticos estão cada vez mais presentes, já que o acionamento de estes em relação aos de acionamento mecânica é mais eficiente.
Por outro lado a segurança e a ergonomia no acionamento das máquinas agrícolas adquirem um papel relevante no design, sem duvida imposto pelos contínuos acidentes que ano após ano vem acontecendo entre os agricultores.
Por ultimo, após o inicio da crise energética, os fabricantes esforçam-se em desenvolver equipamentos com uma maior eficiência na utilização de energia, fundamentalmente de origem fóssil.
2 - PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE NOVAS MÁQUINAS
No passado o emprego de ferramentas rudimentares na agricultura permitiam a um operador agrícola produzir alimentos e fibras para ele mesmo e no mo máximo para outras 2 ou 3 pessoas. Na atualidade nos paises da União Européia por exemplo podem ser produzidas quantidades de alimentos e fibras de tecido suficientes para suprir as necessidades do operador e para pelo menos outras 10 ou 15 pessoas.
A mecanização Agrícola tem sido possível graças ao avanço paralelo das ciências biológicas. O melhoramento vegetal fez possível a introdução de novas variedades com melhor aptidão para a manipulação por meios mecânicos. As áreas de dimensionamento e adequação de máquinas agrícolas promovem um maior desafio da capacidade do Engenheiro Agrônomo que em qualquer outro ramo de atividade. O Agrônomo dedicado ao estudo da mecanização agrícola deve entre outras coisas conhecer os fatores biológicos que fazem parte na implantação das culturas, solucionar problemas de ordem ambiental (dificuldades na implantação), de ordem humana (falta de vontade para as mudanças ou necessidade de capacitação) e de tipo econômico (falta de recursos).
Algumas das atividades dentro da Engenharia Rural no referente ao desenvolvimento da mecanização Agrícola são:
1. Desenvolvimento de novos protótipos de máquinas
2. Melhora das maquinas existentes ou aplicação de modificações no desenho das mesmas visando à redução nos custos de produção.
3. Ensaios de máquinas agrícolas comparativos.
4. Pesquisa aplicada ou de desenvolvimento, geralmente ligada à aplicação para máquinas que trabalham no campo.
5. Pesquisa básica, fontes de energia (operações de preparo do solo, rodados dos veículos, propriedades físicas dos produtos agrícolas, transmissão de calor, etc.)
3 - MECANIZAÇÃO RACIONAL
Mecanizar, racionalmente, as operações agrícolas constituem o objetivo básico do estudo da Mecanização Agrícola. Entende-se por mecanização racional o emprego de um conjunto ou sistema de máquinas, inclusive as de tração animal e as ferramentas operadas manualmente, de forma técnica e economicamente organizada, na execução das tarefas exigidas pela produção agrícola, visando obter o máximo de rendimento útil com um mínimo de dispêndio de energia, tempo e dinheiro.
“É um sistema de organização econômica que deve provocar o acréscimo do bem-estar social pelo abaixamento dos preços, pelo aumento da quantidade e pelo melhoramento da qualidade dos produtos”. “É racional o sistema de organização que, em determinadas condições de ambiente, meios e pessoas, atinge mais facilmente e, portanto, mais economicamente, os objetivos a que se aplica”. “Saber agir de modo eficiente”.
A finalidade principal das máquinas, implementos e ferramentas, nas atividades agropecuárias, são perfeitamente definidos: “executar operações agrícolas”. É fácil, portanto, concluir que o correto emprego da maquinaria agrícola associa-se, intimamente, à racionalização do trabalho de produção agropecuária. É praticamente impossível fazer mecanização racional quando o trabalho de produção agrícola se acha desorganizado, realizado mesmo, sem qualquer planejamento prévio.
4 - CONCEITUAÇÕES SOBRE OPERAÇÕES AGRÍCOLAS
O trabalho de produção agrícola, em sua maior parte, é realizado por etapas cronologicamente distintas, uma vez que está sujeito à periodicidade, tanto das condições climáticas como das fases de desenvolvimento e produção das plantas e dos animais domésticos. Essas etapas do trabalho de produção agrícola, que ocorrem numa seqüência ordenada, desde a instalação das culturas até à entrega dos produtos no mercado consumidor, recebem o nome de operações agrícolas. A terminologia da ABNT define operação agrícola como “toda atividade direta e permanentemente relacionada com a execução do trabalho de produção agropecuária”.
Entre os elementos essenciais à obtenção de um produto agrícola, tais como solo, clima, variedades selecionadas, fertilizantes, defensivos, etc., destacam-se como de fundamental importância os meios disponíveispara realizar as operações agrícolas. Na verdade, o adequado suprimento de produtos, em termos economicamente justificáveis, aos crescentes mercados consumidores — objetivo básico de uma Agricultura desenvolvimentista — jamais poderá ser atingido na ausência de meios eficientes para execução das operações agrícolas.
Destacam-se, entre esses meios, as máquinas, os implementos e as ferramentas agrícolas. Desde a simples modificação da superfície do solo, visando reduzir a velocidade de escoamento das águas pluviais e controlar a erosão, até os complexos processos de beneficiamento dos produtos colhidos, são as MÁQUINAS, os IMPLEMENTOS e as FERRAMENTAS, de presença indispensável.
A produção agrícola, desde a instalação das culturas até à obtenção dos produtos em condições de serem comercializados, envolverá sempre a execução das seguintes operações:
• preparo do solo, inicial e/ou periódico;
• semeadura, plantio e transplante;
• aplicação de fertilizantes e de corretivos;
• cultivo e irrigação;
• aplicação de defensivos;
• colheita, carregamento e transportes;
• secagem e beneficiamento;
• armazenamento e conservação.
A execução de cada uma dessas operações, também comumente denominadas PRÁTICAS Agrícolas, exige uma metodologia especial de trabalho.
Por essa razão, no estudo das maquinas e implementos, geralmente, procura-se agrupá-las de acordo com o tipo de operação a que se destinam.
As operações agrícolas são constituídas de uma série de eventos que se desencadeiam, a partir de uma condição INICIAL, para atingir uma condição FINAL desejada. Quando uma parcela significativa desses eventos resulta de uma ação mecânica, dizemos que a operação é MECANIZADA. De outro lado, quando tais eventos provêm de uma ação manual, a operação é denominada MANUAL. Por exemplo, a operação cuja condição inicial é “espigas de milho presas ao colmo”, e, condição final, “grãos de milho ensacados”, será mecânica quando efetuada por uma colhedora espigadora debulhadora, e, manual, na ausência dessa máquina.
Atualmente, a maioria das operações agrícolas pode ser considerada como mecanizadas, embora comportem sempre uma ação manual, associada ao controle ou manejo da máquina utilizada. Essa ação manual constitui, na maioria dos casos de máquinas agrícolas, uma reação de realimentação dos controles (feedback), procurando fazer com que o efeito resultante da ação mecânica seja o mais próximo possível ou se mantenha dentro de limites preestabelecidos, da condição final desejada.
Assim, a função do operador ou tratorista é comparar duas impressões e manejar a máquina, de maneira que se reduza a diferença ou ERRO entre ambas.
5 - MÁQUINAS, IMPLEMENTOS E FERRAMENTAS
Do ponto de vista da Mecanização Agrícola, cujo objetivo é o emprego racional de maquinaria agrícola, máquinas, implementos e ferramentas são apenas entes mecânicos executores de operações. Ela não se preocupa com os materiais empregados na construção, a forma e disposição dos órgãos ativos, as forças que neles atuam etc., mas tão somente com a capacidade de trabalho, em seus aspectos quali-quantitativos, os tempos e os custos envolvidos.
Entre as razões que determinam o aparecimento de diferentes tipos, marcas e modelos de máquinas agrícolas podem ser enumeradas as seguintes:
• determinadas operações, então executadas com ferramentas manuais ou implementos de tração animal, passam a tornar-se anti-econômicas ou fator limitante na expansão das áreas cultivadas;
• quando ocorre escassez ou elevação do custo da mão-de-obra disponível para execução em larga escala de determinadas operações;
• os métodos convencionais de exploração agropecuária começam a ser substituídos por outros, mais avançados e, portanto, mais exigentes em operações;
• concorrência entre fabricantes de máquinas, que passem a desenvolver novos modelos, mais eficientes em termos qualitativos e econômicos,
As razões acima apontadas têm como denominador comum “a necessidade de ser realizada adequadamente uma operação”.
As regulagens, ao contrário, são realizadas em função das condições de trabalho, pelo próprio operador ou tratorista. Dentro dos limites de características da operação para a qual foi projetada a máquina, seu desempenho operacional depende, em grande parte, das regulagens que nela se efetuam. As regulagens estão diretamente associadas à qualidade do trabalho executado; suas especificações e maneira de execução devem constar dos manuais de instrução que acompanham a máquina no ato da aquisição. De maneira geral, quanto maior for o número e a amplitude das regulagens de uma máquina agrícola, maior sua versatilidade, isto é, sua capacidade em se adaptar às mais diversas condições operacionais. É por essa razão que as máquinas destinadas à experimentação apresentam um número de regulagens muito maior que aquelas normalmente encontradas nos modelos convencionais, de produção em série.
A versatilidade, todavia, tem um preço relativamente alto, pois exige operadores capacitados, que possam bem explorar os recursos de regulagens oferecidos. Máquina menos versátil, mais especifica, com menor número de regulagens, evidentemente, serão menos suscetíveis a falhas cometidas por operadores. Por conseguinte, a escolha da máquina ideal resulta sempre num compromisso entre versatilidade e simplicidade de manejo.
6 - ESTUDO DAS MÁQUINAS AGRÍCOLAS
Do ponto de vista didático, as máquinas agrícolas podem ser estudadas sob os seguintes aspectos:
• Estudo orgânico ou descritivo;
• Estudo dinâmico;
• Estudo agrícola ou operacional;
• Estudo econômico.
O ESTUDO ORGÂNICO envolve uma análise detalhada das partes constituintes (nomenclatura, forma, dimensões, material de construção etc.), suas respectivas funções e a descrição do princípio de funcionamento da máquina. O ESTUDO ORGÂNICO é feito através de práticas de desmontagem e montagem, de desenho das partes constituintes e de levantamento das características dimensionais e ponderais da máquina.
O ESTUDO DINÂMICO constitui, em sua essência, a aplicação dos princípios e leis da Mecânica às máquinas agrícolas. Através do ESTUDO DINÂMICO, o funcionamento das máquinas é explicado à luz dos conceitos fundamentais da estática, cinemática e dinâmica. Esse estudo poderá ser conduzido sob dois aspectos: teórico e experimental. Para o estudo teórico é feita uma série de abstrações e aplicados os métodos de estudo da Mecânica Racional. O estudo experimental geralmente abrange aspectos relacionados com a mensuração e a análise das forças envolvidas, a resistência dos materiais, a mecânica dos fluidos, etc.
O ESTUDO AGRÍCOLA ou OPERACIONAL é feito considerando a máquina como ente executor de uma operação agrícola, isto é, a máquina é analisada do ponto de vista do trabalho que executa e não dos quantitativos, o ESTUDO AGRICOLA preocupa-se em definir, a partir de considerações teóricas, de abstrações e de experimentação, parâmetros de desempenho operacional. Por outro lado, é através do ESTUDO Agrícola que se procura racionalizar o emprego das máquinas, planejando suas ações e controlando o trabalho por elas executado.
O ESTUDO ECONOMICO abrange a apropriação e análise dos custos envolvidos no trabalho da maquinaria agrícola. Um aspecto importante a ser considerado no Estudo Econômico das máquinas agrícolas é aquele relacionado com a economia de tempos e movimentos, de significativa influência sobre o custo do trabalho mecanizado.
UNIDADE II
ANÁLISE OPERACIONAL
1 - INTRODUÇÃO
A racionalização da mecanização de empreendimentos agrícolas é um processo que se desenvolve a partir das respostas dadas às seguintes perguntas:
• Que fazer?
• Como fazer?
• Quando fazer?
• Com que fazer?
Inicialmente, é necessário saber o que fazer, isto é, caracterizar as operações agrícolas a serem realizadas e a maneira de executá-las. A seguir, estabelece-se quando elas devem ser feitas, isto é, ordená-las cronologicamente em função das condições climáticas e das fases de desenvolvimento das plantas.
E com base nessas informações que se procura responder à últimapergunta: “Com que fazer?” Trata-se da escolha de máquinas, implementos e ferramentas que executem, da melhor maneira e no tempo estabelecido, as operações agrícolas programadas.
A definição das operações requeridas para obtenção de um produto agrícola e sua ordenação cronológica constituem um dos principais objetivos da análise operacional.
Ela fundamenta-se no fato de que qualquer trabalho de produção agrícola é caracterizado por:
a) ser realizado em etapas;
b) essas etapas se distinguirem cronologicamente
c) ser feito em função da periodicidade das condições climáticas e das fases de desenvolvimento de plantas e animais.
Com base nessas características, a análise operacional procura desenvolver técnicas de previsão, planejamento, controle, coordenação etc., das atividades, visando obter o máximo de rendimento útil de todos os recursos disponíveis, com o mínimo de dispêndio.
2 - ESTUDO DAS OPERAÇÕES AGRÍCOLAS
Uma operação agrícola constitui toda e qualquer atividade direta e permanentemente vinculada ao trabalho de produção agropecuária, e seu estudo, através da análise operacional, é importante não só para a Mecanização como também para a Mecânica Agrícola.
Do ponto de vista da Mecanização Agrícola, o estudo das operações permite a eleição de critérios racionais de escolha e manejo das máquinas, implementos e ferramentas que irão executá-las. Para a Mecânica Agrícola, evidenciam importantes aspectos para o projeto, desenvolvimento e aprimoramento de órgãos ativos, de mecanismos, de implementos etc.
O estudo completo de uma operação agrícola envolve considerações sobre:
a) aspectos técnicos;
b) tempos consumidos;
c) custos envolvidos em sua execução.
Consideremos, por exemplo, a operação de aplicação de defensivos numa cultura sob seus três ângulos de enfoque:
• ASPECTOS TÉCNICOS: envolve considerações sobre dosagem a ser empregada, local e tipo de aplicação, máquinas a serem usadas etc.;
• TEMPO CONSUMIDO: abrange as datas prováveis de início e término da execução da operação, a capacidade e eficiência de campo das máquinas utilizadas etc.;
• CUSTO DA OPERAÇÃO: envolvem a avaliação do custo-hora e do desempenho econômico da maquinaria empregada, as despesas com defensivos etc.
3 - FLUXOGRAMAS
Fluxograma é uma técnica de análise operacional que emprega diagramas para indicar a direção de fluxo de materiais ou os caminhos seguidos numa seqüência de operações.
Os fluxogramas são utilizados, principalmente, nas seguintes situações:
a) Levantamento de métodos, condições ou situações existentes;
b) Planejamento de atividades ou operações a realizar;
c) Programação de modificações a introduzir num método de trabalho.
A elaboração de um fluxograma envolve os seguintes passos.
1) Execução de um diagrama de blocos, onde são caracterizadas as etapas a percorrer na realização da operação analisada;
2) Preparo do fluxograma, onde as etapas são relacionadas de forma ordenada, segundo direções preestabelecidas,
3) Elaboração do mapa de/para, focalizando os aspectos quantitativos do diagrama de fluxo, ampliando o alcance do fluxograma.
Figura 2. Fluxograma do planejamento de operações para implantação de Mecanização Agrícola.
4 - ÉPOCAS DE UTILIZACÃO DE CONJUNTOS MECANIZADOS.
Em qualquer atividade agrícola, um aspecto, por mais cuidadoso que seja um agricultor, ele não pode controlar: o clima. E todas as etapas de um processo de produção dependem dessa variável, associado com características de solo e da espécie ou variedade cultivada.
Torna-se, assim, um problema que deve, pelo menos, ser parcialmente equacionado aplicando-se uma simples estimativa em relação ao tempo disponível, ao longo do processo de produção para efetuar as diversas operações agrícolas.
Tome-se um exemplo hipotético a semeadura de soja dentro de um sistema de plantio convencional, enumerando primeiro as operações necessárias desde o inicio até o fim do ciclo de produção, a seguir:
Calagem ( preparo primário ( preparo secundário (semeadura ( tratamentos culturais ( colheita ( transporte de grãos ( processamento ( armazenamento.
Logo depois serão determinadas as áreas dentro da propriedade que serão utilizadas para o cultivo e conseqüentemente se procede ao mapeamento (Figura 3) e a elaboração das fichas de cada setor, incluindo nelas os acidentes geográficos, a área total, a área útil o tipo de obras estruturais contidas dentro da mesma assim como o tipo de solo e o histórico tanto de produtividade, como dos insumos aplicados e das operações agrícolas realizadas na área em questão (Figura 4).
Figura 3. Croqui da área para planejamento 
Figura 4. Operações agrícolas, lavouras e áreas a serem utilizadas.
Definido o processo de produção, seja convencional, cultivo mínimo ou plantio direto, de início, devem-se estabelecer as etapas a serem seguidas e colocá-las em um Gráfico de Gantt, denominando-o de previsão de operações a executar (Figura 5). 
A Figura 5 mostra um tempo previsto, com base no calendário. Ainda, nestes meses existem sábados, domingos, feriados e dias chuvosos, quando não se trabalha com máquinas no campo. Deve-se, assim, determinar o número de dias efetivamente possíveis de serem trabalhados, que serão menores do que os do calendário.
Figura 5. Rotina Operacional (Gráfico de GANTT)
Para tanto, o primeiro passo é conhecer, para uma determinada região e tipo de solo, quais são os chamados dias agronomicamente secos, ou seja, aqueles dias em que é possível efetuar operações mecanizadas no terreno, sem problemas de excesso de umidade (Tabela 1).
Os números nas colunas, da tabela 1, fornecem a estimativa para esta condição, em cada mês do ano, ou seja, número de dias mensais em que a umidade do solo deverá ou não oferecer limitações para a utilização de máquinas agrícolas.
Portanto é um erro muito grande, com conseqüências sérias se, ao planejar-se um processo de produção, com suas inúmeras etapas, levando-se em conta apenas os dias de calendário (descontando-se apenas feriados, finais de semana e não considerando os possíveis dias em que não haverá condições para operações mecanizadas).
Tabela 1. Exemplo fictício de dias chuvosos e dias úmidos para uma propriedade.
Cabe mencionar, que, dependendo da região, do tipo de solo e da estimativa de dias agronomicamente secos, são bastante variáveis os dias disponíveis para operações mecanizadas.
Mialhe (1974) propõe um meio para efetuar uma estimativa mais razoável do tempo disponível ao longo do ano, levando-se em conta as variáveis acima citadas. Um exemplo é mostrado na Tabela 2.
Observa-se, pela última coluna da Tabela 2, a variação significativa de horas disponíveis, em períodos correspondentes, para realizar as operações seqüenciais de uma dada cultura e que, ao não se fazer esta determinação, ocorreria situação que, certamente, comprometeria a implantação da cultura em prazos adequados, conforme recomendação agronômica.
Tabela 2. Exemplo de determinação de estimativa de tempo disponível para efetuar operações mecanizadas em uma dada propriedade.. H= jornada diária; N= número de dias previstos para a operação, NDF= no. de domingos e feriados, NDU= no.de dias úteis; NDS= no. de dias secos (conforme Tabela 1); NDUM= no. de dias úmidos, DP= dias disponíveis, HD= total de horas disponíveis.
	Operações
	H
	N
	NDF
	NDU
	NDS
	%
	%
	NDUM
	NDF+NDUM
	DP
	HD
	
	(horas)
	(dias calendário)
	(dias)
	(dias úteis)
B-C
	(dias secos)
	(dias secos) (E/B)xl00
	(dias úmidos) 100-F
	(dias) GxD/100
	(dias)
C+H
	(dias) 
B I
	(horas) (JxA)
	
	(A)
	(B)
	(C)
	(D)
	(E)
	(F)
	(G)
	(H)
	(I)
	(J)
	(K)
	Aração
	10
	46
	7
	39
	29
	63
	37
	14
	21
	25
	246
	Calcário
	10
	46
	7
	39
	29
	63
	37
	14
	21
	25
	246
	Gradeação
	10
	46
	7
	39
	46
	100
	0
	0
	7
	39
	390
	Sulcação
	10
	46
	8
	38
	46
	100
	0
	0
	8
	38
	380
	Plantio
	10
	46
	8
	38
	46
	100
	0
	0
	8
	38
	380
	Herbicida
	10
	46
	8
	38
	46
	100
	0
	0
	8
	38
	380
Ainda, segundo Mialhe (1974), é necessário fazer uma estimativa do Ritmo Operacional, ou seja, a intensidade do trabalho de execução de cada operaçãoprogramada, conforme mostrado na Tabela 3.
A última coluna da Tabela 3 indica o quanto, em cada operação programada, deverá ser cumprido para que no período calendário estimado, o trabalho ocorra adequadamente, em termos de tempo.
Tabela 3. Determinação do ritmo operacional estimado para as operações.
Cabe chamar a atenção que, no exemplo apresentado ocorrem mais de uma operação simultâneas, o que significa dizer que, nestes casos há necessidade de mais de uma fonte de potência; disponível.
Por fim, tendo-se a necessidade de hectares por hora a ser trabalhado em cada operação, busca-se selecionar o conjunto mecanizado que atenda esse ritmo operacional estimado.
5 – OBTENÇÃO DO Ritmo Operacional (RO)
 
Tempo Disponível (Td)
Td=[N-(Ndf +Nu)]×J
Onde:
Td = tempo disponível (h)
N = número total de dias do período
Ndf= número de domingos e feriados no período
Nu = número de dias indisponíveis por umidade
J = número de horas da jornada de trabalho (h)
Como obter Nu?
- Série de dados meteorológicos e conhecimento do solo e região;
- Schlosser (1998)
Soja Nu = Ndc x 1,2 
Arroz irrigado Nu = Ndc x 1,45
Ndc = número de dias de chuva
Nu = Ndc + (Pc x Dp)
Figura 6. Planilha para o cálculo do RITMO OPERACIONAL
Figura 8. Gráfico do ritmo operacional das diversas operações agrícolas na propriedade explorada (ha/dia)
Figura 9. Gráfico do ritmo operacional das diversas operações agrícolas na propriedade explorada (ha/h)
Figura 10. Gráfico do ritmo operacional (ha/dia) por período do ano (meses).
Figura 11. Gráfico do ritmo operacional (ha/h) por período do ano (meses).
UNIDADE III
ESTUDOS DE MOVIMENTOS E DE TEMPOS
1 - INTRODUÇÃO
Os movimentos e os tempos constituem elementos básicos para quantificação do trabalho desenvolvido pela maquinaria agrícola. Por essa razão, esse assunto merece especial atenção em Mecanização Agrícola.
O estudo de movimentos e de tempos é definido como:
“O estudo sistemático dos processos de trabalho com os seguintes objetivos”:
1) Desenvolver o método adequado, usualmente aquele de menor custo;
2) Padronizar esse método;
3) Determinar o tempo gasto na execução de uma tarefa especifica ou operação,
4) Orientar o treinamento dos operários, no método preferido.
Distinguem-se, assim, duas partes importantes no estudo de movimentos e de tempos:
• Estudo de movimentos, que envolve a análise dos métodos de trabalho;
• Estudo de tempos, abrangendo o dos tempos-padrões e o dos tempos máquinas.
2 - ANÁLISE DE MÉTODOS
Num sentido mais amplo, todo empreendimento agropecuário se preocupa com a criação de bens de consumo, através de um processo de produção que utiliza homens, máquinas e materiais. O estudo desse processo deve visualizar cada operação agrícola de per si, mas sempre as considerando como elementos integrantes de um processo global de produção. Por exemplo, um estudo para determinar qual o melhor método de aração (análise de operação), será prejudicado se as glebas ou campos de trabalho da fazenda não forem demarcados segundo critérios racionais; o melhor método a adotar no terraceamento, visando à conservação do solo, não poderá ser obtido sem levar em conta as condições de traficabilidade de colhedoras; a seleção de um método de irrigação não poderá ignorar sua relação com os métodos de preparo do solo, de cultivo e aplicação de defensivos etc. Para isso, a análise de métodos deve utilizar o procedimento denominado Sistema Geral de Solução de Problemas, composto das etapas seguintes:
a) Definição do problema. Formulação do problema, de acordo com o critério abaixo:
• Separar o problema do todo, individualizando-o;
• Descrevê-lo, claramente, sem fazer qualquer consideração sobre “como está sendo” ou “como poderia ser” resolvido;
• Verificar se o problema, realmente, merece consideração;
• Se merecer, levantar dados sobre a magnitude de sua importância;
• Fazer uma previsão de tempo, para encontrar uma solução.
b) Análise do problema. Obtenção de dados e determinação das especificações e restrições, de acordo como o seguinte critério:
• Verificar as especificações técnicas e econômicas a serem satisfeitas;
• Verificar as restrições impostas pelos vários fatores vinculados ao problema;
• Descrever como estão sendo superadas as dificuldades que dão origem ao problema;
• Examinar os problemas secundários gerados pelas tentativas atuais de superar as dificuldades.
c) Pesquisas para possíveis soluções. Desenvolver estudos visando encontrar soluções, a partir do seguinte critério:
• Investigar a causa básica e verificar se é possível removê-la, eliminando completamente o problema;
• Investigar causas secundárias, que talvez permitam a eliminação de uma parte do problema;
• Explorar as várias maneiras que poderão conduzir a uma solução do problema.
d) Avaliação de alternativas. Determinar qual a solução preferível, considerando as alternativas abaixo:
• Método que forneça o menor custo e exija o menor capital;
• Método que forneça a melhor qualidade ou a menor perda;
• Método que permita a maior produção;
• Método que satisfaça melhor às especificações técnicas e econômicas preestabelecidas.
e) Recomendação para ação. Desde que nem sempre quem resolveu o problema é quem irá aplicá-lo na prática, ou dar a aprovação final para sua execução, torna-se necessário relatar a solução de forma adequada. Esse relato poderá ser oral ou escrito, e, neste último caso, deverá satisfazer aos seguintes requisitos:
• Ser feito de maneira lógica e direta;
• Incluir gráficos, diagramas, fotografias etc.;
• Ser facilmente acompanhado e entendido;
• Indicar a fonte de todas as informações;
• Especificar qualquer suposição claramente como tal.
3 - ATIVIDADES HOMEM-MÁQUINA
Apesar de o fluxograma e de vários outros tipos de esquemas ilustrarem as diversas etapas de um processo operacional, freqüentemente é desejável o estudo particularizado do processo, principalmente dos pontos que envolvem relações entre operadores e máquinas. Geralmente, o estudo de tais relações é feito em função de uma escala de tempos, dando origem ao denominado gráfico de atividade ou gráfico homem-máquina.
Em Mecanização Agrícola, as principais atividades que envolvem relações homem-máquina são:
• acoplamento e desacoplamento de máquinas e implementos às fontes de potência (tratores e animais domésticos);
• Abastecimento de combustível em tratores e motores ou de sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas,
• Lubrificação de maquinas e implementos
• Regulagens de maquinas e implementos,
• Alimentação de mecanismos semi-automáticos
• Manejo de máquinas no campo
4 - MÉTODOS DE PERCURSO NO CAMPO
Para serem executadas, inúmeras operações agrícolas exigem deslocamentos de forma ordenada das máquinas nas glebas, sobre toda a extensão da superfície do terreno. É o caso de máquinas de preparo do solo, de plantio, de cultivo, de aplicação de defensivos e de colheita. O estudo da distribuição dos percursos seguidos por essas máquinas nos campos de cultura, visando à economia de movimentos e de tempos, é de grande valia num programa de mecanização.
Os campos de culturas, embora se apresentem com os mais variáveis formatos, poderão ser enquadrados num dos seguintes modelos geométricos básicos: retângulo, quadrado, trapézio, triângulo e faixas sinuosas (Figura 12). Além do modelo geométrico, outro fator a ser considerado no estudo da distribuição de percursos é a declividade do terreno. O sentido de tráfego de máquinas, bem como o alinhamento das culturas em fileiras, será aquele em nível, isto é, seguindo uma direção perpendicular à linha de declividade máxima.
Entre as operações agrícolas envolvidas na instalação e condução de uma cultura, a de preparo periódico do solo é a de maior significância com relação a métodos de distribuição de percursos no campo.
Figura 12. Modelos Geométricos de campos de cultura
4.1 - Exemplos de percursos para parcelas regulares
a) Fluxo contínuo com manobras na cabeceira no final de cada linha
• Requer uso de arado reversível
• O único tempoperdido é o da manobra na cabeceira.
b) Fechando a parcela – canto arredondado (circuito)
· Há tempo perdido para arremates dos cantos (que ficam parcialmente trabalhados)
c) Fechando a parcela - manobras na diagonal (circuito)
• a largura das faixas diagonais deve permitir o giro de 90º do trator
• há tempo perdido para trabalhar a área central e o “X” (diagonais na parcela)
d) Abrindo a parcela - giro de 270º (circuito)
• as manobras são feitas em terreno não trabalhado
• há tempo perdido nas manobras
e)
De fora para dentro 
• há geração de ruas mortas e sulcos
• há tempo perdido para trabalhar as cabeceiras e as ruas mortas
f) De dentro para fora 
• há geração de ruas mortas e sulcos
• há tempo perdido para trabalhar as cabeceiras e as ruas mortas.
g) Alternado 
• Utilizado em cultivos de fileiras
• Proporciona giros mais fáceis devido as passadas não serem adjacentes.
• Modificação do fluxo contínuo
• Giros de 180 (.
4.1.1 - Percursos padrão das operações nas parcelas (talhões)
Incrementos substanciais na capacidade de campo podem ser realizados através da análise e da variação no percurso das parcelas objeto de operações agrícolas. O percurso da operação na parcela está extremamente relacionado com o tamanho e o desenho do campo, mas algumas considerações referentes ao percurso poderão ser implementadas independentemente das configurações da parcela.
O objetivo principal no estabelecimento de um percurso eficiente da parcela é minimizar a quantidade de deslocamentos das máquinas. O número de giros improdutivos, a distância percorrida num giro e a quantidade excessiva de deslocamentos das máquinas dentro das áreas de cultivo, são todas manobras desnecessárias que empregam tempo e energia valiosos e deverão ser eliminadas sempre que possível.
Objetivos outros como a redução do tempo podem variar a escolha do percurso das operações nas parcelas, especialmente em áreas sujeitas a inundações, mas também podem acontecer em outras áreas. Um padrão específico para operações de aração pode ocasionar o surgimento de áreas em nível para eliminação do excesso de água.
O excesso de trafego de máquinas sob uma área em particular dentro de um talhão, geralmente nas beiradas do campo podem ocasionar compactação em alguns tipos de solo. Sob certas circunstancias, formatos eficientes para operações de plantio devem ser sacrificados em função do aumento da eficiência das operações de colheita.
Medidas preventivas referentes a conservação dos solos são provavelmente as de maior importância no que diz respeito as mudanças do percurso padrão das operações nas parcelas em função da eficiência e do tempo não entanto os benefícios econômicos da conservação dos solos não estão assegurados e a decisão que poderia apontar para um balanço ótimo entre o tempo de conservação e a conservação do solo pode ser incerta.
4.1.2 - Formatos das áreas de cultivo
A capacidade de campo das áreas com formato irregular é significativamente menor que para as áreas com formato retangular, devido principalmente ao tempo excessivo para realizar as manobras de giro. Mesmo em áreas irregulares com perímetros retilíneos a taxa do tempo de giro para tempo operacional será elevada. 
Todos os exemplos de percursos para parcelas regulares ilustrados anteriormente, tem a possibilidade de serem utilizados para operações de aração em formatos irregulares.
Se o percurso de fluxo contínuo com manobras na cabeceira for utilizado, as mesmas deverão ser selecionadas de tal forma que deverão ficar o mais perpendicularmente possível em relação aos sulcos formados. O método abrindo a parcela com giro de 270( é quase impossível de ser utilizado quando se quer iniciá-lo desde o centro de uma parcela irregular, não entanto o método poderá ser utilizado se iniciado desde a bordadura. O ângulo dos giros terá uma folga maior na largura para cada um dos lados da manobra.
A Figura 13 mostra uma combinação do método fluxo contínuo com manobra na cabeceira e o método com cantos arredondados.
Figura 13. Método para manobras de aração em parcelas irregulares.
UNIDADE IV
DESEMPENHO OPERACIONAL DA MAQUINARIA AGRÍCOLA
1 - Introdução
O estudo das operações agrícolas visa racionalizar o emprego das máquinas, implementos e ferramentas na execução das operações agrícolas. Para isso, é necessário não apenas o estudo analítico das operações, a fim de determinar "o que fazer" e "quando fazer", através da análise operacional. Também, a "criteriosa seleção de métodos" e a "escolha de espécimes mais adequados" a cada situação é outro importante aspecto focalizado no estudo da Mecanização Agrícola.
Denomina-se desempenho operacional um complexo conjunto de informações que definem, em termos quali-quantitativos, os atributos da maquinaria agrícola quando executam operações sob determinadas condições de trabalho. Essas informações podem ser agrupadas da seguinte forma:
características operacionais: abrangendo dados relativos à qualidade e à quantidade de trabalho desenvolvido pela maquinaria, sob determinadas condições de trabalho;
características dinâmicas: abrangendo dados de potência requerida para acionamento e de velocidade de trabalho da maquinaria, sob determinadas condições de trabalho;
características de manejo: focalizando os aspectos relacionados com as regulagens, a manutenção, as reparações, a estabilidade etc.
2 - CAPACIDADE OPERACIONAL ( CO )
Designa-se por capacidade operacional de máquinas e implementos agrícolas, a quantidade de trabalho que são capazes de executar na unidade de tempo. Constitui uma medida da intensidade do trabalho desenvolvido na execução de operações agrícolas. Na prática, a capacidade operacional tem sido designada erroneamente de "rendimento", falando-se em rendimento do arado, rendimento da grade, rendimento da colhedora etc. Tal designação deve ser evitada, pois rendimento tem um significado perfeitamente definido em Mecanização Agrícola – designa uma relação entre capacidades operacionais; é um parâmetro sem dimensão, geralmente expresso em termos percentuais. Por outro lado, rendimento em Mecânica Agrícola expressa uma relação entre trabalho útil e trabalho motor, cujo significado é totalmente diferente da capacidade operacional.
A capacidade operacional de máquinas e implementos agrícolas pode ser expressa pela relação:
2.1 - TIPOS DE CAPACIDADE OPERACIONAL
Desde que a quantidade de trabalho executado ou "produção" das máquinas e implementos poderá ser avaliada de várias maneiras e, o tempo considerado, sob vários aspectos, distinguem-se diversos tipos de capacidade operacional. Assim, as capacidades operacionais da maquinaria agrícola podem ser classificadas da seguinte forma:
1) De acordo com o tipo de operação: .
- Capacidade de campo – CC
- Capacidade de produção –CP
- Capacidade de manipulação –CM
2) De acordo com as dimensões dos órgãos ativos:
- Capacidade Teórica - CT
3) De acordo com o tempo considerado:
- Capacidade Efetiva -CE
- Capacidade Operacional –CO
2.1.1 - Capacidade de campo ( CC ).
A capacidade de campo é aplicada a máquinas e implementos que, para executarem uma operação agrícola, devem deslocar-se no campo, cobrindo determinada área. Portanto, o trabalho executado, ou "produção", é medido em termos de área trabalhada:
A CC pode ser expressa em alqueires/dia, ha/dia, ha/minuto, m2/s, etc., dependendo das unidades adotadas para área e tempo.
2.1.2 - Capacidade de campo teórica ( CCT ).
É obtida a partir de dados relativos às dimensões dos órgãos ativos da máquina, especificamente da largura de corte e da velocidade de deslocamento:
CCT = Largura de corte x Velocidade de Deslocamento
10 ( N(P
Quando a largura de corte é expressa em metros e a velocidade de deslocamento em metros por segundo, a CCT é apresentada em m2/s. Utilizando fatores de conversão de unidades pode-se expressar a CCT em ha/h, m2/minuto etc., a partir de dados de largura de corte em metros e velocidade de deslocamento em km/h.
A largura de corte é medida na projeção, sobre um plano perpendicular à direçãode deslocamento, da região abrangida pelo conjunto dos órgãos ativos. No caso de um arado, a projeção dos bordos dos discos determina sua largura de corte, conforme ilustra a Figura 14.
Figura 14. Determinação da largura de corte de um arado, para efeito de determinação da capacidade de campo teórica.
A velocidade de deslocamento considerada na determinação de CCT é aquela correspondente ao limite máximo de velocidade sob a qual é possível realizar um trabalho adequado, sob condições operacionais definidas pelo fabricante da máquina. Por exemplo, no caso de arados, será a velocidade limite a partir da qual as leivas, ao invés de serem cortadas e invertidas, são atiradas à distância, deixando o terreno irregular e ondulado.
2.1.3 - Capacidade de campo efetiva ( CCE ).
Representa a capacidade efetivamente demonstrada pela máquina no campo. Representa a capacidade básica da máquina, isto é, a capacidade medida no campo durante certo intervalo de tempo, é expressa em hectares por hora.
Nesse caso a área trabalhada ou “produção” é medida no campo, diretamente sobre as faixas ou passadas que foram executadas pela máquina, durante o tempo de observação. O tempo de produção é obtido cronometrando o tempo no qual a máquina efetivamente realizou trabalho.
Ainda a razão entre o desempenho real da máquina (área trabalhada) e o tempo total de campo, quando calculada através da eficiência de campo, pode ser expressa pela seguinte equação:
Onde:
Ec = eficiência de campo (decimal)
N(P = Número de passadas
A CCE diferencia-se da CCT por incluir o efeito de certos fatores de campo, tais como a utilização parcial da largura de corte devido ao efeito de sobreposição entre passadas sucessivas e o uso de velocidades de deslocamento inferiores àquelas que teoricamente poderia desenvolver. Assim, a CCE quase sempre resulta menor que a CCT, podendo, no máximo ser igual a ela.
2.1.4 - Capacidade efetiva de manipulação (CeM)
É a quantidade de material realmente manipulada ou processada pela máquina, por unidade de tempo. Geralmente, é expressa em toneladas por hora.
Peso ou volume produto a ser trabalhado pelos órgãos ativos
Cap. Ef. Man. (CeM) = 
Unidade de tempo
2.1.5 - Tempo total de campo (TtC)
É a soma do tempo operacional efetivo com os tempos perdidos.
TtC = ToE + TP
Onde:
ToE= Tempo operacional efetivo
Tp= Tempos perdidos
2.1.6 - Tempo operacional efetivo (ToE)
É o tempo durante o qual a máquina está realmente desempenhando a função para a qual foi projetada.
2.1.7 - Tempos perdidos (TP)
São as perdas de tempo que ocorrem durante o trabalho da máquina no campo as quais podem ser consideradas esporádicas como, por exemplo, perdas causadas por obstruções no campo, embuchamentos, ajustes ou reparos em operação, parada para descanso etc., e também periódicas, como: manobras de cabeceiras, abastecimento de depósitos de adubo e sementes, abastecimento dos tanques das máquinas aplicadoras de defensivos, descarga do produto colhido, reabastecimento de combustível, lubrificação etc.
O tempo gasto com deslocamento de ida e volta ao campo, acoplamento e desacoplamento, manutenção preventiva e corretiva, verificações diárias, não é incluído para o cálculo do tempo perdido na determinação da eficiência de campo das máquinas agrícolas, e deve ser estimado para cada caso em particular, considerando a habilidade do operador e a distância entre o galpão de máquinas e o campo.
Dessa forma, no momento da determinação da jornada diária de trabalho, deve-se considerar o tempo operacional de campo separadamente do tempo para preparação da máquina.
3 - RENDIMENTO OPERACIONAL OU EFICIÊNCIA DE CAMPO
É a razão entre a capacidade de campo efetiva e a capacidade de campo teórica ou a razão entre o tempo operacional efetivo e o tempo total de campo.
Uma maneira para se reduzir custos de produção é aumentar a eficiência de campo das operações de máquinas agrícolas. A eficiência de campo, durante determinada operação, pode ser calculada a fim de se detectar pontos de estrangulamento, com o objetivo de aumentar o tempo efetivo e, conseqüentemente, a eficiência de campo.
Na prática, para se determinar a capacidade de trabalho de uma máquina, basta verificar o número de hectares trabalhados num determinado período de tempo. Por exemplo, se uma semeadora-adubadora plantou 5 ha de milho em 4 horas, então a capacidade de trabalho é:
Considerando que esta máquina de semeadura desenvolveu uma velocidade de trabalho de 5 km/h e largura efetiva de 4 m (5 linhas com espaçamento de 1 m entre linhas), tem-se:
Devido às diferenças de tamanho de máquina, velocidade de deslocamento, formato e tamanho dos campos, habilidade do operador etc., é impossível dar números exatos para eficiência de campo que se pode obter numa fazenda.
No Brasil, praticamente não se dispõe de tabelas de eficiência de campo, para máquinas ou conjuntos normalmente empregados. Neste particular, há necessidade de se desenvolver pesquisas nacionais, a fim de se obter os parâmetros já mencionados, sem o que se torna quase impossível a execução de cálculos confiáveis. Na ausência de uma tabela obtida nas condições brasileiras, a Tabela 4 reproduz dados contidos em trabalhos de vários autores, normalmente retirados dos padrões da American Society of Agricultural Engineers (ASAE). Observa-se, na Tabela 4. que as eficiências de campo são dadas em uma faixa para as diversas operações, em um intervalo de velocidades, e que os valores, embora obtidos em condições diferentes, podem servir como orientação para as várias operações realizadas por máquinas nas condições brasileiras.
TABELA 4. Velocidades de trabalho e eficiências de campo (Ec%) para operações com diferentes máquinas e implementos agrícolas.
Para os cálculos da capacidade de campo efetiva só deverá ser computado o tempo de serviço depois que a máquina já estiver no campo; o tempo gasto para regulagem da máquina no galpão, acoplamento do implemento ao trator, manutenções periódicas, reparos e deslocamento até o campo não são incluídos; devem, portanto, ser bem rápidos e os deslocamentos restritos ao mínimo necessário, para que a máquina entre em sua fase rentável.
A programação do uso do equipamento agrícola deve ser criteriosamente estudada evitando deslocamentos desnecessários. A localização do galpão de máquinas mais próximo possível do campo de produção; o modo de divisão dos campos; a boa distribuição dos insumos a ser utilizados no terreno e operadores das máquinas e pessoal de campo bem treinados são alguns exemplos de como proporcionar melhor aproveitamento do tempo total disponível.
Substanciais melhorias podem ser obtidas, na eficiência de campo, pela análise e variação da maneira de executar as operações. É natural que o modo de realizar as operações no campo esteja intimamente relacionado com o tamanho e a forma da gleba. O objetivo primário é estabelecer uma maneira eficiente para reduzir a quantidade de manobras e a distância percorrida na virada.
Normalmente, implementos reversíveis e montados no engate de 3 pontos proporcionam viradas com distâncias reduzidas e mais rápidas.
A eficiência no uso do tempo pode melhorar significativamente quando os campos são longos. No entanto, medidas de conservação de solo (plantio em nível por exemplo) são provavelmente os fatores mais importantes que influenciam na eficiência de tempo nos modelos de campo, uma vez que nem sempre a maior dimensão da área coincide com o melhor direcionamento das operações visando à conservação do solo.
Quando as condições da cultura e do solo não são as melhores para as operações com máquinas, a velocidade de deslocamento deve ser diminuída. Matematicamente, essa condição irá melhorar a eficiência de campo, mas isso, logicamente, não é a condição desejável de operação para melhorar o rendimento operacional.
Para que um dia seja considerado trabalhável, devido ao clima, é necessário:
a) a umidade do solo seja menor ou igual a 90% da disponibilidade máxima de água que o solo pode ter;
b) a precipitação ocorrida no dia seja inferiora 5 mm;
c) a precipitação no dia anterior seja inferior a 10 mm; e
d) não haja persistência do mal tempo, isto é, a precipitação do dia anterior seja maior que 2,0 mm e do dia trabalhável superior a 0,2 mm.
Exemplo de cálculos de capacidade operacional
Exemplo 1
Qual é a capacidade de campo teórica de um trator que vai operar com um implemento de 1,5 m de largura de corte a 12 km/h?
O mesmo conjunto, após operar por 8 horas, conseguiu trabalhar 12 ha. Qual sua eficiência de campo?
Resolução:
CcT= L * v / 10 = 1,5 m * 12 km/h / 10 = 1,8 ha/h
CcE = Área trabalhada/Tempo de produção = 12 ha / 8 h = 1,5 ha/h
Ec = CcE / CcT ( 100 = 1,5 / 1,8 ( 100 = 83,3 %
Exemplo 2
De acordo com as condições climáticas da região, um produtor determina um tempo de dois meses para realizar o preparo do solo, trabalhando 10 horas por dia. O preparo do solo é o convencional (1 aração e 2 gradagens) e a área a ser preparada é de 120 ha, dimensionando a largura de trabalho do arado e da grade para executar a operação com maior eficiência.
Considerando que dois meses têm oito finais de semana e que o produtor não trabalhará aos domingos (oito dias) => 60 – 8 = 52 dias, considerando ainda que 10% desses dias não são trabalháveis devido à chuva => 52 – 10% = 46,8 dias, esse produtor contará com aproximadamente 47 dias trabalháveis com jornada de trabalho de 10 horas/dia, ou seja, pode-se contar com 470 horas de trabalho para o preparo do solo da área.
Um índice prático para divisão do tempo entre aração e gradagem é considerar 2/3 e 1/3 do tempo para as duas operações, respectivamente:
Aração = 470 horas x 2/3 = 313,3 horas;
Gradagem = 470 horas x 1/3 = 156,7 horas.
Então, para calcular a capacidade de campo efetiva para cada implemento, procede-se da seguinte forma:
Conforme a Tabela 4 pode-se utilizar:
Arado: velocidade de trabalho 5 km/h e Ec = 75%;
Grade niveladora: velocidade de trabalho 8 km/h e Ec = 80%.
Em resumo, o preparo da área de 120 ha será realizado em dois meses se for usado arado de 1,0 m de largura de trabalho (arado de três discos), na velocidade de 5 km/h, com eficiência de campo de 75% e grade niveladora de 2,4 m de largura de trabalho (28 discos), a 8 km/h, com eficiência de campo de 80%, trabalhando-se 10 horas por dia, de segunda a sábado, considerando uma perda de 10% dos dias úteis devido a fatores climáticos.
Atenção deve ser dada quando o conjunto moto-mecanizado para preparo do solo for composto por grade pesada e grade niveladora. Neste caso, podem-se considerar as mesmas proporções de tempo citadas anteriormente, ou seja, 2/3 para gradagem pesada (preparo primário) e 1/3 para gradagem leve (preparo secundário), em um sistema de preparo do solo convencional (1 gradagem pesada e 2 niveladas).
UNIDADE IV
CONTROLE DA MANUTENÇÃO DE TRATORES E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
Definição
Manutenção é o conjunto de cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento, dentro de padrões preestabelecidos, de veículos, tratores, implementos, equipamentos, instalações, etc, que os tornem disponíveis.
Tipos de manutenção
a) Manutenção preventiva (trator novo e periódica), é feita para que não ocorram deficiências por falta de óleo, graxas, lubrificantes, ajustes, etc. A recomendação é fazer o que o manual do fabricante manda.
b) Manutenção corretiva, é a que corrige as deficiências apresentadas por falta de manutenção preventiva, pois a sua falta ou deficiência pode ocasionar quebra de peças e precisar de vários dias para consertar.
c) Manutenção preditiva, é baseada em dados históricos e/ou estatísticos, determina com elevada precisão, o momento do reparo, troca ou ajuste dos componentes de uma máquina ou.implemento. É muito utilizada em companhias aéreas e seu alto custo inibem em parte a sua utilização.
Vantagens da manutenção
a) protege contra desgaste e corrosão
b) parte fácil e o funcionamento é normal
c) reduz custos
d) aumenta a segurança
e) fica pronto para o serviço.
Cuidados
O abrigo deve ter boas condições de:
- iluminação e ventilação;
- fácil acesso;
- pisos não absorventes.
Quanto ao abastecimento:
- o tambor deve ficar ligeiramente inclinado para trás;
- o reservatório de combustível deve ter fio terra e com bujão de dreno de combustível.
Controle da manutenção
a) manual de instrução da máquina
b) folha de serviço diário
c) caderneta de anotação de cada trator
Ex. de Caderneta:
Empresa: LAGEADO
Marca: MF
Modelo: 265
N- Caderneta: 01
Manutenção do trator novo (até atingir 100 horas de trabalho)
A manutenção do trator novo corresponde ao período de amaciamento do motor em que ocorre a moldagem das peças internas ( se o amaciamento do motor não for feito corretamente poderá ocorrer o alinhamento dos anéis).
A distribuição das manutenções dependem das marcas e modelos dos tratores; as mais comuns estão relacionadas abaixo:
MANUTENÇÃO DE 10 HORAS (diária)
1 - Correia do Ventilador: Verificar a tensão
2 - Rodas dianteiras e Traseiras: reapertar as porcas
3 - Copo Sedimentador e Filtro de Ar: limpar se necessário
4 - Articulação: lubrificar os pinos graxeiros após a jornada de trabalho
MANUTENÇÃO DE 50 HORAS (Semanal)
1 - Motor: Trocar óleo e filtro lubrificante
2 - Direção hidrostática: Trocar óleo e filtro
3 - Pedal da Embreagem: Verificar o curso livre (5 a 7 cm)
MANUTENÇÃO DE 100 HORAS
1 - Cx. de Câmbio, S. hidráulico, diferencial e freios: trocar o óleo e
lavar o filtro da bomba hidráulica.
2 - Redutores epicíclicos: Trocar o óleo.
Obs: Depois que o motor atingir a temperatura de trabalho mantenha a rotação recomendada.
Evitar deixar o motor em marcha lenta por longos períodos.
Evitar deixar o motor trabalhando sem carga.
Manutenção Periódica do Trator
É uma série de cuidados que devem ser realizados periodicamente, após a manutenção do trator novo. O seu controle deve ser feito pelo horímetro.
a) MANUTENÇÃO DE 8 - 10h (Diária)
1- Motor: Verificar nível de óleo lubrificante
2- Filtro de ar seco: - Verificar indicador de restrição. Se necessário,limpar com palmadas e jatos de ar com pressão máxima de 70 Ibs, de dentro para fora. Fazer no máximo 5 limpezas.
 - Acionar a válvula de descarga de pó
3- Filtro a banho de óleo: Verificar o nível
4- Filtro de combustível: Drenar a água e impurezas
5- Sedimentador de combustível: Drenar
6- Articulações: Lubrificar os pinos graxeiros após a jornada de trabalho
7- Mola mestra do 3º ponto: Examinar a borracha de vedação
8- Radiador: Verificar o nível de água
9- Tanque de combustível: abastecer após a jornada de trabalho
b) MANUTENÇÃO 50 - 60 horas (Semanal)
1 - Correia do ventilador : Verificar a tensão
2 - Pedal do freio : verificar a folga ( 50 a 70 mm)
3 - Pedal da embreagem : verificar o curso livre ( 50 a 70 mm)
4 - Sistema de transmissão: verificar o nível de.óleo
5 - Sistema hidráulico: verificar o nível de óleo
6 - Pneus e rodas: verificar a pressão do pneu e reapertar as porcas das rodas
7- Alavanca da caixa de marchas: Examinar as rótulas
c) MANUTENÇÃO DE 100 - 120 horas (Quinzenal)
1 - Verificar o nível de óleo dos cubos epiciclicos
2 - Bateria : Verificar o nível da solução eletrolítica e os terminais
d) MANUTENÇÃO DE 200 - 250 horas (Mensal)
1 - Motor: Trocar o óleo lubrificante e o filtro (com o motor aquecido) 
2 - Bomba injetora (alternativa ou pistões) : Verificar o nível de óleo 
3 - Filtro de combustível: Substituir o elemento filtrante
e) MANUTENÇÃO DE 400 - 500 horas (Semestral)
1 - Cubos das rodas dianteiras: Lubrificar
2 - Radiador: Trocar a água e adicionar agente antiferruginoso
3 - Respiro do motor: Limpar o tubo
4 - Direção hidrostática: Trocar o óleo e o filtro
5 - Bomba alimentadora: Limpar a tela filtrante
6 - Motor: Regular a folga das válvulas e dos bicos injetores (em oficina especializada)
f) MANUTENÇÃO DE 750 - 1000 horas (Anual)
1 - Sistema de transmissão: Trocar o óleo e fazer reajustes
2 - Sistema hidráulico: Trocar o óleo e verificar o filtro
3 - Cx. de Direção mecânica: Trocar o óleo
4 - Alternador e motor de partida: Revisar
5 -Filtro de ar Seco (750 h): Trocar o elemento de segurança (1000 h)
*Obs.: Nos tratores Ford esta manutenção se faz com 800 horas.
Eventuais Reparos
- Ângulo de convergência das rodas;
- Ajuste das bitolas dianteiras e traseiras;
- Lastreamento do trator;
- Regulagem do acelerador;
- Troca de fusíveis;
- Regulagem dos faróis.
Ao final da jornada de trabalho, faça a manutenção do trator e do implemento, para iniciar o trabalho no outro dia com este serviço pronto.
Manutenção de Implementos Agrícolas
1) Lavagem - logo após o uso, todo implemento agrícola deve ser lavado com água pura retirando-se toda a terra e pó que agarrar nos mesmos durante o trabalho.
2) Engraxamento – aconselha-se que o tratorista engraxe os implementos com graxa a base de lítio.
A freqüência do engraxamento, vai depender das condições de trabalho pois em locais de muita poeira ou barro, aconselha-se engraxar os implementos duas ou três vezes por dia.
3) Pulverização – pulverize os implementos depois de lavados com uma das seguintes misturas:
a) Óleo de mamona puro; ou
b) 1 parte óleo mamona mais 2 parte óleo diesel; ou
c) 2 parte óleo mamona mais 1 parte óleo diesel.
Lembre-se que o óleo de mamona é que mantém a vida das borrachas.
4) 
Os implementos devem ser guardados em locais cobertos livres de unidades e poeiras. Nunca deixe-os ao ar livre pois, a ferrugem poderá destruí-los.
Procure não colocá-los diretos sobre o chão. Faça um estrado de madeira bambu ou mesmo plástico e coloque os implementos sobre eles.
OBSERVAÇÕES:
1. Uso de querosene (puro) em regiões frias:
- no inverno adicionar 5 a 10 litros de querosene puro por abastecimento do tanque de combustível (3 a 6%) ;
2. Uso de álcool no radiador:
- no inverno como anti-congelante: 1 a 2 litros por abastecida;
3. Consumo (médio) de óleo lubrificante do motor, aceitável (motor PERKINS) :
- no amaciamento (motores novos)= 1% do consumo de combustível ou 1 litro de óleo lubrificante para 100 litros de combustível;
- amaciado = 0,7% do consumo de combustível ou 0,7 litros de óleo lubrificante para 100 litros de combustível.
UNIDADE V
CUSTO DO USO DAS MAQUINAS AGRICOLAS
O cálculo do custo-horário total por unidade, poderá ser dividido em dois componentes principais:
Custos fixos (de propriedade) ;
Custos variáveis (operacionais).
1 - CUSTOS FIXOS
Os custos fixos são aqueles que, geralmente, não são diretamente relacionados com a quantidade de uso. Neste item, acham-se incluídos:
Juros
Depreciação;
Alojamento;
Seguros.
- Juros. O processo mais utilizado é o de juros sobre o capital inicial médio, isto porque, o juro cobrado eventualmente reverte à própria empresa ou proprietário. Assim, considera-se o capital médio rendendo ao ano uma taxa de i%, que deverá ser distribuído pelo número de horas de utilização do trator por ano.
Desse modo, observa-se que para reduzir o custo-hora de trabalho do trator, deve-se elevar ao máximo o número de horas de utilização do mesmo, o qual deverá ter uma larga aplicação.
O valor teórico aconselhável nos cálculos dos juros é de 1.000 horas de trabalho por ano, embora na prática possa variar de 500 a 1.000 horas, chegando às vezes a ultrapassá-lo.
J = Cm x i%
t
Onde:
J = Juros
Cm = Capital médio
Ci =Taxa de juros por ano
t = Tempo — número de horas de uso por ano
O capital médio é determinado pela fórmula:
Cm = Ci + S
2
Onde:
Cm = Capital médio
Ci = Capital inicial
S = Sucata ou valor de revenda — 10% de Ci
— Depreciação. A depreciação, é a perda em valor e capacidade de trabalho conseqüente do obsoletismo, do desgaste natural, dos danos acidentais, do mau emprego, da ferrugem e corrosões e da exposição ao tempo. A redução é considerada do ponto de vista da importância (valor) que deve ser reservada cada ano, para recuperar o custo ou capital inicial empregado na aquisição de uma máquina no final de sua vida útil.
Constitui o maior fator no custo-hora. E óbvio, que nenhuma regra simples ou fórmula avaliará propriamente — apropriadamente, todos os fatores no cálculo da depreciação. Serão estudados quatro métodos da depreciação. São eles:
—Valor estimativo (valor das trocas);
—Da linha reta;
—Saldos decrescentes (Percentagem constante);
—Soma dos dígitos.
Na seleção de um método de estimativa, é preciso considerar-se qual o emprego que será dado aos resultados.
Os dois objetivos principais seguintes, ou finalidades para as estimativas não são satisfeitos por um único método simples: a determinação do valor de revenda, de troca ou avaliação dos tratores usados e a obtenção das taxas de depreciação para aplicação nos cálculos dos custos unitários de trabalho.
O método para atingir o primeiro objetivo deve proporcionar valores por toda a vida da máquina, que representem tão próximos quanto possível os do mercado de equipamento usado. Em geral é de esperar-se que a taxa de depreciação no valor de revenda seja maior durante os primeiros anos de vida de um trator.
O segundo objetivo está presente nos cálculos para determinar o custo do trabalho, como o por hora ou por hectare de execução de uma tarefa agrícola.
O método, para essa finalidade, deverá supor que o equipamento continuará em uso na fazenda por toda a sua vida útil e deve apresentar resultados uniformes ao longo dessa vida. Os incrementos anuais de depreciação devem ser constantes, de modo que a parcela que lhe corresponda no custo da aradura ou qualquer trabalho seja o mesmo a despeito da idade.
Dos quatro métodos atrás mencionados, o da linha reta é o de mais fácil aplicação, sendo suficientemente preciso para determinar o custo do uso dos tratores, se forem eles mantidos em boas condições de suas vidas úteis.
Os outros três métodos aproximam-se mais do valor real a qualquer época durante a vida. Portanto, se busca a depreciação para determinar a revenda antes do término da vida útil ou para fins de imposto de renda, será mais preciso qualquer dos métodos, exceto o de linha reta.
O processo mais simples e mais amplamente utilizado para se determinar o custo anual da depreciação é o método da linha reta. O custo da depreciação por ano é igual ao custo inicial menos o valor recuperável, dividido pelo número de horas da vida da máquina.
Dp = Ci — (l0% de Ci)
T
Onde:
Dp = Depreciação
Ci = Capital inicial
S = Sucata ou valor de revenda - 10% de Ci
T = Tempo de vida útil considerado da máquina. (10 anos ou 10.000 horas).
A vida útil de um trator ou máquina, está sob influência dos seguintes fatores:
Fatores de produção
—construção;
—condições de funcionamento e trabalho;
—habilidade e experiência do tratorista;
—manutenção e conservação.
Obsolescência
—melhoramentos nos projetos e construções das novas máquinas.
—progressos tecnológicos;
—Alojamento. Os tratores e máquinas agrícolas, nas propriedades, ficam abrigados em galpões, devendo-se por isso, considerar como custos fixos, uma cota de alojamento. Essa cota, corresponderia ao juros do capital utilizado na construção do galpão e sua conservação por ano.
A taxa de alojamento pode variar com a região, local, tipo de construção e tamanho do galpão, o que se faz, para a simplificação deste cálculo é considerar como cota anual a taxa de 1 a 2% do capital inicial.
Al= Ci x i% 
t
Onde:
Al = Cota de alojamento
Ci = Capital inicial
i %= Taxa de alojamento — 1 a 2%
t = Tempo — horas de uso do trator por ano.
—Seguros. O capital utilizado na aquisição do trator deve ser protegido, prevendo-se a sua restituição total, com a possível perda do trator através de incêndios, acidentes ou outras causas quaisquer.
Esta proteção é dada pelo seguro da máquina, que representa a cota de seguros, a qual é calculada na base de 1 a 2% do capital assegurado, o qual deverá ser distribuído pelo número de horas de uso por ano. O seu cálculo será obrigatório quando o trator for adquirido por financiamento, uma vez que, o seguro será obrigatório.
S = Ci x i%
t
Onde:
S = Seguros
Ci = Capital inicial
i% =Taxa- 1 a 2% do capital inicial
t = Tempo — horas de uso do trator porano.
Desse modo, o valor dos custos fixos é obtido pela soma dos valores calculados de: Juros + depreciação + Alojamento + Seguros.
2 - CUSTOS VARIÁVEIS
Os custos variáveis, estarão na dependência do funcionamento do trator e corresponde aos gastos com: combustível, lubrificante, material de substituição periódica, reparações.
— Combustível. Os gastos com combustível podem ser obtidos através do fabricante do trator ou nos manuais técnicos.
A determinação prática de gasto de combustível por hora é facilmente determinado com à aplicação do trator. Exemplo — um trator, com o tanque cheio (medida conhecida), tracionando um arado, em 2.a marcha, com uma rotação do motor oscilando a 3/4 da rotação máxima, depois de 5 horas de trabalho, foi necessário repor no tanque 50 litros para enchê-lo novamente. O gasto por hora foi de: 50 litros dividido por 5 horas, dando 10 litros/hora, que multiplicado pelo preço unitário do combustível, dará o seu custo/hora.
Pode-se ainda considerar o consumo médio do trator por cavalo-vapor/hora (C.V./h), na sua barra de tração. Assim, no motor a gasolina o consumo médio é de 0,40—0,42 litros por C .V./h e no Diesel, é de 0,25—0,30 litros por C.V/h na barra de tração.
— Lubrificante. O valor dos gastos com lubrificantes, é obtido através da folha de manutenção do trator, de onde calcula-se os gastos em cada período de troca (número de horas) dos diversos pontos que necessitam de lubrificação periódica e constante.
Nos pontos onde não se tem o volume, mas o peso como no caso da graxa, pesa-se o consumo de graxa numa lubrificação completa, sendo o cálculo feito por hora.
Os cálculos de consumo de lubrificante podem ser divididos em cinco (5) partes:
—Óleo do cárter
—Óleo de transmissão
—Óleo do purificador de ar
—Óleo da caixa de direção
— Graxa
— Óleo do cárter. Verifica-se pela folha de manutenção o volume e o tipo de óleo utilizado no cárter e o seu período de troca. Fica-se conhecendo o consumo de óleo por hora dividindo-se o volume de óleo pelo número de horas de troca. Multiplicando-se o valor obtido pelo custo unitário de volume de óleo, teremos o custo-hora estabelecido.
—Óleo da transmissão.
Caixa de mudança de marcha, diferencial e hidráulico.
—Óleo do purificador de ar.
—Óleo da caixa de direção.
A metodologia para a determinação dos óleos da transmissão, do purificador de ar e da caixa de direção é a mesma seguida para a obtenção do custo/hora para o óleo do carter.
— Graxa. Pesa-se a engraxadeira vazia, enche-se de graxa e pesa-se novamente. Assim feito, lubrifica-se os pontos que devem receber a graxa. Uma vez terminada a operação, pesa-se novamente a engraxadeira e estabelece-se a diferença de peso, a qual é dividida pelo número de horas recomendada para a lubrificação — 10 horas —e este valor multiplicado pelo custo unitário da graxa, nos dá o seu custo/hora.
Outros Processos. No entanto, outros, calculam os gastos em lubrificantes, como sendo de 20% do valor dos gastos em combustíveis por hora ou ano (para máquinas motoras).
—Material de substituição periódica. No trator, temos certas peças ou órgãos que devem ser substituídas periodicamente às quais não fazem parte do que chamamos de reparação.
Estas peças necessitam ser consideradas sob cálculos exatos, pois, seu valor irá influir no custo operacional do trator. Neste grupo observam-se as trocas de filtros de combustíveis e lubrificantes, velas, interruptores (platinado) etc., peças estas que serão substituídas em um determinado número de horas de uso, de acordo com a recomendação do fabricante da máquina.
A determinação do seu custo/hora é feito, considerando-se o preço das mesmas e dividindo-se pelo número de horas indicados para a troca ou substituição.
—Reparações. Este gasto varia de acordo com uma série de fatores, tais como: processos de utilização do trator, habilidade e experiência do tratorista, manutenção e conservação e o tipo de trator.
O custo/horário das reparações é obtido, admitindo-se como sendo uma parcela do valor inicial do trator. É determinado, considerando-se durante a vida útil, um gasto em reparo, igual ao próprio custo.
Nestas condições, a sua obtenção será feita dividindo-se o preço inicial do trator, pelo número de horas de sua vida útil 10.000 horas — ou pelo tempo considerado no financiamento.
Alguns autores consideram o seu valor por ano e estabelecem o valor das reparações como 10% do seu custo inicial.
Outros englobam material de substituição periódica e reparações em um só título — Reparos — e o seu cálculo é feito segundo à fórmula:
R = 7 a 8% de Ci
t
Onde:
R = Reparos
Ci = Capital inicial
t = Numero de horas de uso por ano.
— Salário do tratorista (Gastos). O salário do tratorista varia de região para região. Geralmente o salário corresponde a 1,5 vezes o salário mínimo da região mais de 20% de previdência social. O seu valor será estabelecido, dividindo-se o seu salário anual, por 1.000 horas, para efeito de cálculo do custo/horário. Não se aconselha a contratar tratorista por hora de trabalho, porque cabem a ele as operações de manutenção e conservação da máquina e outros serviços dentro da propriedade.
Conclusão: O custo total horário do trator será o resultado da soma dos valores obtidos em:
—Custos fixos;
—Custos variáveis;
—Salário do tratorista.
3 - GASTOS COM O TRATOR
3.1 - CUSTOS FIXOS
— Juros. O capital utilizado na aquisição do trator deve ser computado, como rendendo juros a base semelhante do que é obtido quando este capital é colocado no comércio.
O processo mais utilizado para calcular os juros é aquele que emprega o capital médio nos seus cálculos. Nestas condições, calcula-se do seguinte modo:
Cm = Ci + S
2
Onde:
Cm = Capital médio
Ci = Capital inicial = R$ 100.000,00
S = Sucata ou valor de revenda = 10% de Ci
Cm = R$ 100.000,00 + R$ 10.000,00 = R$ 55.000,00
2
J = Cm x i
t
J= Juros
i = Taxa anual de juros — como exemplo consideraremos 14%
t = No. de horas de uso da máquina por ano - 1000 horas.
J = R$ 55.000,00 x 0,14 = R$ 7,7/ hora
1000
J= R$ 7,7 por hora ou R$ 7.700,00/ ano.
Para reduzir o custo do trabalho, é necessário elevar ao máximo o número de horas de uso por ano. Considera-se geralmente como valor para aplicação do trator a expressão de 1000 horas de trabalho anual.
—Depreciação. No cálculo da depreciação, é necessário estimar o tempo em que o trator ou equipamento deverá ser amortizado.
O trator, após sua vida útil, ainda poderá ser vendido como sucata ou ferro velho (valor de revenda), sendo-lhe atribuído o valor de 10% do capital inicial.
Nesse caso, o valor que deverá ser amortizado, será então o preço ou o custo inicial do trator, menos 10%, portanto será 90%.
Dp = Ci X 0,90
T
Onde:
Dp = Depreciação
Ci = Capital inicial
T = Número de horas de vida útil da máquina — 10 anos ou 10.000 horas
Dp= 100.000 X 0,90= R$ 9 /h
10.000
—Seguros. O capital utilizado na aquisição do trator tem necessidade de ser protegido pelo seguro do trator contra incêndio, acidentes etc.
O seguro corresponde a uma taxa de 1 a 2% do capital segurado por ano. No caso do trator ser obtido por financiamento, o seguro já é feito pelo banco ou firma financiadora.
Consideraremos, neste caso, 2%.
S = Ci X 0,02 = R$ 100.000,00 X 0,02 = R$ 2,00 /hora
t 
1.000
S = R$ 2,00 por hora ou R$ 2.000,00 por ano.
—Alojamento. O trator na propriedade agrícola deverá ficar abrigado e protegido em galpões. Para o cálculo da cota de alojamento, estabeleceremos a taxa de 1% sobre o capital inicial por ano.
No caso, do galpão já existir, calcula-se o custo do alojamento a partir dos valores gastos na sua construção.
AI = Ci X 0,01 = R$ 100.000,00 X 0,01 = R$ 1,00/hora
t 
 1.000
AI = R$ 1,00 por hora ou R$ 1.000,00 por ano.
TOTAL DOS GASTOS FIXOS/HORA.
1.Juros —R$ 7,7 por hora ou R$ 7.700,00 por ano
2.Depreciação —R$ 9,00 por hora ou R$ 90.000,00 por ano
3.Seguros —R$ 2,00 por hora ou R$ 2000,00 por ano
4.Alojamento —R$ 1,00 por hora ou R$ 1000,00 por ano
Total R$ 19,70 por hora ou R$ 19.700,00 por ano3.2 - CUSTOS VARIAVEIS
—Combustível. Supondo que o depósito de combustível tenha uma capacidade de 80 lts, completa-se ate a sua capacidade máxima e se procede a realização da operação no caso uma operação de aração, no final da operação procede-se ao calculo do combustível consumido realizando a reposição da quantidade de combustível gasto até o término da operação, que no nosso exemplo é de 40 litros de óleo Diesel para encher o deposito de combustível se o tanque tinha capacidade para 80 e foram necessários 40 litros para completar o tanque temos que foram gastos no total 40 litros de óleo Diesel para realizar a operação, alem do combustível o tempo empregado desde o inicio ate o final da operação devera ser calculado através da anotação da hora exata do inicio da operação no nosso exemplo teve inicio as 6:00 horas e o seu término foi registrado as 16:00 horas ou seja um total de 10 horas de serviço contínuo. Logo de posse dos dados se procede ao calculo de consumo que será dado por:
Consumo= No. litros consumidos na operação/tempo necessário para realizar a operação
Consumo = 40 lts/10 horas = 4 lts/h
O consumo de combustível (óleo diesel) então é de 4 litros por hora e cada litro de óleo diesel custa o equivalente à R$ 1,80, totalizando um valor final de R$ 7,20/h.
-Lubrificante
—Carter. A capacidade de óleo do cárter do motor do trator é de 7 litros, ao preço de R$ 12,00/litro. O número de horas de substituição desse óleo é de 100 horas. Então temos
Lub. Carter do motor. = R$ 12,00 X 7 = R$ 0,84/hora
100
—Graxa. O gasto total de graxa para lubrificar o trator é de 1 quilograma a razão de R$ 9,50/quilo. A lubrificação é feita diariamente — 10 horas.
Graxa = R$ 9,50 X 1 = R$ 0,95/hora
10
—Bacia de purificador de ar. A capacidade da bacia do purificador de ar é de 0,5 litro ao preço de R$ 9,50/litro. O período de troca, em geral, é de 10 horas.
Bacia =R$ 9,50 X 0,5 = R$ 0,48/hora
10
—Óleo da caixa de transmissão. A capacidade é de 30,28 litros a razão de R$ 14,00/litro. O período de troca é de 750 horas.
Caixa trans. = R$ 14,00 X 30,28 = R$ 0,57/hora
750
—Caixa de direção. A sua capacidade é de 1 litro a razão de R$ 14,00. O período de troca é de 750 horas.
Direção = R$ 14,00 X 1 = $ 0,019
750
O consumo total de lubrificante é de R$ 2,86/hora.
Material de substituição periódica
—Filtros de Ar
Primário — O período de troca deste filtro é de 200 horas e o seu preço é de R$ 35,00. Dividindo-se o preço pelo número de horas, teremos o valor de R$ 0,175/hora.
Secundário — O período de troca do elemento é de 1.000 horas e o seu custo é de R$ 126,00, o seu custo/hora será de R$ 0,126.
—Filtro de lubrificante. O período de troca é de 200 horas e o seu custo é de R$ 18,50. O seu custo hora será de R$ 0,093/hora.
- Filtro de combustível. O Período de troca desse filtro é de 200 horas e o seu custo é de R$16,20, o seu custo/hora será de R$ 0,081.
O total do material de substituição periódica, será de R$ 0,475/hora.
—Reparações. Alguns autores estabelecem o valor do reparo entre 8 e 10% do capital inicial dividido o número de horas de uso por ano. Outros, consideram o custo inicial dividido pelo número de horas de vida estabelecido. No caso presente o número de horas de vida estabelecido foi de 8.000 horas.
R= Ci ( 0,08% = Ci = R$ 100.000,00 = R$ 8,00/hora
t T 8.000 h
Onde:
t= No. de horas de uso por ano (1000 horas)
T= No. de horas de vida útil (8000)
3.3 - GASTOS COM O TRATORISTA
Considerando o salário mínimo da região para o cargo de tratorista, da ordem de R$ 380,00 por mês, o salário mensal pago será dado por:
SM= 1,5 ( (Salário mínimo + 20% Previdência social) ( 13
1000
SM= 1,5 ( (R$380 + R$76) ( 13
1000
Salário Mensal = R$ 8,89/hora 
Total dos gastos variáveis
1. Combustível R$ 7,20/hora
2. Lubrificantes R$ 2,86/hora
3. Matérial de substituição periódica R$ 0,475/hora
4. Reparações R$ 8,00 /hora
Total R$ 18,54/hora
TOTAL GERAL DOS CUSTOS
1.Custos fixos R$ 19,7/hora
2.Custos variáveis R$ 18,14/hora
3.Tratorista R$ 8,89/hora
Total R$ 46,73/hora
O custo/horário total do trator no presente exemplo será então de R$ 46,73 por hora.
UNIDADE VI
SELEÇÃO DE MAQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
1) Escolha de máquinas e implementos agrícolas
Na escolha de espécimes, os seguintes fatores devem ser considerados:
Marca
A marca é o nome que o fabricante dá às máquinas que produz, para diferenciá-las das similares confeccionadas por outras fábricas. Em geral, é dada pelo nome da firma fabricante, por exemplo: trator da marca Valmet , fabricado pela firma Valmet do Brasil S.A.; arado Tatu, fabricado pela Marchesan S.A. etc.
Em quase todos os países, as marcas são registradas no Departamento de Patentes, de acordo com a legislação específica. Os direitos dão ao proprietário da marca registrada prerrogativas exclusivas para seu uso. Apesar disso, sabe-se que um fabricante de máquinas agrícolas somente após muitos anos de trabalho e altas somas investidas em experiências e melhoramentos dos seus produtos consegue estabelecer uma boa representação e conceito da sua marca. Ela ficará conhecida, dessa forma, por meio do comércio local, nacional e até em âmbito internacional. Um fabricante tradicional fará o possível para manter sua reputação e garantir o prestígio da marca de seus produtos, uma vez que tal posição não se ganha de um momento para o outro, nem pode ser comprada, mas é adquirida com o tempo, dedicação e trabalho honesto.
Na escolha da maquinaria agrícola é recomendável iniciar pela marca, averiguando qual o seu conceito e tradição. Máquinas de boa marca são produzidas com esmero; se houver algum problema, certamente tratar-se-á de um descuido casual, prontamente sanado pelo revendedor ou fabricante, que tem o maior interesse em manter a qualidade da marca.
Modelo
O modelo constitui um designativo para certo grupo com características particulares, que diferenciam máquinas do mesmo tipo. Por exemplo, o trator é um tipo de máquina fabricado pela Massey Ferguson do Brasil S.A., todavia distingue-se por modelos: MF 265, MF 275, MF 290 etc. Cada fabricante tem um modo particular de designar os modelos dos diferentes tipos de máquinas de sua linha de produção. Geralmente, essa designação é feita por combinações de letras e números, com significado especial. Por exemplo, os arados da marca Jumil modelos AF - 4 e AR - 3 diferenciam-se pelo primeiro ser um arado fixo de quatro discos e o segundo um arado reversível de três discos.
Para máquinas agrícolas, geralmente não se vincula modelo com ano de fabricação, como ocorre com automóveis e caminhões, uma vez que os modelos não surgem anualmente.
Na seleção da máquina agrícola, é importante considerar o modelo objeto de análise devido às seguintes razões:
a) Existem diferenças de características técnicas mais ou menos profundas entre os modelos, resultando que um mesmo tipo, de mesma marca, poderá apresentar modelos cujos comportamentos sejam totalmente diversos, por exemplo: potência disponível dos tratores e potência necessária para acionamento de implementos;
b) É possível que certos modelos, de determinadas marcas, sejam deficientes, mas poderá existir um novo modelo ou modelo especial que se adapte perfeitamente a determinadas condições operacionais;
c) Existem certos modelos de máquinas e implementos montados que melhor se adaptam a determinados modelos de tratores; a compatibilidade implemento x trator é fundamental para o desempenho do conjunto.
Garantia e assistência técnica
Antes de decidir sobre a compra de certa marca e modelo do trator e implemento, é necessário verificar as condições que o revendedor oferece com relação à assistência técnica.
Um indício de que se pode contar com boa assistência técnica é, ao visitar o revendedor, notar os seguintes pontos:
a) Estoque razoável e bem organizado de peças de reposição;
b) Equipe de mecânicos devidamente treinados na fábrica (notar certificados ou diplomas de cursos, geralmente expostos em local visível);
c) Galpão ou oficina

Outros materiais