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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE Processo nº... B, já qualificada nos autos do processo em curso, por seu advogado, infra-assinado, inconformado com a penhora de bem, nos autos da reclamação trabalhista em fase de execução, vem à presença de Vossa Excelência interpor EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE com base no artigo 803, parágrafo único do CPC e lei 8009/90, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. DOS FATOS “A” ajuizou reclamação trabalhista em face de “B”, pleiteando verbas rescisórias, 13º salário e férias. Transitada em julgado a decisão, iniciou-se a execução, os cálculos foram homologados e após diligência, foi penhorado um táxi no valor de R$ 30.000,00 que constitui o único meio de subsistência de “B”, razão pela qual se faz necessária a presente pretensão. DO DIREITO Importante destacar que o veículo conscrito é meio necessário para o exercício profissional da executada, ainda, que é o único bem disponível para essa finalidade, conforme se pode verificar mediante documentos comprobatórios em anexo, os quais atestam a real necessidade do bem, para o sustento familiar. Desse modo, como garantia de subsistência própria e de sua família, não pode ser objeto de penhora. Sob pena de se violar um dos escopos basilares do Estado Democrático de Direito – os direitos sociais – que no caso em específico, é retratado pelo direito ao trabalho, previsto no artigo 6º da Constituição brasileira de 1988. Nessa mesma perspectiva, assevera o artigo 833, inciso V, do CPC que: Art. 833. São impenhoráveis: [...] V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; (grifo nosso). Desse modo, Excelência, resta claro que o bem objeto da penhora é impenhorável, e não pode assim permanecer, sob pena de comprometer a própria subsistência da executada. O reconhecimento da penhora fere o direito fundamental/social ao trabalho, bem como, na mesma medida, o princípio da dignidade da pessoa humana, já que, a penhora do bem impede a executada de exercer a sua atividade. Por todo o exposto requer a Vossa Excelência: o recebimento da exceção de pré-executividade, já que presentes os requisitos de admissibilidade; a declaração de nulidade da penhora nos autos da execução e a consequente extinção da presente execução, tendo em vista não haver outros bens que garantam a execução. Dá-se a causa o valor de R$ 50.000,00. Termos em que, pede deferimento. Local e Data Advogado... OAB nº...
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