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Resumo Gótica

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ARTE GÓTICA 
 
INTRODUÇÃO O estilo gótico desenvolveu-se no início do sec. XII na Europa. O termo 
gótico foi usado de forma depreciativa pelos renascentistas (relacionavam-no com 
os bárbaros Godos). Até então, a arte produzida era conhecida por opus 
modernum ou francigenum, “trabalho moderno” ou “francês”. O estilo gótico é, 
antes de tudo, arquitetônico; mas o adjetivo pode também ser empregado para 
caracterizar a pintura e escultura do período. Por volta de 1250, a maior parte da 
Europa tornara-se gótica. O estilo chegou a alcançar o oriente próximo, levado 
pelos cruzados. O estilo entrou em decadência com o início do Renascimento, já 
que este propunha um retorno aos temas clássicos e ao antropocentrismo. Em 1450 
reduziu-se a quase nada. 
 
CONTEXTO HISTÓRICO Nos primórdios da Idade Média, o centro da vida social 
estava no campo e o desenvolvimento intelectual e artístico ficava restrito aos 
mosteiros. No século XII, teve início uma economia fundamentada no comércio. 
Logo, o centro da vida social deslocou-se do campo para as cidades. Nela, surgiria 
a Catedral; construção característica do período, torna-se o centro da vida social 
na cidade. A maior parte das atividades era realizada junto às suas paredes ou no 
seu interior. 
 
ARQUITETURA GÓTICA A arquitetura gótica traz para as catedrais uma leveza não 
observada na românica. O uso do arco ogival e da abóbada em nervuras 
possibilitou a verticalização das igrejas. Sendo os pilares suficientes para sustentar os 
arcos e as abóbadas, todas as paredes maciças entre eles eram supérfluas. Os 
vitrais passaram a ocupar toda a superfície parietal, de modo que elas se tornaram 
paredes translúcidas. 
Gótico Inicial (início do sec. XII) A reedificação da Abadia de Saint-Denis (sob 
orientação do abade Suger) foi considerada o marco que a separa do 
românico. Nela, encontra-se a essência da arquitetura gótica, apesar dos 
detalhes românicos. A planta básica da igreja era em forma de cruz romana 
e não grega. Caracterizam o gótico inicial os três portais, a rosácea, a 
redução do transepto, o deambulatório duplo e os vitrais. Saint-Denis, mais 
que uma obra arquitetônica, era uma filosofia espiritual. A luz proveniente dos 
vitrais representava a comunicação entre o mundano e o sagrado. 
Gótico Radiante ou Pleno (metade do século XII) Leva esse nome pelo uso de 
linhas radiais, usado na formação das rosáceas – ornamento essencial nessa 
fase. Nesse período, a harmonia, ordem geométrica e proporção defendidas 
por Suger tem seu significado evidenciado. Exemplificam essa época a 
Notre-Dame de Paris, Notre-Dame de Chartres e a Sainte-Chapelle. 
Gótico Tardio ou Flamejante (segunda metade do século XIV) Seu nome 
deve-se ao uso das rosáceas em chamas e das curvas e contracurvas que 
predominaram nas edificações. Essa fase distingui-se pela exuberância na 
ornamentação; logo, não houve nenhuma inovação estrutural. 
 
O GÓTICO FORA DA FRANÇA 
Inglaterra Embora as primeiras obras na Inglaterra tenham sido realizadas por 
arquitetos franceses, o Gótico francês não demorou a desenvolver seu próprio 
estilo. Exemplificam o gótico na Inglaterra as Catedrais de Salisbury e Gloucester. 
Esta última traz a propagação das nervuras num rendilhado nas abóbadas que 
impede que suas nervuras sejam percebidas nitidamente. Posteriormente, a técnica 
se espalhou por toda a Europa. 
Itália A arquitetura gótica na Itália, embora muitas vezes (se tomarmos como 
referencia os padrões da França) não possa ser chamada de gótica, tem uma 
posição de destaque em toda a Europa. Tem-se como exemplo a Igreja 
Franciscana de Santa Croce, que usa madeira no teto, logo não há necessidade 
de abóbadas, e a Catedral de Milão, com 45 metros de altura e que levou mais de 
quatro séculos para ser construída. 
Alemanha Localizada onde se reuniam os primeiros cristãos, a Catedral de 
Colônia foi considerada, no ano de sua conclusão – 1880 – o prédio mais alto do 
mundo. A Catedral de Ulm é hoje a igreja mais alta do mundo, apesar de ter o título 
de Catedral devido ao seu tamanho, não sendo sede de nenhum bispo. Houveram 
danos estruturais devido a altura das naves, mas foram corrigidos ao adicionarem 
centenas de colunas nas naves laterais. Como a Catedral de Colônia, foi 
bombardeada na Segunda Guerra Mundial, apesar de não ter sofrido danos sérios. 
 
ESCULTURA A escultura desenvolveu-se paralelamente à arquitetura das Igrejas e 
está presente nas fachadas, tímpanos e portais das catedrais, espaço ideal para 
sua realização. As principais características que marcaram a escultura gótica são 
tendência ao naturalismo, certo movimento e expressividade, relação com a 
divindade, simetria, clareza. A imagem era serena e equilibrada. Entretanto, essas 
características não podem ser aplicadas a todas as obras devido às diversas fases 
que constituem o gótico. 
 
PINTURA A pintura no período gótico se desenvolveu mais lentamente que a 
arquitetura e a escultura, permanecendo em seus padrões de traçados românicos 
nos vitrais por algum tempo. Com o tempo, à medida que as estruturas góticas se 
tornavam mais esqueléticas e os janelões ocupavam espaços maiores, os vitrais 
passaram a ocupar o lugar predominante na pintura, até então ocupado pela 
iluminura. Os vitrais eram muito importantes, não só pela beleza, mas também pela 
evangelização. Como a maioria da população era analfabeta, eles eram 
responsáveis pela pregação do evangelho ao ilustrar em grande escala passagens 
bíblicas. 
 
NEOGÓTICO A arquitetura gótica iniciada na França da Idade Média exportou-se 
pelo mundo e permeou-se no tempo. Sendo revisitada na Inglaterra do século XVIII 
com a denominação de revivalismo gótico ou neogótico. Da Inglaterra, o 
Neogótico se expandiu rapidamente, chegando a outros países no século XVII. 
No Brasil, o Neogótico surge no século XIX após a chegada da Família Real 
Portuguesa. Alguns exemplos de construções neogóticas no Brasil são a Catedral de 
Petrópolis, cuja construção iniciou-se em 1884 e foi concluída em 1925, e a Catedral 
da Sé, em São Paulo. 
CONCLUSÃO 
A construção gótica se diferenciou pela elevação e desmaterialização das 
paredes, bem como pela especial distribuição da luz no espaço. A arquitetura 
expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive em um 
plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, de 
modo a se aproximar de Deus, como se vê na altura e nas pontas agulhadas dos 
pináculos das igrejas góticas.

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