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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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Princípios Básicos da Administração Pública 
Matéria: Direito Administrativo 
Professor: Jonatas Albino do Nascimento 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 2 de 89 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Olá, pessoal! 
É com imensa satisfação que lançamos o curso de Direito 
Administrativo para Analista Judiciário – Área Judiciária – Oficial de Justiça 
Avaliador Federal - Teoria e Questões no Exponencial Concursos. 
Vamos nos apresentar! 
Meu nome é Jonatas Albino, sou Agente Fiscal de Rendas do Estado de 
São Paulo (ICMS/SP), professor do Exponencial Concursos e de cursinhos 
preparatórios presenciais em Marília, São Paulo. 
Caso esse seja nosso primeiro contato, faço uma breve apresentação 
sobre a mim para que nos conheçamos melhor. 
Minha vida de concurseiro começou logo cedo, quando decidi que queria 
ser Oficial de carreira do Exército Brasileiro. Era o ano de 2005 e morava em 
Boa Vista-RR. Por não ter confiança nos cursos preparatórios lá disponíveis, 
encarei a preparação por conta própria por meio de uma boa bibliografia e 
muitas horas de estudos. A receita era boa e o resultado apareceu: 14º 
colocado para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército, 1º colocado no 
vestibular para Ciências da Computação na UFRR e 1º colocado para a Escola 
de Especialistas da Aeronáutica. 
Passados aproximadamente 8 anos no Exército Brasileiro, já como 1º 
tenente, decidi que queria uma carreira diferente, apontando meus esforços 
para a área fiscal. Mais uma vez, agora pela impossibilidade de conciliar aulas 
presenciais com a rotina exaustiva na caserna, optei pela tática já antes 
utilizada: bom material e muitas horas de estudo. O resultado veio 
relativamente rápido: após um ano e meio de preparação fui aprovado para o 
concurso para a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, vulgarmente 
conhecido como ICMS-SP, onde estou até hoje, mais precisamente na cidade 
de Marília, como dito anteriormente. 
 Vamos fazer uma passagem pela metodologia do curso! 
O curso será composto por 18 aulas (contando com a demonstrativa), 
cuja divulgação obedecerá ao cronograma da página 4. A estrutura das aulas 
será assim: 
 
 Teoria 
Caro aluno, o melhor material para concursos não é o mais extenso, mas 
o que te faça aprender corretamente e de forma rápida. Vale lembrar que o 
foco é passar na prova e não se formar em direito, ok? Com esse foco, nosso 
curso será extremamente objetivo, ensinando tudo o que você precisa 
saber, sem doutrinas e divagações desnecessárias. A ideia é valorizar o seu 
tempo. 
APRESENTAÇÃO 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 3 de 89 
www.exponencialconcursos.com.br 
Por isso, vamos apresentar diversos esquemas, fluxogramas, tabelas 
comparativas, pequenos resumos, sublinhados, entre outras ferramentas para 
potencializar seu aprendizado. 
Aqui vamos explicar uma coisa: vamos preparar o curso de forma que 
os destaques, as cores, os negritos e os sublinhados sirvam para que vocês 
possam fazer uma leitura dinâmica de forma que seja suficiente para resgatar 
o conhecimento do assunto objeto da leitura, permitindo as revisões mais 
rápidas após a leitura inicial do curso. 
 Questões 
Nosso curso é focado na FCC, portando faremos muitas questões da 
banca. Para aqueles que optem por um complemento, no material também 
teremos questões ESAF, a título de complemento. 
Procuraremos também extrair o máximo de conhecimento de cada 
questão resolvida, assinalando o item incorreto. 
Aqui gostaria de detalhar alguns pontos importantes: 
 Iremos colocar questões também na parte teórica para quebrar um 
pouco o ritmo, aumentar a dinâmica do estudo e também para ajudar 
na fixação do conteúdo. 
 Vamos colocar as questões com o gabarito no final sem os comentários 
para facilitar no treinamento. 
 Quando tivermos algum assunto que ainda não foi cobrado em provas 
anteriores (ou que tenha sido pouco cobrado) criaremos algumas 
questões no estilo da banca para que vocês não sejam pegos 
desprevenidos. 
Nos comentários iniciais das aulas vamos conversar com vocês dando 
várias dicas, principalmente sobre técnicas de estudo. E para iniciar, lá vai a 
dica inicial: planejamento! 
 Por isso, principalmente se você ainda está conhecendo o “mundo dos 
concursos”, considere ser conduzido por um dos coachs do Exponencial. 
 
 
Aproveito para convidar você para 
curtir minha página no Instagram, por onde 
mantenho contato com meus alunos. 
Prof_Jonatas_Albino 
 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 4 de 89 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Aula Conteúdo 
00 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
01 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
02 REFORMA ADMINISTRATIVA 
03 PODERES ADMINISTRATIVOS 
04 ATOS ADMINISTRATIVOS 
05 AGENTES PÚBLICOS 
06 DIREITOS DOS SERVIDORES PUBLICOS 
07 AGENTES PÚBLICOS, REGIME DISCIPLINAR E IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA 
08 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
09 LICITAÇÕES – PARTE 01 
10 LICITAÇÕES – PARTE 02 
11 BENS PÚBLICOS 
12 RESPONSABILIDADE DO ESTADO 
13 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
14 INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 
15 PROCESSO ADMINISTRATIVO 
16 SERVIÇOS PÚBLICOS 
17 LEI Nº 11.416/2006 
 
*Confira o cronograma de liberação das aulas no site do 
Exponencial Concursos, na página do curso. 
 
Durante o curso, estabeleceremos contato por meio do Fórum, onde 
serão trabalhadas as dúvidas. 
Vamos em frente! 
 
 
 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 5 de 89 
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Sumário 
1 – Princípios da Administração Pública .................................................... 6 
ração Pública ........................................................................................... 6 
1.1 – Princípios x Regras .........................................................................................................6 
1.2 – Regime Jurídico Administrativo ......................................................................................8 
2 – Princípios Administrativos com Previsão Constitucional ....................... 9 
2.1 – Legalidade ................................................................................................................... 10 
2.2 – Impessoalidade ............................................................................................................ 11 
2.3 – Moralidade .................................................................................................................. 13 
2.4 – Publicidade .................................................................................................................. 16 
2.5 – Eficiência ..................................................................................................................... 19 
3 – Outros Princípios da Administração Pública ....................................... 21 
3.1 – Princípios da Proporcionalidade e Razoabilidade.......................................................... 21 
3.2 – Princípios da Continuidade do Serviço Público ............................................................. 23 
3.3 – Princípio da Autotutela ................................................................................................ 25 
3.4 – Princípio da Presunção de Veracidade e Legitimidade .................................................. 27 
3.5 – Princípio da Segurança Jurídica .................................................................................... 28 
3.6 – Princípio da Motivação ................................................................................................ 30 
3.7 – Princípio da Hierarquia................................................................................................ 32 
3.8 – Outros Princípios da Administração Pública – menos cobrados em provas ................... 33 
4 – Questões Comentadas ...................................................................... 35 
4.1 - FCC ................................................................................................................................... 35 
4.5 - ESAF ................................................................................................................................. 54 
5 – Lista de Exercícios ............................................................................. 64 
5.2 - ESAF ................................................................................................................................. 74 
6 – Gabarito ........................................................................................... 87 
7 – Referencial Bibliográfico ................................................................... 88 
 
 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 6 de 89 
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Princípios são conceitos que devem nortear todo o ordenamento 
jurídico. Apesar de ser redundante falar isso, não é por acaso que a palavra 
princípio tem como sinônimo início, começo. São os fundamentos que 
devem ser observados até mesmo pelo Poder Legislativo na elaboração 
das normas que irão regular nossa sociedade. 
A despeito de não necessariamente estarem escritos, os princípios são 
fontes de direito genéricos por terem escopo bastante amplo, atuando 
em diversas situações. 
Servem para a análise de validade de outras normas, escritas ou não. 
Além disso, podem também ajudar na interpretação das demais regras. 
Objetivamente, os princípios estabelecem as linhas mestras a serem buscadas. 
Os princípios não possuem hierarquia entre si. Em caso de conflito 
entre princípios, deve-se ocorrer a ponderação para avaliar qual deve 
predominar numa situação concreta. Por exemplo, o princípio da eficiëncia 
não pode servir como pretexto para o abandono das formalidades prescritas 
em lei de um processo administrativo. 
Outra situação que vemos costumeiramente é a questão da sigilo 
(privacidade) x publicidade. Por vezes, processos ocorrem sobre “segredo de 
justiça”, quando, devido ao tipo de litígio, os atos processuais são mantidos 
sigilosos. Seria essa uma ofensa ao princípio da publicidade? Não 
necessariamente. Há situações nais quais o sigilo faz-se necessário para 
garantir o sucesso das investigações e a intimidade das parte envolvidas. 
Uma característica marcante dos princípios é o seu alto nível de 
abstração. Por exemplo, ao dizer que o princípio da impessoalidade se aplica 
à Administração Pública (APU) é necessário avaliar, caso a caso, como 
obedecer a este princípio. Ao publicar que o Governo do Estado do Rio de 
Janeiro realizou uma grande obra não há ofensa alguma a tal princípio. 
Entretanto, ao dizer que o Governador “Zé das Couves” fez uma determinada 
obra, há sim ofensa a tal princípio. 
1 – Princípios da Administração Pública 
1.1 – Princípios x Regras 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
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As regras jurídicas por sua vez apresentam significativas diferenças 
em relação aos princípios. As regras são menos genéricas (geralmente 
tem escopo mais reduzido) e menos abstratas (tratam de situações mais 
específicas). 
O conflito entre duas regras deve ser resolvido seguindo um rito 
mais formal, em que são avalidados critérios como o hierárquico, o 
cronológico e o da especificidade. 
Pelo critério hierárquico, a norma de maior hierarquia deve 
prevalecer sobre de menor hierarquia. Por exemplo, a Constituição da 
República Federativa do Brasil (CF/88) prevalece sobre a uma lei ordinária que 
a contrarie. 
Já pelo critério cronológico, a lei mais recente prevalece sobre a 
mais antiga (supondo normal de mesma hierarquia). Nesse caso, dizemos 
que ocorreu a revogação da lei mais antiga (lex posteior derogat legi priori). 
Notem que, de maneira geral, os atos que ocorreram durante a vigência da lei 
revogada continuam sendo tratados por essa, uma vez que não foram 
invalidados. Apenas os fatos futuros seguirão o novo ordenamento 
(estabelecido pela lei mais recente). 
Na aplicação do critério da especificidade, uma determinada regra 
mais específica deve ser aplicada em detrimento de uma norma com 
escopo mais amplo. Aqui não cabe falar em revogação, pois a lei geral 
continua plenamente aplicável aos demais atos, não tratados na lei mais 
específica (lex specialis derogat legi generali). 
Princípios 
Jurídicos
Generalidade Abstração
Ausência de 
hierarquia 
entre si
São usados na 
interpretação 
das regras
Devem ser 
observados pelo
Legislativo no 
processo normativo
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Como vimos na aula 0, o regime jurídico administrativo é formado 
por dois princípios: supremacia do interesse público e indisponibilidade 
do interesse público. Esses dois princípios não estão expressamente 
previstos no texto constitucional e são conhecidos também conhecidos 
como supraprincípios 
Este dois princípios representam os fundamentos que servem como 
base para a criação dos demais princípios jurídicos. Isso ocorre porque só o 
interesse público serve como justificativa para o estabelecimento de restrições 
(indisponibilidade do interesse público) e prerrogativas (supremacia do 
interesse público) da APU frente ao administrado. 
Outro ponto de atenção é que a APU atua nas suas relações jurídicas 
tanto sob o regime de direito público quanto sob o regime jurídico de 
direito privado. Este conceito amplo é chamado de “Regime Jurídico da 
Administração”. 
Quando a APU têm suas relações regidas pelo direito público, 
dizemos que está atuando sob regime jurídico administrativo, que tem um 
significado restrito. 
Critérios para 
Solução de 
Conflito entre 
Regras
Cronológico
lex posteior 
derogat legi 
priori
Hierárquico
Especificidade
lex specialis 
derogat legi 
generali
1.2 – Regime Jurídico Administrativo 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
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 1 - (CESPE - Admin - SUFRAMA/2014) A respeito do 
direito administrativo, julgue o item subsecutivo. 
A impossibilidade da alienação de direitos relacionados aos interesses públicos 
reflete o princípio da indisponibilidade do interesse público, que possibilita 
apenas que a administração, em determinados casos, transfira aos 
particulares o exercício da atividade relativa a esses direitos. 
Comentários. Perfeito o item. Devido ao princípio da indisponibilidade do 
interesse público, não pode a APU alienar um direito que não é seu, mas da 
sociedade. 
Gabarito: Certo 
 
 
 A CF/88 estabelece em seu artigo 37 os princípios que devem pautar a 
atuação da APU: 
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: ” 
 
Percebam que tais princípios se aplicam a todas as esferas (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios) e a todos os Poderes (Legislativo, 
Executivo e Judiciário) tanto da Administração Pública Direta quanto indireta. 
Para decorar tais princípios, segue uma dica: a palavra LIMPE, 
composta pela primeira letra de cada umdeles em ordem. 
REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO
REGIME JURÍDICO 
DE DIREITO 
PÚBLICO
CONCEITO 
RESTRITO
REGIME JURÍDICO 
ADMINISTRATIVO
REGIME JURÍDICO 
DE DIREITO 
PRIVADO
2 – Princípios Administrativos com Previsão Constitucional 
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 2 - (CESPE - Ag Adm - MDIC/2014) no que concerne à 
licitação, ao controle da administração pública e ao regime jurídico-
administrativo, julgue o item. 
Os princípios da administração pública expressamente dispostos na CF 
não se aplicam às sociedades de economia mista e às empresas públicas, em 
razão da natureza eminentemente empresarial dessas entidades. 
Comentários. Como verificados, tais princípios se aplicam tanto à APU Direta 
quanto à indireta, em que se situam as Sociedades de Economia Mista e as 
Empresas Públicas. 
Gabarito Falso. 
 
 
 O princípio da legalidade está diretamente relacionado ao conceito de 
Estado de Direito, no qual todos (inclusive o próprio Estado) devem 
obedecer as leis em vigor. 
 A legalidade administrativa tem significato distinto daquele utilizado 
pelos particulares em suas ações. Vejamos o que diz a CF88: 
“Art 5º (...) 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei;(...)” 
 
Notem que o particular pode adotar qualquer conduta não vedada 
pelas leis então vigentes. O conceito é que, à princípio, está permitido até 
que a lei diga o contrário. 
 
LIMPE
Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência
2.1 – Legalidade 
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Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
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No caso da legalidade administrativa, não há uma definição na 
CF/88. A doutrina predominante coloca que a legalidade administrativa 
corresponde a todos os atos que a lei determina (atuação vinculada) ou 
autoriza (atuação discricionária) que a APU realize. Percebam que deve 
haver previsão que respalde a atuação do Estado. 
 
 
Do exposto acima é possível dizer que a APU não pode atuar contra a 
lei (contra legem) nem além da lei (praeter legem), mas apenas segundo a 
lei (secundum legem). 
O conceito aqui é bastante diferente do estudado nas relações privadas. 
Aqui a ideia é de que para que a atuação do agente público esteja conforme a 
lei, exista expressa disposição legal determinando ou autorizando o ato. 
 
 
 
 O princípio da Impessoalidade tem como objetivo direcionar a atuação 
da APU no sentido maximizar os benefícios para a sociedade como um 
todo (busca do interesse público), sem beneficiar esse ou aquele grupo de 
pessoas. Nessa vertente, tal princípio também é conhecido como princípio da 
finalidade. 
 Percebe-se que nessa acepção, o princípio da impessoalidade está 
intimamente ligado ao conceito de igualdade ou isonomia, pois o 
Legalidade para o
cidadão comum
É permitido fazer tudo o que a 
lei não proíbe
Legalidade para a 
Administração
Pública
É permitido fazer tudo o que a 
lei expressamente 
determina ou autoriza
Lei
Determina Ato Vinculado
Autoriza Ato Discricionário
2.2 – Impessoalidade 
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interesse público deve buscar beneficiar de forma igualitária todas os cidadãos 
envolvidos. 
 Lembre-se de que a igualdade tem duas vertentes: a igualdade 
horizontal, na qual todos em situações semelhantes devem receber o 
mesmo tratamento. Entretanto, pela sua vertente vertical, pessoas que se 
encontram em situações distintas podem sim ter tratamentos distintos. 
Um exemplo básico: uma fila com três jovens e uma senhora grávida. 
Obviamente, os jovens (que estão em situação similar) irão ser atendidos 
segundo a ordem de chegada. Por outro lado, a senhora grávida deve ser 
atendida preferencialmente, pois está numa situação diferente dos demais. 
 
 
 
Voltando ao princípio da impessoalidade, a sua outra dimensão é a de 
que a atuação do agente público deve sempre ser divulgada de forma 
impessoal, sem o emprego de nomes, como o do governador “fulano de tal”. 
Sobre tais situações, o STF já se pronunciou dizendo que é vedada a 
vinculação, em propaganda oficial, de obra ou serviço realizado pelo titular de 
cargo público. 
 
 Segundo jurisprudência do STF (Súmula Vinculante nº 13), o 
princípio da impessoalidade serve também para justificar o controle da 
prática de nepotismo (favorecimento de parentes ou amigos próximos em 
detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à 
Isonomia
Horizontal
Pessoas em situações
semelhantes devem ser tratadas
da mesma forma
Vertical
Pessoas em situações diferentes
podem ter tratamentos distintos
Impessoalidade
Busca do 
Interesse Público
Sem promoção
pessoal do agente 
público
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nomeação ou elevação de cargos) da APU, sem necessidade de que tal 
prática esteja proibida em lei formal. 
 
 
 O conceito de moralidade administrativa está ligado diretamente com a 
nossa noção de certo e errado, sem, entretanto, nos restringirmos apenas ao 
que está prescrito em lei. 
 A moral é um conceito mais amplo, em que todos aqueles que atuam 
junto à APU – e aqui estão incluídos tanto os agentes públicos quanto os 
demais cidadãos – devem avaliar se estão agindo de forma honesta ou 
desonesta. O conceito de moralidade não está definido na CF/88, sendo 
dado como um conceito indeterminado pelo seu altíssimo nível de 
abstração e dificuldade de se obter uma definição completa. 
 
 
O que se busca é, além de uma atuação totalmente dentro dos 
parâmetros estabelecidos por lei, que o agente público e os cidadãos ajam 
sempre de forma a maximizar os benefícios para a sociedade, sem se 
beneficiar de forma ilegítima. 
 Podemos utilizar diversos exemplos de condutas imorais por parte do 
servidor público: 
 O uso de recursos públicos em proveito próprio; 
 O tratamento grosseiro no atendimento ao público; ou 
 O ganho indevido para agir de uma determinada forma, mesmo que 
esta conduta fosse adotada independente do recebimento de tais 
valores. 
O Decreto Nº 1.171 de 22 de junho de 1994, que aprovou o Código 
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, 
estabelece em seu texto o seguinte: 
Conceito 
Indeterminado
MORALIDADE
se aplica aos:
agentes 
públicos
demais 
cidadãos
Buscar sempre o 
interesse público
Escolha entre o honesto
e desonesto
2.3 – Moralidade 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
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“I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos 
princípios morais são primados maiores que devem nortear 
o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou 
fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio 
poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos 
serviços públicos. ” 
Como se percebe, o decreto 1171/94 estabelece que o servidor público 
deve (mandamento) atuar de forma ética tanto no exercício do cargo/função 
quanto na sua vida particular. E continua: 
“II - O servidor público não poderá jamais desprezar o 
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir 
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente 
e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas 
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as 
regras contidasno art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. 
” 
Novamente fica claro que a atuação do servidor público não pode se 
restringir apenas ao descrito na legislação, devendo avaliar caso a caso se sua 
conduta está sendo adotada de forma legítima. 
“III - A moralidade da Administração Pública não se limita à 
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia 
de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a 
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que 
poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. ” 
Aqui é colocado como parâmetro de que sempre que o servidor se 
afastar do interesse público (bem comum) estará se afastando da conduta 
ética. 
Outra referência à ética está na própria constituição, que coloca que: 
“Art. 37º (...) 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, 
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na 
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal 
cabível. ” 
Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
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O conceito de improbidade administrativa não está definido na CF/88 e 
nem na lei que regulamenta o parágrafo acima (Lei 8429/92). Podemos dizer, 
entretanto, que tal conceito está ligado à conduta irregular (e não apenas 
ilegal) por parte do agente público, que pode culminar com prejuízo ao erário 
e até mesmo enriquecimento por parte do agente. Este tema será tratato na 
aula referente ao controle da APU. 
 Há previsão constitucional de remédios que devem ser usados no caso 
de ofensa à moralidade administrativa. Vejamos: 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência;(...)” 
 
A Ação Popular está inserida no rol dos direitos e deveres individuais e 
coletivos, tamanha a importância que a CF/88 deu à moralidade 
administrativa. 
 3 - (CESPE - Tec MPU - Apoio Técnico e Administrativo - 
Segurança Institucional e Transporte/2015) O servidor responsável pela 
segurança da portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade 
superior desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou 
que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as 
pessoas que entrassem e saíssem do imóvel. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
Improbidade
Administrativa
Perda de 
Função
Pública
Suspensão dos 
Direito
Políticos
Indisponibilidade
dos bens
Ressarcimento
ao erário
Independente de 
Ação Penal
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O ato praticado pela autoridade superior, como todos os atos da administração 
pública, está submetido ao princípio da moralidade, entretanto, considerações 
de cunho ético não são suficientes para invalidar ato que tenha sido praticado 
de acordo com o princípio da legalidade. 
Comentários. A moralidade pode sim ser utilizada para anular um 
determinado ato, mesmo sendo esse um conceito indeterminado. 
Gabarito: Errado 
 
 
 A publicidade está intimamente ligada ao conceito de democracia. 
Como vimos, a democracia é o governo do povo. Para que este possa fiscalizar 
e estar a par do que está ocorrendo no governo, é necessário que haja ampla 
publicidade das ações do governo. Deve haver transparência na gestão da 
coisa pública. 
 Apesar de importante, esta publicidade não é absoluta (como nenhum 
outro princípio da APU). Há situações em que o sigilo é necessário, como 
nas investigações da Polícia Federal. Já estudamos que essa ponderação entre 
os princípios deve ocorrer caso a caso. 
 Mesmo dentre os atos que não exijam sigilo devemos dizer que a 
publicidade não é necessária em todos os atos da APU. Apenas os atos 
que têm efeitos externos precisam ser publicados (também chamados 
de atos externos). Os atos de mero expediente ou atos internos (que não 
geram nenhum efeito para o cidadão) não precisam ser publicados. 
 
 
 
A legislação sobre o tema publicidade é vasta no nosso ordenamento 
jurídico. Como mais relevante podemos citar a CF/88, que preconiza: 
“Art. 5º (...) 
Atos sigilosos Não podem ser publicados
Atos internos Não precisam ser publicados
Atos Externos
(e não sigilosos)
Precisam ser publicados 
2.4 – Publicidade 
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XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena 
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: 
(...) 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
interesse pessoal;(...) ” 
 
 Já vimos que o acesso à informação é permitido no caso de informação 
de interesse geral (tem efeitos sobre todos ou pelo menos sobre a grande 
maioria das pessoas) e também quando a informação é pessoal, daquele 
cidadão que está solicitando o acesso a informação. 
 
A publicidade é requisito essencial para produção de efeitos 
externos dos atos, gerando direitos e deveres aos administrados. Enquanto 
o ato não é publicado, dizemos que tal ato ainda não está apto a produzir 
efeitos, ou seja não tem eficácia. 
O ato ainda não publicado pode normalmente ser tido com um ato 
válido, pois a validade do ato está associada ao cumprimento dos 
requisitos da legislação. Pode igualmente ser tido como ato perfeito por 
ter completado todo seu processo de criação. Estes tópicos serão 
estudados com maior profundidade na aula referente a atos administrativos. 
A publicidade gera efeitos, pois sua decorrência imediata é a 
presunção absoluta (“juris et juris”) de que o interessado tomou ciência 
do mesmo. 
 
Acesso à 
informaçao 
de órgãos 
públicos
Livre
Interesse particular do requerente
Interesse Coletivo ou Geral
Restrito
Sigilo seja 
imprescindível à 
segurança
Do Estado
Da 
Sociedade
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 4 - (CESPE/FUB/Assistente em Administração/2015) 
A administração pública é regida por princípios fundamentais que atingem 
todos os entes da Federação: União, estados, municípios e o Distrito 
Federal. Com relação a esse assunto, julgue o item subsecutivo. 
Apesar de o princípio da moralidade exigir que os atos da administração 
pública sejam de ampla divulgação, veda-se a publicidade de atos que 
violem a vida privada do cidadão. 
Comentários: Muitas vezes somos induzidos ao erro pela questão! Fique 
sempre atento! O erro está em se falar no princípio da moralidade quando na 
verdade seria o da publicidade. 
Gabarito: Errada. 
 
 
Por último, cabe salientar que hoje temos um importante instrumento 
para garantir a publicidade dos atos (externos e internos) que é a Lei 
12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso a Informação.Trata-se de 
uma norma de caráter nacional e que, por isso, obriga todos os entes 
federativos. Estudaremos esta norma em encontros futuros. 
 
 Jurisprudência do STJ 
Apesar do colocado acima, acerca da presunção absoluta de 
conhecimento por parte do interessado nos casos de atos devidamente 
publicados (este é o entendimento predominante na doutrina), o STJ tem 
entendido que no caso de concursos públicos não é razoável exigir 
do candidato a leitura do diário oficial durante quatro anos para 
tomar conhecimento da sua nomeação. Nesses casos, a 
comunicação deve ser pessoal. (RMS 22508, RMS 21554, REsp 
24.046/RJ). 
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 O princípio da eficiência foi expressamente introduzido na CF/88 
através da Emenda Constitucional 19/1998 que tinha como foco 
implementar (ou iniciar isso) a chamada “Administração Pública 
Gerencial”. 
 Como vemos no nosso dia a dia, o serviço público ainda tem uma 
imagem, perante a população, de ser extremamente ineficiente, 
característica da chamada Administração Pública Burocrática, que é 
marcada pelo apego excessivo ao processo e não ao resultado final, 
que é a satisfação do interesse público. 
 A APU Gerencial veio exatamente como resposta aos anseios da 
sociedade, em que o emprego de ferramentas já consagradas na iniciativa 
privada devem ser adotadas no setor público. 
 Dentro desse contexto, a busca pela eficiência deve ocorrer no dia a 
dia a APU. Essa eficiência na APU pode ser conseguida através de diversas 
formas, como: 
 Procurar maximizar as receitas do Estado, sempre com o devido 
respeito aos demais princípios da legalidade e moralidade. 
Ex: Um servidor da carreira tributária não pode abrir mão de aplicar uma 
penalidade devidamente tipificada na legislação. Caso o faça, estará de forma 
ilícita abrindo mão de recursos públicos cujo possuidor é a própria sociedade. 
 Economicidade do Gasto Público. 
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
 
Divulgação da remuneração dos servidores públicos: tendo sido 
questionado sobre a constitucionalidade de norma que previa que os 
vencimentos dos agentes públicos fossem divulgados na internet, o 
STF se posicionou pela constitucionalidade da norma. A corte maior 
deixou claro, entretanto, que os dados cadastrais do servidor (identidade, 
CPF, endereço) devem ser sigilosos para garantir a segurança dos agentes 
públicos. (ARE 652777). 
 
Publicação obrigatória dos custos de publicidade: ao analisar norma 
que previa que o governo deveria divulgar sempre o custo da 
publicidade na própria propaganda veiculada na mídia, a corte 
suprema decidiu pela inconstitucionalidade da norma. ADInMC 2.472-RS, 
rel. Min. Maurício Corrêa, 13.3.2002. (ADI-2472). 
2.5 – Eficiência 
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Ex: Ao realizar empenhos (comprometer recursos públicos com uma 
determinada despesa), a APU deve sempre procurar os preços mais 
vantajosos para o Erário, sem obviamente abrir mão da qualidade esperada. 
 Desempenhar com a máxima presteza os serviços públicos. 
Ex: O servidor público deve sempre atender o cidadão da melhor forma 
possível, evitando a formação de filas, 
 
 
A legislação atual prevê situações em que, claramente, um dos 
objetivos é a busca por maior eficiência. Como exemplo, podemos citar a 
celebração de contratos de gestão com entidades da APUI (Administração 
Pública Indireta) e órgãos do setor público, em que é concedida maior 
autonomia em troca de um desempenho pré-determinado, numa nítida 
busca de gestão por resultados. 
Outro exemplo interessante é a necessidade de avalição especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade para que servidor 
público efetivo adquira estabilidade no serviço público (CF/88, art 41, 
§4º). Este artigo (que será detalhado na aula de servidores públicos) foi 
também incluído pela Emenda Constitucional nº19 de 1998. 
 5 - (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário – Área 
Administrativa/2015 – ADAPTADA) 
Para a aplicação do princípio da eficiência, exige-se expressa disposição na 
legislação infraconstitucional. 
Comentários: O princípio da eficiência é um dos princípios inerentes à 
administração pública e tem eficácia plena, não necessitando de qualquer 
legislação infraconstitucionais para sua aplicabilidade. 
Gabarito: Errada. 
 
 
Excessivo 
apegos aos 
processo
Conhecida por ser 
ineficiente
APU 
Burocrática
Foco no 
resultado
Busca da 
eficiência
APU 
Gerencial
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 Aqui iniciaremos o estudo dos princípios que não estão expressos na 
Constituição Federal, mas que são aceitos pela doutrina dominante. 
 
 
 Não há consenso na doutrina quanto à perfeita diferenciação entre os 
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Entretanto, entendemos 
que hoje predomina a tese de que o princípio da proporcionalidade é 
uma das vertentes do princípio da razoabilidade. 
O princípio da razoabilidade determina que todo o setor público deve 
atuar de forma coerente, racional, tendo uma conduta adequada à 
situação em questão. Esse conceito é bastante subjetivo e por isso vamos 
discorrer sobre ele. 
A razoabilidade implica, por exemplo, que os processos judiciais e 
administrativos tenham uma duração razoável. Esse item inclusive está 
previsto na CF/88 (art. 5º, LXXVIII). 
Notem que o princípio da razoabilidade interage bastante com outros 
princípios da APU. Por exemplo, o princípio da economicidade (que está ligado 
ao princípio da eficiência) prega que os custos devem ser os mais baixos 
possíveis (razoáveis). 
 Já o princípio da proporcionalidade está relacionado à necessidade de 
uma atuação proporcional, assegurando o interesse público, mas sem ações 
exageradas. 
 Vamos a um exemplo. É realizada uma fiscalização numa filial de uma 
grande rede de supermercados e é verificado que dois produtos estão com a 
validade vencida, entre as centenas de tipos de produtos vendidos. Seria 
razoável interditar o estabelecimento? Óbvio que não! Este é um dos exemplos 
em que a proporcionalidade não foi respeitada. 
 Para se avaliar a proporcionalidade, três requisitos devem ser 
atendidos: 
 Adequação: os meios empregados devem ser adequados aos fins 
pretendidos. Não é adequado utilizar um contingente significativo de 
policiais, com uso intensivo de armas de efeito moral, para se conter 
um pequeno grupo de pessoas. 
 Exigibilidade: a conduta realizada deve ser necessária para se 
atingir o fim pretendido. Voltando ao exemplo do supermercado, não 
é necessário fechar a filial para se garantir que as mercadorias vencidas 
deixem de ser vendidas. Basta apreender todas as mercadeorias que se 
encontrem nessa situação. 
3 – Outros Princípios da Administração Pública 
3.1 – Princípios da Proporcionalidade e Razoabilidade 
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 Proporcionalidade em sentido estrito: aqui a ideia é que o 
benefício gerado seja superior à restrição imposta à população. 
Por exemplo, reforçar a pintura de uma faixa de pedestres num horário 
de grande fluxo de veículos não seria proporcional, uma vez que o 
transtorno causado poderia ser evitado ao se realizar a manutenção em 
outro horário. 
 
 
Apesar de tais princípios não estarem expressamente previstos na 
CF/88, estão sim codificados na Lei 9784/99: 
“Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos 
princípios da legalidade, finalidade,motivação, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, 
segurança jurídica, interesse público e eficiência.(...)” 
 
É importante dizer que os princípios da proporcionalidade e 
razoabilidade têm sido amplamente empregados pelo STF no controle 
de constitucionalidade, o qual, por diversas vezes, tem apontado como 
sede material para tais princípios o postulado do devido processo legal 
(CF88, art. 5º, LIV): 
“art. 5º (...) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal (...)” 
 6 - (CESPE/ANTT – Todos os cargos/2013) Acerca das 
teorias de regulação, das boas práticas regulatórias e da regulação do setor de 
transportes terrestres no Brasil, julgue o item seguinte. 
Proporcionalidade
Proporcionalidade 
em sentido 
estrito
Benefícios 
superiores às 
restrições.
Adequação
Os meios 
devem ser 
adequados aos 
fins.
Exigibilidade
A conduta deve 
ser necessária.
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A proporcionalidade, no sentido de que o Estado só deve intervir quando se 
fizer necessário e de forma proporcional aos problemas existentes, constitui 
um valor que deve nortear a busca por uma maior qualidade regulatória. 
Comentários: O princípio da proporcionalidade está relacionado à 
necessidade de uma atuação proporcional, assegurando o interesse público, 
mas sem ações exageradas. Para se avaliar a proporcionalidade, três 
requisitos devem ser atendidos: 
 Adequação: os meios empregados devem ser adequados aos fins 
pretendidos. 
 Exigibilidade: a conduta realizada deve ser necessária para se atingir o 
fim pretendido. 
 Proporcionalidade em sentido estrito: aqui a ideia é que o benefício 
gerado seja superior à restrição imposta à população. 
Gabarito: Certa 
 
 
 Como sabemos, os serviços públicos existem para garantir à população 
serviços essenciais. Esses serviços devem estar permanentemente 
disponíveis, sob pena de prejudicar os cidadão de forma irretratável. 
 
 Não é difícil entender que diversas atividades desempenhadas pela APU, 
e por particulares delegatários, são de extrema importância para o dia a dia da 
sociedade. Podemos citar o transporte coletivo, os serviços de saúde de 
emergências, as aulas ministradas pelas instituições de ensino, etc. 
 Por serem atividades essenciais para a população, são abarcadas pelo 
princípio da continuidade dos serviços públicos, que impõe restrições ao 
direito de greve dos servidores públicos (art 37, VII): 
 “art 37 (...) 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos 
limites definidos em lei específica;(...)” 
 
 A lei específica supracitada ainda não existe, mas se depreende do 
próprio texto que quando (e se) o existir estabelecerá limites de forma que o 
servidor tenha garantido o seu direito de greve sem gerar externalidades 
prejudiciais para a população. Pelo menos é isso que se espera. 
Serviços
Públicos Como REGRA
Não podem ser 
interrompidos
3.2 – Princípios da Continuidade do Serviço Público 
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 A Lei nº 8.987/1995, que define regras para a prestação de serviços 
públicos, estabelece que no caso de concessão de serviços públicos existe 
a inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido (exceptio non 
adimpleti contractus). Por essa regras, mesmo que o poder concedente 
descumpra o estabelecido em contrato apenas após decisão judicial 
transitada em julgado é possível a paralisação da prestação do 
serviço. 
 Outro instituto previsto para garantir os serviços públicos é a 
encampação. Tal medida corresponde à retomada da execução dos 
serviços públicos por parte do poder concedente, por motivo de 
interesse público (Lei nº 8.987/95 art. 37). 
Ainda segundo a lei 8987/95 (art 6º, §3º), não se caracteriza como 
descontinuidade dos serviços a sua interupção em situações de 
emergências ou após prévio aviso quando: 
 motivado por razões de ordem técnicas ou segurança das 
instalações; 
 em virtude de inadimplemento do usuário, considerando o 
interesse de coletividade. 
 
Como se percebe, há diversas situações previstas na legislação para se 
garantir a continuidade dos serviços públicos, dada a importância de tais 
serviços para a sociedade. 
 7 - (CESPE/TRT – 21ª Região (RN)/Técnico 
Judiciário/2010) Acerca do direito administrativo, julgue os itens seguintes. 
O princípio da continuidade dos serviços públicos pode ser relativizado na 
hipótese de falta de pagamento do serviço de água pelo particular, uma vez 
que o STF possui jurisprudência afirmando que a sua remuneração 
caracteriza-se como preço público ou tarifa, sem natureza tributária, razão 
pela qual o serviço seria suscetível de suspensão por falta de pagamento. 
Não se 
caracteriza como
descontinuidade
dos SPs
Após prévio aviso 
situações de: 
Ordem técnica ou 
segurança das 
instalações
Inadimplemento
do usuário
Situações de 
emergências
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Comentários. Segundo a lei 8987/95 (art 6º, §3º), não se caracteriza como 
descontinuidade dos serviços a sua interrupção em situações de emergências 
ou após prévio aviso quando: 
 motivado por razões de ordem técnicas ou segurança das instalações; 
 em virtude de inadimplemento do usuário, considerando o interesse de 
coletividade. 
 Quanto à jurisprudência do STF, verifica-se no julgamento do RE 
541.511, Pleno, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 26.06.09, de 
que o entendimento é de que a taxa, assim como a tarifa, remunera a 
prestação de um serviço público divisível e específico, distinguindo-se ambas, 
entretanto, pelo fato de a primeira resultar de uma obrigação criada por lei e a 
segunda decorrer de uma relação meramente contratual. 
Gabarito: Certa 
 
 
 Por ter a atuação da APU limitada pelo estabelecido nas leis (princípio 
da legalidade), há a presunção de que esta atua de forma regular. Tal 
atributo é chamado de presunção de legalidade. Obviamente esta 
presunção é relativa (juris tantum), cabendo prova em contrário. 
 O princípio da autotutela representa a possibilidade da APU avaliar 
se os atos por ela praticados são atos válidos e, caso contrário, proceder 
de ofício e sem necessidade de participação do judiciário na anulação desses 
atos. 
É importante frisar que a Lei 9.784/1999 estabelece restrições a esse 
direito da APU, conforme veremos abaixo: 
“Art. 54. O direito da Administração de anular os atos 
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os 
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que 
foram praticados, salvo comprovada má-fé.” 
 
 Ainda em decorrência do princípio da autotutela, a APU pode avaliar a 
conveniência de manter atos válidos, mas que por motivos de 
conveniência deixaram de ser interessantes. Caso julgue que tais atos se 
tornaram inoportunos, deve revogá-los - a discricionariedade ocorre na 
avaliação se um ato é ou não inconveniente. 
 Os efeitos dessa revisão, por parte da APU de seus atos, são 
diferentes de acordo com o instituto empregado. No caso da anulação, em 
regra, o ato nulo não gera direitos, sendo desfeito desde sua origem 
(efeitos ex tunc). 
3.3 – Princípio da Autotutela 
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 Por outro lado, a revogação é a análise do mérito do ato 
administrativo, por meio da discricionariedade. Nesse caso, os efeitos que 
porventura geraram benefícios aos cidadãos devem ser mantidos,uma 
vez que estes não podem ser prejudicados pela mudança de pensamento da 
APU (efeitos ex nunc). Em relação aos efeitos já consolidados, essa é a regra. 
 Como veremos em mais detalhes nos próximos encontros, os atos 
administrativos podem ser divididos em vinculados e discricionários. Os 
primeiros têm todos os elementos definidos por lei, não havendo margem 
para valoração. Já o segundo tipo possui elementos que estão sujeitos a 
certa margem de valoração, que corresponde ao chamado mérito 
administrativo. 
 Os atos vinculados podem ser anulados, mas não revogados, uma 
vez que a lei não permite nenhuma margem de valoração quanto a sua 
execução ou não. 
 Já os atos discricionários podem ser revogados, caso a administração 
os julgue inconveniente, ou anulados, no caso de se verificar irregularidades 
nos seus elementos vinculados. 
 
 8 - (ESAF - AFC - CGU -Auditoria e 
Fiscalização/Geral/2012) O princípio que instrumentaliza a Administração 
para a revisão de seus próprios atos, consubstanciando um meio adicional de 
controle da sua atuação e, no que toca ao controle de legalidade, 
representando potencial redução do congestionamento do Poder Judiciário, 
denomina-se 
a) Razoabilidade. 
Autotutela
Direito de controlar seus próprios atos
Manutenção
Atos são 
mantidos 
no mundo 
jurídico
Revogação
Atos são 
revogados 
por 
conveniência
Efeitos 
mantidos 
(ex nunc)
Anulação
Atos são 
anulados
Efeitos 
revistos 
(ex tunc)
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b) Proporcionalidade. 
c) Autotutela. 
d) Eficiência. 
e) Eficácia. 
Comentários. Definição do princípio da autotutela. 
Gabarito: C 
 
 
 
 
 Segundo esse princípio, os atos praticados pela APU através de seus 
agentes são, em princípio, oriundos de fatos verdadeiros e de forma 
legítima, segundo o direito vigente. 
 Essa presunção é obviamente relativa (juris tantum), cabendo prova 
em contrário. A principal decorrência dessa presunção é a inversão do 
ônus da prova. Por exemplo, se um servidor da fiscalização tributária está 
realizando uma fiscalização num recinto alfandegado e verifica que uma 
determinada carga, que consta como armazenada, acabou de sair em um 
caminhão sem ser baixada no sistema, ele deve aplicar uma penalidade ao 
terminal. Caberá a este provar que o servidor está equivocado. 
 Outra decorrência de tal princípio é que a APU pode executar suas 
próprias decisões imediatamente, inclusive criando obrigações para os 
particulares sem necessidade de recorrer ao poder judiciário, valendo-
se inclusive de meios de coação dentro dos limites previstos na lei. 
 
Jurisprudência do STF 
Segundo a Corte Maior, no caso de revisão de atos administrativos por 
parte da APU em que o administrado seja prejudicado, é necessário que 
seja concedido direito deste se pronunciar, sob pena de afronta do 
princípio do contraditório e da ampla defesa. 
3.4 – Princípio da Presunção de Veracidade e Legitimidade 
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Essa característicia de poder executar seus próprios atos, sem a 
necessidade de participação do poder judiciário, é decorrência do atributo 
de autoexecutoriedade dos atos administrativos. Este atributo, 
entretanto, não está presente em todos os atos administrativos (como 
veremos em aula futura). O exemplo clássico disso é a multa, que pode ser 
imposta pela APU, mas cuja cobrança forçada depende de ação judicial. 
 
 
 O princípio da segurança jurídica tem por objetivo proteger a 
estabilidade das relações jurídicas. Busca-se proteger o direito 
adquirido, a coisa julgada e ato jurídico perfeito. 
 Percebe-se que tal princípio tem cunho predominantemente objetivo, 
pois seu foco é a manutenção da estabilidade das relações jurídicas, sem 
entrar no mérito subjetivo – intenção dos envolvidos. 
Em relação a APU, este princípio veda, por exemplo, a interpretação 
retroativa da legislação por parte da APU que venha a prejudicar os 
particulares que seguiram a orientação anteriormente vigente. A Lei 
Federal 9784/99 veda a aplicação retroativa de nova interpretação de matéria 
administrativa já anteriormente avaliada (art. 2º). Como vimos no tópico 
anterior, tal lei veda a anulação de atos jurídicos após 5 anos da data da sua 
ocorrência (art. 54). 
 
3.5 – Princípio da Segurança Jurídica 
Inversão dos ônus da prova
Presunção relativa de veracidade 
dos fatos alegados e
legitimidação na aplicação das 
normas
Pode executar suas próprias 
decisões
Pode valer-se de meios 
coercitivos para obrigar o 
particular
Presunção da 
Veracidade/Legitimidade
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Outros conceitos que estão ligados ao princípio da segurança jurídica 
são os conceitos de decadência e prescrição. 
Enquanto a prescrição é a perda por decurso de prazo da 
capacidade de reivindicar um direito por meio da ação judicial cabível, a 
decadência é a perda do direito em si por não ter sido exercido num 
período de tempo razoável. 
Devemos falar também do princípio da proteção à confiança 
segundo o qual os administrados, ao confiar na atuação da APU estariam 
protegidos da posterior declaração de nulidade dos atos administrativos, 
pois tais atos gozam de presunção de legalidade. Corresponde ao aspecto 
subjetivo da segurança jurídica, já que protege apenas os administrados. 
Tal proteção é relativa e não pode sobrepor de forma genérica o 
princípio da autotutela (que define o dever da APU de anular seus atos 
inválidos) e seus efeitos. Além disso, independentemente dos efeitos para os 
particulares, a APU continua tendo o dever de anular seus atos inválidos. 
 
Princípio da Segurança Jurídica
Veda
Interpretação
retroativa 
prejudicial ao 
cidadão
Anulação de 
atos após 5 
anos
Protege
coisa 
julgada,
direito 
adquirido e 
ato jurídico 
perfeito
Princípio da 
proteção à 
confiança
Administrados 
não podem ser 
prejudicados
por atuação 
irregular da APU
 Conceitos Importantes 
Direito adquirido: É o direito adquirido sob a vigência da lei, segundo 
determinada interpretação e que já foi incorporado de forma 
definitiva ao patrimônio do cidadão. 
Coisa Julgada: É a relação jurídica da qual não cabe mais recurso no 
judiciário. 
Ato Jurídico Perfeito: É o ato que, sob a vigência de uma determinada 
lei, completou seu ciclo de formação e está apto a produzir seus efeitos. 
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Outro princípio decorrente da segurança jurídica é o princípio da boa-
fé, que estabelece que os envolvidos (tanto APU quanto os particulares) 
devem agir de forma leal e honesta. Ressalte-se aqui a diferença entre 
boa-fé objetiva (atos observáveis) e boa-fé subjetiva (boa intenção do 
sujeito – íntimo), ambas abarcadas pela boa-fé como subprincípio da 
segurança jurídica. 
Cabe salientar que o princípio de proteção à confiança e da boa-fé tem 
servido como fundamento para que servidores públicos não sejam 
obrigados a devolver valores que tenham recebido da APU. 
 Outra consequência de tais princípios é que os administrados não sejam 
penalizados pela atuação dos funcionários de fato, aqueles que apesar de 
irregularmente investidos desempenham função pública. 
 
 
 Veremos, no estudo da teoria dos atos administrativos, que o motivo é 
um dos elementos do ato administrativo (assim com a competência, 
finalidade, forma e objeto). O motivo representa o fundamento de fato e de 
direito que justificaramsua realização. 
 
 No caso dos atos vinculados (em que não há discricionariedade 
possível na atuação da APU), a existência desse motivo determina que o 
ato seja executado. Se o ato for discricionário, a APU pode realizar tal 
ato, pois há certa margem de valoração. 
O motivo não se confunde com a motivação. Esta é a exposição dos 
motivos que deram causa a realização do ato. 
 
A regra, na APU brasileira, é que todos os atos ou decisões 
administrativas devem ser motivados. Isso independe de o ato ser 
vinculado ou discricionário. A lei 9784/99 prevê que os seguintes atos 
devem ser motivados em certas situações (transcritas abaixo). Ocorre que, 
segundo a doutrina, tal lista é meramente exemplificativa. 
Fundamentos
De fato Evento que ocorreu
De direito Legislação que permitesua execução
3.6 – Princípio da Motivação 
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“Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com 
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I - Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - Decidam processos administrativos de concurso ou seleção 
pública; 
IV - Dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo 
licitatório; 
V - Decidam recursos administrativos; 
VI - Decorram de reexame de ofício; 
VII - Deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou 
discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação 
de ato administrativo. (...)” 
 
Na verdade, parece que a lei procurou apenas salientar que em certos 
atos externos (que têm grande impacto para o administrado) de forma 
alguma o elemento motivo pode ser omitido, até como forma de 
assegurar o direito de contraditório e ampla defesa do cidadão. 
 A CF/88, entretanto, apenas determinou a motivação das decisões 
administrativas dos Tribunais e do Ministério Público (CF88, art. 93, X e art 
129, §4º). 
 A motivação pode ocorrer tanto antes quanto durante a realização 
do ato. Mesmo que um ato não tenha motivação, ele poderá ser convalidado 
por meio de motivação ulterior. 
 Apesar de ser regra, a motivação também pode ser dispensada em 
certas situações, como na exoneração de um servidor em cargo de 
comissão. Entretanto, ao se expor o motivo de um ato este passa a estar 
vinculado ao motivo exposto, não cabendo a alegação de que na verdade o 
ato foi praticado por outro motivo. Tal vinculação é chamada de teoria dos 
motivos determinantes. 
 
 Por último, devemos ter em mente que há a possibilidade de um 
determinado ato ou decisão administrativa ter referenciado um motivo 
exposto em outro documento/processo, a chamada motivação aliunde 
Teoria do 
Motivos
Determinantes
Ato foi 
formalmente 
motivado?
Fica vinculado
aos motivos 
expostos
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(“de outro lugar”). Tal formalidade é tida como válida em nosso ordenamento 
jurídico. 
 
 9 - (FCC - TCE-PI/2014) uma determinada empresa 
pública ao rescindir unilateralmente o contrato de trabalho com um de seus 
empregados públicos assim o fez sem indicar qualquer fundamento de fato e 
de direito para sua decisão. O ato em questão evidencia violação ao princípio 
administrativo 
a) do controle. 
b) da eficiência. 
c) da publicidade. 
d) da presunção de legitimidade. 
e) da motivação. 
Comentários. Obviamente a empresa errou, pois não motivou seus atos. 
Gabarito: E 
 
 
O princípio da hierarquia está relacionado às funções de 
coordenação e subordinação que se manifestam tanto nas relações entre 
os agentes públicos quanto nas relações entre os órgãos. 
 
 
Nas relações entre os agentes públicos, o superior hierárquico pode 
rever os atos dos subordinados, delegar e avocar competências e punir 
os subordinados. Já os subordinados têm o dever de obediência às 
ordens do superior hierárquico. Obviamente tal obediência não é irrestrita, 
Princípio da 
Hierarquia
Agentes Órgãos
Coordenação Subordinação
3.7 – Princípio da Hierarquia 
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uma vez que os subordinados não devem cumprir as ordens 
manifestamente ilegais, surgindo nesse caso o dever de representar contra 
o superior. 
 
 
Nas relações entre órgãos, há uma hierarquia que deve ser seguida, 
na qual uns revisam os atos/decisões dos outros órgãos. Este conceito 
está relacionado a desconcentração administrativa. 
 
 
 
 
 Pessoal, os princípios que trataremos aqui são pouco cobrados em 
provas. Ocorre que nossa banca adora inovar nas suas avaliações e por isso 
precisamos estar preparados. Entretanto, para valorizar o seu tempo, seremos 
bastante objetivos nas definições abaixo, ok? Vamos lá 
 Especialidade: relacionado à criação de entidades da administração 
indireta pelo setor público através da descentralização administrativa. 
Importante ressaltar que a realização de parcerias entre a APU e as 
entidades do terceiro setor (particulares) não estão englobadas aqui. 
 Responsividade: associado ao conceito de accountability, representa a 
obrigação dos gestores de prestar contas de suas escolhas fiscais. 
 Sindicabilidade: a possibilidade jurídica de submeter-se efetivamente 
qualquer lesão de direito e, por extensão, as ameaças de lesão de 
direito à algum tipo de controle, seja este realizado pela própria APU, 
com base no princípio da autotutela, ou pelo judiciário. 
 Sancionabilidade: refere-se ao uso de estímulos (sanções) para se 
premiar ou dissuadir (desencorajar) determinadas condutas. 
Superior --> Subordinado
Delegar/avocar competência
rever atos
punir
Subordinado --> Superior Dever deobdeciência
Salvo 
manifestamente 
ilegais
3.8 – Outros Princípios da Administração Pública – menos cobrados 
em provas 
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 Ponderação: é a técnica interpretativa utilizada para solucionar 
conflitos entre os princípios jurídicos. 
 Consensualidade: busca o consenso entre a APU e o cidadão, por 
meio de participação popular na APU e de outras ferramentas como a 
arbitragem. 
 Responsabilidade: corresponde ao dever da APU de indenizar 
quando seus agentes, nessa qualidade, causarem prejuízos a terceiros. 
Além disso, está associado ao poder-dever de agir de seus agentes. 
 Subsidiariedade: Define o escalonamento entre os indivíduos e os 
órgãos, no qual os primeiros devem atuar preferencialmente sem a 
participação do Estado e só em caso de interesse coletivo o Estado deve 
atuar para alcançar o interesse público 
 Realidade: os atos praticados pela APU devem ter sujeito, motivo, 
objeto e resultado reais, tendo condições de se obter os resultados que 
são esperados. 
 
 
Bem pessoal, por hoje é só. Agora é praticar para conseguirmos fixar 
bem esses conceitos, que não são poucos. Procurem resolver todos os 
exercícios. 
Qualquer dúvida recorra ao Fórum. 
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4.1 - FCC 
1. (FCC - TCE-PI/2014) 
Uma determinada empresa pública ao rescindir unilateralmente o contrato de 
trabalho com um de seus empregados públicos assim o fez sem indicar 
qualquer fundamento de fato e de direito parasua decisão. O ato em questão 
evidencia violação ao princípio administrativo 
a) do controle. 
b) da eficiência. 
c) da publicidade. 
d) da presunção de legitimidade. 
e) da motivação. 
Comentários. 
Obviamente a empresa errou, pois não motivou seus atos. 
Gabarito 1. E. 
 
2. (FCC - TRT2 – Judiciária - Oficial de Justiça Avaliador 
Federal/2014) 
O princípio da supremacia do interesse público informa a atuação da 
Administração pública 
a) subsidiariamente, se não houver lei disciplinando a matéria em questão, 
pois não se presta a orientar atividade interpretativa das normas jurídicas. 
b) alternativamente, tendo em vista que somente tem lugar quando não 
acudirem outros princípios expressos. 
c) de forma prevalente, posto que tem hierarquia superior aos demais 
princípios. 
d) de forma ampla e abrangente, na medida em que também orienta o 
legislador na elaboração da lei, devendo ser observado no momento da 
aplicação dos atos normativos. 
e) de forma absoluta diante das lacunas legislativas, tendo em vista que o 
interesse público sempre pretere o interesse privado, prescindindo da análise 
de outros princípios. 
Comentários. 
Questão interessante da FCC. Não há hierarquia entre os princípios (letras a, 
b, c e e incorretas). O princípio da supremacia do interesse público é um dos 
4 – Questões Comentadas 
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princípios que formam o regime jurídico administrativo (o outro é a 
indisponibilidade do interesse público) e tem ampla aplicação em toda APU. 
Gabarito 2. D. 
 
3. (FCC - TJ TRT19 - Administrativa - 2014) 
Roberto, empresário, ingressou com representação dirigida ao órgão 
competente da Administração pública, requerendo a apuração e posterior 
adoção de providências cabíveis, tendo em vista ilicitudes praticadas por 
determinado servidor público, causadoras de graves danos não só ao erário 
como ao próprio autor da representação. A Administração pública recebeu a 
representação, instaurou o respectivo processo administrativo, porém, 
impediu que Roberto tivesse acesso aos autos, privando-o de ter ciência das 
medidas adotadas, sendo que o caso não se enquadra em nenhuma das 
hipóteses de sigilo previstas em lei. O princípio da Administração pública 
afrontado é a 
a) publicidade. 
b) eficiência. 
c) isonomia. 
d) razoabilidade. 
e) improbidade. 
Comentários. 
Claramente o princípio prejudicado foi o da publicidade, por ter mantido em 
sigilo um processo que não requeria tal medida. 
Gabarito 3. A. 
 
4. (FCC - Ass Jur - TCE-PI/2014) 
A Administração pública se sujeita a princípios na execução de suas funções, 
expressamente consagrados na Constituição Federal ou implícitos no 
ordenamento jurídico. Dessa realidade se pode depreender que 
a) a violação aos princípios que regem a atuação da Administração pública dá 
lugar a tutela judicial dos interesses em questão, desde que também tenha 
havido infração à legislação vigente. 
b) os princípios expressos na Constituição Federal são hierarquicamente 
superiores aos demais princípios gerais de direito, ainda que previstos na 
legislação setorial, posto que estes possuem natureza apenas opinativa para a 
atuação da Administração pública. 
c) a violação a algum dos princípios constitucionais permite a tutela judicial 
para que sejam conformados ou anulados os atos da Administração pública. 
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d) somente os princípios expressos na Constituição Federal possuem 
coercibilidade para conformar a Administração pública ao atendimento de seu 
conteúdo. 
e) os princípios previstos na legislação infraconstitucional são regras 
desprovidas de sanção pelo seu descumprimento, de modo que sua violação 
não se consubstancia em ilegalidade. 
Comentários: 
a) Falso. Não é necessária a infração à legislação vigente para a atuação do 
Judiciário. A mera afronta aos princípios da APU já pode justificar a atuação do 
Poder Judiciário. 
b) Falso. Não há hierarquia entre os princípios. 
c) Verdadeiro. 
d) Falso. Não há previsão para tal, tanto na legislação quanto na doutrina. 
e) Falso. A violação dos princípios pode sim ensejar sanções. 
Gabarito 4. C. 
 
5. (FCC - TJ TRT16 - Administrativa/2014) 
Em julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, a Corte Suprema 
firmou entendimento no sentido de que assessor de Juiz ou de Desembargador 
tem incompatibilidade para o exercício da advocacia. Ao fundamentar sua 
decisão, a Corte explanou que tal incompatibilidade assenta-se, sobretudo, em 
um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa. Trata-se do 
princípio da 
a) supremacia do interesse privado. 
b) publicidade. 
c) proporcionalidade. 
d) moralidade. 
e) presunção de veracidade. 
Comentários. 
A função de assessor de juiz apresenta incompatibilidade com a advocacia, 
pois pode ocorrer um conflito de interesses. 
Gabarito 5. D. 
 
6. (FCC - TRT16 - Judiciária - Oficial de Justiça Avaliador 
Federal/2014) 
O Diretor Jurídico de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, 
Cláudia, para o exercício de cargo em comissão na mesma entidade. O 
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Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata 
demissão de Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos 
princípios básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da 
a) presunção de legitimidade. 
b) publicidade. 
c) motivação. 
d) supremacia do interesse privado sobre o público. 
e) impessoalidade. 
Comentários. 
A nomeação de um parente como Diretor Jurídico da autarquia violou o 
princípio da impessoalidade, pois houve a pratica de nepotismo. 
Gabarito 6. E. 
 
7. (FCC - TRT18 – 2014) 
Acerca dos princípios da Administração pública, é correto afirmar: 
a) O princípio da boa-fé não vigora no Direito Administrativo, eis que é 
atinente ao relacionamento entre sujeitos movidos pela autonomia da vontade 
e a ele se contrapõe o princípio da impessoalidade, que impera nas relações 
jurídico-administrativas. 
b) Os princípios do Direito Administrativo são mandamentos de otimização; 
portanto, sua aplicação só é possível quando deles decorrerem consequências 
favoráveis ao administrado. 
c) No tocante ao princípio da motivação, admite-se, excepcionalmente, a 
convalidação do ato imotivado, por meio da explicação a posteriori dos 
motivos que levaram à sua prática, desde que tal vício não acarrete lesão ao 
interesse público nem prejuízo a terceiros. 
d) Por força do princípio da legalidade, atos praticados de forma inválida 
devem ser anulados, independentemente das consequências decorrentes da 
anulação. 
e) Sendo a lei um mandamento moral e visto que, no âmbito da Administração 
pública, só é permitido aos agentes públicos atuarem nos estritos limites da 
lei, para atender à moralidade administrativa basta que o agente observe 
fielmente os mandamentos legais. 
Comentários. 
Vamos avaliar cada item 
a) Falso. Como vimos, o princípio da boa-fé existe no direito administrativo. 
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b) Falso. Os princípios são aplicáveis independente de resultarem em 
consequencias favoráveis ou desfavoráveis. 
c) Veradeiro. O ato administrativo que não tiver sido motivado pode ser 
convalidado posteriormente. 
d) Falso. Pelo princípio da boa-fé, se o administrado não agir de forma dolosa, 
ele não pode ser prejudicado por ter confiadonos atos da APU. Esse 
“independente das consequências” deixa a assertiva incorreta. 
e) Falso. A moralidade é um conceito mais amplo que a legalidade 
Gabarito 7. C. 
 
8. (FCC / Administrador / DPE-SP / 2015) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Em uma manifestação popular pacífica, centenas de policiais militares 
dispararam bombas de gás e balas de borracha por horas ininterruptas contra 
os manifestantes que reivindicavam direitos trabalhistas ao governo. Por 
considerar exagerada a reação dos policiais, que deixou centenas de feridos, o 
Ministério Público sustenta que os agentes públicos responsáveis pela 
operação violaram princípios da Administração pública, em especial o princípio 
da 
 a) especialidade, uma vez que o excesso de violência dos policiais anula os 
objetivos de sua função, de garantir a ordem. 
 b) segurança jurídica, porque a ação dos policiais colocou em risco a vida dos 
manifestantes, afetando a ordem social. 
 c) proporcionabilidade, pois os policiais utilizaram medidas de intensidade 
superior à estritamente necessária à situação. 
 d) impessoalidade, já que os policiais promoveram tratamento diferenciado, 
atingindo somente parte dos manifestantes. 
 e) eficiência, em razão dos resultados da repressão policial acarretarem ônus 
financeiros para a Administração pública. 
Comentários. 
A alternativa correta é a letra C. No enunciado, o examinador deixa claro que 
houve um uso desproporcional da força. Um termo interessante para que 
possamos entender a correta direção da questão é “considerar exagerada a 
reação dos policiais”. Portanto, o princípio que foi mais claramente violado 
certamente é o da proporcionalidade, uma vez que os policiais, em que pese 
estarem no cumprimento do seu dever e, em tese, fazendo uso dos recursos 
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corretos, o fizeram de maneira exagerada e desproporcional à situação que 
se apresentava. 
Gabarito 8. C. 
 
9. (FCC / Analista Administrador / COPERGÁS-PE / 2016) 
O Governador de determinado Estado praticou ato administrativo sem 
interesse público e sem conveniência para a Administração pública, visando 
unicamente a perseguição de Prefeito Municipal. Trata-se de violação do 
seguinte princípio de Direito Administrativo, dentre outros, 
 a) publicidade. 
 b) impessoalidade. 
 c) proporcionalidade. 
 d) especialidade. 
 e) continuidade do serviço público. 
Comentários. 
A alternativa correta é a letra B. Os atos administrativos devem atender ao 
interesse público, não a qualquer interesse pessoal de agente público ou 
administrado, o que reflete uma abordagem possível do princípio da 
impessoalidade. 
Gabarito 9. B. 
 
10. (FCC / Analista Judiciária / TRT23 / 2016) 
Manoela foi irregularmente investida no cargo público de Analista do Tribunal 
Regional do Trabalho da 23ª Região, tendo, nessa qualidade, praticado 
inúmeros atos administrativos. O Tribunal, ao constatar o ocorrido, 
reconheceu a validade dos atos praticados, sob o fundamento de que os atos 
pertencem ao órgão e não ao agente público. Trata-se de aplicação específica 
do princípio da 
 a) impessoalidade. 
 b) eficiência. 
 c) motivação. 
 d) publicidade. 
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 e) presunção de veracidade. 
Comentários. 
A alternativa correta é a letra A. Trata-se de um dos prismas de interpretação 
do princípio da impessoalidade. Os atos praticados pelo agente público são 
imputados ao órgão a que ele pertence. 
Gabarito 10. A. 
 
11. (FCC / Analista Judiciário / TRT23 / 2016) 
O exercício dos poderes inerentes à função executiva e a regular atuação da 
Administração pública não estão dissociados da influência dos princípios que 
regem a Administração pública em toda sua atuação. Essa relação 
 a) existente entre o poder disciplinar e o princípio da legalidade informa o 
poder de tutela exercido sobre os atos praticados pelos entes que integram a 
Administração indireta, permitindo que a Administração central promova a 
revisão dos mesmos para adequá-los à legalidade. 
 b) que se forma entre o princípio da legalidade e o poder regulamentar 
autoriza a edição de atos de natureza originária nas hipóteses de organização 
administrativa e, nos demais casos, sempre que houver lacuna ou ausência de 
lei. 
 c) expressa-se, no caso do poder de polícia, à submissão ao princípio da 
supremacia do interesse público, que fundamenta a atuação da Administração 
pública quando não houver fundamento legal para embasar as medidas de 
polícia. 
 d) de subordinação aos princípios da legalidade e da impessoalidade não 
afasta a possibilidade da Administração pública adotar medidas 
administrativas de urgência ou de firmar relações jurídicas diretamente com 
alguns administrados, sem submissão a procedimento de seleção público, 
desde que haja previsão legal para tanto. 
 e) que impõe presunção de legitimidade e veracidade aos atos praticados pela 
Administração pública não admite revisão administrativa, somente 
questionamento judicial, cabendo ao administrado o ônus da prova em 
contrário. 
Comentários. 
A alternativa correta é a letra D. Faz a correta menção aos princípios, que 
devem ser obedecidos por toda a Administração. Por fim, se refere à 
possibilidade de relações jurídicas entre Administração e administrados, por 
meio dos procedimentos que forem determinados em leis. Cite-se como 
principais exemplos as licitações e os concursos. 
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A alternativa A é incorreta. Primeiramente o poder de tutela é exercido sobre 
os resultados apresentados pelos entes da administração indireta, portanto 
trata-se de controle finalístico. Ele não se confunde com o poder 
disciplinar, aquele por meio do qual a Administração sanciona pessoas que a 
ela estejam vinculadas, ainda que temporariamente. 
A alternativa B é incorreta, pois os atos de natureza originária lá citados tem 
permissivo, constitucional, não se apoiando nos princípios citados (CF/88, 
artigo 84, VI). 
A alternativa C é incorreta, pois a Administração está sujeita ao princípio da 
legalidade estrita, devendo todo e qualquer ato seu estar pautado em lei. 
A alternativa E está incorreta. De fato caberá a prova àquele que procura 
atacar a veracidade ou legitimidade do ato administrativo. No entanto, é 
possível a revisão do ato administrativo pela Administração, conforme 
consolidada jurisprudência nacional. 
Gabarito 11. D. 
 
12. (FCC / Auditor Fiscal / Prefeitura de São Paulo / 2012) 
Para impedir a imoralidade de um ato administrativo que se esconde sob a 
aparência de legalidade, deve-se 
 a) identificar se o ato administrativo deriva de comportamento discricionário 
por parte do agente público. 
 b) detalhar os critérios formais de controle da legalidade dos atos 
administrativos. 
 c) aperfeiçoar os instrumentos de controle dos fluxos de comunicação entre 
os servidores do órgão. 
 d) analisar se o motivo e o objeto da ação são compatíveis com o interesse 
público específico identificado. 
 e) investir em políticas de remuneração vinculadas ao desempenho dos 
servidores. 
Comentários. 
A alternativa correta é a letra D. O motivo são os fundamentos de fato e de 
direito do ato, enquanto o objeto é a modificação no mundo jurídico que ele 
provoca. A imoralidade, que podemos interpretar também como 
desonestidade, ocorreria, por exemplo, quando um chefe muda de função um 
desafeto seu, tendo o ato obedecido a todos os comandos legais. Veja que, o 
fato de o ato estar conforme a lei não impede que ele seja imoral,

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