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2Ação Penal

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AÇÃO PENAL
A classificação da ação penal é feita com base em seu titular.
I - Ação Penal Pública 
a) Incondicionada
b) Condicionada
· à Representação – o prazo é de 6 meses. Art. 38 CPP.  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Parágrafo único.  Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.
· Requisição Ministro da Justiça –. Neste caso não tem prazo de 6 meses, enquanto não estiver extinta a punibilidade pela prescrição, ele pode ingressar com a ação penal. 
O MP é o titular da ação penal pública. A peça que dá inicio a ação penal pública é a denuncia. A ação penal pública é informada por dois principais princípios: 
· Denúncia – Na ação penal pública, o titular é o MP e tem início por uma denúncia. 
A ação penal pública é informada por dois principais princípios:
P. da Obrigatoriedade – O Promotor deve oferecer a denúncia. O princípio não é absoluto, mesmo provada à autoria e a materialidade, esse princípio foi mitigado pela transação penal, prevista no art. 76 da lei 9.099/95. Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
P. da Indisponibilidade – O MP, uma vez proposta à denúncia, não pode desistir da ação, ele pode, após a instrução criminal, pedir a absolvição, mas não desistir da ação. 
II - Ação Penal Privada
	O titular é o ofendido (vítima). Este é representado pelo advogado. A ação penal privada é iniciada pela queixa-crime. Esta nada mais é que a petição inicial do processo privado. 
a) Na ação penal privada vigora os princípios:
P. da Oportunidade/conveniência – o ofendido promove a ação penal privada de acordo com sua conveniência/oportunidade. Se ele não quiser oferecer a queixa-crime, ele deixa o prazo decadencial de 6 meses transcorrer. Art. 38 CPP. Ocorrendo a denúncia, extingue-se a punibilidade, e se extinguiu a punibilidade é uma coação ilegal, portanto cabe habeas corpus. 
P. da Disponibilidade – uma vez ingressando com a queixa-crime, o ofendido pode dispor da mesma.
P. da Indivisibilidade – Ex. A e B praticaram um crime de ação penal privada contra C. O C pode propor a ação penal apenas contra o A? Não. Ou o C processa os dois ou não processa nenhum. Não pode haver divisão da ação penal privada. Havendo a renúncia contra um deles, atinge o outro, há uma renúncia tacita contra este. Art. 48 CPP.  A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade. Art. 49 CPP.  A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. (Pode cair na prova)
Obs: Assim, em não podendo optar entre um e outro, quando este escolhe apenas um, significa que para com o outro, houve renuncia, esta por conseguinte, é causa extintiva da punibilidade, conforme Art. 107, CP, teno a renuncia efeito extensivo, por tanto, renunciando um, automaticamente se renuncia ao outro.
b) A ação penal privada se divide em três. 
· Propriamente dita – é proposta pelo ofendido ou por seu representante legal. No caso de morte do ofendido, os seus sucessores podem ingressar com a ação e nela prosseguir. 
· Personalíssima – só pode ser proposta pelo ofendido. Na ação penal personalíssima, somente o ofendido pode propor a ação. Caso o ofendido morra, extingue-se o processo. Art. 236 CP. - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
· Subsidiária da Pública – Feito o inquérito policial é encaminhado ao Juiz, que dá vista ao MP. O Ministério Público deve tomar uma dentre três providências, previsto pela CF em seu art. 5º, LIX, pelo art. 100, §3º do CP e art. 89 do CPP: 
· Provada materialidade e indícios da autoria – o MP deve oferecer a denúncia. 
· Não há prova da materialidade ou não exista indícios da autoria – o MP deve pedir o arquivamento do inquérito policial ao Juiz. 
· Realização de diligências (novas diligências) – O MP entende que ainda falta algumas diligências a serem realizadas para formarem a autoria ou materialidade. O Ministério Público deve fazer isto no prazo legal. 
· Para oferecer a denuncia o MP tem cinco dias se o réu estiver preso e quinze dias se o réu estiver solto. Art. 46 CPP. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. § 1o  Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação. §  2o  O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo. Se o MP recebe o inquérito policial, sendo caso de ação penal pública, não oferece a denúncia, não pede novas diligências e não pede o arquivamento, ou seja, nada faz e permanece inerte. Neste caso, a vítima pode ingressar com a ação penal subsidiária da pública. A vítima ingressa subsidiariamente com uma queixa-crime. O pressuposto, para a vítima ingressar com a ação penal privada subsidiária da pública, é que não tenha sido oferecida a denúncia.
O MP pede o arquivamento e o Juiz é quem decide pelo arquivamento. Sempre que houver divergência entre o Juiz e o Promotor, nenhum obriga o outro. Art. 28 CPP. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral,e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

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