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1 FACULDADE SANTA TERESA CURSO DE DIREITO DIREITO PROCESSUAL CIVIL I MANAUS-AM 2020 2 JAMARIAN COTA RIKER DIREITO PROCESSUAL CIVIL I MANAUS-AM 2020 Trabalho ministrado pela Professor Dr. Rafael Almeida Cró Brito, da disciplina de Direito Processual Civil I, como requisito parcial para composição de nota bimestral, na ADP2. 3 INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Como início e para entendermos o tema, primeiro é necessário esclarecer o que vem a ser a Intervenção de Terceiros. Nada mais é, do que uma oportunidade legalmente concedida àqueles que não participam da relação jurídica processual, adentrar ao processo ou ser convocado, na defesa de interesses jurídicos próprios. No Novo Código de Processo Civil, sancionado e em vigor desde 2015, a Intervenção de Terceiros está na parte geral do código, especificamente no Art. 119, portanto, na parte geral do CPC. Desta forma, é aplicável a todos os procedimentos. As modalidades de Intervenção de Terceiros do Novo CPC são: Assistência; Denunciação da Lide; Chamamento ao processo; Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica; Amicus Curiae. É importante que se diga também, que a doutrina divide as Intervenções em Espontâneas e Provocadas, entende-se que as Intervenções de Terceiros Espontâneas são aquelas de iniciativa de terceiros que não façam parte da relação processual, sendo o caso da Assistência e do Amicus Curiae. Entende-se por Intervenções de Terceiros Provocadas aquelas que ocorre quando uma das partes do processo, chama um terceiro estranho à relação para integrá-la, assim, as modalidades de Denunciação da Lide, Chamamento ao Processo e Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica e o Amicus Curiae, este último sendo considerado uma figura híbrida. Agora que entendemos o que é a Intervenção de Terceiros, podemos passar a analisar as modalidades. Assistência A assistência é uma modalidade de intervenção onde um terceiro interessado, alheio ao processo, espontaneamente solicita ingresso no processo para auxiliar uma das partes, pelo seu próprio interesse. Esta modalidade pode ser admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728498/artigo-119-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 4 Quando um terceiro faz o pedido de assistência, as partes têm o prazo de 15 dias para impugnar o pedido, se houver impugnações pelas partes, o juiz decidirá o incidente sem suspender o processo. Caso não haja impugnação pelas partes no prazo, ou ainda, se não for o caso de rejeição liminar (quando faltar ao terceiro, interesse jurídico) o pedido será deferido e o assistente ingressará no processo, sem a repetição de atos já realizados, ou seja, o processo seguirá a partir daquele momento. A assistência aceita dois tipos: Simples e Litisconsorcial. Assistência Simples Quando um terceiro interessado deseja auxiliar uma das partes da vitória do feito, este deve fazer o pedido de assistência simples, desta forma, exercerá os mesmos poderes e estará sujeito aos mesmos ônus processuais que o assistido, então, se o assistido não recorrer sobre determinada decisão, o assistente também não poderá recorrer. Entretanto, embora a atuação do assistente seja limitada aos atos praticados pelo assistido, o assistente também poderá ser considerado substituto processual do assistido em caso de revelia ou omissão. Cabe ressaltar que, ainda que haja a Assistência simples, a parte principal poderá reconhecer a procedência do pedido, desistir da ação ou renunciar ao direito que se funda a ação ou transigir sobre direitos incontroversos. Em havendo o trânsito em julgado da sentença do processo em que o assistente interviu, este não poderá discutir na justiça a decisão em processo posterior salvo se alegar e provar que, foi impedido de produzir provas suscetíveis de afetar o resultado da sentença em decorrência do estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido e no caso de provar que desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. A assistência simples está disciplinada nos Arts. 121 à 123 do NCPC. Assistência Litisconsorcial A Assistência Litisconsorcial estará configurada quando o terceiro intervir no processo com a intenção de formar um litisconsórcio ulterior (posterior), sempre que a sentença irá influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895466/artigo-121-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895460/artigo-123-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 5 Isto ocorre, pois, o assistente litisconsorcial tem relação direta com a parte adversa do assistido. Neste caso o assistente defende o próprio direito em juízo, em litisconsórcio com o assistido. Um exemplo claro desta situação é uma ação de despejo entre locador e locatário, e que ainda há um contrato de sublocação. Neste caso, o sublocatário poderá intervir como assistente litisconsorcial do locatário, já que será influenciado pelo resultado da sentença a ser proferida na demanda. Esta subdivisão da assistência está disciplinada no Art. 124 do NCPC. Denunciação da Lide A Denunciação da Lide (Arts. 125 a 129) é a modalidade de intervenção provocada onde o Autor e Réu pretendem resolver demanda regressiva contra um terceiro, onde aquele que eventualmente perder a demanda já aciona um terceiro para que este o indenize em ação de regresso. Simplificadamente, pode-se dizer que a Denunciação da Lide nada mais é do que uma ação de regresso incidente a um processo já existente. Há uma inovação nesta modalidade, no NCPC, ao deixar de torná-la obrigatória, e sendo cabível apenas em duas hipóteses: Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido para denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que dá evicção lhe resultam, neste caso, é permitido uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato da cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação; Àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. O NCPC ainda traz uma novidade, pois, caso a denunciação da lide seja indeferida, deixe de ser promovida ou não for permitida, o direito regressivo poderá ser exercido por ação autônoma que poderá ser distribuída por dependência. O direito de regresso também poderá ser discutido em ação autônoma quando, na denunciação sucessiva, no caso do denunciado sucessivo, quer não pode promover nova denunciação. Ao que diz respeito a citação do denunciado, esta deverá ser requerida na petição inicial, sendo o denunciante o autor ou na contestação no caso de o denunciante ser o réu, sendo este o momento processual para exerce-la. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895454/artigo-124-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 6 Sendo deferido, o juiz, de ofício, mandará proceder a respectiva anotação pelo distribuidor nos termos do parágrafo único do artigo 286 do NCPC. No caso de a denunciação ser feitapelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, devendo ser procedida à citação do réu. Porém sendo ela feita pelo réu, o artigo 128 do NCPC, traz 3 consequências que podem ocorrer: Denunciado contestar o pedido do Autor: nesta hipótese, o processo prosseguirá, formando na ação principal um litisconsórcio entre o denunciante e denunciado; Denunciado for revel: ocorrendo tal situação, o denunciante poderá deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, bem como abster- se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; Denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal: neste caso, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. Todavia, pontua- se que a confissão do denunciado não prejudica a defesa do denunciante (réu) na ação contra o autor O julgamento da demanda principal será conjunto com a denunciação à lide, e, sendo o pedido da ação principal julgado procedente, poderá o autor requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva. A denunciação da lide, embora seja ação autônoma, possui dependência em relação à ação principal, ou seja, só haverá necessidade de julgar a denunciação se a ação principal for julgada contra o denunciante, situação em que o juiz terá que analisar o direito de regresso do denunciante e, relação ao denunciado. Em relação a sucumbência, se a ação principal foi improcedente, então significa que a denunciação da lide foi desnecessária e assim o denunciante pagará as verbas de sucumbência em relação ao denunciado. Por fim, pontua-se que, com o NCPC, não é mais cabível a denunciação per saltum, ou seja, quando o adquirente, denominado evicto, quiser exercer os direitos resultantes da evicção, poderá notificar qualquer componente da cadeia negocial, ou seja, o alienante imediato ou alienantes mediatos, demandando assim em face daquele que não possui qualquer relação jurídica de direito. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894165/par%C3%A1grafo-1-artigo-286-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894174/artigo-286-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895438/artigo-128-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 7 Chamamento ao Processo O Chamamento ao Processo, é o direito do réu de chamar para ingressar no polo passivo da ação, os corresponsáveis por determinada obrigação. Diferencia-se da Denunciação da Lide, pois a Denunciação da Lide se tem a ação de regresso e deve-se demonstrar que o denunciado é que deverá responder pela condenação, por outro lado, no Chamamento ao Processo, a condenação é solidária. Apenas o réu pode se utilizar desta modalidade, portanto, não é obrigatória e visa a economia processual, já que não é necessário um novo processo de cognição exauriente par regular a corresponsabilidade. Cabe o Chamamento ao Processo nas seguintes hipóteses: Do afiançado, na ação em que o fiador for réu; Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. O chamamento ao processo deve ser realizado pelo réu no ato da contestação, sob pena de preclusão. Se não realizar o pedido na contestação, em caso de sucumbência, terá que ajuizar nova ação contra os corresponsáveis. Além disso, a citação deverá ser promovida em 30 dias sob pena de ficar sem efeito o chamamento, este prazo é peremptório, e corre a partir do despacho do juiz que deferir a citação dos corresponsáveis. O prazo de 30 dias, não é para a realização do ato em si, mas sim para que o réu cumpra as condições necessárias a realização da citação, como por exemplo o pagamento de custas, cópias, endereços e etc. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, para que possa exigi-la integralmente do devedor principal ou de cada um dos codevedores na proporção da sua quota. Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica A desconsideração da personalidade jurídica é um instituto previsto no Código de Defesa do Consumidor (art. 28) e no Código Civil (art. 50), que permite o acesso ao patrimônio particular dos sócios, para adimplir as obrigações assumidas pela sociedade, quando a pessoa jurídica houver sido utilizada abusivamente, como no caso de desvio de finalidade, confusão patrimonial, liquidação irregular, dentre outros. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 8 Este instituto também contempla a Desconsideração da Personalidade Jurídica Inversa, que nada mais é do que o acesso ao patrimônio da sociedade para adimplemento das obrigações pessoais do sócio. Tal incidente é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução de título extrajudicial, sendo instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, nos casos em que lhe couber intervir no processo, devendo haver para tanto, a observância dos requisitos legais dos artigos 28 do CDC e/ou 50 do Código Civil. Uma vez instaurado, o incidente deverá ser imediatamente comunicado ao distribuidor para as anotações devidas e qualquer alienação feita após isso, será considerada fraude à execução. Vale ressaltar que tal modalidade de intervenção terá grande impacto na área empresarial, sobretudo na recuperação judicial, pois em havendo o concurso de credores, aquele que pedir por primeiro o incidente também terá a preferência sobre os bens encontrados. Outro ponto que merece ser destacado é que, embora o Novo CPC não traga isso de forma expressa, no incidente de desconsideração é cabível o pedido das tutelas provisórias de urgência, isso porque como estas estão dispostas na parte geral do Código, têm aplicabilidade a todas as fases e procedimentos do Diploma, contanto que preenchidos seus requisitos para ser concedida, devendo apenas o pedido ser feito. A instauração do incidente será dispensada se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que o sócio ou pessoa jurídica será citado. O sócio ou pessoa jurídica será citado para manifestar- se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 dias. É importante ressaltar que, para se evitar problemas, como a possível dilapidação do patrimônio ou a ocultação de bens, com o contraditório prévio trazido pelo artigo 135, é recomendável pedir juntamente com o incidente a tutela antecipada, por exemplo, no pedido do incidente já pedir em sede de tutela de urgência o bloqueio on-line dos bens. Uma vez citado, o sócio ou pessoa jurídica será parte no processo, e não pode mais se defender por meio de Embargos de Terceiro, apenas pela manifestação a que diz respeito o Art. 135 do NCPC, onde poderá se defender seja demonstrando que não estão presentes os requisitos para a desconsideração, manifestando-se no sentido de obter provimento jurisdicional favorável ao responsável originário, bem http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603962/artigo-28-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10727101/artigo-50-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895391/artigo-135-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 9 como em nome dos princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo legal, alegar outras matérias afetas ao mérito do incidente, tais como excesso de execução, cálculos incorretos, dentre outros. Finda a instrução o incidente será resolvido, em regra, por decisão interlocutória que pode ser recorrida mediante o recurso de Agravo de Instrumento, nos termos do artigo 1015 do NCPC. Porém caso a decisão que resolver o incidente for proferida pelo relator, caberá o recurso de Agravo Interno. Finalmente, uma vez acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou oneração de bens, havida em fraude à execução, será ineficaz em relação ao requerente. Amicus Curiae Outra novidade trazida pelo NCPC, o Amicus Curiae é uma modalidade de intervenção, tanto espontânea quanto provocada, onde um terceiro, sem interesse jurídico, irá instruir o poder judiciário para que a decisão por este proferida seja mais qualificada, motivada. Ou seja. O Amicus Curiae irá qualificar o contraditório trazendo mais subsídios para a decisão do juiz, apresentando dados proveitosos à apreciação da demanda, defendendo, para tanto, uma posição institucional. A partir do Novo Código, tal intervenção pode ser aplicada em todos os graus de jurisdição. Ressalta-se que o Amicus Curiae não pode ter interesse jurídico na causa, apenas institucional, pois se assim fosse, estaríamos diante de outra modalidade de intervenção, a Assistência. Será admitido pelo juiz ou relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, de ofício ou a requerimento das partes, mediante decisão irrecorrível, cabendo ao juiz ou relator definir os poderes do Amicus Curiae. Pode funcionar como amicus curiae pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada que tenha conhecimento sobre o assunto objeto do processo com a finalidade de fornecer elementos ao julgador para que possa proferir uma decisão que leve em consideração os interesses da sociedade. Tal intervenção não implica em alteração de competência nem autoriza a interposição de recurso, salvo o caso de Embargos de Declaração ou no caso da decisão julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28887392/artigo-1015-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 10 Procedemos com a elaboração de um quadro sinóptico, permitindo uma melhor visualização desse novo título, na próxima página: 11 ASSISTÊNCIA INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INTERVENÇÃO DE AMICUS CURIAE DENUNCIAÇÃO DA LIDE CHAMAMENTO AO PROCESSO QUEM PODE REQUERER Na simples, o terceiro que tenha interesse jurídico na causa. Na litisconsorcial, o subs- tituído processual. Deve ser requerida pela parte ou pelo Ministério Público. O requerimento é feito pelo credor que queira estender a responsa-bilidade patrimonial a sócio, no caso de desconsidera- ção direta ou pessoa jurídica, no caso da inversa. Terceiro que, não sendo titular de interesse próprio, discutido no processo, mas seja portador de um interesse institucional, poderá manifestar-se, trazendo ao julgador informações relativas à questão jurídica discutida, no sentido de se aprimorar o julgamento. O autor e o réu que tenham direito de regresso e que o queiram exercer no mesmo processo. O réu fiador ou devedor solidário. INICIATIVA DA INTERVENÇÃO É sempre do terceiro, que espontaneamente requer o seu ingresso em processo alheio. Forma de intervenção de terceiros provocada. Pode ser determinada de ofício pelo juiz, requerida por qualquer das partes, ou determinada a pedido do próprio terceiro. Intervenção provocada pelo autor ou pelo réu. Intervenção provocada pelo réu. Há duas formas de assistência: a simples e a litisconsorcial. A primeira cabe quando o terceiro tem relação jurídica com uma das partes, distinta daquela que está sendo Tem natureza de ação incidente, embora a lei se refira a ele como incidente. Cabe em qualquer fase do processo de conheci- mento, no cumprimento de sentença ou em Cabe em razão da relevância da matéria discutida, da especi- ficidade do tema objeto da demanda ou da repercussão social da controvérsia, quando se queira aprimorar o Tem natureza da ação e serve para o exercício do direito de regresso, nos casos de risco de evicção e quando houver direito de regresso decorrente de lei ou de contrato Cabe quando o credor demanda apenas o fiador que chama ao processo devedor principal; ou apenas um deles, que chamará ao processo os demais; ou um dos devedores 12 CABIMENTO discutida, mas que poderá ser afetada pela decisão. Em suma, quando o terceiro tem interesse jurídico. A litisconsorcial cabe quando há legitimidade extraordinária, pois quem pode figurar como tal é o substituído. execução por título extrajudicial quando, preenchidas as exigências do direito material, a parte ou o Ministério Público quiserem estender a responsabilidade patrimonial por dívida a sócio ou pessoa jurídica, em decorrência do uso abusivo de pessoa jurídica para prejudicar credores. julgamento, colhendo manifestação de portador de interesse institucional, com representatividade adequada. solidários, que fará chamamento dos restantes. Cabe, ainda, na hipótese do art. 1.698 do Código Civil, em que devedor de alimentos pode acionar os coobrigados ou devedores imediatos. EFEITOS O assistente simples que for admitido será atingido pela justiça da decisão, salvo se ingressar em fase tão avançada ou tiver a sua atuação de tal forma cerceada, que não puder influir no resultado. Aquele que pode intervir como assistente litisconsorcial será atingido pela coisa julgada, intervindo ou não. Acolhido o incidente, haverá a possibilidade de, na execução, ser atingida a esfera patri- monial do sócio ou da pessoa jurídica, a quem foi estendida a responsabilidade. O amicus curiae emitirá uma manifestação ou opinará a respeito da questão jurídica posta em juízo e da reper- cussão sobre o interesse institucional de que ele é portador para que o julgador tenha mais elementos sobre o tema no momento de julgar. Se a denunciação da lide é feita pelo réu, em caso de proce-dência, cumprirá ao juiz verificar se ele tinha ou não direito de regresso em face do denunciado. Mas, em caso de improcedência, a denunciação ficará prejudicada e deverá ser extinta sem resolução de mérito. Se requerida pelo autor, caso a ação principal seja procedente, a denunciação ficará prejudicada. Em caso de procedência, chamante chamado serão condenados. Na fase executiva, credor poderá cobrar de qualquer um deles, salvo se se tratar de fiador com benefício de ordem, que pode exigir primeiro excussão de bens do devedor principal. O que pagar integralmente dívida, sub-roga-se nos direitos do credor. 13 PARTICULARIDADES O assistente simples não é titular da relação discutida em juízo, mas de uma relação com ela interligada. Por isso, não tem os mesmos poderes que a parte, já que esta pode vetar os atos do assistente que não lhe conve-nham. Já o assistentelitisconsorcial é verdadeiro litiscon- sorte facultativo unitário ulterior, tendo os mesmos poderes que o litisconsorte unitário. Apenas passa a integrar o processo na fase em que se encontra quando do seu ingresso. Não pode haver confusão entre o objeto da ação e objeto do pedido de desconside- ração. As pretensões são distintas. O acolhi- mento da desconsi- deração não transforma o sócio ou a pessoa jurídica em codevedores, mas apenas estende a eles a responsabilidade patrimonial, o que significa que, se na fase de execução, não forem encontrados bens do devedor para fazer frente ao débito, o juiz poderá autorizar a penhora de bens do sócio ou da empresa responsabilizada. É forma de intervenção de terceiros muito particular, porque o terceiro não figurará como parte nem como auxiliar da parte, mas como auxiliar do juízo. Por isso, sua intervenção fica limitada à emissão de manifestação ou opinião sobre determinada questão jurídica que lhe é apresentada. Tem predominado o entendimento de que não cabe a denunciação da lide quando ela introduza um fundamento fático novo, que exija a produção de provas que não seriam necessárias sem a denunciação. Afinal, ela não pode prejudicar o adversário do denunciante, a quem o direito de regresso não diz respeito. Por isso, tem- se indeferido a denunciação da Fazenda ao funcionário público, quando aquela estiver fundada em responsabilidade objetiva e esta apontar culpa do funcionário, que exija provas. Havia importante controvérsia a respeito da posição dos chamados ao processo, pois há corrente doutrinária que sustenta que eles não figurariam como litisconsortes, mas formariam uma nova relação, desta feita entre os chamantes e os chamados. Tal corrente, conquanto respeitável, não foi acolhida pelo nosso ordenamento jurídico, tendo em vista o art. 131, que estabelece que os chamados serão litisconsortes do chamante. PROCEDIMENTO A assistência pode ser requerida em qualquer fase de processo e grau de jurisdição, mas o assistente tomará o processo no estado em que se encontra. O juiz A desconsideração pode ser requerida já na inicial. Mas nesse caso não haverá intervenção de terceiro, mas ação contra o sócio ou pessoa jurídica, para que o juiz O juiz de ofício ou a requerimento das partes ou do terceiro admitirá a intervenção por decisão irrecorrível e intimará o amicus curiae a manifestar-se, Feita pelo réu, deve ser apresentada no prazo de contestação. O juiz mandará citar o denunciado que poderá apresentar contesta- ção. Formar-se-á um É sempre requerido pelo réu, no prazo de resposta, entre o chamante e os chamados, formar-se um litisconsórcio facultativo simples. O 14 ouvirá as partes e se houver impug-nação, no prazo de quinze dias, decidirá o incidente, sem suspensão do processo. lhes reconheça a responsabilidade. Quando se tratar de intervenção, o sócio ou pessoa jurídica deverá ser citado, para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 dias. O juiz colherá as provas que entender necessárias e decidirá o incidente. Contra a decisão cabe agravo de instrumento. definindo os seus poderes. O amicus curiae não pode recorrer, exceto para opor embargos de declaração, ou contra decisão que julgar incidente de resolução de demandas repetitivas. litisconsórcio em face da parte contrária (embora exista corrente que defenda a existência de assistência simples). Ao final, será proferida sentença conjunta. Se for feita pelo autor, deve ser requerida na inicial. O juiz mandará citar o denunciado, que poderá acrescentar novos argumentos à inicial (pedido principal) e contestar a denunciação. chamamento não é obrigatório e o réu que não o fizer poderá cobrar o que lhe é devido em ação autônoma. No entanto, sem o chamamento, o fiador perde o benefício de ordem. Fonte: Elaborado pelo autor, 2020 15 REFERENCIAS GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado - 9. ed. - São Paulo: Saraiva Educação, 2018 Intervenção de terceiros, disponível em https://direitocontemporaneo.jusbrasil.com.br/artigos/367850871/intervencao- de-terceiros-no-novo-cpc acesso: 29 de mai. de 2020 às 21:50min Intervenção de terceiros, disponível em https://amandanonn.wordpress.com/2018/03/27/intervencao-de-terceiros-novo- codigo-de-processo-civil/ acesso: 30 de mai. de 2020 às 08:59min Intervenção de terceiros, disponível em https://blog.sajadv.com.br/intervencao- de-terceiros/ acesso: 30 de mai. de 2020 às 11:21min https://direitocontemporaneo.jusbrasil.com.br/artigos/367850871/intervencao-de-terceiros-no-novo-cpc https://direitocontemporaneo.jusbrasil.com.br/artigos/367850871/intervencao-de-terceiros-no-novo-cpc https://amandanonn.wordpress.com/2018/03/27/intervencao-de-terceiros-novo-codigo-de-processo-civil/ https://amandanonn.wordpress.com/2018/03/27/intervencao-de-terceiros-novo-codigo-de-processo-civil/ https://blog.sajadv.com.br/intervencao-de-terceiros/ https://blog.sajadv.com.br/intervencao-de-terceiros/
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