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Flores Comestíveis Orgânicas

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FLORES COMESTÍVEIS ORGÂNICAS: ÓLEOS ESSENCIAIS NA PRODUÇÃO E
PÓS COLHEITA DE FLORES DE AMOR-PERFEITO (Viola x wittrockiana)
Bolsista: Giulia de Oliveira Dutra (51) 99475-5024 | 98927-1556 -
giulia-dutra@uergs.edu.br
UERGS – Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – Santa Cruz do Sul
Avenida Independência, 2824 - Renascença - Santa Cruz do Sul - RS - Brasil CEP
96816-501- Fone: (51) 3715-6926- unidade-santacruz@uergs.edu.br
Orientadora: Fernanda Ludwig (51) 99522-0055 fernanda-ludwig@uergs.edu.br
Resumo
As flores são tradicionalmente cultivadas pelos seus valores ornamentais, porém,
muitas também apresentam propriedades culinárias e nutricionais, podendo agregar
beleza e nutrição aos pratos. Cuidados adicionais devem ser considerados quanto
ao consumo destas flores, em função da elevada carga de agrotóxicos utilizada ao
longo do cultivo. Assim, o presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar
o efeito da aplicação dos óleos essenciais na produção orgânica e pós-colheita de
flores comestíveis de amor-perfeito (Viola x wittrockiana). O delineamento
experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com 6 tratamentos, 4 repetições e 4
plantas por parcela. Os tratamentos foram constituídos de óleos essenciais de
tomilho (Thymus vulgaris), canela (Cinnamomum zeylanicum), capim-limão
(Cymbopogon flexuosus), hortelã-pimenta (Mentha piperita) e melaleuca (Melaleuca
alternifolia), e água (testemunha), pulverizados na parte aérea das plantas.
Semanalmente, as plantas foram avaliadas quanto ao aspecto fitossanitário com
atribuição de notas, as flores contabilizadas, colhidas, higienizadas e congeladas, e
houve uma colheita para avaliação da durabilidade pós-colheita em temperatura
ambiente.
Palavras-chaves: flores; plantas alimentícias não convencionais; PANC.
1. INTRODUÇÃO
Há muitas espécies de flores que podem ser utilizadas nas preparações
alimentícias. De acordo com Melo (2006), o hábito de comer flores remonta à Idade
Média e é prática comum em alguns países da Europa e da Ásia. Ainda que no
Brasil haja desconhecimento sobre muitas das flores comestíveis, e que haja forte
cultura de seu uso ornamental, existem flores já introduzidas no cardápio, como é o
caso do brócolis (que já faz parte da alimentação trivial da população brasileira).
Contudo, há flores ao nosso redor que também são comestíveis mas que, por falta
de informação, medo da toxicidade e uso exclusivamente ornamental, não são
consumidas.
Segundo Felippe e Tomasi (2004), muitas flores, de fato, são venenosas e
impróprias para consumo, e por essa razão só deve-se ingeri-las quando há certeza
de que não são tóxicas. No entanto, há uma variedade de flores apropriadas para
ingestão. Pelo fato de não serem comumente utilizadas na alimentação, são
denominadas por Kinupp e Lorenzi (2014) como plantas alimentícias não
convencionais, representada pelo acrônimo PANC. Segundo os autores, PANC são
plantas alimentícias não comuns e corriqueiras, que não estão presentes no
dia-a-dia da grande maioria da população de uma região, de um país ou mesmo do
planeta. São plantas que, por variados motivos, não foram introduzidas ou estão em
desuso na alimentação. Dessas plantas, algumas são popularmente conhecidas
como “daninhas” - devido à sua vasta e incansável propagação; já outras, apesar da
não-abundância, existem, são comestíveis, mas não são comercializadas em
estabelecimentos convencionais.
Estes estabelecimentos, como supermercados, têm uma infinidade de
produtos à venda, das mais diversas origens. Dentre os itens comercializados, há
hortaliças e frutas, em sua maioria, com uma produção convencional - ou seja, com
uso de agrotóxicos. Nestes espaços, também encontra-se a parte da floricultura e,
embora pouco seja falado, as flores que lá são vendidas têm um manejo
convencional e com utilização de pesticidas. Dentre essas flores comercializadas,
muitas são consideradas PANC. Contudo, segundo Fernandes et al. (2016), é
necessário atentar-se que a aquisição de flores para consumo só deve ser feita em
estabelecimentos próprios, não podendo ser em floristas e afins, onde as flores
vendidas são produzidas e conservadas com produtos químicos inadequados para a
alimentação.
Para uma produção de flores limpas e adequadas para consumo, algumas
alternativas vêm sendo estudadas. Uma dessas alternativas é a utilização de óleos
essenciais, que já foram citados por inibir significativo desenvolvimento de
diferentes espécies de fungos patógenos (DINIZ et al., 2008) e maior durabilidade
pós-colheita e armazenamento - devido ao seu potencial como inibidor de fungos de
armazenamento (ADEGOKE; ODESOLA, 1996). De acordo com Marques, Monteiro
e Pereira (2004), a utilização de fungicidas de origem vegetal pode constituir um
método alternativo e promissor no controle de pragas, pois além de serem de fácil
obtenção e baixo custo, minimizam os problemas de toxicidade apresentados pelos
produtos químicos sintéticos.
2. REVISÃO DE LITERATURA
A produção de flores nacionais vem destacando-se a cada ano, sendo essa
uma atividade econômica importante para o agronegócio brasileiro (AMARAL;
SILVA, 2018). Essa produção tem sido voltada a flores de uso ornamental, as quais
têm seu uso pouco explorado: existe uma grande variedade comestível, mas o
sistema de produção as tornam impróprias para este fim. A cultura gastronômica no
Brasil também pouco estimula seu uso, sendo essas flores mais facilmente
encontradas em culinárias ditas exóticas e a um custo elevado (SILVA; WIEST;
CARVALHO, 2016).
A primeira menção do uso de flores na culinária é de 140 a.C. (FELIPPE;
TOMASI, 2004), e foram utilizadas para fins culinários e guarnição de pratos por
anos pelos povos antigos, tais como os gregos, romanos, chineses e indianos
(GUINÉ; BARROCA; FLORENÇA, 2018; PETROVA; PETKOVA; IVANOV, 2016;
FELIPPE; TOMASI, 2004). Alguns relatórios indicam que, durante o reinado da
Rainha Vitória, flores comestíveis eram populares e são novamente ganharam
popularidade na América do Norte e Europa (NEWMAN; O’CONNOR, 2009).
A introdução de flores comestíveis ao cardápio aumenta significativamente
como resultado de qualidades de sabor ou aroma (STEFANIAK; GRZESZCZUK,
2019), incremento na cor e aparência estética dos alimentos (PETROVA; PETKOVA;
IVANOV, 2016), bem como pelo potencial como fonte de nutrientes, vários
compostos bioativos (GUINÉ; BARROCA; FLORENÇA, 2018), e muitos compostos
químicos que desempenham um papel importante em vários processos metabólicos
no corpo humano (GRZESKCZUK; STEFANIAK, A.; PACHLOWSKA, 2016).
A intensa pigmentação confere as essas flores uma elevada atividade
antioxidante (GUINÉ; SANTOS; CORREIA, 2017), com destaque para as
variedades com flores vermelhas e azuis, pelo seu maior teor de antocianina
(BENVENUTI; BORTOLOTTI; MAGGINI, 2016). As antocianinas exercem efeitos
terapêuticos conhecidos, que incluem a redução de doença coronariana, efeitos
anticâncer, antitumoral, antiinflamatório e antidiabético, além da melhoria da
acuidade visual e comportamento cognitivo (ORTÍZ et al., 2011). Segundo
Benvenuti; Bortolotti; Maggini (2016), o potencial antioxidante das flores pode ser
superior aos dos vegetais folhosos comuns e frutas, tornando-as promissoras para
um mercado potencial que visa novos alimentos destinados a satisfazer tanto o
paladar quanto a saúde.
As precursoras do mercado de flores comestíveis na alta gastronomia foram
a capuchinha (Tropaeolum majus L.) e o amor-perfeito (Viola x wittrockiana), esta
última com as mais intensas e variadas cores, e sabor levemente adocicado (ORR,
2011). O amor-perfeito continua destacando-se entre as flores comestíveis mais
conhecidas (FERNANDES et al., 2016; FERNANDES et al., 2017).
As flores do amor-perfeito-de-jardim (Viola x wittrockiana), são muito
populares e atrativas para fins ornamentais e gastronômicos, por apresentarem as
mais variadas cores (FELIPPE; TOMASI, 2004). Pelo fato de não serem comumente
utilizadas na alimentação,são denominadas por Kinupp e Lorenzi (2014) como
plantas alimentícias não convencionais, representada pelo acrônimo PANC.
Segundo os autores, PANC são plantas alimentícias não comuns e corriqueiras, que
não estão presentes no dia-a-dia da grande maioria da população de uma região, de
um país ou mesmo do planeta.
A espécie V. wittrockiana tem sabor mais intenso e mais forte do que as
demais Viola, apresentando folhas e flores comestíveis (KINUPP; LORENZI, 2014).
É uma planta herbácea perene cultivada como anual, especialmente nas regiões
mais frias do sul do Brasil, na ornamentação de maciços densos, apresentando
flores vistosas de 5 a 13 cm de diâmetro, variadamente coloridas em combinações
de branco, roxo, amarelo, róseo e marrom (LORENZI; SOUZA, 2001). Apresenta
hastes muito ramificadas, de 20 a 30 cm de altura, flores solitárias, axilares,
longo-pedunculadas, folhas simples, pecioladas, de lâmina membranácea, glabra
em ambas as faces de 4,0 a 6,5 cm de comprimento (KINUPP; LORENZI, 2014).
Estudos têm demonstrado o valor nutricional de flores de amor-perfeito. Com
o objetivo de determinar a composição centesimal, o teor de minerais, as
características físico-químicas, os principais compostos bioativos e a atividade
antioxidante nas flores comestíveis de alcachofra (Cynara scolymus L.),
amor-perfeito (Viola tricolor L.), brócolis (Brassica oleracea L. var. italica), calêndula
(Calendula officinalis L.), capuchinha (Tropaeolum majus L.) e couve-flor (Brassica
oleracea L. var. botrytis), Vieira (2013) constatou que o amor-perfeito apresenta o
maior teor de ácido ascórbico (255,96 mg/100 g), alta capacidade antioxidante, alto
conteúdo de fenólicos totais (3.710 mg EAG/ 100 g), valor considerável de
flavonoides totais (281,39 mg EQ/ 100 g) e antocianinas totais (940 mg/ 100 g) e
concluiu que o amor-perfeito apresentou o maior teor de compostos bioativos e de
atividade antioxidante entre as flores avaliadas, destacando o elevado teor de
vitamina C. Alto valor biológico de antioxidantes também foi destacado por
Grzeskczuk; Stefaniak; Pachlowska (2016). Devido a esses antioxidantes, foi citado
por Mousavi et al. (2016) por ser capaz de prevenir doenças neurodegenerativas e
isquemia cerebral.
Resultados da pesquisa realizada por Benvenuti; Bortolotti; Maggini (2016)
sugerem que a atividade antioxidante está relacionada parcialmente à presença de
antocianinas, pois flores vermelhas e azuis de V. wittrockiana apresentam valores
superiores comparado às flores brancas e amarelas. No entanto, segundo os
autores, a alta atividade antioxidante em algumas espécies não está relacionada
somente ao teor de antocianina, mas também a outros fitoquímicos, tais como
carotenóides, pois a variedade com flores azuis apresentaram menor poder
antioxidante que a vermelha, embora ambas se caracterizassem por uma
concentração similar de antocianinas.
As flores comestíveis fazem parte das modernas tendências gastronômicas, e
estão sendo consumidas com mais frequência, principalmente frescas, o que
permite uma melhor preservação do aroma, sabor e das propriedades nutricionais e
bioativas, maximizando os benefícios à saúde (GUINÉ; BARROCA; FLORENÇA,
2018). Segundo os autores, em função do mercado de flores comestíveis estar se
expandindo, é preciso facilitar o acesso a elas, e as informações sobre os seus
benefícios. Portanto, mais pesquisas devem ser realizadas para aumentar a
aceitabilidade como potenciais ingredientes alimentares e evitar o potencial perigos
(GUPTA et al., 2018). As flores comestíveis não apresentam contraindicações para
os seres humanos, podendo ser utilizadas na forma sólida, quase sólida ou líquida,
demonstrando a amplitude de formatos de utilização delas na culinária (FELIPPE;
TOMASI, 2004).
Na floricultura, a qualidade é essencial para a satisfação do cliente e uma flor
comestível deve ser visualmente atraente a fim de melhorar o apelo visual da
refeição (KELLEY et al., 2001a). As flores são extremamente perecíveis e muito
delicadas, sendo suscetíveis a abscisão de pétala, descoloração, desidratação e
escurecimento do tecido (GUPTA et al., 2018) e para evitar esses defeitos e garantir
a qualidade estética, a indústria da floricultura tem utilizado produtos sintéticos ao
longo do cultivo. Em função disso, comprar flores para práticas culinárias em
floriculturas é uma prática perigosa, já que estas podem ter sido produzidas
recorrendo a pesticidas ou outros produtos químicos nocivos (GUINÉ; BARROCA;
FLORENÇA, 2018). Portanto, a produção das flores comestíveis de forma orgânica
parece ser uma oportunidade agronômica adicional que atende plenamente as
necessidades futuras de alimentos destinadas a melhorar a qualidade dos nutrição
(BENVENUTI; BORTOLOTTI; MAGGINI, 2016).
Ao avaliar a percepção de chefes profissionais sobre o uso culinário de
amor-perfeito, borago e capuchinha, Kelley et al. (2001b) observaram que estes
estão mais propensos a comprá-las, desde que cultivadas de forma orgânica. No
entanto, segundo os autores, poucos aceitariam as flores se tivessem defeitos,
como de danos de insetos, sugerindo que sejam realizadas pesquisas indicando
como produzir flores comestíveis com o mínimo de danos.
Nesse contexto, o desenvolvimento de pesquisas com novas moléculas
metabólicas derivadas de plantas medicinais com efeito inseticida, fungicida,
bactericida e herbicida, representa uma possibilidade de substituir o uso de
agroquímicos sintéticos (COSTA et al., 2011; KNAAK; FIUZA, 2010; OOTANI, 2010).
Isso porque, em muitos casos, esses metabólitos secundários servem como
mecanismos de defesa da planta contra a predação por microrganismos, insetos e
herbívoros (COWAN, 1999).
Vários trabalhos têm comprovado a atividade biológica dos óleos essenciais
das plantas no controle de uma ampla variedade de microrganismos, incluindo
fungos, bactérias, ácaros e insetos (BORN, 2012; BURT, 2004; BRUM, 2012;
CASTRO, 2004; CHENG; SHAO, 2011; FONSECA et al., 2015; GARCIA et al.,
2017; LORENZETTI et al., 2011; LORINI; BONALDO E MENDES, 2016; MARTINS,
2016; OOTANI, 2010; PEREIRA et al., 2011; ROMERO et al., 2009; SILVA, 2016;
TZORTZAKIS; ECONOMAKIS, 2007). Além disso, apresentam vantagens adicionais
quando comparados aos produtos sintéticos, tais como maior segurança às pessoas
e ao meio ambiente, baixo risco para o desenvolvimento de resistência em
microrganismos patogênicos, devido à mistura de componentes químicos presentes
nos óleos (MOURA, 2007).
O mecanismo de ação antimicrobiana dos óleos essenciais está relacionado
com a ação hidrofóbica, a qual os permite particionar os lipídeos da membrana
celular e da mitocôndria, perturbando as suas estruturas e tornando-as mais
permeáveis (BURT, 2004; COSTA et al., 2011; PEREIRA et al., 2011). Os terpenos
aromáticos e fenóis também podem agir nas proteínas celulares localizadas nas
membranas citoplasmáticas e destruir a interação lipoproteica (SIKKEMA; DE
BONT; POOLMAN, 1995). Essa alteração na membrana resulta no aumento da
permeabilidade, afetando a homeostase do pH e promovendo o extravasamento de
sais inorgânicos (BURT, 2004), organelas (SVIRCEV et al., 2007), até mesmo o
núcleo (SILVA et al., 2003). De acordo com Morais (2009), os óleos essenciais
podem ter ação fungitóxica direta, pela inibição da germinação de esporos e do
crescimento micelial, ou indireta, pela indução de produção de fitoalexinas ou outros
compostos de defesa da planta.
Confirmando esses mecanismos de ação, Zambonelli et al. (1996)
constataram através de microscopia eletrônica de varredura, a degeneração e
extravasamento do conteúdo celular de hifas dos fungos de Colletotrichum e
Pythium quando tratados com óleo essencial de tomilho, em cultivo in vitro. Da
mesma forma, Medice et al. (2007) observaram que os urediniósporos da ferrugem
da soja apresentavam-se murchos e em menor número, bem como as urédias eram
menores, nas folhas de plantas de soja tratadas com óleo essencial de tomilho.
A literaturasugere que os óleos essenciais apresentam potencial como
substitutos aos insumos sintéticos, podendo ser aliados nos sistemas orgânicos de
produção de flores comestíveis. De acordo com o Diário Oficial da União (2014), os
óleos essenciais enquadram-se no item “substâncias ativas e práticas permitidas
para manejo, controle de pragas e controle de pragas e doenças nos vegetais e
tratamentos pós-colheita nos sistemas orgânicos de produção".
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito da aplicação dos óleos essenciais na produção orgânica e
pós-colheita de flores comestíveis de amor-perfeito (Viola x wittrockiana).
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Estudar o efeito da aplicação de óleos essenciais no manejo fitossanitário em
plantas de amor-perfeito.
Aferir o efeito de óleos essenciais na qualidade e durabilidade pós-colheita
das flores comestíveis de amor-perfeito.
4. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
(UERGS), Unidade em Santa Cruz do Sul/RS, no período de agosto de 2019 à
março de 2020. As coordenadas geográficas do município são 29º43'59" de Latitude
Sul e 52º24'52" de Longitude Oeste, e localiza-se a 155km da capital do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre. O clima é subtropical temperado, com temperaturas médias de
19ºC - máxima de 42ºC e mínima de 5º C (PREFEITURA DE SANTA CRUZ DO
SUL, 2020).
A área experimental foi coberta por uma malha termorrefletora, a 2,5 m de
altura. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com 6
tratamentos, 4 repetições e 4 plantas por parcela. Os tratamentos foram constituídos
de óleos essenciais de tomilho (Thymus vulgaris), canela (Cinnamomum
zeylanicum), capim-limão (Cymbopogon flexuosus), hortelã-pimenta (Mentha
piperita) e melaleuca (Melaleuca alternifolia), obtidos de empresa especializada na
extração e comercialização. Para o preparo dos óleos, foi realizada uma diluição de
50% em álcool de cereais e mantidos individualmente em recipiente de vidro escuro,
denominada de solução-estoque. Para a aplicação nas plantas, foi utilizado 1 mL da
solução-estoque, diluído em 1000 mL de água destilada e pulverizados
semanalmente nas folhas.
As mudas foram produzidas em bandejas de poliestireno expandido
preenchidos com substrato comercial, em 24 de agosto de 2019 e transplantadas
para os canteiros aos 60 dias após a semeadura. A autora do presente trabalho
assumiu a bolsa em 1º de dezembro de 2019, a partir da fase final da preparação
das mudas (a semeadura foi iniciada pela bolsista anterior), ajuste dos canteiros
juntamente à orientadora e transplante das mudas. Após, foi dado início à aplicação
dos tratamentos, no dia 12 de dezembro de 2019. A última colheita foi dia 17 de
março de 2020, totalizando 13 colheitas (houve 2 semanas sem colheita por
excesso de chuva).
As plantas foram irrigadas todos os dias. No início do projeto, foram irrigadas
manualmente, parcela por parcela, com mangueira. Nos últimos 2 meses de projeto,
foi instalado um aspersor, acionado diariamente e mantido ligado por 30 minutos. Os
tratamentos com óleos essenciais foram aplicados uma vez por semana, nas
sextas-feiras pela manhã, após irrigação.
Semanalmente, foram atribuídas notas quanto ao aspecto fitossanitário das
plantas, considerando área foliar infectada por doenças e/ou atacadas por pragas,
atribuindo as notas relacionadas aos seguintes índices: 0 (zero) = sem sintomas, 2 =
lesões esparsas, 4 = lesões coalescentes, 6 = seca parcial da folha, 8 = morte da
folha e 10 = morte da planta. Para análise, foi feita uma média aritmética simples
com as notas de cada canteiro semanalmente e, ao final do experimento, uma
média aritmética simples com todos os dados compilados.
As flores foram colhidas uma vez por semana, sendo então higienizadas e
mantidas sob congelamento para posterior elaboração de geleia, seguindo receita
de Kinupp e Lorenzi (2014). Estas flores foram mantidas em um congelador na
universidade e, quando retiradas, em Julho/20, verificou-se que estavam
inadequadas para consumo, pois apresentavam textura e cheiro desagradáveis.
Acredita-se que possa ter havido faltas de energia elétrica, e possível
descongelamento e recongelamento das plantas durante este período de pandemia.
Dessa forma, a produção da geleia não pôde ser efetuada.
Em fevereiro, foram colhidas cinco flores por repetição para avaliação da
durabilidade pós-colheita, acondicionadas em embalagens plásticas “Super Zíper”,
medindo 18 cm x 23 cm cada, e mantidas em geladeira comum. Para a análise, as
flores foram pesadas em balança digital e determinado o seu diâmetro médio,
adotando-se dois pontos extremos, medido com o uso de régua. Foram avaliadas
no dia 0 e no dia 4 quanto à perda de massa e os resultados foram expressos em
porcentagem de perda de massa (Pinicial – Pfinal /Pinicial x100). As flores também
foram avaliadas individualmente quanto à turgescência, atribuindo as notas
relacionadas aos seguintes índices: 3 = túrgida, 2 = levemente murcha, 1 = murcha,
0 = muito murcha/descarte (fig. 1), fazendo uma média aritmética simples das cinco
flores analisadas. Essa avaliação foi adaptada de Mattiuz et al. (2005), Pereira
(2014) e Amaral e Silva (2018).
Figura 1: Escala de notas de avaliação quanto à turgescência.
Fonte: Autora.
As análises físico-químicas das flores, que seriam realizadas em parceria
com a UERGS de Cachoeira do Sul, não chegaram a ser realizadas em função da
pandemia de COVID-19. Também em função da pandemia, o projeto precisou ser
interrompido no final de março/2020, período em que ocorreu forte seca, resultando
em secamento e morte das plantas e impedindo a sequência do projeto.
Os dados obtidos na pesquisa foram submetidos à análise de variância e os
efeitos dos óleos essenciais tiveram suas médias comparadas pelo teste Tukey a
5% de probabilidade, com o uso do programa estatístico Sisvar (FERREIRA, 2011).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As notas relativas ao aspecto fitossanitário da área foliar das plantas, de
acordo com os tratamentos, estão apresentadas na Tabela 1. Foi possível observar
que as notas foram baixas em relação aos índices de avaliação, constituídos por
uma escala de 0 a 10, em que 0 significa “sem sintomas”, e 10 significa “morte da
planta”. As notas baixas são, principalmente, relacionadas às avaliações das
primeiras 8 colheitas, em que as notas ficaram majoritariamente entre 0 e 2; entre a
9ª e a 13ª colheita, as notas variaram entre 0 e 10 (conforme médias apresentadas
na Figura 1).
Tabela 1: Notas relativas ao aspecto fitossanitário da área foliar das plantas da Viola
x wittrockiana, de acordo com os tratamento. Santa Cruz do Sul/RS. 2020.
Tratamentos Nota
----- médias -----
T1 2,19 a
T2 3,10 a
T3 3,12 a
T4 2,82 a
T5 2,64 a
T6 2,52 a
F NS
CV (%)
Fonte: Autora, 2020.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de
5%. NS: não significativo ao nível de 5% de probabilidade. Tratamentos: T1: água destilada; T2:
tomilho (Thymus vulgaris); T3: canela (Cinnamomum zeylanicum); T4: capim-limão (Cymbopogon
flexuosus); T5: hortelã-pimenta (Mentha piperita); T6: melaleuca (Melaleuca alternifolia).
Figura 1: Média das notas relativas ao aspecto fitossanitário da área foliar das
plantas da Viola x wittrockiana, de acordo com os tratamento. A área em cinza claro
representa a média das notas obtidas até a 8ª colheita. A área em cinza escuro
representa a média das notas obtidas da 8ª à 13ª colheita.
As notas relativas ao aspecto fitossanitário da área foliar das plantas, de
acordo com os blocos, estão apresentadas na Tabela 2. Diferentemente dos
resultados apresentados na Tabela 1, pôde-se observar que as plantas do bloco 4
mostraram-se significativamente menos resistente a pragas em relação aos demais
blocos, demonstrando possível diferenciação relacionada à localização, cobertura,
preparação prévia de solo e/ou competitividade com plantas espontâneas.
Tabela 2: Notasrelativas ao aspecto fitossanitário da área foliar das plantas da Viola
x wittrockiana, de acordo com o bloco. Santa Cruz do Sul/RS. 2020.
Bloco Notas
----- médias -----
1 2,44 a
2 2,43 a
3 1,75 a
4 4,32 b
F *
CV (%)
Fonte: Autora, 2020.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de
5%. NS: não significativo ao nível de 5% de probabilidade. * Significativo a 5%.
Conforme citado anteriormente, entre a 9ª e a 13ª colheita, as notas variaram
entre 0 e 10. As notas entre 8 e 10 foram atribuídas principalmente às plantas do
bloco 4, conforme demonstra a Figura 2.
Figura 2: Média das notas relativas ao aspecto fitossanitário da área foliar das
plantas da Viola x wittrockiana, de acordo com os tratamento. A área em cinza claro
representa a média das notas obtidas até a 8ª colheita. A área em cinza escuro
representa a média das notas obtidas da 8ª à 13ª colheita.
Os resultados do diâmetro inicial das flores da Viola x wittrockiana analisadas
são apresentados na Tabela 3. Os resultados mostram que não houve diferença
significativa entre os tratamentos.
Também é possível observar que o diâmetro final das flores colhidas de
plantas tratadas com o óleo essencial de hortelã-pimenta e melaleuca tiveram uma
diminuição maior que os demais tratamentos, com 6,50% e 6,87% de redução,
respectivamente - enquanto a média de decréscimo para este item ficou em 3,45%
entre os outros quatro tratamentos.
Tabela 3: Diâmetro inicial e final das flores da Viola x wittrockiana, de acordo com
os tratamentos, ao longo dos dias de armazenamento. Santa Cruz do Sul/RS. 2020.
Tratamentos Diâmetro Inicial dia 0 Diâmetro Final dia 4
------------- cm -------------
T1 3,95 a 3,86 a
T2 3,90 a 3,71 a
T3 3,90 a 3,76 a
T4 3,90 a 3,78 a
T5 4,00 a 3,74 a
T6 3,64 a 3,39 a
F * *
CV (%)
Fonte: Autora, 2020.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de
5%. NS: não significativo ao nível de 5% de probabilidade. Tratamentos: T1: água destilada; T2:
tomilho (Thymus vulgaris); T3: canela (Cinnamomum zeylanicum); T4: capim-limão (Cymbopogon
flexuosus); T5: hortelã-pimenta (Mentha piperita); T6: melaleuca (Melaleuca alternifolia).
Contudo, conforme a Tabela 4, pôde-se perceber diferença significativa no
diâmetro inicial e final de acordo com os blocos: o bloco 3 destacou-se em relação
ao bloco 4, onde as flores colhidas apresentaram maiores diâmetros.
Tabela 4: Diâmetro inicial e final das flores da Viola x wittrockiana, de acordo com
os blocos, ao longo dos dias de armazenamento. Santa Cruz do Sul/RS. 2020.
Bloco Diâmetro Inicial dia 0 Diâmetro Final dia 4
------------- cm -------------
1 3,97 ab 3,78 ab
2 3,96 ab 3,77 ab
3 4,09 a 4,02 a
4 3,53 b 3,25 b
F * *
CV (%)
Fonte: Autora, 2020.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de
5%. NS: não significativo ao nível de 5% de probabilidade. * Significativo a 5%.
Na Tabela 5 são apresentados os dados médios dos pesos inicial e final, bem
como o percentual da perda de peso das flores da Viola x wittrockiana, de acordo
com os tratamentos, ao longo dos 5 dias de armazenamento pós-colheita. Foi
possível observar que não houve diferenciação significativa entre os tratamentos
para qualquer dos itens analisados. A média de diferença total entre os pesos
iniciais e finais foi de 17,44%, na qual as plantas tratadas com o óleo essencial de
tomilho (Thymus vulgaris) apresentaram a menor redução de notas, com 13,75% de
diminuição; e a maior redução de notas foi atribuída às plantas tratadas com o óleo
essencial de melaleuca (Melaleuca alternifolia), com 28,75% de diminuição.
Tabela 5: Peso inicial e final, e percentual da perda de peso das flores da Viola x
wittrockiana, de acordo com os tratamentos, ao longo dos dias de armazenamento.
Santa Cruz do Sul/RS. 2020.
Tratamentos Peso Inicial dia 0 Peso Final dia 4 Percentual Perda de Peso
------------------g------------------- -----%-----
T1 1,48 a 1,22 a 17,77 a
T2 1,51 a 1,29 a 15,00 a
T3 1,48 a 1,27 a 14,35 a
T4 1,60 a 1,38 a 13,83 a
T5 1,52 a 1,28 a 16,39 a
T6 1,60 a 1,14 a 17,63 a
F NS NS NS
CV (%)
Fonte: Autora, 2020.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de
5%. NS: não significativo ao nível de 5% de probabilidade. Tratamentos: T1: água destilada; T2:
tomilho (Thymus vulgaris); T3: canela (Cinnamomum zeylanicum); T4: capim-limão (Cymbopogon
flexuosus); T5: hortelã-pimenta (Mentha piperita); T6: melaleuca (Melaleuca alternofolia).
Os dados médios de peso inicial e final, assim como o percentual da perda
de peso das flores da Viola x wittrockiana, de acordo com os blocos, ao longo dos 5
dias de armazenamento pós-colheita, estão apresentados na Tabela 6. Pode-se
verificar que houve uniformidade nas médias de pesos inicial e final entre análises
por blocos; isso porque o bloco 3 manteve-se com o maior peso entre as flores
analisadas no dia 0 e no dia 4, bem como o bloco 4 manteve-se com o menor peso
nos dois dias.
Analisando o peso inicial, percebeu-se que houve diferença significativa entre
o bloco 3 e o bloco 4. Essa análise também aplica-se ao peso final. Contudo, não
houve diferença significativa entre o percentual de perda de peso entre os blocos,
mantendo um percentual médio de perda de peso de 15,83%, sendo o menor
percentual o do bloco 1, com 15,07%, e o maior percentual o do bloco 4, com
16,44%.
Tabela 6: Peso inicial e final, e percentual da perda de peso das flores da Viola x
wittrockiana, de acordo com os blocos. Santa Cruz do Sul/RS. 2020.
Bloco Peso Inicial dia 0 Peso Final dia 4 Percentual Perda de Peso
---------------------- médias ----------------------
1 1,53 ab 1,30 ab 15,07 a
2 1,53 ab 1,29 ab 15,91 a
3 1,70 a 1,44 a 15,90 a
4 1,21 b 1,01 b 16,44 a
F * * NS
CV (%)
Fonte: Autora, 2020.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de
5%. NS: não significativo ao nível de 5% de probabilidade. * Significativo a 5%.Notou-se uma
correlação de 98,71% entre os diâmetros iniciais (indicados na Tabela 4) e os pesos
iniciais; e correlação de 99,96% entre os diâmetros finais (Tabela 4) e os pesos
finais.
Na Tabela 7 são apresentadas as notas atribuídas à turgescência das flores
de amor-perfeito, no início e final do período de avaliação pós-colheita. Pode-se
observar que não houve diferença significativa em relação a esta análise de acordo
com os tratamentos. A média de diferença total entre as notas iniciais e finais foi de
32,35%, na qual as plantas tratadas com o óleo essencial de tomilho (Thymus
vulgaris) apresentaram a menor redução de notas, com 16% de diminuição; e a
maior redução de notas foi atribuída às plantas tratadas com o óleo essencial de
capim-limão (Cymbopogon flexuosus), com 50% de diminuição. O percentual de
redução de nota na avaliação de turgescência das flores pós-colheita não
apresentou correlação com o percentual de perda de peso (apresentado na Tabela
6).
Tabela 7: Avaliação de turgescência das flores pós-colheita das flores da Viola x
wittrockiana, de acordo com os tratamentos. Santa Cruz do Sul/RS. 2020.
Tratamentos Nota Inicial Nota Final
------------- médias -------------
T1 2,95 a 2,35 a
T2 2,70 a 1,65 a
T3 2,50 a 2,10 a
T4 3,00 a 1,50 a
T5 2,60 a 1,60 a
T6 2,30 a 1,60 a
F NS NS
CV (%)
Fonte: Autora, 2020.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de
5%. NS: não significativo ao nível de 5% de probabilidade. Tratamentos: T1: água destilada; T2:
tomilho (Thymus vulgaris); T3: canela (Cinnamomum zeylanicum); T4: capim-limão (Cymbopogon
flexuosus); T5: hortelã-pimenta (Mentha piperita); T6: melaleuca (Melaleuca alternifolia).
Notas: 3 = túrgida, 2 = levemente murcha, 1 = murcha, 0 = muito murcha/descarte.
Na Tabela 8 estão apresentados os dados relativos à turgescência das flores
pós-colheita das flores da Viola x wittrockiana, de acordocom os blocos. Foi
possível observar que as notas iniciais das flores de todos os blocos não
apresentaram consideráveis diferenças, inclusive havendo grande uniformidade
entre elas - a maior diferença entre as notas iniciais dos blocos foi menor que 25%.
Vale ressaltar que a nota inicial foi dada de acordo com a turgescência da
flor, não levando em consideração seu diâmetro; portanto, desde que as flores não
estivessem de levemente murcha a muito murcha, foi atribuída nota 3, que equivale
à “túrgida”. Essa consideração foi feita pois as flores apresentadas no bloco 4 são
menores em relação às demais (conforme Tabela 4) e, por isso sua nota inicial, está
semelhante às demais.
Contudo, quando analisa-se a nota final nota-se uma diferença grande entre
os blocos 3 e 4, indicando melhor desempenho do bloco 3 em relação ao bloco 4,
quando analisado a durabilidade e turgescência pós-colheita. Observou-se uma
correlação de 98,52% entre os diâmetros finais (Tabela 3) e as notas finais,
demonstrando que a avaliação de turgescência está diretamente ligada às medidas
das flores.
Tabela 8: Avaliação de turgescência das flores pós-colheita das flores da Viola x
wittrockiana, de acordo com os blocos. Santa Cruz do Sul/RS. 2020.
Bloco Nota Inicial dia 0 Nota Final dia 4
------------- médias -------------
1 2,80 a 1,87 ab
2 2,87 a 2,03 ab
3 2,87 a 2,23 b
4 2,17 a 1,07 a
F Ns *
CV (%)
Fonte: Autora, 2020.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de
5%. NS: não significativo ao nível de 5% de probabilidade. * Significativo a 5%.
Notas: 3 = túrgida, 2 = levemente murcha, 1 = murcha, 0 = muito murcha/descarte.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não houve diferença entre tratamentos com os óleos essenciais e água pura,
para as variáveis analisadas. Uma possível justificativa para esse resultado é o fato
de que o experimento foi conduzido no período do verão, e devido à volatilidade dos
óleos essenciais em altas temperaturas, seus compostos ativos podem ter sido
minimizados ou perdidos. Conforme Tabelas 1 e 2, percebe-se, também, que as
notas atribuídas aos aspectos fitossanitários foram baixas, sugerindo que não
houveram problemas fitossanitários para que os óleos essenciais pudessem agir de
maneira mais efetiva.
Porém, observou-se diferença significativa entre os blocos para os aspectos
fitossanitários, visuais, diâmetro e peso das flores, confirmando as diferenças
observadas visualmente na área experimental. As plantas cultivadas no bloco 3
apresentaram melhor crescimento e qualidade visual, destacando-se principalmente
em relação ao bloco 4. Podem ser lançadas algumas hipóteses para o melhor
desempenho das plantas no bloco 3 em relação ao bloco 4:
Hipótese 1. A área onde o experimento foi instalado era anteriormente
utilizada para cultivo de hortaliças em sistema orgânico, e seguia a mesma
disposição dos canteiros. Como eram cultivadas diferentes espécies por canteiro, a
adubação, a demanda por nutrientes, e a palhada que retornavam ao solo eram
variadas, o que pode ter influenciado o resultado.
Hipótese 2. A cobertura da malha termorrefletora mostrou-se mais eficaz no
bloco 3, o protegendo de maneira mais eficaz durante a maior parte do dia. Nos
demais blocos, o sol atingia as flores por um período maior de horas ao longo do
dia, especialmente o bloco 4, que recebia luz solar direta logo no período da manhã,
mantendo-se até o meio-dia. Como o projeto foi conduzido no verão, e o
amor-perfeito, como já citado, é uma planta de inverno, acredita-se que as plantas
que estiveram mais expostas ao sol e calor tenham tolerado menos os fatores
sazonais.
Hipótese 3. Ao longo do experimento, pode-se observar o desenvolvimento
de um elevado número de plantas de trevo, da família Oxalidaceae, no bloco 3, e
acredita-se que, em conjunto com o amor-perfeito, possam fazer um bom consórcio.
Nos demais blocos, não eram observadas plantas de trevo.
Hipótese 4. Diferentemente dos demais blocos, ao lado do bloco 4 haviam
diversas plantas espontâneas, que nem sempre eram retiradas. Existe a
possibilidade de essas plantas terem competido com o amor-perfeito deste bloco,
que demonstrou resultados inferiores em relação aos outros.
7. CONCLUSÃO
Os óleos essenciais não apresentaram efeito diferenciado entre si e em
relação à água, na produção na produção orgânica e pós-colheita de flores
comestíveis de amor-perfeito (Viola x wittrockiana), nas condições em que o
experimento foi realizado.
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