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Simulado Enem 2018 - 2º conjunto Prova I

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SIMULADO 2 - ENEM 2018 - PROVA I
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 
Photographie retouchée
Starting this week, you might see a new label on commercial 
photographs of models in French publications: photographie 
retouchée, or “touched-up photograph”. That’s because 
a new French law is requiring images of models that have 
been digitally altered to say as much. As former Minister 
of Health, Marisol Touraine, who initiated the legislation, 
explains: “It is necessary to act on body image in society 
to avoid the promotion of inaccessible beauty ideals and 
prevent anorexia among young people”. Touché, Touraine: 
over 600,000 people in France are indeed affected by eating 
disorders like anorexia.
Now, if only we could get a label in other publications 
warning us of les informations retouchées – fake news, 
perhaps?
Disponível em: <https://blog.oxforddictionaries.com>. 
Acesso em: 10 out. 2017. [Fragmento]
O texto aborda uma alteração na legislação francesa que 
obriga as publicações do país a
A. 	 apontar a quantidade de alterações realizadas em fotos.
B. 	 validar junto ao Ministério da Saúde as fotos retocadas.
C. 	 utilizar imagens que retratem diferentes tipos de corpo.
D. 	 divulgar campanhas estatais de prevenção à anorexia.
E. 	 indicar a existência de retoques em fotos de modelos.
Alternativa E
Resolução:
A) INCORRETA – O texto não fala que as publicações 
deverão determinar a quantidade de alterações feitas 
nas fotos, mas sim que deverão apenas apontar que 
essas alterações foram feitas.
B) INCORRETA – Segundo a notícia, a nova lei não exige 
que as fotografias retocadas sejam validadas pelo 
Ministério da Saúde, mas sim que os retoques sejam 
informados ao leitor.
C) INCORRETA – Segundo o texto, a nova lei francesa 
exige apenas que imagens de modelos que tenham 
sido “retocadas” contenham uma indicação para o 
leitor, como forma de combater transtornos alimentares. 
A utilização de imagens que retratem diferentes tipos de 
corpos não é uma exigência.
D) INCORRETA – Embora a indicação de retoques em 
fotografias de modelos seja uma estratégia de combate 
a transtornos alimentares, a lei promulgada na França 
não exige, tendo em vista o que diz o texto, que as 
publicações do país divulguem campanhas estatais de 
prevenção à anorexia.
7ZWG
E) CORRETA – No primeiro parágrafo do texto, o leitor é 
informado de que passará a ver com mais frequência a 
frase “Photographie retouchée” em publicações francesas, 
devido a uma lei promulgada no país que obriga essas 
publicações a indicar ao leitor possíveis retoques feitos 
em imagens de modelos. O texto ainda indica que essa 
é uma estratégia para combater transtornos alimentares, 
como a anorexia.
QUESTÃO 02 
Madame President: The extraordinary journey 
of Ellen Johnson Sirleaf
The harrowing, but triumphant story of Ellen Johnson 
Sirleaf, leader of the Liberian women’s movement, winner of 
the Nobel Peace Prize, and the first democratically elected 
female president in African history.
When Ellen Johnson Sirleaf won the 2005 Liberian 
presidential election, she demolished a barrier few thought 
possible, obliterating centuries of patriarchal rule to become the 
first female elected head of state in Africa’s history. Madame 
President is the inspiring, often heartbreaking story of Sirleaf’s 
evolution from an ordinary Liberian mother of four boys to 
international banking executive, from a victim of domestic 
violence to a political icon, from a post-war president to a 
Nobel Peace Prize winner.
Pulitzer Prize-winning journalist and bestselling author 
Helene Cooper deftly weaves Sirleaf’s personal story into 
the larger narrative of the coming of age of Liberian women. 
The highs and lows of Sirleaf’s life are filled with indelible 
images; from imprisonment in a jail cell for standing up to 
Liberia’s military government to addressing the United States 
Congress, from reeling under the onslaught of the Ebola 
pandemic to signing a deal with Hillary Clinton when she 
was still Secretary of State that enshrined American support 
for Liberia’s future.
Sirleaf’s personality shines throughout this riveting 
biography. Ultimately, Madame President is the story of 
Liberia’s greatest daughter, and the universal lessons we 
can all learn from this “Oracle” of African women.
Disponível em: <https://intl.target.com>. Acesso em: 11 out. 2017.
O texto anterior faz referência à primeira mulher eleita como 
presidente de um país africano. Seu principal objetivo é
A. 	 analisar os efeitos da eleição de Ellen Sirleaf na luta 
feminista.
B. 	 defender o direito das mulheres africanas a participar 
da política.
C. 	 anunciar que a presidente da Libéria venceu o Prêmio 
Nobel da Paz.
D. 	 descrever os acontecimentos mais marcantes da vida 
de Ellen Sirleaf.
E. 	 apontar os aspectos mais importantes de uma obra 
sobre Ellen Sirleaf.
Alternativa E
Resolução:
A) INCORRETA – O texto de fato aponta a vitória para a 
luta pela igualdade de gênero que a eleição de Ellen 
Johnson Sirleaf representou. Contudo, esse não é 
seu objetivo principal, o que se pode constatar nos 
parágrafos seguintes, nos quais se percebe que se trata 
da descrição de um livro sobre essa política liberiana.
TIKI
ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
B) INCORRETA – Embora aponte a eleição de Sirleaf como 
uma vitória para uma quebra da hegemonia masculina na 
política africana, o texto não tem o objetivo de defender 
a participação das mulheres africanas na política.
C) INCORRETA – O texto apenas menciona que Sirleaf 
venceu o Prêmio Nobel da Paz como forma de apontar 
suas várias conquistas ao longo da vida. Seu objetivo 
principal, contudo, não é anunciar essa vitória.
D) INCORRETA – O texto realmente aponta vários fatos 
marcantes na vida de Ellen Johnson Sirleaf, mas o faz 
como forma de introduzir aquilo que é abordado no livro 
Madam President, de Helene Cooper.
E) CORRETA – O texto é uma sinopse do livro Madam 
President, da autora Helene Cooper, no qual a 
história de vida da presidenta liberiana Ellen Johnson 
Sirleaf é contada. Seu objetivo, portanto, é apontar, 
resumidamente, os aspectos mais importantes dessa 
obra, como propõe a alternativa E.
QUESTÃO 03 
Why foreigners call this utopia
Imagine a major metropolis where traffic flows quickly 
on green highways; where streets are sparkling clean and 
restoration is nearly as vigilant as sanitation; where four main 
ethnicities (Chinese, Malay, Indian and Eurasian) co-exist 
in tropical tolerance with a large community of foreigners 
who live and raise kids without fear of crime or the slightest 
impolite slight. Parks, museums, art spaces and architectural 
icons are world class.
There’s a reason – actually a multitude of them – why 
Singapore ranks high on surveys of places to live and work.
“Singapore is all about convenience,” said Richard 
Martin, a self-described older expat who works for 
International Market Assessment. “And it’s a brilliant location 
to cover Asia.”
But there’s always a downside to every utopia. Singapore’s 
cost of living keeps rocketing – especially in contrast to 
neighbouring Indonesia and Malaysia – and ranks as the 
world’s most expensive city for2015, according to the latest 
data by the Economist Intelligence Unit.
Disponível em: <http://www.bbc.com/>. Acesso em: 09 abr. 2015. 
[Fragmento]
O texto fala sobre o modo de vida em Cingapura, apresentando 
os motivos pelos quais a cidade é
 A apontada como modelo para a construção de estradas 
e vias públicas.
 B citada como exemplo da coexistência entre diferentes 
etnias. 
 C considerada um dos ícones arquitetônicos do mundo.
 D tida como a que tem o maior custo de vida da Ásia.
 E venerada pelos estrangeiros que vivem na região.
Alternativa E
Resolução:
A) INCORRETA – O fato de a cidade de Singapura ter 
estradas e vias públicas modelo é um dos motivos pelos 
quais ela é considerada utópica pelos estrangeiros, ou seja, 
a alternativa aponta um motivo, e não a sua consequência.
3C15
B) INCORRETA – A coexistência de diferentes etnias 
também é um dos motivos que faz com que Singapura 
seja venerada pelos estrangeiros. Portanto, mais uma 
vez, se trata da causa, e não da consequência.
C) INCORRETA – No final do primeiro parágrafo, afirma-se 
que Singapura possui parques, museus, espaços de 
arte e ícones arquitetônicos que são de primeiro nível 
(“world class”), e que esse é um dos motivos pelos quais 
os estrangeiros a consideram uma utopia, ou seja, a 
alternativa não atende ao enunciado.
D) INCORRETA – O texto de fato menciona que Singapura 
figurou, em 2015, como a cidade mais cara do mundo 
(disso infere-se que ela também é a mais cara da Ásia). 
Contudo, isso é apenas um contraponto feito pelo texto 
à afirmação de que a cidade é utópica. Portanto, não é 
a informação que o enunciado busca.
E) CORRETA – O título do texto é “Why foreigners call this 
utopia”, isto é, “Por que os estrangeiros chamam esta 
[cidade] de utopia”. Com base nisso, pode-se considerar 
que o texto apresentará motivos pelos quais Singapura 
é venerada pelos estrangeiros, conforme propõe a 
alternativa E. 
QUESTÃO 04 
Meet New York City’s anthrax detectives
The US government conducted bioterror research right 
under subway riders’ noses.
Every time a train races through a subway station in New 
York City, it sends a blast of air rolling through the 100-year-
old system’s enormous network of tunnels. That blast kicks 
up and carries a whole slew of particles. They swirl and float 
and fly. And then they deposit themselves all over everything. 
Over five days this past May, the US Department of Homeland 
Security (DHS) conducted a massive test to find out what 
would happen if those particles weren’t just harmless pieces 
of dust or lint: What if they were something more dangerous, 
like anthrax? How would they move around and where, 
exactly, would they land? 
“New York is the largest subway system in the US 
and one of the largest in the world. They have over 5.5 
million people on average on weekdays. It’s an enormous 
system, very complex, and it’s high on the target list of our 
adversaries,” says the project’s lead scientist Don Bansleben, 
a programme manager at the DHS Science and Technology 
Directorate. 
The trains, he says, act like pistons when they move 
through the system. “They push material in front of 
themselves and pull material from outdoors behind them. The 
material basically goes everywhere. And during rush hours 
there are 4,000 subway cars in the system.” 
Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 21 mar. 2017. 
[Fragmento]
VG7Ø
LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Uma pesquisa conduzida pelo Departamento de Segurança 
Doméstica (DHS) do governo estadunidense no metrô de 
Nova Iorque chegou à conclusão de que um ataque químico 
a esse meio de transporte
A. 	teria suas dimensões ampliadas pela idade avançada 
do sistema de túneis. 
B. 	dependeria diretamente da movimentação dos próprios 
trens para ser efetivo. 
C. 	afetaria o funcionamento de 4 000 trens caso ocorresse 
em horário de pico.
D. 	atingiria diretamente mais de cinco milhões de cidadãos 
nova-iorquinos. 
E. 	espalharia partículas radioativas e poeira por toda a 
cidade de Nova Iorque.
Alternativa B
Resolução:
A) INCORRETA – Não é a idade do sistema metroviário 
que poderia agravar um ataque químico, mas sim o seu 
tamanho e a quantidade de usuários.
B) CORRETA – Como é a movimentação dos trens que 
gera a rajada de ar que poderia servir para conduzir um 
ataque químico, pode-se concluir que a alternativa B 
está correta.
C) INCORRETA – Segundo o texto, quatro mil trens 
funcionam no sistema de metrô nova-iorquino em horário 
de pico. Contudo, não se pode dizer que todos esses 
trens seriam necessariamente afetados caso houvesse 
um ataque químico ao sistema, visto que o texto não 
determina qual seria o potencial de propagação de um 
ataque dessa natureza. 
D) INCORRETA – O texto afirma que, em um dia de semana, 
uma média de 5,5 milhões de pessoas utiliza o metrô de 
Nova Iorque. Contudo, essa média compreende toda a 
duração do dia e, caso acontecesse um ataque em um 
horário específico, a quantidade de pessoas utilizando o 
meio de transporte seria, certamente, menor. Portanto, 
não é correto afirmar que mais de cinco milhões de 
cidadãos nova-iorquinos seriam diretamente atingidos.
E) INCORRETA – Segundo o texto, as rajadas de ar geradas 
pelos trens percorrem os túneis do sistema. Portanto, 
um ataque químico se restringiria a esses túneis e às 
estações a eles conectadas, e não necessariamente à 
cidade de Nova Iorque inteira. 
QUESTÃO 05 
Egyptian President Abdel Fattah el-Sissi on Tuesday 
asked for a United Nations–backed military mission to fight 
Islamic State affiliates in Libya. 
Egypt’s call for a U.N. resolution supporting an 
international military coalition to fight the Islamic State comes 
after a video released by the extremist group (also known 
as ISIS) on Sunday showed the beheading of 21 Egyptian 
Christians who were kidnapped in Libya in December. 
AV7G
The extremist group has become known for its brutal 
tactics, including taped executions and the inclusion of 
children in its ranks. The video of the Egyptian executions 
followed another showing the burning to death of captured 
Jordanian pilot Muadh al-Kasasbeh. On Tuesday the group 
reportedly burned 45 Iraqis to death. 
WESTCOTT, L. Disponível em: <http://www.newsweek.com>. Acesso 
em: 11 out. 2017. [Fragmento]
O pedido feito pelo presidente egípcio Abdel Fattah el-Sissi 
e reportado pelo artigo tem como fator motivador o(a)
A. 	 execução brutal de 45 cidadãos muçulmanos iraquianos.
B. 	 assassinato do piloto de caças jordaniano Muadh al-
Kasasbeh. 
C. 	 decapitação de 21 cristãos egípcios sequestrados na 
Líbia. 
D. 	 exibição de vídeos com as táticas de guerrilha do 
Estado Islâmico. 
E. 	 sequestro de crianças egípcias para atuar nas frentes 
de combate.
Alternativa C
Resolução:
A) INCORRETA – A execução dos 45 cidadãos iraquianos, 
embora mencionada no texto, não é o motivo que levou 
o presidente egípcio a solicitar a intervenção da ONU 
na Líbia, mas sim o assassinato de cidadãos de seu 
próprio país.
B) INCORRETA – O assassinato de Muadh al-Kasasbeh 
de fato é citado na notícia, mas esse não é o motivo 
pelo qual o presidente do Egito solicitou a intervenção 
militar na Líbia.
C) CORRETA – A alternativa está de acordo com a seguinte 
passagem do segundo parágrafo: “Egypt’s call for a U.N. 
resolution supporting an international military coalition to 
fight the Islamic State comes after […] the beheading of 
21 Egyptian Christians who were kidnapped in Libya.”
D) INCORRETA – A alternativa distorce informações 
do texto: a gravação de execuções realizadas pelo 
grupo extremista é, de fato, uma tática de guerrilha 
mencionada no texto (“The extremist group has become 
known for its brutal tactics, including taped executions 
and the inclusion of children in its ranks”). Portanto, não 
se trata de exibir vídeos com as táticas, mas de utilizar 
os vídeos em si como tática. 
E) INCORRETA – Embora o sequestro de crianças seja 
citado no texto como umadas táticas brutais utilizadas 
pelo Estado Islâmico, esse não é um fato motivador da 
solicitação de el-Sissi. 
ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01 
La línea colorada 
Más tarde levantó la fatigada 
mano el monarca, y más arriba
de las frentes de los bandidos,
tocó los muros.
Allí trazaron
la línea colorada.
[...]
El labrador entregó su medalla,
el pescador su bota de oro,
y las rejas temblaron respondiendo
mientras mensaje y voz por las alturas
iba la rueda del oro rodando.
Entonces tigre y tigre se reunieron
y repartieron la sangre y las lágrimas.
Atahualpa esperaba levemente
triste en el escarpado día andino.
No se abrieron las puertas. Hasta la última
joya los buitres dividieron:
las turquesas rituales, salpicadas
por la carnicería, el vestido
laminado de plata: las uñas bandoleras
iban midiendo y la carcajada
del fraile entre los verdugos
escuchaba el Rey con tristeza.
[...]
Entró Valverde con la Muerte entonces.
“Te llamarás Juan”, le dijo
mientras preparaba la hoguera.
Gravemente respondió: “Juan,
Juan me llamo para morir”,
sin comprender ya ni la muerte.
Le ataron el cuello y un garfio
entró en el alma del Perú.
Disponível em: <http://www.neruda.uchile.cl/>. Acesso em: 20 abr. 2015.
3ZDB
O trecho do poema “La Línea Colorada”, escrito pelo poeta 
chileno Pablo Neruda, em sua obra Canto General, narra um 
episódio histórico ocorrido durante a Conquista Espanhola 
dos territórios da América. O trecho do poema de Neruda 
funciona como uma alegoria da
A. 	 descoberta, conquista e evangelização dos indígenas.
B. 	 colonização, desenvolvimento e florescimento do Peru. 
C. 	 servidão, humilhação e aniquilação dos povos 
indígenas.
D. 	 captura, aculturação e civilização forçada do povo 
peruano.
E. 	 subjugação, exploração e martírio de todo o povo 
peruano.
Alternativa E
Resolução: O trecho do poema “La línea colorada” narra 
a dominação, pilhagem e exploração das riquezas do 
Peru, como é possível perceber da primeira até a vigésima 
terceira linha. Nas linhas restantes, é narrado o assassinato 
do rei andino Atahualpa pelos invasores espanhóis, sendo 
sua morte representativa do início de todo o processo de 
humilhação e exploração do país e de seu povo, como é 
possível perceber nos versos “Le ataron el cuello y un garfio / 
entró en el alma del Perú”. O episódio histórico contado em 
forma de poema representa alegoricamente a subjugação e o 
martírio de todo o povo peruano, como indica a alternativa E. 
A alternativa A está incorreta porque a evangelização dos 
povos indígenas não é o foco do poema. O ato de dar um 
nome cristão / espanhol a Atahualpa simboliza a eclipsagem 
da cultura andina “‘Juan, Juan me llamo para morir ’”, mais do 
que o processo de evangelização, que apesar de ter ocorrido, 
não é tratado no poema. A alternativa B está incorreta 
porque, do ponto de vista exposto no poema, o processo 
de colonização não foi um período de desenvolvimento 
e florescimento do Peru, e sim de humilhação e perdas. 
A alternativa C está incorreta porque houve um grande 
genocídio dos povos indígenas, mas não é correto dizer 
que eles foram aniquilados. Por fim, a alternativa D 
está incorreta porque o poema expõe a violência, a 
exploração e o genocídio de indígenas, e isso não pode ser 
identificado como um processo de aculturação nem de 
civilização desses povos. 
QUESTÃO 02 
Los tonos tendencia del verano 
Te contamos los tonos que más se usarán esta temporada 
para que tu maquillaje y uñas estén a la moda. 
Pasteles 
Tanto el rosa, el lila, como el celeste pastel son colores que 
marcan tendencia. Transmiten calma y serenidad, ideales 
para aquellas que buscan expresar su carácter tranquilo. 
Además, aportan un toque femenino y delicado a tus manos. 
Coral 
El coral es un color que dice: ¡Llegó el verano! Se trata de 
un tono vibrante y energético que, por un lado, llama la 
atención y, por otro, muestra lo arriesgada que podés ser. 
Por supuesto, existen variantes ya que algunos son más 
eléctricos, cercanos al naranja, y otros más suaves, con 
tonalidad más rosada. […] 
CSUY
LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Azul marino 
El azul está relacionado al mar y por eso, es uno de los más 
elegidos durante el verano. Además, combina con todo y deja 
ver un lado sofisticado. Es ideal para llevarlo con las uñas 
cortas para darle un toque sobrio a tus manos. 
Cítricos 
Sin duda los colores cítricos son tendencia. El verde, amarillo 
y naranja hacen que lleves la calidez en tus manos. Son tonos 
divertidos y llamativos para esos momentos más casuales y 
quedan perfectos en pieles bronceadas. […] 
Disponível em: <http://bellezaxunproposito.com.ar>. 
Acesso em: 11 mar. 2016. 
A cada estação, novas tendências de cores surgem no 
mundo da moda e influenciam roupas, calçados, bolsas, 
maquiagem e unhas. De acordo com o texto, 
A. 	 os tons de coral podem transmitir calma e serenidade. 
B. 	 o lilás é um tom vibrante e energético, que chama a 
atenção.
C. 	 o azul-marinho deve ser evitado no verão por ser uma 
cor bastante sóbria. 
D. 	 as cores pastel são recomendadas por serem bastante 
chamativas.
E. 	 os tons cítricos são chamativos e combinam com peles 
bronzeadas. 
Alternativa E
Resolução: A alternativa correta é a E, pois, de acordo com 
o texto, as cores cítricas são divertidas, chamativas e ficam 
perfeitas em peles bronzeadas. As alternativas A e B estão 
incorretas porque os tons de coral é que são vibrantes e 
energéticos e é o lilás que transmite calma e serenidade. 
A alternativa C está incorreta porque o azul marinho é uma 
cor tendência liberada no verão. Por fim, a alternativa D está 
incorreta porque os tons pastéis são considerados femininos 
e delicados.
QUESTÃO 03 
Disponível em: <http://farm5.static.flickr.com>. Acesso em: 24 out. 2017.
4WØT
O gênero tirinha utiliza, comumente, uma linguagem coloquial 
que se aproxima do discurso informal do cotidiano. O uso 
de interjeições e letras replicadas na tira têm por objetivo
A. 	 demonstrar ao leitor que a tia Paca é infantilizada.
B. 	 criar proximidade com o leitor pela modernidade do 
discurso.
C. 	 revelar ao leitor o carinho que tia Paca sente pela 
sobrinha.
D. 	 salientar para o leitor o porquê de Mafalda odiar a 
tia Paca.
E. 	 retratar com ênfase uma situação familiar conhecida 
do leitor. 
Alternativa E
Resolução: A alternativa correta é a E porque o uso de 
interjeições e letras replicadas na tira tem por objetivo 
retratar com ênfase uma cena familiar conhecida pelo leitor. 
O comportamento das personagens Mafalda, Mamá e Tía 
Paca são comuns na vida real: a criança que não quer 
cumprimentar os parentes mais velhos, principalmente 
quando está brincando, a mãe que obriga os filhos a ir 
ver os parentes, o familiar mais velho que beija e abraça 
efusivamente a criança desgostosa e faz perguntas que 
não as interessam. As alternativas A e B estão incorretas 
porque não é o objetivo da tira, com o uso das interjeições 
e letras repetidas, demonstrar que a Tía Paca é infantilizada 
ou criar proximidade com o leitor devido à modernidade 
do discurso. Elas demonstram, sim, a reprodução de um 
discurso comum de parentes mais velhos ao cumprimentar 
as crianças da família. As alternativas C e D estão incorretas 
porque todo o humor da tira é construído com base na 
reprodução fidedigna de uma situação familiar em que as 
interjeições e letras replicadas cumprem o papel de detalhar 
e reproduzir essa situação, e não de revelar o carinho da tia 
pela sobrinha nem de salientar o motivo de Mafalda odiar 
a tia, mesmo porque não é possível fazer essa afirmação. 
Mafalda demonstra achar a tia inconveniente, mas não se 
pode dizer que ela a odeia.
QUESTÃO 04 
Hacer el primo
El erudito don Joaquín de Entrambasaguas dedicó un 
largo estudio al origen de la expresión“hacer el primo” […]. 
En su opinión, el origen de dicha expresión se encuentra 
en las cartas que escribió el general napoleónico Joaquín 
Murat, durante los sucesos del 2 de mayo de 1808, 
al infante don Antonio y a la llamada Junta de Gobierno de 
España, que el infante presidía por ausencia de Fernando 
VII quien se había marchado a Bayona. Murat empleaba 
la fórmula protocolaria de “Señor primo” para dirigirse al 
infante e indicarle a continuación que todo pueblo donde 
fuera asesinado un francés sería incendiado inmediatamente. 
Tras la amenaza, se despedía diciendo: “Mi primo… 
pido a Dios que os tenga en santa y digna gracia”. 
WØ6O
ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Murat había empleado en su redacción el protocolo utilizado por la Casa Real española cuando el rey se dirigía a los grandes, 
llamándoles “primo”. Fue este modo de dirigirse al incauto y atolondrado infante por lo que quedó, según Entrambasaguas, 
acuñada la expresión “hacer el primo”.
Disponível em: <http://sevilla.abc.es/andalucia/cordoba>. Acesso em: 24 out. 2017.
Em 1808, em um episódio histórico, o ingênuo infante don Antonio acatou as exigências do general Murat, causando o 
assombro e revolta no povo espanhol. Com base no fragmento a respeito da origem da expressão idiomática “hacer el primo”, 
depreende-se que ela é utilizada para referir-se a pessoas que
A. 	 curvam-se a autoridades.
B. 	 deixam-se enganar facilmente.
C. 	 dispõem-se a prejudicar os seus.
D. 	 amedrontam-se diante de conflitos.
E. 	 mostram-se excessivamente obedientes.
Alternativa B
Resolução: Após o episódio narrado, a expressão “hacer el primo” surgiu, sendo utilizada para referir-se a pessoas incautas 
que se deixam enganar ou explorar facilmente, como propõe a alternativa B. O texto dá a pista do significado da expressão 
nas últimas duas linhas, ao referir-se ao infante don Antonio como “incauto y atolondrado”, ou seja, uma pessoa ingênua, 
sem cautela e que não reflete antes de agir.
QUESTÃO 05 
LLEVA EL DNI.1
2
3 4
5
6
7
8
9
10
CONFORMA UN GRUPO DE AFINIDAD CON
GENTE DE CONFIANZA Y NO OS SEPAREIS.
RECUERDA QUE PARTICIPAR
EN UM PIQUETE INFORMATIVO
ES LEGAL.
LLEVA ROPA Y
CALZADO CÓMODO.
LLEVA ROPA 
DE ABRIGO.
LLEVA ALGO DE COMER Y DE BEBER.
NO LLEVES
DROGAS ILEGALES.
SI TIENES ANTECEDENTES O ALGUNA CAUSA
JUDICIAL ABIERTA, TENLO EN CUENTA: NO LA LIES.
RECUERDA EL NOMBRE Y LOS APELLIDOS DE ALGUNOS
DE LOS ABOGADOS (SE REPARTIRÁN DURANTE LOS PIQUETES).
LLEVA EL MÓVIL CARGADO. SI HAY MOMENTOS DE
ABUSO POLICIAL NO DUDES EN GRABAR O TOMAR FOTOS.
RECOMENDACIONES
PARA LOS PIQUETES
Disponível em: <http://tomalafacultad.net>. Acesso em: 19 jan. 2016.
O panfleto em questão apresenta recomendações de como proceder em uma
A. 	viagem ao exterior.
B. 	confraternização.
C. 	manifestação.
D. 	visita técnica.
E. 	conferência.
Alternativa C
Resolução: A alternativa correta é a C, pois o panfleto dá orientações sobre como proceder em uma manifestação. A palavra 
“piquete” significa “manifestação” em espanhol.
6UNB
LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 06 
Sobrou para as redes sociais. Se até há pouco eram 
vistas como promessa de liberdade, agora são apontadas 
como ameaça à democracia. São acusadas tanto de fomentar 
a crescente polarização como de terem se convertido no 
celeiro onde surgem e prosperam as “fake news”. Será que 
é para tanto?
Não há dúvida de que vivemos numa época de 
radicalismos. Meu palpite pessoal é o de que a Internet tem 
algo a ver com isso. Mas, se formos em busca de evidências, 
veremos que os processos pelos quais isso ocorre não são 
tão simples nem diretos como normalmente se presume.
Num trabalho cujas conclusões são bem contraintuitivas, 
Boxell, Gentzkow e Shapiro mostraram que, nos EUA, 
a polarização cresceu mais justamente nos grupos 
demográficos que utilizam menos a Internet, como os idosos 
com mais de 75 anos.
Quanto às “fake news”, embaladas tanto pela conexão 
russa como pelos tuítes de Trump, elas são, com o perdão 
do trocadilho, reais. Mas é importante notar que mentiras, 
boatos e campanhas de desinformação sempre existiram. 
A Internet apenas os torna mais efetivos.
A democracia não passa por turbulências por causa 
da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, cheio 
de vulnerabilidades. Só que ela também tem a virtude 
de adaptar-se com facilidade, sobrevivendo a muitos dos 
ataques a que é submetida.
SCHWARTSMAN, H. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. 
Acesso em: 13 nov. 2017. [Fragmento]
No artigo de opinião, as redes sociais são colocadas no 
centro da discussão sobre sua influência. Nesse sentido, 
o trecho que sintetiza a defesa central do autor é:
A. 	 “Se até há pouco eram vistas como promessa de 
liberdade, agora são apontadas como ameaça à 
democracia”.
B. 	 “veremos que os processos pelos quais isso ocorre 
não são tão simples nem diretos como normalmente 
se presume”.
C. 	 “a polarização cresceu mais justamente nos grupos 
demográficos que utilizam menos a Internet”.
D. 	 “Mas é importante notar que mentiras, boatos e 
campanhas de desinformação sempre existiram”.
E. 	 “A democracia não passa por turbulências por causa 
da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, 
cheio de vulnerabilidades”.
Alternativa E
Resolução: Ao longo do texto, o autor defende que, 
diferentemente do que se acredita, não são as redes sociais 
– e, por consequência, a Internet – as responsáveis pela 
polarização política e pelo surgimento das “fake news”, 
que são as notícias falsas. Segundo o autor, “mentiras, 
boatos e campanhas de desinformação sempre existiram. 
YYU6 A Internet apenas os torna mais efetivos.” Com base nisso, 
seu ponto de vista fica claro no último parágrafo do texto, 
no qual sintetiza seu posicionamento sobre o que é a 
democracia e sobre o que está acontecendo com ela no 
contexto político global atual, ao afirmar que “A democracia 
não passa por turbulências por causa da Internet, mas porque 
ela é um regime imperfeito, cheio de vulnerabilidades”. 
Esse trecho é citado na alternativa E, que está correta. 
As demais alternativas estão incorretas porque citam 
passagens do texto nas quais o autor expõe informações 
tidas como verdades incontestáveis, não se configurando 
como opiniões a serem defendidas.
QUESTÃO 07 
De acordo com o Censo Escolar de 2007, o Brasil tem 
aproximadamente 151 mil alunos matriculados em 1 253 
escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos. 
O problema é que a maioria dos professores não está 
capacitada adequadamente e o número é insuficiente para 
atender à demanda.
No caso da universidade a realidade não se afasta desse 
panorama inicial. “Os cursos são sempre fora e longe das 
comunidades. A universidade não está nos quilombos. Para 
um jovem que queira estudar, precisa pensar em como se 
manter, como viver longe da família e como lidar com os 
desafios típicos de quem sai de uma comunidade para ir 
à cidade”, diz o sociólogo e antropólogo Assunção Amaral.
DIÁRIO DO PARÁ. Disponível em: <http://www.todospelaeducacao.
org.br>. Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento]
Após oferecer um panorama das escolas localizadas em 
áreas remanescentes de quilombos, o autor expõe a tese 
de que a universidade apresenta problemas semelhantes, 
defendendo-a por meio de
A. 	 descrição dos professores.
B. 	 testemunho de estudantes.
C. 	 depoimento do sociólogo.
D. 	 informações geográficas.
E. 	 dados do Censo Escolar.
Alternativa C
Resolução: A argumentação que comprova a tese do autor 
está presente na fala do sociólogo e antropólogo Assunção 
Amaral, o que torna correta a alternativa C. A alternativa A 
está incorreta porque a descrição dos professores, os quais 
não estão nem capacitados adequadamente nem em número 
suficiente para atender à demanda, é utilizada para justificar 
a situação das escolas. Não há no texto testemunho de 
estudante, como proposto na B, o que a torna incorreta. 
As informaçõesgeográficas, sugeridas na D, também não 
podem ser inferidas do texto, o que a invalida. Por fim, 
os dados do Censo Escolar, sugeridos na E, comprovam 
a situação das escolas, e não a das universidades, o que 
também a invalida.
8SBT
ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 08 
NOEL, M. Disponível em: <http://giekim.com>. Acesso em: 29 out. 2017.
No terceiro quadrinho, o vocábulo “que” é um elemento de 
coesão porque concorre para a progressão temática ao 
estabelecer uma
A. 	 justificativa plausível para o esquecimento do marido.
B. 	 noção semântica de lógica causal à fala do personagem.
C. 	 explicação razoável para o equívoco entre as datas.
D. 	 proporção com que eventos ocorrem num casamento.
E. 	 relação de consequência com a oração anterior.
Alternativa E
Resolução: O vocábulo “que” na fala do terceiro quadrinho é 
uma conjunção, já que articula duas orações. Nesse contexto, 
a relação de sentido que estabelece entre as orações é 
de consequência, uma vez que, por estarem juntos há 
tanto tempo, é usual se confundirem de vez em quando, 
como afirmado pela personagem. Está correta, então, 
a alternativa E. As alternativas A e C estão incorretas porque 
a conjunção “que” não traz uma explicação para a 
personagem se enganar sobre as datas, mas apresenta 
o fato como uma consequência da longa duração do 
relacionamento. A alternativa B está incorreta porque 
também não há noção de causalidade na segunda oração. 
Finalmente, a alternativa D está incorreta porque a segunda 
oração também não indica proporcionalidade.
QUESTÃO 09 
Palíndromos são palavras ou frases que podem ser 
lidas da esquerda para a direita e vice-versa. Para se formar 
um palíndromo, não devem ser considerados os sinais 
ortográficos e os espaços entre as palavras. Alguns exemplos 
são: “Ana”, “luz azul”, “a torre da derrota” e “Socorram-me, 
subi no ônibus em Marrocos.”
ØWHO
SØNJ
Considerando os palíndromos e suas situações de uso, 
nota-se que, além da comunicação como objetivo maior, 
as línguas podem propiciar 
A. 	humor e cerceamento.
B. 	deleite e diversão.
C. 	funcionalidade e didatismo.
D. 	informação e exposição.
E. 	liberdade e autonomia.
Alternativa B
Resolução: Considerando a definição de palíndromo e os 
exemplos fornecidos pelo texto-base, pode-se inferir que 
as línguas também podem ser usadas com o objetivo de 
promover o prazer, de divertir os falantes. Assim, está correta 
a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque os 
palíndromos não são um exemplo de como a língua cerceia 
os falantes impondo barreiras à comunicação. As alternativas 
C, D e E estão incorretas porque, dadas as poucas situações 
de uso dos palíndromos, eles não propiciam efetivamente 
funcionalidade e didatismo, informação e exposição, 
liberdade e autonomia.
QUESTÃO 10 
[Cena igual à da aparição de Nosso Senhor e Nossa 
Senhora. A compadecida entra.]
ENCOURADO [com raiva surda]
Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
JOÃO GRILO
Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou 
com o verso que eu recitei?
A COMPADECIDA
Não, João, por que eu iria me zangar? Aquele é o versinho 
que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. 
Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas 
graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu 
sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
JOÃO GRILO
É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca 
a gente, dizendo que é falta de respeito.
A COMPADECIDA
É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito 
apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
ENCOURADO
Protesto.
MANUEL
Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu 
velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou.
SUASSUNA, A. Auto da Compadecida. 15. ed. Rio de Janeiro: Agir. 
1979. [Fragmento]
O que determina o fragmento de Ariano Suassuna como 
representante do gênero dramático é
A. 	 a linguagem coloquial na fala de figuras religiosas.
B. 	 a indicação do emissor das falas por meio escrito.
C. 	 o tom de humor imposto a uma cena conflituosa.
D. 	 o emprego de rubricas na estruturação da ação.
E. 	 o caráter opinativo dos textos entre colchetes.
1T46
LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa D
Resolução: As rubricas são um importante recurso do gênero 
dramático. É por meio delas que se organiza a construção 
da ação e a progressão da peça teatral. No fragmento de 
Auto da Compadecida, as rubricas, apresentadas entre 
colchetes, têm a função de conduzir o procedimento 
interpretativo dos atores no palco, bem como a de situar os 
leitores a respeito do que está sendo encenado. Portanto, 
está correta a alternativa D. As demais alternativas estão 
incorretas porque apresentam características que não 
definem o gênero dramático, uma vez que são identificáveis 
em outros gêneros literários. O emprego das rubricas, no 
entanto, está restrito ao gênero em questão.
QUESTÃO 11 
Excesso de WhatsApp faz mal
Quando o celular de Alana Dutra, de 21 anos, caiu na 
privada, ela reconheceu ter um vício: o WhatsApp. Enquanto 
o aparelho secava no arroz, a estudante acordava no meio 
da noite procurando-o. Foram dois dias difíceis para ela, que 
estima passar até oito horas diárias checando seus 15 grupos. 
“Acordar no meio da noite para ver se tem mensagem é 
comum. Sempre me atrapalha na hora de estudar e de dormir”.
MONNERAT, A. Disponível em: <http://odia.ig.com.br>. Acesso em: 27 
out. 2017. [Fragmento]
Dependendo do propósito comunicativo, um texto 
pode apresentar passagens de diferentes sequências 
tipológicas. O fragmento da reportagem anterior organiza-se, 
predominantemente, por
A. 	 argumentação, pois expõe o ponto de vista da autora 
para conquistar leitores interessados por tecnologias.
B. 	 descrição, pois se vale da linguagem para construir 
verbalmente uma imagem da estudante Alana Dutra. 
C. 	 exposição, pois analisa o aplicativo WhatsApp e as 
suas diversas implicações na realidade sociopolítica. 
D. 	 injunção, pois estimula os leitores a controlarem suas 
ações e reações associadas ao uso de redes sociais.
E. 	 narração, pois relata os acontecimentos vividos por 
Alana Dutra em determinados tempo e espaço.
Alternativa E
Resolução: A autora da reportagem utiliza a sequência 
narrativa, tipologia que objetiva relatar um fato, um caso, uma 
história real ou fictícia. A narração é organizada por meio de 
acontecimentos que se sucedem, envolvendo personagens 
num determinado tempo e espaço. Inicialmente, o aparelho 
celular da estudante cai na privada. Esse acontecimento 
motiva outro: a autoconscientização de que ela era viciada 
em WhatsApp. Enquanto o aparelho secava no arroz, a 
estudante passou por momentos difíceis. Embora a noção 
de espaço não esteja explícita, a referência temporal está 
clara na passagem “Foram dois dias difíceis para ela”. 
Portanto, está correta a alternativa E. As demais tipologias 
textuais podem até ser identificadas ao longo do fragmento, 
no entanto, predomina a narração.
UXA1
QUESTÃO 12 
Capítulo IX – A Ópera
[...] Vinha aqui jantar comigo algumas vezes. Uma noite, 
depois de muito Chianti, repetiu-me a definição do costume, 
e como eu lhe dissesse que a vida tanto podia ser uma 
ópera, como uma viagem de mar ou uma batalha, abanou 
a cabeça e replicou:
– A vida é uma ópera e uma grande ópera. O tenor e 
o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e 
dos comprimirás, quando não são o soprano e o contralto 
que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e 
dos mesmos comprimirás. Há coros a numerosos, muitos 
bailados, e a orquestração é excelente...
ASSIS, M. Dom Casmurro. São Paulo: Martin Claret, 2013.
Ao afirmar que “a vida é uma ópera”, a personagem constrói 
uma metáfora que utiliza a imagem de vozes masculinas, 
tenor e barítono, e vozes femininas, soprano e contralto, 
para representar
A. 	 as conquistas árduas que permitem associar a vida a 
uma batalha.
B. 	 ospapéis sociais que transformam a vida em mera 
representação.
C. 	as celebrações que definem a vida como ocasião 
de divertimento.
D. 	 os perigos enfrentados pelo indivíduos em sua 
trajetória de vida.
E. 	 os conflitos de relacionamento experienciados pelo 
ser humano.
Alternativa E
Resolução: A metáfora em “A vida é uma ópera”, de acordo 
com a personagem, consiste na imagem em que as vozes 
masculinas, tenor e barítono, lutam pela voz feminina, a 
soprano; ou, ainda, em que as vozes femininas, soprano 
e contralto, disputam a voz masculina, o tenor. Estão 
encenados, portanto, os conflitos de relacionamento entre 
homens e mulheres. A alternativa correta é, portanto, a E. 
Como o foco da metáfora é o conflito entre as pessoas 
representadas pelas vozes da ópera, a alternativa A, 
que se refere a conquistas árduas, não é pertinente. 
A alternativa B está incorreta por sugerir que a metáfora 
se refere à falsidade dos papéis sociais que tornam a 
vida mera representação, o que não pode ser inferido dos 
elementos disponíveis no trecho. O que pode ser inferido é 
que a vida é conflituosa, e não que seja falsa. A alternativa C 
propõe que se refira a celebrações que definam a vida 
como ocasião de divertimento, o que está incorreto, pois a 
ópera não é retratada no trecho como ocasião de distração 
e lazer, mas como conflito entre vozes. A alternativa D, por 
sua vez, sugere que a metáfora se refere a perigos da vida, 
quando, na verdade, expressa atrações e conflitos, o que 
a torna incorreta.
9CAH
ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 13 
TEXTO I
Feminicídio: o momento que o silêncio fala e as 
mulheres são mortas
O feminicídio é a expressão mais nua do término da 
violência doméstica, o mutismo da vítima grita por socorro, 
mas os ouvidos surdos são inacessíveis. Perceber uma 
mulher em situação de violência requer o silêncio da alma 
diante dos barulhos do machismo e das omissões. Quantos 
questionamentos habitam nosso pensamento e quantas 
perguntas bailam sozinhas sem respostas?
A mulher em situação de violência se sente flor no 
deserto, e por isso prefere murchar-se e encolher diante 
da aridez do seu agressor. Suas pétalas exalam o perfume 
da esperança de um dia florir aquelas secas terras, mas o 
opressor resiste ao processo de transposição.
A violência contra as mulheres muitas vezes acontece de 
forma velada e não denunciada, o ciclo das violações se nutre 
pelo silêncio e pelas negligências alheias. Indubitavelmente, 
um dia a violência se cessa e o ciclo se quebra, e uma mulher 
é morta ou liberta.
Assim, que cada ciclo de violência que se quebrou com 
a morte das vítimas seja ressuscitado em luta e ferramenta 
de ruptura capaz de reescrever histórias de mulheres e toda 
uma sociedade.
Pelas Cláudias e Marias do nosso Brasil. Basta de 
violência contra todas nós!
MAGALHÃES, C. C. C. F. Disponível em: <http://politica.estadao.com.br>. 
Acesso em: 28 out. 2017. 
TEXTO II
Disponível em: <http://www.itanhaem.sp.gov.br>. Acesso em: 28 out. 2017.
A violência contra a mulher é o tema dos textos anteriores. 
Para potencializar a orientação argumentativa e a 
construção dos efeitos de sentido pretendidos por seus 
autores, ambos os textos
A. 	 recorrem a estratégias sensacionalistas para promover 
a conscientização.
B. 	 estimulam a vítima a se pronunciar e a denunciar a 
agressão física.
C. 	 reiteram a necessidade de apoiar a vítima seja qual for 
sua faixa etária.
D. 	 divulgam os canais de denúncia para incentivar a 
prisão dos agressores.
E. 	 utilizam a linguagem figurada para explicitar a violência 
contra a mulher. 
1GGC Alternativa E
Resolução: Tanto o artigo de opinião quanto a campanha 
utilizam a linguagem figurada para despertar o interesse 
do leitor e garantir os efeitos de sentido pretendidos pelos 
autores. Esse recurso pode ser percebido em várias 
passagens do texto I, tais como “o mutismo da vítima 
grita por socorro” e “A mulher em situação de violência se 
sente flor no deserto”. Já no texto II o sentido figurado está 
presente na passagem “Viver aprisionada em um segredo”. 
Está correta, portanto, a alternativa E. A alternativa A está 
incorreta porque em texto algum há fatos ou argumentos 
que busquem chocar os leitores ou causar algum escândalo, 
ainda que objetivem promover um tipo de comoção. 
A alternativa B está incorreta porque somente o texto II 
estimula a denúncia contra a agressão, que pode ser não 
apenas física, mas também psicológica. A alternativa C está 
incorreta porque o texto I é o único que expõe a necessidade 
de acolher as vítimas, ainda assim, de forma indireta. Por 
sua vez, a alternativa D está incorreta porque há divulgação 
dos canais de denúncia apenas no texto II.
QUESTÃO 14 
Fast-food
A indústria de alimentos processados e as redes de 
fast-food facilitaram a vida das famílias, mas acresceram à 
dieta itens com mais açúcar, o que contribui para o ganho de 
peso. Por isso, a OMS projeta que, até 2022, o número de 
crianças obesas no mundo deve ultrapassar o de crianças 
abaixo do peso. Para melhorar esse quadro, o órgão lançou 
um plano de combate à obesidade que prevê, entre outras 
coisas, o aumento de impostos sobre produtos açucarados 
e a restrição a alimentos industrializados nas escolas.
VEJA. São Paulo: Abril, ed. 2553, ano 50, n. 43. 25 out. 2017. 
[Fragmento]
Os operadores argumentativos “mas” (. 2) e “por isso” (. 4) 
desempenham um papel fundamental na continuidade e 
na progressão temática do texto anterior porque exercem, 
respectivamente, a função de evidenciar
A. 	 uma oposição e uma conclusão.
B. 	 uma explicação e uma causa.
C. 	 uma finalidade e uma condição.
D. 	 uma comparação e uma adição.
E. 	 uma analogia e uma retificação.
Alternativa A
Resolução: O operador “mas” estabelece uma oposição entre 
as duas orações que conecta, já que, junto das facilidades 
trazidas pelas redes de fast-food, veio o aumento de peso 
das famílias. Por sua vez, “por isso” introduz uma conclusão 
baseada nesse mesmo ganho de peso proporcionado pelos 
novos hábitos alimentares da população: a projeção feita 
pela OMS para 2022. Assim, está correta a alternativa A.
BAXZ
LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 15 
Canção do Amor Imprevisto
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos…
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada,
[numa alegria atônita…
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos!
QUINTANA, M. Antologia Poética. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. p. 64.
O poema de Mario Quintana é representante do gênero lírico. 
Sobre o conteúdo e a abordagem do autor, identifica-se 
que o texto
A. 	 apresenta a natureza como pano de fundo para a 
relação amorosa.
B. 	 define o eu lírico como transformador da vida das 
pessoas próximas.
C. 	 compara a imobilidade do poeta apaixonado a um 
espantalho inútil.
D. 	 comunica a chegada da amada por meio de sensações 
inusitadas.
E. 	 evidencia o amor como um sentimento imaterial e 
imensurável.
Alternativa E
Resolução: O gênero lírico é marcado pela subjetividade 
do sujeito poético, que manifesta o seu estado emocional 
e expressa seus sentimentos e percepções acerca da 
realidade que o rodeia. Por isso, percebe-se nesse gênero 
literário a predominância de pronomes e verbos na primeira 
pessoa do singular. Está correta, então, a alternativa E. 
As outras alternativas estão incorretas porque não apontam 
características do gênero lírico ou porque interpretam 
incorretamente o texto. A alternativa A está incorreta porque a 
natureza como ambiente de uma relação amorosa não define 
o gênero lírico. As alternativas B e D estão incorretas porque 
a mera descrição de sentimentos ou sensações tambémnão 
define o gênero lírico, no qual a voz poética deve expressar 
as próprias emoções, normalmente por meio de linguagem 
figurada. Finalmente, a alternativa C está incorreta porque 
a comparação entre o poeta e o espantalho não delimita o 
gênero, que deve prezar pela expressão de sentimentos 
íntimos do eu lírico.
QPXF QUESTÃO 16 
Não é fácil ser otimista
Não está fácil a vida de um otimista no Brasil. Tudo 
conspira a favor dos pessimistas, que não têm do que se 
queixar, pois há motivos de sobra. Eu só não sou um deles 
porque acho o pessimista um chato, que acaba torcendo para 
dar tudo errado e ele poder tripudiar depois: “Eu não disse!?”.
Mas, atenção, o meu otimismo não é daqueles que veem 
luz no fim do túnel quando são os faróis de um carro na 
contramão. Para mim, ele serve de antídoto em momentos 
como o de agora, em que se ouve cada vez mais gente 
reclamando: “Este país não tem jeito“, “só não me mudo 
porque não posso”.
Melhor, porém, do que usar as mazelas lá de fora como 
consolo, é lembrar que o nosso país já foi pior e que, apesar 
de tudo, bem ou mal, estamos avançando.
Basta olhar para quando ainda não havia Lava Jato. 
Em apenas três anos, ela promoveu uma revolução de 
costumes na política. O problema é que o resultado produziu 
essa inevitável exposição de vísceras que cheira mal e é 
desagradável de ver.
A corrupção no Brasil é uma bactéria que ataca governo 
e oposição, esquerda e direita, é suprapartidária e sistêmica.
Daí a sensação de que estamos vivendo o fim do mundo, 
quando talvez seja apenas o fim de um mundo que precisava 
mesmo acabar, o que não se faz de um dia para o outro.
O meu lado otimista quer acreditar que estamos 
assistindo ao estertor de um organismo agônico que ainda 
estrebucha, mas cujo desenlace é inexorável, ainda que 
possa demorar.
VENTURA, Z. Disponível em: <http://noblat.oglobo.globo.com>. 
Acesso em: 28 out. 2017. [Fragmento adaptado]
A função social de um texto argumentativo é defender um 
posicionamento crítico. Nesse artigo de opinião, a tese pode 
ser sintetizada no ditado popular:
A. 	 “É difícil agradar a gregos e troianos.”
B. 	 “É melhor prevenir do que remediar.”
C. 	 “Errar é humano, perdoar é divino.”
D. 	 “Fez do lobo o guardião das ovelhas.”
E. 	 “Há males que vêm para o bem.”
Alternativa E
Resolução: O locutor do texto se declara como um 
indivíduo otimista e acredita que, apesar da crise política, 
o país esteja avançando. Ele considera, ainda, que a 
corrupção sistêmica, arraigada no meio social e político, 
precisa vir à tona para que se possa virar a página e 
construir um novo Brasil. Nessa perspectiva, a tese do texto 
pode ser encerrada no ditado popular “Há males que vêm 
para o bem”, que carrega a ideia de que mesmo que algo 
de ruim aconteça, as consequências serão positivas. Está 
correta, então, a alternativa E. As demais alternativas estão 
incorretas porque apresentam ditados populares que não 
capturam o posicionamento expresso pelo autor do artigo. 
IT3A
ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
O ditado da alternativa A resume as dificuldades em ser bem 
recebido e aceito por públicos antagônicos, de diferentes 
opiniões, como os cidadãos rivais da Grécia e de Troia. Na 
alternativa B, o ditado simboliza a importância de se evitar 
que coisas ruins aconteçam, afirmando ser melhor isso que 
tomar atitudes reparadoras. A alternativa C apresenta uma 
noção relacionada à fé cristã, mostrando que, ainda que 
todas as pessoas estejam sujeitas a cometer erros, o perdão 
concedido é uma característica dos cristãos. Finalmente, o 
ditado popular da alternativa D encerra uma analogia com 
o fato de se confiar em alguém que não merece.
QUESTÃO 17 
Cacarecos da língua
Todo dia uma palavra morre e a gente não se dá 
conta. Ao contrário das pessoas, que por vezes morrem de 
desastre, as palavras só morrem aos poucos, devagarinho, 
cada dia um pouco – à medida em que as pessoas que as 
usavam vão morrendo também. Minha avó, por exemplo. 
Tenho certeza de que levou junto com ela a palavra “lorota”.
Há palavras, no entanto, pelas quais ainda vale lutar. 
A palavra “cacareco”, por exemplo, tá na UTI. Pros jovens 
que não chegaram a conhecê-la, cacareco é uma coisa 
velha, já sem utilidade. Sim, a própria palavra “cacareco” 
virou um cacareco.
Está longe de ser o único cacareco da linguagem. Pense 
quando foi a última vez que ouviu que a situação está um 
despautério, que fulano tá borocoxô, que tal roupa é uma 
coqueluche, que fulana é uma songamonga.
O hospital das palavras está cheio – e ninguém nem 
sequer vai visitar as enfermas (“enfermas”: taí outra palavra 
dodói). Elas não têm orgulho. Pra reavivá-las, basta chamar 
em voz alta que elas voltam serelepes, faceiras – acabou de 
acontecer com as palavras “serelepe” e “faceira”.
Precisamos fazer uma força-tarefa pra salvar a palavra 
“força-tarefa”. Junto com as palavras morrem também 
as coisas – e às vezes é impossível saber quem morreu 
primeiro, se a palavra ou a coisa.
Paramos de falar alpendre porque as casas deixaram 
de ter alpendre ou as casas pararam de ter alpendre porque 
já ninguém sabia o que era um alpendre?
DUVIVIER, G. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. 
Acesso em: 29 out. 2017. [Fragmento]
Para ser persuasivo, o produtor de um texto argumentativo 
defende seu ponto de vista e o justifica. Nesse artigo, 
o segundo parágrafo desempenha um importante papel no 
planejamento discursivo do texto, porque 
A. 	 traz a explicação para a tese defendida anteriormente.
B. 	 estabelece uma comparação entre as palavras e 
a cultura.
C. 	 revela uma analogia entre a morte e as palavras 
em desuso.
D. 	 expressa uma causa para as inevitáveis mudanças 
na língua.
E. 	 indica uma contraposição em relação ao parágrafo 
anterior.
SNKX
Alternativa E
Resolução: Devido ao dinamismo da língua, muitas palavras 
deixam de ser usadas, e os falantes não se dão conta 
desse processo natural. Nesse sentido, o autor do texto 
cita, no primeiro parágrafo, a morte da avó, que teria levado 
consigo a palavra “lorota”. Ao empregar, no início do segundo 
parágrafo, o articulador “no entanto”, o autor aponta para uma 
direção argumentativa oposta, ou seja, utiliza um argumento 
que se constitui como uma contraposição em relação ao 
parágrafo anterior. Assim, está correta a alternativa E. 
A alternativa A está incorreta porque a tese do texto está 
nesse mesmo parágrafo, na primeira frase; portanto, não 
há explicação da tese, mas exposição. A alternativa B 
está incorreta porque não há comparação alguma, mas 
declarações afirmativas ou conceituações. A alternativa C 
está incorreta porque a analogia entre a morte a as palavras 
em desuso é feita no primeiro parágrafo do texto. Por fim, 
a alternativa D está incorreta porque não há exposição da 
causa para as mudanças na língua, a qual, no entanto, é 
sugerida no parágrafo anterior: “as palavras só morrem aos 
poucos, devagarinho, cada dia um pouco – à medida em 
que as pessoas que as usavam vão morrendo também.”
QUESTÃO 18 
Vou com Fregolente à Barra da Tijuca, onde durante 
algum tempo, infeliz e sem repouso, viajo através de uma 
multidão feia, triste e sem nenhuma dúvida profundamente 
desgraçada. Só a desgraça alimenta uma tal sede de 
divertimento. Aliás, é sempre este o aspecto de um 
aglomerado que se reúne à procura de esquecimento: 
os limites humanos surgem com avassaladora nitidez e o 
rebanho festivo adquire um aspecto confrangedor, de coisa 
abandonada e amaldiçoada. Não é precisamente nesses 
minutos, nesses e não em outros, que ousamos desejar 
para toda essa gente uma catástrofe comum, uma guerra, 
uma inundação ou até mesmo um ataque coletivo de insânia 
ou de crueldade – qualquer coisa enfim que agite essas 
carnes moles que se estendem ao sol, domesticadas pela 
preguiça, pelo álcool e por uma sensualidade grosseira e 
sem profundidade?
CARDOSO, L. Diário completo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970.
No trecho do diário do escritorLúcio Cardoso, revela-se o 
caráter intimista do texto porque o autor tece uma
A. 	 descrição objetiva da paisagem observada.
B. 	 reflexão sobre sua percepção da realidade.
C. 	 comparação que o identifica com a multidão.
D. 	 consideração sobre a catástrofe presenciada.
E. 	 narração cronológica do momento vivenciado.
Alternativa B
Resolução: Considerando que o intimismo consiste na 
expressão dos sentimentos de quem escreve, o narrador 
elabora um texto intimista porque apresenta a multidão 
que o circundava por meio de sua própria percepção da 
realidade, descrevendo de maneira subjetiva o que sentia em 
relação ao comportamento das pessoas que ele observava. 
KRQS
LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa correta, portanto, é a B. A alternativa A propõe 
que seja uma descrição objetiva da paisagem observada, 
o que está incorreto, porque a descrição não é objetiva, 
e sim subjetiva, apresentando o ponto de vista do narrador 
sobre o que vê. A alternativa C sugere que o intimismo se 
manifesta na comparação que identifica o narrador com a 
multidão, o que está incorreto, pois ele não se reconhece 
no comportamento das pessoas observadas, motivando 
sua reflexão crítica sobre elas. A alternativa D sugere que 
seja uma consideração sobre a catástrofe presenciada, 
mas no texto a catástrofe é apenas imaginada como uma 
solução para a situação. Por fim, a alternativa E propõe que 
seja uma narração cronológica do momento vivenciado, 
o que não está correto, porque o autor não narra o momento 
cronologicamente, mas tece reflexões sobre o que observa 
em um tempo psicológico.
QUESTÃO 19 
ANJO: Que quereis?
FIDALGO: Que me digais,
pois parti tão sem aviso,
se a barca do Paraíso
é esta em que navegais. 
ANJO: Esta é; que demandais?
FIDALGO: Que me leixeis embarcar.
Sou fidalgo de solar,
é bem que me recolhais. 
ANJO: Não se embarca tirania
neste batel divinal. 
FIDALGO: Não sei porque haveis por mal
que entre a minha senhoria... 
ANJO: Pera vossa fantesia
mui estreita é esta barca. 
FIDALGO: Pera senhor de tal marca
nom há aqui mais cortesia?
Venha a prancha e atavio!
Levai-me desta ribeira!
VICENTE, G. Auto da barca do inferno. Disponível em: <http://www.
dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 31 out. 2017.
Gil Vicente é o autor de Auto da barca do inferno, peça 
teatral de cunho moralizante, que faz severa crítica 
à sociedade portuguesa na transição da Idade Média para 
o Renascimento. Nesse sentido, a fala do fidalgo que revela 
um comportamento passível de crítica é:
A. 	 “Que me digais, / pois parti tão sem aviso...”
B. 	 “se a barca do Paraíso / é esta em que navegais.”
C. 	 “Sou fidalgo de solar, / é bem que me recolhais.” 
D. 	 “Não sei porque haveis por mal / que entre a minha 
senhoria...”
E. 	 “Venha a prancha e atavio! / Levai-me desta ribeira!”
CVWN
Alternativa C
Resolução: Ser “fidalgo de solar” era um privilégio da 
nobreza de Portugal e fazia referência ao sucessor direto de 
uma antiga casa nobre, de nome e brasão importantes. A fala 
“Sou fidalgo de solar, / é bem que me recolhais” demonstra 
a prepotência da personagem, que se julga superior às 
outras pessoas por causa de sua posição social de prestígio. 
O autor inseriu personagens como essa na obra justamente 
para tecer uma crítica aos nobres que se comportavam 
assim nessa época. Portanto, está correta a alternativa C. 
As demais alternativas estão incorretas porque apresentam 
falas em que o fidalgo pergunta da barca ao anjo, argumenta 
a favor de seu embarque e desiste por não concordar, sem 
demonstrar precisamente um comportamento condenável. 
QUESTÃO 20 
Uma música para dormir bem
De acordo com uma revisão da Universidade Aarhus e da 
Academia Real de Música, ambas na Dinamarca, escutar música 
clássica ou instrumental antes do descanso noturno auxilia 
mesmo a pregar os olhos. Publicado pelo Instituto Cochrane, 
um dos centros de pesquisa mais rigorosos no mundo, o 
trabalho conclui que ouvir de 25 a 60 minutos de música antes 
do encontro com o travesseiro é, de fato, uma solução segura 
e eficaz contra alguns quadros de insônia. “O som contribui 
para o relaxamento, tira pensamentos angustiantes de cena e 
induz emoções positivas. Tudo o que facilita a entrada no sono”, 
diz a neurocientista dinamarquesa Kira Vibe Jespersen. 
Cabe lembrar, no entanto, que insônia pra valer exige olhar 
médico. Até porque, às vezes, a música sozinha não dá conta 
do recado.
BIERNATH, A. Disponível em: <http://mdemulher.abril.com.br/>. 
Acesso em: 12 maio 2016. [Fragmento adaptado]
Textos jornalísticos muitas vezes mesclam à norma-padrão 
da língua marcas de informalidade. Isso pode ser feito para 
trazer pessoalidade ao texto ou mesmo para aproximá-lo 
do leitor. O trecho transcrito em que se observa traço de 
coloquialidade é:
A. 	“insônia pra valer exige olhar médico.”
B. 	“O som contribui para o relaxamento”.
C. 	“uma solução segura e eficaz contra alguns quadros 
de insônia.”
D. 	“o trabalho conclui que ouvir de 25 a 60 minutos de música”.
E. 	“escutar música clássica ou instrumental antes do 
descanso noturno auxilia”.
Alternativa A
Resolução: Entre os trechos expostos, há coloquialidade 
na alternativa A, em “pra valer”, expressão idiomática que 
apresenta a contração da preposição “para” e pode ser 
substituída por “de verdade”. Nas demais alternativas, 
a norma-padrão da língua é respeitada e não há traços de 
coloquialidade. 
LODA
ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 22 
TEXTO I
Cantiga sua, partindo-se
Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
partem tão tristes os tristes,
tão fora de esperar bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
CASTEL-BRANCO, J. R. Cancioneiro Geral, v. 3. p. 134.
TEXTO II
Por toda minha vida
Minha bem-amada
Quero fazer-te um juramento, uma canção
Eu prometo, por toda a minha vida
Ser somente teu e amar-te como nunca
Ninguém jamais amou, ninguém
Minha bem-amada
Estrela pura aparecida
Eu te amo e te proclamo
O meu amor
O meu amor
Maior que tudo quanto existe
Oh, meu amor.
JOBIM, T.; MORAES, V. Por toda minha vida. In: Antonio Carlos Jobim. The 
wonderful world of Antonio Carlos Jobim. LP. Warner Bros. Records, 1965.
O texto I é de autoria do trovador português João Roiz de 
Castel-Branco, e o texto II é uma canção escrita por Tom 
Jobim e Vinicius de Moraes. Embora estejam separados no 
tempo e no espaço, os textos guardam entre si semelhanças 
temáticas, entre elas a
A. 	 angústia existencial.
B. 	 liberdade de criação.
C. 	 nostalgia do passado.
D. 	 melancolia da solidão.
E. 	 submissão a um afeto.
Alternativa E
Resolução: Em ambos os textos, o eu lírico masculino 
corteja a mulher amada por meio de declarações de amor. 
Essa característica pode ser percebida nos versos “Senhora, 
partem tão tristes / meus olhos por vós, meu bem”, no texto I, 
e “Minha bem-amada” e “Estrela pura aparecida / Eu te amo 
e te proclamo”, no texto II. Essa abordagem do sentimento 
amoroso é conhecida como vassalagem, comum às obras do 
Trovadorismo. Assim, está correta a alternativa E. As demais 
alternativas estão incorretas porque não se pode identificar 
outras temáticas nos textos, senão a da vassalagem.
6WQØQUESTÃO 21 
O filme é uma adaptação do livro Minha Vida de Menina, 
de Helena Morley, publicado em 1942, escrito com base 
no seu diário de adolescente. O livro imediatamente se 
tornou um grande sucesso, o que deixou a autora perplexa, 
pois acreditava que aquelas memórias de sua infância na 
província eram apenas registros que ficariam para suas 
netas. Hoje o livro se encontra na 19ª edição e já foi traduzido 
para o inglês (pela poeta Elizabeth Bishop), francês e italiano.
 O filme acompanhaa vida de Helena de 1893 a 1895, 
período em que a abolição da escravatura era novidade e a 
república brasileira engatinhava. Foi inteiramente rodado na 
cidade de Diamantina (Minas Gerais). A cidade está tombada 
e é hoje considerada Patrimônio da Humanidade, o que 
facilitou as filmagens por conservar muito do que havia na 
época em que Helena escreveu o diário.
Disponível em: <http://www.cineduc.org.br>. 
Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento]
Na resenha de Vida de menina, o autor recomenda o filme 
aos leitores por meio de
A. 	 diferenciação entre o enredo do diário e o da obra 
cinematográfica.
B. 	 argumentação acerca do aprendizado decorrente da 
história narrada.
C. 	 descrição valorizadora do livro e do cenário em que se 
baseia a obra.
D. 	 narração sobre a vida de Helena conforme visto em 
ambas as mídias.
E. 	 contextualização da importância da cidade de 
Diamantina para a trama. 
Alternativa C
Resolução: É possível inferir que o autor recomenda o filme 
Vida de menina para o leitor, pois apresenta comentários 
positivos a respeito do cenário em que ocorreram as 
filmagens, que consiste em uma cidade tombada Patrimônio 
da Humanidade. Além disso, anteriormente, apresenta 
descrições que valorizam o livro em que se baseia a obra, 
ao relatar que a publicação imediatamente se tornou 
um grande sucesso, o que deixou a autora perplexa, 
e ressaltar que foi publicada em diversos idiomas. A alternativa 
correta é, portanto, a C. A explicação do enredo com a 
diferenciação do livro e da obra cinematográfica, sugerida 
na A, não ocorre, pois a resenha aproxima a obra literária 
e a cinematográfica sem qualquer menção a diferenças no 
enredo. Não há também na resenha argumentação sobre o 
aprendizado decorrente do consumo da obra, o que invalida 
a alternativa B. A alternativa C está incorreta porque a 
resenha não narra a vida de Helena conforme visto no diário 
ou no filme, apenas contextualiza quem é a autora do livro, 
bem como a personagem protagonista do longa-metragem. 
Finalmente, a alternativa E está incorreta porque o texto 
não realça a importância de Diamantina para os relatos no 
diário, apenas informa que é o cenário em que acontecem.
ESJ5
LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 23 
Atrás do espesso véu
Disse adeus aos pais e, montada no camelo, partiu 
com a longa caravana na qual seguiam seus bens e as 
grandes arcas do dote. Atravessaram desertos, atravessaram 
montanhas. Chegando afinal à terra do futuro esposo, eis que 
ele saiu de casa e veio andando ao seu encontro. 
“Este é aquele com quem viverás para sempre”, disse 
o chefe da caravana à mulher. Então ela pegou a ponta 
do espesso véu que trazia enrolado na cabeça, e com ele 
cobriu o rosto, sem que nem se vissem os olhos. Assim 
permaneceria dali em diante. Para que jamais soubesse o 
que havia escolhido, aquele que a escolhera sem conhecê-la. 
COLASANTI, M. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: 
Rocco, 1986. p. 47.
Contos se caracterizam por apresentarem narrativa 
concentrada e limitada ao essencial, embora muitas vezes 
mantenham, na íntegra, os elementos de uma narrativa: 
apresentação, complicação, clímax e desfecho. No conto de 
Marina Colasanti, a complicação ocorre quando 
A. 	 a mulher deixa a casa dos pais carregando todos os 
bens e o dote.
B. 	 a caravana atravessa desertos e montanhas durante 
vários dias.
C. 	 o homem com quem a personagem se casará vai ao 
seu encontro.
D. 	 o chefe da caravana apresenta o desconhecido à sua 
futura noiva.
E. 	 a personagem segura a ponta do véu e cobre 
integralmente o rosto.
Alternativa C
Resolução: As duas primeiras frases do texto constituem 
a apresentação, em que o narrador situa a personagem 
no espaço, portanto estão incorretas as alternativas A e B. 
A frase “Chegando afinal à terra do futuro esposo, eis que 
ele saiu de casa e veio andando ao seu encontro”, por 
outro lado, é a complicação, momento em que ocorre um 
rompimento do equilíbrio inicial do texto, imprimindo ao 
contexto um efeito de revelação. A palavra “eis” apresenta um 
caráter de designação, a qual é determinada pelo anúncio do 
futuro marido e, consequentemente, da nova situação a ser 
vivenciada pela moça. Assim, está correta a alternativa C. 
Já no segundo parágrafo do conto, identificam-se o clímax, 
nas duas primeiras frases, e o desfecho, nas duas últimas, 
tornando incorretas as alternativas D e E.
QUESTÃO 24 
Cultura
O girino é o peixinho do sapo.
O silêncio é o começo do papo.
O bigode é a antena do gato.
O cavalo é o pasto do carrapato.
O cabrito é o cordeiro da cabra.
O pescoço é a barriga da cobra.
LCPG
V563
O leitão é um porquinho mais novo.
A galinha é um pouquinho do ovo.
O desejo é o começo do corpo.
Engordar é tarefa do porco.
A cegonha é a girafa do ganso.
O cachorro é um lobo mais manso.
O escuro é a metade da zebra.
As raízes são as veias da seiva.
O camelo é um cavalo sem sede.
Tartaruga por dentro é parede.
O potrinho é o bezerro da égua.
A batalha é o começo da trégua.
Papagaio é um dragão miniatura.
Bactéria num meio é cultura.
ANTUNES, A. Disponível em: <http://www.arnaldoantunes.com.br>. 
Acesso em: 21 nov. 2017.
Ao analisar as ideias desenvolvidas por Arnaldo Antunes 
e o título do poema, identifica-se, no texto, a finalidade de
A. 	 utilizar combinações sonoras ou rítmicas e jogos de 
imagem ou ideias em associações imprevistas.
B. 	 revelar fatos e pontos de vista do emissor para expor 
emoções e defender seu lado dos acontecimentos.
C. 	 apresentar objetividade e fornecer informações que 
explicam de maneira simples as relações no mundo. 
D. 	 mostrar uma linguagem que está voltada para si 
mesma e transformar-se em seu próprio referente.
E. 	 questionar tópicos atuais e sugerir soluções líricas para 
temas corriqueiros ligados à fauna e à flora.
Alternativa A
Resolução: O poema é organizado em rimas, que lhe 
conferem musicalidade, como visto em “O girino é o peixinho 
do sapo / O silêncio é o começo do papo” e “O bigode é 
a antena do gato. / O cavalo é o pasto do carrapato”. Em 
cada verso há, ainda, uma declaração que associa termos 
inusitados por causa de qualquer similaridade discursiva 
ou física, como em “O cabrito é o cordeiro da cabra”, em 
que o cabrito, filhote da cabra, é relacionado ao cordeiro, 
filhote do carneiro, ou “O pescoço é a barriga da cobra”, 
em que o autor relaciona o corpo longo e sem membros da 
cobra a um pescoço. Portanto, está correta a alternativa A. 
A alternativa B está incorreta porque o texto não apresenta 
argumentação da voz poética, mas exposições de caráter 
lírico e lúdico. A alternativa C está incorreta porque o 
texto, embora sucinto, não é objetivo, mas subjetivo, já 
que trabalha com metáforas. A alternativa D está incorreta 
porque o texto não tem caráter metalinguístico. Por fim, 
a alternativa E está incorreta porque tópicos atuais não são 
questionados nem intervenções a temas da natureza são 
propostas pelo autor.
ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 25 
Basílica de São Pedro, Vaticano.
Disponível em: <https://www.istockphoto.com>. Acesso em: 23 nov. 2017.
A Basílica de São Pedro é o maior e mais importante edifício do catolicismo. Sua construção iniciou-se durante o Renascimento, 
e, como características formais da arte desse período, apresenta a noção de beleza associada
A. 	 à vastidão interior e à fuga de valores terrenos.
B. 	 às técnicas bidimensionais e aos valores feudais.
C. 	 às linhas retas e ao teocentrismo vigente na época.
D. 	 à exploração da luz solar e à doutrinação pela Igreja.
E. 	 às proporções equilibradas e à imponência do prédio.
Alternativa E
Resolução: Conforme os padrões estéticos estabelecidos pelo Renascimento, os quais se inspiravam na arte clássica, a 
construção da Basílica de São Pedro privilegiou as proporções equilibradas, como visto também nas artes plásticas produzidas 
no período, sendo um resultado do uso ostensivode cálculos matemáticos e geométricos; e a imponência do prédio, já que 
edifícios como igrejas, por simbolizarem uma instituição extremamente poderosa na época, eram os mais altos e pomposos 
das cidades. Assim, está correta a alternativa E. As demais alternativas estão incorretas porque o Renascimento difundiu o 
antropocentrismo, ideário que colocava o ser humano, a razão e a ciência em posição superior à religião, rompendo, assim, 
com o feudalismo comum à Idade Média.
QUESTÃO 26 
GOMES, C. Disponível em: <https://bichinhosdejardim.com>. Acesso em: 29 out. 2017 (Adaptação).
Para responder às perguntas e conceituar sentimentos, a personagem do caramujo emprega a figura de linguagem 
A. 	 comparação, porque associa semelhanças e diferenças entre os elementos citados.
B. 	 metáfora, porque instaura entre os termos uma relação incomum de semelhança. 
C. 	 pleonasmo, porque utiliza a redundância dos termos na construção do sentido.
D. 	 gradação, porque apresenta os sentimentos em uma sequência decrescente.
E. 	 paradoxo, porque aproxima proposições aparentemente antagônicas.
N9CY
2OCE
LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: Metáfora é a figura de linguagem que propõe uma comparação subentendida com base na similaridade entre 
dois elementos. Nesse sentido, ao estabelecer a relação que revela a semelhança entre os diferentes termos, associam-se 
palavras ou expressões que normalmente não são empregadas juntas. Por exemplo: “A mágoa é uma nuvem, densa e 
sombria.” Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque, para que haja uma comparação, é 
necessário um termo que a estabeleça, tal qual “como”. A alternativa C está incorreta porque não há repetição de uma ideia 
nas falas do caramujo. A alternativa D está incorreta porque não há hierarquia na enumeração dos sentimentos; além disso, 
se houvesse, a gradação estaria presente na fala da personagem minhoca. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque 
não há a associação de ideias que contrariem a lógica.
QUESTÃO 27 
SCHULZ, C. Disponível em: <http://tiras-snoopy.blogspot.com.br>. Acesso em: 17 fev. 2015.
A tirinha apresenta, em sua composição, vários pronomes pessoais. Um deles foi usado em desvio quanto à norma-padrão 
do Português, já que se apresenta
A. 	 ambíguo na estrutura em que se situa. 
B. 	 inadequado quanto à pessoa gramatical a que se refere. 
C. 	 pertinente ao que prevê a gramática normativa. 
D. 	 posicionado de forma proclítica, não enclítica.
E. 	 utilizado de maneira demasiadamente repetitiva.
Alternativa D
Resolução: No segundo quadrinho da tirinha, em “Nos privar de um técnico”, o pronome pessoal oblíquo átono “nos” 
está posicionado antes do verbo, em um caso de próclise. No entanto, de acordo com a norma culta da língua, não 
se deve iniciar períodos por próclise. Assim, o desvio da norma-padrão está corretamente apontado na alternativa D. 
A alternativa A está incorreta porque nenhum pronome pessoal foi usado de maneira ambígua, já que todos apresentam 
apenas um referente. A alternativa B está incorreta porque não há inadequações quanto à concordância dos pronomes. A 
alternativa C está incorreta porque afirma que o pronome foi usado conforme as regras gramaticais, o que não é verdade. 
Finalmente, a alternativa E está incorreta porque não há repetição excessiva ou desnecessária de pronome pessoal algum.
QUESTÃO 28 
GONSALES, F. Disponível em: <www.controversia.com.br>. Acesso em: 16 dez. 2014.
O efeito de humor presente na tirinha é corroborado, principalmente, pelo recurso morfológico
 A adjetival, por meio do emprego da palavra “barata”, que orienta a quebra da expectativa ao final do texto.
 B nominal, por meio do vocábulo “rolando”, que cria relação de causa e efeito nas ações da personagem.
 C pronominal, por meio da palavra “não” presente no último quadrinho, que desfaz a ambiguidade do texto.
 D verbal, por meio de um tempo de locução diferente entre as personagens, que indica a falta de entrosamento entre elas.
 E adverbial, por meio do trecho “mais vale uma naftalina”, que inicia a relação de intensidade entre as ideias das personagens.
Alternativa A
Resolução: Na tirinha, o humor é gerado por causa da polissemia da palavra “barata”, que inicialmente é empregada como 
substantivo, designando o inseto. No último quadrinho, porém, é empregada como um adjetivo, significando algo de pouca 
qualidade ou sem classe. Portanto, está correta a alternativa A. As demais alternativas estão incorretas porque apontam 
recursos que não são responsáveis pela geração do humor no texto, mas que auxiliam o autor a atingir seu objetivo.
CIT1
4MZW
ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 30 
Inscrição para uma lareira
A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...
QUINTANA, M. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005.
A metáfora em “A vida é um incêndio”, no contexto do poema 
de Mário Quintana, sugere que a vida é
A. 	 luminosa e inconsistente.
B. 	 emotiva e devastadora.
C. 	 intensa e passageira.
D. 	 alegre e abrangente.
E. 	 bela e acolhedora.
Alternativa C
Resolução: Ao utilizar a metáfora “a vida é um incêndio”, 
o eu lírico atribui ao vocábulo “vida” as características de 
um “incêndio”, como, por exemplo, o fato de ser intensa, 
pois “nela dançamos”, e passageira, como se infere do 
questionamento “Que importa restarem cinzas / se a chama 
foi bela e alta?”. A alternativa correta é, portanto, a C. 
A característica do fogo de ser inconsistente não pode ser 
inferida do poema, que defende ser a vida rica e cheia de 
oportunidades, o que invalida a alternativa A. O texto não 
faz referência à emotividade, mas sim à celebração, o que 
invalida a alternativa B. A característica “abrangente” não 
pode ser inferida das descrições presentes no poema, pois a 
voz poética não afirma que a vida ou o incêndio contêm em si 
todas as coisas, o que torna incorreta também a alternativa D. 
A alternativa E está incorreta porque não há indícios no texto 
que permitam a identificação da característica “acolhedora”, 
que não pode ser associada nem ao incêndio nem à vida, 
conforme descrição no texto.
QUESTÃO 31 
Quando digo que Zélia é a responsável pela 
existência da fundação cultural estabelecida no 
Pelourinho, nascida da doação de meu acervo literário 
que leva meu nome, digo a verdade. [...] Não fosse 
Zélia o acervo estaria a essa hora em universidade 
norte-americana. Pesava eu propostas recebidas de 
universidades americanas, da Pensilvânia e de Boston, 
desejavam receber o acervo em doação, propunham-me 
zelar por ele, colocá-lo à disposição dos interessados 
em pesquisá-lo, criando para tanto verbas e espaços. 
[...] Estava quase a decidir-me, Zélia se opôs com 
determinação à minha ideia de oferecer a organização 
estrangeira documentos, correspondência, livros, fotos, 
diplomas, a massa dos guardados: esse acervo só sairá 
do Brasil, da Bahia, se passarem por cima de meu 
cadáver, tem de ficar aqui, é o seu lugar.
AMADO, J. Disponível em: <http://www.jorgeamado.org.br>. 
Acesso em: 06 nov. 2017.
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QUESTÃO 29 
Assim fomos abrindo aqueles mares,
Que geração alguma não abriu,
As novas ilhas vendo e os novos ares
Que o generoso Henrique descobriu;
De Mauritânia os montes e lugares,
Terra que Anteu num tempo possuiu,
Deixando à mão esquerda, que à direita
Não há certeza doutra, mas suspeita.
Passamos a grande ilha da Madeira,
Que do muito arvoredo assim se chama;
Das que nós povoamos a primeira,
Mais célebre por nome que por fama.
Mas, nem por ser do mundo a derradeira,
Se avantajam quantas Venus ama;
Antes, sendo esta sua, se esquecera
De Cipro, Gnido, Pafos e Citera.
CAMÕES, L. Os Lusíadas. São Paulo: Klick, 1995.

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