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Ivina Marcella C. Santos Percepção, Consciência e Emoção Tutoria-2 Descrever o funcionamento, composição e processamento do sistema sensitivo; Sistema Sensorial Por meio dos sentidos (visão, audição, olfato,tato e paladar) , o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração com o ambiente em que vivemos. As diferentes modalidades sensitivas são divididas em duas classes: ° A sensibilidade geral refere-se à sensibilidade somática e à sensibilidade visceral. A sensibilidade somática inclui as sensações táteis (tato, vibração, coceira e cócegas), as sensações térmicas (calor e frio); as sensações de dor e as sensações proprioceptivas que permitem a percepção tanto das posições estáticas (imóveis) dos membros e partes do corpo (sensação de posição de articulações e músculos) quanto dos movimentos dos membros e da cabeça. A sensibilidade visceral fornece informações com relação às condições dentro dos órgãos internos. ° Os sentidos especiais incluem as modalidades de olfato, paladar, visão, audição e equilíbrio. Existem determinados receptores, altamente especializados, capazes de captar estímulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é diversa. Assim, o processo de sensibilidade começa em um receptor sensitivo, que é uma célula especializada ou dendritos de um neurônio sensitivo. Um dado receptor sensitivo responde intensamente a um tipo específico de estímulo, uma mudança no ambiente que ativa certos receptores sensitivos. Um receptor sensitivo responde apenas fracamente, ou não responde de forma alguma, a outros estímulos. Esta característica dos receptores sensitivos é conhecida como seletividade Exteroceptores: estão localizados na superfície externa do corpo ou próximo a ela e respondem a estímulos externos (originados fora do organismo), fornecendo informações externas sobre sensações de audição, visão, olfato, paladar, tato, pressão, vibração, temperatura e dor. ° Interoceptores ou Visceroceptores: estão localizados nos vasos sanguíneos, nos órgãos viscerais, nos músculos e no sistema nervoso; respondem a estímulos viscerais, monitorando as condições do ambiente interno. Proprioceptores: estão localizados nos músculos, tendões, articulações e orelha interna, fornecendo informações a respeito da posição do corpo, extensão e tensão do músculo e posição e movimento das articulações Uma outra forma de agrupar os receptores sensitivos é de acordo com o tipo de estímulo que detectam. Podem ser: ° Mecanorreceptores: são sensíveis aos estímulos mecânicos, como deformação, estiramento ou dobramento das células. Os mecanorreceptores fornecem sensações de tato, pressão, vibração, propriocepção, audição e equilíbrio. Além disso, monitoram, também, o estiramento dos vasos sanguíneos e órgãos internos. Termorreceptores: detectam mudanças na temperatura. Nociceptores: respondem a estímulos dolorosos resultantes de lesão física ou química ao tecido. Quimiorreceptores: detectam substâncias químicas na boca (gustação), nariz (odor) e líquidos corporais. Fotorreceptores: detectam a luz que atinge a retina. Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervosa; mais complexos, formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais. Dessa maneira: O Tato nos permite sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc; O paladar nos permite identificamos os sabores; O olfato nos permite,sentimos o odor ou cheiro; A audição permite captamos os sons; A visão permite observamos as cores, as formas, os contornos, etc. OLFATO O olfato traz tanto bons quanto maus sinais. Ela combina-se com a gustação para nos ajudar a identificar alimentos e aumentar nossa apreciação de muitos deles. Contudo, ela também pode alertar sobre o perigo potencial de algumas substâncias (como carne estragada) ou lugares (ambiente repleto de fumaça). No olfato, os sinais relativos a odores ruins pode se sobrepor àqueles dos agradáveis. Segundo algumas estimativas, podemos sentir o odor de centenas de milhares de substâncias, mas somente cerca de 20% destas apresentam odor agradável. °A prática ajuda no olfato: os profissionais de perfumes e de bebidas podem chegar a distinguir milhares de odores. O olfato é também um modo de comunicação. Substâncias químicas liberadas pelo organismo, chamadas de feromônios, são sinais importantes para comportamentos reprodutivos, e elas também podem ser utilizadas para marcar território, identificar indivíduos e indicar agressão ou submissão. (O termo origina-se do grego pherein, que significa “transferência”, e horman, que significa “excitar”.) Embora sistemas de feromônios sejam bem desenvolvidos em muitos animais, a sua importância em seres humanos não está bem clara Os Órgãos do Olfato Nós não cheiramos com o nariz. Em vez disso, cheiramos com uma pequena e fina camada de células no alto da cavidade nasal, denominada epitélio olfatório O epitélio olfatório tem três tipos celulares principais. As células receptoras olfatórias são os locais da transdução. Diferentemente das células receptoras gustatórias, os receptores olfatórios são neurônios genuínos, com axônios próprios que penetram no sistema nervoso central. As células de suporte são similares à glia; entre outras coisas, elas auxiliam na produção de muco. As células basais são a fonte de novos receptores. Os receptores olfatórios (de forma semelhante aos receptores gustatórios) crescem continuamente, morrem e regeneram-se em um ciclo que dura cerca de 4 a 8 semanas. De fato, as células receptoras olfatórias estão entre os poucos tipos de neurônios no sistema nervoso que são regularmente substituídos ao longo da vida. O ato de “cheirar” leva o ar através das tortuosas passagens nasais, porém apenas uma pequena porcentagem desse ar passa sobre o epitélio olfatório. O epitélio produz uma fina cobertura de muco, que flui constantemente e é substituída a cada 10 minutos. Estímulos químicos presentes no ar, chamados de odorantes, dissolvem-se na camada de muco antes de atingirem as células receptoras. O muco consiste em uma solução aquosa contendo proteoglicanos (que contêm longas cadeias de açúcares), uma variedade de proteínas (incluindo anticorpos, enzimas e proteínas capazes de ligar odorantes) e sais. A presença de anticorpos no muco é crucial, uma vez que as células olfatórias podem ser uma via direta. Receptores Olfatórios Os receptores responsáveis pela olfação são encontrados no epitélio olfátorio que delineia as paredes mediais e laterais do teto da cavidade nasal.Além das células receptoras,este epitélio contém as glândulas olfatórias e celulas de sustentação, que contribuem para a secreção mucosa que recobre a superfície epitelial. As células de sustentação também atuam como células de suporte aos delgados receptores olfatórios. As células receptoras olfatórias podem ser consideradas neurônios bipolares especializados de linhagem primitiva. Seus núcleos estão localizados na base da camada epitelial. Da região nuclear,um processo dendrítico se estende em direção á superfície epitelial. Na sua terminação apical, este processo se alarga nos bastonetes ou vesículas olfatórias, que dão origem a 10 a 15 cílios móveis que se projetam na camada mucosa que recobre o epitélio.Desmossomos, situados na base das vesículasolfatórias, permitem um selamento compacto entre as membranas das células olfátorias e de sustentação, impedindo que substâncias externas alcancem os espaços intercelulares.Na sua base, as células receptoras olfatórias se estreitam e dão origem a um fino axônio amielínico ( 0,2 a 0,3 mm). Grande número destes axônios convergem para cursar juntos, envolvidos por uma única bainha de células de Schwann, penetrando a lâmina cribriforme para, coletivamente, formar o nervo olfatório. A transdução de odores Devido ao tamanho pequeno e á inacessibilidade das células olfatórias de primeira ordem, os mecanismos da transdução olfatória não têm sido tão amplamente investigados como outros mecanismos. Contudo, sabe-se que os odores atingem a camada mucosa que recobre o epitélio olfatório e atuam nas terminações apicais(incluindo os cilios) das células olfatórias para causar a despolarizacão das células. O mecanismo de interação dos odores e da membrana celular não está completamente esclarecida. Pode envolver a ligação da substância odorífera a receptores específicos, como no sistema gustativo ou a substâncias odorífera pode penetrar diretamente na membrana lipídica e abrir os canais. Além disto, há evidências que o tamanho molecular, a forma e a configuração dos odores são elementos importantes na discriminação olfatória.Qualquer que seja a forma de interação, medidas indiretas sugerem que um aumento na condutância iônica da membrana acompanha a despolarização dos receptores olfatórios. Esta despolarização atua diretamente no local onde tem início o potencial de ação, localizado no ponto de origem do axônio da célula sensorial,para produzir um surto de potenciais de ação Audição A audição é a capacidade de perceber vibrações transmitidas pelo ar, traduzindo as ondas sonoras em impulsos nervosos. Tendo papel fundamental na evolução, juntamente com a visão, permitindo aos animais perceber sons no ambiente ao seu redor auxiliando tanto na caça quanto na fuga. Além disso, é fundamental para o desenvolvimento da vocalização e da comunicação dos seres humanos. Através dos sons tomou-se possível identificar a presença de certos objetos mesmo quando estes se situam fora do campo de visão, ou estão encobertos por outros objetos.Nem todas as vibrações do meio representam sons: só aquelas com; °frequências situadas entre 20Hz °20kHz e intensidades entre O e 120 dB. A modalidade auditiva divide-se em algumas submodalidades: discriminação de intensidade sonora, discriminação de. tons, identificação de timbres, localização espacial dos sons e compreensão da fala e dos sons complexos. Quando a frequência de um som aumenta, temos a sensação de que houve mudança de tom, como de um dó para um ré, Tato A sensação tátil começa na pele. Os dois principais tipos de pele são chamados de pilosa e glabra(sem pelos). A pele é composta da epiderme( camada externa) e a derme ( camada interna). A pele realiza uma função protetora essencial e evita a evaporação dos fluidos corporais no ambiente seco em que vivemos. Contudo, a pele também fornece nosso contato mais direto com o mundo. Mecanorreceptores da pele A maioria dos receptores sensoriais do sistema somatossensorial são mecanorreceptores, os quais são sensíveis à deformação física, como flexão ou estiramento. Presentes por todo o corpo, os mecanorreceptores monitoram o contato na pele, a pressão no coração e nos vasos sanguíneos, o estiramento dos órgãos digestórios e da bexiga urinária e a força contra os dentes. No centro de todos os mecanorreceptores estão as ramificações de axônio desmielinizados que são sensíveis a estiramento, deformação, pressão ou vibração. O receptor maior e mais bem estudado é o corpúsculo de Pacini, o qual se situa na profundidade da derme e pode ter 2 mm de comprimento e quase 1mm de diâmetro. As terminações de Ruffini, encontradas tanto na pele pilosa como na glabra, são levemente menores que os corpúsculos de Pacini. Os corpúsculos de Meissner são cerca de um décimo do tamanho dos corpúsculos der Pacini e estão localizados entre as papilas dérmicas da pele glabra. Localizados na epiderme, os discos de Merkel consistem em uma terminação nervosa e uma célula epitelial não nervosa, achatada(célula de Merkel). Nos bulbos terminais de Krause, situados nas regiões limítrofes entre a pele seca e a mucosa, as terminações assemelham-se a novelos de barbante com nós. Vibração e o corpúsculo de Pacini: A seletividade de um axônio mecanorreceptivo depende basicamente da estrutura de sua terminação especial. Por exemplo, os corpúsculos de Pacini possuem uma cápsula em forma de bola de futebol americano, com 20 a 70 camadas concêntricas de tecido conectivo, dispostas como as camadas de uma cebola, com uma terminação nervosa situada no centro. Quando a cápsula é comprimida, a energia é transferida à terminação sensorial, sua membrana é deformada e os canais mecanossensíveis se abrem. A corrente que flui através dos canais gera um potencial do receptor, que é despolarizante. Se a despolarização for suficientemente intensa, o axônio disparará um potencial de ação. As camadas da cápsula, no entanto, são escorregadias, por conter um fluido viscoso entre elas. Se a pressão do estímulo for mantida constante, as camadas deslizam umas sobre as outras e transferem a energia do estímulo, de modo que a terminação axonal não mantém a deformação da membrana, e o potencial do receptor se espalha. Quando a pressão é aliviada, os eventos ocorrem de maneira inversa; a terminação despolariza novamente e pode disparar outro potencial de ação. Canais iônicos mecanossensíveis: Os mecanorreceptores da pele possuem terminações sensoriais não mielinizadas, e as membranas dessas terminações têm canais iônicos mecanossensíveis que convertem a força mecânica em uma mudança na corrente iônica. As forças aplicadas a esses canais alteram a abertura do canal iônico. A força pode ser aplicada a um canal por meio da própria membrana quando esta sofre estiramento ou deformação, ou pode ser aplicada por conexões entre os canais e proteínas extracelualres ou componentes do citoesqueleto intracelular. Os estimulos mecânicos podem, ainda, disparar a liberação de segundos mensageiros que, por sua vez, regulam os canais iônicos. Vários tipos de canais iônicos estão envolvidos na mecanossensação, porém os tipos específicos de canais na maioria dos receptores somatossensoriais ainda são desconhecidos. Paladar Desde cedo aprendemos a perceber a experiência sensorial proveniente da ingestão de substâncias pela boca. Os recém-nascidos sugam avidamente o leite matemo, mas respondem com uma careta ao contato com uma gota de remédio. Trata-se da modalidade sensorial da gustação ou paladar: a percepção das moléculas que se dissolvem na saliva, entrando em contato com o sistema gustatório. Chamamos sabores às diferentes qualidades dessa modalidade, e sabemos que cada sabor se relaciona com algo que se dissolveu na boca. Do mesmo modo que no caso da olfação, buscou-se encontrar desde o início alguns poucos sabores básicos, cuja combinação resultaria na síntese de todos os sabores que somos capazes de sentir. Inicialmente foi possível determinar quatro: salgado, doce, azedo e amargo. Mais recentemente um novo sabor básico foi identificado e adicionou-se a esses, sendo chamado temperado. . O reconhecimento do sabor salgado de alguns sais é importante para manter o equilíbrio eletrolítico. A detecção do sabor doce e do sabor temperado permite o reconhecimento de muitos açúcares e algtms aminoácidos, tão necessários para o fornecimento de energia ao organismo, e sua aceitação para a deglutição. O sabor azedo é o sabor dos ácidos, inclusive os aminoácidos essenciais que nosso organismo utiliza para a síntese proteica. E, finalmente, o sabor amargo representa um sinal de possível toxicidade, sendo muitas vezes rejeitado por mecanismos reflexos. Masnão sabemos até que ponto esses sabores têm uma determinação biológica ou são o resultado de um aprendizado de natureza cultural. A expressão dessa incerteza é que alguns povos percebem gostos "básicos" que outros não reconhecem como tal. Quem dentre nós poderia lembrar facilmente do gosto do glutamato monossódico, que os japoneses sentem e chamam de umami e os ocidentais traduzem como "delicioso" ou "temperado"? Também é a cultura que nos ensina a gostar de alguns sabores amargos, como o das bebidas alcoólicas. E, além disso, há muitos sabores que não podemos classificar em nenhum desses tipos, como os picantes (da pimenta, do gengibre), os metálicos, os adstringentes e tantos outros. 0 ÓRGÃO E OS RECEPTORES DA GUSTAÇÃO Considera-se que o órgão receptor da gustação é a língua, porque é nela que se encontra a maior parte dos quimiorreceptores gustatórios. Entretanto, existem receptores também na mucosa oral, na faringe, na laringe e até mesmo nas porções superiores do esôfago. É mais apropriado, desse modo, considerar toda a cavidade orofaríngea, incluindo a língua, como o órgão gustatório . Os quimiorreceptores não estão distribuídos por toda a mucosa uniformemente, como é o caso da olfação. Estão reunidos em grupos de 50 a 150, formando esférulas com a forma de alhos, chamadas botões gustatórios , com uma das extremidades formando uma espécie de poro, ou depressão, na superficie. Temos cerca de cinco mil botões gustatórios, três quartos dos quais na língua. Nela os botões estão situados em indentações da mucosa que se chamam papilas gustatórias. Podemos ver as nossas próprias papilas no espelho, mas os botões só podem ser visualizados ao microscópio. Ao espelho, poderemos perceber diferenças morfológicas entre as papilas. As que ficam na metade anterior da língua se parecem com pequenos cogumelos, e são por isso chamadas fungiformes. As que se localizam nos lados são alongadas, e por isso se denominam papilas foliadas. Finalmente, podemos ver no fundo da língua uma fileira de grandes papilas que parecem mamilos, chamadas circunvaladas. Essas diferenças não são simples variações anatômicas, mas têm um significado funcional que se verá adiante. Através do microscópio podemos identificar dois tipos celulares nos botões gustatórios: os quimiorreceptores e as células basais, estas provavelmente precursoras dos primeiros , encarregadas da sua reposição à medida que eles vão degenerando e .morrendo a cada 2 semanas. Além disso, vemos terminais aferentes que vêm de neurônios situados à distância. Os quimiorreceptores gustatórios são células epiteliais, e não neurônios - nisso a gustação difere da oIfação. Visão é um sentido notável – permite-nos apreciar objetos tão minúsculos e próximos como um mosquito pousado na ponta de nosso nariz, ou tão colossais e distantes quanto uma galáxia distante centenas de milhares de anos-luz. A sensibilidade à luz capacita os animais, entre eles os seres humanos, a detectar presas, predadores e parceiros do sexo oposto. Devido à luz que atinge nossas retinas após ser refletida pelos objetos ao nosso redor, nós, de certo modo, identificamos o mundo complexo que nos cerca. Embora esse processo pareça ser realizado sem grande esforço, ele é, na verdade, extremamente complexo. A luz consiste em energia eletromagnética emitida na forma de ondas. Vivemos em um turbulento mar de radiação eletromagnética. As ondas colidem com os objetos, são absorvidas, espalhadas, refletidas e desviadas. Devido à natureza das ondas eletromagnéticas e às suas interações com o ambiente, o sistema visual consegue extrair informação acerca do mundo. É uma tarefa imensa e requer muita maquinaria neural. Todavia, a progressiva especialização da visão ao longo da evolução dos vertebrados trouxe vantagens surpreendentes. Essa especialização permitiu o surgimento de novas formas de comunicação, originou mecanismos encefálicos capazes de prever trajetórias de objetos e eventos no tempo e no espaço, facultou novas formas de produção de imagens mentais e abstrações e culminou com a criação do mundo da arte. A importância da visão pode ser exemplificada pelo fato de que mais de um terço do córtex cerebral humano está comprometido com a análise do mundo visual. O sistema visual dos mamíferos começa pelo olho. No fundo deste órgão, encontra-se a retina, a qual contém fotorreceptores especializados na conversão de energia luminosa em atividade neural. A cavidade do olho atua como uma câmera fotográfica, projetando imagens nítidas do mundo sobre a retina. Como uma câmera, o olho ajusta-se automaticamente às diferenças de iluminação e focaliza automaticamente objetos de interesse. O olho também pode rastrear objetos de interesse (por movimentos oculares) e manter limpas as suas superfícies transparentes (por meio das lágrimas e do piscar dos olhos). Embora muitas das funções do olho se assemelhem às de uma câmera, a retina é capaz de fazer muito mais do que simplesmente registrar passivamente os níveis de luz no espaço observado, a retina é efetivamente uma porção do encéfalo. (Pense nisso na próxima vez em que estiver olhando alguém nos olhos.) Em um certo sentido, cada olho tem duas retinas superpostas, uma especializada em baixos níveis de iluminação, como o que experimentamos do crepúsculo até o alvorecer do dia, e outra especializada em altos níveis de iluminação e na detecção da cor, geralmente utilizada durante o dia. Independentemente da hora do dia, contudo, o sinal de saída da retina não é uma representação fiel da intensidade da luz que sobre ela incide. A retina é, sobretudo, especializada na detecção de diferenças na intensidade da luz que cai sobre diferentes porções dela. O processamento de imagens começa na retina muito antes de qualquer informação visual alcançar o resto do encéfalo. Explanar a fisiologia do sistema auditivo e visual, enfatizando seus respectivos nervos cranianos; ( chegamos na parte Hard, respirem amigos!!!) Fisiologia da visão é um sentido notável – permite-nos apreciar objetos tão minúsculos e próximos como um mosquito pousado na ponta de nosso nariz, ou tão colossais e distantes quanto uma galáxia distante centenas de milhares de anos-luz. A sensibilidade à luz capacita os animais, entre eles os seres humanos, a detectar presas, predadores e parceiros do sexo oposto. Devido à luz que atinge nossas retinas após ser refletida pelos objetos ao nosso redor, nós, de certo modo, identificamos o mundo complexo que nos cerca. Embora esse processo pareça ser realizado sem grande esforço, ele é, na verdade, extremamente complexo.( a introdução é a mesma do objetivo anterior sim!! Pq não soube diferenciar muito bem e é isto) Estrutura do Olho O olho é um órgão especializado para detecção, localização e análise da luz.O aparelho sensorial da visão consta de três partes: Parte periférica (receptor externo), representada pelo globo ocular e anexos; parte intermediária, ou transmissora, o nervo óptico, segundo par craniano; Parte central (receptor interno), no córtex do cérebro, região occipital. A pupila é a abertura que permite que a luz entre no olho e alcance a retina; ela parece escura devido aos pigmentos que absorvem luz presentes na retina. A pupila está envolta pela íris, cuja pigmentação origina aquilo que chamamos de a cor dos olhos., a córnea. A córnea está em continuidade com a esclera, o “branco dos olhos”, que constitui a resistente parede do globo ocular. O globo ocular situa-se em um compartimento ósseo do crânio, também chamado de órbita ocular. Inseridos na esclera estão três pares de músculos, os músculos extraoculares, os quais movimentam o globo oculardentro das órbitas. Esses músculos normalmente não são visíveis, pois localizam-se atrás da conjuntiva, uma membrana que se dobra para trás desde a parte interna das pálpebras, aderindo-se à esclera. O nervo óptico, reunindo os axônios da retina, emerge do olho em sua parte posterior, atravessa a órbita e alcança a base do encéfalo, próxima à glândula hipófise. A cor da íris não é uniforme: apresentam-se nela dois círculos, o externo em regra mais escuro que o interno, e, entre os dois, uma zona clara, intermediária. Reconhecem-se quatro colorações principais na íris: o castanho, o verde, o azul e o cinzento, tendo, cada uma, diversos matizes, desde o muito escuro até o muito claro. A FORMAÇÃO DA IMAGEM PELO OLHO O olho coleta raios de luz emitidos ou refletidos por objetos no ambiente e os focaliza sobre a retina, formando imagens. A focalização dos objetos é produto da combinação dos poderes de refração da córnea e do cristalino. Pode ser surpreendente saber que é a córnea, e não o cristalino, a lente responsável pela maior parte do poder de refração de seus olhos. A razão disso é que a luz atinge o olho ao se propagar pelo ar, e a córnea é predominantemente constituída por água. A refração ocorre, em boa parte, porque a luz viaja significativamente mais devagar na água do que no ar. Em comparação, menos refração Refração pela Córnea Considere a luz emitida por uma fonte distante, digamos, uma estrela brilhante à noite. Esse astro emite luz em todas as direções, mas, devido à grande distância, os raios de luz que alcançam os nossos olhos aqui na Terra são praticamente paralelos. Esses raios paralelos atingem a nossa córnea de um lado a outro. Apesar disso, vemos a estrela como um ponto de luz, e não uma mancha clara, preenchendo nosso campo visual, uma vez que o olho utiliza a refração para focalizar a luz da estrela que chega à córnea, curvando os seus raios para que convirjam sobre um único ponto na retina. Lembre-se que, à medida que a luz atravessa para um meio onde sua velocidade é menor, ela curvará a sua direção perpendicularmente à superfície que separa os meios. Isso é precisamente o que ocorre quando a luz incide sobre a córnea e passa do ar para o humor aquoso. os raios de luz que cruzam pelo centro do eixo óptico do olho perpendicular à superfície da córnea chegam diretamente na retina sem mudar de direção, mas os raios de luz que incidem sobre a superfície curvada da córnea em outros ângulos, que não perpendiculares, mudam de direção, de modo a convergir na parte posterior do olho. A distância da superfície refratora até o ponto onde os raios de luz paralelos convergem é chamada de distância focal. Essa distância depende da curvatura da córnea: quanto menor seu raio de curvatura, menor a distância focal. A córnea tem um poder refrator de cerca de 42 dioptrias, o que significa que raios de luz paralelos que atingem a superfície da córnea se focalizarão a 0,024 m (ou 2,4 cm) atrás dela, aproximadamente a distância que separa a córnea da retina. Para perceber o grande poder de refração produzido pela córnea, convém observar que muitas lentes prescritas de óculos têm um poder de apenas umas poucas dioptrias. Lembre-se que o poder de refração depende da diminuição da velocidade da luz na interface ar-córnea. Se substituíssemos o ar por um meio que seja atravessado pela luz com aproximadamente a mesma velocidade que ela atravessaria o olho, o poder de refração da córnea seria eliminado. É por essa razão que as coisas parecem borradas quando abrimos os olhos sob a água: a interface água-córnea é incapaz de produzir a focalização de uma imagem. Uma máscara de mergulho reconstitui a interface ar-córnea e, consequentemente, restaura o poder de refração do olho. Acomodação pelo Cristalino Embora a córnea realize a maior parte da refração do olho, o cristalino contribui com cerca de uma dúzia de dioptrias adicionais para a formação de uma imagem nítida de um ponto distante. Entretanto, o mais importante é que o cristalino está envolvido na formação de imagens nítidas daqueles objetos mais próximos, situados a uma distância menor que 9 m em relação ao olho. Mais precisamente, esses raios divergem a partir de uma fonte de luz ou de um ponto sobre um objeto, e um maior poder de refração será necessário para focalizá- -los na retina. Este poder adicional de focalização é fornecido pela mudança na curvatura do cristalino, um processo chamado de acomodação . Lembre-se que os músculos ciliares formam um anel ao redor do cristalino. Durante a acomodação, os músculos ciliares contraem-se e aumentam de volume, reduzindo a área dentro do anel menor (i.e., o orifício dentro da rosquinha em nossa analogia), e, assim, diminuindo a tensão nos ligamentos suspensores. Consequentemente, o cristalino, devido à sua elasticidade natural, torna-se mais arredondado. Esse arredondamento aumenta a curvatura da superfície do cristalino, aumentando, dessa forma, seu poder de refração. Por sua vez, o relaxamento dos músculos ciliares aumenta a tensão nos ligamentos suspensores, o que produz a distensão do cristalino, que assume uma forma mais achatada. A capacidade de acomodação do cristalino é alterada com a idade. Uma criança pequena pode focalizar objetos próximos ao seu nariz, ao passo que muitos adultos de meia-idade não conseguem focalizar objetos a uma distância menor que o comprimento de um braço. Felizmente, lentes artificiais podem compensar esse e outros defeitos da óptica do olho O sinal neural será transmitido para o córtex visual pelas as vias visuais e esse processamento é feito nos seguintes passos: A começar pelo nervo óptico, é frequentemente chamada de projeção retinofugal (uma projeção que parte da retina) Os componentes dessa projeção retinofugal são, na ordem do percurso, o nervo óptico, o quiasma óptico e o tracto óptico. Os nervos ópticos deixam tanto o olho direito quanto o esquerdo, a partir da papila do nervo óptico, viajam através do tecido gorduroso por trás dos olhos em suas cavidades ósseas, chamadas de órbitas, e passam através de orifícios ou forames na base do crânio. Os nervos ópticos de ambos os olhos se combinam para formar o quiasma óptico, que se localiza na base do encéfalo, imediatamente à frente de onde se posiciona a glândula hipófise. No quiasma óptico, os axônios que se originam nas porções nasais das retinas cruzam de um lado para o outro. O cruzamento de um feixe de fibras de um lado do cérebro para o outro é chamado de decussação. Uma vez que apenas os axônios originados nas retinas nasais cruzam, dizemos que uma decussação parcial da projeção retinofugal ocorre no quiasma óptico. Após a decussação parcial no quiasma óptico, os axônios das projeções retinofugais formam os tractos ópticos, que cursam logo abaixo da pia-máter, ao longo das superfícies laterais do diencéfalo. Essa decussação parcial é responsável pela visão binocular. Um pequeno número de axônios do tracto óptico separam-se do conjunto para estabelecer conexões sinápticas com células no hipotálamo, e cerca de 10% do restante continuam após atravessarem o tálamo, indo inervar o mesencéfalo (colículo superior). A maior parte deles, contudo, inerva o núcleo geniculado lateral (NGL) do tálamo dorsal. Os neurônios do NGL originam axônios que se projetam para o córtex visual primário. Essa projeção do NGL para o córtex é chamada de radiação óptica. Lesões em qualquer parte da projeção retinofugal, do olho ao NGL e ao córtex visual em seres humanos, causam cegueira em parte ou em todo o campo visual. Dessa forma, sabemos que essa via medeia a percepção visual consciente A estação terminal das vias visuais se dá na superfície medial do lobo occipital, na área estriada (ou 17 de Brodmann) e na paraestriada (ou 18). A representação campimétricavisual é muito bem definida, e a da área macular desproporcionalmente grande, relativamente ao resto da retina A projeção que se inicia na retina e se estende ao NGL e à V1 ilustra uma característica organizacional geral do sistema visual central, chamada de retinotopia. A retinotopia é uma organização na qual células vizinhas na retina fornecem informação a locais também vizinhos em suas estruturas-alvo – nesse caso, o NGL e o córtex estriado. Desse modo, a superfície bidimensional da retina é mapeada sobre as superfícies bidimensionais das estruturas subsequentes. Há três pontos importantes para lembrarmos acerca da retinotopia. Primeiro, o mapeamento do campo visual em uma estrutura organizada de forma retinotópica é frequentemente distorcido, uma vez que o espaço visual não é amostrado uniformemente pelas células na retina. Lembre- se, que há uma quantidade muito maior de células ganglionares com campos recep- tivos na (ou próximas à) fóvea do que na periferia. De modo correspondente, a representação do campo visual no córtex estriado é distorcida: há uma super- -representação da região central do campo visual abrangendo poucos graus, ou seja, esta região está magnificada, no mapa retinotópico. Em outras palavras, há muito mais neurônios no córtex estriado recebendo aferências da retina central do que neurônios recebendo sinais da retina periférica. O segundo ponto a ser lembrado é que um ponto delimitado de luz pode ativar muitas células na retina e, frequentemente, muito mais células na estrutura-alvo, devido à sobreposição dos campos receptivos. A imagem de um ponto de luz na retina ativa, de fato, uma grande população de neurônios corticais; cada neurônio que contém aquele ponto em seu campo receptivo será potencialmente ativado. Assim, quando a retina for estimulada por um ponto de luz, a atividade no córtex estriado apresentará uma ampla distribuição, com um pico na localização retinotópica correspondente. Estrutura do fotorreceptor Cada fotorreceptor apresenta quatro regiões: um segmento externo, um segmento interno, um corpo celular e um terminal sináptico. O segmento externo contém uma pilha de discos membranosos. Fotopigmentos sensíveis à luz, localizados nas membranas desses discos, absorvem luz, determinando, dessa forma, alterações no potencial de membrana do fotorreceptor (como será discutido a seguir). Existem dois tipos de fotorreceptores encontrados na retina, os quais são facilmente distinguíveis pelo formato de seus segmentos externos. ° Os fotorreceptores do tipo bastonete ;apresentam um segmento externo longo e cilíndrico, contendo muitos discos. ° Os fotorreceptores do tipo cone; apresentam um segmento externo mais curto e que gradualmente diminui de espessura, contendo um menor número de discos membranosos. O maior número de discos e a maior concentração de fotopigmentos nos bastonetes os tornam mais de mil vezes mais sensíveis à luz que os cones. Estima-se que haja cerca de 5 milhões de cones e 92 milhões de bastonetes em cada retina humana. No daltonismo, pode não ocorrer a formação normal de um ou mais de um desses tipos de cones, com a conseqüente deficiência dos respectivos pigmentos. Nos cones e bastonetes da retina existe um pigmento fotossensível, a rodopsina, formado de uma proteína (opsina) associada a um pigmento carotenóide chamado retinal (vitamina A). No escuro esse pigmento carotenóide está na forma 11-cis-retinal. A ação da luz muda a forma do 11-cis-retinal para todo-trans-retinal. Essa ativação da rodopsina ativa a transducina, proteína G encontrada na retina. A transducina liga-se ao GTP, e isto por sua vez ativa a fosfodiesterase que catalisa a conversão do GMPcíclico (GMPc) para 5-GMP. O GMPc no citoplasma dos bastonetes mantém os canais de Na+ na posição aberta, e sua redução leva ao fechamento dos canais e à hiperpolarização. Esta reação em cascata amplifica o sinal da luz e ajuda a explicar a grande sensibilidade dos bastonetes tornando-os capazes de produzir uma resposta detectável até para um único fóton de luz. A avitaminose "A" provoca a hemeralopia ou cegueira noturna, pois está intimamente ligada à produção de rodopsina. As grandes diferenças estruturais e de sensibilidade entre bastonetes e cones levaram os investigadores a considerar que os seres humanos teriam uma retina duplex: essencialmente, haveria dois sistemas complementares em um olho. Alguns animais têm apenas bastonetes ou apenas cones e, assim, não têm uma retina duplex. As diferenças estruturais entre cones e bastonetes estão relacionadas a importantes diferenças funcionais. PSIUUUU!!! Por exemplo, em um ambiente com iluminação noturna, isto é, em condições escotópicas, apenas os bastonetes contribuem para a visão. Isso se deve ao fato de que há mais bastonetes na retina periférica (e nenhum na fóvea central) e mais bastonetes se projetam para uma única célula bipolar ou ganglionar na retina periférica. Durante a noite, a iluminação nos postes e os sinais neon podem emitir luz o suficiente para ativar os cones. Esse fato é a base para os diferentes pontos de vista acerca de como devem ser as luzes indicadoras nos painéis dos automóveis. Um ponto de vista é que as luzes devem ser verdeazuladas e fracas, para aproveitar a sensibilidade espectral dos bastonetes. Um ponto de vista alternativo é que as luzes devem ser de um vermelho brilhante, pois este comprimento de onda afeta principalmente os cones, deixando os bastonetes não saturados e, assim, resultando em uma melhor visão noturna. ° Por outro lado, em ambientes com iluminação diurna, isto é, em condições fotópicas, os cones é que realizam a maior parte do trabalho. ° Em níveis intermediários de iluminação (iluminação de ambientes internos ou a iluminação do trânsito à noite), ou condições mesópicas, tanto os bastonetes quanto os cones são responsáveis pela visão. Todos bastonetes contêm o mesmo fotopigmento, mas há três tipos de cones, cada qual com um pigmento diferente. Essas variações entre os pigmentos fazem os diferentes cones serem sensíveis a diferentes comprimentos de onda da luz. Por isso, apenas os cones, e não os bastonetes, são responsáveis pela nossa capacidade de ver cores. O movimento de cargas positivas através da membrana, que ocorre na ausência de luz, é chamado de corrente do escuro (dark current). Os canais de sódio têm a sua abertura estimulada – são ativados – por um segundo mensageiro intracelular, chamado de monofosfato de guanosina cíclico, ou GMPc. O GMPc é produzido no fotorreceptor pela enzima guanilato-ciclase, mantendo os canais de Na+ abertos. A luz reduz a quantidade de GMPc, o que determina o fechamento dos canais de Na+, e o potencial A resposta hiperpolarizante à luz é iniciada pela absorção da radiação eletromagnética pelo fotopigmento localizado nas membranas dos discos empilhados no segmento externo dos bastonetes. Nos bastonetes, esse pigmento é denominado rodopsina.* A rodopsina pode ser imaginada como uma proteína receptora que possui um agonista previamente ligado. A proteína receptora é denominada opsina e apresenta sete segmentos de alfa-hélice transmembrana, típicos dos receptores acoplados à proteína G que ocorrem em todo o organismo. O agonista previamente ligado é denominado retinal e é um derivado da vitamina A. A absorção de luz determina uma alteração na conformação do retinal, de modo que a opsina é ativada . Esse processo é um tipo de desbotamento (bleach), uma vez que altera a capacidade de absorção de luz da rodopsina, que passa a absorver diferentes comprimentos de onda (o fotopigmento literalmente muda da cor púrpura para a amarela). O desbotamento da rodopsina estimula uma proteína G, denominada transducina, presente na membrana do disco, e esta, por sua vez, ativa a enzima efetora fosfodiesterase (PDE). A PDE hidroliza o GMPc normalmente presente no citoplasma dos bastonetes (no escuro). A redução nas concentrações de GMPc determina o fechamento doscanais de Na+ e a hiperpolarização da membrana. Uma consequência funcional bastante interessante da utilização de uma cascata bioquímica para a transdução é a amplificação do sinal. Muitas moléculas de proteína G são ativadas para cada molécula de fotopigmento, e cada enzima PDE ativada hidroliza mais de uma molécula de GMPc. Essa amplificação confere ao nosso sistema visual uma incrível sensibilidade a pequenas quantidades de luz. Os bastonetes são mais sensíveis à luz que os cones, pois contêm mais discos em seus segmentos externos e, portanto, mais fotopigmentos, além de amplificarem mais a resposta à luz do que os cones. O resultado combinado é que os bastonetes têm a incrível capacidade de produzir uma resposta mensurável à detecção de até mesmo fótons individuais, as unidades elementares da energia luminosa. Para resumir, estes são os passos na transdução da luz pelos bastonetes: 1. A luz ativa a rodopsina (desbotamento). 2. A proteína G transducina é estimulada. 3. A enzima efetora fosfodiesterase (PDE) é ativada. 4. A atividade da PDE reduz os níveis de GMPc. 5. Os canais de Na+ fecham e a membrana da célula hiperpolariza Fisiologia do Sistema auditivo A audição é a capacidade de perceber vibrações transmitidas pelo ar, traduzindo as ondas sonoras em impulsos nervosos. Tendo papel fundamental na evolução,juntamente com a visão, permitindo aos animais perceber sons no ambiente ao seu redor auxiliando tanto na caça quanto na fuga. Além disso, é fundamental para o desenvolvimento da vocalização e da comunicação dos seres humanos. Estrutura do sistema auditivo O aparelho auditivo, a grosso modo, é composto por três regiões: orelha externa, orelha média e orelha interna. De um modo geral, todas estas estruturas trabalham no intuito de amplificar o som até ele ser transformado em energia nervosa para alcançar o sistema nervoso central. A primeira parte, A orelha externa inicia-se no pavilhão auditivo, que é uma cartilagem coberta por pele semelhante a um funil aumentando a captação das vibrações do ar, suas circunvoluções auxiliam na localização dos sons e estende- se até a membrana Timpânica. A segunda parte, a orelha média, corresponde a uma pequena cavidade no osso temporal, se estendendo desde a membrana timpânica até o chamado promontório (eminência marcada pela espira basal da cóclea). É formada por uma pequena câmara cheia de ar na porção petrosa do osso temporal denominada de cavidade do tímpano. Essa cavidade comunica-se com a nasofaringe por um canal osteocartilaginoso chamado tuba auditiva. Em resumo, estão contidos nesta região: martelo, bigorna, estribo, células da mastoide, músculo estapédio, músculo do martelo, tuba auditiva, etc. E é terceira parte o ouvido interno, embora considerado como parte do ouvido, nem todo o ouvido interno está relacionado com a audição. O ouvido interno é constituído pela cóclea, que é parte do sistema auditivo, e pelo labirinto, que não faz parte desse sistema. O labirinto é uma parte importante do sistema vestibular, o qual auxilia a manter o equilíbrio corporal. CODIFICAÇÃO DA INTENSIDADE E DA FREQUÊNCIA DO SOM Intensidade do estímulo A informação sobre a intensidade do som é codificada de duas maneiras inter- relacionadas: pela frequência de disparos dos neurônios e pelo número de neurônios ativos. À medida que o estímulo se torna mais intenso, a membrana basilar vibra com maior amplitude, causando uma maior despolarização ou hiperpolarização do potencial de membrana das células ciliadas ativadas. Isso faz os axônios, com os quais as células ciliadas estabelecem sinapses, dispararem potenciais de ação com frequências maiores. Além disso, estímulos mais intensos produzem movimentos da membrana basilar que se propagam a distâncias maiores, os quais levam à ativação de mais células ciliadas. Esse aumento no número de células ciliadas ativadas causa uma ampliação da faixa de frequência para a qual uma única fibra do nervo vestibulococlear responde. O volume do som que percebemos está correlacionado ao número de neurônios ativos do nervo vestibulococlear (e ao longo de toda a via auditiva) e com as suas frequências de disparo de potenciais de ação. Frequência do estímulo, tonotopia e sincronia de fase Tonotopia: A sensibilidade à frequência é principalmente consequência da mecânica da membrana basilar, uma vez que o som de diferentes frequências deforma ao máximo diferentes porções da membrana. A frequência que produz uma deformação máxima da membrana basilar diminui progressivamente, ao longo de sua extensão, no sentido da base ao ápice da cóclea. Esse é um exemplo de tonotopia. Existe uma representação tonotópica correspondente no nervo auditivo; os axônios do nervo auditivo conectados às células ciliadas próximas à membrana basilar apical têm frequências características mais baixas, ao passo que aqueles conectados às células ciliadas próximas à membrana basilar basal têm frequências características altas. Os axônios auditivos do nervo vestibulococlear fazem sinapse nos núcleos cocleares conforme um padrão organizado, baseado nas frequências características. Os neurônios vizinhos possuem frequências características similares, e existe uma relação sistemática entre a posição no núcleo coclear e a frequência característica. Em outras palavras, existe um mapa da membrana basilar dentro dos núcleos cocleares. Devido ao fato de a tonotopia ocorrer por todo o sistema auditivo, a localização dos neurônios ativos nos núcleos da via auditiva é uma indicação da frequência sonora. Existem duas razões, contudo, para que a frequência seja codificada de alguma outra maneira além do local de ativação máxima nos mapas tonotópicos. Uma razão é que esses mapas não contêm neurônios com frequências características muito baixas, com valores inferiores a cerca de 200 Hz. Consequentemente, o local de ativação máxima pode ser o mesmo para um tom de 50 Hz como para um de 200 Hz, de forma que deve haver alguma outra maneira de os distinguir. A segunda razão para que algum outro fator além da tonotopia seja necessário é que a região da membrana basilar que é maximamente deslocada por um som depende de sua intensidade além de sua frequência. Para uma frequência determinada, um som mais intenso produzirá uma deformação máxima em uma posição mais adiante na membrana basilar do que um som menos intenso. Sincronia da fase: O momento exato do disparo neural fornece um tipo adicional de informação sobre a frequência sonora que complementa a informação derivada dos mapas tonotópicos. Registros obtidos de neurônios no nervo auditivo mostram sincronia de fase, isto é, o disparo consistente de uma célula na mesma fase de uma onda sonora. Mecanismo para localização do som Existem mecanismos diferentes para sons em cada plano, vertical e horizontal, essa capacidade é fundamental para a sobrevivência tanto para identificação de presas quanto para percepção de predadores ou perigos próximos. No plano vertical as circunvoluções do pavilhão auditivo auxiliam na identificação da altura da fonte de emissão sonora através da comparação do ângulo de entrada das ondas refletidas pelas circunvoluções do pavilhão auditivo com as ondas que são captadas sem serem Refletidas. No plano horizontal existem dois mecanismos que servem para a localização de fontes sonoras, para sons de baixa frequência observa-se o retardo temporal interauricular, que consiste em observar o tempo que o som leva para alcançar as duas orelhas, de modo geral entre 0 e 0,6 ms pois na incidência frontal não há atraso entre as captações de cada lado e na incidência perpendicular de um dos lados o som leva seu tempo máximo para alcançar o outro lado. Mas essa estratégia funciona apenas para sons com frequênciasde até 2000 Hz, para sons de alta frequência (de 2000 até 20000 Hz), que apresentam a repetição de vários ciclos na distância de uma orelha a outra utiliza-se o mecanismo da diferença de intensidade interauricular, que se baseia na “sombra sonora” causada pela cabeça e dessa forma fazendo com que as ondas cheguem um pouco mais fracas na orelha do lado oposto à fonte de emissão sonora. CÓRTEX AUDITIVO Os axônios que deixam o NGM se projetam ao córtex auditivo através da cápsula interna em um arranjo denominado radiação acústica. O córtex auditivo primário(A1) corresponde à área 41 de Brodmann no lobo temporal. Na representação tonotópica de A1, as baixas frequências estão representadas rostral e lateral- mente, ao passo que as altas frequências estão representadas caudal e medialmente. Existem bandas de isofrequência que se distribuem no sentido mediolateral ao longo de A1. Em outras palavras, os neurônios dispostos em bandas que se estendem por A1 possuem frequências características muito similares. No sistema visual, é possível descrever um grande números de neurônios corticais que possuem alguma variação no campo receptivo geral, o qual é simples ou complexo. Até agora, não tem sido possível classificar os diversos campos receptivos auditivos em um número similarmente pequeno de categorias. Assim como nas etapas iniciais. da via auditiva, os neurônios corticais possuem diferentes padrões temporais de resposta; alguns têm uma resposta transitória a um som breve, ao passo que outros têm uma resposta mais demorada. Além da sintonia de frequência que ocorre na maioria das células, alguns neurônios estão sintonizados para a intensidade, fornecendo uma resposta máxima a uma determinada intensidade de som. Mesmo dentro de uma coluna vertical perpendicular à superfície cortical pode haver considerável diversidade nos graus de sintonia à frequência sonora. Alguns neurônios estão sintonizados de forma precisa para a frequência, e outros estão apenas sintonizados de maneira geral; o grau de sintonia não parece se correlacionar bem com as camadas corticais. Outros sons que produzem respostas nos neurônios corticais incluem os estalidos, as rajadas de ruídos, os sons de frequência modulada e as vocalizações. °Efeitos de lesões e ablações do córtex auditivo A ablação bilateral do córtex auditivo resulta em surdez. Mesmo após lesões unilaterais do córtex auditivo, mantém-se um nível surpreendente de função auditiva normal. Sistema Vestibular Associado às estruturas que permitem a audição, todos os vertebrados contam também com o sistema vestibular, com o qual podem perceber fenômenos de aceleração e postura corporal. Raramente mencionado, esse sistema deve ser considerado um sexto sentido dos organismos, tendo íntima relação com o sistema motor, permitindo correções posturais reflexas a estimulações bruscas e estabilização do olho durante a movimentação corporal. O sistema é composto na maioria dos vertebrados por três canais semicirculares para percepção de acelerações angulares (rotações) e os otólitos (sáculo e utrículo), para acelerações lineares. A presença de três canais semicirculares surge nos gnastomados, pela adição do canal horizontal, ausente nos agnatas. Os canais são completamente preenchidos por líquido e contém uma dilatação (ampola) com células ciliadas semelhantes àquelas do Sistema Auditivo associadas a uma estrutura gelatinosa (cúpula). Os movimentos de rotação do organismo causam o deslocamento do líquido em relação ao canal, resultando em movimentação da cúpula e despolarização e hiperpolarização das células ciliadas, como na cóclea. A maioria das projeções do nervo vestibular vai para um núcleo homônimo na medula, que posteriormente projetam-se ao tálamo e, então, ao córtex somestésico. A ativação cortical gerada pelas informações do sistema vestibular possivelmente são utilizadas para gerar uma medida subjetiva de postura corporal e do mundo externo. Outras projeções seguem diretamente para o cerebelo. Interessantemente, algumas projeções vão para os núcleos dos nervos cranianos que controlam o movimento ocular (nervos cranianos III, IV e VI). Essas projeções permitem o reflexo vestíbulo-ocular que corrige o movimento dos olhos enquanto andamos ou simplesmente movimentamos a cabeça, permitindo a formação de imagens estáveis na retina. Pessoas com lesão no nervo vestibular têm sérias dificuldades em enxergar enquanto se deslocam. Explicar as consequências biopsicossocias relacionadas as alterações auditivas e visuais. Alteracões nos idosos Segundo Papalia (2006), “o início da senescência, é um período marcado por evidentes declínios no funcionamento corporal” . No processo natural de envelhecimento, a visão, a partir dos 60 anos, passa a apresentar sinais de deterioração. Para Rocha (2005), com a idade, os olhos mudam. A córnea vai perdendo, progressivamente, a transparência, e o cristalino, uma lente intra-ocular, que é normalmente transparente na infância, vai amarelecendo. A deterioração da visão acarreta, ainda: presbiopia – capacidade de acomodação “longe-perto” mais lenta, diminuição da acuidade visual, particularmente, à noite. Essas alterações fazem com que uma pessoa com 60 anos necessite de quatro vezes mais luminosidade que aos 20 anos para enxergar melhor, sensibilidade maior ao ofuscamento e as possíveis etiologias vão desde catarata, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade. De uma maneira geral, o envelhecimento desse órgão afeta a qualidade de vida do idoso, conforme a afirmativa de Papalia (2006), “vários aspectos da função visual do idoso sofrem alterações com o passar dos anos” . No que se refere à acuidade auditiva, o autor considera que “a perda auditiva pode contribuir para a percepção de que as pessoas de idade são distraídas e irritáveis” . Há evidências de que o ouvido, à medida que envelhece, vai perdendo a sua capacidade de funcionar; esses sinais já aparecem aos 50 anos, dependendo do ritmo natural de envelhecimento. Quando se trata da terceira idade, entendemos que essas perdas, tão freqüentes entre os idosos, podem comprometer sua comunicação nas relações sociais, os isolando. Também, temos que atentar para a poluição sonora como um fator prejudicial no entendimento da fala para o idoso; principalmente, se este for portador de uma perda auditiva. Sendo assim, a comunicação torna-se mais vital para o idoso, à medida que o processo de envelhecimento progride. Garcia Pinto , refere-se a esse processo como “uma das perdas de antigos referenciais de vida, implicando no abandono de elementos da realidade e de si mesmo, gerando uma conseqüente crise de identidade” . Conforme Bee (1997), “as deficiências auditivas comuns em adultos mais velhos incluem várias dificuldades: sons de alta freqüência, descriminação vocabular, audição mediante condições de ruído e tinnitus” . Partindo desse pressuposto, acreditamos que com a redução da audição no idoso, essa etapa da vida é dolorosamente vivenciada; pois o idoso, devido a essa incapacidade, pode passar por desorientado ou sofrendo de memória insuficiente, trazendo inúmeros transtornos para sua vida cotidiana. Quando essa perda é grave percebemos um aumento dos problemas sociais ou psicológicos, corroborando a afirmativa de Garcia Pinto (1998): “o isolamento da pessoa idosa e o conseqüente declínio da qualidade de sua comunicação, devido aos déficts sensoriais, causam profundo impacto na sua interação social” . De acordo com o pensamento do autor, apreendemos que a audição normal mantém o idoso em interação intelectual e social. Agnosia Visual Os pacientes com agnosia visual, decorrente de lesões em áreas constituintes da via ventral, registam um padrão de desempenho oposto. Trata-se da perda de capacidade de reconhecimento visual, com preservaçãodas funções visuais básicas. É possível distinguir entre dois tipos de agnosia: aperceptiva (ou agnosia da forma visual, em que ocorre falha na percepção de objetos, apesar de o sistema visual sensório estar intacto, o que leva a uma falha no reconhecimento dos objetos) e associativa (percepção de objetos intacta, mas ainda assim revelando incapacidade de reconhecer de objetos). Danos cerebrais subjacentes a este padrão comportamental normalmente surgem a nível do córtex occipital posterior e córtex infero-temporal. No geral, pacientes com agnosia visual da forma revelam défices na capacidade de reconhecer, 10 copiar ou parear tanto formas simples como objetos complexos. Um exemplo de agnosia é quando um paciente , é capaz de identificar desenhos simples ou distinguir entre dois pares de retângulos de diferentes formatos. Magnie, Um paciente com agnosia que era capaz de referir a ação apropriada dos objetos que não era capaz de reconhecer. Para mais, o tipo de objetos que podia reconhecer envolvia representações de ações (ex. ferramentas). AGNOSIA VISUAL ASSOCIATIVA O cérebro percebe perfeitamente as formas de um objeto, mas não consegue atribuir um significado à sua imagem. Uma bola de futebol é apenas uma esfera. O tipo de agnosia visual de P. era a associativa. Nesses casos, o cérebro “enxerga” perfeitamente o objeto, mas não consegue encontrar o seu significado. É como se perdesse o acesso a uma biblioteca com informações sobre imagens. Não dá para dar nome às coisas nem agrupá-las por categoria. Diante de um estetoscópio, quem tem esse tipo de agnosia o descreve com perfeição: “Uma corda longa com uma coisa redonda no fim”. E o que ele é? “Talvez um relógio.” Não consegue dizer se a imagem de um cachorro é de um objeto animado ou não, muito menos se ele late ou pia. E um abridor de garrafas? Pode ser uma chave, uma ferramenta ou mesmo uma colher. Mas basta manusear o objeto, ouvir seus ruídos ou sentir seu cheiro para reconhecê-lo sem dificuldade. Afinal, os outros sentidos permanecem intactos. A incapacidade de reconhecimento é meramente visual. Isso transforma o dia a dia num tormento . Além disso, as agnosias tornam-se bem marcantes. Ou seja, o indivíduo está impossibilitado de obter informações através das vias dos sentidos, embora os órgãos não estejam prejudicados. Perde também toda a discriminação visuo-espacial, sendo a orientação esquerda- direita a última a deixar de existir.
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