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7 - Docência no Ensino Superior

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
DOCÊNCIA NO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017 
 
0800 283 8380 
 
www.faculdadeunica.com.br 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 3 
CAPÍTULO 1 – ASPECTOS DO ENSINO SUPERIOR ............................................... 5 
1.1 A Universidade na sociedade ............................................................................. 5 
1.2 O Ensino Superior no Brasil ................................................................................ 6 
1.3 Ensino Superior: Finalidades .............................................................................. 9 
1.4 Organização Interna e seu funcionamento (Ensino, pesquisa e extensão) ...... 10 
CAPÍTULO 2 – DIDÁTICA E PRATICAS PEDAGOGICAS NO ENSINO SUPERIOR
 .................................................................................................................................. 21 
2.1 Didática como Ciência no Ensino Superior ....................................................... 21 
2.2 A Metodologia na Docência Universitária ......................................................... 26 
2.3 A Metodologia Dialética .................................................................................... 27 
2.4 Educação Universitária ..................................................................................... 29 
2.5 Planejamentos do Ensino ................................................................................. 31 
2.5.1 Diferença entre Planejamento e Estratégia ...................................................... 33 
2.6 Avaliação e Aprendizagem na Educação Superior ........................................... 34 
CAPÍTULO 3 – TECNOLOGIAS E RECURSOS DIDÁTICOS .................................. 36 
3.1 Ensino a Distância ............................................................................................ 36 
3.2 Ambiente Virtual de Aprendizagem e Tecnologias para o Ensino .................... 38 
3.3 Interações em sala de aula EAD e Presencial: o papel dos professores e dos 
alunos ........................................................................................................................ 40 
3.4 Desafios do Ensino a Distância ........................................................................ 41 
3.4.1 Desafios enfrentados pelos alunos ................................................................... 43 
3.4.2 Desafios enfrentados pelo professor ................................................................ 43 
3.4.3 Desafios enfrentados pela universidade / instituição ........................................ 44 
3.5 Tecnologias e Mídias Educacionais .................................................................. 45 
3.6 Formação de Professor no Ensino Superior ..................................................... 46 
3.6.1 Importância da Formação Continuada .............................................................. 47 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52 
 
 
3 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
Abordaremos, nesta Unidade, o ensino superior no Brasil. Até o final do século 
XIX existiam apenas 24 estabelecimentos de ensino superior no Brasil com cerca de 
10.000 estudantes. A partir daí, a iniciativa privada criou seus próprios 
estabelecimentos de ensino superior graças à possibilidade legal disciplinada pela 
Constituição da República (1891). As instituições privadas surgiram da iniciativa das 
elites locais e confessionais católicas (Teixeira, 1969). 
O sistema educacional paulista surgiu nessa época e representou a primeira 
grande ruptura com o modelo de escolas submetidas ao controle do governo central. 
Dentre os cursos criados em São Paulo, nesse período, constam os de Engenharia 
Civil, Elétrica e Mecânica (1896), da atual Universidade Mackenzie, que é 
confessional presbiteriana. Nos 30 anos seguintes, o sistema educacional 
apresentou uma expansão considerável, passando de 24 escolas isoladas a 133, 86 
das quais criadas na década de 1920 (Teixeira, 1969). 
A partir da Lei nº 4.024/60 – a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional –, começou a se delinear um modelo federativo da administração da 
educação nacional. Nas legislações que a sucederam – Leis nº 5.692/71 e nº 
5.540/78 – esse modelo veio se consolidando num sistema em que o ensino 
superior ficou sob a tutela da União e o ensino de 1º e 2º graus a cargo dos Estados. 
Com a Lei nº 9.394/96, verificou-se uma ampliação do princípio federativo, 
aumentando a responsabilidade da administração municipal na gerência e condução 
da educação básica da sua população, bem como, transferindo para os sistemas 
estaduais a supervisão e a gerência dos Conselhos Estaduais de Educação sobre 
as Instituições de Ensino Superior mantidas pelos Estados, pelo Distrito Federal e 
pelos municípios. 
A formação do professor e a busca pela melhoria na qualidade do trabalho que 
realiza vem sendo discutida há algum tempo, mas uma discussão sistemática sobre 
o tema é recente e emergiu com mais força, no cenário nacional, somente na 
década de 1980. No que concerne ao ensino superior, o que se propunha, era uma 
ampla reforma do sistema, substituindo escolas autônomas por universidades, com 
espaço para o desenvolvimento das ciências básicas e da pesquisa, além de 
formação profissional. Nesse mesmo contexto, insere-se a discussão sobre a 
4 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
expansão e o papel da educação superior e da docência nesse nível de ensino 
(Durham, 2005). 
Quando falamos em formação de professores, a primeira coisa que nos vem à 
cabeça é a formação de professores para a docência na Educação Básica. A 
formação exigida para a docência no ensino superior tem sido restrita ao 
conhecimento aprofundado da disciplina a ser ensinada, sendo este conhecimento 
prático decorrente do exercício profissional ou teórico, resultante do exercício 
acadêmico. 
Pouco tem-se exigido dos docentes de ensino superior em termos de 
conhecimentos pedagógicos. A cada dia, ampliam-se mais as exigências de que o 
professor universitário tenha títulos de mestre e doutor, no entanto, há ainda um 
grande questionamento: se esta titulação, da maneira como vem acontecendo nos 
cursos stricto - sensu, contribui efetivamente para a melhoria da qualidade didática 
do professor no ensino superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenageme recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
CAPÍTULO 1 – ASPECTOS DO ENSINO SUPERIOR 
 
1.1 A Universidade na sociedade 
 
Toda sociedade precisa se desenvolver para sobreviver. Na medida em que o 
desenvolvimento deve ter por base a sustentabilidade, ele deve atender às 
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de 
atender às delas; ele deve ser economicamente eficiente, socialmente equitativo e 
ecologicamente tolerável. Todadia, ditas necessidades nem sempre são 
econômicas, sociais ou ecológicas. Elas podem relacionar-se ao conhecimento 
científico, daí a importância da Universidade na sociedade e seu papel no 
desenvolvimento nacional. 
A universidade tem sua origem na da Idade Média. Segundo Nunes (1979), as 
Universidades com seus estatutos, organização jurídica e os graus acadêmicos 
surgiram, espontaneamente, no seio da cristandade medieval. Nesse sentido, 
impossível dissociar a criação da universidade da igreja, no seu contexto instituição, 
eis que era o grupo historicamente dominante naquele período, sendo autorizadas 
por bulas papais. Seguindo este entendimento, ressalta o autor que o processo de 
instrumentalização do conhecimento ocorre quando essa cosmovisão dominante, 
esse ideal de homem – aliado à nobreza – transfere-se para as instituições de 
ensino, eis que o currículo das escolas medievais culminava com o estudo da 
Sagrada Escritura e a convicção de que só a Bíblia continha a verdadeira e salutar 
sabedoria. Não obstante, tornaram-se substanciais para a construção do 
conhecimento ocidental porque havia estudiosos nelas preocupados, 
prioritariamente, com o desenvolvimento da ciência nos currículos e eram 
encontradas nas sete artes liberais, notadamente, Aritmética, Geometria, 
Astronomia, Lógica, Gramática, Música e Retórica, responsabilizadas pela formação 
profissional nas áreas de Teologia, Direito e Medicina. 
O surgimento das universidades modernas datam do período de 1500-1800, na 
Europa, o que possibilitou a dissipação do pensamento crítico e acabou por originar 
o Renascimento e, tempos após, o tarde o Iluminismo. 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
A despeito da imprecisão dos registros, historicamente, credita-se que o início 
na difusão das universidades pela Europa ocorreu no século XII, com a fundação da 
Universidade de Paris. Embora já sem vínculos com a Igreja (não católicas), 
necessitavam receber o aval do clero ou do governo para o funcionamento, 
dedicando-se originariamente ao ensino da medicina, das leis, da astronomia e da 
lógica. Em 1700, as mais conhecidas destacavam-se por divulgar suas revistas 
científicas. Considerada a melhor Universidade da Europa e a 2ª melhor 
universidade do Mundo, fundada em 1909, Oxford é a universidade mais antiga de 
língua inglesa. 
Como um lugar também de liberdade, independência e reflexão, a 
Universidade é um instrumento de mudança que, respeitando os valores que 
promove, estimula todas as formas de inovação, sejam elas tecnológicas ou sociais. 
Ao fazer isso, presta imensurável serviço à sociedade. 
A junção entre o mercado profissional e o universo acadêmico se faz 
substancial ao estímulo de profissionais com espírito de inovação, partindo-se da 
premissa que é a contribuição de vários agentes econômicos e sociais, com 
diferentes tipos de informações e conhecimentos, permitam a sua materialização. 
 
1.2 O Ensino Superior no Brasil 
 
No Brasil colônia desenvolveu-se apenas atividades escolares de catequese de 
indígenas, conduzidas por sacerdotes Jesuítas, por quase 300 anos, até 1792, 
quando veio a ocorrer a expulsão dos Jesuítas do Brasil. Membros de famílias 
brasileiras abastadas eram enviados para obter educação em outros países, 
principalmente Portugal. 
O primeiro colégio jesuíta foi fundado na Bahia em 1550, servindo de modelo e 
inspiração para os outros colégios a serem criados pelo país posteriormente e os 
cursos oferecidos eram segundo Paim (1987): 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Chegava tão-somente ao que hoje se denomina de ensino médio de tipo 
clássico. Apenas nos colégios de Bahia e do Rio de Janeiro ministrava-se o 
curso de artes, intermediário entre o de humanidades e os superiores. Para 
as carreiras eclesiásticas, entretanto, existiam cursos superiores de teologia 
e ciências sagradas, tanto no Colégio Central da Bahia como nos 
seminários maiores. Para os que não se destinavam ao sacerdócio só 
restava o caminho das universidades europeias. (p. 214) 
 
De acordo com França (2008), foi com a Proclamação da República (1889) que 
a educação começou a ser prioridade para o Estado. Com o regime republicano, 
cada Estado da Federação passou a ter sua própria Constituição, com governos 
eleitos e forças políticas autônomas. As transformações ocorridas na área 
educacional durante esse período foram positivas. 
Na Reforma Antônio Carlos (1841), a pesquisa científica passou a ter mais 
importância. A investigação científica era realizada por institutos de pesquisa sem 
vínculo com o ensino superior (França, 2008). 
A criação do ensino superior no Brasil ocorreu no período Imperial, com a 
transferência da sede do poder no ano de 1808, época em que cursos de ensino 
superior foram instalados no Rio de janeiro e na Bahia a fim de atender a formação 
das pessoas que compunham as classes dominantes, para qualifica-las ao exercício 
do poder, formação de especialistas para a produção de bens, e a formação de 
profissionais liberais. 
Foi criado, em 1808, o curso Médico de Cirurgia na Bahia e no mesmo ano é 
instituído no Rio de Janeiro o Hospital Militar, uma escola Anatômica, Cirúrgica e 
Médica. Após, tem-se a instalação, na Bahia e Rio de Janeiro, dois centros médicos 
cirúrgicos, matrizes das atuais Faculdades de Medicina da Universidade Federal do 
Rio de Janeiro e da Universidade Federal da Bahia. Em 1810, é instituída a 
Academia Real Militar na qual se implantou o início da atual Escola de Engenharia 
da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (Villanova, 1948) 
O sistema universitário é composto por instituições públicas (federais ou 
estaduais), católicas e privadas. A estrutura compreende universidades, faculdades 
e instituições isoladas. O objetivo do ensino superior, no Brasil, é implantar ensino, 
pesquisa e extensão, embora a pesquisa seja principalmente realizada em 
instituições federais. As universidades também oferecem cursos de curta duração 
em diversas disciplinas, atendendo a população universitária e a comunidade. 
As carreiras do ensino superior são integradas em blocos, como: 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
• Ciências Biológicas e Saúde (Ciências Biológicas e da Saúde); 
• Ciências Exatas da Terra (Ciências Exatas); 
• Ciências Humanas e Sociais (Ciências Humanas e Sociais); 
• Ciências Sociais Aplicadas (Ciências Sociais Aplicadas) e 
• Engenharias e Tecnologias (Engenhariae Tecnologias). 
O Conselho Federal de Educação (CFE) determina o currículo mínimo e a 
alocação de tempo para os diferentes cursos. Cada instituição tem a liberdade de 
incluir assuntos adicionais. No ano de 1998, foi criado o Exame Nacional do Ensino 
Médio (Enem), com a finalidade de avaliar o desempenho do estudante ao fim da 
escolaridade básica, podendo participar do referido exame alunos que estão 
concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. O Enem é 
utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem concorrer a 
uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Aproximadamente, 500 
(quinhentas) universidades já utilizam o resultado desse exame como critério para 
selecionar o ingresso no ensino superior, seja complementando ou até substituindo 
o vestibular. 
Na Constituição de 1988, foi determinado que os empréstimos estudantis, 
anteriormente financiados pelo Fundo de Assistência Social, seriam alocados a partir 
dos recursos do Ministério da Educação e administrados pela Caixa Econômica 
Federal. Os empréstimos são usados principalmente pelos estudantes para pagar as 
mensalidades em universidade ou faculdades particulares, que se utilizam de um 
programa de financiamento chamado Financiamento Estudantil (FIES), que foi 
criado no ano de 1999. 
A pós-graduação já se destacou como uma referência na educação 
brasileira. Nos anos 50, por exemplo, as Fundações Ford e Rockefeller concederam 
bolsas para levar estudantes brasileiros para os Estados Unidos para seus estudos 
de pós-graduação. Fundos foram concedidos por vários órgãos públicos para 
financiar estudos de pós-graduação no exterior e internamente, órgão esses nos 
quais se incluíam a FINEP, FAPESP, CNPQ e CAPES. 
Muitas universidades têm seus próprios programas de mestrado e 
doutorado. Os programas de pós-graduação são avaliados e, de acordo com seu 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
desempenho, recebem recursos públicos em quantidades maiores ou menores para 
promover pesquisas e pagar bolsas de estudo para seus alunos. 
 
1.3 Ensino Superior: Finalidades 
 
A educação, acima de qualquer lei que lhe venha a reger, é matéria com 
disciplina constitucional. A constituição federal (BRASIL, 1988), elenca a educação 
como um direito social e, como os demais, tem por premissa garantir uma melhor 
condição de vida e trabalho à população. 
Segundo leciona Moraes (2009): 
 
Direitos sociais são direitos fundamentais do homem, caracterizando-se 
como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um 
Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria de condições de 
vida aos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social, e 
são consagrados como fundamentos do Estado democrático, pelo art. 1º, 
IV, da Constituição Federal. (p. 195). 
 
As normas que não são auto executáveis exigem providências legislativas 
ulteriores para sua aplicabilidade. Assim explicava Rui Barbosa (apud BONAVIDES, 
2012): 
 
Não há, numa Constituição, cláusulas a que se deva atribuir meramente o 
valor moral de conselhos, avisos ou lições. Todas têm a força imperativa de 
regras. Muitas, porém, não revestem dos meios de ação essenciais ao seu 
exercício, os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem: 
estabelecem competências, atribuições, poderes, cujo uso tem de aguardar 
que a Legislatura segundo seu critério, os habilite a exercer. A Constituição 
não se executa a si mesma: antes requer a ação legislativa, para lhe tornar 
efetivos os preceitos (p. 216). 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (BRASIL, 1996) 
ressalta, em seu conteúdo, a figura do educando como sendo a de maior relevância 
na atividade educacional, dispondo que a educação, na condição de dever da família 
e do Estado, possui inspiração nos princípios de liberdade e nos ideais de 
solidariedade humana. 
Estabelece finalidades específicas, a saber: 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do 
pensamento reflexivo; 
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a 
inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento 
da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; 
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o 
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da 
cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio 
em que vive; 
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e 
técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber 
através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; 
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional 
e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos 
que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do 
conhecimento de cada geração; 
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em 
particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à 
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; 
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à 
difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da 
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. 
VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação 
básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização 
de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão 
que aproximem os dois níveis escolares. (art. 43). 
 
A última finalidade foi inserida pela Lei nº 13.174/2015 (BRASIL, 2015), 
contudo, se contradiz ao que foi estabelecido nos artigos 10 e 11, porquanto a oferta 
adequada de educação básica, compreendendo a educação infantil e os ensinos 
fundamental e médio, é atribuição legal dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
A Educação superior contempla tão somente a educação escolar, sendo 
justificável por conter objetivos específicos e voltados para a cultura de 
transformação, trabalhando conhecimentos, atitudes e valores. Em síntese, é uma 
educação destinada a aperfeiçoar competências voltadas ao mundo do trabalho, 
além da perspectiva de pesquisa. 
 
1.4 Organização Interna e seu funcionamento (Ensino, pesquisa e extensão) 
 
De acordo com a Constituição Federal (BRASIL, 1988), as universidades 
gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e 
patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e 
extensão (art.207, caput). Nesse contexto, cabe a elas a criar, organizar e extinguir 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
cursos; elaborar estatutos; atribuir graus, expedir e registrar diplomas; fixar 
currículos de cursos e seus programas; fixar o número de vagas;celebrar contratos, 
acordos e convênios; administrar rendimentos; programar pesquisas e atividades de 
extensão; contratar e dispensar de professores; definir planos de carreira. 
A LDB define que as universidades são instituições pluridisciplinares de 
formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de 
domínio e cultivo do saber humano. E ainda, que devem atender a três requisitos: 
um terço do corpo docente com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; 
igual percentual enquadrado em regime de tempo integral; produção intelectual 
institucionalizada. 
A avaliação é considerada fundamental. Nesse sentido, dispõe que se deve 
buscar a implementação de processos com vistas à melhoria do ensino e à 
qualidade, sob a responsabilidade da União, assegurar processo de avaliação de 
instituições em todo território nacional. 
Pelo Decreto n.º 3.860 (BRASIL, 2001), o Ministério da Educação é órgão 
responsável pela coordenação da avaliação de cursos, programas e 
instituições de ensino superior. A avaliação de cursos e instituições de ensino 
superior está sob a organização e execução do Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais (INEP). 
O último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a que 
submetidos os formandos dos cursos de graduação, foi aplicado pela instituição no 
ano de 2017. Das 2.066 instituições de ensino superior em avaliação, apenas 35 – o 
equivalente a 1,6% do total – obtiveram a nota máxima, em uma escala que varia de 
1 a 5. Das instituições restantes, 278 receberam notas 1 ou 2, ficando abaixo do 
limite de qualidade estabelecido pelo Sinaes. 
 
 
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Figura 1 - Instituições por faixa do IGC 2017 
 
Fonte: UOL (2018) 
 
À legislação permitiu-se uma maior flexibilização do ensino superior, ao ceder 
espaço à iniciativa privada, resultando posteriormente na edição do Decreto nº 
9.057, de 25 de maio de 2017, regulamentando o ensino a distância não presencial 
– EaD, sob o credenciamento e autorização do MEC. 
O contexto socioeconômico do mundo globalizado exige a profissionalização, 
fazendo surgir também a especialização, como fruto da integração com as 
inovações e tecnológicas que se apresentam em constante movimento: 
 
...a ampliação da demanda também é resultante de outras forças, como a 
necessidade de aquisição de competências essenciais para enfrentar um 
mercado de trabalho instável e cada vez mais seletivo e excludente, as 
transformações no conteúdo das ocupações e nas profissões, trazendo de 
volta para os bancos escolares uma população adulta, as facilidades que o 
desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação apresentam 
para o campo do ensino em termos de aumento da capacidade de 
atendimento das instituições (estimulando as experiências com ensino a 
distância) e, finalmente, no campo cultural, a combinação de todos estes 
vetores que incidem sobre os anseios e expectativas dos estudantes e de 
suas famílias: “em cada faixa de renda familiar, um número maior de jovens 
aspira a prosseguir seus estudos além do secundário” (Porto e Régnier, 
2003, p. 17). 
 
A representação da UNESCO, no Brasil, articula permanente diálogo com o 
poder público, universidades e instituições de ensino e pesquisa e, em decorrência 
dessa parceria com o CNE – Conselho Nacional de Educação, publicou, em 2012, 
uma coletânea de artigos sob o título de “Desafios e perspectivas da educação 
superior brasileira para a próxima década 2011/2020”, assentando que o 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
compromisso social da universidade com o avanço do conhecimento e com a 
inovação precisa alcançar as suas salas de aula de graduação e pós-graduação. 
O processo de ensino-aprendizagem não pode desvincular-se dos processos 
de investigação acadêmica e, por consequência, é necessário que seja 
compreendido como um desafio à inovação. Os meios tecnológicos contemporâneos 
viabilizam essas relações em novas bases, mas o desafio é maior ainda: 
 
O sentido da relação educação-comunicação vai além das possibilidades 
oferecidas pelas mídias contemporâneas e dos níveis segmentados dos 
sistemas educacionais atuais. Ultrapassa a tentativa de ordenação dos 
conteúdos escolares e a profusão/confusão dos dados disponíveis em 
múltiplas bases. O ato comunicativo com fins educacionais realiza-se na 
ação precisa que lhe dá sentido: o diálogo, a troca e a convergência 
comunicativa, a parceria e as múltiplas conexões entre as pessoas, unidas 
pelo objetivo comum de aprender e de conviver (Kenski, 2008). 
 
Para fins de estatística, o Ministério de Educação do Brasil define que as 
instituições de Ensino Superior estão classificadas da seguinte forma: 
• Públicas (federais, estaduais e municipais); 
• Privadas (podendo ser comunitárias, que incluem em sua entidade 
mantenedora representantes da comunidade; confessionais, que atendem 
a uma orientação ideológica; filantrópicas, que prestam serviços à 
população, em caráter complementar às atividades do Estado e 
particulares). 
De acordo com Decreto nº 5.773 (BRASIL, 2006), faculdades e centros 
universitários são entidades com enfoque na oferta de graduação, mediante a 
supervisão do Ministério da Educação (MEC), enquanto as universidades possuem 
mais autonomia e ofertam, não apenas graduação, mas também pesquisa e 
extensão. 
 
14 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 2 - Estrutura da Educação Brasileira 
 
Fonte: SlideShare (2011) 
 
A graduação: são cursos que conferem o diploma do ensino superior, com 
duração média de 4 a 5 anos e oferece a maior quantidade de conhecimento teórico 
e prático. Uma vez concluído, é possível fazer cursos de pós-graduação e MBA. As 
formas de ingresso são através de vestibular, Enem e Sisu. 
Oferecem a titulação de: 
• Bacharelado: forma profissionais e pesquisadores para o mercado de 
trabalho; 
• Licenciatura: forma professores para o ensino fundamental e médio; 
• Tecnólogo: cursos com tempo de duração menor se comparados ao 
bacharelado e licenciatura, que forma profissionais em áreas específicas 
do mercado. 
Existem formas de conseguir cursar a graduação com desconto. São elas: 
• Quero Bolsa (bolsas de estudo sem processo seletivo); 
• Prouni (bolsas de estudo para os melhores no Enem); 
• Fies (financiamento para os melhores no Enem). 
Não há dúvidas de que a educação superior possui considerável relevância no 
currículo de um indivíduo, quer em razão da exigência do mercado ou de trabalho, 
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quer pelo próprio desenvolvimento pessoal.Contudo, ocorrem circunstâncias em 
que um curso de bacharelado no formato tradicional possa não atender às 
expectativas e necessidades apresentadas. Enquanto a graduação tradicional 
possui foco mais amplo em elementos teóricos e conceituais, a tecnológica privilegia 
o desenvolvimento de competências profissionais, de acordo com as demandas do 
mercado. 
Uma das vantagens dos cursos superiores de tecnologia é a redução no tempo 
em o aluno faz uma graduação e garante lugar no mercado de trabalho. Os 
tecnólogos foram pensados para atender à demanda por mão de obra qualificada 
dos mais diversos setores da economia brasileira. Em apenas dois anos e meio de 
estudos, em média, é possível a obtenção de um diploma de nível superior e, com 
maior perspectiva, uma vaga de emprego tão logo ocorra a conclusão e a formatura. 
A especialização é um curso de pós-graduação lato sensu que informa, 
atualiza e capacita o profissional que está no mercado de trabalho. Diferentemente 
da graduação, generalista por excelência, a especialização define habilidades 
técnicas específicas a determinado tema, com programas nas mais diversas áreas 
de conhecimento, sendo recomendado aos alunos que almejam seguir uma carreira 
acadêmica, quer lecionando ou atuando em projetos, pesquisas, etc. 
Segundo o Ministério da Educação (MEC), as pós-graduações também incluem 
os cursos designados como MBA (Master Business Administration). É um curso lato 
sensu voltado para quem quer aprimorar conhecimentos de administração e obter 
uma visão aprofundada e global do mundo corporativo, sendo geralmente procurado 
por empresários, executivos e gestores. Com duração mínima de 360 horas, ao final 
do curso, o aluno obterá certificado e não diploma. São abertos a candidatos 
diplomados em cursos superiores e que atendam às exigências das instituições de 
ensino, consoante a LDB. As aulas à distância não devem exceder 20% da carga 
horária. 
Neste curso o profissional vai aprender como administrar uma empresa, que 
poderá ser seu negócio próprio ou trabalhar em um grande grupo. O MBA é um 
curso oneroso, e varia de acordo com a matéria escolhida, a escola, a duração e a 
qualidade do mesmo. Existe um ranking anual onde são apresentadas as melhores 
escolas e universidade de MBA no mundo, sob o título de "Global MBA Ranking". 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
O MEC permite que os cursos latu sensu sejam ministrados em cursos 
presenciais ou à distância, de modo que o certificado será o mesmo, tanto para 
quem frequentou uma instituição física como para quem concluiu o ensino a 
distância (cursos online). 
O mestrado é um curso analítico e de pesquisa. O mestrado tradicional é 
voltado para áreas de interesse acadêmico e é considerado um passo para quem 
tem interesse em seguir a carreira docente. Atualmente, já é possível encontrar o 
mestrado profissional, que tem como foco a formação de profissionais com uma 
visão analítica, conhecimentos teóricos e atuação prática sobre uma determinada 
área. A duração é de cerca 24 meses, exigindo pesquisa consistente que será 
transformada em uma dissertação sobre um tema específico, trabalho que será 
defendido, ao final do curso, por uma banca rigorosa. 
Para se candidatar a uma vaga de mestrado, seja no Brasil ou em outro país, é 
comum ao processo seletivo a realização das seguintes etapas: 
1. Inscrição 
2. Provas 
3. Currículo acadêmico e profissional 
4. Pré-Projeto ou Memorial 
5. Entrevista Resultado 
Para conseguir um bom curso, e bolsa de estudos, o candidato deve 
apresentar ótimo histórico escolar e, de preferência, ter realizado, durante a 
graduação, programa de iniciação científica. A prova de proficiência em inglês 
geralmente apresenta características peculiares e as instituições que preparam os 
testes, com o objetivo de fazer uma triagem efetiva entre os candidatos, inserem 
estruturas complexas de gramática e interpretação de textos de nível avançado. 
Além de assistir às aulas, cabe ao aluno reservar o seu tempo para a leitura e 
participação em palestras, conferências e congressos. O estudante é acompanhado 
por um orientador, que o introduz num grupo de pesquisa já desenvolvida pela 
instituição, ajuda-o a selecionar as disciplinas e acompanha a redação da 
dissertação de conclusão do curso. 
O Doutorado é o passo seguinte ao mestrado, denominado PhD, Doctor of 
Philosophy. É um grau acadêmico conquistado por quem demonstra a capacidade 
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de desenvolver novo conhecimento científico. Enquanto no mestrado o estudante 
tem contato com os principais caminhos teóricos e a produção intelectual, no 
doutorado ele vai dedicar-se ao trabalho de criar conhecimento e adicionar novas 
descobertas ao que é discutido na academia. A duração de um doutorado é de 4 a 5 
anos, com uma carga horária de aulas bem reduzida, já que a maior parte do 
trabalho é realizar as leituras necessárias, pesquisar e escrever a tese, geralmente 
com dedicação de modo exclusivo. 
É permitido cursar o doutorado após a graduação, sem passar pelo mestrado, 
caso a instituição de ensino considerar relevante a proposta de pesquisa do 
candidato a aluno. Na maioria das instituições, contudo, a preferência é que se 
tenha o título de mestre. A seleção inclui análise do currículo, aprovação do projeto 
de pesquisa e entrevista. Pode haver uma prova de conhecimentos específicos e 
gerais. Os programas mais conceituados exigem o domínio de, pelo menos, dois 
idiomas estrangeiros. 
A extensão universitária é um meio de interação que deve existir entre a 
universidade e a comunidade na qual está inserida. É uma espécie de ponte 
permanente entre a universidade e os diversos setores da sociedade. Funciona 
como uma via de duas mãos, em que a Universidade leva conhecimentos e/ou 
assistência à comunidade, e recebe dela influxos positivos como retroalimentação 
tais como suas reais necessidades, seus anseios, aspirações e também aprendendo 
com o saber dessas comunidades. 
Ocorre, em realidade, uma troca de saber, em que a universidade também 
aprende com a comunidade sobre os valores e a cultura dessa comunidade. Assim, 
a universidade pode planejar e executar as atividades de extensão respeitando e 
não violando esses valores e cultura. Por meio da Extensão, a universidade 
influencia e também é influenciada pela própria comunidade, significando dizer que 
permite uma troca de valores entre a universidade e o meio. 
Além dos cursos de graduação e pós-graduação, a Universidade oferece, 
também, cursos de formação, capacitação e qualificação para o público, bem como 
elabora e administra projetos sociais e ambientais articulados para a comunidade. 
Outra função social importante da Universidade é a elaboração e articulação de 
políticas públicas por meio da participação em fóruns, consultorias e núcleos 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
específicos de atuação. Assim, alémda sua importância como geradora de políticas 
públicas, a Extensão Universitária deve servir como instrumento de inserção social, 
aproximando a academia das comunidades adjacentes. 
O artigo 207 da Constituição, ao preceituar que "...as universidades 
obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão", 
propõe que as universidades sejam conduzidas, associando e integrando as 
atividades de ensino, extensão e pesquisa de maneira que se complementem, para 
bem formar seus profissionais universitários. 
Como detém o conhecimento, o transmite, por meio do ensino, aos educandos. 
Através da pesquisa faz aprimorar os conhecimentos então existentes, são 
produzidos novos saberes. Pelo ensino, são conduzidos esses aprimoramentos e os 
novos conhecimentos aos educandos. Por meio da extensão, é fomentada a difusão, 
socialização e democratização do conhecimento, bem assim, das novas descobertas 
à comunidade. A Extensão também propicia a complementação da formação dos 
universitários, dada nas atividades de ensino, com a aplicação prática. 
De maneira geral, as universidades têm um departamento específico para 
gestão das atividades e projetos de extensão universitária. Ali, os alunos podem 
obter informações sobre tudo que está sendo realizado pela instituição nesse 
sentido e, inclusive, candidatar-se para participar. 
Todos os projetos de extensão universitária são coordenados e acompanhados 
por professores e profissionais das respectivas áreas do conhecimento a qual se 
destinam. Qualquer aluno universitário pode participar das atividades de extensão; 
dependendo do projeto, há, inclusive, a possibilidade de receber uma bolsa-auxílio. 
Os requisitos para se candidatar variam bastante e dependem de cada projeto. 
Dentre outras, podemos elencar as seguintes ações de extensão: 
- Cursos, palestras e conferências; 
- Cursos de ensino a distância; 
- Cursos de verão, ou sazonais; 
- Colônia de férias; 
- Viagens de estudo; 
- Campus avançados; 
- Associações de ex-alunos; 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
- Apresentações musicais, teatrais e feiras; 
- Programas e eventos culturais e esportivos; 
- Universidades volantes; 
- Escolas e hospitais flutuantes, etc. 
Seu caráter mais prático, naturalmente, funciona para enriquecer o currículo de 
quem participa e serve de base para eventualmente conseguir uma vaga de estágio 
ou em uma iniciação científica. Existem projetos de extensão que complementam o 
ensino em algumas unidades. 
Faculdades de engenharia mecânica, como exemplo, não contam com aulas 
aprofundadas de automobilística ou aeronáutica, mas possuem grupos de extensão 
ligados às competições da SAE de fabricação de automóveis ou aviões de rádio 
controle, o que ajuda os alunos envolvidos a direcionarem seus estudos para essas 
áreas. 
Com base nessa diretriz conclui-se que a educação superior tem como um de 
seus princípios formar cidadãos conscientes, capazes de contribuir ativamente para 
melhoria de nossa sociedade. Para que isso ocorra, as Universidades, segundo a 
legislação, deve estar apoiada sobre o tripé, ensino, pesquisa e extensão, que juntos 
constituem o eixo fundamental da Universidade Brasileira e de forma alguma pode 
ser compartimentado (Moita; Andrade, 2009). 
Infelizmente, os dados mostram que muitos pós-graduados estão sem um lugar 
no mercado de trabalho. Mesmo os mais bem qualificados profissionais têm 
dificuldades para encontrar um emprego no país. Por isso, não é exagero afirmar 
que o Brasil está formando mestres e doutores para o desemprego. A frase é de 
Silvio Meira, professor do Centro de Informática da Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE) e da Escola de Direito do Rio da FGV. Os números 
demonstram isso friamente: enquanto no mundo a taxa de desocupação desse 
grupo gira em torno de 2%, por aqui, a média é de 25%. Os mestres estão em 
situação ainda pior: 35% fora do mercado de trabalho (Soares, 2019). 
Pesquisa promovida pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, do 
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), publicada em 2014, 
consta que já havia 445.562 mestres titulados contra 293.381 empregados. Neste 
mesmo intervalo, formaram-se 168.143 contra 126.902 empregados. 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Segundo o último levantamento organizado pela Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes, do governo federal), no ano 
de 2017, foram titulados no país 50.306 mestres, 21.591 doutores e 10.841 no 
mestrado profissional. Segundo a assessoria, nos últimos anos, a Capes tem 
mantido o orçamento em cerca de R$ 4 bilhões, e o número de bolsas seguiu 
estável. Logo, a título de última informação, são 93,5 mil bolsistas na pós-graduação 
no Brasil e no exterior, número que também tem se mantido estável nos últimos 
anos. 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
CAPÍTULO 2 – DIDÁTICA E PRATICAS PEDAGOGICAS NO ENSINO SUPERIOR 
 
2.1 Didática como Ciência no Ensino Superior 
 
A dialética aplicada à metodologia científica, tem a finalidade de analisar, de 
modo crítico, os acontecimentos descritos através de um fenômeno, de forma mais 
aprofundada, descrevendo o fenômeno e suas causas e suas consequências, a fim 
de entender a realidade em sua totalidade. 
Nesse sentido, através do método dialético podemos rever o passado diante 
dos acontecimentos ocorridos no presente, facilitando o questionamento sobre o 
futuro em relação aos repetidos assuntos estudados. 
Considerada uma ciência que estuda os saberes necessários á prática docente 
a Didática é um dos principais instrumentos para a formação do professor, pois é 
nela que se baseiam para adquirir os ensinamentos necessários para a prática. De 
acordo com Libâneo (1990, p. 26) “a didática trata da teoria geral do ensino”. Como 
disciplina é entendida como um estudo sistematizado, intencional, de investigação e 
de prática (LIBÂNEO, 1990). 
Ainda, nesta mesma linha de pensamento, Pimenta et al, diz que: 
 
A didática, como área da pedagogia, estuda o fenômeno ensino. As 
recentes modificações nos sistemas escolares e, especialmente, na área de 
formação de professores configuram uma “explosão didática”. Sua 
ressignificação aponta para um balanço do ensino como prática social, das 
pesquisas e das transformações que têm provocado na prática social de 
ensinar (2013, p.146). 
 
No entendimento de Luzuriaga (2001), a Didática originariamente significou a 
arte de ensinar. Durante muito tempo, ensinou-se conforme certas regras e normas, 
porém estas tinham mais um caráter empírico, pessoal ou procediam da tradição de 
modelos ou da habilidade pessoal. Somente a partir do século XVII, Comenius 
estabeleceu a Didática sobre as bases gerais, denominando precisamente de 
Didática Magna, que era uma espécie de manual escrito em um livro elaborado com 
a pretensão de ensinar tudo a todos. A Didática Magna foi a principal obrade 
Comenius, que compreendia não apenas os métodos e regras de ensinar, mas 
também a totalidade ação educativa. 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Segundo Gil (2010, p.2) didática é a “arte de ensinar”. Ele segue citando 
Comenius, que afirmava que didática é a “arte de ensinar tudo a todos” e Masetto, 
que diz que didática “é o estudo do processo de ensino-aprendizagem em sala de 
aula e de seus resultados”. Falando acerca de didática Libâneo diz: 
 
A didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu 
conjunto, no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas 
da aula se relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de 
garantir aos alunos uma aprendizagem significativa. Ela ajuda o professor 
na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, 
fornecendo-lhe segurança profissional. (LIBÂNEO, 2002, p.5). 
 
A palavra Didática refere-se à ordem, clareza, simplificação e costuma, 
portanto, também conotar rigor, bitolamento, limitação, quadratura. Se ela adquiriu 
significados negativos, supõe-se que a origem deles esteja na práxis, ou seja, no 
exercício regular da Didática, em todos os níveis de ensino, seria responsável pelo 
seu desprestígio ou má fama. Realmente, muitos manuais de Didática estão cheios 
de itens e subitens, regras e conselhos: o professor deve, o professor não deve e 
ficam, portanto, muito próximos dos receituários ou listagens de permissões e 
proibições, tentando inutilmente disfarçar o seu vazio atrás de excessivo formalismo. 
A Didática associa-se à ciência desde o momento em que os homens 
passaram a questionar, de forma exaustiva, todas as formas possíveis de se ensinar 
algo a alguém. De modo que, ela passou a estar presente quando o homem 
organizou a maneira de transmitir seus conhecimentos ao exercitar uma prática 
pedagógica – uma Didática. 
Libâneo (2007) aponta que a Didática tem como objeto de estudo o processo 
de ensino, finalidades, pedagogias, condição e meios de direção e organização do 
ensino e aprendizagem, pelos quais se asseguram a mediação docente de objetivos, 
os conteúdos e os métodos para atingir a efetivação da assimilação dos 
conhecimentos. 
Apesar da discussão de como ensinar e como sistematizar o ensino ter sido 
uma preocupação dos educadores desde que se organizou a relação pedagógica, a 
Didática é considerada uma teoria do ensino apenas a partir do século XVII: 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
a história da Didática está ligada ao aparecimento do ensino – no decorrer 
do desenvolvimento da sociedade, da produção e das ciências - como 
atividade planejada e intencional dedicada à instrução.[...] Na chamada 
Antiguidade Clássica ( gregos e romanos) e no período medieval também 
se desenvolvem formas de ação pedagógicas, em escolas, mosteiros, 
igrejas, universidades. Entretanto, até meados do século XVII não podemos 
falar de Didática como teoria do ensino, que sistematize o pensamento 
didático e o estudo científico das formas de ensinar (LIBÂNEO, 1994, p. 54- 
55). 
 
Não há dúvidas sobre a complexidade do trabalho docente frente às atribuições 
que lhe são exigidas. Neste contexto Veiga (2006, p. 2), menciona que a “[...] 
docência universitária exige a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, 
faz parte dessa característica integradora a produção do conhecimento bem como 
sua socialização”. A indissociabilidade aponta para a atividade reflexiva e 
problematizada do futuro profissional. 
A autora salienta, ainda, que formar professores universitários implica 
compreender a importância do papel da docência, proporcionando um 
aprofundamento científico aliado ao conhecimento pedagógico, que os capacite a 
responder questões fundamentais da universidade como instituição social, uma 
prática social que implica as ideias de formação, reflexão, e crítica. 
Com os levantamentos que são realizados ao longo dos cursos fica claro as 
deficiências na formação do professor universitário. É comum que a maioria das 
críticas nesses cursos em relação aos professores refere-se à falta de didática, por 
essa razão muito professor vem realizando cursos de didática do ensino superior. 
A prática pedagógica no Ensino Superior passa por diversos desafios, visto 
que, precisa sempre articular ensino, pesquisa e extensão e, por outro lado, a 
ausência de preocupação explícita das autoridades educacionais com a preparação 
de professores para o Ensino Superior. As autoridades acreditam que o corpo 
discente das escolas superiores é constituído por adultos, não precisando tanto de 
dedicação quanto no corpo discente do ensino básico, constituído por crianças e 
adolescentes. Os alunos do ensino superior, por já possuírem uma “personalidade 
formada” e por saberem o que pretendem, não exigiriam de seus professores mais 
do que competência para transmitir os conhecimentos e para sanar suas dúvidas, 
caso esse muito controverso quando posto em prática. 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Segundo ALTHAUS (2004), a ação didática no ensino superior é pautada pelas 
tensões enfrentadas no cotidiano universitário e consolida-se pelo o que é inerente à 
extensão: “A autêntica ação de estender o conhecimento, via extensão universitária, 
operacionaliza-se por meio de umas práxis dialética (mediadora entre universidade-
sociedade-universidade) de produção/reprodução crítica do conhecimento” (RAYS, 
2003, p.3). Segundo BORBA e SILVA ([s.d]): 
 
Quando nos referimos às necessidades dos estudos didáticos dirigidos ao 
ensino de nível superior, a sua aplicação e investigação aos problemas 
pedagógicos deve levar cada docente a fazer uma autocrítica e a tomar 
consciência de suas responsabilidades, e principalmente buscar a melhor 
forma de desempenhar suas funções e por sua vez fazer experiências 
pedagógicas que vise aperfeiçoar os diversos tipos de atividades que 
caracterizam tais funções, em particular podemos citar as voltadas à 
sistematização e transmissão do conhecimento, sem deixar em segundo 
plano ou de lado as responsabilidades propriamente educativas. 
 
Frente a esse cenário, Cunha, Brito e Cicillini (2006) afirmam que a formação 
pedagógica para o professor da educação superior é quase inexistente e isto recai 
na grande dificuldade de o docente enfrentar os desafios de sua profissão. Assim, 
evidenciamos que o professor da atualidade precisa alargar seu repertório de 
conhecimentos, visto que ter o título acadêmico apenas não garante uma atuação 
qualificada em sala de aula. 
A “Didática do Ensino Superior” volta-se para aos alunos dos cursos de 
graduação e pós-graduação, com o objetivo de analisar, minuciosamente, e refletir 
sobre o panorama da educação nacional, a fim de capacitar os docentes e 
interessados em atuar nas áreas de ensino, pesquisa ou gestão, sendo possível 
uma melhor compreensão das competências, habilidades e atividades necessárias 
para atuação no ensino.A partir dessas disposições, Nóvoa (2009) recomenda 
fatores importantes para alicerçar programas de formação de professores: 
• A formação de professores precisa articular teoria e prática, a partir da 
análise de situações concretas do cotidiano escolar, à procura de um 
conhecimento pertinente na reelaboração desse conhecimento, 
traduzindo um processo de inovação; 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
• É relevante que a formação de professores passe para “dentro da 
formação”, isto é, ser conduzida e planejada pelos próprios professores, 
de forma que os principiantes aprendam com os mais experientes; 
• A formação de professores necessita valorizar o trabalho em equipe, pois 
a reflexão e o trabalho coletivo transformam-se em conhecimento 
profissional, instigando processos de mudança e práticas concretas de 
intervenção. 
• A formação precisa incentivar os professores a darem visibilidade social 
ao seu trabalho, a aprenderem a se comunicar com o público, “a ter uma 
voz pública, a conquistar a sociedade para o trabalho educativo, 
comunicar para fora da escola” (NÓVOA, 2009, p. 43). 
Considera-se a docência, independentemente do nível de ensino em que ela 
aconteça, uma ação humana. Reconhecer a dimensão humana da docência é 
admitir e assumir que ela se constitui histórica e socialmente e, por conseguinte, a 
formação é parte integrante da identidade profissional do professor; é a “humana 
docência, onde ser educador é ser o mestre de obras do projeto arquitetado para 
sermos humanos”. (NÓVOA, 2009) 
Veiga (2006) defende a formação do futuro professor universitário articulando 
conhecimento da área especifica e conhecimentos pedagógicos para que eles 
possam compreender e realizar, efetivamente, um trabalho que contemple a 
indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, condição, segundo a 
autora, indispensável à atividade reflexiva, problematizadora e inerente à docência. 
Faz parte dessa característica integradora a produção do conhecimento bem 
como sua socialização. Articula componentes curriculares e projetos de pesquisa e 
de intervenção, levando em conta que a realidade social não é objetivo de uma 
disciplina, e isso exige o emprego de uma pluralidade metodológica. 
Ainda que pese, as discussões e proposições advindas de inúmeras pesquisas, 
as entrevistas com os pós-graduandos que tinham experiência docente no ensino 
superior evidenciaram que eles se consideravam pouco capazes de articular o 
ensino, a pesquisa e a extensão nas instituições públicas de ensino superior onde 
trabalhavam, em função das inúmeras exigências administrativas, burocráticas e, 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
principalmente nas instituições da rede particular, pois o trabalho docente é 
exclusivo ao ensino. 
Contudo, o que fica evidenciado, no mais das vezes, nesses processos de 
capacitação, ainda é uma didática pautada no domínio que o professor tem da sua 
área de formação e especialização. Os próprios concursos de ingresso à carreira 
universitária exigem este domínio, embora tal proficiência no conhecimento científico 
não garanta a sua tradução adequada em saber acadêmico, por parte do aluno e da 
comunidade. E, sem negar a importância desse conhecimento, consideramos que a 
didática universitária precisa ir além disso. 
 
2.2 A Metodologia na Docência Universitária 
 
A Metodologia nos dá juízos de realidade, e a Didática nos dá juízos de valor. 
Juízos de realidade são juízos descritivos e constatativos. Juízos de valor são juízos 
que estabelecem valores ou normas. A partir dessa diferenciação, concluímos que 
podemos ser metodologistas sem sermos didáticos, mas não podemos ser didáticos 
sem sermos metodologistas, pois não podemos julgar sem conhecer. Por isso, o 
estudo da Metodologia é importante por uma razão muito simples: para escolher o 
método mais adequado de ensino precisamos conhecer os métodos existentes. 
Para efetivação do ensino e aprendizagem deve-se destacar que é muito 
importante a interação do aluno e professor. Além disso, é possível ocorrer uma 
relação dialética, na qual o papel do professor e do aluno se unam e estimulem a 
aprendizagem, através das tarefas contínuas dos sujeitos, de tal forma que o 
processo interligue o aluno ao objeto de estudo. 
Assim, espera-se do professor: 
 
Que tenha conhecimento de várias técnicas ou estratégias, bem como o 
domínio do uso destas para poder utilizá-las em aula; Que desenvolva 
capacidade de adaptação das diversas técnicas, modificando-as naquilo 
que for necessário para que possam ser usadas com aproveitamento pelos 
alunos individualmente ou em grupos; Que, pelo conhecimento e domínio 
prático de muitas técnicas e por sua capacidade de adaptação das técnicas 
existentes, se torne capaz de criar novas técnicas que melhor respondam 
às necessidades de seus alunos. Afinal, técnicas são instrumentos e como 
tais podem ser criadas por aqueles que vão usá-las (MASETTO, 2012, p. 
103). 
 
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2.3 A Metodologia Dialética 
 
Sobre a metodologia dialética entende-se o conhecimento não pode ser 
transferido, porém construído nas suas ligações com o outro e com o mundo. Nesse 
diapasão: 
 
Quando o estudante se confronta com um tópico de estudo, o professor 
pode esperar que ele apresente, a respeito do mesmo, apenas uma visão 
inicial, caótica, não elaborada ou sincrética, e que se encontra em níveis 
diferenciados entre os alunos. Com a vivência de sistemáticos processos de 
análise a respeito do objeto de estudo, passa a reconstruir essa visão 
inicial, que é superada por uma nova visão, ou seja, uma síntese. A síntese, 
embora seja qualitativamente superior à visão sincrética inicial, é sempre 
provisória, pois o pensamento está em constante movimento e, 
consequentemente, em constante alteração. Quanto mais situações de 
análises forem experiências, maiores chances o aluno terá de construir 
sínteses mais elaboradas. O caminho da síncrese para a síntese, 
qualitativamente superior, via análise, é operacionalizado nas diferentes 
estratégias que o professor organiza, visando sistematizar o saber escolar. 
É um caminho que se processa no pensamento e pelo pensamento do 
aluno, sob a orientação e acompanhamento do professor, possibilitando o 
concreto pensado. (ANASTASIOU, 2005, p. 09, grifos no original). 
 
Uma metodologia na perspectiva dialética baseia-se em outra concepção de 
homem e de conhecimento. Entende o homem como um ser ativo e de relações. 
Assim, entende que o conhecimento não é "transferido" ou "depositado" pelo outro 
(conforme a concepção tradicional), nem é "inventado" pelo sujeito (concepção 
espontaneísta), mas sim que o conhecimento é construído pelo sujeito na sua 
relação com os outros e com o mundo. 
Isso significa que o conteúdo que o professor apresenta precisa ser trabalhado, 
refletido, reelaborado pelo aluno, para se constituir em conhecimento dele. Casocontrário, o educando não aprende, podendo, quando muito, apresentar um 
comportamento condicionado, baseado na memória superficial. 
O professor, ao organizar sua aula e propor uma avaliação, tem que considerar 
as etapas que o aluno irá percorrer, a partir de sua vivência social, de seu 
conhecimento prévio. Esse processo tem que ser entendido de forma dinâmica e 
não estática ou como um ritual burocrático que todos devem, necessariamente, 
cumprir, tendo como parâmetro um modelo ideal. Assim, a teoria dialética do 
conhecimento nos aponta que o conhecimento se dá, basicamente, em três grandes 
momentos: a Síncrese, a Análise e a Síntese. 
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A mobilização para o conhecimento – a síncrese da teoria dialética - procura 
estabelecer um vínculo inicial entre o aluno e o objeto de estudo através de uma 
provocação, de uma pergunta instigadora. Vasconcellos (2002) acredita que realizar 
uma tarefa sem saber o porquê é uma situação típica do trabalho alienado que 
acaba por exigir do aluno memorização e não inteligência. Nesta etapa, é preciso 
resgatar a realidade concreta do aluno, seja ela coletiva ou pessoal e considerar que 
os alunos já possuem uma concepção, ainda que não científica, sobre o conteúdo 
abordado. 
Vasconcellos (2002, p. 39) considera que “o papel específico do educador não 
se restringe à informação que oferece, mas exige sua inserção num projeto social 
(...) para que o educando possa continuar autonomamente a elaboração do 
conhecimento”. Neste processo, cabe ao professor provocar a abertura para a 
aprendizagem e colocar meios que possibilitem e direcionem esta etapa. 
Uma metodologia dialética poderia ser expressa através de três grandes 
momentos que, na verdade, devem corresponder mais a três grandes dimensões ou 
preocupações do educador no decorrer do trabalho pedagógico, já que não os 
podemos separar de forma absoluta, a não ser para fins de melhor compreensão da 
especificidade de cada um. Como superação da metodologia tradicional, exige-se 
pois: 
• Mobilização para o Conhecimento. 
• Construção do Conhecimento. 
• Elaboração da Síntese do Conhecimento. 
A mobilização se coloca como um momento especificamente pedagógico, em 
relação à teoria dialética do conhecimento, uma vez que esta supõe o interesse do 
sujeito em conhecer. De modo geral, na situação pedagógica este interesse tem que 
ser provocado. Visa possibilitar o vínculo significativo inicial entre sujeito e o objeto 
("approche"), provocar, acordar, desequilibrar, fazer a "corte". O trabalho inicial do 
educador é tornar o objeto em questão, objeto de conhecimento para aquele sujeito. 
Aqui é necessário todo um esforço para dar significação inicial, para que o sujeito 
leve em conta o objeto como um desafio. Trata-se de estabelecer um primeiro nível 
de significação, em que o sujeito chegue a elaborar as primeiras representações 
mentais do objeto a ser conhecido. 
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Construção do Conhecimento é possibilitar o confronto de conhecimento 
entre o sujeito e o objeto, onde o educando possa penetrar no objeto, compreendê-
lo em suas relações internas e externas, captar-lhe a essência. Trata-se aqui de um 
segundo nível de interação, onde o sujeito deve construir o conhecimento através da 
elaboração de relações o mais totalizantes possível. Conhecer é estabelecer 
relações; quanto mais abrangentes e complexas forem as relações, melhor o sujeito 
estará conhecendo. O educador deve colaborar com o educando na decifração, na 
construção da representação mental do objeto em estudo. 
Elaboração da Síntese do Conhecimento é ajudar o educando a elaborar e 
explicitar a síntese do conhecimento. É a dimensão relativa à sistematização dos 
conhecimentos que vêm sendo adquiridos, bem como da sua expressão. O trabalho 
de síntese é fundamental para a compreensão concreta do objeto. Por seu lado, a 
expressão constante dessas sínteses (ainda que provisórias) é também 
fundamental, para possibilitar a interação do educador com o caminho de construção 
de conhecimento que o educando está fazendo. 
Acreditar que tais notas ou conceitos possam, por si só, explicar o rendimento 
do aluno e justificar uma decisão de aprovação ou retenção, sem que sejam 
analisados o processo de ensino-aprendizagem, as condições oferecidas para 
promover a aprendizagem do aluno, a relevância deste resultado na continuidade de 
estudos, é, sobretudo, tornar o processo avaliativo extremamente reducionista, 
reduzindo as possibilidades de professores e alunos tornarem-se detentores de 
maiores conhecimentos sobre aprendizagem e ensino. (ZACHARIAS, s/d, p.2). 
De uma forma geral, o método dialético está aplicado de uma forma mais 
presente nas ciências humanas, que buscam entender de uma forma mais intensa o 
porquê, para quê e como os fatos se apresentam, e como o seu acontecimento se 
torna uma questão de interesse científico e social (DINIZ; SILVA, 2008). 
 
2.4 Educação Universitária 
 
Um conjunto de normas tem de ser formulado para regular esse sistema, 
aplicando-se a todas as universidades, públicas ou privadas, e incorporando todas 
as universidades que fazem parte do sistema de produção do conhecimento 
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superior, como institutos de pesquisa, empresas, hospitais, repartições públicas e 
entidades de formação de nível superior. O sistema brasileiro deve atuar no sentido 
de garantir autonomia a cada entidade, devendo, entretanto, criar um conjunto 
harmônico, capaz de funcionar com sinergia, evitando as dispersões características 
do momento atual (Buarque, 2003). 
Zabalza (2004) atribui três funções aos professores universitários: o ensino 
(docência), a pesquisa e a administração em diversos setores da instituição. 
Acrescento ainda a função de orientação acadêmica: monografias, dissertações e 
teses. Novas funções agregam-se a estas, tornando mais complexo o exercício 
profissional: 
 
o que alguns chamaram de business (busca de financiamento, negociação 
de projetos e convênios com empresas e instituições, assessorias, 
participação como especialistas em diversas instâncias científicas, etc.). E 
as relações institucionais (que são entendidas de diferentes maneiras: da 
representação da própria universidade nas inúmeras áreas em que é 
exigida até a criação e a manutenção de uma ampla rede de relações com 
outras universidades, empresas e instituições buscando reforçar o caráter 
teórico e prático da formação e, em alguns casos, seu caráter internacional). 
(Ibidem, p.109). 
 
A docência universitária requer a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e 
extensão. Essa característica integra a produção do conhecimento bem como sua 
socialização. A indissociabilidade direciona-se para atividade reflexiva e 
problematizadora do futuro profissional. A Articulação dos componentes curriculares 
e projetos de pesquisa e de intervenção, develevar em conta que a realidade social 
não é objetivo de uma disciplina e isso exige o emprego de uma pluralidade 
metodológica. 
A pesquisa e a extensão devem ser inseridas na docência, visto a necessidade 
de interrogar o que se encontra fora do ângulo imediato de visão. Não se trata de 
pensar na extensão como diluição de ações - para uso externo - daquilo que a " 
universidade produzir de bom. O conhecimento científico produzido pela 
universidade não é para mera divulgação, mas é para a melhoria de sua capacidade 
de decisão. 
 
 
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2.5 Planejamentos do Ensino 
 
O planejamento é essencial para qualquer organização e também é a maneira 
mais segura de atingir metas. Mas também pode ser um pesadelo institucional 
quando, em vez de ser um facilitador do trabalho, torna-se um obstáculo para o 
desempenho e o crescimento organizacional. Basicamente, porque a maioria das 
pessoas dentro da universidade não sabe como usá-lo (implementação sem 
treinamento adequado), não sabe por que elas precisam usá-lo (falta de 
comunicação interna) e, pior ainda, não querem usá-lo isto. 
Gandin (1997) defende a ideia de que existem planejadores, executores e 
avaliadores. Contudo, ele acredita que nesse grupo há poucos planejadores e 
muitos executores. Há pessoas dispostas apenas em mandar, estão sempre 
apontando a direção a ser seguida segundo seu pensamento. O sujeito dotado de 
consciência crítica, não se deixa levar por essa situação, ao contrário da pessoa 
ingênua ou mítica que vai se deixar manipular. 
Planejar não se limita apenas ao ato de fabricar planos, vai além do colocar 
ideias no papel, preparar atividade para serem executadas dentro ou fora da sala de 
aula. Com o planejamento não se reduz à elaboração, estende-se também à 
execução e à avaliação. 
Existem fatores mais importantes que determinam o sucesso do planejamento 
estratégico no superior. A competência dos funcionários, a cultura do campus, o 
orçamento e os regulamentos também são elementos essenciais que podem ajudar 
as universidades a cumprir seus objetivos e - ainda mais importante - a sustentar 
esse sucesso a tempo de serem reconhecidos pela sociedade como uma instituição 
fundamental para o bem-estar comum. 
O planejamento estratégico é um processo sistemático para projetar o futuro 
das instituições de ensino superior. Em geral, espera-se que o plano estratégico 
envolva uma abordagem coerente, consistente e cuidadosa para garantir as 
aspirações de longo prazo da organização. 
De acordo com Santana, (1986. P. 26) o planejamento é dividido em três 
etapas: A primeira é a preparação ou estruturação do plano de Trabalho Docente. 
Esta etapa é onde o professor prevê como será desenvolvido o seu trabalho durante 
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certo período. O professor relaciona os conteúdos que serão trabalhados e como 
serão trabalhados, ou seja, busca uma metodologia adequada, recursos didáticos e 
tecnológicos que contribuam para melhor desenvolvimento dos conteúdos. Na 
sequência é determinado os objetivos a serem alcançados, viabilizando estratégias 
para que no decorrer do trabalho os objetivos sejam atingidos. 
Kourganoff entre outros autores, vem chamando a nossa atenção sobre a 
necessidade de um estudo sistemático dos problemas didáticos em nível superior. 
Segundo ele: 
 
“A aplicação do espírito de investigação aos problemas pedagógicos deve 
levar cada docente a fazer uma autocrítica, a tomar consciência de suas 
responsabilidades, a repensar a maneira como desempenha suas funções e 
a fazer experiências pedagógicas que visem aperfeiçoar os diversos tipos 
de atividades que caracterizam tais funções, em particular, as voltadas à 
sistematização e transmissão do saber, sem esquecer das 
responsabilidades propriamente educativas. Por esta razão, é 
particularmente urgente melhorar o preparo pedagógico dos docentes... O 
número de seminários e outras atividades similares sobre o ensino 
universitário é pequeno quando comparado com o número de outras 
iniciativas da mesma natureza dirigidas às diferentes especialidades da 
investigação. Como recomenda o “Rapport of Berkeley”, alguns seminários 
pedagógicos apropriados aos diferentes tipos de disciplinas deveriam 
formar parte da rotina de cada docente universitário. Uma das 
preocupações de tais encontros deveria ser um inventário pedagógico 
internacional dos melhores métodos já utilizados nos diversos países” 
(1972. p. 84). 
 
Uma parte significativa do planejamento e preparação está realizando 
pesquisas. O estudo da teoria educacional e o exame das melhores práticas ajudam 
a definir e moldar sua própria ensino. Estudar o conteúdo que você ensina em 
profundidade também ajudará você a crescer e melhorar. 
 Como professor, você deve ter o conteúdo que ensina dominado. Você deve 
entender o que está ensinando, por que está ensinando e deve criar um plano de 
como apresentá-lo aos seus alunos todos os dias. Isso acaba beneficiando seus 
alunos. É seu trabalho como professor não apenas apresentar as informações, mas 
apresentar de uma maneira que ressoe com os alunos e faça com que seja 
importante o suficiente para que eles desejem aprender. Isso ocorre através do 
planejamento, preparação e experiência. 
Uma das razões mais importantes para planejar é que o professor precisa 
identificar seus objetivos para a lição. Os professores precisam saber o que querem 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
que seus alunos possam fazer no final da lição que não podiam fazer antes. Aqui 
estão mais algumas razões pelas quais o planejamento é importante: 
• dá ao professor a oportunidade de prever possíveis problemas e, 
portanto, considerar soluções 
• garante que a lição seja equilibrada e apropriada para a aula 
• dá confiança ao professor 
• o planejamento é geralmente uma boa prática e um sinal de 
profissionalismo 
O plano de aula define “o que” o professor espera alcançar ao longo da lição e 
o “como” ele espera alcançá-lo. Geralmente, eles estão na forma escrita, mas não 
precisam ser. Professores novos ou inexperientes podem querer ou ser solicitados a 
produzir planos muito detalhados - mostrando claramente o que está acontecendo 
em um determinado momento da lição. No entanto, em um ambiente de ensino 
realista, talvez seja impraticável considerar esses detalhes no planejamento diário. 
 
2.5.1 Diferença entre Planejamento e Estratégia 
A estratégia, como conceito, fica entre a missão e os planos operacionais. E 
historicamente no ensino superior, tem sido negligenciado nas conversas sobre cada 
um. Uma declaração de missão institucional diz por que existe uma faculdade ou 
universidade; esse é o propósito. Os melhores transmitem ações específicas em 
relação ao público-alvo, além de articular resultados. 
A estratégia é o caminho a cumprir nessa missão. É o plano de jogo que 
contém respostas para perguntas-chave, como

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