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Art 5ª Resumo aula 07 05 05

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AULA DIRIGIDA 04 – PROF. RAFAEL FREIRE FERREIRA 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
E 
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
INTRODUÇÃO 
Os direitos e garantias fundamentais se constituem em um amplo rol em que estão inseridos os direitos de defesa do indivíduo 
perante o Estado, os direitos políticos, os relativos à nacionalidade e os direitos sociais, dentre outros. 
 
Direitos são as faculdades e prerrogativas que a CF, por meio de disposições declaratórias, outorga às pessoas. 
 
Garantias são disposições de proteção, ou seja, mecanismo jurídico que procura assegurar e fazer cumprir os direitos previstos (o 
constituinte criou direitos e criou mecanismos para protegê-lo). 
 
a) Finalidade dos Direitos Fundamentais: proteger a dignidade humana em todas as suas dimensões. 
 
b) Principais Características dos Direitos Fundamentais 
 Historicidade: possuem caráter histórico, nasceu com o cristianismo, perpassou pelos direitos humanos e ainda encontra-
se em discussão. 
 Universalidade: são dirigidos a todos os seres humanos. 
 Limitabilidade: não são absolutos, podendo haver choque de direitos, em que o exercício de um, invade a esfera protetiva 
de outro. 
 Concorrência: podem ser exercidos cumulativamente. 
 Irrenunciabilidade: são irrenunciáveis, o indivíduo não pode dispor dele. 
 
1 – PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO TEXTO CONSTITUCIONAL 
A Constituição é um ordenamento jurídico soberano de um Estado, e nenhuma norma infraconstitucional ou internacional pode 
feri-lo. 
 
2 – PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO 
No conflito entre o coletivo e individual, o primeiro tem predominância. 
 
3 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Art. 5º, II, CF. 
Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei. 
É um princípio basilar do Estado de Direito. 
II: Lei é um preceito jurídico escrito, emanado do poder estatal competente, com caráter de inovação, generalidade e 
obrigatoriedade. 
III: tortura é vedada. Além do tratamento desumano e degradante, sobretudo no tocante a aplicação das penas. Neste 
sentido, o inciso XLVII do mesmo artigo, proíbe penas de trabalho forçado e penas cruéis. 
 
4 – PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
Ninguém pode arguir o desconhecimento da lei. 
 
5 – PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
Direito de acesso às condições mínimas de uma vida digna (moradia, alimento e vestimenta) e ao livre exercício de pensamento, 
expressão, inclusive à educação, saúde e trabalho. Por vezes é chamado de super-princípio. 
 
6 – PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
É vedada ao Estado a concessão de privilégios ou a discriminação. 
 
7 – PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE 
Na medida do possível, o Direito tutelado e a pena a ser aplicada deverão surtir efeito sobre a pessoa certa e identificada. 
 
8 – PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
A Administração Pública fica obrigada a demonstrar transparência e probidade em seus atos. 
 
9 – PROPRIEDADE 
O proprietário de um bem tem o direito de usar, gozar, fruir e dispor dele de acordo com sua vontade; deve ter fim social. 
 
a) Função Social da Propriedade: a propriedade não é para um simples acréscimo patrimonial, mas deve ter um destino na 
sociedade. 
A urbana atenderá este fim quando estiver em consonância com o plano diretor urbano. 
 
Na rural se verificará este fim, através do aproveitamento adequado e racional dos recursos; preservação ambiental; bem-estar dos 
trabalhadores e proprietários. 
 
Não atendendo a estes fins, este direito poderá ser limitado pela desapropriação. 
 
b) Desapropriação: é a transferência compulsória de um bem particular para o Estado, em razão de : 
- Necessidade Pública 
- Utilidade Pública (utilização) 
- Interesse Social 
 
10 – ISONOMIA 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no país, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
Homem e mulher são iguais em obrigação e direitos, nos termos da CF. 
A igualdade proclamada pelo caput do artigo 5º é a formal, ou seja, igualdade perante a lei. A igualdade material não 
existe, seriam mesmas condições econômicas, físicas, intelectuais, etc., para todos os indivíduos. 
A discriminação, por vezes, torna-se necessária para atingir a igualdade, sempre em razão do interesse público. Como diria 
Rui Barbosa: “a isonomia não consiste em tratar todos da mesma maneira; consiste, isto sim, em tratar igualmente os iguais e 
desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades”. 
 
11 – IGUALDADE 
Os iguais serão tratados de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades. A desigualdade deve ser 
motivada. 
 
12 – PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
A lei não retroagirá, salvo em Direito Penal ou sanção tributária. 
 
13 – PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL 
Quem teve seu direito ameaçado ou lesionado, tem o direito de ir ao Judiciário buscar uma solução. Está contido no rol dos direitos 
fundamentais do Artigo 5º da CF. 
 
14 – LIBERDADE DE PENSAMENTO 
IV: anonimato = apócrifo = inominado. O anonimato é vedado, pois assim terá como responsabilizar quem ofender alguém. 
Você é livre para falar o que quer que seja desde que não ofenda ninguém. 
 
15 – DIREITO DE RESPOSTA 
V: reflexo do inciso anterior. Ao ofendido é assegurado direito à indenização e direito de resposta proporcional ao agravo. 
 
16 – LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E DE CULTO 
VI: a CF assegura a todos escolher livremente a crença religiosa e a ideologia política ou filosófica. 
Nenhuma liberdade é absoluta, pois o limite é a liberdade do outro. Ex: pregação religiosa na madrugada. 
VII: nas entidades de internação coletiva (penitenciária, reformatório, quartéis, hospitais, orfanatos...) será prestada 
assistência religiosa facultativamente (por quem quiser / para quem quiser). 
VIII: como não pode haver a escusa de consciência (ex. minha religião não permite serviço militar), deve a autoridade 
competente, conceder prestação alternativa, diversa daquela que sua religião não permite, por exemplo, serviços comunitários. 
Se não houver prestação alternativa, terá que cumprir aquelas a todos impostas. 
 
17 – LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
IX: independe de censura ou licença, mas deve sempre respeitar o limite do direito alheio como já dito. 
X: a liberdade de expressão está diretamente ligada a esse inciso. 
 
18 – INVIOLABILIDADE DA CASA 
XI: dia é entre o nascer e o pôr do sol. Noite é o período sem luz solar. 
Situações que a casa pode ser violada: 
Durante o dia: flagrante delito, desastre, prestação de socorro ou por ordem judicial. 
Durante a noite: as três primeiras hipóteses do dia. 
 
19 – INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA 
XII: só será violada por decisão judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer. É reflexo do direito de intimidade. 
 
20 – LIBERDADE DE EXERCÍCIO DE PROFISSÃO 
XIII: a exigência de qualificação não é limitar essa liberdade. 
 
21 – DIREITO DE ACESSO À INFORMAÇÃO 
 
XIV: os jornalistas, por exemplo, não são obrigados a revelar suas fontes, mas deverá assinar, se responsabilizando pela 
matéria. É um incentivo ao disque-denúncia também. 
 
22 – DIREITO DE LOCOMOÇÃO 
XV: abarcam brasileiros e estrangeiros. Esse direito só pode ser limitado em caso de guerra. Em caso de limitação a esse 
direito o Remédio é o Habeas Corpus. 
 
23 – DIREITO DE REUNIÃO 
XVI: exige-se aviso prévio por questão de segurança e ordem, mas não exige autorização. 
 
24 – DIREITO E LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO 
XVII: a pessoa é livre para associar-se onde queira, mas é vedada associação de caráter paramilitar. 
XVIII e XIX: é livre a criação de associações e na forma da lei as cooperativas, o Estado não poderá interferir nos seus 
funcionamentos e só serão dissolvidas por sentença judicial transitada em julgado, ou suspensa por decisão judicial. 
XX: ninguém é obrigado a se associar, nem a se manter. Exceção: filiação a conselhos profissionais é obrigatória sob pena 
de exercícioilegal da profissão. 
 
25 – DIREITO À PROPRIEDADE 
XXII, XXIII E XXIV: é garantido o direito a Propriedade, nos mesmos moldes estudados nos PRINCÍPIOS, AULA 2, SOBRE 
PROPRIEDADE. 
 
26 – REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA 
XXV: trata-se da utilização de propriedade alheia. Não há alteração do domínio como na desapropriação, neste caso, o 
proprietário perderá apenas o direito de usar, direito de posse, que temporariamente passará para o Estado. Caso haja danos ao 
imóvel, far-se-á o ressarcimento posterior. Existe a possibilidade de requisição sem iminente perigo público, quando a Justiça 
Eleitoral requisita prédio para eleições. 
 
27 – OUTROS DIREITOS E GARANTIAS 
Proteção à Pequena Propriedade Rural: desde que trabalhada pela família, goza de proteção contra penhora de débitos 
decorrentes de sua atividade produtiva. 
Direito Autoral: autor, pais, filhos e cônjuges têm direito a exploração vitalícia. Demais sucessores explorará por 70 anos, a 
contar do 1º anos posterior ao falecimento do autor. 
Direito de Herança: é uma garantia constitucional. 
Defesa do Consumidor: a regulamentação ocorreu com a promulgação do CDC. 
Direito à Informação: resposta ao pedido de informação é obrigatória, exceto quando coloque em risco a segurança da 
Sociedade ou do Estado. Em caso de Recusa o Remédio é Habeas Data. 
Esfera Penal: só a crime, se tiver lei que defina a conduta como crime, onde poderá ser imputada uma pena. E a lei penal 
poderá retroagir em benefício do réu. 
Repúdio ao Racismo: racismo é crime inafiançável e imprescritível. 
Tráfico de Entorpecentes e drogas afins, Tortura, Terrorismo e Crimes Hediondos: são inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça e anistia, tanto para os executores, quanto os mandantes e os que, podendo, se omitiram de evitá-los. 
Graça é o perdão ou diminuição de pena, de competência privativa do Presidente da República. 
Anistia é o perdão que se dá por lei do CN. 
Amamentação pelas presidiárias: a criança não pode ser punida, por isso devem ser criadas condições mínimas para que as 
presidiárias possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação. 
Princípio do Devido Processo Legal: é uma garantia processual para que ninguém seja privado da liberdade ou de seus 
bens sem o devido processo. 
Princípio da ampla defesa e do contraditório: contraditório é refutar a acusação, ampla defesa é a utilização de todos os 
meios lícitos para provar inocência. 
Publicidade dos atos processuais: todo ato processual deve ser publicado, exceto para a defesa da intimidade ou do 
interesse social. 
Tutela Jurisdicional ao Hipossuficientes: aos que comprovem pobreza, será deferido o benefício da justiça gratuita. 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
GARANTIAS 
 
a) Habeas Corpus: é uma ação penal constitucional e de procedimento especial, isenta de custas, que visa evitar ou cessar violência 
ou ameaça na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
Não é recurso, apesar de estar no capítulo de recurso do CPC. 
A liberdade de locomoção deve ocorrer no: 
- Direito de acesso e ingresso no território nacional; 
- Direito de saída do território nacional; 
- Direito de permanência no território nacional; 
- Direito de deslocamento dentro do país. 
 
 
b) Habeas Data: é uma ação constitucional, de caráter civil, conteúdo e rito sumário, que tem por objeto a proteção de direito 
líquido e certo do impetrante de conhecer todas as informações e registros relativos a sua pessoa e constantes de repartições 
públicas ou particulares acessíveis ao público, para eventual retificação de seus dados pessoais. 
Ou seja, só se justifica a utilização do habeas data, quando o poder público negar informações ou negar retificação de 
dados referente ao impetrante. Deve haver a negativa. 
 
c) Mandado de Injunção: quando faltar uma norma regulamentadora e este fato limitar exercício de direito, liberdade, ou 
prerrogativas inerente à nacionalidade, cidadania ou soberania, tornando inviável ou prejudicado estes direitos, aquele que se 
sentiu prejudicado poderá fazer uso do mandado de injunção. 
Requisitos para o mandado de injunção: 
- Falta de norma reguladora de um dispositivo constitucional. 
- Impossibilidade de exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e 
cidadania. 
 
d) Ação Popular: pode ser proposta por qualquer cidadão que vise a anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de Entidade 
que o Estado participe, contra a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico cultural. 
É um exercício da soberania popular, na fiscalização do Poder Público. Pode ser utilizada de forma preventiva, antes de 
verificada a lesão ou repressiva, na busca de reparação do dano. 
Requisitos para propositura: 
- Subjetivo: somente o cidadão tem legitimidade. 
- Objetivo: o ato ou falta dele deve ser comprovadamente lesivo ao patrimônio público 
 
OBS: habeas corpus, habeas data, mandado de injunção e ação popular não exigem contratação de advogado (é objeto de polêmica 
na doutrina). 
 
e) Mandado de Segurança: é uma ação constitucional de natureza civil, cujo objetivo é a proteção de direito líquido e certo lesado 
por ação ou omissão de autoridade pública ou de quem lhe faça às vezes. Sempre que não for cabível nenhum outro remédio 
constitucional, é caso de mandado de segurança. 
Será utilizado quando houver necessidade do indivíduo se proteger de atos de ilegalidade ou abuso de poder, 
independente do ato ser discricionário ou vinculado. 
Requisitos do Mandado de Segurança: 
- Ato comissivo ou omissivo de autoridade do poder público ou particular em sua função. 
- Ilegalidade, desvio ou abuso de poder. 
- Lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo.

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