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SEMINÁRIO DE LINGUÍSTICA HISTÓRICA

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SEMINÁRIO DE 
LINGUÍSTICA HISTÓRICA
Linguística Histórica:
“uma ciência que revela as 
mudanças da língua.”
ALUNO: ANTONIO GONÇALVES PINHEIRO
Linguística histórica & história da linguística.
• “Uma coisa é estudar a história de uma ciência, 
recuperando suas origens e seu 
desenvolvimento no tempo — é o que se faz na 
história da linguística. 
•Outra coisa é estudar as mudanças que 
ocorrem nas línguas humanas, à medida que o 
tempo passa, atividade específica dos 
estudiosos de linguística histórica.”(FARACO 
p.13)
As línguas não são extáticas:
• As línguas estão em constante mudança:
• A realidade empírica central da linguística histórica é o
fato de que as línguas humanas mudam com o passar
do tempo. Em outras palavras, as línguas humanas não
constituem realidades estáticas; ao contrário, sua
configuração estrutural se altera continuamente no
tempo.
• “e é essa dinâmica que constitui o objeto de estudo
da linguística histórica”
COMO PERCEBER UMA MUDANÇA EM 
UMA LÍNGUA?
• O que geralmente indica para o pesquisador a possível
existência duma mudança em progresso é o
surgimento, na distribuição estatística dos dados que
correlacionam variantes linguísticas com grupos
socioeconômicos e com grupos etários diferentes, de
um padrão curvilíneo (isto é, um uso mais frequente de
uma variante) nos grupos socioeconômicos
intermediários e nas gerações mais jovens, em
contraste com um padrão linear nos outros grupos
socioeconômicos e etários.
• “Daí se dizer em linguística histórica que nem toda
variação implica mudança, mas que toda mudança
pressupõe variação, o que significa, em outros
termos, que a língua é uma realidade heterogênea,
multifacetada e que as mudanças emergem dessa
heterogeneidade, embora de nem todo fato
heterogêneo resulte necessariamente mudança.”
•O que pode mudar nas línguas?
•Qualquer parte da língua pode mudar, 
desde aspectos da pronúncia até aspectos 
de sua organização semântica e 
pragmática.
Mudanças fonético-fonológicas 
• Nos estudos linguísticos, tanto a fonética quanto a 
fonologia se ocupam com a realidade sonora das 
línguas, mas de pontos de vista diversos. A 
fonética estuda a face física e articulatória dessa 
realidade (os sons da fala, sua produção e 
qualidades acústicas) e a fonologia estuda a face 
estrutural, ou seja, o sistema de princípios e 
relações que dá organização à realidade sonora 
de cada língua.
•Mudanças morfológicas
• A morfologia trata dos princípios que regem a 
estrutura interna das palavras: seus 
componentes (chamados de morfemas), os 
processos derivacionais (as formas de se 
obter novas palavras) e flexionais (as formas 
de se marcar, no interior da palavra, as 
categorias gramaticais como gênero, número, 
aspecto, voz, tempo, pessoa).
• Mudanças sintáticas 
• A sintaxe é o estudo da organização das sentenças 
numa língua. Para dar um exemplo de sintaxe histórica, 
pode-se tomar a questão da ordem dos constituintes no 
interior da estrutura da sentença. Nessa perspectiva, um 
fato para o qual há sempre referência nos manuais é a 
fixação da ordem dos constituintes na passagem do 
latim para as línguas românicas: numa língua como o 
latim, em que as palavras têm, como vimos acima, 
flexão de caso para indicar sua função sintática, sua 
ordem na estrutura sentencial é mais livre. Perdida essa 
flexão, a ordem se torna mais rígida, como nas línguas 
românicas.
•Mudanças semânticas.
•A semântica trata da significação. Em 
linguística histórica, a mudança 
semântica tem sido abordada na 
perspectiva da palavra, isto é, como 
um processo que altera o significado 
da palavra. 
• Mudanças pragmáticas 
• À pragmática costuma-se atribuir a tarefa de 
estudar o uso dos elementos lingüísticos em 
contraste 41 LINGÜÍSTICA HISTÓRICA com o 
estudo das propriedades estruturais desses 
elementos. Uni exemplo de pragmática histórica é 
a investigaçao do uso do termo você no 
tratamento do interlocutor, observando quem é 
tratado por esse pronome nos diversos momentos 
da história do português do fim do período 
medieval até nossos dias.
• Mudanças lexicais 
• As palavras, como uma das unidades da língua,
são estudadas em todas as disciplinas linguísticas:
enfoca-se sua forma sonora (fonética/fonologia),
sua estrutura interna (morfologia), sua ocorrência
como constituinte da sentença (sintaxe), seu
significado (semântica), seu uso (pragmática). O
mesmo se dá em linguística histórica, como o leitor
já deve ter percebido. Pode-se enfocar as
mudanças sonoras, morfológicas, sintáticas,
semânticas e pragmáticas duma palavra.
AS CARACTERISTICAS DA MUDANÇA
• A mudança é contínua 
• A primeira característica é que a mudança se dá em todas as línguas. 
• A mudança é lenta e gradual O que deve ficar claro, nessa altura, é 
que se, de um lado, a mudança linguística é contínua como estamos 
discutindo, ela é, por outro lado, lenta e gradual, isto é, a mudança 
nunca se dá abruptamente, do dia para a noite. 
• A periodização da história das línguas:
• Apesar disso, costuma-se dividir a história das línguas em períodos. 
Fala-se, por exemplo, nas gramáticas históricas do português, em 
período arcaico e período moderno. 
•A mudança é (relativamente) regular. 
•Outro aspecto que caracteriza a mudança 
linguística é a sua regularidade. Isso quer 
dizer que, dadas as mesmas condições (isto 
é, no mesmo contexto lingüístico, no mesmo 
período de tempo e na mesma língua ou 
variedade de uma língua), um elemento —
quando em processo de mudança — é, 
progressiva e normalmente, alcançado em 
todas as suas ocorrências.
•Encaixamento estrutural e social 
•Disso tudo, tiramos duas lições importantes 
para quem se inicia em lingüística histórica. 
A primeira é que não devemos estudar os 
fenômenos isoladamente: é preciso sempre 
abordá-los no conjunto de outros fatos da 
história da língua, e até mesmo da história 
da subfamilia ou da família a que ela 
pertence
• Mudança lingüística: progresso ou degeneração? 
• Os falantes que não conhecem linguística, ao 
desenvolverem consciência de mudanças em sua língua, 
tendem, muitas vezes, a desenvolver paralelamente uma 
atitude negativa em relação a elas, entendendo-as como 
uma espécie de decadência: a mudança estaria 
empobrecendo a língua, degenerando-a, transformando-
a para pior. 
• Outros, ao contrário, acreditando que mudança significa 
simplificação, tendem a desenvolver uma atitude positiva 
diante das mudanças, achando que a língua de hoje, por 
ser aparentemente mais simples, e, portanto, mais 
“prática”, é melhor que a do passado.
A LINGUÍSTICA HISTÓRICA
É UMA DISCIPLINA CIENTÍFICA 
•O estudo das mudanças que 
ocorrem nas linguagens ao 
longo do tempo.
• A língua é dinâmica e evolui em seu descolamento
ao longo do tempo, possui fluidez e versatilidade,
pois quando falantes de comunidades com
linguagens diferentes convivem por um
determinado período, algumas alterações no
desempenho linguístico poderão surgir entre eles
como o intercâmbio de palavras, frases,
expressões ou até mesmo, durante o processo, as
línguas podem desenvolver variações concretas.
Exemplo de mudança linguística ao longo do 
tempo
• AS MUNDAÇAS LINGUISTICAS FATORES NATURAIS
• Quando o deslocamento comum e natural de uma
língua sofre mutação, principalmente por fatores
históricos e culturais, a Linguística Histórica, que é
o estudo das transformações que sucedem com a
língua ao longo do tempo, se ocupa em
apresentar, investigar e compreender esse
fenômeno através de pesquisas minuciosas por
intermédio de diferentes sistemas teóricos.
•A PERCEPÇÃO É GRADATIVA
•Segundo Carlos Alberto Faraco as pessoas
não percebem imediatamente o movimento
na linguagem. Mas quando leem um texto
mais antigo ou conversam com pessoas
mais jovens passam a notar a inclusão de
palavras e expressões estranhas ao
vocabulário natural.
•SINCRONIA E DIACRONIA.
Saussure considerava que a divisão dos
estudos linguísticos em dois tipos se
impunha de forma necessária. Um
sistema em que os termos não sedefinem
por si, isoladamente, mas por relações de
dependência reciproca, Sincronia e
diacronia.
SINCRONIA E DIACRONIA.
•Na diacronia , o centro das atenções
são as mudanças por que passa uma
língua no tempo;
•Na sincronia, são as características da
língua vista como um sistema estável
num espaço de tempo aparentemente
fixo.
•Os caminhos para a identificação e 
compreensão das mudanças são 
trinos.
Segundo FARACO, (2005) “Pode-se dizer
que há três vias para o estudo histórico
das línguas: voltar ao passado e nele se
concentrar, voltar ao passado para
iluminar o presente, estudar o presente
para iluminar o passado.” (p.108).
• CONFORME LABOV:
• Admitindo que o mundo da fala cotidiana é racional, não há 
razão para pensar que ele o foi menos no passado. Se há 
contradições no registro histórico, não temos dúvida de que 
elas podem ser resolvidas: o caminho mais plausível para 
tal solução é pela compreensão mais profunda do uso da 
língua na realidade do presente. Somente quando 
estivermos totalmente em casa no cotidiano linguístico do 
presente poderemos pensar em nos sentirmos em casa no 
passado (1974, p. 850).

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