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3- Principios-da-Administracao-Publica-v5-CESPE-1

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Princípios Básicos da Administração Pública 
Matéria: Direito Administrativo 
Professor: Jonatas Albino do Nascimento 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 2 de 106 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Sumário 
1 – Princípios da Administração Pública .................................................................................... 3 
1.1 – Princípios x Regras ............................................................................................................. 3 
1.2 – Regime Jurídico Administrativo ......................................................................................... 5 
2 – Princípios Administrativos com Previsão Constitucional ...................................................... 6 
2.1 – Legalidade .......................................................................................................................... 7 
2.2 – Impessoalidade .................................................................................................................. 8 
2.3 – Moralidade ...................................................................................................................... 10 
2.4 – Publicidade ...................................................................................................................... 12 
2.5 – Eficiência .......................................................................................................................... 15 
3 – Outros Princípios da Administração Pública ...................................................................... 17 
3.1 – Princípios da Proporcionalidade e Razoabilidade ........................................................... 17 
3.2 – Princípios da Continuidade do Serviço Público ............................................................... 19 
3.3 – Princípio da Autotutela.................................................................................................... 21 
3.4 – Princípio da Presunção de Veracidade e Legitimidade ................................................... 24 
3.5 – Princípio da Segurança Jurídica ....................................................................................... 25 
3.6 – Princípio da Motivação .................................................................................................... 27 
3.7 – Princípio da Hierarquia .................................................................................................... 29 
3.8 – Outros Princípios da Administração Pública – menos cobrados em provas ................... 30 
4 – Questões Comentadas ...................................................................................................... 32 
4.1 – CESPE ................................................................................................................................... 32 
4.2 – FUNDATEC ........................................................................................................................... 58 
4.3 – ESAF ..................................................................................................................................... 64 
4.4 – FCC ....................................................................................................................................... 73 
5 – Lista de Exercícios ............................................................................................................ 78 
4.1 – CESPE ................................................................................................................................... 78 
4.2 – FUNDATEC ........................................................................................................................... 90 
4.3 – ESAF ..................................................................................................................................... 94 
4.4 – FCC ....................................................................................................................................... 99 
6 – Gabarito ......................................................................................................................... 103 
7 – Referencial Bibliográfico .................................................................................................. 106 
 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 3 de 106 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
 
Princípios são conceitos que devem nortear todo o ordenamento jurídico. 
Apesar de ser redundante falar isso, não é por acaso que a palavra princípio 
tem como sinônimo início, começo. São os fundamentos que devem ser 
observados até mesmo pelo Poder Legislativo na elaboração das normas 
que irão regular nossa sociedade. 
A despeito de não necessariamente estarem escritos, os princípios são 
fontes de direito genéricos por terem escopo bastante amplo, atuando em 
diversas situações. 
Servem para a análise de validade de outras normas, escritas ou não. 
Além disso, podem também ajudar na interpretação das demais regras. 
Objetivamente, os princípios estabelecem as linhas mestras a serem buscadas. 
Os princípios não possuem hierarquia entre si. Em caso de conflito 
entre princípios, deve-se ocorrer a ponderação para avaliar qual deve 
predominar numa situação concreta. Por exemplo, o princípio da eficiëncia 
não pode servir como pretexto para o abandono das formalidades prescritas em 
lei de um processo administrativo. 
Outra situação que vemos costumeiramente é a questão da sigilo 
(privacidade) x publicidade. Por vezes, processos ocorrem sobre “segredo de 
justiça”, quando, devido ao tipo de litígio, os atos processuais são mantidos 
sigilosos. Seria essa uma ofensa ao princípio da publicidade? Não 
necessariamente. Há situações nais quais o sigilo faz-se necessário para garantir 
o sucesso das investigações e a intimidade das parte envolvidas. 
Uma característica marcante dos princípios é o seu alto nível de 
abstração. Por exemplo, ao dizer que o princípio da impessoalidade se aplica à 
Administração Pública (APU) é necessário avaliar, caso a caso, como obedecer 
a este princípio. Ao publicar que o Governo do Estado do Rio de Janeiro realizou 
uma grande obra não há ofensa alguma a tal princípio. Entretanto, ao dizer que 
o Governador “Zé das Couves” fez uma determinada obra, há sim ofensa a tal 
princípio. 
1 – Princípios da Administração Pública 
1.1 – Princípios x Regras 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 4 de 106 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
As regras jurídicas por sua vez apresentam significativas diferenças 
em relação aos princípios. As regras são menos genéricas (geralmente tem 
escopo mais reduzido) e menos abstratas (tratam de situações mais 
específicas). 
O conflito entre duas regras deve ser resolvido seguindo um rito mais 
formal, em que são avalidados critérios como o hierárquico, o cronológico 
e o da especificidade. 
Pelo critério hierárquico, a norma de maior hierarquia deve 
prevalecer sobre de menor hierarquia. Por exemplo, a Constituição da 
República Federativa do Brasil (CF/88) prevalece sobre a uma lei ordinária que 
a contrarie. 
Já pelo critério cronológico, a lei mais recente prevalece sobre a 
mais antiga (supondo normal de mesma hierarquia). Nesse caso, dizemos que 
ocorreu a revogação da lei mais antiga (lex posteior derogat legi priori). Notem 
que, de maneira geral, os atos que ocorreram durante a vigência da lei revogada 
continuam sendo tratados por essa, uma vez que não foram invalidados. Apenas 
os fatos futuros seguirão o novo ordenamento (estabelecido pela lei mais 
recente). 
Na aplicação do critério da especificidade,uma determinada regra 
mais específica deve ser aplicada em detrimento de uma norma com 
escopo mais amplo. Aqui não cabe falar em revogação, pois a lei geral 
continua plenamente aplicável aos demais atos, não tratados na lei mais 
específica (lex specialis derogat legi generali). 
Princípios 
Jurídicos
Generalidade Abstração
Ausência de 
hierarquia 
entre si
São usados na 
interpretação 
das regras
Devem ser 
observados pelo
Legislativo no 
processo normativo
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 5 de 106 
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Como vimos na aula 0, o regime jurídico administrativo é formado 
por dois princípios: supremacia do interesse público e indisponibilidade do 
interesse público. Esses dois princípios não estão expressamente 
previstos no texto constitucional e são conhecidos também conhecidos 
como supraprincípios 
Este dois princípios representam os fundamentos que servem como base 
para a criação dos demais princípios jurídicos. Isso ocorre porque só o interesse 
público serve como justificativa para o estabelecimento de restrições 
(indisponibilidade do interesse público) e prerrogativas (supremacia do 
interesse público) da APU frente ao administrado. 
Outro ponto de atenção é que a APU atua nas suas relações jurídicas 
tanto sob o regime de direito público quanto sob o regime jurídico de 
direito privado. Este conceito amplo é chamado de “Regime Jurídico da 
Administração”. 
Quando a APU têm suas relações regidas pelo direito público, 
dizemos que está atuando sob regime jurídico administrativo, que tem um 
significado restrito. 
Critérios para 
Solução de 
Conflito entre 
Regras
Cronológico
lex posteior 
derogat legi 
priori
Hierárquico
Especificidade
lex specialis 
derogat legi 
generali
1.2 – Regime Jurídico Administrativo 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
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 (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PE / 2017) 
Considerando os conceitos da administração pública, o direito administrativo 
brasileiro e o regime jurídico de direito público, julgue o seguinte item. 
O direito administrativo e os ramos do direito privado podem apresentar 
soluções diversas para situações aparentemente semelhantes. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Trata-se aqui da diferença basilar que há entre o direito 
público e o privado. Neste temos igualdade entre os polos da relação; naquele 
temos um certo desequilíbrio, pautado na supremacia do interesse público sobre 
o privado. Um exemplo disso seria a forma de encarar a exceção do contrato 
não cumprido em uma relação orientada pelo direito público ou pelo direito 
privado. A Lei de Licitações traz normas que obrigam o particular a continuar a 
prestação durante determinado período ainda que o Estado esteja inadimplente 
(90 dias). 
Gabarito: Certo. 
 
 
 A CF/88 estabelece em seu artigo 37 os princípios que devem pautar a 
atuação da APU: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO
REGIME JURÍDICO 
DE DIREITO 
PÚBLICO
CONCEITO 
RESTRITO
REGIME JURÍDICO 
ADMINISTRATIVO
REGIME JURÍDICO 
DE DIREITO 
PRIVADO
2 – Princípios Administrativos com Previsão Constitucional 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
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Percebam que tais princípios se aplicam a todas as esferas (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios) e a todos os Poderes (Legislativo, 
Executivo e Judiciário) tanto da Administração Pública Direta quanto indireta. 
Para decorar tais princípios, segue uma dica: a palavra LIMPE, composta 
pela primeira letra de cada um deles em ordem. 
 
 (CESPE / Ag Adm / MDIC/2014) 
No que concerne à licitação, ao controle da administração pública e ao regime 
jurídico-administrativo, julgue o item. 
Os princípios da administração pública expressamente dispostos na CF não se 
aplicam às sociedades de economia mista e às empresas públicas, em razão da 
natureza eminentemente empresarial dessas entidades. 
Comentários. 
Como verificados, tais princípios se aplicam tanto à APU Direta quanto à indireta, 
em que se situam as Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas. 
Gabarito: Errado. 
 
 
 O princípio da legalidade está diretamente relacionado ao conceito de 
Estado de Direito, no qual todos (inclusive o próprio Estado) devem obedecer 
as leis em vigor. 
 A legalidade administrativa tem significato distinto daquele utilizado pelos 
particulares em suas ações. Vejamos o que diz a CF88: 
Art. 5º (...) 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei;(...) 
 
Notem que o particular pode adotar qualquer conduta não vedada 
pelas leis então vigentes. O conceito é que, à princípio, está permitido até 
que a lei diga o contrário. 
LIMPE
Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência
2.1 – Legalidade 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
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No caso da legalidade administrativa, não há uma definição na CF/88. 
A doutrina predominante coloca que a legalidade administrativa corresponde a 
todos os atos que a lei determina (atuação vinculada) ou autoriza 
(atuação discricionária) que a APU realize. Percebam que deve haver 
previsão que respalde a atuação do Estado. 
 
 
Do exposto acima é possível dizer que a APU não pode atuar contra a 
lei (contra legem) nem além da lei (praeter legem), mas apenas segundo a lei 
(secundum legem). 
O conceito aqui é bastante diferente do estudado nas relações privadas. 
Aqui a ideia é de que para que a atuação do agente público esteja conforme a 
lei, exista expressa disposição legal determinando ou autorizando o ato. 
 
 
 
 O princípio da Impessoalidade tem como objetivo direcionar a atuação da 
APU no sentido maximizar os benefícios para a sociedade como um todo 
(busca do interesse público), sem beneficiar esse ou aquele grupo de 
pessoas. Nessa vertente, tal princípio também é conhecido como princípio da 
finalidade. 
Legalidade para o
cidadão comum
É permitido fazer tudo o que a 
lei não proíbe
Legalidade para a 
Administração
Pública
É permitido fazer tudo o que a 
lei expressamente 
determina ou autoriza
Lei
Determina Ato Vinculado
Autoriza Ato Discricionário
2.2 – Impessoalidade 
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 Percebe-se que nessa acepção, o princípio da impessoalidade está 
intimamente ligado ao conceito de igualdade ou isonomia, pois o interesse 
público deve buscar beneficiar de forma igualitária todas os cidadãos envolvidos. 
 Lembre-se de que a igualdade tem duas vertentes: a igualdade 
horizontal, na qual todos em situações semelhantes devem receber o 
mesmo tratamento. Entretanto, pela sua vertente vertical, pessoas que se 
encontram em situações distintas podem sim ter tratamentos distintos. 
Um exemplo básico: uma fila com três jovens e uma senhora grávida. 
Obviamente, os jovens (que estão em situação similar) irão ser atendidos 
segundo a ordem de chegada. Por outro lado, a senhora grávida deve ser 
atendida preferencialmente, pois está numa situação diferente dos demais. 
 
 
 
Voltando ao princípio da impessoalidade,a sua outra dimensão é a de 
que a atuação do agente público deve sempre ser divulgada de forma 
impessoal, sem o emprego de nomes, como o do governador “fulano de tal”. 
Sobre tais situações, o STF já se pronunciou dizendo que é vedada a vinculação, 
em propaganda oficial, de obra ou serviço realizado pelo titular de cargo público. 
 
 Segundo jurisprudência do STF (Súmula Vinculante nº 13), o princípio 
da impessoalidade serve também para justificar o controle da prática de 
nepotismo (favorecimento de parentes ou amigos próximos em detrimento de 
pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou 
Isonomia
Horizontal
Pessoas em situações
semelhantes devem ser tratadas
da mesma forma
Vertical
Pessoas em situações diferentes
podem ter tratamentos distintos
Impessoalidade
Busca do 
Interesse Público
Sem promoção
pessoal do agente 
público
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
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elevação de cargos) da APU, sem necessidade de que tal prática esteja 
proibida em lei formal. 
 
 
 O conceito de moralidade administrativa está ligado diretamente com a 
nossa noção de certo e errado, sem, entretanto, nos restringirmos apenas ao 
que está prescrito em lei. 
 A moral é um conceito mais amplo, em que todos aqueles que atuam 
junto à APU – e aqui estão incluídos tanto os agentes públicos quanto os 
demais cidadãos – devem avaliar se estão agindo de forma honesta ou 
desonesta. O conceito de moralidade não está definido na CF/88, sendo dado 
como um conceito indeterminado pelo seu altíssimo nível de abstração e 
dificuldade de se obter uma definição completa. 
 
 
O que se busca é, além de uma atuação totalmente dentro dos 
parâmetros estabelecidos por lei, que o agente público e os cidadãos ajam 
sempre de forma a maximizar os benefícios para a sociedade, sem se beneficiar 
de forma ilegítima. 
 Podemos utilizar diversos exemplos de condutas imorais por parte do 
servidor público: 
• O uso de recursos públicos em proveito próprio; 
• O tratamento grosseiro no atendimento ao público; ou 
• O ganho indevido para agir de uma determinada forma, mesmo que esta 
conduta fosse adotada independente do recebimento de tais valores. 
O Decreto Nº 1.171 de 22 de junho de 1994, que aprovou o Código de 
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, 
estabelece em seu texto o seguinte: 
Conceito 
Indeterminado
MORALIDADE
se aplica aos:
agentes 
públicos
demais 
cidadãos
Buscar sempre o 
interesse público
Escolha entre o honesto
e desonesto
2.3 – Moralidade 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
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I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios 
morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja 
no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da 
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços 
públicos. 
Como se percebe, o Decreto 1.171/94 estabelece que o servidor público 
deve (mandamento) atuar de forma ética tanto no exercício do cargo/função 
quanto na sua vida particular. E continua: 
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de 
sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o 
justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, 
mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras 
contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. 
Novamente fica claro que a atuação do servidor público não pode se 
restringir apenas ao descrito na legislação, devendo avaliar caso a caso se sua 
conduta está sendo adotada de forma legítima. 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre 
o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem 
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do 
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato 
administrativo. 
Aqui é colocado como parâmetro de que sempre que o servidor se afastar 
do interesse público (bem comum) estará se afastando da conduta ética. 
Outra referência à ética está na própria constituição, que coloca que: 
Art. 37º (...) 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens 
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
 
Improbidade
Administrativa
Perda de 
Função
Pública
Suspensão dos 
Direito
Políticos
Indisponibilidade
dos bens
Ressarcimento
ao erário
Independente de 
Ação Penal
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 12 de 106 
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O conceito de improbidade administrativa não está definido na CF/88 e 
nem na lei que regulamenta o parágrafo acima (Lei 8429/92). Podemos dizer, 
entretanto, que tal conceito está ligado à conduta irregular (e não apenas ilegal) 
por parte do agente público, que pode culminar com prejuízo ao erário e até 
mesmo enriquecimento por parte do agente. Este tema será tratato na aula 
referente ao controle da APU. 
 Há previsão constitucional de remédios que devem ser usados no caso de 
ofensa à moralidade administrativa. Vejamos: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: (...) 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise 
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência; (...) 
 
A Ação Popular está inserida no rol dos direitos e deveres individuais e 
coletivos, tamanha a importância que a CF/88 deu à moralidade administrativa. 
 (CESPE / Escrivão / Polícia Federal / 2018) 
Um servidor público federal determinou a nomeação de seu irmão para ocupar 
cargo de confiança no órgão público onde trabalha. Questionado por outros 
servidores, o departamento jurídico do órgão emitiu parecer indicando que o 
ato de nomeação é ilegal. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para apreciar 
atos administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades. 
Comentários. 
A afirmativa é incorreta. O princípio da autotutela respalda a atuação da própria 
Administração, quando revê seus atos tanto por meio da anulação como por 
meio da revogação. 
Gabarito: Errado. 
 
 
 A publicidade está intimamente ligada ao conceito de democracia. 
Como vimos, a democracia é o governo do povo. Para que este possa fiscalizar 
e estar a par do que está ocorrendo no governo, é necessário que haja ampla 
2.4 – Publicidade 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
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publicidade das ações do governo. Deve haver transparência na gestão da 
coisa pública. 
 Apesar de importante, esta publicidade não é absoluta (como nenhum 
outro princípio da APU). Há situações em que o sigilo é necessário, como 
nas investigações da Polícia Federal.Já estudamos que essa ponderação entre 
os princípios deve ocorrer caso a caso. 
 Mesmo dentre os atos que não exijam sigilo devemos dizer que a 
publicidade não é necessária em todos os atos da APU. Apenas os atos 
que têm efeitos externos precisam ser publicados (também chamados 
de atos externos). Os atos de mero expediente ou atos internos (que não 
geram nenhum efeito para o cidadão) não precisam ser publicados. 
 
 
 
A legislação sobre o tema publicidade é vasta no nosso ordenamento 
jurídico. Como mais relevante podemos citar a CF/88, que preconiza: 
Art. 5º (...) 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de 
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas 
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de 
taxas: (...) 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos 
e esclarecimento de situações de interesse pessoal;(...) 
 
 Já vimos que o acesso à informação é permitido no caso de informação 
de interesse geral (tem efeitos sobre todos ou pelo menos sobre a grande 
maioria das pessoas) e também quando a informação é pessoal, daquele 
cidadão que está solicitando o acesso a informação. 
Atos sigilosos Não podem ser publicados
Atos internos Não precisam ser publicados
Atos Externos
(e não sigilosos)
Precisam ser publicados 
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Professor Jonatas Albino do Nascimento 14 de 106 
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A publicidade é requisito essencial para produção de efeitos 
externos dos atos, gerando direitos e deveres aos administrados. Enquanto 
o ato não é publicado, dizemos que tal ato ainda não está apto a produzir efeitos, 
ou seja não tem eficácia. 
O ato ainda não publicado pode normalmente ser tido com um ato 
válido, pois a validade do ato está associada ao cumprimento dos 
requisitos da legislação. Pode igualmente ser tido como ato perfeito por ter 
completado todo seu processo de criação. Estes tópicos serão estudados 
com maior profundidade na aula referente a atos administrativos. 
A publicidade gera efeitos, pois sua decorrência imediata é a 
presunção absoluta (“juris et juris”) de que o interessado tomou ciência 
do mesmo. 
 
 (CESPE/FUB/Assistente em Administração/2015) 
A administração pública é regida por princípios fundamentais que atingem 
todos os entes da Federação: União, estados, municípios e o Distrito Federal. 
Com relação a esse assunto, julgue o item subsecutivo. 
Apesar de o princípio da moralidade exigir que os atos da administração 
pública sejam de ampla divulgação, veda-se a publicidade de atos que violem 
a vida privada do cidadão. 
Comentários. 
Muitas vezes somos induzidos ao erro pela questão! Fique sempre atento! O 
erro está em se falar no princípio da moralidade quando na verdade seria o da 
publicidade. 
Gabarito: Errada. 
 
Acesso à 
informaçao 
de órgãos 
públicos
Livre
Interesse particular do requerente
Interesse Coletivo ou Geral
Restrito
Sigilo seja 
imprescindível à 
segurança
Do Estado
Da 
Sociedade
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Por último, cabe salientar que hoje temos um importante instrumento 
para garantir a publicidade dos atos (externos e internos) que é a Lei 
12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso a Informação. Trata-se de 
uma norma de caráter nacional e que, por isso, obriga todos os entes 
federativos. Estudaremos esta norma em encontros futuros. 
 
 
 
 
 O princípio da eficiência foi expressamente introduzido na CF/88 
através da Emenda Constitucional 19/1998 que tinha como foco 
implementar (ou iniciar isso) a chamada “Administração Pública 
Gerencial”. 
 Jurisprudência do STJ 
Apesar do colocado acima, acerca da presunção absoluta de 
conhecimento por parte do interessado nos casos de atos devidamente 
publicados (este é o entendimento predominante na doutrina), o STJ tem 
entendido que no caso de concursos públicos não é razoável exigir 
do candidato a leitura do diário oficial durante quatro anos para 
tomar conhecimento da sua nomeação. Nesses casos, a comunicação 
deve ser pessoal. (RMS 22508, RMS 21554, REsp 24.046/RJ). 
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
 
Divulgação da remuneração dos servidores públicos: tendo sido 
questionado sobre a constitucionalidade de norma que previa que os 
vencimentos dos agentes públicos fossem divulgados na internet, o 
STF se posicionou pela constitucionalidade da norma. A corte maior deixou 
claro, entretanto, que os dados cadastrais do servidor (identidade, CPF, 
endereço) devem ser sigilosos para garantir a segurança dos agentes 
públicos. (ARE 652777). 
 
Publicação obrigatória dos custos de publicidade: ao analisar norma 
que previa que o governo deveria divulgar sempre o custo da 
publicidade na própria propaganda veiculada na mídia, a corte suprema 
decidiu pela inconstitucionalidade da norma. ADInMC 2.472-RS, rel. Min. 
Maurício Corrêa, 13.3.2002. (ADI-2472). 
2.5 – Eficiência 
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 Como vemos no nosso dia a dia, o serviço público ainda tem uma 
imagem, perante a população, de ser extremamente ineficiente, 
característica da chamada Administração Pública Burocrática, que é marcada 
pelo apego excessivo ao processo e não ao resultado final, que é a 
satisfação do interesse público. 
 A APU Gerencial veio exatamente como resposta aos anseios da 
sociedade, em que o emprego de ferramentas já consagradas na iniciativa 
privada devem ser adotadas no setor público. 
 Dentro desse contexto, a busca pela eficiência deve ocorrer no dia a 
dia a APU. Essa eficiência na APU pode ser conseguida através de diversas 
formas, como: 
▪ Procurar maximizar as receitas do Estado, sempre com o devido 
respeito aos demais princípios da legalidade e moralidade. 
Ex: Um servidor da carreira tributária não pode abrir mão de aplicar uma 
penalidade devidamente tipificada na legislação. Caso o faça, estará de forma 
ilícita abrindo mão de recursos públicos cujo possuidor é a própria sociedade. 
▪ Economicidade do Gasto Público. 
Ex: Ao realizar empenhos (comprometer recursos públicos com uma 
determinada despesa), a APU deve sempre procurar os preços mais vantajosos 
para o Erário, sem obviamente abrir mão da qualidade esperada. 
▪ Desempenhar com a máxima presteza os serviços públicos. 
Ex: O servidor público deve sempre atender o cidadão da melhor forma possível, 
evitando a formação de filas, 
 
 
A legislação atual prevê situações em que, claramente, um dos objetivos 
é a busca por maior eficiência. Como exemplo, podemos citar a celebração de 
contratos de gestão com entidades da APUI (Administração Pública 
Indireta) e órgãos do setor público, em que é concedida maior autonomia 
em troca de um desempenho pré-determinado, numa nítida busca de 
gestão por resultados. 
Excessivo 
apegos aos 
processo
Conhecida por ser 
ineficiente
APU 
Burocrática
Foco no 
resultado
Busca da 
eficiência
APU 
Gerencial
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Outro exemplo interessante é a necessidade de avalição especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade para que servidor 
público efetivo adquira estabilidade no serviço público (CF/88, art 41, §4º). 
Este artigo (que será detalhado na aula de servidorespúblicos) foi também 
incluído pela Emenda Constitucional nº19 de 1998. 
 (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área 
Administrativa/2015 – ADAPTADA) 
Para a aplicação do princípio da eficiência, exige-se expressa disposição na 
legislação infraconstitucional. 
Comentários. 
O princípio da eficiência é um dos princípios inerentes à administração pública 
e tem eficácia plena, não necessitando de qualquer legislação 
infraconstitucionais para sua aplicabilidade. 
Gabarito: Errada. 
 
 
 
 Aqui iniciaremos o estudo dos princípios que não estão expressos na 
Constituição Federal, mas que são aceitos pela doutrina dominante. 
 
 
 Não há consenso na doutrina quanto à perfeita diferenciação entre os 
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Entretanto, entendemos que 
hoje predomina a tese de que o princípio da proporcionalidade é uma 
das vertentes do princípio da razoabilidade. 
O princípio da razoabilidade determina que todo o setor público deve 
atuar de forma coerente, racional, tendo uma conduta adequada à situação 
em questão. Esse conceito é bastante subjetivo e por isso vamos discorrer sobre 
ele. 
A razoabilidade implica, por exemplo, que os processos judiciais e 
administrativos tenham uma duração razoável. Esse item inclusive está previsto 
na CF/88 (art. 5º, LXXVIII). 
Notem que o princípio da razoabilidade interage bastante com outros 
princípios da APU. Por exemplo, o princípio da economicidade (que está ligado 
ao princípio da eficiência) prega que os custos devem ser os mais baixos 
possíveis (razoáveis). 
3 – Outros Princípios da Administração Pública 
3.1 – Princípios da Proporcionalidade e Razoabilidade 
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 Já o princípio da proporcionalidade está relacionado à necessidade de 
uma atuação proporcional, assegurando o interesse público, mas sem ações 
exageradas. 
 Vamos a um exemplo. É realizada uma fiscalização numa filial de uma 
grande rede de supermercados e é verificado que dois produtos estão com a 
validade vencida, entre as centenas de tipos de produtos vendidos. Seria 
razoável interditar o estabelecimento? Óbvio que não! Este é um dos exemplos 
em que a proporcionalidade não foi respeitada. 
 Para se avaliar a proporcionalidade, três requisitos devem ser atendidos: 
✓ Adequação: os meios empregados devem ser adequados aos fins 
pretendidos. Não é adequado utilizar um contingente significativo de 
policiais, com uso intensivo de armas de efeito moral, para se conter um 
pequeno grupo de pessoas. 
✓ Exigibilidade: a conduta realizada deve ser necessária para se 
atingir o fim pretendido. Voltando ao exemplo do supermercado, não 
é necessário fechar a filial para se garantir que as mercadorias vencidas 
deixem de ser vendidas. Basta apreender todas as mercadeorias que se 
encontrem nessa situação. 
✓ Proporcionalidade em sentido estrito: aqui a ideia é que o benefício 
gerado seja superior à restrição imposta à população. Por exemplo, 
reforçar a pintura de uma faixa de pedestres num horário de grande fluxo 
de veículos não seria proporcional, uma vez que o transtorno causado 
poderia ser evitado ao se realizar a manutenção em outro horário. 
 
 
Apesar de tais princípios não estarem expressamente previstos na CF/88, 
estão sim codificados na Lei 9784/99: 
Proporcionalidade
Proporcionalidade 
em sentido 
estrito
Benefícios 
superiores às 
restrições.
Adequação
Os meios 
devem ser 
adequados aos 
fins.
Exigibilidade
A conduta deve 
ser necessária.
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Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e 
eficiência.(...) 
 
É importante dizer que os princípios da proporcionalidade e razoabilidade 
têm sido amplamente empregados pelo STF no controle de 
constitucionalidade, o qual, por diversas vezes, tem apontado como sede 
material para tais princípios o postulado do devido processo legal 
(CF88, art. 5º, LIV): 
Art. 5º (...) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal (...) 
 (CESPE / Todos os cargos / ANTT / 2013) 
Acerca das teorias de regulação, das boas práticas regulatórias e da regulação 
do setor de transportes terrestres no Brasil, julgue o item seguinte. 
A proporcionalidade, no sentido de que o Estado só deve intervir quando se fizer 
necessário e de forma proporcional aos problemas existentes, constitui um valor 
que deve nortear a busca por uma maior qualidade regulatória. 
Comentários. 
O princípio da proporcionalidade está relacionado à necessidade de uma atuação 
proporcional, assegurando o interesse público, mas sem ações exageradas. Para 
se avaliar a proporcionalidade, três requisitos devem ser atendidos: 
• Adequação: os meios empregados devem ser adequados aos fins 
pretendidos. 
• Exigibilidade: a conduta realizada deve ser necessária para se atingir o 
fim pretendido. 
• Proporcionalidade em sentido estrito: aqui a ideia é que o benefício 
gerado seja superior à restrição imposta à população. 
Gabarito: Certo. 
 
 
 Como sabemos, os serviços públicos existem para garantir à população 
serviços essenciais. Esses serviços devem estar permanentemente 
disponíveis, sob pena de prejudicar os cidadão de forma irretratável. 
3.2 – Princípios da Continuidade do Serviço Público 
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 Não é difícil entender que diversas atividades desempenhadas pela APU, 
e por particulares delegatários, são de extrema importância para o dia a dia da 
sociedade. Podemos citar o transporte coletivo, os serviços de saúde de 
emergências, as aulas ministradas pelas instituições de ensino, etc. 
 Por serem atividades essenciais para a população, são abarcadas pelo 
princípio da continuidade dos serviços públicos, que impõe restrições ao 
direito de greve dos servidores públicos (art 37, VII): 
Art. 37 (...) 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos 
em lei específica;(...)” 
 
 A lei específica supracitada ainda não existe, mas se depreende do próprio 
texto que quando (e se) o existir estabelecerá limites de forma que o servidor 
tenha garantido o seu direito de greve sem gerar externalidades prejudiciais 
para a população. Pelo menos é isso que se espera. 
 A Lei nº 8.987/1995, que define regras para a prestação de serviços 
públicos, estabelece que no caso de concessão de serviços públicos existe a 
inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido (exceptio non 
adimpleti contractus). Por essa regras, mesmo que o poder concedente 
descumpra o estabelecido em contrato apenas após decisão judicial 
transitada em julgado é possível a paralisação da prestação do serviço. 
 Outro instituto previsto para garantir os serviços públicos é a 
encampação. Tal medida corresponde à retomada da execução dos 
serviços públicos por parte do poder concedente, por motivo de 
interesse público (Lei nº 8.987/95 art. 37). 
Ainda segundo a lei 8987/95 (art 6º, §3º), não se caracteriza como 
descontinuidade dos serviços a sua interupção em situações de 
emergências ou após prévio aviso quando: 
 motivado por razões de ordem técnicas ou segurança das 
instalações; 
 em virtude de inadimplemento do usuário, considerando o 
interesse de coletividade. 
Serviços
Públicos
Como REGRA
Não podem ser 
interrompidos
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Como se percebe, há diversas situações previstas na legislação para se 
garantir a continuidade dos serviços públicos, dada a importância de tais 
serviços para a sociedade. 
 (CESPE/TRT – 21ª Região (RN)/Técnico 
Judiciário/2010) 
Acerca do direito administrativo, julgue os itens seguintes. 
O princípio da continuidade dos serviços públicos pode ser relativizado na 
hipótese de falta de pagamento do serviço de água pelo particular, uma vez que 
o STF possui jurisprudência afirmando que a sua remuneração caracteriza-se 
como preço público ou tarifa, sem natureza tributária, razão pela qual o serviço 
seria suscetível de suspensão por falta de pagamento. 
Comentários. 
Segundo a lei 8987/95 (art 6º, §3º), não se caracteriza como descontinuidade 
dos serviços a sua interrupção em situações de emergências ou após prévio 
aviso quando: 
• motivado por razões de ordem técnicas ou segurança das instalações; 
• em virtude de inadimplemento do usuário, considerando o interesse de 
coletividade. 
 Quanto à jurisprudência do STF, verifica-se no julgamento do RE 541.511, 
Pleno, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 26.06.09, de que o 
entendimento é de que a taxa, assim como a tarifa, remunera a prestação de 
um serviço público divisível e específico, distinguindo-se ambas, entretanto, 
pelo fato de a primeira resultar de uma obrigação criada por lei e a segunda 
decorrer de uma relação meramente contratual. 
Gabarito: Certo. 
 
 
Não se 
caracteriza como
descontinuidade
dos SPs
Após prévio aviso 
situações de: 
Ordem técnica ou 
segurança das 
instalações
Inadimplemento
do usuário
Situações de 
emergências
3.3 – Princípio da Autotutela 
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 Por ter a atuação da APU limitada pelo estabelecido nas leis (princípio da 
legalidade), há a presunção de que esta atua de forma regular. Tal atributo 
é chamado de presunção de legalidade. Obviamente esta presunção é 
relativa (juris tantum), cabendo prova em contrário. 
 O princípio da autotutela representa a possibilidade da APU avaliar 
se os atos por ela praticados são atos válidos e, caso contrário, proceder 
de ofício e sem necessidade de participação do judiciário na anulação desses 
atos. 
É importante frisar que a Lei 9.784/1999 estabelece restrições a esse 
direito da APU, conforme veremos abaixo: 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de 
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, 
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
 
 Ainda em decorrência do princípio da autotutela, a APU pode avaliar a 
conveniência de manter atos válidos, mas que por motivos de 
conveniência deixaram de ser interessantes. Caso julgue que tais atos se 
tornaram inoportunos, deve revogá-los - a discricionariedade ocorre na 
avaliação se um ato é ou não inconveniente. 
 Os efeitos dessa revisão, por parte da APU de seus atos, são diferentes 
de acordo com o instituto empregado. No caso da anulação, em regra, o ato 
nulo não gera direitos, sendo desfeito desde sua origem (efeitos ex tunc). 
 Por outro lado, a revogação é a análise do mérito do ato administrativo, 
por meio da discricionariedade. Nesse caso, os efeitos que porventura 
geraram benefícios aos cidadãos devem ser mantidos, uma vez que estes 
não podem ser prejudicados pela mudança de pensamento da APU (efeitos ex 
nunc). Em relação aos efeitos já consolidados, essa é a regra. 
 Como veremos em mais detalhes nos próximos encontros, os atos 
administrativos podem ser divididos em vinculados e discricionários. Os 
primeiros têm todos os elementos definidos por lei, não havendo margem 
para valoração. Já o segundo tipo possui elementos que estão sujeitos a 
certa margem de valoração, que corresponde ao chamado mérito 
administrativo. 
 Os atos vinculados podem ser anulados, mas não revogados, uma 
vez que a lei não permite nenhuma margem de valoração quanto a sua execução 
ou não. 
 Já os atos discricionários podem ser revogados, caso a administração 
os julgue inconveniente, ou anulados, no caso de se verificar irregularidades 
nos seus elementos vinculados. 
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 (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PE / 2017) 
Com relação a agentes públicos, atos administrativos, poderes da administração 
pública e responsabilidade civil do Estado, julgue o item subsequente. 
Fundamentada no poder de autotutela, desde que não esteja configurada a 
decadência do direito, poderá a administração anular atos sob o argumento de 
estes terem sido praticados com base em interpretação errônea verificada 
posteriormente. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. É vedada revisão com base em nova interpretação, 
conforme previsão da Lei nº 9.784/99. 
Art. 2º (...) 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova 
interpretação. 
Gabarito: Errado. 
 
Autotutela
Direito de controlar seus próprios atos
Manutenção
Atos são 
mantidos 
no mundo 
jurídico
Revogação
Atos são 
revogados 
por 
conveniência
Efeitos 
mantidos 
(ex nunc)
Anulação
Atos são 
anulados
Efeitos 
revistos 
(ex tunc)
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 Segundo esse princípio, os atos praticados pela APU através de seus 
agentes são, em princípio, oriundos de fatos verdadeiros e de forma 
legítima, segundo o direito vigente. 
 Essa presunção é obviamente relativa (juris tantum), cabendo prova 
em contrário. A principal decorrência dessa presunção é a inversão do ônus 
da prova. Por exemplo, se um servidor da fiscalização tributária está realizando 
uma fiscalização num recinto alfandegado e verifica que uma determinada 
carga, que consta como armazenada, acabou de sair em um caminhão sem ser 
baixada no sistema, ele deve aplicar uma penalidade ao terminal. Caberá a este 
provar que o servidor está equivocado. 
 Outra decorrência de tal princípio é que a APU pode executar suas 
próprias decisões imediatamente, inclusive criando obrigações para os 
particulares sem necessidade de recorrer ao poder judiciário, valendo-
se inclusive de meios de coação dentro dos limites previstos na lei. 
 
 
Essa característicia de poder executar seus próprios atos, sem a 
necessidade de participação do poder judiciário, é decorrência do atributo de 
autoexecutoriedade dos atos administrativos. Este atributo, entretanto, não 
está presente em todos os atos administrativos (como veremos em aula futura). 
Jurisprudência do STF 
Segundo a Corte Maior, no caso de revisão de atos administrativos por 
parte da APU em que o administrado seja prejudicado, é necessário que seja 
concedido direito deste se pronunciar, sob pena de afronta do princípio do 
contraditório e da ampla defesa. 
3.4 – Princípio da Presunção de Veracidade e Legitimidade 
Inversão dos ônus da prova
Presunção relativa de veracidade 
dos fatos alegados e
legitimidação na aplicação das 
normas
Pode executar suas próprias 
decisões
Pode valer-se de meios 
coercitivos para obrigar o 
particular
Presunção da 
Veracidade/Legitimidade
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O exemplo clássico disso é a multa, que pode ser imposta pela APU, mas cuja 
cobrança forçada depende de ação judicial. 
 
 
O princípio da segurança jurídica tem por objetivo proteger a 
estabilidade das relações jurídicas. Busca-se proteger o direito adquirido, 
a coisa julgada e ato jurídico perfeito. 
Percebe-se que tal princípio tem cunho predominantemente objetivo, 
pois seu foco é a manutenção da estabilidade das relações jurídicas, sem entrar 
no mérito subjetivo – intenção dos envolvidos. 
Em relação a APU, este princípio veda, por exemplo, a interpretação 
retroativa da legislação por parte da APU que venha a prejudicar os 
particulares que seguiram a orientação anteriormente vigente. A Lei 
Federal 9784/99 veda a aplicação retroativa de nova interpretação de matéria 
administrativa já anteriormente avaliada (art. 2º). Como vimos no tópico 
anterior, tal lei veda a anulação de atos jurídicos após 5 anos da data da sua 
ocorrência (art. 54). 
 
 
 
Outros conceitos que estão ligados ao princípio da segurança jurídica são 
os conceitos de decadência e prescrição. 
Enquanto a prescrição é a perda por decurso de prazo da capacidade 
de reivindicar um direito por meio da ação judicial cabível, a decadência é 
a perda do direito em si por não ter sido exercido num período de tempo 
razoável. 
Devemos falar também do princípio da proteção à confiança segundo 
o qual os administrados, ao confiar na atuação da APU estariam protegidos 
da posterior declaração de nulidade dos atos administrativos, pois tais atos 
3.5 – Princípio da Segurança Jurídica 
 Conceitos Importantes 
Direito adquirido: É o direito adquirido sob a vigência da lei, segundo 
determinada interpretação e que já foi incorporado de forma definitiva 
ao patrimônio do cidadão. 
Coisa Julgada: É a relação jurídica da qual não cabe mais recurso no 
judiciário. 
Ato Jurídico Perfeito: É o ato que, sob a vigência de uma determinada 
lei, completou seu ciclo de formação e está apto a produzir seus efeitos. 
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gozam de presunção de legalidade. Corresponde ao aspecto subjetivo da 
segurança jurídica, já que protege apenas os administrados. 
Tal proteção é relativa e não pode sobrepor de forma genérica o 
princípio da autotutela (que define o dever da APU de anular seus atos inválidos) 
e seus efeitos. Além disso, independentemente dos efeitos para os particulares, 
a APU continua tendo o dever de anular seus atos inválidos. 
 
 
Outro princípio decorrente da segurança jurídica é o princípio da boa-
fé, que estabelece que os envolvidos (tanto APU quanto os particulares) 
devem agir de forma leal e honesta. Ressalte-se aqui a diferença entre boa-
fé objetiva (atos observáveis) e boa-fé subjetiva (boa intenção do sujeito – 
íntimo), ambas abarcadas pela boa-fé como subprincípio da segurança jurídica. 
Cabe salientar que o princípio de proteção à confiança e da boa-fé tem 
servido como fundamento para que servidores públicos não sejam 
obrigados a devolver valores que tenham recebido da APU. 
 Outra consequência de tais princípios é que os administrados não sejam 
penalizados pela atuação dos funcionários de fato, aqueles que apesar de 
irregularmente investidos desempenham função pública. 
 
 (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PE / 2017) 
A respeito de princípios da administração pública, ato administrativo, poderes 
da administração, improbidade administrativa e regime jurídico dos funcionários 
públicos civis do estado de Pernambuco, julgue o item a seguir. 
O prazo decadencial para tornar sem efeito ato de aposentadoria serve para 
garantir o princípio da segurança jurídica. 
Princípio da Segurança Jurídica
Veda
Interpretação
retroativa 
prejudicial ao 
cidadão
Anulação de 
atos após 5 
anos
Protege
coisa 
julgada,
direito 
adquirido e 
ato jurídico 
perfeito
Princípio da 
proteção à 
confiança
Administrados 
não podem ser 
prejudicados
por atuação 
irregular da APU
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Comentários. 
Afirmativa correta. Trata-se da aplicação do princípio da segurança jurídica, que 
no caso apresentado pode ser entendido como proteção à confiança. 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 Veremos, no estudo da teoria dos atos administrativos, que o motivo é 
um dos elementos do ato administrativo (assim com a competência, 
finalidade, forma e objeto). O motivo representa o fundamento de fato e de 
direito que justificaram sua realização. 
 
 No caso dos atos vinculados (em que não há discricionariedade possível 
na atuação da APU), a existência desse motivo determina que o ato seja 
executado. Se o ato for discricionário, a APU pode realizar tal ato, pois há 
certa margem de valoração. 
O motivo não se confunde com a motivação. Esta é a exposição dos motivos 
que deram causa a realização do ato. 
 
A regra, na APU brasileira, é que todos os atos ou decisões 
administrativas devem ser motivados. Isso independe de o ato ser 
vinculado ou discricionário. A lei 9784/99 prevê que os seguintes atos 
devem ser motivados em certas situações (transcritas abaixo). Ocorre que, 
segundo a doutrina, tal lista é meramente exemplificativa. 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos 
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I - Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - Decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - Dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - Decidam recursos administrativos; 
Fundamentos
De fato Evento que ocorreu
De direito
Legislação que permite
sua execução
3.6 – Princípio da Motivação 
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VI - Decorram de reexame de ofício; 
VII - Deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de 
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato 
administrativo. (...) 
 
Na verdade, parece que a lei procurou apenas salientar que em certos 
atos externos (que têm grande impacto para o administrado) de forma 
alguma o elemento motivo pode ser omitido, até como forma de assegurar 
o direito de contraditório e ampla defesa do cidadão. 
 A CF/88, entretanto, apenas determinou a motivação das decisões 
administrativas dos Tribunais e do Ministério Público (CF88, art. 93, X e art 129, 
§4º). 
 A motivação pode ocorrer tanto antes quanto durante a realização 
do ato. Mesmo que um ato não tenha motivação, ele poderá ser convalidado 
por meio de motivação ulterior. 
 Apesar de ser regra, a motivação também pode ser dispensada em 
certas situações, como na exoneração de um servidor em cargo de comissão. 
Entretanto, ao se expor o motivo de um ato este passa a estar vinculado 
ao motivo exposto, não cabendo a alegação de que na verdade o ato foi 
praticado por outro motivo. Tal vinculação é chamada de teoria dos motivos 
determinantes. 
 
 Por último, devemos ter em mente que há a possibilidade de um 
determinado ato ou decisão administrativa ter referenciado um motivo 
exposto em outro documento/processo, a chamada motivação aliunde 
(“de outro lugar”). Tal formalidade é tida como válida em nosso ordenamento 
jurídico. 
 
 (CESPE / Analista Judiciário / STJ / 2018) 
Em relação aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o próximo 
item. 
A indicação dos fundamentos jurídicosque determinaram a decisão 
administrativa de realizar contratação por dispensa de licitação é suficiente para 
satisfazer o princípio da motivação. 
Teoria do 
Motivos
Determinantes
Ato foi 
formalmente 
motivado?
Fica vinculado
aos motivos 
expostos
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Comentários. 
Afirmativa incorreta. A motivação é a indicação dos e fatos e dos fundamentos 
jurídicos. 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos 
e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de 
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato 
administrativo. 
Gabarito: Errado. 
 
 
O princípio da hierarquia está relacionado às funções de coordenação 
e subordinação que se manifestam tanto nas relações entre os agentes 
públicos quanto nas relações entre os órgãos. 
 
 
Nas relações entre os agentes públicos, o superior hierárquico pode 
rever os atos dos subordinados, delegar e avocar competências e punir 
os subordinados. Já os subordinados têm o dever de obediência às ordens 
Princípio da 
Hierarquia
Agentes Órgãos
Coordenação Subordinação
3.7 – Princípio da Hierarquia 
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do superior hierárquico. Obviamente tal obediência não é irrestrita, uma vez 
que os subordinados não devem cumprir as ordens manifestamente ilegais, 
surgindo nesse caso o dever de representar contra o superior. 
 
 
Nas relações entre órgãos, há uma hierarquia que deve ser seguida, 
na qual uns revisam os atos/decisões dos outros órgãos. Este conceito está 
relacionado a desconcentração administrativa. 
 
 
 
 
 Pessoal, os princípios que trataremos aqui são pouco cobrados em provas. 
Ocorre que nossa banca adora inovar nas suas avaliações e por isso precisamos 
estar preparados. Entretanto, para valorizar o seu tempo, seremos bastante 
objetivos nas definições abaixo, ok? Vamos lá 
• Especialidade: relacionado à criação de entidades da administração 
indireta pelo setor público através da descentralização administrativa. 
Importante ressaltar que a realização de parcerias entre a APU e as 
entidades do terceiro setor (particulares) não estão englobadas aqui. 
• Responsividade: associado ao conceito de accountability, representa a 
obrigação dos gestores de prestar contas de suas escolhas fiscais. 
• Sindicabilidade: a possibilidade jurídica de submeter-se efetivamente 
qualquer lesão de direito e, por extensão, as ameaças de lesão de direito 
à algum tipo de controle, seja este realizado pela própria APU, com base 
no princípio da autotutela, ou pelo judiciário. 
• Sancionabilidade: refere-se ao uso de estímulos (sanções) para se 
premiar ou dissuadir (desencorajar) determinadas condutas. 
Superior --> Subordinado
Delegar/avocar competência
rever atos
punir
Subordinado --> Superior
Dever de
obdeciência
Salvo 
manifestamente 
ilegais
3.8 – Outros Princípios da Administração Pública – menos cobrados 
em provas 
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• Ponderação: é a técnica interpretativa utilizada para solucionar 
conflitos entre os princípios jurídicos. 
• Consensualidade: busca o consenso entre a APU e o cidadão, por meio 
de participação popular na APU e de outras ferramentas como a 
arbitragem. 
• Responsabilidade: corresponde ao dever da APU de indenizar quando 
seus agentes, nessa qualidade, causarem prejuízos a terceiros. Além 
disso, está associado ao poder-dever de agir de seus agentes. 
• Subsidiariedade: Define o escalonamento entre os indivíduos e os 
órgãos, no qual os primeiros devem atuar preferencialmente sem a 
participação do Estado e só em caso de interesse coletivo o Estado deve 
atuar para alcançar o interesse público 
• Realidade: os atos praticados pela APU devem ter sujeito, motivo, 
objeto e resultado reais, tendo condições de se obter os resultados que 
são esperados. 
 
 
Bem pessoal, por hoje é só. Agora é praticar para conseguirmos fixar bem 
esses conceitos, que não são poucos. Procurem resolver todos os exercícios. 
Qualquer dúvida recorra ao Fórum. 
Não deixem de curtir: facebook.com/ProfJonatas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.1 – CESPE 
1. (CESPE / Escrivão / Polícia Federal / 2018) 
Um servidor público federal determinou a nomeação de seu irmão para ocupar 
cargo de confiança no órgão público onde trabalha. Questionado por outros 
servidores, o departamento jurídico do órgão emitiu parecer indicando que o 
ato de nomeação é ilegal. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para apreciar 
atos administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades. 
Comentários. 
A afirmativa é incorreta. O princípio da autotutela respalda a atuação da própria 
Administração, quando revê seus atos tanto por meio da anulação como por 
meio da revogação. 
Gabarito 1. Errado. 
 
2. (CESPE / Analista Judiciário / STJ / 2018) 
Em relação aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o próximo 
item. 
A indicação dos fundamentos jurídicos que determinaram a decisão 
administrativa de realizar contratação por dispensa de licitação é suficiente para 
satisfazer o princípio da motivação. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. A motivação é a indicação dos e fatos e dos fundamentos 
jurídicos. 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos 
e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
4 – Questões Comentadas 
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VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de 
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato 
administrativo. 
Gabarito 2. Errado. 
 
3. (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PE / 2017) 
Com relação a agentes públicos, atos administrativos, poderes da administração 
pública e responsabilidade civil do Estado, julgue o item subsequente. 
Fundamentada no poder de autotutela, desde que não esteja configurada a 
decadência do direito, poderá a administração anular atos sob o argumento de 
estes terem sido praticados com base em interpretação errônea verificada 
posteriormente. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. É vedada revisão com base em nova interpretação, 
conforme previsão da Lei nº 9.784/99. 
Art.2º (...) 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova 
interpretação. 
Gabarito 3. Errado. 
 
4. (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PE / 2017) 
A respeito de princípios da administração pública, ato administrativo, poderes 
da administração, improbidade administrativa e regime jurídico dos funcionários 
públicos civis do estado de Pernambuco, julgue o item a seguir. 
O prazo decadencial para tornar sem efeito ato de aposentadoria serve para 
garantir o princípio da segurança jurídica. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Trata-se da aplicação do princípio da segurança jurídica, que 
no caso apresentado pode ser entendido como proteção à confiança. 
Gabarito 4. Certo. 
 
5. (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PE / 2017) 
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Considerando os conceitos da administração pública, o direito administrativo 
brasileiro e o regime jurídico de direito público, julgue o seguinte item. 
O direito administrativo e os ramos do direito privado podem apresentar 
soluções diversas para situações aparentemente semelhantes. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Trata-se aqui da diferença basilar que há entre o direito 
público e o privado. Neste temos igualdade entre os polos da relação; naquele 
temos um certo desequilíbrio, pautado na supremacia do interesse público sobre 
o privado. Um exemplo disso seria a forma de encarar a exceção do contrato 
não cumprido em uma relação orientada pelo direito público ou pelo direito 
privado. A Lei de Licitações traz normas que obrigam o particular a continuar a 
prestação durante determinado período ainda que o Estado esteja inadimplente 
(90 dias). 
Gabarito 5. Certo. 
 
6. (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PE / 2017) 
Considerando os conceitos da administração pública, o direito administrativo 
brasileiro e o regime jurídico de direito público, julgue o seguinte item. 
O regime de direito público é regido pela autonomia na escolha dos valores a 
realizar e pela disponibilidade dos interesses em conflito. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. O conteúdo exposto no enunciado é contrário ao que impõe 
o princípio da indisponibilidade do interesse público. 
Gabarito 6. Errado. 
 
7. (CESPE/Conhecimentos Básicos - Cargos 1, 18, 19, 37 e 38/TCE-
PA /2016) 
Acerca de função administrativa e atos administrativos, julgue o item a seguir. 
Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, o Estado 
somente poderá exercer sua função administrativa sob o regime de direito 
público. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. Há situações em que a Administração estabelece relações 
regidas predominantemente pelo direito privado. A atuação de uma sociedade 
de economia mista, membro da Administração Indireta e pessoa jurídica de 
direito privado é um exemplo disso. 
Gabarito 7. Errado. 
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8. (CESPE / Auditor Fiscal de Controle Externo / TCE-SC / 2016) 
Em relação aos consórcios públicos, aos princípios do direito administrativo e à 
organização da administração pública, julgue o item a seguir. 
De acordo com a jurisprudência do STF, em exceção ao princípio da publicidade, 
o acesso às informações referentes às verbas indenizatórias recebidas para o 
exercício da atividade parlamentar é permitido apenas aos órgãos fiscalizadores 
e aos parlamentares, dado o caráter sigiloso da natureza da verba e a 
necessidade de preservar dados relacionados à intimidade e à vida privada do 
parlamentar. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. O supremo se manifestou em relação à situação citada na 
questão, conforme abaixo transcrito. 
"As verbas indenizatórias para exercício da atividade parlamentar têm natureza 
pública, não havendo razões de segurança ou de intimidade que justifiquem 
genericamente seu caráter sigiloso." (STF, MS 28.178/DF, Rel. Min. ROBERTO 
BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 04/03/2015). 
Gabarito 8. Errado. 
 
9. (CESPE / Excetos cargos 3 e 6 /TCE-SC / 2016) 
O Tribunal de Contas de determinado estado da Federação, ao analisar as contas 
prestadas anualmente pelo governador do estado, verificou que empresa de 
publicidade foi contratada, mediante inexigibilidade de licitação, para divulgar 
ações do governo. Na campanha publicitária promovida pela empresa 
contratada, constavam nomes, símbolos e imagens que promoviam a figura do 
governador, que, em razão destes fatos, foi intimado por Whatsapp para 
apresentar defesa. Na data de visualização da intimação, a referida autoridade 
encaminhou resposta, via Whatsapp, declarando-se ciente. Ao final do 
procedimento, o Tribunal de Contas não acolheu a defesa do governador e 
julgou irregular a prestação de contas. 
A partir da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir. 
Dado o teor da campanha publicitária, é correto inferir que, na situação, se 
configurou ofensa aos princípios da impessoalidade e da moralidade. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Há comando expresso na Constituição para que não haja 
promoção pessoal durante publicidade governamental. 
Art. 37 (...) 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação 
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social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem 
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
Gabarito 9. Certo. 
 
10. (CESPE / Técnico do Seguro Social / INSS / 2016) 
Julgue o próximo item, a respeito dos atos administrativos. 
Em decorrência do princípio da autotutela, não há limites para o poder da 
administração de revogar seus próprios atos segundo critérios de conveniência 
e oportunidade. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. A autotutela não é absoluta, havendo espécies de atos 
administrativos que não podem ser revogados, dentre eles constam atos 
vinculados, certidões e atos de procedimentos. 
Gabarito 10. Errado. 
 
11. (CESPE / Técnico em Assuntos Educacionais / DPU / 2016) 
Em relação à administração pública direta e indireta e às funções 
administrativas, julgue o item a seguir. 
A aplicação da lei pelo Poder Executivo, no exercício da função administrativa, 
depende de provocação do interessado, sendo vedada a aplicação de ofício. 
Comentários. 
A aplicação da lei é poder / dever da Administração, devendo pautar a conduta 
do agente público, independentemente de provocação. 
Gabarito 11. Errado. 
 
12. (CESPE/Escrivão de Polícia Substituto/PC-GO/2016) 
Sem ter sido aprovado em concurso público, um indivíduo foi contratado para 
exercer cargo em uma delegacia de polícia de determinado município, por ter 
contribuído na campanha política do agente contratante. 
Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente, violação do princípio da 
 a) supremacia do interesse público. 
 b) impessoalidade. 
 c) eficiência. 
 d) publicidade. 
 e) indisponibilidade. 
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Comentários. 
A alternativa correta é a letra B. O princípio que fora mais violado na situação 
descrita é o da impessoalidade, visto que o que motivou a contratação foi um 
motivo pessoal. 
O princípio da Impessoalidade tem como objetivo direcionar a atuação da APU 
no sentido maximizaros benefícios para a sociedade como um todo (busca do 
interesse público), sem beneficiar esse ou aquele grupo de pessoas. Nessa 
vertente, tal princípio também é conhecido como princípio da finalidade. 
Gabarito 12. B. 
 
13. (CESPE - Tec MPU - Apoio Técnico e Administrativo - Segurança 
Institucional e Transporte/2015) 
O servidor responsável pela segurança da portaria de um órgão público 
desentendeu-se com a autoridade superior desse órgão. Para se vingar do 
servidor, a autoridade determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os 
dados completos de todas as pessoas que entrassem e saíssem do imóvel. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
O ato praticado pela autoridade superior, como todos os atos da administração 
pública, está submetido ao princípio da moralidade, entretanto, considerações 
de cunho ético não são suficientes para invalidar ato que tenha sido praticado 
de acordo com o princípio da legalidade. 
Comentários. 
A moralidade pode sim ser utilizada para anular um determinado ato, mesmo 
sendo esse um conceito indeterminado. 
Gabarito 13. Errado. 
 
14. (CESPE/FUB/Assistente em Administração/2015) 
A administração pública é regida por princípios fundamentais que atingem 
todos os entes da Federação: União, estados, municípios e o Distrito Federal. 
Com relação a esse assunto, julgue o item subsecutivo. 
Apesar de o princípio da moralidade exigir que os atos da administração 
pública sejam de ampla divulgação, veda-se a publicidade de atos que violem 
a vida privada do cidadão. 
Comentários. 
Muitas vezes somos induzidos ao erro pela questão! Fique sempre atento! O 
erro está em se falar no princípio da moralidade quando na verdade seria o da 
publicidade. 
Gabarito 14. Errado. 
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15. (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015 – 
ADAPTADA) 
Para a aplicação do princípio da eficiência, exige-se expressa disposição na 
legislação infraconstitucional. 
Comentários. 
O princípio da eficiência é um dos princípios inerentes à administração pública 
e tem eficácia plena, não necessitando de qualquer legislação 
infraconstitucionais para sua aplicabilidade. 
Gabarito 15. Errada. 
 
16. (CESPE/TRE-RS/Analista Judiciário/2015 – ADAPTADA) 
De acordo com o entendimento do STF, atende ao princípio da publicidade a 
divulgação, em sítio eletrônico mantido pelo poder público, do valor dos 
vencimentos e das vantagens pecuniárias referentes a cargo na administração 
pública, porém não é legítima a publicação dos nomes dos servidores ocupantes 
dos referidos cargos, sob pena de ofensa à intimidade e à privacidade. 
Comentários. 
Conforme nosso quadro de Jurisprudências do STF, referente ao princípio da 
publicidade, a Corte Maior se posicionou quanto a constitucionalidade da norma 
que previa que os vencimentos dos agentes públicos fossem divulgados na 
internet, deixando claro que os dados cadastrais do servidor (identidade, cpf, 
endereço) devem ser sigilosos para garantir a segurança dos agentes públicos. 
 
Gabarito 16. Errado. 
 
17. (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015 – 
ADAPTADA) 
Dado o princípio da motivação, a administração deve indicar os fatos e os 
fundamentos jurídicos quando pratica atos administrativos que imponham 
sanções. 
 
Comentários: 
Segundo a lei 9784/99: 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos 
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
II - Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
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Gabarito 17. Certo. 
 
18. (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015 – 
ADAPTADA) 
O princípio da segurança jurídica informa a atividade jurisdicional, mas é 
irrelevante à atividade administrativa. 
Comentários. 
O princípio da segurança jurídica informa tanto a atividade jurisdicional quanto 
a administrativa. O princípio está previsto na CF/88, que é umas das fontes do 
Direito Administrativo. 
Gabarito 18. Errado. 
 
19. (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015 – 
ADAPTADA) 
O princípio da autotutela da administração dispensa o contraditório, ainda que 
tenham decorrido efeitos concretos do ato a revogar. 
Comentários. 
O contraditório e a ampla defesa são as bases do princípio do Devido Processo 
Legal e este é previsto expressamente na CF/88. O princípio da autotutela não 
pode afastar um princípio garantido a todos pela Constituição. 
Gabarito 19. Errado. 
 
20. (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015 – 
ADAPTADA) 
A legalidade na administração significa conformidade com a lei e autorização da 
lei como condição da ação administrativa. 
Comentários. 
A Administração Pública não pode atuar contra a lei (contra legem) nem além 
da lei (praeter legem), mas apenas segundo a lei (secundum legem). Além 
disso, ela pode fazer (condição da ação administrativa) tudo o que a lei 
expressamente determina ou autoriza. 
Gabarito 20. Certo. 
 
21. (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015 – 
ADAPTADA) 
Os princípios da lealdade e da boa-fé estão compreendidos no princípio da 
moralidade administrativa. 
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Comentários. 
O conceito de moralidade não está definido na CF/88, sendo dado como um 
conceito indeterminado pelo seu altíssimo nível de abstração e dificuldade de se 
obter uma definição completa. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, pelo 
princípio da moralidade a Administração Pública e seus agentes devem atuar 
conforme princípios éticos. O autor entende que compreendem no âmbito da 
moralidade administrativa os princípios da lealdade e da boa-fé. Além disso, em 
vários instrumentos legais há disposições quanto a esse princípio. Vejamos a 
Lei 9784/99: 
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público 
e eficiência. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, 
os critérios de: 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
Gabarito 21. Certo. 
 
22. (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015 – 
ADAPTADA) 
O princípio da finalidade decorre do expresso princípio constitucional da 
publicidade. 
Comentários. 
O princípio da impessoalidade tem como objetivo direcionar a atuação da 
APU no sentido maximizar os benefícios para a sociedade como um todo (busca 
do interesse público), sem beneficiar esse ou aquele grupo de pessoas. Nessa 
vertente, tal princípio também é conhecido como princípio da finalidade. 
Assim, o princípio da finalidade decorre do expresso princípio constitucional da 
impessoalidade. 
Gabarito 22. Errado. 
 
23. (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015 – 
ADAPTADA) 
O princípio da impessoalidade é conceituado como o dever de motivação dos 
atos administrativos. 
Comentários. 
O princípio da impessoalidade segue duas vertentes: 
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Gabarito 23. Errado. 
 
24. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) 
No que se refere a ato administrativo, agente público e princípios da 
administração

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