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Curso: Psicologia / Turma: 2NA / Campus Mossoró Disciplina: Desenvolvimento Humano na Infância e na Adolescência Docente: Aparecida Aline De Moura Bezerra Acadêmico: Francisco Cleilson de Amorim Gois RELATO DA ATIVIDADE EXPLORATÓRIA INDIVIDUAL ENTREVISTA COM UM ADOLESCENTE A adolescência é período em que ocorrem profundas mudanças fisiológicas e comportamentais nos indivíduos. Apresenta-se como uma fase de passagem entre a infância e a vida adulta, onde observamos a maturação do corpo, no que concerne a sua capacidade reprodutiva, e a construção da identidade do sujeito. Vale salientar que as fases da vida são construções sociais, sendo influenciadas por premissas formuladas diante de aspectos culturais, bem como argumenta Bock (2007), onde a adolescência é vista como uma construção social com repercussões na subjetividade e no desenvolvimento do homem moderno e não apenas como um período natural do desenvolvimento. Segundo Papalia (2013), a tarefa central da adolescência é a busca da identidade – pessoal, sexual e ocupacional. A autora compreende a adolescência como o período que compreende as idades entre 11 e 19 ou 20 anos, definindo essa fase da vida como uma transição no desenvolvimento que envolve mudanças físicas, cognitivas, emocionais e sociais e assume formas variadas em diferentes contextos sociais, culturais e econômicos. Diante das especificidades encontradas no contexto da adolescência, o presente trabalho se constitui como um produto de uma prática exploratória, representada por uma entrevista sobre o comportamento humano nesta fase em questão, sendo realizada com um adolescente de 15 anos, estudante do 9º ano do Ensino Fundamental, residente no bairro Santo Antônio, na cidade de Mossoró/RN. A temática central da entrevista teve seu foco na questão comportamental do adolescente, sendo propostos doze questionamentos de cunho qualitativo e subjetivo, dando clara liberdade e garantia de sigilo ao entrevistando para interpretação e resolução das perguntas, que objetivavam conhecer a visão que tinha de si mesmo, bem como percebia seus sentimentos e emoções, sua(s) relação(ões) perante familiares e amigos, bem como seus anseios para o futuro. A seguir, as questões e a transcrição das respostas do referido adolescente: 1. Qual a imagem que você tem de si mesmo? Quem é você? “Uma pessoa boa, que independente de tudo tenta ser alguém na vida estudando, mesmo se sentindo inseguro e as vezes achando que não vai dar certo.” 2. Como é a sua relação com seus familiares? “Boa, eles sempre me apoiam nas minhas decisões e me dão conselhos do que é certo e errado, e tentam ao máximo me mostrar como é bom ter tudo que você sonha sem precisar tirar nada de ninguém.” 3. Como é a sua relação com seus amigos? “Muito boa também, mas só tenho mais amizade na escola e as vezes eu saio. Depois fico só.” 4. Como é a sua relação no ambiente escolar? “Boa. Eu gosto de estudar, os professores são bons e dão aula super bem, o que é ruim no ambiente escolar e a questão da estrutura, de ventiladores.” 5. O que você apontaria como seu ponto forte e seu ponto negativo? “Meu ponto forte, ser muito positivo e sempre achar que vai dar certo as coisas. Meu ponto negativo e as vezes me sentir só, aí depois fico com vontade de fazer nada” 6. Qual a diferença que você vê entre ser criança, adolescente e adulto? “A criança ainda não tem muita noção da vida é está aprendendo coisas novas. O adolescente já tem um pouco de noção de como vai ser a vida dali pra frente e sabendo das consequências de suas decisões. Já o adulto, você já está sabendo o fazer de sua vida, trabalhar, casar, formar uma família.” 7. O que você mais gosta de fazer e o que menos gosta? “Eu gosto de muitas coisas, mas acho que uma das melhores é viajar escutando música com as pessoas que eu gosto, seja família ou amigos. O que eu menos gosto, acho que assistir jogo de futebol.” 8. O que você gosta e o que você não gosta desse período de sua vida? “Gosto dos momentos com meus amigos, indo jogar voley, indo apresentar o projeto na feira de ciências, viajando com familiares... O que menos gosto, é se sentir sem amigos, uma hora você não liga, mas depois começa a se sentir sozinho.” 9. Quanto ao seu humor, como você se percebe atualmente? “Bem humorado, sempre brinco e converso.” 10. Como você percebe seus relacionamentos afetivos/amorosos? “Alguns bons e outros ruins, alguns viraram amizades e outros você perde a amizade e sempre vai ter pessoas novas e assim é a vida. Atualmente estou solteiro.” 11. Como é a sua relação com as redes sociais na interne? De que forma faz uso? “Uso diariamente para mexer no Facebook, WhatsApp. As vezes para fazer trabalhos da escola e para jogar jogos on line escutando música” 12. O que você imagina (e gostaria) de como será tua vida no futuro (daqui a 10 anos)? “Gostaria muito de estar formado, sendo independente, conquistando meus sonhos e fazendo o que tenho vontade, e com uma mulher linda formada também.” As respostas apresentadas pelo adolescente nos proporciona algumas informações importantes e inerentes ao contexto vivenciado por ele: mesmo com sua pouca idade, já tem uma base sólida de princípios e valores, resultantes de uma formação familiar que privilegia tais características; percebe-se como uma boa pessoa, estudioso, gosta de jogos e praticante de atividades esportivas, porém se sente inseguro e até certo ponto solitário em alguns momentos; o meio familiar do adolescente ainda é parte primordial de seu círculo social mais íntimo e conheceu seus principais amigos no ambiente escolar, cujo espaço devota carinho e afeto; não apresenta, até então, sentimentos de frustração ou rebeldia diante de acontecimentos que não esperava, julgando-se como alguém positivo; a forma como caracteriza os estágios da vida, já demonstra sua visão e anseios do que espera da sua vida adulta. Por fim, compreendemos o momento da adolescência como uma fase que apresenta profundas e importantes transformações fisiológicas e psicológicas, com presença de dilemas, instabilidade emocional, construção de planos para o futuro, necessidade de autonomia e aceitação individual e/ou coletiva, tendo assim, contextos comuns na construção da identidade desses sujeitos. A atividade proposta pode proporcionar vivenciar determinados anseios e retomar a especificidade desta fase da vida de todos nós, de teor tão complexo e relevante na conjuntura do desenvolvimento humano. REFERÊNCIAS: BOCK, Ana Mercês Bahia. Adolescência como uma construção social. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v11n1/v11n1a07. Acessado em: 06/11/2019 PAPALIA, Diane E. FELDMAN, Ruth Duskin. MARTORELLI, Gabriela. Desenvolvimento Humano. Tradução: Carla Filomena Marques Pinto Vercesi [et al.]; – 12ª ed. – Porto Alegre/RS: AMGH, 2013. http://www.scielo.br/pdf/pee/v11n1/v11n1a07 http://www.scielo.br/pdf/pee/v11n1/v11n1a07