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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVIL DA COMARCA DE ITAPORÃ

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVIL DA COMARCA DE ITAPORÃ – ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.
 Zema de Tal, nacionalidade, estado civil, profissão, registrado no Cadastro de Pessoas Físicas sob nº, portador da Cédula de Identidade nº, residente e domiciliado na Rua, nº, Bairro, CEP, Município e Comarca de Itaporã, Estado de Mato Grosso do Sul, endereço eletrônico, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio da advogada que esta subscreve – procuração anexa – propor, com fulcro no artigo 186 do Código Civil.
 AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, contra:
João R, nacionalidade, estado civil, profissão, registrado no Cadastro de Pessoas Físicas sob nº, portador da Cédula de Identidade nº, residente e domiciliado na Rua, nº, Bairro, CEP, Município e Comarca de Rio Brilhante, Estado de Mato Grosso do Sul, endereço eletrônico, com base nos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
 I) Dos Fatos
 Zema de tal trabalha como motorista de Uber, há 01 (um) ano, sendo esta sua única forma de renda. Na data de 08 (oito) de maio de 2019 (dois mil e dezenove) foi contratado para levar um passageiro até o aeroporto da cidade de Campo Grande – Mato Grosso do Sul. Enquanto passava pelo Município de Nova Alvorada do Sul, Zema freiou o veículo que dirigia, para passar em um quebra molas, momento em que João R, colidiu na traseira do automóvel, danificando assim o veículo. Ressaltasse que João R estava trafegando acima do limite de velocidade permitido na via e ainda demonstrava estado de embriaguez 
 II) Do direito 
 Nota-se que o aparelho celular adquirido pelo Autor apresenta vício redibitório, ou seja, aquele que possui defeito oculto, impossível de ser detectado no momento da aquisição, e que diminui o valor do produto, ou o torne impróprio para o uso, uma vez que com apenas 15 (quinze) dias de uso o celular já estava com a bateria danificada. Nesse caso, o bem pode ser enjeitado pelo comprador, conforme dispõe o artigo 441 do Código Civil, abaixo transcrito:
 “A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.”
 A política nacional de relação de consumo preza a proteção do consumidor em relação a garantia de produtos com padrão de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho, conforme estipulado no artigo 4, II, d, do Código de Defesa do consumidor, fato este não verificado no objeto da relação de consumo, ora estipulada entre o Autor e Casas Pernambuco.
 Nesse sentido, verifica-se que o Autor tem direito ao reembolso da quantia paga pelo celular, vez que o defeito apresentado trata-se de vício redibitório, desconhecido pelo vendedor, de acordo com o artigo 443 do Código Civil, transcrito a seguir:
 “Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.”
 Assim, percebe-se que a Ré agiu em desacordo com a determinação legal, ao não realizar o reembolso do valor pago pelo aparelho celular, visto que ao tomar ciência do defeito oculto, orientou o Autor a procurar a assistência técnica para realização do conserto. Contudo, não se pode negar que a qualidade e desempenho do aparelho serão inferiores aqueles esperados e pagos pelo Autor, o qual será prejudicado pela relação de consumo.
 Ademais, o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor prevê a possibilidade de fornecedores responderem solidariamente por vício do produto, e, caso o vício não fique sanado, é direito e de escolha do consumidor ter a substituição do produto, ou restituição do valor pago, conforme dispositivo transcrito a seguir:
 “Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
 §1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
 I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
 II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
 Ainda o Autor tem direito ao recebimento de indenização por danos materiais, uma vez que teve que arcar com despesas de deslocamento, do Município de Jardim/MS até o Município de Dourados/MS, em tentativa de solucionar o problema, sobre o assunto prevê o artigo 186 e 927 do Código Civil, transcritos na ordem:
 “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
 “Aquele que por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
 “Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”.
 III) Dos pedidos
 Diante o exposto, requer-se à Vossa Excelência:
 a) O reconhecimento da presente ação e o condenação da Ré à restituição do valor de R$ 3.800,00 (três mil e oitocentos) reais, pagos pelo aparelho celular, bem como a condenação ao pagamento de R$ 500,00 (quinhentos reais) a título de danos materiais;
 b) A citação da Ré para compor a lide e, caso queira, apresente defesa n o prazo legal, sob pena de revelia;
 c) A concessão da gratuidade da justiça, com base no artigo 98 do Código de Processo Civil;
 d) A inversão do ônus da prova, com fulcro no artigo 6, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
 e) A realização de audiência de conciliação entre as partes.
 f) A condenação da Ré ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios;
 g) Dá-se a causa o valor de R$ 4.300,00 (quatro mil e trezentos reais).
 Termos em que,
 Pede deferimento.
 Local e data.
 Advogada/OAB.
Respostas:
1) Em caso de acidente de veículo, o foro competente é o de domicílio do autor da ação, com base no inciso V, artigo 53, CPC.
2) Em regra, cabe produção de provas a quem alega os fatos, porém, há situações em que devido a natureza da relação estabelecida torna-se difícil a produção de provas, assim, é mais fácil que a parte contrária produza provas, como ocorrido na relação de consumo. Assim, há inversão da obrigação de produzir as provas.
3) No caso em tela, entendo que não cabe dano moral, em razão do consumidor não ter sido exposto a situações vexatórias capaz de lhe ofender a honra, ou de lhe causar dano psíquico ou estético.
4) Serve como fundamento à pretensão do autor o artigo 18 do CDC que prevê responsabilização do fornecedor, em caso de vício de qualidade do produto.
5) Vício redibitório é vício oculto de difícil constatação. Tal defeito torna o produto impróprio ao uso a que é destinado, ou ainda diminui o valor do produto.

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