Buscar

Fases Adultas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Teoria Psicossocial de Erik Erikson
Erikson interessado na organização da identidade na evolução do ciclo vital. É difícil definir identidade. Para ele a aquisição da identidade se dá através de três áreas centrais: sexual; profissional e ideológica ( político-religioso). A identidade fica definida como uma evolução que parte de múltiplas identificações, constituindo uma nova gestalt original e funcional do sujeito . A nível do senso comum identidade e personalidade se confundem.
Erikson parte das fases da evolução da libido (energia vital que busca o prazer, que para Freud é sempre sexual) e “socializa” tais etapas fazendo corresponder a cada uma delas uma aquisição que o sujeito deve realizar na sua interação com o mundo. Ele organiza as aquisições básicas em cada etapa de desenvolvimento – que, se bem ou mal elaboradas são cobradas na interação do sujeito com a sociedade em cada período. Erikson vai “ apresentar o crescimento humano do ponto de vista dos conflitos, internos e externos, que a personalidade vital suporta, ressurgindo de cada crise com um sentimento maior de unidade interior, um aumento de bom juízo e um incremento na capacidade de “agir bem”, de acordo com seus próprios padrões e aqueles padrões adotados pelas pessoas que são significativas para ela”(Erikson, cap. 3, 1972). Ele utiliza a definição de Marie Jahoda segundo a qual, “uma personalidade saudável domina ativamente o seu meio, demonstra possuir uma certa unidade de personalidade e é capaz de perceber corretamente o mundo e ela própria” Tais critérios vão aparecendo através das crescentes diferenciações que o desenvolvimento cognitivo e social desde a criança pequena vão ocorrendo.
Então, como é que uma personalidade vital cresce?
Para o autor, para compreender o crescimento ele recorda o princípio epigenético que deriva do crescimento de indivíduos in utero, que de modo um tanto generalizado afirma que tudo que cresce tem um plano básico e é a partir desse plano básico que se erguem as partes ou peças componentes, tendo cada uma delas o seu tempo de ascensão especial, até que todas tenham sido levantadas para formar então um todo em funcionamento.
Então ao nascer, o bebê abandona a permuta química do ventre materno pelo sistema de permutas sociais da sua sociedade, onde suas capacidades em gradual aumento encontram as oportunidades e limitações da sua cultura. O organismo em amadurecimento continua se desenrolando, não pelo desenvolvimento de novos órgãos, mas por uma seqüência prescrita de capacidades locomotoras, sensoriais e sociais.
Portando pode-se dizer que a personalidade se desenvolve de acordo com uma escala predeterminada na prontidão do organismo humano para ser impelido na direção de um círculo cada vez mais amplo de indivíduos e instituições significantes, ao mesmo tempo que está cônscio da existência desse círculo e pronto para a interação com ele. ( Erikson, cap 3, 1972).
Então, para Erikson, o termo crise psicossocial define cada passagem de uma fase para a outra. No conceito de crise psicossocial estão implícitos:
· a idéia de uma etapa de desenvolvimento;
· numa determinada faixa etária;
-
nesta etapa o sujeito tem uma “prontidão” para a nova aquisição;
· as condições externas favorecem tais aquisições.
Para Erikson crise equivale a momento crítico ( rever com os alunos o conceito de imprinting ou estampagem de Lorenz). “ Cada crise psicossocial, ao ser ou não enfrentada, dá ao sujeito um “ sentimento de” ou um “sentido de” como aquisição interna. Então, o desenvolvimento psicossocial “ é uma sucessão de fases críticas, entendendo-se por crítico, uma característica de momentos decisivos, de momentos de opção entre o progresso ou a regressão, a sujeição ou a integração”.
Ele vai falar em modalidades, que são os modos como o indivíduo aborda o mundo, que se traduzirão significativamente em modalidades sociais. 
Então, suas fases são oito, como ele definiu as oito idades do homem.
1a - Confiança básica X Desconfiança 
Vai se desenvolver na fase que ele chamou de oral-sensorial em que a modalidade é a incorporação , ou seja, as vivências do bebê se organizam através da boca. Quando ocorre uma relação qualitativamente boa entre bebê e a mãe, isto é, quando a incorporação é bem resolvida vai dar ao bebê o sentimento de obter , o que significa “receber e aceitar o que é dado” ou “de conseguir que alguém faça para ele o que desejava”. Também irá organizar a futura base da capacidade de dar.
Mais adiante, quando aparecem os dentes o bebê começa a experimentar o morder, e entra na fase que Freud denominou oral-canibalística e que para Erikson traz a modalidade de agarrar e soltar.
Em síntese, esta fase, se bem resolvida, estabelecerá a nível individual a modalidade de obter e a nível grupal a esperança, a fé em si mesmo, como ele denominou o sentimento de confiança básica “ que é algo que impregna a superfície e a profundidade, incluindo o que sentimos como consciência ou o que permanece vagamente consciente ou inteiramente inconsciente” – sentimos em nós a confiança ou não a sentimos.(ler pg. 24 da Rappaport, vol 4 Psicologia do Desenv., no alto)
2a – Autonomia X Vergonha e Dúvida
Esta crise corresponde à fase anal de Freud que para Erikson é a modalidade orgânica anal-muscular. Fezes percebidas como seus produtos. Resultará nas modalidades sociais de soltar e reter ( modos retentivo- eliminatórios), que têm a ver com os controles e a futura organização da capacidade de fazer escolhas. A partir da aquisição do Não, vão surgir o eu e o meu e o você. Função muscular voluntária ( controles. Em todos os sentidos do soltar –desde doação até falta total de controle ou desperdício, bem como do reter ( desde bom controle dos impulsos até uma postura avara e mesquinha. Nesta fase a criança lida sempre com os dois fatores do conflito. O sentimento que será adquirido quando bem resolvida esta crise será “ eu sou o que posso querer livremente”, daí o sentido de autonomia. Quando mal elaborada a crise os sentimentos serão de vergonha e dúvida.
Vergonha é o sentimento de expor-se prematura e imprudentemente, sentir-se visível e inadequado.
Se a vergonha é sentir-se frontalmente exposto, a dúvida tem a ver com sentir-se exposto a um ataque ou um temor que parece provir do “detrás”, ou seja, daquilo que no corpo é uma área desconhecida ( objetos anais sentidos como destrutivos). 
Esta fase bem resolvida organiza o princípio da lei e da ordem com proteção do grupo social.
3a – Iniciativa X Culpa
Quando o caminhar já está dominado e quando a criança já despreocupada com o que está fazendo então passa a descobrir o que pode fazer com as coisas ou pessoas. Agora se movimenta vigorosamente e vai às coisas do espaço social. Seu aprendizado é agora intrusivo, e levá-a a abstrair-se de si mesma como centro para interessá-la em novos fatos e atividades. Começa a perceber as diferenças entre os sexos. Tudo isso organiza a criança para a primeira elaboração dos modos intrusivo e inclusivo. Nesta fase a menina equipara a vida muscular potencialmente mais vigorosa do menino com o desenvolvimento de uma discriminação sensorial mais refinada, e com os traços perceptíveis e desejados da maternidade futura..
A fase acrescenta a ambos os sexos as modalidades de ganhar, no sentido de visar sem limites algum lucro ou benefício; sugere um ataque frontal, seja pela competição ou pela persistência no objetivo, o prazer da conquista.
Aqui aprecem os pré-requisitos para a iniciativa, ou seja, para a seleção de metas e a perseverança em alcançá-las.
A resolução do Édipo no final desta fase vai transferir a intensidade da iniciativa e a curiosidade para ideais desejáveis e metas práticas imediatas – ou seja, para o mundo do conhecer os fatos e o métodos de fazer as coisas.
A não resolução desta crise mantém na criança os sentimentos de resignação, de fracasso de realizar ou de investir, ou excessiva ansiedade que a mantém com culpa de atacar, competir ir á conquista.
4a – Industriosidade ( produtividadeou Diligência) X Inferioridade
Corresponde ao período de Latência de Freud. A transição edípica vai deslocar a criança em direção à independência crescente que significa ganhar experiência e capacidades cognitivas necessárias á vida real e ao auto-comando. A criança vai aprender a conquistar a consideração produzindo coisas. Vai se dedicar às suas habilidades e a tarefas, vai se ajustando ao mundo das ferramentas. Os limites de seu ego incluem suas ferramentas e habilidades.. Aumenta o tempo de concentração, o prazer de completar tarefas pelo empenho perseverante. Mesmo em culturas tribais a criança passa por alguma instrução sistemática ( há muito a aprender com os adultos.
Assim, os fundamentos da tecnologia se desenvolvem à medida que a criança se capacita para manejar os utensílios, as ferramentas e as armas dos adultos. Impulso para manipular e dominar o mundo.
O perigo nesta época é o aparecer de um sentimento de inadequação e inferioridade, caso ela não aprenda a confiar em suas capacidades, seja por repreensão contínua, seja por privação de estimulação e/ou por não conseguir um lugar no grupo.
A industriosidade implica em fazer coisas ao lado dos outros e com eles. Nesta época se desenvolve o primeiro juízo a respeito da divisão de trabalho e da oportunidade diferencial. O sentimento “ de que se é capaz de tornar-se uma unidade viva e integrada de uma situação produtiva. 
5a Identidade X Confusão de Papéis
Aqui se encerraram as etapas infantis de desenvolvimento. Cada uma das quatro etapas anteriores estabelece um sentimento ou modelo básico de relação com o mundo. A adolescência é a fase em que o sujeito definirá quem ele realmente é – definição de identidade. Para Erikson a definição da identidade se fará sobre os 3 seguintes aspectos:
sexual
profissional 
ideológico (político-religioso).
Identidade sexual é a definição genital de seu papel. Isto já começou a se definir na fase fálica e agora estruturará o Ego. Erikson analisa aqui os modelos projetivos dos anos adolescentes em que a figura amada é uma depositária das projeções ideais de identidade do jovem. É estando seguro do que se é que se pode estabelecer relações com o outro sem contaminações, sem projeções; relações de reciprocidade, não de complementaridade.
Quando o jovem definiu sua identidade, o sentimento básico de “eu sou” ele pode se relacionar com o outro, aceitando as diferenças entre eles, entendendo-as e podendo conviver com elas; isto porque as divergências entre ambos não mais ameaçam os próprios valores ( o que costuma ocorrer no início da adolescência).
A 2a aquisição é a da identidade profissional, a definição e realização profissionais, que vai dar significado à vida do indivíduo e o capacitará a sentir-se membro ativo e produtivo na sociedade: será independente e ao mesmo tempo co-participante na construção do mundo real. Das identificações que fez com os pais na 1a infância vai agora para as identidades da fase, o que lhe dará um sentimento de mesmeidade e de continuidade. Poderá estar seguro, não só do que é, mas do que continuará sendo.
O terceiro nível de identidade é a definição ideológica ( acompanhar a reconstrução do mundo – que é dada também pelos novos valores dos jovens – e posicionar-se entre a moral aprendida pela criança e a ética a ser desenvolvida no adulto. É conseguir definir valores e uma postura ideológica social ( ver pg. 31 da Rappaport, vol. 4).
O perigo desta fase é quando ocorre a confusão de papéis, o jovem não consegue definir uma identidade e fica imobilizado numa indefinição em que as filiações estarão ameaçadas e com elas sua verdadeira capacidade para a genitalidade no sentido freudiano.
O sucesso da resolução desta crise dará o sentimento básico de “eu sou”. Em outros termos: capacidade do Ego para integrar as vicissitudes da libido; as aptidões baseadas nas habilidades pessoais e as oportunidades que lhe são oferecidas pela sociedade.
Relações de afiliação( afiliar-se é agregar-se ou juntar-se à uma corporação ou sociedade; inscrever-se como sócio ou membro de.
6a Intimidade x Isolamento
A partir da fase anterior, cuja resolução implica na definição da própria identidade, Erikson vai estabelecer mais três crises da vida adulta que para ele são as fases da vida “ para além da identidade” .
O sentimento básico de “eu sou” da etapa anterior dará base para o jovem adulto estabelecer a possibilidade de transcender-se ( associar sua identidade a outras, seja no amor, seja no profissional, sem se sentir ameaçado de controle ou invasão e sem se impor projetivamente aos outros ( impor que o outro seja o que quer ou o que sou).
Para o autor, intimidade é “ a capacidade de confiar a filiações e associações concretas e de desenvolver a força ética necessária para ser fiel a tais ligações, mesmo que nos imponhamos sacrifícios e compromissos significativos.
Para ele intimidade é a genitalidade numa relação de mutualidade ou reciprocidade ( relações maduras de confiança mútua, de regulagem mútua de ciclos de trabalho, procriação e recreação e da preocupação com a descendência e seu desenvolvimento”.
O sentimento básico é “ nós somos aquilo que amamos” (filiação e amor). Ser capaz de amar e de trabalhar.
O perigo da fase é o isolamento, i. é., a evitação de contatos que obrigam à intimidade.
7a - Generatividade x Estagnação
O homem maduro precisa sentir-se necessitado, e a maturidade necessita da orientação como do estímulo daquilo que tem sido produzido e de que deve cuidar.
O desenvolvimento evolucionário fez do homem o animal que que ensina, que institui, assim como o que aprende.
A generatividade então é a preocupação relativa a firmar e guiar a nova geração. Termos equivalentes seriam produtividade e criatividade. Seria a relação do homem com sua descendência e com sua produção.
A estagnação vai significar a dificuldade de continuar se desenvolvendo o que irá dificultar a superação da próxima crise ( na estagnação o indivíduo começa a morrer psicologicamente).
O sentimento básico é Cuidado .
8a Integridade do Ego X Desesperança
A integridade é a aceitação do próprio e único ciclo de vida como algo que tinha que ser e que necessariamente não admitia substituições. É um amor pós narcisista do ego humano- não do eu - como uma experiência que transmite uma certa ordem e sentido espiritual do mundo, não importa o que isso tenha custado. 
A falta ou a perda desta integração acumulada do ego é simbolizada no temor da morte. A desesperança exprime o sentimento de que o tempo já é curto, muito curto para a tentativa de começar outra vida ou tentar outros caminhos alternativos para a integridade.
A nivel social é a Sabedoria
Puberdade e Adolescência.
A Puberdade representa a nível biológico e orgânico o que a Adolescência representa ao nível psicológico e social.. A puberdade se refere predominantemente aos fenômenos fisiológicos que compreendem as mudanças corporais e hormonais, e que culminam com a menarca ( 1a menstruação) nas meninas e com a 1a ejaculação nos rapazes.
As mudanças hormonais promovem tanto o estirão do crescimento quanto o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Daí que as roupas não cabem mais, ele perdeu as roupas e aos poucos vai se desprendendo do corpo infantil e das necessidades da infância.
 Mudanças corporais muito intensas e tão rápidas ocorrem que o jovem se desconhece ou não se reconhece como ele mesmo. Não gosta mais dos mesmos brinquedos que gostava, ele não é mais aquele que era e ainda não é alguém que possa definir. Tanto meninas quanto meninos começam a se perceber como estranhos as si mesmos.
Por outro lado, aos poucos sua estatura equipara-se ou supera a dos pais e no conjunto das mudanças estes ( os pais) passam a exigir e a cobrar do jovem comportamentos e atitudes mais responsáveis. 
Assim, o jovem vai sofrer nesta fase 3 perdas: do corpo infantil, das necessidades da infância ( ou da identidade infantil) e dos pais da infância (os pais estão menos protetores e mais exigentes). Em Psicologiadizemos que o jovem precisa aceitar tais perdas e ressignificar o novo corpo que está se desenvolvendo e a partir dele as novas necessidades que se presentificam, bem como resolver os conflitos que se desencadeiam no relacionamento com os pais . Ele precisa fazer os 3 lutos
Até o final da adolescência terá que responder às seguintes perguntas: 
- quem sou eu?
- o que quero da minha vida?
- como vou encaminhar minhas metas?
Esta coisa da identidade é muito importante na adolescência. E o jovem vai responder a estas questões a partir de muitas influências.
A criança que agora é adolescente vai responder a esta questão – busca de si mesmo - a partir de muitas influências:
· seu meio social aumentou muito
· seus valores morais se modificaram
· está mais ciente de suas angústias .
A adolescência é um processo bio-psicossocial. É um processo de busca que não é linear ( isto se dá na adolescência através de muitas flutuações de humor e de estados de ânimo. Tudo que era importante ontem, já não vale mais hoje. Todas as características ( da Síndrome) vão acontecendo juntas e interagem umas com as outras. Até o jovem chegar a se perceber como único (ele mesmo) neste mundo, como ímpar num mundo de iguais, tem que viver este processo doloroso que vai acontecendo entre ambivalências e com muita onipotência. 
Ao mesmo tempo, tem que viver lutos pela perda da infância( a menina não quer mais as bonecas e o menino não mais se interessa pelos brinquedos de até aqui.. O jovem já sabe mais o que não é , mas ainda não sabe quem ele é. Às vezes parece que o lado criança que ficou para trás volta e ele/ ela regride e quer brincar com bonecas ou carrinhos. De repente dá vontade de resgatar aquele lado criança que na adolescência ainda não foi preenchido ( explicar que as perdas deixam um vazio interno que precisa ser ocupado por novas características ou aquisições).
O adolescente é muito vulnerável às críticas do meio social. E se de repente ele/a já tinha “botado pose de mocinha/o “ e quer voltar às coisas mais infantis, tem uma recaída, fica com medo que o grupo “ caia matando” sobre ele ( “ porque você é bobo, maricas, etc”. 
Esta oscilação de vontades vai provocar oscilação de humor, principalmente com seu grupo social de iguais. Ele enfrenta geralmente aqueles que representam alguma forma de autoridade e se rebela, porém no seu grupo de iguais, lá ele não se rebela porque se identifica, ele entra nos padrões do grupo.
Os autores Maurício Knobel e Arminda Aberastury (psicanalistas) dizem que a adolescência é um processo, uma síndrome de atitudes, sentimentos e comportamentos flutuantes, que em um adulto caracterizaria um quadro psicopatológico. Para eles tal fase é denominada Síndrome da Adolescência Normal ( o que é próprio da adolescência), que deve se encerrar com a elaboração dos três lutos no final da fase e a conseqüente aceitação da condição de adulto. Definir Síndrome, conjunto de características que definem um quadro, uma patologia; conjunto de sintomas). No livro do Osório, o correspondente à Síndrome é a “crise normativa, ou seja o momento evolutivo assinalado por um processo normativo, de organização ou estruturação do indivíduo”.
Tal Síndrome segundo estes autores se define através de dez características. A primeira delas é a busca de si mesmo, que acabamos de expor. A busca de si mesmo de Knobel, corresponde à busca de identidade de Osório, ou seja “ a consciência que o indivíduo tem de si mesmo como um ser no mundo”. Ou seja, “ a identidade é o conhecimento por parte de cada indivíduo da condição de ser uma unidade pessoal ou entidade separada e distinta dos outros, permitindo-lhe reconhecer-se o mesmo a cada instante de sua evolução ontológica e correspondendo no plano social à resultante de todas as identificações prévias feitas até o momento considerado”. (Osório,1989,pg. 15).
Continuando em Osório, ele citando o conceito operativo de identidade de GRINBERG diz que tal conceito está formulado a partir das noções dos vínculos de integração espacial, temporal e social do sentimento de identidade.
Ou seja, “ O vínculo de integração espacial está relacionado com a imagem corporal, ou seja, a representação que o indivíduo tem de seu próprio corpo com características que o tornam único “ (sic, Osório).
O vínculo de integração temporal corresponderia à capacidade do indivíduo de recordar-se no passado e imaginar-se no futuro, ou seja, é a base do sentimento de mesmidade, que é a capacidade de seguir sentindo-se o mesmo ao longo da vida, apesar do influxo das mudanças que ocorram interna ou externamente. (idem)
O vínculo de integração social diz respeito às inter-relações pessoais inicialmente com as figuras parentais e posteriormente com todas as figuras de relevância afetiva para o indivíduo no decurso de sua existência ( ibidem).
Osório ainda acrescenta que “ o sentimento de identidade é função de um equilíbrio dinâmico entre os três vértices do triângulo abaixo:
O que eu penso que sou
 SENTIMENTO
 DE IDENTIDADE
O que os outros pensam
 O que eu penso que
que sou outros pensam que sou
A tarefa básica do adolescente segundo Osório é então , do ponto de vista psicológico a aquisição desse sentimento de identidade pessoal. Por isso se diz que a crise evolutiva do processo adolescente é sobretudo uma crise de identidade.
2) A segunda característica é a tendência a andar em grupos
Os adolescentes tendem a se vestir iguais: o jeans, o tênis, a moda de vestimentas, de dançar, a gíria (linguagem). Pode parecer esquisito que na busca de identidade todo mundo seja igual. A tendência grupal, o grupo vai ditar muito do comportamento do adolescente. Fica todo mundo igual para depois com o tempo ficar cada um único.
As condições para pertencer aos grupos se dão através das cerimônias de iniciação em grupos sociais para sua aceitação ( são marcos a partir dos quais o jovem tornou-se moça ou rapaz. Ex: votar, dirigir com 16 anos. Para os rapazes, servir o Exército é uma cerimônia de iniciação ( o jovem sai do Exército diferente do que entrou. No Brasil, o vestibular marca a passagem da adolescência para a fase adulta.
Na busca de si mesmo e na tendência grupal, os adolescentes padronizam sua linguagem, suas vestimentas, seu modo de ser, seus interesses, gostos e comportamentos, até se descobrirem como alguém com características próprias. Ou seja, ele se separando, se distanciando dos pais, adere aos padrões grupais para depois se diferenciar (se individuar). Primeiramente ele vai se misturar para depois se caracterizar e sair independente.
No grupo há hierarquias, há chefes que ditam normas ( isso dá força ao adolescente: o que ele não faria sozinho, ele faz em grupo. Cada grupo que o adolescente pertence vai dar a direção do seu comportamento. Ele pode ser rejeitado pelo grupo e isto ele não arrisca ( quer pertencer.
3- Necessidade de intelectualizar e de fantasiar
O adolescente que intelectualiza vai explicar que o mundo, a sociedade “deveria ser assim ou assado”; vai desenvolver teorias do porque as pessoas são assim e se comportam de tal ou qual maneira e seria melhor se elas fossem diferentes. Uns vão usar alguns elementos da realidade para modificar o mundo e construir uma nova realidade.
O adolescente que fantasia vai Ter mil idéias, vai crer que está sendo atuante no mundo. Aquele que fantasia tende a ficar fora da realidade, o que intelectualiza mais engajado com a realidade. Intelectualizar é colocar idéias racionais no lugar de sentimentos.
Em termos de comportamento, os adolescentes geralmente passam a noite em claro, discutindo problemas políticos do mundo, ao invés de fazer suas coisas do dia-a-dia, como por ex. estudar ( enquanto buscam a solução para os problemas do mundo.
4- Crises Religiosas 
Agora ele também vai questionar a religião ( “ se Deus fossejusto eu não sofreria”. Tudo ele vai questionar ( está se questionando) ( isto faz parte de uma busca de identidade. Vai questionar a religião, crenças, Deus. Ele nunca se perguntou antes sobre tais questões, e nesta fase pode desembocar num dos extremos( ateu absoluto ou fanático religioso. Quando não consegue resolver suas questões de identidade pode se tornar um religioso fervoroso ( vai se apoiar na religião que vai ditar as normas de vida para ele.
5- Deslocalização temporal
O adolescente tem uma séria dificuldade de se localizar no tempo objetivo, por ex., que uma hora tem 60 minutos. Quando ele está tentando reformar o mundo e os pais querem que ele volte para casa, se ele estiver entretido em algo, ele perde a noção do tempo. Por ex: quando entra no banho e gasta um sabonete inteiro de uma só vez ( ele não percebe o passar do tempo uma vez que está tão entretido com seu corpo ( perde a noção do tempo real).
A deslocalização temporal aparece por ex., com as mudanças do corpo que ele ainda não consegue sentir como seu e assim se afasta das solicitações temporais da realidade. Ele entra num ritmo próprio, pois as descobertas que está fazendo são tão mais importantes que a realidade. E o ritmo é o de andar, escrever, se vestir, etc, que se refletem no espaço e no tempo que são referenciais de realidade ( o adolescente vive no tempo vivencial.
Aceitar as perdas significa aceitar a morte de parte do Ego e poder situá-las no passado e aos poucos projetar um futuro para si mesmo. Aos poucos surge o tempo conceitual. O adolescente se resolve quando o jovem pode reconhecer um passado e formular projetos de futuro, com capacidade de esperar e de elaboração no presente. O sentimento de mesmeidade ocorre nesta equação.
6- Evolução sexual do auto –erotismo até a sexualidade genital adulta (heterossexualidade ou não).
O adolescente vai se perceber como um ser sexual e reprodutor. Vai aparecer a possibilidade do relacionamento genital.
O auto-erotismo ( primeiramente voltado para si mesmo ( fica muito interessado em si mesmo, na busca e descoberta do prazer com o próprio corpo e no corpo ( não só na questão da masturbação, mas também em olhar, admirar e cuidar do próprio corpo. Quanto à masturbação é uma estratégia, um treino para aprender a administrar, conhecer a própria sexualidade. O auto –erotismo permite ao adolescente um ensaio do que pode acontecer junto com um(a) parceiro(a) sexual. Aqui vai ocorrer a mudança da imagem corporal.
7- Atitude social reivindicatória ( 
O que é reivindicar? Ex: carapintadas que se manifestaram a favor do impeachment do ex-presidente Collor. Exerceram pressão sobre os Congressistas ( ou seja, os adolescentes deixam de lado suas necessidades sexuais para se expandir no social político.
Muitas vezes os movimentos dos grupos de adolescentes têm a finalidade de promover mudanças sociais. Ex: Greenpeace ( no mundo todo é um movimento com adesão de muitos jovens ( se afeta o social afeta a ele também. Se ele está se modificando ele quer promover mudanças no mundo ou na sociedade.
8- Contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta
O adolescente é contraditório ( não é linear no que faz. O adolescente tem sua conduta baseada na ação ( em que até o pensamento precisa fazer-se ação ( atuar os impulsos) para poder ser controlado.
É a época das paixões eternas que duram uma festa; o sujeito estava indo super bem na escola e no semestre seguinte vai para o vermelho. É contraditório ( como pode mudar tanto? Ele hoje ama uma pessoa e amanhã ele a odeia eternamente – o que pode durar 15 minutos. O jovem se assusta muito com a intensidade das próprias paixões. Se considerarmos o que o adolescente pensa ou faz como definitivo, nós nunca vamos entender nada sobre ele, uma vez que nem ele mesmo se entende. O adolescente é muito impulsivo ( tem vontade ele faz, não pára para refletir, atua os próprios impulsos.
Na questão das contradições aparecem as queixas sobre os pais e dos pais em relação aos adolescentes.
9- Separação Progressiva dos Pais
O movimento natural do desenvolvimento afetivo, emocional e social da criança é na direção de ir se desprendendo dos pais, que ele vá para o mundo, que é um movimento progressivo (aos poucos), que vá passando do papel de filho ao papel de mãe ou pai. 
A separação progressiva se dá na medida em que ele vai se sentindo mais independente, tem mais clareza da sua identidade; fez esse questionamento todo, brigou bastante e pode ser ele mesmo e também sentir que tem aquele porto seguro que são os pais. Mudar de papel é amadurecer, é ir se encontrando. O adolescente precisa “matar simbolicamente os pais” para deles se diferenciar e também para se afastar, uma vez que a adolescência traz consigo a possibilidade de vida sexual adulta e portanto a possibilidade de realização do Édipo que no início da adolescência é reeditado.
Os pais também participam da resolução da separação progressiva, uma vez que eles precisam também aceitar a perda do filho da infância, “ também os pais vivem os lutos pelos filhos, precisam fazer o luto pelo corpo do filho pequeno, pela sua identidade de criança e pela sua relação de dependência infantil. Agora são julgados por seus filhos, e a rebeldia e o enfrentamento são mais dolorosos se o adulto não tem conscientes os seus problemas frente ao adolescente......Também os pais têm que se desprender do filho criança e evoluir para uma relação com o filho adulto, o que impõe muitas renúncias de sua parte. Ao perder para sempre o corpo do seu filho criança, vê-se enfrentado com a aceitação do porvir, do envelhecimento e da morte. Deve abandonar a imagem idealizada de si mesmo que seu filho criou e na qual ele se acomodou...........ao mesmo tempo, a capacidade e as conquistas crescentes do filho obrigam-no a enfrentar-se com suas próprias capacidades e a avaliar suas conquistas e fracassos...............Só quando puder se identificar com a força criativa do filho, poderá compreendê-lo e recuperar dentro de si a sua própria adolescência” ( Aberastury, 1992)
10- Flutuações Constantes de Humor e de Estados de Ânimo
O adolescente está rindo e por um nada fica irritado e pode ter uma explosão comportamental. Ele desafia a autoridade, está sempre ultrapassando seus limites ( ele acha que ele pode, que vai se safar ( ele funciona de modo onipotente, ou seja, acredita que com ele nada vai acontecer ( ele só vai perceber seus próprios limites ou o limite das coisas quando “quebrar a cara”.
Na questão da identidade, entra também a consciência moral ( do que posso ou não fazer _( entrar aqui com o desenvolvimento moral e cognitivo na adolescência.
Atualmente observamos comportamentos dos adolescentes e não só deles, que têm por objetivo provocar SENSACIONALISMO que entendemos enquanto:
· necessidade de PODER; ou
· necessidade de EXCITAÇÃO
o que indica a NÃO separação entre o PÚBLICO e o PRIVADO;
os VALORES ESTÃO FORA DA PESSOA; então
você VALE pelo que APARENTA.
SENSACIONALISMO ( tem a ver com a EXACERBAÇÃO das SENSAÇÕES.
EX: o filme o 4º Poder em que a Mídia via Sensacionalismo vende ao público emoções excitantes.
 A Internet, os Blogs e o Face book em que as pessoas relatam tudo o que fazem, detalhadamente, sejam atividades do cotidiano, sejam assuntos que têm a ver com sua vida íntima
O adolescente e a droga
Definição de droga ou tóxico: Segundo a OMS, droga ou tóxico é qualquer substância que cria por ela mesma a necessidade de seu uso e que, para obter o efeito desejado, exige sempre o aumento da dose e da periodicidade de seu uso.
O “efeito desejado”. Qual é o efeito desejado?. No caso das drogas os efeitos desejados são vários:
· o bem estar, “ o ficar numa boa”; 
· a diminuição do senso crítico e assim a alteração da percepção da realidade;
· a auto afirmação;
· o lúdico; 
· as compensações neuróticas, ou seja, a droga produz o efeito de “tirá-lo de uma pior” que é o estado habitual do neurótico;
· a atenuação da carência alimentar ou afetiva.
A drogatem sempre o efeito de alterar a percepção da realidade. As drogas que afetam o nosso comportamento ou nosso estado de espírito agem justamente alterando o nível dos neurotransmissores. Algumas estimulam sua produção, fazendo com que os impulsos passem mais depressa ou por mais caminhos; outras bloqueiam a passagem dos neurotransmissores, simulando um estímulo que não existe.
Assim, existem drogas: 
· estimulantes, que intensificam as sinapses;
· depressoras, que inibem as sinapses;
· alucinógenas, que provocam grande confusão ou alteração das sinapses.
Estimulantes: as naturais são a cafeína e a cocaína. As sintéticas são as anfetaminas, conhecidas popularmente como “bolinhas”.
Depressoras: naturais são os opiáceos (narcóticos) e o Álcool. Os sintéticos são os sedativos (barbitúricos, os ansiolíticos (benzodiazepínicos) e os antidepressivos.
Alucinógenas: naturais são a maconha, a mescalina e os cogumelos. As sintéticas são são o ácido liségico (LSD) e outros voláteis (evaporável), como a lança-perfume, por ex.
Para que uma substância faça parte deste quadro ela tem que apresentar características específicas, além de alterar o estado de espírito do usuário. Tais características estão relacionadas com os conceitos de tolerância, dependência e síndrome de abstinência.
Tolerância é a necessidade cada vez maior de aumentar a quantidade de droga utilizada para a obtenção do mesmo efeito.
Síndrome de Abstinência é um comportamento desesperado, a terrível sensação da ausência da droga. O dependente passa a procurar a droga, não mais pelas boas sensações que ela possa trazer, mas para livrar-se do sofrimento quando da abstenção da mesma.
Consecução do Status Adulto 
Para Erikson as fases do desenvolvimento adulto após a resolução da adolescência ele as denomina de fases “para além da identidade”. 
 Levinson que fez também uma teoria sobre o desenvolvimento nas fases adultas e colhia material de seus entrevistados a partir de discurso livre (entrevista aberta) diz: “são entrevistas excelentes, com grande quantidade de boas citações, o que significa que você está captando a pessoa em sua plenitude ou em seu vazio”.
 
Assim quando olhamos adultos se desenvolvendo é preciso levar em conta os três seguintes aspectos:
a- localizar as mudanças internas que os indivíduos apresentam ou não nas diferentes fases
b- podemos comparar os ritmos de desenvolvimento de homens e de mulheres. As crises psicossociais e as fases são as mesmas para ambos os sexos. No entanto, as questões que eles se colocam sobre sua vida e seu desenvolvimento nem sempre acontecem nas mesmas idades.
c- Podemos olhar também as crises previsíveis para os casais.
Por ex., quando os homens desenvolvem sua auto-confiança na década dos vinte, as mulheres casadas tradicionalmente estarão perdendo sua atitude rebelde e mais segura da adolescência. Perto do 40 anos os homens tendem e a se acalmar e as mulheres buscam um sentido para suas vidas, então estão mais inquietas e querem realizar-se. Para as mulheres há mais restrições sociais e mais contradições internas até os 40 anos, o que se modifica daí para a frente.
 Podemos denominar de passagens as transições críticas de um período a outro da vida
Gail Sheehy em seu livro Passagens – crises previsíveis da vida adulta compara a lagosta que ao crescer larga sua casca, com o ser humano ao transitar de um estágio a outro da vida adulta. A lagosta , cada vez que cresce de dentro para fora fica temporariamente vulnerável até que uma nova casca substitua a anterior. Assim, quando passamos de um estágio a outro da vida adulta, temos de mudar a nossa estrutura de proteção. A cada vez que nos modificamos e superamos uma passagem (crise) ganhamos um período de vida mais prolongado e mais estável, no qual encontramos uma certa tranqüilidade e a sensação de reconquista de equilíbrio.
1- Acontecimentos balizadores
2- Acontecimentos extemporâneos
3- Acidentes da vida
1- Os acontecimentos balizadores são os fatos concretos de nossas vidas como formatura, casamento, novo emprego, filhos, etc.
Desenvolvimento não é definido em termos de acontecimentos balizadores, mas em termos das mudanças que começam internamente. 
Em qualquer momento nossa vida incorpora aspectos internos e externos. A esfera externa diz respeito à nossa participação na cultura – emprego, nossos papéis familiares e sociais, classe social, ou seja, como nos apresentamos ao mundo e dele participamos.
A esfera interior tem a ver com os significados que nossas participações têm para cada um de nós ( quais aspectos de nossa personalidade podemos viver e quais estamos reprimindo? Como nos sentimos em relação à nossa maneira de viver no mundo a qualquer momento?
Geralmente atribuimos nossas dificuldades a causas externas e não à nossa vida interior. È no mundo interno que os desequilíbrios, a instabilidade e insegurança se dão e exigem adotar mudanças na fase entrante. 
A cada passagem haverá mudanças em quatro áreas de nossa percepção de como nos sentimos em relação à vida que vivemos:
a- a sensação do eu em relação a outras pessoas
b- a proporção de segurança que sentimos em nossas vidas
c- nossa percepção do tempo
d- algo visceral que sentimos quanto à nossa atividade ou estagnação.
Pg 30 da Gail “ Não é fácil viver uma vida adulta. Cada passo implica não apenas novas tarefas de desenvolvimento mas exige o abandono de técnicas que funcionavam anteriormente. A cada passagem é preciso renunciar a alguma magia, é preciso lançar fora alguma cara ilusão de segurança e algum sentido confortavelmente familiar de identidade, é preciso levar em conta a dilatação de nossa própria individualidade” Temos que querer mudar e estar dispostos às contingências e às consequências de nossas mudanças
2- Acontecimentos extemporâneos( quebram a sequência e o ritmo esperado do ciclo vital. São situações de nossas vida que acontecem fora do tempo previsto do ciclo vital e daí geralmente retardam ou adiantam nossas passagens.
3- Acidentes da vida ( geralmente ameaças reais à própria vida: guerra, depressão econômica, a perda de um pai ou de um filho.
ADULTO JOVEM (20-40 ANOS)
Merval Rosa, em Psicologia da Idade Adulta. São Paulo, Vozes.
Adulto, no mundo ocidental, é aquele que desempenha as funções normais e produtivas da sociedade. 
Para o homem, o serviço militar inaugura a vida adulta.
1. Características da fase:
Ocorrem mudanças significativas na vida do indivíduo em termos de ajustamentos pessoais e sociais. Fase nova e produtiva e também de estabilização de seus padrões típicos de comportamento, na qual define principais características de sua personalidade.
Entre 30 e 40 anos ( indivíduo define sua filosofia de vida, ou seja, modos como ele lida com os problemas do viver seu estilo de viver.
Geralmente a própria vida profissional e matrimonial envolvem o indivíduo de modo a deixá-lo num certo isolamento social no qual liga-se uns poucos amigos próximos.
Profissionalmente ( fase ligada à ambição de crescer na vida.
Fase de mudança de interesses e valores de vida.
Fisicamente ( período de maior vigor quanto à agilidade, rapidez e força.
Segundo Hurlock ( atividades que exigem respostas rápidas encontram neste período sua maior intensidade. Capacidade de concentração é muito boa e vai melhorando.
2. Tarefas evolutivas:
 Segundo Havighurst, as principais tarefas da fase são:
-escolha de um cônjuge;
-aprender a conviver com o cônjuge;
-iniciar a própria família;
-educar sua própria família;
-dirigir o lar;
-estabelecer-se profissionalmente;
-assumir responsabilidades cívicas
-encontrar um grupo social congenial (com o qual se identifique).
O sujeito tem que aprender a ser independente e responsável por suas próprias decisões.
Dos 20 aos 30 anos ( ele vai definir questões que lhe darão o senso de identidade pessoal.
Dos 30 aos 40 anos ( fase de aprofundamento da própria experiência.
O jovem adulto tem como metas sua independência emocional, social e econômica.
Independência emocional ( a maisdifícil. A pessoa relaciona-se afetivamente com seus pais e parceiro/a, mas não depende deles para sua segurança pessoal.É autoconfiante e capaz de decidir sobre suas coisas na vida.
A independência emocional é a habilidade de receber, compartilhar e dar amor.Ou, “eu posso enfrentar meus problemas sozinho, mas estou pronto a compartilhar meus sentimentos com outros e deixar que eles se tornem parte relevante da minha vida e das minhas decisões. 
A pessoa emocionalmente dependente seria “ eu preciso do amor, da atenção e do apoio de todos”.
O auto-suficiente é aquele que diz “ eu não preciso de ninguém” ( o que indica seu medo de se ligar e sofrer, ser magoado.
Definir aqui Interdependência.
Independência social (o processo de independência inicia-se na adolescência e fecha-se no adulto emocionalmente maduro e psicologicamente ajustado. Implica em:
Responsabilidades: cívicas, políticas, ocupacionais, educacionais, religiosas e comunitárias.
Para Kaluger, a essência da independência social são uma confiança social e auto-direção quanto à decisão e pensamento sociais.
Confiança social (seria quanto a sociedade pode contar com o indivíduo para atividades que contribuem para o bem estar social e pelo comportamento social responsável. .(Atividade participante)
Auto-direção ( padrões próprios de vida, pensamento e ação; e liberdade interna, i.é., não se deixar dominar pelo grupo
Independência econômica( aceitar as responsabilidades financeiras, auto-sustento e manutenção da família. (Aceitar responsabilidades da vida adulta)
Mudanças no campo de Interesses e Sistema de valores
No adolescente a consecução da identidade define o sistema de valores do indivíduo que tem grande probabilidade de se estabilizar em sua vida.
Hurlock ( Em relação ao adolescente, o adulto jovem tende a limitar seu campo de interesses, porém concentra-se com maior ênfase neles à medida que responsabilidades e a vida se modificam..
Na vida do adulto jovem ocorrem:
1- Mudança nos padrões de vida ( reavalia seus interesses antigos quanto ao seu tempo disponível, sua energia, dinheiro e companheirismo em seu novo estilo de vida.
2- Mudança de estado civil: estado civil determina o estilo de vida.
3- Mudanças de preferências: jovem adulto muda preferências que afetam/influenciam seus interesses. Quanto maior seu amadurecimento é mais estreito seu campo de interesses, que no entanto, são mais estáveis.
4- Mudanças devidas a pressões culturais e ambientais ( interesses são influenciados pelo grupo social, então se valores do grupo mudam, os interesses do indivíduo tendem a mudar. Salientam-se aqui:
A- Religião ( jovem adulto já se definiu com relação à religião. Às vezes nos mantemos afastados da religião ou a respeitamos socialmente. Com a chegada dos filhos os pais às vezes se preocupam em direcioná-los espiritualmente. Os fatores relacionados ao interesse religioso:
a-Sexo ( mulheres mais interessadas que homens pela religião.
b-Classe social ( classe média mais que a baixa e a alta interessada nas praticas religiosas, pois a religião está associada aos valores morais e espirituais da sociedade.
c-Família de origem do indivíduo ( quando na família de origem praticas religiosas fazendo parte da vida.
d-Interesse religioso de amigos ( jovem adulto valoriza suas amizades e pode ser influenciado por praticas ou não praticas religiosas dos amigos.
e-Preocupação com a morte ( pessoas extremamente preocupadas com esta questão, tendem a se vincular á religião.
f-Padrão de personalidade ( personalidades autoritárias mostram maior interesse pela religião porque são apoiadas pela autoridade externa (heteronomia) que lhes dá sentido de segurança.Pessoas com autonomia interna podem se ligar à religiosidade em seus aspectos místicos.
B- Mudanças nas áreas de recreação e Entretenimento:
Segundo Hurlock, dependem:
a) Tempo ( adulto jovem tentando se inserir na grande sociedade e ter ascenção social: assim, grandes períodos dedicados ao trabalho e a atividades em torno do trabalho. Precisa ter tempo e dinheiro.
b) Estado civil ( jovens casados têm menos tempo e dinheiro disponíveis para lazer e acabam por concentrar tais atividades em casa como : TV, Vídeo, amigos.
c) Status sócio-econômico ( determina sua atividade de lazer tanto quanto à qualidade, quanto à freqüência.
· classe média ( lazer centrado na família; Lazer mais comum : leitura, música, vídeo, Internet,cinema,teatro.
· classe baixa ( adulto jovem procura recreação comercializada fora de casa.
Atualmente classe média procurando lazer comercializado fora de casa o que acarreta um afastamento emocional dos filhos (pg.20). 
Na vida moderna quanto maior a família e quanto menor o salário, mais tempo dedicado à TV.
C-Mudanças na participação social
Fatores que influenciam a participação social:
1- Mobilidade social ( quanto maior for sua ambição social, mais ele participa das organizações sociais da comunidade.
2- Classe social (geralmente sujeitos das classes média e alta são mais ativos nas organizações da comunidade e podem exercer papéis de liderança.
3- Sexo ( homem casado mais livre para participar de atividades sociais fora do lar do que a mulher casada. A mulher solteira é mais ativa na comunidade do que o homem.
4- Idade de amadurecimento sexual ( pesquisa mostra que indivíduos que amadurecem sexualmente mais cedo tendem a ser mais ativos nas organizações da comunidade e a serem seus lideres.
5- Ordem de nascimento ( pesquisa refere que primogênitos geralmente são mais inseguros emocionalmente e tendem a ter mais atividades sociais.
D- Mudanças nas amizades
Adolescentes geralmente têm grande número de amizades. O amadurecimento torna o indivíduo mais seletivo quanto às amizades.
A Meia-Idade
A partir dos 35/40 anos a pessoa já tem uma história, um passado de lutas e conquistas que se deram para ser aceita como indivíduo e membro da sociedade em que vive. Desenvolveu seus vários papéis e funções sociais, já conquistou uma estabilidade social. Ela tem ou é uma personalidade. Uma vez que a partir da fase dos 40 anos ela já cumpriu com as exigências que a sociedade lhe cobra, ela começa a se questionar sobre a própria satisfação com sua vida, as escolhas que fez até agora, e se percebe no momento querendo ir em busca de coisas ou desenvolvimentos que dizem respeito mais a ela mesma.
Segundo Jung, instala-se a crise da Metanóia ( para além do conhecimento objetivo).Se a pessoa decidir-se a enfrentar esta crise, ela vai começar a entrar no processo de individuação, ou seja, o despojar-se da máscara social e ir em busca de ser cada vez mais si mesmo. O primeiro passo no processo de individuação é o abandono da Persona, que é a máscara e o assumir da Sombra. Para haver individuação é preciso o uso construtivo, a integração dos opostos na personalidade.
Para Jung, a Persona é a máscara que cada indivíduo desenvolve para ser aceito socialmente ( é um conjunto de características que fazem parte da individualidade do sujeito, mas se destacam pela importância que a sociedade lhes confere e passam a constituir a máscara com que o indivíduo se apresenta socialmente.
A crise se dá quando a pessoa começa a entrar em contato com sua Sombra( os lados desconhecidos de sua personalidade que, por repressão ou por falta de oportunidade não pode desenvolvê-los. Ex., mulheres muito reprimidas podem assumir sua agressividade, sua sexualidade sem culpas.
Para Jung “ muitas vezes é como uma espécie de mudança lenta no caráter da pessoa; outras vezes são traços desaparecidos desde a infância que voltam à tona; às vezes também antigas inclinações e interesses habituais começam a diminuir e são substituídos por novos. Inversamente, e isto se dá muito freqüentemente, as convicções e os princípios que os nortearam até então, principalmente os de ordem moral, começam a endurecer-se e enrijecer-se, o que pode levá-los, crescentemente, a uma posição de fanatismo e intolerância, que culmina por volta dos 50 anos. É como se a existência destes princípios estivesse ameaçada,e por tal razão, se tornasse mais necessário enfatizá-los”. “ O vinho da juventude nem sempre se clarifica com o avançar dos anos; muitas vezes até mesmo se turva”. Tais pessoas da mesma forma como lhes foi difícil se libertarem da infância, agora mostram uma resistência a deixarem para trás a juventude, recuando assustados ante a segunda metade da vida. Parece a Jung que a causa principal de tais sentimentos de resistência ou de enfrentamento da crise é uma mudança singular que se passa nas profundezas da alma. Ele toma como metáfora para caracterizá-la o curso diário do sol. Desde o momento que nasce o sol começa a subir no céu, até que chega ao centro do firmamento ao meio-dia quando então irradia sua luminosidade total e amplamente. A partir de então começa a descer no céu, quando a quantidade de sombra vai aumentando até que ele se recolhe no horizonte. A vida humana até o meio-dia, em torno dos 35 ou 40 anos estaria num crescendo de desenvolvimento e expansão. Precisamente nesta época o sol começa a declinar e esse declínio significa uma inversão de todos os valores e ideais cultivados na primeira metade da trajetória humana. O sol torna-se então contraditório consigo mesmo. É como se recolhesse dentro de si seus próprios raios em vez de emití-los. A luz e o calor diminuem e por fim se extinguem”.
As mulheres vão desenvolver seu lado interno complementar – seu ANIMUS – a sombra que contém aspectos masculinos em sua personalidade, ou seja maior objetividade e agressividade.
Os homens devem poder desenvolver sua ANIMA, suas características femininas que têm a ver com permitir-se entrar em contato com seus sentimentos mais profundos.
Quando as duas partes de um casal encaram cada uma a própria sombra, as próximas décadas da vida conjugal vão tender para uma renovação e um enriquecimento da relação. Cada vez mais eles se tornarão mais companheiros. Agora não fazem mais as coisas para aparecer socialmente, mas essencialmente para sua auto-satisfação. É uma fase de nova expansão da consciência. A mulher desenvolve sua inteligência e o homem seus sentimentos ternos. “ Para o jovem constitui quase um pecado, ou pelo menos um perigo ocupar-se demasiado consigo próprio, mas para o homem que envelhece é um dever e uma necessidade dedicar atenção séria ao seu próprio Si-mesmo. Depois de haver esbanjado luz e calor sobre o mundo, o sol recolhe os seus raios para iluminar-se a si mesmo. Em vez de fazer o mesmo, muitos indivíduos a partir da meia idade e durante a velhice preferem ser hipocondríacos, avarentos, dogmatistas e louvadores do passado, ou até mesmo eternos adolescentes, lastimosa ilusão de que a segunda metade da vida deve ser regida pelos princípios da primeira”.
Assim, se não ocorrer o enfrentamento da crise e não houver este recolhimento e a busca de um significado para a própria vida as pessoas tenderão a projetar sua sombra e como argumentado anteriormente caminharão para uma velhice com muito sofrimento. Conceituar Projeção ( colocar no outro sentimentos que não quer ver em si mesmo.
“ O ser humano não chegaria aos 70 ou 80 anos, se esta longevidade não tivesse um significado para sua espécie. Por isto, a tarde da vida humana deve Ter também um significado e uma finalidade próprios, e não pode ser apenas um lastimoso apêndice da manhã da vida” ( As Etapas da Vida – pg 417 parágrafo 787 – ler).
Falar também da fase do Erikson Generatividade x Estagnação.
O homem maduro precisa sentir-se necessitado, e a maturidade necessita da orientação como do estímulo daquilo que tem sido produzido e de que deve cuidar.
O desenvolvimento evolucionário fez do homem o animal que ensina, que institui, assim como o que aprende.
A generatividade então é a preocupação relativa a firmar e guiar a nova geração. Termos equivalentes seriam produtividade e criatividade. Seria a relação do homem com sua descendência – e portanto com os vínculos intergeracionais, bem como com sua produção.
A estagnação vai significar a dificuldade de continuar se desenvolvendo o que irá dificultar a superação da próxima crise ( na estagnação o indivíduo começa a morrer psicologicamente).
O sentimento básico é Cuidado .
A Meia-Idade Síntese de Merval Rosa, Psicologia Evolutiva 
Há dois modos de encarar a meia-idade:
· o adulto na busca de se manter jovem e ativo na vida ( geralmente anseios de classe média;
· aqueles adultos da “filosofia da cadeira de balanço” ( procuram um modo mais descontraído de viver ( aparece mais na classe baixa.
 Fase da Maturidade ( assumir uma atitude realista para com as próprias mudanças externas e internas, e também com relação a seus ideais e objetivos na vida.
· ocorre mudança na relação com o tempo ( a pessoa passa a olhar a vida em relação ao tempo que lhe resta para viver ( “consciência da finitude do tempo ( daí que passa a organizar a vida sobre suas características e estabilidade (e não mais sobre ideais e objetivos que tem a ver com a adolescência;
· desenvolve meios mais eficientes de lidar com o stress e as mudanças na vida, a julgar os fatos e a tomar decisões responsáveis;
· vai desenvolvendo um sentido de autoconfiança e não é mais excessivamente preocupado com o que os outros pensam dele.
A meia-idade ( é a idade dos ajustamentos às mudanças físicas e psicológicas, mas é uma fase de transição de uma crise sobretudo psicológica. É também uma fase de realizações.
- mudanças físicas e mentais dando assim ao indivíduo uma nova visão da existência;
stress somático: envelhecimento físico;
stress cultural : ênfase da sociedade sobre a juventude;
stress econômico: educação dos filhos (geralmente na adolescência);
stress psicológico: pode ocorrer morte do conjuge e saída dos filhos de casa; tédio e medo de morrer.
Para Erikson ( geratividade X estagnação
· pode ser a época do prestígio e da autoridade;
· uma fase de avaliação da vida, do que se alcançou em função das próprias aspirações e das expectativas dos outros.
· Tarefas Evolutivas
1. Ajustar-se a responsabilidades cívicas e sociais;
2. Estabelecer e manter um padrão econômico de vida;
3. Ajudar os filhos adolescentes a se tornarem adultos;
4. Desenvolver atividades de lazer próprias do adulto;
5. Relacionar-se bem com o conjuge;
6. Aceitar as mudanças fisiológicas
7. Ajustar-se aos pais em processo de envelhecimento
A Velhice
A aposentadoria por volta dos 65 anos demarca um ritual de passagem ( é a entrada na velhice. Os idosos tendem a medir o tempo em função dos anos que lhes restam, ao invés de sobre os anos vividos. A transição crítica se dá na época da aposentadoria para os homens e mulheres com vida profissional, ou para a dona de casa quando da aposentadoria do marido.
A aposentadoria pode significar:
- a cessação merecida da vida profissional, o que permite às pessoas desfrutarem a vida daí em diante;
-ou pode significar ser descartado, tornar-se inútil e desgastado para a produção e para a sociedade. 
A diferença se dá pelo modo como o indivíduo encara esta passagem:
- uma postura ativa – “ estou me aposentando”, ou
- uma postura passiva – “ estou sendo aposentado”.
Segundo Lidz, se a aposentadoria puder ser desfrutável ( um outono de tonalidades profundas mas brilhantes, dependerá da renda e da saúde da pessoa; e será desfrutável sobretudo em função da personalidade do indivíduo e das contingências.
Para Erikson, a tarefa crítica da fase é “ a aceitação do ciclo de vida único da pessoa e daquelas que se tornaram significativas para ela, como algo que tinha que ser e que por necessidade, não permitiu substituições”. Ele denomina esta fase como Integração do Ego x Desesperança.
Para Lidz, “ Integridade necessita a sabedoria de compreender que não existe “se” na vida; que uma pessoa nasceu com certas capacidades, filha de um casal de pais, em circunstâncias específicas da vida, em uma dada época da História; encontrou várias condições e tomou numerosas decisões. Se qualquer destas circunstâncias poderia ter sido mudada é questionável, mas o passado não pode ser alterado,embora a atitude de uma pessoa para com ele possa. É tarde para começar uma nova vida, mas as pessoas podem usar suas experiências, conhecimento acumulado e julgamento maduro para suavizar suas próprias vidas e melhorar o caminho para os que lhes seguem. Alguns procurarão adicionar algo à herança de sua cultura, deixar o mundo modificado para melhor, porque viveram”.
A conseqüência negativa da vida neste estágio é o desespero ( desespero de que a vida única foi desperdiçada, enchendo assim os dias com amargura ou ódio a si mesmo, deste modo jogando fora, excluindo o uso sábio e construtivo das experiências de toda uma vida. 
Nesta fase as pessoas vão em direção ao completamento de seu ciclo de vida, procurando trazer um sentido de conclusão a suas vidas e de completamento de seus afazeres.
A maioria das pessoas neste processo revisam o que foram. Conseguir o fechamento de sua vida pode manter certas pessoas completamente ocupadas. Geralmente também sobra tempo para o lazer.
Freud definiu normalidade como “a capacidade de amar e de trabalhar”. Lidz propõe que se acrescente “e de utilizar e desfrutar do lazer”. Dizer que neste final do sec.XX estamos caminhado para a sociedade do lazer, o Homo Ludens.
A velhice é por um lado a perda de poder – em função das perdas biológicas e cognitivas que decorrem da fase, e também da aposentadoria. Mas também pode ser uma época de satisfação e prazer para muitos. Satisfação com a diminuição das paixões e com o alívio do esforço e luta apaixonantes – bem como com a aceitação ou até a resignação do modo como a vida se desenrolou. O prazer deriva das atividades de lazer, das recompensas da satisfação, da felicidade dos filhos e dos netos, dos sucessos de seus herdeiros espirituais ou das instituições que ajudou a criar.
O período da velhice como um todo pode ser considerado pelas pessoas como o fim da linha, onde ficam na periferia da vida esperando a véspera do nada, ou como uma época de conclusão descansada da vida, que ainda contém muito para sentir e desfrutar.
Para Lidz, a velhice avançada se dá a partir dos 75 anos quando vem a senescência e as pessoas ficam mais dependentes dos outros.
Senilidade é uma fase que não ocorre a todos, quando o cérebro já não mais funciona como o órgão de adaptação, e as pessoas entram na sua segunda infância quando exigem cuidados quase absolutos de outros.
Reichard et al. realizaram em 1962 uma pesquisa somente com homens, donde fizeram uma tipologia em função do ajustamento ou não à aposentadoria. Assim definiram 3 tipos de indivíduos que se ajustam e dois tipos que se dão mal com a aposentadoria, a saber:
· maduro ( são homens capazes de se aceitarem realisticamente, que encontram satisfação em relacionar-se com os outros, como também em várias atividades. Consideram que suas vidas foram compensadoras, têm a velhice como coisa certa e fazem o melhor que podem sem sofrer neuroticamente.
· Os homens da cadeira de balanço ( são os que dão as boas vindas à oportunidade de estarem livres de responsabilidades, e na velhice favorecem suas necessidades passivas. Em função disso, a velhice lhes traz compensações para suas desvantagens.
· Os encouraçados ( são homens que afastam seu temor do declínio físico e da morte, mantendo-se ativos, e suas fortes defesas lhes permitem ajustar-se bem.
No grupo dos mal-ajustados há:
· os homens irados ( que se sentem amargurados por não terem conseguido atingir suas metas na vida e culpam os outros por seus desapontamentos. Não aceitam que se tornaram velhos.
· Os que odeiam a si mesmos ( que voltam seus ressentimentos contra seus fracassos na vida para dentro de si mesmos e se culpam. Ser velho é sentido por eles como inadequação. ( citado em Lidz, A Pessoa, ....,1983).
Um ajustamento satisfatório à velhice requer a aceitação dos próprios limites e limitações. Mas também pode ser um período de crescimento, quando a experiência e a sabedoria acumuladas podem ser usadas em benefício dos outros, por ex., em assuntos comunitários. Tem-se a impressão que as pessoas que continuam com algum tipo de atividade produtiva permanecem alertas por mais tempo. E há tempo também para observar, contemplar e juntar os fios da trama. Os jovens são mais ação, os idosos mais contemplação. Alguém disse que o ser humano torna-se Filósofo a partir dos 60 anos. Há pessoas, artistas e governantes que parecem ficar mais produtivas à medida que envelhecem. Diz um ditado popular que os melhores vinhos são os mais envelhecidos. Por ex., Picasso ( talvez por se sentirem mais livres para se expressar. Darcy Ribeiro, que com câncer e hospitalizado, fugiu do hospital para concluir seu livro, o que fez e ainda escreveu mais um outro.
Vida é movimento, e se houver parada, esperar e deixar de usar os recursos próprios levam à estagnação, à desesperança ou à regressão.Falar da depressão relacionada à perda dos dentes.
Entre os casais que vão envelhecendo juntos, geralmente eles se aproximam mais e são mais tolerantes um com o outro, à medida que se tornam mais interdependentes. Podem também se tornarem mais irritadiços entre si, uma vez que estão juntos a maior parte do tempo. Mas geralmente, eles se importam um com o outro, aceitam o auxílio do outro e esperam jamais precisar do auxílio de alguém mais. O amor apaixonado da juventude pode ter se aquietado durante a meia-idade, em uma aceitação menos romântica um do outro, mas suas vidas vão se tornando completamente entrelaçadas por inúmeras experiências compartilhadas. Muitas vezes ocorre uma onda de amor romântico profundamente sentido. Sua vida sexual pode ser menos apaixonada e ativa. O conforto da proximidade sensual pode tornar-se mais importante que o prazer orgástico. E contrariamente à crença dos jovens, os idosos podem se manter sexualmente ativos até idade avançada. Todavia a urgência sexual diminui ou desaparece, e os idosos já não estão mais à mercê dos impulsos sexuais, salvo se tiverem a necessidade de se reassegurarem e deste modo contrariar os sentimentos de velhice pelo ato sexual.
“ Os velhos sabem e querem mas não podem; os jovens querem, podem mas não sabem”.
Barreto, Maria Letícia- Síntese : A velhice na realidade social (in, Admirável Mundo Velho)
Os mitos sobre a velhice envolvem e afetam a velhice.
Século XX : velhice disfarçada, negada ( é bonito ser um velho, que não aparente ser velho.
Quais serão as idéias sobre a velhice no Brasil hoje? Como os velhos são percebidos?
Áries estuda a evolução da mudança de atitudes ao longo dos séculos ( “assim passamos de uma época sem adolescência a uma época em que a adolescência e´ a idade favorita”. Essa evolução acompanhada por outra paralela mas inversa, em relação `a velhice. A velhice começava cedo na historia humana. Em Moliere, o ancião e´ considerado ridículo.
Inicialmente havia o ancião respeitável, o ancestral de cabelos prateados, o sábio de prudentes conselhos, o patriarca experiente.
Hoje há ainda restos do respeito pelo ancião, mas esse respeito não tem objeto pois atualmente o ancião desapareceu sendo substituído pelo “homem de uma certa idade” ou “Senhores e senhoras bem conservados”. A idéia tecnológica da conservação substituiu a idéia biológica e moral da velhice.
Hoje nega-se a velhice valorizando-se aqueles que conseguem disfarça´-la.O conceito de velho, velho sábio,desapareceu e tornou-se um conceito abstrato.
No Brasil onde as diferenças de classe são marcantes e que a maioria da população e´ carente, os trabalhadores, os camponeses, os subempregados envelhecem precocemente. Serão sábios? Mas não são vistos assim pois não são “cultos” ( não cabem na idéia burguesa de sabedoria.
Os velhos das classes dominantes considerados sábios, pois tem instrução, linguagem cuidada e cultura erudita, esses não são considerados velhos, pois andam bem vestidos e aparentam jovialidade.
Assim, temos o preconceito contra a velhice que e´ mais forte que o preconceito racial. Observemos as expressões “velha muito conservada” ou “velho de espírito jovem”. Este preconceitoesta´ incorporado na sociedade e e´ aceito pelos próprios idosos.
Nas sociedades capitalistas o valor e´ produção e o idoso e´ visto como menos produtivo ou não produtivo. Segundo Simone de Beauvoir ( a sociedade ocidental e o consumismo são responsáveis pela marginalização do idoso, isto é, não produz e é instigado a consumir, e o consumo pede constantemente “o novo”.
Então, como a velhice e´ vivida e pensada hoje? Como e´ sentida? Como e´ percebida? Qual sua representação na literatura, nos meios de comunicação de massa, na ideologia, no imaginário dos jovens e dos próprios idosos?
 O corpo na velhice
Velhice associada a modificações no corpo, que são visíveis : cabelos brancos, rugas, andar mais lento, coluna encurvada, redução da visão e audição ( donde o jovem e´ ligado `a beleza e “o velho e´ feio”.
Fisiologicamente os processos do organismo tem seu ritmo reduzido( cicatrização mais lenta, ossos mais sujeitos a fraturas, etc, quando o corpo do idoso e´ “um corpo frágil “, o que também compromete sua auto-imagem, que pode levar a problemas psicológicos, geralmente depressão, em função das perdas orgânicas e `as mudanças na forma e beleza do corpo, levando a pessoa a se “assumir velha”. Alguns tentarão adiar este momento, outros exagerarão nas conseqüências da velhice ( o que vai afetar as atitudes da pessoa frente `a saúde, doença e cuidados com o corpo. Alguns se tornam hipocondríacos ( busca obsessiva de doenças em si mesmos, como se doença e velhice se equivalessem; outros se descuidam e evitam cuidados médicos. Todos em geral mostram espanto frente ao corpo envelhecido-envelhecendo que agora lhes e´ estranho.
Assim, as representações do corpo envelhecido são fortemente influenciadas pela divisão de classes sociais. Então :
Corpo burguês ( e´ bonito, bem cuidado pela industria da juventude atual, ie, ginástica, cremes massagens, plásticas, etc. O corpo e´ a aparência do corpo e a beleza e´ o seu valor. Para as mulheres de classes abastadas, a velhice no inicio e´ uma ameaça (perda de atrativos) e mais tarde e´ um alivio, pois permite e justifica o abandono do controle exagerado sobre o corpo.
A mulher do campo preocupa-se não com a beleza, mas com a gordura ou magreza do corpo.Gordura associada `a força e magreza, `a fraqueza. Enfim, o melhor corpo e´ o que tem força e saúde, pois e´ o corpo que pode trabalhar.Assim, no campo a velhice será vista como a perda da força, da saúde, da disposição para o trabalho. O corpo do velho camponês e´ o corpo desempregado.
Quanto ao operário ( representação do corpo e´ a negação da velhice pois através da mídia ele recebe “como deve ser o corpo”, porem não tem poder aquisitivo para ajusta´-lo ao que a propaganda propõe .Como o do camponês, o corpo do operário e´ um corpo para o trabalho, mas atualiza em si o conflito social buscando a “conservação” ideal da classe dominante. (Ler pg 4 sobre corpo da mulher operaria ( mecanismo de defesa de modo a satisfazer-se no nível do imaginário para fugir `a realidade da pobreza aprisionante(refugiar-se no sonho: ela se convence que e´ bela, sexy, charmosa, o que não confere com a dura realidade que ela vive.
A solidão na velhice
A velhice distancia as classes sociais. A questão do corpo leva à questão da solidão ( olhando a interioridade dos idosos, o que mais ressalta e´ o sentimento de solidão que se liga `a aposentadoria, relacionamento na família e relações amorosas.
`As vezes o idoso busca um certo isolamento para a compreensão do significado da vida. Para o idoso o importante é conseguir dar um sentido para seu passado.
O sentimento de solidão surge quando quer companhia e não a encontra, quando deseja uma escuta para se comunicar, quando a saudade..... pg.5.
Na velhice a solidão não e´ um sentimento, e´ um estado ( a solitária maneira de “ser-velho”. O idoso perde amigos, parentes, enviúva, assim tornando a morte algo próximo.
O idoso esta´ aposentado( tempo vazio.”Esse não fazer nada deixa muitas horas para se sentir velho” ( pode haver também um sentimento de inutilidade, principalmente quando há problemas de dinheiro.
Na família muitas vezes o casa e´ destituído de seu poder de dona ou dono de casa ( despojados de suas coisas, suas lembranças, de seu espaço. A viuvez acentua a solidão par a mulher, pois e´ mais difícil recomeçar a vida sexual ( repressão social. O viúvo geralmente restabelece sua vida com companheira mais jovem.
O problema do idoso é o isolamento. Mulheres sofrem o isolamento mais intensamente que o homem.
Casais de idade na burguesia sofrem a critica familiar e da opinião publica para namorar, dançar e trocar caricias em publico. Na nova união os filhos não a aceitam por questões de partilha e herança.
Entre os muito pobres a união de idosos e´ bem aceita.
Aposentadoria também com significados diferentes para as diferentes classes sociais:
Aposentados que não trabalham são mais ansiosos que os que trabalham.
Trabalho com diferente significado para trabalhador e o grande empresário.Percebe-se incompatibilidade entre a fase anterior, o sonho com a aposentadoria e a fase atual, sua realidade.
Para os de classe alta ( aposentadoria permite viver seus sonhos. E mantém algum vinculo com sua empresa, agora na mão dos filhos. Mas o bem cuidado burguês agora poderá enfrentar a solidão, ou pela primeira vez buscar o sentido da própria vida ( se se deparar com o vazio existencial pode resultar em depressão.
O profissional liberal ( geralmente conserva o padrão de vida anterior. Tem satisfações pois investiu na educação dos filhos e agora esta´ “com a vida feita”
O trabalhador que vive de salário mínimo agora com a aposentadoria ( renda reduzida. No dizer do povo e´ “um encostado” ( e´ um in-ativo, aquele “sem serventia”. Encostado também significa “aquele que vive `as custas de outrem; O operário tem por destino “viver de bicos” ( e´ mais uma boca na casa dos filhos.
Velhice : vizinhança da morte
Os velhos sabem que a morte e´ inevitável e sentem-na a cada dia mais próxima “a minha vez esta´ chegando” e “seu próprio corpo e´ um memorando da morte”. Na velhice a questão da morte deixa de ser filosófica, religiosa ou cultural ( e´ existencial, torna-se “a questão”.
A religião tende a ser supervalorizada. A autora relata que a angustia existencial frente `a morte e´, na velhice muito forte. “Entre tranqüilizantes e antidepressivos, os médicos impedem o existir do velho”.
Ela vai distinguir a angustia existencial da angustia patológica :
A angustia existencial seria um estado de coragem ou de auto-afirmação do ser frente ao não-ser. A coragem nesta perspectiva resiste ao desespero, ao assumir a angustia (veja texto final pg.7). Assim, a angustia assume um papel central na trama do tempo vivido face ao desconhecido.
Mortalidade/ Imortalidade e´ o grande tema existencial da velhice. “Recusar o tempo e´ a própria tentativa de recusar a condição humana: a recusa do tempo e´ a tentação da imortalidade, ou um malogrado projeto de onipotência”.
A ideologia da velhice
A autora vai comparar os “dominados” com os “dominadores” e cotejar suas representações com as da ideologia dominante (ver final pg.8).
O velho vai sendo subordinado `as definições:
· da medicina ( que o conceitua e dimensiona; e 
· do Estado ( que o confronta `as leis, sem que ele nunca seja sujeito das próprias condições.
Será que o idoso mais humilde ou mais bem de vida, não teria o que dizer sobre sua própria situação, e em favor de seu atendimento?
Ansiedade/angústia ( se dá no sentido de recuperar a temporalidade( dar um significado para a própria vida: o passado é longo e o futuro curto -> o que leva muitas vezes à religiosidade.
Representações da Morte resumo cap1 da Kovacs ”Morte e Desenvolvimento Humano”)
A morte pode ser vista como parte do ciclo de vida, o fecho de uma história de vida. O ser humano desde sua infância torna-se consciente de sua morte e por isso ela vai influenciar seu desenvolvimento e seu estilo de vida de maneira profunda.
A morte tradicionalmente é objeto de estudoda religião e da filosofia. Mais recentemente, a partir da década de sessenta, torna-se objeto de estudos psicológicos e sociais.
Segundo Lidz, pode-se considerar a morte a partir da busca de compreensão da vida de uma pessoa.
 A Psicanálise tradicional considerou as preocupações com a morte como manifestações das ansiedades de separação ou de castração. E Freud ( 1920, 1933) a creditava que o instinto de morte – Tanatos – atrai as pessoas para a morte e para a cessação de toda a luta. Passou a considerar a luta entre Eros e Tanatos fundamental para entender o comportamento das pessoas.
Mudanças de atitudes para com a morte através do ciclo de vida de uma pessoa
A morte com significado e impacto diferentes sobre cada pessoa em diferentes períodos da vida:
· crianças pequenas ( com mais ou menos 5 anos de idade ( para elas a morte tem a ver com a ansiedade de separação da mãe ou das figuras dos cuidadores. O medo da morte da mãe desperta nas crianças preocupações com a própria morte. É um medo de ficar isolado, desamparado. O alívio de tais ansiedades se dá pela crença na vida após a morte – uma possibilidade de reencontro.
· O jovem que vai para a guerra, que é casado e ama a esposa ( o medo da morte se dá em função do temor de não reencontro com a amada.
· A morte é temida em geral; “é a mulher da foice” , que corta a vida.
· O medo da morte e sua superação instiga a bravura, a coragem nos homens;
· O casamento e a paternidade vão determinar uma preocupação com a morte que transcende a si mesmo ( o que acontecerá ao cônjuge e aos filhos quando de sua morte; como também os pais podem dar sua vida pelos filhos. Ex: mulher que pela primeira vez sentiu o medo de morrer ou a consciência da morte quando deu à luz ao primeiro filho.
· Apesar do sentido de auto-preservação, há homens decididos a ir ao combate e dar a vida pelo grupo; outros que vão à guerra, que consciente ou inconscientemente acreditam que o modo de viver tem prioridade sobre a própria vida; ex., os kamikase.
A atitude diante da morte se modifica com a idade; 
· para os velhos ela se torna familiar; como vimos nas entrevistas as pessoas tem medo da rejeição na velhice, de perder a lucidez, de dar trabalho, de se tornarem um peso par os outros, de sofrimento mais do que de morrer. Há idosos que se cansam da vida e desejam sair fora de seu circuito da escolha da vida e da morte
Somente os seres humanos têm consciência da própria morte e a opção de escolher entre viver ou morrer. “ Morrer, dormir. Dormir, talvez sonhar........(pg. 529 Lidz; Hamlet).
Há situações na vida das pessoas em que a morte pode se tornar tentadora ( vida com muito sofrimento; mortes de pessoas próximas e significativas.
As diferentes religiões dão significados diferentes para os sentidos de viver e da morte..
Influência da morte sobre as maneiras de viver
As atitudes religiosa ou filosófica que uma pessoa adota, são determinadas em parte pela cultura, pela educação e pela família, como também influenciada pela maior ou menor auto- confiança, ansiedade e segurança, esperança e pessimismo, passividade e agressividade, etc, estabelecidas nos primeiros anos de vida.
 É universal o desejo de continuidade no futuro, sobretudo em sociedades mais individualistas. As pessoas procuram meios de “trapacear a morte” e algum modo de perpetuar-se ( seu nome, suas idéias, seu modo de fazer as coisas. As pessoas procuram deixar sua impressão tangível no mundo através do que constróem ( sejam as pirâmides ou pontes; alguns deixam filhos; outros deixam suas fantasias através de poesias e histórias; outros garantem sua lembrança na posteridade através de suas conquistas, descobertas, contribuições à Ciência, à música, ás Artes. Outras buscam imortalizar-se. Para Lidz “ o grão infinitesimal no Cosmos torna-se parte de um corpo visível e uma força significante”.
As maneiras de procurar alguma aparência de imortalidade são diversas, mas o modo como os indivíduos lutam por ela nos ajudam a compreender aspectos de seu comportamento. Alguns proclamam em alto e bom som como desejam imortalizar-se ( se perpetuar), e outros praticamente ocultam isso de si mesmos ( e mesmo aqui tal desejo pode ser detectado por suas ações e por aquilo que mais prezam.
 A compreensão da mortalidade também influencia o padrão de vida provocando um desejo de lhe dar uma conclusão . O sentido de conclusão da vida pode envolver a finalização de um trabalho importante, por ex., Darcy Ribeiro que fugiu do hospital para terminar de escrever seu livro, que acabou sendo o penúltimo de sua obra; ou uma tarefa mais geral da vida, por ex., construir uma herança para os filhos ou completar uma investigação científica à qual se dedicou grande parte de sua vida. O sentido de conclusão também pode se referir a conseguir viver de modo tranqüilo os últimos anos de vida, numa atitude mais contemplativa e gozando os frutos dos esforços de toda uma vida, ou terminar conscientemente uma vida como se fosse uma novela.
O sentido de mortalidade proporciona uma delimitação que dirige um indivíduo para objetivos específicos e limitados, contrariando a difusão de esforços desenfreados. A morte funciona como um lembrete às limitações de cada pessoa, contra as quais podem lutar mas com as quais acabam tendo que concordar. Pode-se dizer que a vida é provida com uma moldura pela morte.
Para Lidz, a morte não influencia o modo como é seguido o curso da vida, mas ela empresta uma qualidade decisiva ao significado dos fatos, aguça nossa apreciação do transitório e da beleza que gostaríamos de deter. Talvez, sobretudo aumente o valor daqueles a quem amamos, por causa de sua mortalidade. Requer de cada um a disposição de arriscar-se à dor ao se lançar em um apego significante e de envolvimento afetivo com outra pessoa, mas também aumenta o valor de tais relacionamentos.
 Para os que chegam à velhice avançada e adquiriram alguma sabedoria no processo, a morte muitas vezes assume um significado como a própria conseqüência da vida. Elas tiveram sua vez, agora é o momento dos outros tomarem seu lugar. Os idosos vão se sentindo cada vez mais solitários quando separados pela morte daqueles que lhes foram mais significativos. Assim, a morte já não é mais percebida como uma solidão final, mas como um final da solidão, ou porque acreditam que se reunirão às outras pessoas queridas, ou porque ela traz um fim à toda a experiência.
Entretanto, na maior parte das circunstâncias, a maior parte das pessoas não deseja morrer, mas agarrar-se à vida como seu bem mais precioso. Pode-se ver como as pessoas em geral, se apegam à vida em situações de extremo sofrimento , enquanto houver a mínima esperança.
 Então são os que jamais viveram os que têm mais medo de morrer, ou porque proibidos de experimentar a vida, ou porque não a viveram devido às suas limitações neuróticas( Lidz)
 “ Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz”. Clarice Lispector
Morte no Processo de Desenvolvimento Humano: a criança e o adolescente diante da morte
Inicialmente diferenciar perdas de luto.
Aberastury coloca 3 questões:
a) a criança tem uma representação da morte, como a expressa e que significado dá a ela?
b) Ela percebe o perigo da morte?
c) Percebe a morte de seus entes queridos?
As questões da origem da vida e da morte estão presentes na criança. Com relação à morte de alguém próximo a criança tem capacidade de observação do que acontece na família. Ex. de uma criança de quem a morte do avô foi ocultada, ela percebeu um clima/ambiente “esquisito” em casa.
Quando os adultos negam à criança a informação da morte ocorrida e dão a desculpa que querem proteger a criança,isto significa que eles têm dificuldade de lidar com a morte. Negar à criança a ocorrência da morte pode ocasionar reações que se manifestam via sintomas na criança. A criança poderá sentir-se desamparada e insegura fazendo-a sentir-se sozinha. O adulto deveria

Outros materiais