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01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - SIMULADO 2 - ENEM 2018 - PROVA I L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 Photographie retouchée Starting this week, you might see a new label on commercial photographs of models in French publications: photographie retouchée, or “touched-up photograph”. That’s because a new French law is requiring images of models that have been digitally altered to say as much. As former Minister of Health, Marisol Touraine, who initiated the legislation, explains: “It is necessary to act on body image in society to avoid the promotion of inaccessible beauty ideals and prevent anorexia among young people”. Touché, Touraine: over 600,000 people in France are indeed affected by eating disorders like anorexia. Now, if only we could get a label in other publications warning us of les informations retouchées – fake news, perhaps? Disponível em: <https://blog.oxforddictionaries.com>. Acesso em: 10 out. 2017. [Fragmento] O texto aborda uma alteração na legislação francesa que obriga as publicações do país a A. apontar a quantidade de alterações realizadas em fotos. B. validar junto ao Ministério da Saúde as fotos retocadas. C. utilizar imagens que retratem diferentes tipos de corpo. D. divulgar campanhas estatais de prevenção à anorexia. E. indicar a existência de retoques em fotos de modelos. Alternativa E Resolução: A) INCORRETA – O texto não fala que as publicações deverão determinar a quantidade de alterações feitas nas fotos, mas sim que deverão apenas apontar que essas alterações foram feitas. B) INCORRETA – Segundo a notícia, a nova lei não exige que as fotografias retocadas sejam validadas pelo Ministério da Saúde, mas sim que os retoques sejam informados ao leitor. C) INCORRETA – Segundo o texto, a nova lei francesa exige apenas que imagens de modelos que tenham sido “retocadas” contenham uma indicação para o leitor, como forma de combater transtornos alimentares. A utilização de imagens que retratem diferentes tipos de corpos não é uma exigência. D) INCORRETA – Embora a indicação de retoques em fotografias de modelos seja uma estratégia de combate a transtornos alimentares, a lei promulgada na França não exige, tendo em vista o que diz o texto, que as publicações do país divulguem campanhas estatais de prevenção à anorexia. 7ZWG E) CORRETA – No primeiro parágrafo do texto, o leitor é informado de que passará a ver com mais frequência a frase “Photographie retouchée” em publicações francesas, devido a uma lei promulgada no país que obriga essas publicações a indicar ao leitor possíveis retoques feitos em imagens de modelos. O texto ainda indica que essa é uma estratégia para combater transtornos alimentares, como a anorexia. QUESTÃO 02 Madame President: The extraordinary journey of Ellen Johnson Sirleaf The harrowing, but triumphant story of Ellen Johnson Sirleaf, leader of the Liberian women’s movement, winner of the Nobel Peace Prize, and the first democratically elected female president in African history. When Ellen Johnson Sirleaf won the 2005 Liberian presidential election, she demolished a barrier few thought possible, obliterating centuries of patriarchal rule to become the first female elected head of state in Africa’s history. Madame President is the inspiring, often heartbreaking story of Sirleaf’s evolution from an ordinary Liberian mother of four boys to international banking executive, from a victim of domestic violence to a political icon, from a post-war president to a Nobel Peace Prize winner. Pulitzer Prize-winning journalist and bestselling author Helene Cooper deftly weaves Sirleaf’s personal story into the larger narrative of the coming of age of Liberian women. The highs and lows of Sirleaf’s life are filled with indelible images; from imprisonment in a jail cell for standing up to Liberia’s military government to addressing the United States Congress, from reeling under the onslaught of the Ebola pandemic to signing a deal with Hillary Clinton when she was still Secretary of State that enshrined American support for Liberia’s future. Sirleaf’s personality shines throughout this riveting biography. Ultimately, Madame President is the story of Liberia’s greatest daughter, and the universal lessons we can all learn from this “Oracle” of African women. Disponível em: <https://intl.target.com>. Acesso em: 11 out. 2017. O texto anterior faz referência à primeira mulher eleita como presidente de um país africano. Seu principal objetivo é A. analisar os efeitos da eleição de Ellen Sirleaf na luta feminista. B. defender o direito das mulheres africanas a participar da política. C. anunciar que a presidente da Libéria venceu o Prêmio Nobel da Paz. D. descrever os acontecimentos mais marcantes da vida de Ellen Sirleaf. E. apontar os aspectos mais importantes de uma obra sobre Ellen Sirleaf. Alternativa E Resolução: A) INCORRETA – O texto de fato aponta a vitória para a luta pela igualdade de gênero que a eleição de Ellen Johnson Sirleaf representou. Contudo, esse não é seu objetivo principal, o que se pode constatar nos parágrafos seguintes, nos quais se percebe que se trata da descrição de um livro sobre essa política liberiana. TIKI ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO B) INCORRETA – Embora aponte a eleição de Sirleaf como uma vitória para uma quebra da hegemonia masculina na política africana, o texto não tem o objetivo de defender a participação das mulheres africanas na política. C) INCORRETA – O texto apenas menciona que Sirleaf venceu o Prêmio Nobel da Paz como forma de apontar suas várias conquistas ao longo da vida. Seu objetivo principal, contudo, não é anunciar essa vitória. D) INCORRETA – O texto realmente aponta vários fatos marcantes na vida de Ellen Johnson Sirleaf, mas o faz como forma de introduzir aquilo que é abordado no livro Madam President, de Helene Cooper. E) CORRETA – O texto é uma sinopse do livro Madam President, da autora Helene Cooper, no qual a história de vida da presidenta liberiana Ellen Johnson Sirleaf é contada. Seu objetivo, portanto, é apontar, resumidamente, os aspectos mais importantes dessa obra, como propõe a alternativa E. QUESTÃO 03 Why foreigners call this utopia Imagine a major metropolis where traffic flows quickly on green highways; where streets are sparkling clean and restoration is nearly as vigilant as sanitation; where four main ethnicities (Chinese, Malay, Indian and Eurasian) co-exist in tropical tolerance with a large community of foreigners who live and raise kids without fear of crime or the slightest impolite slight. Parks, museums, art spaces and architectural icons are world class. There’s a reason – actually a multitude of them – why Singapore ranks high on surveys of places to live and work. “Singapore is all about convenience,” said Richard Martin, a self-described older expat who works for International Market Assessment. “And it’s a brilliant location to cover Asia.” But there’s always a downside to every utopia. Singapore’s cost of living keeps rocketing – especially in contrast to neighbouring Indonesia and Malaysia – and ranks as the world’s most expensive city for2015, according to the latest data by the Economist Intelligence Unit. Disponível em: <http://www.bbc.com/>. Acesso em: 09 abr. 2015. [Fragmento] O texto fala sobre o modo de vida em Cingapura, apresentando os motivos pelos quais a cidade é A apontada como modelo para a construção de estradas e vias públicas. B citada como exemplo da coexistência entre diferentes etnias. C considerada um dos ícones arquitetônicos do mundo. D tida como a que tem o maior custo de vida da Ásia. E venerada pelos estrangeiros que vivem na região. Alternativa E Resolução: A) INCORRETA – O fato de a cidade de Singapura ter estradas e vias públicas modelo é um dos motivos pelos quais ela é considerada utópica pelos estrangeiros, ou seja, a alternativa aponta um motivo, e não a sua consequência. 3C15 B) INCORRETA – A coexistência de diferentes etnias também é um dos motivos que faz com que Singapura seja venerada pelos estrangeiros. Portanto, mais uma vez, se trata da causa, e não da consequência. C) INCORRETA – No final do primeiro parágrafo, afirma-se que Singapura possui parques, museus, espaços de arte e ícones arquitetônicos que são de primeiro nível (“world class”), e que esse é um dos motivos pelos quais os estrangeiros a consideram uma utopia, ou seja, a alternativa não atende ao enunciado. D) INCORRETA – O texto de fato menciona que Singapura figurou, em 2015, como a cidade mais cara do mundo (disso infere-se que ela também é a mais cara da Ásia). Contudo, isso é apenas um contraponto feito pelo texto à afirmação de que a cidade é utópica. Portanto, não é a informação que o enunciado busca. E) CORRETA – O título do texto é “Why foreigners call this utopia”, isto é, “Por que os estrangeiros chamam esta [cidade] de utopia”. Com base nisso, pode-se considerar que o texto apresentará motivos pelos quais Singapura é venerada pelos estrangeiros, conforme propõe a alternativa E. QUESTÃO 04 Meet New York City’s anthrax detectives The US government conducted bioterror research right under subway riders’ noses. Every time a train races through a subway station in New York City, it sends a blast of air rolling through the 100-year- old system’s enormous network of tunnels. That blast kicks up and carries a whole slew of particles. They swirl and float and fly. And then they deposit themselves all over everything. Over five days this past May, the US Department of Homeland Security (DHS) conducted a massive test to find out what would happen if those particles weren’t just harmless pieces of dust or lint: What if they were something more dangerous, like anthrax? How would they move around and where, exactly, would they land? “New York is the largest subway system in the US and one of the largest in the world. They have over 5.5 million people on average on weekdays. It’s an enormous system, very complex, and it’s high on the target list of our adversaries,” says the project’s lead scientist Don Bansleben, a programme manager at the DHS Science and Technology Directorate. The trains, he says, act like pistons when they move through the system. “They push material in front of themselves and pull material from outdoors behind them. The material basically goes everywhere. And during rush hours there are 4,000 subway cars in the system.” Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 21 mar. 2017. [Fragmento] VG7Ø LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Uma pesquisa conduzida pelo Departamento de Segurança Doméstica (DHS) do governo estadunidense no metrô de Nova Iorque chegou à conclusão de que um ataque químico a esse meio de transporte A. teria suas dimensões ampliadas pela idade avançada do sistema de túneis. B. dependeria diretamente da movimentação dos próprios trens para ser efetivo. C. afetaria o funcionamento de 4 000 trens caso ocorresse em horário de pico. D. atingiria diretamente mais de cinco milhões de cidadãos nova-iorquinos. E. espalharia partículas radioativas e poeira por toda a cidade de Nova Iorque. Alternativa B Resolução: A) INCORRETA – Não é a idade do sistema metroviário que poderia agravar um ataque químico, mas sim o seu tamanho e a quantidade de usuários. B) CORRETA – Como é a movimentação dos trens que gera a rajada de ar que poderia servir para conduzir um ataque químico, pode-se concluir que a alternativa B está correta. C) INCORRETA – Segundo o texto, quatro mil trens funcionam no sistema de metrô nova-iorquino em horário de pico. Contudo, não se pode dizer que todos esses trens seriam necessariamente afetados caso houvesse um ataque químico ao sistema, visto que o texto não determina qual seria o potencial de propagação de um ataque dessa natureza. D) INCORRETA – O texto afirma que, em um dia de semana, uma média de 5,5 milhões de pessoas utiliza o metrô de Nova Iorque. Contudo, essa média compreende toda a duração do dia e, caso acontecesse um ataque em um horário específico, a quantidade de pessoas utilizando o meio de transporte seria, certamente, menor. Portanto, não é correto afirmar que mais de cinco milhões de cidadãos nova-iorquinos seriam diretamente atingidos. E) INCORRETA – Segundo o texto, as rajadas de ar geradas pelos trens percorrem os túneis do sistema. Portanto, um ataque químico se restringiria a esses túneis e às estações a eles conectadas, e não necessariamente à cidade de Nova Iorque inteira. QUESTÃO 05 Egyptian President Abdel Fattah el-Sissi on Tuesday asked for a United Nations–backed military mission to fight Islamic State affiliates in Libya. Egypt’s call for a U.N. resolution supporting an international military coalition to fight the Islamic State comes after a video released by the extremist group (also known as ISIS) on Sunday showed the beheading of 21 Egyptian Christians who were kidnapped in Libya in December. AV7G The extremist group has become known for its brutal tactics, including taped executions and the inclusion of children in its ranks. The video of the Egyptian executions followed another showing the burning to death of captured Jordanian pilot Muadh al-Kasasbeh. On Tuesday the group reportedly burned 45 Iraqis to death. WESTCOTT, L. Disponível em: <http://www.newsweek.com>. Acesso em: 11 out. 2017. [Fragmento] O pedido feito pelo presidente egípcio Abdel Fattah el-Sissi e reportado pelo artigo tem como fator motivador o(a) A. execução brutal de 45 cidadãos muçulmanos iraquianos. B. assassinato do piloto de caças jordaniano Muadh al- Kasasbeh. C. decapitação de 21 cristãos egípcios sequestrados na Líbia. D. exibição de vídeos com as táticas de guerrilha do Estado Islâmico. E. sequestro de crianças egípcias para atuar nas frentes de combate. Alternativa C Resolução: A) INCORRETA – A execução dos 45 cidadãos iraquianos, embora mencionada no texto, não é o motivo que levou o presidente egípcio a solicitar a intervenção da ONU na Líbia, mas sim o assassinato de cidadãos de seu próprio país. B) INCORRETA – O assassinato de Muadh al-Kasasbeh de fato é citado na notícia, mas esse não é o motivo pelo qual o presidente do Egito solicitou a intervenção militar na Líbia. C) CORRETA – A alternativa está de acordo com a seguinte passagem do segundo parágrafo: “Egypt’s call for a U.N. resolution supporting an international military coalition to fight the Islamic State comes after […] the beheading of 21 Egyptian Christians who were kidnapped in Libya.” D) INCORRETA – A alternativa distorce informações do texto: a gravação de execuções realizadas pelo grupo extremista é, de fato, uma tática de guerrilha mencionada no texto (“The extremist group has become known for its brutal tactics, including taped executions and the inclusion of children in its ranks”). Portanto, não se trata de exibir vídeos com as táticas, mas de utilizar os vídeos em si como tática. E) INCORRETA – Embora o sequestro de crianças seja citado no texto como umadas táticas brutais utilizadas pelo Estado Islâmico, esse não é um fato motivador da solicitação de el-Sissi. ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 La línea colorada Más tarde levantó la fatigada mano el monarca, y más arriba de las frentes de los bandidos, tocó los muros. Allí trazaron la línea colorada. [...] El labrador entregó su medalla, el pescador su bota de oro, y las rejas temblaron respondiendo mientras mensaje y voz por las alturas iba la rueda del oro rodando. Entonces tigre y tigre se reunieron y repartieron la sangre y las lágrimas. Atahualpa esperaba levemente triste en el escarpado día andino. No se abrieron las puertas. Hasta la última joya los buitres dividieron: las turquesas rituales, salpicadas por la carnicería, el vestido laminado de plata: las uñas bandoleras iban midiendo y la carcajada del fraile entre los verdugos escuchaba el Rey con tristeza. [...] Entró Valverde con la Muerte entonces. “Te llamarás Juan”, le dijo mientras preparaba la hoguera. Gravemente respondió: “Juan, Juan me llamo para morir”, sin comprender ya ni la muerte. Le ataron el cuello y un garfio entró en el alma del Perú. Disponível em: <http://www.neruda.uchile.cl/>. Acesso em: 20 abr. 2015. 3ZDB O trecho do poema “La Línea Colorada”, escrito pelo poeta chileno Pablo Neruda, em sua obra Canto General, narra um episódio histórico ocorrido durante a Conquista Espanhola dos territórios da América. O trecho do poema de Neruda funciona como uma alegoria da A. descoberta, conquista e evangelização dos indígenas. B. colonização, desenvolvimento e florescimento do Peru. C. servidão, humilhação e aniquilação dos povos indígenas. D. captura, aculturação e civilização forçada do povo peruano. E. subjugação, exploração e martírio de todo o povo peruano. Alternativa E Resolução: O trecho do poema “La línea colorada” narra a dominação, pilhagem e exploração das riquezas do Peru, como é possível perceber da primeira até a vigésima terceira linha. Nas linhas restantes, é narrado o assassinato do rei andino Atahualpa pelos invasores espanhóis, sendo sua morte representativa do início de todo o processo de humilhação e exploração do país e de seu povo, como é possível perceber nos versos “Le ataron el cuello y un garfio / entró en el alma del Perú”. O episódio histórico contado em forma de poema representa alegoricamente a subjugação e o martírio de todo o povo peruano, como indica a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque a evangelização dos povos indígenas não é o foco do poema. O ato de dar um nome cristão / espanhol a Atahualpa simboliza a eclipsagem da cultura andina “‘Juan, Juan me llamo para morir ’”, mais do que o processo de evangelização, que apesar de ter ocorrido, não é tratado no poema. A alternativa B está incorreta porque, do ponto de vista exposto no poema, o processo de colonização não foi um período de desenvolvimento e florescimento do Peru, e sim de humilhação e perdas. A alternativa C está incorreta porque houve um grande genocídio dos povos indígenas, mas não é correto dizer que eles foram aniquilados. Por fim, a alternativa D está incorreta porque o poema expõe a violência, a exploração e o genocídio de indígenas, e isso não pode ser identificado como um processo de aculturação nem de civilização desses povos. QUESTÃO 02 Los tonos tendencia del verano Te contamos los tonos que más se usarán esta temporada para que tu maquillaje y uñas estén a la moda. Pasteles Tanto el rosa, el lila, como el celeste pastel son colores que marcan tendencia. Transmiten calma y serenidad, ideales para aquellas que buscan expresar su carácter tranquilo. Además, aportan un toque femenino y delicado a tus manos. Coral El coral es un color que dice: ¡Llegó el verano! Se trata de un tono vibrante y energético que, por un lado, llama la atención y, por otro, muestra lo arriesgada que podés ser. Por supuesto, existen variantes ya que algunos son más eléctricos, cercanos al naranja, y otros más suaves, con tonalidad más rosada. […] CSUY LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Azul marino El azul está relacionado al mar y por eso, es uno de los más elegidos durante el verano. Además, combina con todo y deja ver un lado sofisticado. Es ideal para llevarlo con las uñas cortas para darle un toque sobrio a tus manos. Cítricos Sin duda los colores cítricos son tendencia. El verde, amarillo y naranja hacen que lleves la calidez en tus manos. Son tonos divertidos y llamativos para esos momentos más casuales y quedan perfectos en pieles bronceadas. […] Disponível em: <http://bellezaxunproposito.com.ar>. Acesso em: 11 mar. 2016. A cada estação, novas tendências de cores surgem no mundo da moda e influenciam roupas, calçados, bolsas, maquiagem e unhas. De acordo com o texto, A. os tons de coral podem transmitir calma e serenidade. B. o lilás é um tom vibrante e energético, que chama a atenção. C. o azul-marinho deve ser evitado no verão por ser uma cor bastante sóbria. D. as cores pastel são recomendadas por serem bastante chamativas. E. os tons cítricos são chamativos e combinam com peles bronzeadas. Alternativa E Resolução: A alternativa correta é a E, pois, de acordo com o texto, as cores cítricas são divertidas, chamativas e ficam perfeitas em peles bronzeadas. As alternativas A e B estão incorretas porque os tons de coral é que são vibrantes e energéticos e é o lilás que transmite calma e serenidade. A alternativa C está incorreta porque o azul marinho é uma cor tendência liberada no verão. Por fim, a alternativa D está incorreta porque os tons pastéis são considerados femininos e delicados. QUESTÃO 03 Disponível em: <http://farm5.static.flickr.com>. Acesso em: 24 out. 2017. 4WØT O gênero tirinha utiliza, comumente, uma linguagem coloquial que se aproxima do discurso informal do cotidiano. O uso de interjeições e letras replicadas na tira têm por objetivo A. demonstrar ao leitor que a tia Paca é infantilizada. B. criar proximidade com o leitor pela modernidade do discurso. C. revelar ao leitor o carinho que tia Paca sente pela sobrinha. D. salientar para o leitor o porquê de Mafalda odiar a tia Paca. E. retratar com ênfase uma situação familiar conhecida do leitor. Alternativa E Resolução: A alternativa correta é a E porque o uso de interjeições e letras replicadas na tira tem por objetivo retratar com ênfase uma cena familiar conhecida pelo leitor. O comportamento das personagens Mafalda, Mamá e Tía Paca são comuns na vida real: a criança que não quer cumprimentar os parentes mais velhos, principalmente quando está brincando, a mãe que obriga os filhos a ir ver os parentes, o familiar mais velho que beija e abraça efusivamente a criança desgostosa e faz perguntas que não as interessam. As alternativas A e B estão incorretas porque não é o objetivo da tira, com o uso das interjeições e letras repetidas, demonstrar que a Tía Paca é infantilizada ou criar proximidade com o leitor devido à modernidade do discurso. Elas demonstram, sim, a reprodução de um discurso comum de parentes mais velhos ao cumprimentar as crianças da família. As alternativas C e D estão incorretas porque todo o humor da tira é construído com base na reprodução fidedigna de uma situação familiar em que as interjeições e letras replicadas cumprem o papel de detalhar e reproduzir essa situação, e não de revelar o carinho da tia pela sobrinha nem de salientar o motivo de Mafalda odiar a tia, mesmo porque não é possível fazer essa afirmação. Mafalda demonstra achar a tia inconveniente, mas não se pode dizer que ela a odeia. QUESTÃO 04 Hacer el primo El erudito don Joaquín de Entrambasaguas dedicó un largo estudio al origen de la expresión“hacer el primo” […]. En su opinión, el origen de dicha expresión se encuentra en las cartas que escribió el general napoleónico Joaquín Murat, durante los sucesos del 2 de mayo de 1808, al infante don Antonio y a la llamada Junta de Gobierno de España, que el infante presidía por ausencia de Fernando VII quien se había marchado a Bayona. Murat empleaba la fórmula protocolaria de “Señor primo” para dirigirse al infante e indicarle a continuación que todo pueblo donde fuera asesinado un francés sería incendiado inmediatamente. Tras la amenaza, se despedía diciendo: “Mi primo… pido a Dios que os tenga en santa y digna gracia”. WØ6O ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Murat había empleado en su redacción el protocolo utilizado por la Casa Real española cuando el rey se dirigía a los grandes, llamándoles “primo”. Fue este modo de dirigirse al incauto y atolondrado infante por lo que quedó, según Entrambasaguas, acuñada la expresión “hacer el primo”. Disponível em: <http://sevilla.abc.es/andalucia/cordoba>. Acesso em: 24 out. 2017. Em 1808, em um episódio histórico, o ingênuo infante don Antonio acatou as exigências do general Murat, causando o assombro e revolta no povo espanhol. Com base no fragmento a respeito da origem da expressão idiomática “hacer el primo”, depreende-se que ela é utilizada para referir-se a pessoas que A. curvam-se a autoridades. B. deixam-se enganar facilmente. C. dispõem-se a prejudicar os seus. D. amedrontam-se diante de conflitos. E. mostram-se excessivamente obedientes. Alternativa B Resolução: Após o episódio narrado, a expressão “hacer el primo” surgiu, sendo utilizada para referir-se a pessoas incautas que se deixam enganar ou explorar facilmente, como propõe a alternativa B. O texto dá a pista do significado da expressão nas últimas duas linhas, ao referir-se ao infante don Antonio como “incauto y atolondrado”, ou seja, uma pessoa ingênua, sem cautela e que não reflete antes de agir. QUESTÃO 05 LLEVA EL DNI.1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 CONFORMA UN GRUPO DE AFINIDAD CON GENTE DE CONFIANZA Y NO OS SEPAREIS. RECUERDA QUE PARTICIPAR EN UM PIQUETE INFORMATIVO ES LEGAL. LLEVA ROPA Y CALZADO CÓMODO. LLEVA ROPA DE ABRIGO. LLEVA ALGO DE COMER Y DE BEBER. NO LLEVES DROGAS ILEGALES. SI TIENES ANTECEDENTES O ALGUNA CAUSA JUDICIAL ABIERTA, TENLO EN CUENTA: NO LA LIES. RECUERDA EL NOMBRE Y LOS APELLIDOS DE ALGUNOS DE LOS ABOGADOS (SE REPARTIRÁN DURANTE LOS PIQUETES). LLEVA EL MÓVIL CARGADO. SI HAY MOMENTOS DE ABUSO POLICIAL NO DUDES EN GRABAR O TOMAR FOTOS. RECOMENDACIONES PARA LOS PIQUETES Disponível em: <http://tomalafacultad.net>. Acesso em: 19 jan. 2016. O panfleto em questão apresenta recomendações de como proceder em uma A. viagem ao exterior. B. confraternização. C. manifestação. D. visita técnica. E. conferência. Alternativa C Resolução: A alternativa correta é a C, pois o panfleto dá orientações sobre como proceder em uma manifestação. A palavra “piquete” significa “manifestação” em espanhol. 6UNB LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 Sobrou para as redes sociais. Se até há pouco eram vistas como promessa de liberdade, agora são apontadas como ameaça à democracia. São acusadas tanto de fomentar a crescente polarização como de terem se convertido no celeiro onde surgem e prosperam as “fake news”. Será que é para tanto? Não há dúvida de que vivemos numa época de radicalismos. Meu palpite pessoal é o de que a Internet tem algo a ver com isso. Mas, se formos em busca de evidências, veremos que os processos pelos quais isso ocorre não são tão simples nem diretos como normalmente se presume. Num trabalho cujas conclusões são bem contraintuitivas, Boxell, Gentzkow e Shapiro mostraram que, nos EUA, a polarização cresceu mais justamente nos grupos demográficos que utilizam menos a Internet, como os idosos com mais de 75 anos. Quanto às “fake news”, embaladas tanto pela conexão russa como pelos tuítes de Trump, elas são, com o perdão do trocadilho, reais. Mas é importante notar que mentiras, boatos e campanhas de desinformação sempre existiram. A Internet apenas os torna mais efetivos. A democracia não passa por turbulências por causa da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, cheio de vulnerabilidades. Só que ela também tem a virtude de adaptar-se com facilidade, sobrevivendo a muitos dos ataques a que é submetida. SCHWARTSMAN, H. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 13 nov. 2017. [Fragmento] No artigo de opinião, as redes sociais são colocadas no centro da discussão sobre sua influência. Nesse sentido, o trecho que sintetiza a defesa central do autor é: A. “Se até há pouco eram vistas como promessa de liberdade, agora são apontadas como ameaça à democracia”. B. “veremos que os processos pelos quais isso ocorre não são tão simples nem diretos como normalmente se presume”. C. “a polarização cresceu mais justamente nos grupos demográficos que utilizam menos a Internet”. D. “Mas é importante notar que mentiras, boatos e campanhas de desinformação sempre existiram”. E. “A democracia não passa por turbulências por causa da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, cheio de vulnerabilidades”. Alternativa E Resolução: Ao longo do texto, o autor defende que, diferentemente do que se acredita, não são as redes sociais – e, por consequência, a Internet – as responsáveis pela polarização política e pelo surgimento das “fake news”, que são as notícias falsas. Segundo o autor, “mentiras, boatos e campanhas de desinformação sempre existiram. YYU6 A Internet apenas os torna mais efetivos.” Com base nisso, seu ponto de vista fica claro no último parágrafo do texto, no qual sintetiza seu posicionamento sobre o que é a democracia e sobre o que está acontecendo com ela no contexto político global atual, ao afirmar que “A democracia não passa por turbulências por causa da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, cheio de vulnerabilidades”. Esse trecho é citado na alternativa E, que está correta. As demais alternativas estão incorretas porque citam passagens do texto nas quais o autor expõe informações tidas como verdades incontestáveis, não se configurando como opiniões a serem defendidas. QUESTÃO 07 De acordo com o Censo Escolar de 2007, o Brasil tem aproximadamente 151 mil alunos matriculados em 1 253 escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos. O problema é que a maioria dos professores não está capacitada adequadamente e o número é insuficiente para atender à demanda. No caso da universidade a realidade não se afasta desse panorama inicial. “Os cursos são sempre fora e longe das comunidades. A universidade não está nos quilombos. Para um jovem que queira estudar, precisa pensar em como se manter, como viver longe da família e como lidar com os desafios típicos de quem sai de uma comunidade para ir à cidade”, diz o sociólogo e antropólogo Assunção Amaral. DIÁRIO DO PARÁ. Disponível em: <http://www.todospelaeducacao. org.br>. Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento] Após oferecer um panorama das escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos, o autor expõe a tese de que a universidade apresenta problemas semelhantes, defendendo-a por meio de A. descrição dos professores. B. testemunho de estudantes. C. depoimento do sociólogo. D. informações geográficas. E. dados do Censo Escolar. Alternativa C Resolução: A argumentação que comprova a tese do autor está presente na fala do sociólogo e antropólogo Assunção Amaral, o que torna correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta porque a descrição dos professores, os quais não estão nem capacitados adequadamente nem em número suficiente para atender à demanda, é utilizada para justificar a situação das escolas. Não há no texto testemunho de estudante, como proposto na B, o que a torna incorreta. As informaçõesgeográficas, sugeridas na D, também não podem ser inferidas do texto, o que a invalida. Por fim, os dados do Censo Escolar, sugeridos na E, comprovam a situação das escolas, e não a das universidades, o que também a invalida. 8SBT ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 08 NOEL, M. Disponível em: <http://giekim.com>. Acesso em: 29 out. 2017. No terceiro quadrinho, o vocábulo “que” é um elemento de coesão porque concorre para a progressão temática ao estabelecer uma A. justificativa plausível para o esquecimento do marido. B. noção semântica de lógica causal à fala do personagem. C. explicação razoável para o equívoco entre as datas. D. proporção com que eventos ocorrem num casamento. E. relação de consequência com a oração anterior. Alternativa E Resolução: O vocábulo “que” na fala do terceiro quadrinho é uma conjunção, já que articula duas orações. Nesse contexto, a relação de sentido que estabelece entre as orações é de consequência, uma vez que, por estarem juntos há tanto tempo, é usual se confundirem de vez em quando, como afirmado pela personagem. Está correta, então, a alternativa E. As alternativas A e C estão incorretas porque a conjunção “que” não traz uma explicação para a personagem se enganar sobre as datas, mas apresenta o fato como uma consequência da longa duração do relacionamento. A alternativa B está incorreta porque também não há noção de causalidade na segunda oração. Finalmente, a alternativa D está incorreta porque a segunda oração também não indica proporcionalidade. QUESTÃO 09 Palíndromos são palavras ou frases que podem ser lidas da esquerda para a direita e vice-versa. Para se formar um palíndromo, não devem ser considerados os sinais ortográficos e os espaços entre as palavras. Alguns exemplos são: “Ana”, “luz azul”, “a torre da derrota” e “Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos.” ØWHO SØNJ Considerando os palíndromos e suas situações de uso, nota-se que, além da comunicação como objetivo maior, as línguas podem propiciar A. humor e cerceamento. B. deleite e diversão. C. funcionalidade e didatismo. D. informação e exposição. E. liberdade e autonomia. Alternativa B Resolução: Considerando a definição de palíndromo e os exemplos fornecidos pelo texto-base, pode-se inferir que as línguas também podem ser usadas com o objetivo de promover o prazer, de divertir os falantes. Assim, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque os palíndromos não são um exemplo de como a língua cerceia os falantes impondo barreiras à comunicação. As alternativas C, D e E estão incorretas porque, dadas as poucas situações de uso dos palíndromos, eles não propiciam efetivamente funcionalidade e didatismo, informação e exposição, liberdade e autonomia. QUESTÃO 10 [Cena igual à da aparição de Nosso Senhor e Nossa Senhora. A compadecida entra.] ENCOURADO [com raiva surda] Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete! JOÃO GRILO Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei? A COMPADECIDA Não, João, por que eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo. JOÃO GRILO É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito. A COMPADECIDA É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado. ENCOURADO Protesto. MANUEL Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou. SUASSUNA, A. Auto da Compadecida. 15. ed. Rio de Janeiro: Agir. 1979. [Fragmento] O que determina o fragmento de Ariano Suassuna como representante do gênero dramático é A. a linguagem coloquial na fala de figuras religiosas. B. a indicação do emissor das falas por meio escrito. C. o tom de humor imposto a uma cena conflituosa. D. o emprego de rubricas na estruturação da ação. E. o caráter opinativo dos textos entre colchetes. 1T46 LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa D Resolução: As rubricas são um importante recurso do gênero dramático. É por meio delas que se organiza a construção da ação e a progressão da peça teatral. No fragmento de Auto da Compadecida, as rubricas, apresentadas entre colchetes, têm a função de conduzir o procedimento interpretativo dos atores no palco, bem como a de situar os leitores a respeito do que está sendo encenado. Portanto, está correta a alternativa D. As demais alternativas estão incorretas porque apresentam características que não definem o gênero dramático, uma vez que são identificáveis em outros gêneros literários. O emprego das rubricas, no entanto, está restrito ao gênero em questão. QUESTÃO 11 Excesso de WhatsApp faz mal Quando o celular de Alana Dutra, de 21 anos, caiu na privada, ela reconheceu ter um vício: o WhatsApp. Enquanto o aparelho secava no arroz, a estudante acordava no meio da noite procurando-o. Foram dois dias difíceis para ela, que estima passar até oito horas diárias checando seus 15 grupos. “Acordar no meio da noite para ver se tem mensagem é comum. Sempre me atrapalha na hora de estudar e de dormir”. MONNERAT, A. Disponível em: <http://odia.ig.com.br>. Acesso em: 27 out. 2017. [Fragmento] Dependendo do propósito comunicativo, um texto pode apresentar passagens de diferentes sequências tipológicas. O fragmento da reportagem anterior organiza-se, predominantemente, por A. argumentação, pois expõe o ponto de vista da autora para conquistar leitores interessados por tecnologias. B. descrição, pois se vale da linguagem para construir verbalmente uma imagem da estudante Alana Dutra. C. exposição, pois analisa o aplicativo WhatsApp e as suas diversas implicações na realidade sociopolítica. D. injunção, pois estimula os leitores a controlarem suas ações e reações associadas ao uso de redes sociais. E. narração, pois relata os acontecimentos vividos por Alana Dutra em determinados tempo e espaço. Alternativa E Resolução: A autora da reportagem utiliza a sequência narrativa, tipologia que objetiva relatar um fato, um caso, uma história real ou fictícia. A narração é organizada por meio de acontecimentos que se sucedem, envolvendo personagens num determinado tempo e espaço. Inicialmente, o aparelho celular da estudante cai na privada. Esse acontecimento motiva outro: a autoconscientização de que ela era viciada em WhatsApp. Enquanto o aparelho secava no arroz, a estudante passou por momentos difíceis. Embora a noção de espaço não esteja explícita, a referência temporal está clara na passagem “Foram dois dias difíceis para ela”. Portanto, está correta a alternativa E. As demais tipologias textuais podem até ser identificadas ao longo do fragmento, no entanto, predomina a narração. UXA1 QUESTÃO 12 Capítulo IX – A Ópera [...] Vinha aqui jantar comigo algumas vezes. Uma noite, depois de muito Chianti, repetiu-me a definição do costume, e como eu lhe dissesse que a vida tanto podia ser uma ópera, como uma viagem de mar ou uma batalha, abanou a cabeça e replicou: – A vida é uma ópera e uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimirás, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimirás. Há coros a numerosos, muitos bailados, e a orquestração é excelente... ASSIS, M. Dom Casmurro. São Paulo: Martin Claret, 2013. Ao afirmar que “a vida é uma ópera”, a personagem constrói uma metáfora que utiliza a imagem de vozes masculinas, tenor e barítono, e vozes femininas, soprano e contralto, para representar A. as conquistas árduas que permitem associar a vida a uma batalha. B. ospapéis sociais que transformam a vida em mera representação. C. as celebrações que definem a vida como ocasião de divertimento. D. os perigos enfrentados pelo indivíduos em sua trajetória de vida. E. os conflitos de relacionamento experienciados pelo ser humano. Alternativa E Resolução: A metáfora em “A vida é uma ópera”, de acordo com a personagem, consiste na imagem em que as vozes masculinas, tenor e barítono, lutam pela voz feminina, a soprano; ou, ainda, em que as vozes femininas, soprano e contralto, disputam a voz masculina, o tenor. Estão encenados, portanto, os conflitos de relacionamento entre homens e mulheres. A alternativa correta é, portanto, a E. Como o foco da metáfora é o conflito entre as pessoas representadas pelas vozes da ópera, a alternativa A, que se refere a conquistas árduas, não é pertinente. A alternativa B está incorreta por sugerir que a metáfora se refere à falsidade dos papéis sociais que tornam a vida mera representação, o que não pode ser inferido dos elementos disponíveis no trecho. O que pode ser inferido é que a vida é conflituosa, e não que seja falsa. A alternativa C propõe que se refira a celebrações que definam a vida como ocasião de divertimento, o que está incorreto, pois a ópera não é retratada no trecho como ocasião de distração e lazer, mas como conflito entre vozes. A alternativa D, por sua vez, sugere que a metáfora se refere a perigos da vida, quando, na verdade, expressa atrações e conflitos, o que a torna incorreta. 9CAH ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 13 TEXTO I Feminicídio: o momento que o silêncio fala e as mulheres são mortas O feminicídio é a expressão mais nua do término da violência doméstica, o mutismo da vítima grita por socorro, mas os ouvidos surdos são inacessíveis. Perceber uma mulher em situação de violência requer o silêncio da alma diante dos barulhos do machismo e das omissões. Quantos questionamentos habitam nosso pensamento e quantas perguntas bailam sozinhas sem respostas? A mulher em situação de violência se sente flor no deserto, e por isso prefere murchar-se e encolher diante da aridez do seu agressor. Suas pétalas exalam o perfume da esperança de um dia florir aquelas secas terras, mas o opressor resiste ao processo de transposição. A violência contra as mulheres muitas vezes acontece de forma velada e não denunciada, o ciclo das violações se nutre pelo silêncio e pelas negligências alheias. Indubitavelmente, um dia a violência se cessa e o ciclo se quebra, e uma mulher é morta ou liberta. Assim, que cada ciclo de violência que se quebrou com a morte das vítimas seja ressuscitado em luta e ferramenta de ruptura capaz de reescrever histórias de mulheres e toda uma sociedade. Pelas Cláudias e Marias do nosso Brasil. Basta de violência contra todas nós! MAGALHÃES, C. C. C. F. Disponível em: <http://politica.estadao.com.br>. Acesso em: 28 out. 2017. TEXTO II Disponível em: <http://www.itanhaem.sp.gov.br>. Acesso em: 28 out. 2017. A violência contra a mulher é o tema dos textos anteriores. Para potencializar a orientação argumentativa e a construção dos efeitos de sentido pretendidos por seus autores, ambos os textos A. recorrem a estratégias sensacionalistas para promover a conscientização. B. estimulam a vítima a se pronunciar e a denunciar a agressão física. C. reiteram a necessidade de apoiar a vítima seja qual for sua faixa etária. D. divulgam os canais de denúncia para incentivar a prisão dos agressores. E. utilizam a linguagem figurada para explicitar a violência contra a mulher. 1GGC Alternativa E Resolução: Tanto o artigo de opinião quanto a campanha utilizam a linguagem figurada para despertar o interesse do leitor e garantir os efeitos de sentido pretendidos pelos autores. Esse recurso pode ser percebido em várias passagens do texto I, tais como “o mutismo da vítima grita por socorro” e “A mulher em situação de violência se sente flor no deserto”. Já no texto II o sentido figurado está presente na passagem “Viver aprisionada em um segredo”. Está correta, portanto, a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque em texto algum há fatos ou argumentos que busquem chocar os leitores ou causar algum escândalo, ainda que objetivem promover um tipo de comoção. A alternativa B está incorreta porque somente o texto II estimula a denúncia contra a agressão, que pode ser não apenas física, mas também psicológica. A alternativa C está incorreta porque o texto I é o único que expõe a necessidade de acolher as vítimas, ainda assim, de forma indireta. Por sua vez, a alternativa D está incorreta porque há divulgação dos canais de denúncia apenas no texto II. QUESTÃO 14 Fast-food A indústria de alimentos processados e as redes de fast-food facilitaram a vida das famílias, mas acresceram à dieta itens com mais açúcar, o que contribui para o ganho de peso. Por isso, a OMS projeta que, até 2022, o número de crianças obesas no mundo deve ultrapassar o de crianças abaixo do peso. Para melhorar esse quadro, o órgão lançou um plano de combate à obesidade que prevê, entre outras coisas, o aumento de impostos sobre produtos açucarados e a restrição a alimentos industrializados nas escolas. VEJA. São Paulo: Abril, ed. 2553, ano 50, n. 43. 25 out. 2017. [Fragmento] Os operadores argumentativos “mas” (. 2) e “por isso” (. 4) desempenham um papel fundamental na continuidade e na progressão temática do texto anterior porque exercem, respectivamente, a função de evidenciar A. uma oposição e uma conclusão. B. uma explicação e uma causa. C. uma finalidade e uma condição. D. uma comparação e uma adição. E. uma analogia e uma retificação. Alternativa A Resolução: O operador “mas” estabelece uma oposição entre as duas orações que conecta, já que, junto das facilidades trazidas pelas redes de fast-food, veio o aumento de peso das famílias. Por sua vez, “por isso” introduz uma conclusão baseada nesse mesmo ganho de peso proporcionado pelos novos hábitos alimentares da população: a projeção feita pela OMS para 2022. Assim, está correta a alternativa A. BAXZ LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 15 Canção do Amor Imprevisto Eu sou um homem fechado. O mundo me tornou egoísta e mau. E a minha poesia é um vício triste, Desesperado e solitário Que eu faço tudo por abafar. Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada, Com o teu passo leve, Com esses teus cabelos… E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada, [numa alegria atônita… A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil Aonde viessem pousar os passarinhos! QUINTANA, M. Antologia Poética. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. p. 64. O poema de Mario Quintana é representante do gênero lírico. Sobre o conteúdo e a abordagem do autor, identifica-se que o texto A. apresenta a natureza como pano de fundo para a relação amorosa. B. define o eu lírico como transformador da vida das pessoas próximas. C. compara a imobilidade do poeta apaixonado a um espantalho inútil. D. comunica a chegada da amada por meio de sensações inusitadas. E. evidencia o amor como um sentimento imaterial e imensurável. Alternativa E Resolução: O gênero lírico é marcado pela subjetividade do sujeito poético, que manifesta o seu estado emocional e expressa seus sentimentos e percepções acerca da realidade que o rodeia. Por isso, percebe-se nesse gênero literário a predominância de pronomes e verbos na primeira pessoa do singular. Está correta, então, a alternativa E. As outras alternativas estão incorretas porque não apontam características do gênero lírico ou porque interpretam incorretamente o texto. A alternativa A está incorreta porque a natureza como ambiente de uma relação amorosa não define o gênero lírico. As alternativas B e D estão incorretas porque a mera descrição de sentimentos ou sensações tambémnão define o gênero lírico, no qual a voz poética deve expressar as próprias emoções, normalmente por meio de linguagem figurada. Finalmente, a alternativa C está incorreta porque a comparação entre o poeta e o espantalho não delimita o gênero, que deve prezar pela expressão de sentimentos íntimos do eu lírico. QPXF QUESTÃO 16 Não é fácil ser otimista Não está fácil a vida de um otimista no Brasil. Tudo conspira a favor dos pessimistas, que não têm do que se queixar, pois há motivos de sobra. Eu só não sou um deles porque acho o pessimista um chato, que acaba torcendo para dar tudo errado e ele poder tripudiar depois: “Eu não disse!?”. Mas, atenção, o meu otimismo não é daqueles que veem luz no fim do túnel quando são os faróis de um carro na contramão. Para mim, ele serve de antídoto em momentos como o de agora, em que se ouve cada vez mais gente reclamando: “Este país não tem jeito“, “só não me mudo porque não posso”. Melhor, porém, do que usar as mazelas lá de fora como consolo, é lembrar que o nosso país já foi pior e que, apesar de tudo, bem ou mal, estamos avançando. Basta olhar para quando ainda não havia Lava Jato. Em apenas três anos, ela promoveu uma revolução de costumes na política. O problema é que o resultado produziu essa inevitável exposição de vísceras que cheira mal e é desagradável de ver. A corrupção no Brasil é uma bactéria que ataca governo e oposição, esquerda e direita, é suprapartidária e sistêmica. Daí a sensação de que estamos vivendo o fim do mundo, quando talvez seja apenas o fim de um mundo que precisava mesmo acabar, o que não se faz de um dia para o outro. O meu lado otimista quer acreditar que estamos assistindo ao estertor de um organismo agônico que ainda estrebucha, mas cujo desenlace é inexorável, ainda que possa demorar. VENTURA, Z. Disponível em: <http://noblat.oglobo.globo.com>. Acesso em: 28 out. 2017. [Fragmento adaptado] A função social de um texto argumentativo é defender um posicionamento crítico. Nesse artigo de opinião, a tese pode ser sintetizada no ditado popular: A. “É difícil agradar a gregos e troianos.” B. “É melhor prevenir do que remediar.” C. “Errar é humano, perdoar é divino.” D. “Fez do lobo o guardião das ovelhas.” E. “Há males que vêm para o bem.” Alternativa E Resolução: O locutor do texto se declara como um indivíduo otimista e acredita que, apesar da crise política, o país esteja avançando. Ele considera, ainda, que a corrupção sistêmica, arraigada no meio social e político, precisa vir à tona para que se possa virar a página e construir um novo Brasil. Nessa perspectiva, a tese do texto pode ser encerrada no ditado popular “Há males que vêm para o bem”, que carrega a ideia de que mesmo que algo de ruim aconteça, as consequências serão positivas. Está correta, então, a alternativa E. As demais alternativas estão incorretas porque apresentam ditados populares que não capturam o posicionamento expresso pelo autor do artigo. IT3A ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO O ditado da alternativa A resume as dificuldades em ser bem recebido e aceito por públicos antagônicos, de diferentes opiniões, como os cidadãos rivais da Grécia e de Troia. Na alternativa B, o ditado simboliza a importância de se evitar que coisas ruins aconteçam, afirmando ser melhor isso que tomar atitudes reparadoras. A alternativa C apresenta uma noção relacionada à fé cristã, mostrando que, ainda que todas as pessoas estejam sujeitas a cometer erros, o perdão concedido é uma característica dos cristãos. Finalmente, o ditado popular da alternativa D encerra uma analogia com o fato de se confiar em alguém que não merece. QUESTÃO 17 Cacarecos da língua Todo dia uma palavra morre e a gente não se dá conta. Ao contrário das pessoas, que por vezes morrem de desastre, as palavras só morrem aos poucos, devagarinho, cada dia um pouco – à medida em que as pessoas que as usavam vão morrendo também. Minha avó, por exemplo. Tenho certeza de que levou junto com ela a palavra “lorota”. Há palavras, no entanto, pelas quais ainda vale lutar. A palavra “cacareco”, por exemplo, tá na UTI. Pros jovens que não chegaram a conhecê-la, cacareco é uma coisa velha, já sem utilidade. Sim, a própria palavra “cacareco” virou um cacareco. Está longe de ser o único cacareco da linguagem. Pense quando foi a última vez que ouviu que a situação está um despautério, que fulano tá borocoxô, que tal roupa é uma coqueluche, que fulana é uma songamonga. O hospital das palavras está cheio – e ninguém nem sequer vai visitar as enfermas (“enfermas”: taí outra palavra dodói). Elas não têm orgulho. Pra reavivá-las, basta chamar em voz alta que elas voltam serelepes, faceiras – acabou de acontecer com as palavras “serelepe” e “faceira”. Precisamos fazer uma força-tarefa pra salvar a palavra “força-tarefa”. Junto com as palavras morrem também as coisas – e às vezes é impossível saber quem morreu primeiro, se a palavra ou a coisa. Paramos de falar alpendre porque as casas deixaram de ter alpendre ou as casas pararam de ter alpendre porque já ninguém sabia o que era um alpendre? DUVIVIER, G. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 29 out. 2017. [Fragmento] Para ser persuasivo, o produtor de um texto argumentativo defende seu ponto de vista e o justifica. Nesse artigo, o segundo parágrafo desempenha um importante papel no planejamento discursivo do texto, porque A. traz a explicação para a tese defendida anteriormente. B. estabelece uma comparação entre as palavras e a cultura. C. revela uma analogia entre a morte e as palavras em desuso. D. expressa uma causa para as inevitáveis mudanças na língua. E. indica uma contraposição em relação ao parágrafo anterior. SNKX Alternativa E Resolução: Devido ao dinamismo da língua, muitas palavras deixam de ser usadas, e os falantes não se dão conta desse processo natural. Nesse sentido, o autor do texto cita, no primeiro parágrafo, a morte da avó, que teria levado consigo a palavra “lorota”. Ao empregar, no início do segundo parágrafo, o articulador “no entanto”, o autor aponta para uma direção argumentativa oposta, ou seja, utiliza um argumento que se constitui como uma contraposição em relação ao parágrafo anterior. Assim, está correta a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque a tese do texto está nesse mesmo parágrafo, na primeira frase; portanto, não há explicação da tese, mas exposição. A alternativa B está incorreta porque não há comparação alguma, mas declarações afirmativas ou conceituações. A alternativa C está incorreta porque a analogia entre a morte a as palavras em desuso é feita no primeiro parágrafo do texto. Por fim, a alternativa D está incorreta porque não há exposição da causa para as mudanças na língua, a qual, no entanto, é sugerida no parágrafo anterior: “as palavras só morrem aos poucos, devagarinho, cada dia um pouco – à medida em que as pessoas que as usavam vão morrendo também.” QUESTÃO 18 Vou com Fregolente à Barra da Tijuca, onde durante algum tempo, infeliz e sem repouso, viajo através de uma multidão feia, triste e sem nenhuma dúvida profundamente desgraçada. Só a desgraça alimenta uma tal sede de divertimento. Aliás, é sempre este o aspecto de um aglomerado que se reúne à procura de esquecimento: os limites humanos surgem com avassaladora nitidez e o rebanho festivo adquire um aspecto confrangedor, de coisa abandonada e amaldiçoada. Não é precisamente nesses minutos, nesses e não em outros, que ousamos desejar para toda essa gente uma catástrofe comum, uma guerra, uma inundação ou até mesmo um ataque coletivo de insânia ou de crueldade – qualquer coisa enfim que agite essas carnes moles que se estendem ao sol, domesticadas pela preguiça, pelo álcool e por uma sensualidade grosseira e sem profundidade? CARDOSO, L. Diário completo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970. No trecho do diário do escritorLúcio Cardoso, revela-se o caráter intimista do texto porque o autor tece uma A. descrição objetiva da paisagem observada. B. reflexão sobre sua percepção da realidade. C. comparação que o identifica com a multidão. D. consideração sobre a catástrofe presenciada. E. narração cronológica do momento vivenciado. Alternativa B Resolução: Considerando que o intimismo consiste na expressão dos sentimentos de quem escreve, o narrador elabora um texto intimista porque apresenta a multidão que o circundava por meio de sua própria percepção da realidade, descrevendo de maneira subjetiva o que sentia em relação ao comportamento das pessoas que ele observava. KRQS LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa correta, portanto, é a B. A alternativa A propõe que seja uma descrição objetiva da paisagem observada, o que está incorreto, porque a descrição não é objetiva, e sim subjetiva, apresentando o ponto de vista do narrador sobre o que vê. A alternativa C sugere que o intimismo se manifesta na comparação que identifica o narrador com a multidão, o que está incorreto, pois ele não se reconhece no comportamento das pessoas observadas, motivando sua reflexão crítica sobre elas. A alternativa D sugere que seja uma consideração sobre a catástrofe presenciada, mas no texto a catástrofe é apenas imaginada como uma solução para a situação. Por fim, a alternativa E propõe que seja uma narração cronológica do momento vivenciado, o que não está correto, porque o autor não narra o momento cronologicamente, mas tece reflexões sobre o que observa em um tempo psicológico. QUESTÃO 19 ANJO: Que quereis? FIDALGO: Que me digais, pois parti tão sem aviso, se a barca do Paraíso é esta em que navegais. ANJO: Esta é; que demandais? FIDALGO: Que me leixeis embarcar. Sou fidalgo de solar, é bem que me recolhais. ANJO: Não se embarca tirania neste batel divinal. FIDALGO: Não sei porque haveis por mal que entre a minha senhoria... ANJO: Pera vossa fantesia mui estreita é esta barca. FIDALGO: Pera senhor de tal marca nom há aqui mais cortesia? Venha a prancha e atavio! Levai-me desta ribeira! VICENTE, G. Auto da barca do inferno. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 31 out. 2017. Gil Vicente é o autor de Auto da barca do inferno, peça teatral de cunho moralizante, que faz severa crítica à sociedade portuguesa na transição da Idade Média para o Renascimento. Nesse sentido, a fala do fidalgo que revela um comportamento passível de crítica é: A. “Que me digais, / pois parti tão sem aviso...” B. “se a barca do Paraíso / é esta em que navegais.” C. “Sou fidalgo de solar, / é bem que me recolhais.” D. “Não sei porque haveis por mal / que entre a minha senhoria...” E. “Venha a prancha e atavio! / Levai-me desta ribeira!” CVWN Alternativa C Resolução: Ser “fidalgo de solar” era um privilégio da nobreza de Portugal e fazia referência ao sucessor direto de uma antiga casa nobre, de nome e brasão importantes. A fala “Sou fidalgo de solar, / é bem que me recolhais” demonstra a prepotência da personagem, que se julga superior às outras pessoas por causa de sua posição social de prestígio. O autor inseriu personagens como essa na obra justamente para tecer uma crítica aos nobres que se comportavam assim nessa época. Portanto, está correta a alternativa C. As demais alternativas estão incorretas porque apresentam falas em que o fidalgo pergunta da barca ao anjo, argumenta a favor de seu embarque e desiste por não concordar, sem demonstrar precisamente um comportamento condenável. QUESTÃO 20 Uma música para dormir bem De acordo com uma revisão da Universidade Aarhus e da Academia Real de Música, ambas na Dinamarca, escutar música clássica ou instrumental antes do descanso noturno auxilia mesmo a pregar os olhos. Publicado pelo Instituto Cochrane, um dos centros de pesquisa mais rigorosos no mundo, o trabalho conclui que ouvir de 25 a 60 minutos de música antes do encontro com o travesseiro é, de fato, uma solução segura e eficaz contra alguns quadros de insônia. “O som contribui para o relaxamento, tira pensamentos angustiantes de cena e induz emoções positivas. Tudo o que facilita a entrada no sono”, diz a neurocientista dinamarquesa Kira Vibe Jespersen. Cabe lembrar, no entanto, que insônia pra valer exige olhar médico. Até porque, às vezes, a música sozinha não dá conta do recado. BIERNATH, A. Disponível em: <http://mdemulher.abril.com.br/>. Acesso em: 12 maio 2016. [Fragmento adaptado] Textos jornalísticos muitas vezes mesclam à norma-padrão da língua marcas de informalidade. Isso pode ser feito para trazer pessoalidade ao texto ou mesmo para aproximá-lo do leitor. O trecho transcrito em que se observa traço de coloquialidade é: A. “insônia pra valer exige olhar médico.” B. “O som contribui para o relaxamento”. C. “uma solução segura e eficaz contra alguns quadros de insônia.” D. “o trabalho conclui que ouvir de 25 a 60 minutos de música”. E. “escutar música clássica ou instrumental antes do descanso noturno auxilia”. Alternativa A Resolução: Entre os trechos expostos, há coloquialidade na alternativa A, em “pra valer”, expressão idiomática que apresenta a contração da preposição “para” e pode ser substituída por “de verdade”. Nas demais alternativas, a norma-padrão da língua é respeitada e não há traços de coloquialidade. LODA ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 22 TEXTO I Cantiga sua, partindo-se Senhora, partem tão tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. tão tristes, tão saudosos, tão doentes da partida, tão cansados, tão chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. partem tão tristes os tristes, tão fora de esperar bem, que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. CASTEL-BRANCO, J. R. Cancioneiro Geral, v. 3. p. 134. TEXTO II Por toda minha vida Minha bem-amada Quero fazer-te um juramento, uma canção Eu prometo, por toda a minha vida Ser somente teu e amar-te como nunca Ninguém jamais amou, ninguém Minha bem-amada Estrela pura aparecida Eu te amo e te proclamo O meu amor O meu amor Maior que tudo quanto existe Oh, meu amor. JOBIM, T.; MORAES, V. Por toda minha vida. In: Antonio Carlos Jobim. The wonderful world of Antonio Carlos Jobim. LP. Warner Bros. Records, 1965. O texto I é de autoria do trovador português João Roiz de Castel-Branco, e o texto II é uma canção escrita por Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Embora estejam separados no tempo e no espaço, os textos guardam entre si semelhanças temáticas, entre elas a A. angústia existencial. B. liberdade de criação. C. nostalgia do passado. D. melancolia da solidão. E. submissão a um afeto. Alternativa E Resolução: Em ambos os textos, o eu lírico masculino corteja a mulher amada por meio de declarações de amor. Essa característica pode ser percebida nos versos “Senhora, partem tão tristes / meus olhos por vós, meu bem”, no texto I, e “Minha bem-amada” e “Estrela pura aparecida / Eu te amo e te proclamo”, no texto II. Essa abordagem do sentimento amoroso é conhecida como vassalagem, comum às obras do Trovadorismo. Assim, está correta a alternativa E. As demais alternativas estão incorretas porque não se pode identificar outras temáticas nos textos, senão a da vassalagem. 6WQØQUESTÃO 21 O filme é uma adaptação do livro Minha Vida de Menina, de Helena Morley, publicado em 1942, escrito com base no seu diário de adolescente. O livro imediatamente se tornou um grande sucesso, o que deixou a autora perplexa, pois acreditava que aquelas memórias de sua infância na província eram apenas registros que ficariam para suas netas. Hoje o livro se encontra na 19ª edição e já foi traduzido para o inglês (pela poeta Elizabeth Bishop), francês e italiano. O filme acompanhaa vida de Helena de 1893 a 1895, período em que a abolição da escravatura era novidade e a república brasileira engatinhava. Foi inteiramente rodado na cidade de Diamantina (Minas Gerais). A cidade está tombada e é hoje considerada Patrimônio da Humanidade, o que facilitou as filmagens por conservar muito do que havia na época em que Helena escreveu o diário. Disponível em: <http://www.cineduc.org.br>. Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento] Na resenha de Vida de menina, o autor recomenda o filme aos leitores por meio de A. diferenciação entre o enredo do diário e o da obra cinematográfica. B. argumentação acerca do aprendizado decorrente da história narrada. C. descrição valorizadora do livro e do cenário em que se baseia a obra. D. narração sobre a vida de Helena conforme visto em ambas as mídias. E. contextualização da importância da cidade de Diamantina para a trama. Alternativa C Resolução: É possível inferir que o autor recomenda o filme Vida de menina para o leitor, pois apresenta comentários positivos a respeito do cenário em que ocorreram as filmagens, que consiste em uma cidade tombada Patrimônio da Humanidade. Além disso, anteriormente, apresenta descrições que valorizam o livro em que se baseia a obra, ao relatar que a publicação imediatamente se tornou um grande sucesso, o que deixou a autora perplexa, e ressaltar que foi publicada em diversos idiomas. A alternativa correta é, portanto, a C. A explicação do enredo com a diferenciação do livro e da obra cinematográfica, sugerida na A, não ocorre, pois a resenha aproxima a obra literária e a cinematográfica sem qualquer menção a diferenças no enredo. Não há também na resenha argumentação sobre o aprendizado decorrente do consumo da obra, o que invalida a alternativa B. A alternativa C está incorreta porque a resenha não narra a vida de Helena conforme visto no diário ou no filme, apenas contextualiza quem é a autora do livro, bem como a personagem protagonista do longa-metragem. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque o texto não realça a importância de Diamantina para os relatos no diário, apenas informa que é o cenário em que acontecem. ESJ5 LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 23 Atrás do espesso véu Disse adeus aos pais e, montada no camelo, partiu com a longa caravana na qual seguiam seus bens e as grandes arcas do dote. Atravessaram desertos, atravessaram montanhas. Chegando afinal à terra do futuro esposo, eis que ele saiu de casa e veio andando ao seu encontro. “Este é aquele com quem viverás para sempre”, disse o chefe da caravana à mulher. Então ela pegou a ponta do espesso véu que trazia enrolado na cabeça, e com ele cobriu o rosto, sem que nem se vissem os olhos. Assim permaneceria dali em diante. Para que jamais soubesse o que havia escolhido, aquele que a escolhera sem conhecê-la. COLASANTI, M. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 47. Contos se caracterizam por apresentarem narrativa concentrada e limitada ao essencial, embora muitas vezes mantenham, na íntegra, os elementos de uma narrativa: apresentação, complicação, clímax e desfecho. No conto de Marina Colasanti, a complicação ocorre quando A. a mulher deixa a casa dos pais carregando todos os bens e o dote. B. a caravana atravessa desertos e montanhas durante vários dias. C. o homem com quem a personagem se casará vai ao seu encontro. D. o chefe da caravana apresenta o desconhecido à sua futura noiva. E. a personagem segura a ponta do véu e cobre integralmente o rosto. Alternativa C Resolução: As duas primeiras frases do texto constituem a apresentação, em que o narrador situa a personagem no espaço, portanto estão incorretas as alternativas A e B. A frase “Chegando afinal à terra do futuro esposo, eis que ele saiu de casa e veio andando ao seu encontro”, por outro lado, é a complicação, momento em que ocorre um rompimento do equilíbrio inicial do texto, imprimindo ao contexto um efeito de revelação. A palavra “eis” apresenta um caráter de designação, a qual é determinada pelo anúncio do futuro marido e, consequentemente, da nova situação a ser vivenciada pela moça. Assim, está correta a alternativa C. Já no segundo parágrafo do conto, identificam-se o clímax, nas duas primeiras frases, e o desfecho, nas duas últimas, tornando incorretas as alternativas D e E. QUESTÃO 24 Cultura O girino é o peixinho do sapo. O silêncio é o começo do papo. O bigode é a antena do gato. O cavalo é o pasto do carrapato. O cabrito é o cordeiro da cabra. O pescoço é a barriga da cobra. LCPG V563 O leitão é um porquinho mais novo. A galinha é um pouquinho do ovo. O desejo é o começo do corpo. Engordar é tarefa do porco. A cegonha é a girafa do ganso. O cachorro é um lobo mais manso. O escuro é a metade da zebra. As raízes são as veias da seiva. O camelo é um cavalo sem sede. Tartaruga por dentro é parede. O potrinho é o bezerro da égua. A batalha é o começo da trégua. Papagaio é um dragão miniatura. Bactéria num meio é cultura. ANTUNES, A. Disponível em: <http://www.arnaldoantunes.com.br>. Acesso em: 21 nov. 2017. Ao analisar as ideias desenvolvidas por Arnaldo Antunes e o título do poema, identifica-se, no texto, a finalidade de A. utilizar combinações sonoras ou rítmicas e jogos de imagem ou ideias em associações imprevistas. B. revelar fatos e pontos de vista do emissor para expor emoções e defender seu lado dos acontecimentos. C. apresentar objetividade e fornecer informações que explicam de maneira simples as relações no mundo. D. mostrar uma linguagem que está voltada para si mesma e transformar-se em seu próprio referente. E. questionar tópicos atuais e sugerir soluções líricas para temas corriqueiros ligados à fauna e à flora. Alternativa A Resolução: O poema é organizado em rimas, que lhe conferem musicalidade, como visto em “O girino é o peixinho do sapo / O silêncio é o começo do papo” e “O bigode é a antena do gato. / O cavalo é o pasto do carrapato”. Em cada verso há, ainda, uma declaração que associa termos inusitados por causa de qualquer similaridade discursiva ou física, como em “O cabrito é o cordeiro da cabra”, em que o cabrito, filhote da cabra, é relacionado ao cordeiro, filhote do carneiro, ou “O pescoço é a barriga da cobra”, em que o autor relaciona o corpo longo e sem membros da cobra a um pescoço. Portanto, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque o texto não apresenta argumentação da voz poética, mas exposições de caráter lírico e lúdico. A alternativa C está incorreta porque o texto, embora sucinto, não é objetivo, mas subjetivo, já que trabalha com metáforas. A alternativa D está incorreta porque o texto não tem caráter metalinguístico. Por fim, a alternativa E está incorreta porque tópicos atuais não são questionados nem intervenções a temas da natureza são propostas pelo autor. ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 25 Basílica de São Pedro, Vaticano. Disponível em: <https://www.istockphoto.com>. Acesso em: 23 nov. 2017. A Basílica de São Pedro é o maior e mais importante edifício do catolicismo. Sua construção iniciou-se durante o Renascimento, e, como características formais da arte desse período, apresenta a noção de beleza associada A. à vastidão interior e à fuga de valores terrenos. B. às técnicas bidimensionais e aos valores feudais. C. às linhas retas e ao teocentrismo vigente na época. D. à exploração da luz solar e à doutrinação pela Igreja. E. às proporções equilibradas e à imponência do prédio. Alternativa E Resolução: Conforme os padrões estéticos estabelecidos pelo Renascimento, os quais se inspiravam na arte clássica, a construção da Basílica de São Pedro privilegiou as proporções equilibradas, como visto também nas artes plásticas produzidas no período, sendo um resultado do uso ostensivode cálculos matemáticos e geométricos; e a imponência do prédio, já que edifícios como igrejas, por simbolizarem uma instituição extremamente poderosa na época, eram os mais altos e pomposos das cidades. Assim, está correta a alternativa E. As demais alternativas estão incorretas porque o Renascimento difundiu o antropocentrismo, ideário que colocava o ser humano, a razão e a ciência em posição superior à religião, rompendo, assim, com o feudalismo comum à Idade Média. QUESTÃO 26 GOMES, C. Disponível em: <https://bichinhosdejardim.com>. Acesso em: 29 out. 2017 (Adaptação). Para responder às perguntas e conceituar sentimentos, a personagem do caramujo emprega a figura de linguagem A. comparação, porque associa semelhanças e diferenças entre os elementos citados. B. metáfora, porque instaura entre os termos uma relação incomum de semelhança. C. pleonasmo, porque utiliza a redundância dos termos na construção do sentido. D. gradação, porque apresenta os sentimentos em uma sequência decrescente. E. paradoxo, porque aproxima proposições aparentemente antagônicas. N9CY 2OCE LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 2 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa B Resolução: Metáfora é a figura de linguagem que propõe uma comparação subentendida com base na similaridade entre dois elementos. Nesse sentido, ao estabelecer a relação que revela a semelhança entre os diferentes termos, associam-se palavras ou expressões que normalmente não são empregadas juntas. Por exemplo: “A mágoa é uma nuvem, densa e sombria.” Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque, para que haja uma comparação, é necessário um termo que a estabeleça, tal qual “como”. A alternativa C está incorreta porque não há repetição de uma ideia nas falas do caramujo. A alternativa D está incorreta porque não há hierarquia na enumeração dos sentimentos; além disso, se houvesse, a gradação estaria presente na fala da personagem minhoca. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque não há a associação de ideias que contrariem a lógica. QUESTÃO 27 SCHULZ, C. Disponível em: <http://tiras-snoopy.blogspot.com.br>. Acesso em: 17 fev. 2015. A tirinha apresenta, em sua composição, vários pronomes pessoais. Um deles foi usado em desvio quanto à norma-padrão do Português, já que se apresenta A. ambíguo na estrutura em que se situa. B. inadequado quanto à pessoa gramatical a que se refere. C. pertinente ao que prevê a gramática normativa. D. posicionado de forma proclítica, não enclítica. E. utilizado de maneira demasiadamente repetitiva. Alternativa D Resolução: No segundo quadrinho da tirinha, em “Nos privar de um técnico”, o pronome pessoal oblíquo átono “nos” está posicionado antes do verbo, em um caso de próclise. No entanto, de acordo com a norma culta da língua, não se deve iniciar períodos por próclise. Assim, o desvio da norma-padrão está corretamente apontado na alternativa D. A alternativa A está incorreta porque nenhum pronome pessoal foi usado de maneira ambígua, já que todos apresentam apenas um referente. A alternativa B está incorreta porque não há inadequações quanto à concordância dos pronomes. A alternativa C está incorreta porque afirma que o pronome foi usado conforme as regras gramaticais, o que não é verdade. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque não há repetição excessiva ou desnecessária de pronome pessoal algum. QUESTÃO 28 GONSALES, F. Disponível em: <www.controversia.com.br>. Acesso em: 16 dez. 2014. O efeito de humor presente na tirinha é corroborado, principalmente, pelo recurso morfológico A adjetival, por meio do emprego da palavra “barata”, que orienta a quebra da expectativa ao final do texto. B nominal, por meio do vocábulo “rolando”, que cria relação de causa e efeito nas ações da personagem. C pronominal, por meio da palavra “não” presente no último quadrinho, que desfaz a ambiguidade do texto. D verbal, por meio de um tempo de locução diferente entre as personagens, que indica a falta de entrosamento entre elas. E adverbial, por meio do trecho “mais vale uma naftalina”, que inicia a relação de intensidade entre as ideias das personagens. Alternativa A Resolução: Na tirinha, o humor é gerado por causa da polissemia da palavra “barata”, que inicialmente é empregada como substantivo, designando o inseto. No último quadrinho, porém, é empregada como um adjetivo, significando algo de pouca qualidade ou sem classe. Portanto, está correta a alternativa A. As demais alternativas estão incorretas porque apontam recursos que não são responsáveis pela geração do humor no texto, mas que auxiliam o autor a atingir seu objetivo. CIT1 4MZW ENEM – VOL. 2 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 30 Inscrição para uma lareira A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta? Em meio aos toros que desabam, cantemos a canção das chamas! Cantemos a canção da vida, na própria luz consumida... QUINTANA, M. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005. A metáfora em “A vida é um incêndio”, no contexto do poema de Mário Quintana, sugere que a vida é A. luminosa e inconsistente. B. emotiva e devastadora. C. intensa e passageira. D. alegre e abrangente. E. bela e acolhedora. Alternativa C Resolução: Ao utilizar a metáfora “a vida é um incêndio”, o eu lírico atribui ao vocábulo “vida” as características de um “incêndio”, como, por exemplo, o fato de ser intensa, pois “nela dançamos”, e passageira, como se infere do questionamento “Que importa restarem cinzas / se a chama foi bela e alta?”. A alternativa correta é, portanto, a C. A característica do fogo de ser inconsistente não pode ser inferida do poema, que defende ser a vida rica e cheia de oportunidades, o que invalida a alternativa A. O texto não faz referência à emotividade, mas sim à celebração, o que invalida a alternativa B. A característica “abrangente” não pode ser inferida das descrições presentes no poema, pois a voz poética não afirma que a vida ou o incêndio contêm em si todas as coisas, o que torna incorreta também a alternativa D. A alternativa E está incorreta porque não há indícios no texto que permitam a identificação da característica “acolhedora”, que não pode ser associada nem ao incêndio nem à vida, conforme descrição no texto. QUESTÃO 31 Quando digo que Zélia é a responsável pela existência da fundação cultural estabelecida no Pelourinho, nascida da doação de meu acervo literário que leva meu nome, digo a verdade. [...] Não fosse Zélia o acervo estaria a essa hora em universidade norte-americana. Pesava eu propostas recebidas de universidades americanas, da Pensilvânia e de Boston, desejavam receber o acervo em doação, propunham-me zelar por ele, colocá-lo à disposição dos interessados em pesquisá-lo, criando para tanto verbas e espaços. [...] Estava quase a decidir-me, Zélia se opôs com determinação à minha ideia de oferecer a organização estrangeira documentos, correspondência, livros, fotos, diplomas, a massa dos guardados: esse acervo só sairá do Brasil, da Bahia, se passarem por cima de meu cadáver, tem de ficar aqui, é o seu lugar. AMADO, J. Disponível em: <http://www.jorgeamado.org.br>. Acesso em: 06 nov. 2017. 5JME YNT9 5 10 15 QUESTÃO 29 Assim fomos abrindo aqueles mares, Que geração alguma não abriu, As novas ilhas vendo e os novos ares Que o generoso Henrique descobriu; De Mauritânia os montes e lugares, Terra que Anteu num tempo possuiu, Deixando à mão esquerda, que à direita Não há certeza doutra, mas suspeita. Passamos a grande ilha da Madeira, Que do muito arvoredo assim se chama; Das que nós povoamos a primeira, Mais célebre por nome que por fama. Mas, nem por ser do mundo a derradeira, Se avantajam quantas Venus ama; Antes, sendo esta sua, se esquecera De Cipro, Gnido, Pafos e Citera. CAMÕES, L. Os Lusíadas. São Paulo: Klick, 1995.
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