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GE - Administração de Materiais e Patrimônio_02

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Administração de Materiais e 
Patrimônio
UNIDADE 2
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UNIDADE 2
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E PATRIMÔNIO
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Olá, caro (a) aluno (a) como vão os estudos? Vamos dar continuidade a nossa jornada de estudos, 
conto com sua atenção nesta unidade II. Lembre-se a sua dedicação será a chave para seu suces-
so!
 
ORIENtAçõES DA DISCIPlINA
Gostaria de lembrar a importância da leitura do seu livro-texto antes de iniciar o estudo do nosso 
guia. Você tem vários recursos para facilitar seu aprendizado utilize a nossa biblioteca virtual para 
agregar novos conhecimentos. Em alguns momentos vou indicar a leitura de links, assista também 
nossas vídeos aulas.
Ao final da nossa unidade II, acesse o AVA (ambiente Virtual de Aprendizagem) e responda as 
atividades. Surgindo dúvidas pergunte ao seu tutor!
Preparado (a)?
Vamos lá!
 
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Prezado (a) aluno (a) na unidade anterior começamos nossa jornada na adminis-
tração de materiais, conhecemos os recursos disponíveis na empresa, bem como, 
conhecemos o departamento de compras, seus objetivos, procedimentos, ética 
nas compras e negociação. 
O que você pode esperar desta segunda unidade? 
Neste ponto da disciplina começaremos a trabalhar com algumas ferramentas práticas da admi-
nistração de materiais.
Iniciaremos esta etapa trabalhando alguns tópicos avançados de compras, veremos alguns aspec-
tos técnicos da classificação de materiais, conheceremos a importante ferramenta da curva ABC, 
introduziremos o conceito de estoques e por fim trabalharemos alguns métodos quantitativos para 
previsão da demanda de consumo de bens.
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Ou seja, nesta unidade, você começará a adquirir ferramentas práticas que o auxiliarão no dia a 
dia na gestão de materiais.
A fUNçÃO COMPRA: CONtRAtAçÃO 
Após a empresa haver recebido as propostas dos fornecedores cadastrados, deve-se iniciar o 
processo de seleção e escolha da proposta vencedora. Qual critério deve balizar a escolha da 
proposta vencedora? 
Caso a empresa possua propostas com condições semelhantes de fornecimento, o preço é a va-
riável que vai definir a proposta vencedora?
A cada dia os consumidores se tornam mais exigentes em relação aos bens e serviços que conso-
mem. Neste contexto, a produção de bens e serviços de má qualidade, atrasos na entrega e outros 
fatores podem comprometer a imagem, e sobrevivência da organização. Desta forma, o setor de 
compras precisa estar atento ao processo de suprimentos de forma a evitar: presença de peças/
insumos fora das especificações, irregularidades nos prazos de entrega, e contratos que não dei-
xam claro as responsabilidades das partes. Assim o setor agregará valor a empresa.
Como o setor de compras pode fazer isto?
Resposta: Através de um bom processo de contratação. 
O processo de compras de uma organização é uma transação comercial na qual coexistem uma 
atividade de compra e outra de venda. O livro Administração de Materiais de Gonçalves (2007) 
explica que uma relação contratual entre um comprador e um vendedor é uma relação que possui 
força de lei, que rege o acordo entre as partes. Logo, uma relação de compra e venda não é mera-
mente uma negociação de preços, é um contrato de fornecimento que é um ato jurídico. 
A exceção de contratos de fornecimento exclusivo no qual as condições de fornecimento são 
impostas pelo contratante, nos demais contratos, os pontos listados a seguir devem ser conside-
rados antes do fechamento do contrato.
 » Preços;
 » Prazos de entrega;
 » Condições de pagamento;
 » Condições de reajustes dos preços ofertados;
 » Garantias contratuais e suas extensões;
 » Critérios de inspeção e garantias da qualidade;
 » Custos de transporte;
 » Custos de embalagens;
 » Outros elementos.
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Não é a finalidade deste texto apresentar todas as características de um contrato. 
 
VISItE A PágINA
Você poderá obter mais informações sobre contratos no link. Bem como pode 
conhecer a legislação em vigor analisando a Lei 10.406/02 – Código Civil Brasi-
leiro. Boa leitura!
Em relação ao transporte das mercadorias existe uma terminologia aceita em todo o mundo uti-
lizada para o comércio internacional, os Incoterms, estes determinam aonde começa e termina a 
responsabilidade do vendedor e do comprador da mercadoria, ou seja, quando ocorre a troca de 
responsabilidade pela mercadoria.
 
Tais termos são utilizados no contexto do mercado interno e usualmente propostas comerciais 
especificam um Incoterm. A seguir encontra-se uma lista dos principais Incoterms e uma breve 
descrição, Tabela 1. 
Como já mencionado, os Incoterms são utilizados no contexto interno, embora sejam uma conven-
ção adotada para o mercado externo. Assim, adaptações podem ser feitas de acordo com o modal 
adotado para o transporte.
Termo Definição
EXW - Ex Works A mercadoria é entregue no estabelecimento do vendedor, em local designa-
do. O comprador recebe a mercadoria no local de produção (fábrica, planta-
ção, mina, armazém), na data combinada; todas as despesas e riscos cabem 
ao comprador.
FCA - Free Carrier Livre Transportador. A obrigação do vendedor termina ao entregar a merca-
doria, desembaraçada para a exportação, à custódia do transportador no-
meado pelo comprador.
FAS - Free Along-
side Ship
Livre no Costado do Navio. A obrigação do vendedor é colocar a mercadoria 
ao lado do costado do navio no cais do porto de embarque designado ou em 
embarcações de transbordo. 
FOB - Free on 
Board
Livre a Bordo do Navio. O vendedor, sob sua conta e risco, deve colocar a 
mercadoria a bordo do navio indicado pelo comprador, no porto de embarque 
designado. 
CFR - Cost and 
Freight
Custo e Frete. As despesas decorrentes da colocação da mercadoria a bordo 
do navio, o frete até o porto de destino designado e as formalidades de ex-
portação ocorrem por conta do vendedor.
CIF - Cost, Insu-
rance and Freight
Custo, Seguro e Frete. Cláusula universalmente utilizada em que todas des-
pesas, inclusive seguro marítimo e frete, até a chegada da mercadoria no 
porto de destino designado correm por conta do vendedor. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Contrato
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Fonte: Autor, 2016
Compras normais e de emergência
 
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Como iremos conhecer um pouco mais adiante, todo o processo de gestão de 
materiais é realizado com base em previsões de vendas, consumo, etc., tais pre-
visões podem não se concretizar pela ocorrência de um evento inesperado ou de 
uma falha na elaboração da previsão. 
Na ocorrência de alguma deficiência no planejamento de estoques ou na previsão de deman-
da cria-se a necessidade da aquisição de materiais de forma imprevista, ou seja, uma compra 
emergencial. Neste tipo de situação a empresa não possui muitas alternativas para negociação e 
fornecimento de forma que os preços geralmente são mais elevados.
Você pode estar pensando, se as previsões algumas vezes falham por que as utilizamos? 
Não joguemos fora as previsões, pois eventos inesperados sempre podem ocorrer, imagine que a 
empresa que você trabalha é fabricante de repelente para insetos, e surja de forma inesperada um 
surto de dengue. A demanda da empresa por matérias primas será maior que a prevista e você não 
terá insumos suficientes em estoque, de forma que terá que recorrer a uma compra emergencial. 
Outra causa que explica as compras emergenciais é o fato de que nunca conseguiremos manter 
em estoque um número suficiente de todos os itens que precisamos, sem incorrer em elevados 
custos.
 
Por isto, devemos adotar algumas medidas para minimizar o efeito de compras emergenciais nas 
finanças da organização, conforme sugerido no trabalho O departamento de compras nas organi-
zações de Oliveira (2002):
 
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Estabelecer controles (avaliar o desempenho das atividades desenvolvidas no departamento).
 
Estabelecer prioridades de atendimento (estabelecer hierarquia nas prioridades).
 
Participar do planejamento global da organização com o intuito de se antever o futuro e se prepa-
rar contra ou a favor dele (osetor dever participar do planejamento global da organização).
 
Criar um canal de comunicação com os solicitantes no âmbito empresarial (Apresentar para as 
outras funções da empresa o andamento dos processos de compra).
 
Dimensionar corretamente o quadro e elevar a qualidade do pessoal (Acompanhar o número de 
requisições e adaptá-lo ao quadro de funcionários de forma a agilizar o processo).
EStRAtÉgIA DE AQUISIçÃO 
São vários os fatores que afetam a escolha da empresa sobre a melhor maneira da obtenção de 
seus recursos materiais. Uma empresa pode decidir fabricar seus componentes internamente, ou 
pode adquiri-los de terceiros, também pode optar por fabricar apenas os componentes primordiais 
para os produtos fabricados, ou mesmo pode financiar as instalações de um futuro fornecedor.
Os dois extremos de uma estratégia de aquisição são a verticalização (a empresa produz interna-
mente tudo que puder) e a horizontalização (comprar de terceiros o máximo possível dos itens que 
compõe o produto final). 
Um comparativo das vantagens de tais estratégias é apresentado no livro Administração de Ma-
teriais e Recursos Patrimoniais de Martins e Alt (2009), conforme pode ser observado na Tabela 
1. 
Como decidir qual é a melhor estratégia para a aquisição?
Os próximos pontos apresentarão vantagens e desvantagens de diferentes configurações. Mas já 
adiantando, muito dessa decisão será influenciado pelo padrão de demanda que depende do ciclo 
de vida do produto.
 
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VISItE A PágINA
Ficou curioso para saber mais sobre o ciclo de vida do produto? podem ser en-
contradas no link.
Comprar X fabricar
Como já discutido na Unidade 1, as empresas atualmente enfrentam uma pressão competitiva por 
redução de custos, em resposta a tal necessidade, elas têm buscado o fornecimento externo de 
bens e serviços (terceirização).
Mas não se deve desprezar a possibilidade de prover internamente os produtos e serviços que a 
empresa necessita. Desta forma, como deve ser tomada a decisão sobre prover internamente os 
recursos ou adquiri-los de terceiros? 
A resposta para esta questão precisa estar associada aos objetivos estratégicos da empresa e aos 
custos de cada uma das alternativas. Em relação aos objetivos estratégicos, deve-se considerar 
algumas questões:
1. A importância do produto para a empresa no médio e no longo prazo, 
2. Manutenção do domínio sobre a tecnologia ou parte do processo de produção;
3. Nível qualidade esperada pelo consumidor.
 
Em relação aos custos, deve-se considerar se hoje é mais econômico para a empresa produzir in-
ternamente os suprimentos que necessita ou adquiri-los de terceiros, também deve-se olhar para 
a economia de custos no médio prazo e longo prazo. 
locar X compra 
Com o desenvolvimento dos mecanismos do sistema financeiro, as firmas possuem outras opções 
para a aquisição de bens de capital (maquinários, equipamentos, etc.) a locação de equipamentos 
através de contratos de arrendamento mercantil ou de leasing. As duas partes envolvidas nesta 
espécie de contrato são o banco/empresa de leasing (arrendador) e a empresa (arrendatário).
Ao realizar um contrato de leasing a empresa pagará um valor mensal pelo uso do equipamento, 
e no final do contrato poderá optar pela aquisição definitiva do bem. 
Algumas das vantagens de tal modalidade de contratação são: facilidade de aquisição, pois o 
arrendador possui o bem como garantia; não requer um elevado desembolso de capital, como 
seria exigido na compra de uma máquina; e a empresa se protege de qualquer risco de mudança 
na tecnologia que comprometa o uso do equipamento, pois o bem é do arrendador. Como desvan-
tagens podemos apontar a impossibilidade de depreciar o bem; devolução do equipamento após 
o termino do contrato. Estas vantagens e desvantagens são apresentadas no livro Administração 
de Materiais e Recursos Patrimoniais de Martins e Alt (2009).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_de_vida_do_produto
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Classificação de Materiais 
Conceituação
A classificação de materiais em estoque, utiliza critérios considerados relevantes para a prio-
rização dos esforços de gerenciamento de estoques. A classificação de materiais é a atividade 
responsável pela identificação, codificação e catalogação de materiais e fornecedores.
Atributos para a classificação
Os princípios básicos para a elaboração de um sistema de classificação de materiais são: Arbi-
trário, os itens são codificados à medida que entram no estoque, possui como desvantagem a 
incapacidade diferenciar itens de material da mesma natureza; Arbitrário fichado, a codificação 
sequencial é associada a um arquivo, no qual as características do material estão detalhadas; 
Simbólico, codificação sob a forma numérica, bem como na forma mnemônica de forma a facilitar 
a memorização; Dos números do projeto, utilizam-se os números dos detalhamentos dos projetos.
tipos de classificação
Começaremos com o sistema Dewey, tal sistema é a base para a classificação em todas as biblio-
tecas. Neste o conhecimento humano é subdividido em 10 áreas, para cada conjunto são abertas, 
seções, subseções, grupos e subgrupos. 
000 – Obras gerais
100 – Filosofia
200 – Religião
300 –Ciências sociais
400 – Linguística
500 – Ciências puras
600 – Artes aplicadas
700 – Artes e recreações 
800 – Literatura
900 – História
A partir da adaptação do sistema Dewey ao uso de princípios simbólicos, surge o sistema decimal 
simplificado ou decanumérico, ilustrado a seguir:
 
Fonte: Paulino G. Francischini e Floriano do Amaral Gurgel, Administração de Materiais e de Patrímônio. 
Thomson, 2002.
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A chave aglutinadora, identifica um grupo grande de materiais com características afins. A chave 
individualizadora identifica materiais com características próximas (semelhantes) dentro de um 
grupo maior. A chave descritiva indica cada material dentro da chave individualizadora.
 
VISItE A PágINA
Exemplos da classificação através do sistema decanumérico podem ser conheci-
dos através do link.
O Federal Supply Classification (FSC) é um sistema de classificação originário dos EUA que per-
mite a classificação de todos os itens passíveis de aquisição. Neste sistema são estabelecidos 76 
grupos de materiais e 564 classes. Cada classe cobre um conjunto próximo de materiais de acordo 
com características de aplicação, físicas e químicas.
 
Fonte: Paulino G. Francischini e Floriano do Amaral Gurgel, Administração de Materiais e de Patrímônio. 
Thomson, 2002.
ClASSIfICAçÃO- ABC
Se você já entrou no almoxarifado ou depósito de uma indústria, ou de uma loja, deve ter percebi-
do que é inviável o controle minucioso de todos os produtos em estoque que podem ser dezenas, 
centenas, ou até milhares de itens. De maneira geral centra-se atenção nos itens que possuem 
maior valor individual de aquisição, ou que possuam um caráter fundamental para o processo de 
produção.
Um critério dos mais populares para a classificação de materiais é o critério ABC. Tal critério 
possui como base o princípio 80-20, estabelecido por Vilfredo Pareto, no qual 80% dos efeitos são 
ocasionados por 20% das causas.
No geral 20% dos itens comprados por uma empresa respondem por 70-80% do investimento em 
estoques; por sua vez, outros 20% dos itens comprados respondem por mais ou menos 20% do 
investimento, por fim 60-70% dos itens adquiridos representam mais ou menos 10% do capital 
empregado na atividade.
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Classifica%C3%A7%C3%A3o_de_material
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VISItE A PágINA: Saiba mais sobre Pareto no link.
Metodologia de cálculo para curva ABC
A metodologia para o uso do princípio de Pareto consiste em multiplicar o consumo médio do item 
pelo seu custo de reposição. Tal metodologia é facilitada a partir da utilização de algumas etapas:
Etapa 1 – Verificar a necessidade do uso do método e definição dos objetivos da aplicação.
Etapa 2 – Verificar as características da técnica de análise e realizar os cálculos através de 
planilhas eletrônicas ou manualmente.
Etapa 3 – Segmentaçãodos dados nas classes A , B e C. Construção de tabelas e gráficos.
Etapa 4 – Conclusões e providências.
Montagem da curva ABC.
Para montagem da curva ABC, utilizaremos o exemplo de uma empresa que contabilizou sua de-
manda anual de 10 itens e os seus respectivos custos de aquisição, conforme Tabela 3.
Tabela 3 – Dados para curva ABC
Etapa 1 – A empresa percebe a necessidade de melhorar seu sistema de gestão de estoques e 
decide utilizar o método da curva ABC ou 80-20.
Etapa 2 – Calcula-se a participação individual de cada item no investimento total da empresa, 
multiplicando-se a demanda pelo seu custo unitário de aquisição, também deve-se somar a par-
ticipação individual de cada item. Em seguida, para encontrar a contribuição percentual de cada 
item no investimento total, divide-se o valor do item pela soma do valor unitário de todos os itens, 
e multiplica-se por 100.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Pareto
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Tabela 4 – Cálculos da curva ABC
Etapa 3 – Para segmentação dos dados deve-se classificar os dados de acordo com a contribuição 
no investimento total.
Tabela 5 – Classificação de itens 
Você também pode ilustrar a curva ABC de maneira gráfica, conforme apresentado a seguir:
 
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Fonte: Paulino G. Francischini e Floriano do Amaral Gurgel, Administração de Materiais e de Patrímônio. 
Thomson, 2002.
VEjA O VÍDEO!
Mais informações sobre como elaborar o gráfico da curva ABC no Excel podem 
ser obtidos no link.
Etapa 4 – Podemos chegar à conclusão que os itens 1 e 9 são responsáveis por 85,6% do investi-
mento em estoques, logo, são os itens que devem ser tratados de forma prioritária na gestão de 
estoques. Quando as boas práticas de gestão de estoques já estiverem inseridas na aquisição e 
manuseio dos itens 1 e 9, deve-se priorizar os itens 7 e 3, e em seguida os demais.
Deve-se ressaltar que a definição das classes A, B e C, deve ser estabelecida a partir da ponde-
ração sugerida acima, mas não se deve desprezar o bom senso e conveniência para a definição 
das classes.
DIMENSIONAMENtO E CONtROlE DE EStOQUES
Conceito
Considere que a empresa seja comparada a uma engrenagem com várias peças cada uma exe-
cutando a sua função. Na sua opinião, qual deveria se o papel do estoque nesta engrenagem? 
Muitos autores consideram o estoque como o lubrificante desta ‘engrenagem’ pois o estoque deve 
https://www.youtube.com/watch?v=GLLBbctoSNI
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tornar fluído o feedback de vendas e o ajuste do planejamento da produção. O estoque também 
poderia ser considerado como um amortecedor, pois ele atua suavizando a relação entre a produ-
ção e a entrega do produto ao cliente.
 
Objetivos e funções dos estoques
O objetivo da gestão de estoques é o de garantir um nível de estoque que atenda de maneira ade-
quada a demanda, ao mesmo tempo em que minimiza dois custos, o custo de manutenção dos pro-
dutos em estoque e o custo do departamento de compras no caso de abastecimento externo, ou o 
custo de preparação das máquinas para a produção no caso de abastecimento interno. De forma 
mais simplificada, o objetivo do estoque é otimizar o investimento, utilizando com eficiência os 
recursos financeiros da empresa, minimizando as necessidades de capital investido em estoques.
Métodos quantitativos de previsão e consumo
Todo o processo de gestão de estoques está baseado em uma previsão de consumo de material. 
No entanto, esta previsão não surge do nada, ou apenas de uma opinião de um indivíduo, mas sim 
de uma série de critérios práticos e estatísticos, que serão apresentados a seguir. 
 
VEjA O VÍDEO!
Alguns tutoriais sobre previsão de demanda podem ser encontrados no link. 
Mais informações sobre os métodos são apresentadas no livro Administração de 
Materiais de Dias (2005).
MUP
O primeiro método apresentado é o mais simples e não possui base matemática. O método do últi-
mo período consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor do período anterior. 
 
Onde: 
Vt+1= Previsão para o próximo período
Vt = Valor do período atual 
MMM
Este método é um avanço em relação ao período anterior pois consideramos o valor futuro como a 
média dos períodos imediatamente anteriores. Se você optar por escolher períodos mais próximos 
a data atual, teremos um valor mais próximo da última observação. O tamanho da série é deter-
minada de forma empírica, por tentativa e erro. 
https://www.youtube.com/watch?v=5EcbtC4Ag2A
14
Onde:
Vt+1= Previsão para o próximo período
V = Valores observados
n = Número de períodos observados
 
EXEMPlO
Exemplo 1 - Consideremos agora que a Empresa X Ltda., contabilizou o seguinte 
volume de peças vendidas nos seis primeiros meses de 2015.
Tabela 6 – Série temporal
Como poderíamos fazer uma previsão vendas de peças para julho de 2015 pelo 
MUP e MMM
Resposta
MUP = 114, ou seja, a venda prevista para julho seria de 114 peças.
MMM = (114+109+105)/3 = 109,33, ou seja, 110 peças.
MMMP
A média móvel exponencialmente ponderada é um desdobramento do método anterior. Na MMMP 
os valores dos períodos mais próximos são mais importantes, ou seja, recebem uma ponderação 
mais significativa. Desta forma, a previsão de consumo será representada por:
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Onde:
Vt+1= Previsão para o próximo período
V = Valores observados
Ci = Peso atribuído
n = Número de períodos observados
Os pesos devem ser maiores para os valores mais recentes e menores nos valores mais distantes 
da data atual.
 
EXEMPlO
Exemplo 2 – Voltemos ao caso da Empresa X Ltda., vamos calcular a previsão 
para o mês de julho através da MMMP.
MMMP = (0,4*114) + (0,3*109) + (0,2*10,5) +(0,1*95) = 108,8 
Ou seja, a previsão para o mês de julho através do método da MMMP é 109 
unidades.
MMPE
O método da média móvel com ponderação exponencial dá mais ênfase aos dados mais recentes. 
Tal modelo pretende prever o consumo futuro a partir da tendência geral, eliminando o efeito de 
valores aleatórios. 
No caso do MMPE a previsão para o período t+1, é encontrada a partir da seguinte relação:
Vt+1 = Previsão (t)+Fração de erro (t)
Ou seja, a previsão para o período t+1 é igual a previsão para o período t acrescida de parte do 
erro cometido no período t. (Tal erro é obtido pela diferença entre o valor real da demanda e a 
previsão da demanda). Também deve ser escolhido um coeficiente de suavização α que pode va-
riar entre 0 e 1.
Consideremos o Exemplo 1 para ilustrar tal método. No exemplo 1, temos o número de peças 
vendidas (demanda) e o período correspondente. Considere agora que, foi realizada uma previsão 
para cada período através do método MMQ, que apresentaremos na próxima sessão. Também 
consideremos um coeficiente de suavização de 0,3, assim teremos:
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Para o mês de fevereiro por exemplo tínhamos a demanda real de janeiro (120) somada ao produto 
do fator de suavização (0,3) pela diferença entre a demanda real (120) e a demanda prevista pelo 
MMQ (106,7). Tal procedimento foi realizado para todos os meses. 
Vfev = 120 + 0,3 * (120 – 106,7) = 124
MMQ
Este método é utilizado para determinar a linha de tendência de um conjunto de dados. Bem como 
também pode ser utilizado para identificar relações entre as variáveis e fazer projeções futuras 
de demanda.
Para entender o método dos mínimos quadrados consideremos os números de vendas de carros, 
em determinada região apresentado na Tabela 7.
Tabela 7 – Vendas de veículos 
Qual seria a reta que melhor representaria a tendência desse conjunto de dados?
 
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Fonte: Paulino G. Francischini e Floriano do Amaral Gurgel, Administração de Materiais e de Patrímônio. 
Thomson, 2002.
Essa linha de tendência é obtida através do método de mínimos quadrados. O que tal método faz 
é estimar o valor dos parâmetros da equação da reta, Y = a + b X, ou seja, tal método encontra o 
valor estimado de a e b para um determinado conjunto de dados, a estimação de a e b é realizada 
a partir das seguintes equações:
Cálculo de b:
 
Cálculo de a: 
 
 
EXEMPlO
Exemplo 3 – Considere que as vendas anuais delatas de refrigerante de um grande fabricante de 
embalagens são apresentadas a seguir.
18
Tabela 8 – Vendas de latas de refrigerante 
Apenas com estas informações você pode calcular a linha de tendência, para isto, precisaremos 
esclarecer dois pontos: 1 – Precisamos definir dois tipos de variáveis, existe uma variável que é 
chamada de variável dependente (Y), que é a variável que queremos conhecer, prever o futuro e a 
variável independente (X), que é a variável que explica o comportamento da demanda, no caso do 
nosso exemplo o tempo; 2 – Precisaremos fazer uso de uma tabela para auxiliar-nos nos cálculos, 
conforme ilustrado a seguir:
Tabela 9 – Método para cálculo do MMQ
Com o artifício do uso da tabela, é só substituir os valores na equação de a e b. Lembre-se que 
não representa o número de observações, assim teremos:
Desta forma a linha de tendência para o conjunto de dados considerado é de Y = 3,77 + 1,33 X 
+ erro. Devemos ressaltar que esta é uma previsão com um nível e confiabilidade de 95%, logo 
devemos assumir a possibilidade de existência de erro nas estimativas.
Você pode estar pensando como esta técnica pode ser útil para a previsão de demanda? Considere 
que desejemos saber o valor da tendência para o ano 7, com a equação da linha de tendência 
estimada, precisamos apenas substituir o valor de X por 7.
Y = 3,77 + 1,33 (7) = 13,08, assim o valor da tendência o ano 7 é de 13,08 milhões de latas ven-
didas.
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Na prática do dia a dia não precisamos recorrer a tais cálculos de forma manual, existem softwa-
res especializados, e planilhas eletrônicas podem calcular a tendência de um conjunto de dados 
para você. Um tutorial de como isto pode ser feito no Excel é apresentado no link a seguir:
 
VEjA O VÍDEO!
Recomendo que assista o seguinte vídeo.
 
ACESSE SUA BIBlIOtECA VIRtUAl
Chegamos ao final da nossa unidade II, acesse o AVA coloque em prática seus conhecimentos, 
responda as atividades, caso tenha alguma dificuldade pergunte ao seu tutor!
Bons estudos e até breve!
https://www.youtube.com/watch?v=qmT6cV-TLNE

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