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UNIDADE 4. 
Modalidades e técnicas da pesquisa científica 
TÓPICOS DE ESTUDO 
Pesquisa científica 
// Delimitação do tema 
// Campo da aplicação científica 
// A entrada no campo 
Modalidade de pesquisa 
// Métodos 
Técnicas 
// Coleta de dados 
// Análise e interpretação de dados 
// Apresentação dos resultados 
Pesquisa em impresso e on-line (Bireme, Lilacs, SciELO e Google Acadêmico) 
// Bireme e Lilacs 
// SciELO 
// Google Acadêmico 
Pesquisa científica 
A pesquisa científica é uma atividade desenvolvida pelos investigadores com 
o intuito de entender melhor o mundo à sua volta e propiciar novas 
descobertas, impactando em aprimoramento da qualidade da vida intelectual e 
refletindo nos modelos de desenvolvimento econômico e social. 
As atividades de pesquisa requerem do investigador o planejamento, o 
conhecimento e a adequação às normas científicas. 
O estudo e a pesquisa estão presentes em toda a vida do acadêmico e, por 
isso, é tão importante que o estudante compreenda algumas questões a eles 
relacionadas. O desenvolvimento de estudos científicos se torna uma 
experiência prática e teórica do pesquisador e da comunidade científica em que 
se insere, pois, assim, é possível refletir sobre acontecimentos ocorridos na 
sociedade da qual faz parte. 
 
EXPLICANDO 
A pesquisa tem por objetivo a produção de novos conhecimentos por meio da 
utilização de procedimentos científicos. Contribui para o trato dos problemas e 
processos do dia a dia nas mais diversas atividades humanas, no ambiente de 
trabalho, nas ações comunitárias, no processo de formação e outros. 
Diversos autores já publicaram suas percepções e conceitos sobre pesquisa e 
muitos salientam que é um processo de perguntas e investigação sistemática e 
metódica, e que amplia o conhecimento humano. Sendo assim, é necessário 
compreender que a ciência, desenvolvida por meio da pesquisa, é um conjunto 
de procedimentos sistemáticos baseados nos raciocínios lógico e analítico, 
com o objetivo de encontrar soluções para os problemas propostos, mediante o 
emprego de métodos científicos e definição de tipos de pesquisa. 
O conhecimento se torna uma premissa para o desenvolvimento do ser 
humano e a pesquisa como a consolidação da ciência. 
Existe a possibilidade de o aluno pesquisador desenvolver estudos científicos 
para construir e gerar novos conhecimentos, mas, principalmente, para 
contribuir com a evolução de informações em uma determinada área de 
atuação profissional. 
O pesquisador utiliza conhecimentos teóricos e práticos. Para que isso ocorra, 
é necessário ter habilidades para a utilização de técnicas de análise, entender 
os métodos científicos e os procedimentos com o objetivo de encontrar 
respostas para as perguntas formuladas. 
Jill Collis e Roger Hussey ressaltam em sua obra Pesquisa em administração: 
um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação, de 2005, que o 
objetivo da pesquisa pode ser: 
O aluno pesquisador necessita de métodos e procedimentos precisos, 
planejamento eficaz, critérios e instrumentos adequados que passem confiança 
e credibilidade tanto aos envolvidos no processo quanto no resultado do 
trabalho. 
O método da pesquisa e outras questões relacionadas ao seu estudo serão de 
acordo com o tipo de trabalho que desenvolve, já que os resultados das 
investigações podem ser encontrados sob a forma de trabalhos técnico-
científicos, publicados em revistas científicas, em eventos e em instituições de 
Ensino Superior. 
É necessário compreender que a pesquisa consolida a ciência de determinada 
área, divulgando, por meio de trabalhos técnico-científicos nos cursos de 
graduação e pós-graduação, os conhecimentos práticos e teóricos descobertos 
pelos pesquisadores por meio do uso de métodos científicos que impulsionam 
o crescimento humano. 
O pesquisador deve se preocupar, então, em estabelecer um planejamento e 
execução da pesquisa, pois essas duas características fazem parte de um 
procedimento sistematizado que compreende etapas que podem ser definidas 
como: 
1 – definição do tema 
2 – formulação do problema 
3 – determinação de objetivo 
4 – Justificativa 
5 – Fundamentação teórica 
6 – metodologia 
7 – coleta de dados 
8 – analise e discussão dos resultados 
9 – conclusão dos resultados 
10 – redação e apresentação da pesquisa 
 
Inicialmente, o investigador deve se preocupar com as três primeiras etapas 
(tema, problema e objetivos), que são fundamentais para começar a pesquisa e 
compõem o projeto de trabalho que será abordado mais adiante. As demais 
etapas também serão comentadas ao longo desta disciplina. 
Portanto, para o desenvolvimento adequado do estudo científico, são 
necessários o planejamento cuidadoso e a investigação, de acordo com as 
normas da metodologia científica, tanto aquela referente à forma quanto a 
referente ao conteúdo. 
Interesses e motivações de pesquisa 
Como dito anteriormente, a pesquisa foca no estudo e na descoberta de novos 
conhecimentos e assuntos que são importantes para o avanço da humanidade. 
Entretanto, a temática a ser estudada deve ser também importante para o 
pesquisador para que ele tenha real interesse em seu desenvolvimento e que 
se sinta motivado a ler, analisar, testar, relatar e publicar seus estudos. Quanto 
mais interesse o pesquisador tiver em determinado assunto e quanto mais ele 
quiser saber sobre algo, mais prazeroso será seu desenvolvimento. 
A produção do artigo é uma etapa importante na vida acadêmica, portanto, o 
estudante não deve encará-la como uma obrigação. Para que a escrita não se 
transforme num fardo, basta analisar com atenção alguns fatores antes de 
começar. É fundamental lembrar que a escolha deve fazer com que se sinta 
realizado ao escrever sobre o assunto. 
Quando o autor da pesquisa não se motiva com o assunto e não se sente 
instigado em estudar o tema, possivelmente mais ninguém terá interesse. É 
preciso encarar este momento como uma oportunidade de estudar e aprender 
mais sobre um tema que é relevante para o pesquisador e para a sociedade. 
É possível selecionar um assunto a partir da análise de alguns aspectos: 
Relevância do assunto: Cervo e Bervian apresentam, em Metodologia 
científica (2002, p. 74), que “o assunto de uma pesquisa é qualquer tema que 
necessita melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe 
sobre o mesmo”. 
Deve-se pensar em uma justificativa para a realização do trabalho dentro 
daquele tema escolhido. Para isso, é preciso questionar se o tema é 
importante, se é um novo método ou uma nova forma criada em algum 
mercado, se apresentará soluções mais específicas e que tem relevância para 
uma determinada comunidade. É necessário apresentar ao leitor as 
contribuições práticas e teóricas geradas por meio das formas sugeridas e 
também apresentar argumentos que convençam o leitor sobre a importância do 
seu tema de pesquisa. 
O assunto pesquisado deve ser atual, pois dificilmente alguém terá interesse 
em ler, estudar, analisar e discutir sobre algo ultrapassado e que não irá ajudar 
na construção do conhecimento. Por isso, o pesquisador deve se manter 
sempre atualizado sobre o que está sendo estudado em sua área profissional e 
de pesquisa. 
Outro exemplo: o pesquisador percebe que, em um determinado setor da 
empresa na qual atua, muitos funcionários desistem do emprego e pedem 
demissão. Então, ele pode pesquisar sobre as causas da alta rotatividade de 
funcionários no setor Y da empresa B. 
Lembre-se de que, quando se propõe a produzir conhecimento, deve-se fazê-lo 
com dedicação, rigor científico, seriedade e comprometimento. Aliás, a 
leitura de publicações da área de estudo em questão (revistas, livros, 
dissertações, teses) pode despertar a curiosidade em aprofundar algum tema. 
A escolha do tema da pesquisa geralmente é um momento de angústia para o 
pesquisador. Este deve considerar alguns critérios: 
Conhecimentoprévio de autores, temas, assuntos, matérias; 
Disponibilidade de tempo e de recursos para a pesquisa; 
Existência de bibliografia disponível sobre o assunto; 
Possibilidade de orientação e supervisão adequada dentro do assunto; 
Relevância e fecundidade do assunto. 
A definição do tema deverá ser guiada não apenas por razões intelectuais, mas 
por questões como a instituição, o nível de conhecimento e a perspectiva 
profissional 
DELIMITAÇÃO DO TEMA 
Após a escolha do assunto a ser pesquisado, uma das tarefas iniciais na 
elaboração do artigo deve ser a delimitação do tema. Nesse processo, é 
preciso levar em conta alguns fatores. Caso o pesquisador não lhes dê 
atenção, correrá o risco de descobrir, no meio do caminho, que a escolha foi 
equivocada. 
Para a realização dessa etapa, não existem regras fixas. Porém, alguns 
encaminhamentos podem guiar o pesquisador nesse momento: 
 
Identificar as publicações mais recentes sobre o tema; 
 
Verificar os temas mais importantes para não ficar com muitos temas, mas 
focar em um subtítulo; 
 
Conversar com orientadores para concentrar-se nas informações mais 
relevantes. 
Há outras técnicas que podem ajudar no processo de delimitação, entretanto, 
elas podem não funcionar para alguns assuntos. A primeira é a divisão do 
assunto em suas partes constitutivas; a segunda é a definição da compreensão 
dos termos, que implica a enumeração dos elementos constitutivos ou 
explicativos que os conceitos envolvem. Fixar circunstâncias de tempo (quadro 
histórico, cronológico) e de espaço (quadro geográfico) também contribui para 
indicar os limites do assunto. Por exemplo, o tema de qualidade total é muito 
amplo e deve ser delimitado. A ideia da delimitação é segmentar o tema, como 
se fosse passá-lo em por funil. 
 
EXEMPLIFICANDO 
Exemplos de delimitação do tema qualidade total: 
• Aplicabilidade da qualidade total nas empresas têxteis de Brusque; 
• Implantação da qualidade total nas empresas metalúrgicas de São Bernardo 
do Campo; 
• Análise da implantação da qualidade total na hotelaria de Salvador. 
Ao se especificarem as informações (onde, em que região, cidade, estado?), 
em que nível (no ensino fundamental, médio ou superior?) e qual o enfoque 
(estatístico, filosófico, histórico, psicológico, sociológico?), indicam-se as 
circunstâncias para pesquisa e discussão. Ou seja, definem-se a extensão e a 
profundidade do artigo. 
CAMPO DA APLICAÇÃO CIENTÍFICA 
Agora chegou a hora da investigação. O trabalho de campo se apresenta como 
uma possibilidade de conseguirmos não só uma aproximação com aquilo que 
desejamos conhecer e estudar, mas também de criar um conhecimento, 
partindo da realidade presente no campo. O cientista, em sua tarefa de 
descobrir e criar, necessita, em um primeiro momento, questionar. Esse 
questionamento é que nos permite ultrapassar a simples descoberta para, por 
meio da criatividade, produzir conhecimentos. Quando definimos bem o campo 
de interesse é possível partir para um rico diálogo com a realidade. Assim, o 
trabalho de campo deve estar ligado a uma vontade e a uma identificação com 
o tema a ser estudado, permitindo uma melhor realização da pesquisa 
proposta. 
A relação do pesquisador com os sujeitos a serem estudados também é de 
extrema importância. Isso não significa que as diferentes formas de 
investigação não sejam fundamentais e necessárias. Para muitos 
pesquisadores, o trabalho de campo fica circunscrito ao levantamento e à 
discussão da produção bibliográfica existente sobre o tema de seu interesse. 
Esse esforço de criar conhecimento não desenvolve o que originalmente 
consideramos como um trabalho de campo propriamente dito. 
Essa forma de investigar, além de ser indispensável para a pesquisa básica, 
nos permite articular conceitos e sistematizar a produção de uma determinada 
área de conhecimento. Ela visa criar novas questões num processo de 
incorporação. Além dessas considerações, podemos dizer que a pesquisa 
bibliográfica coloca frente a frente os desejos do pesquisador e os autores 
envolvidos em seu horizonte de interesse. 
Esse esforço em discutir ideias e pressupostos tem como lugar privilegiado de 
levantamento as bibliotecas, os centros especializados e arquivos. Nesse caso, 
trata-se de um confronto de natureza teórica que não ocorre diretamente entre 
pesquisador e atores sociais que estão vivenciando uma realidade peculiar 
dentro de um contexto sócio-histórico. 
Após essas observações, é hora de nos aproximarmos mais da ideia de campo 
que pretendemos explicitar. Pode-se definir campo de pesquisa como o recorte 
que o pesquisador faz em termos de espaço, representando uma realidade 
empírica a ser estudada a partir das concepções teóricas que fundamentam o 
objeto da investigação. 
A título de exemplo, podemos citar o seguinte recorte: o estudo da percepção 
das condições de vida dos moradores de uma comunidade. Para esse estudo, 
a comunidade corresponde a um campo empiricamente determinado. Além do 
recorte espacial, ao tratar de pesquisa social, o lugar primordial é o ocupado 
pelas pessoas e grupos convivendo numa dinâmica de interação social. Essas 
pessoas e grupos são sujeitos de uma determinada história a ser investigada, 
sendo necessária uma construção teórica para transformá-los em objetos de 
estudo. Partindo da construção teórica do objeto de estudo, o campo torna-se 
um palco de manifestações de intersubjetividades e interações entre 
pesquisador e grupos estudados, propiciando a criação de novos 
conhecimentos. 
Definido o objeto com uma devida fundamentação teórica, construídos os 
instrumentos de pesquisa, e delimitado o espaço a ser investigado, faz-se 
necessário concebermos a fase exploratória do campo para que possamos 
entrar no trabalho propriamente dito. Seguindo esses passos, devemos 
observar alguns cuidados relativos à entrada no trabalho de campo. 
 
A ENTRADA NO CAMPO 
 
Buscar aproximação com as pessoas da área selecionada para o estudo 
Essa aproximação pode ser facilitada por meio do conhecimento de moradores 
ou daqueles que mantêm sólidos laços de intercâmbio com os sujeitos a serem 
estudados. De preferência, deve ser uma aproximação gradual, possibilitando 
que cada dia de trabalho possa ser refletido e avaliado com base nos objetivos 
preestabelecidos. É fundamental consolidarmos uma relação de respeito 
efetivo pelas pessoas e pelas suas manifestações no interior da comunidade 
pesquisada. 
 
Apresentar proposta de estudo aos grupos envolvidos 
É importante estabelecer uma situação de troca. Os grupos devem ser 
esclarecidos sobre aquilo que pretendemos investigar e sobre as possíveis 
repercussões favoráveis advindas do processo investigativo. É preciso termos 
em mente que a busca das informações que pretendemos obter está inserida 
num jogo cooperativo em que cada momento é uma conquista baseada no 
diálogo e que foge à obrigatoriedade. Ou seja, os grupos envolvidos não são 
obrigados a uma colaboração sob pressão, até porque isso caracterizaria um 
processo de coerção, que inviabilizaria a efetiva interação. 
 
Dar atenção à postura em relação ao problema a ser estudado 
Às vezes, o pesquisador entra em campo considerando que tudo o que vai 
encontrar serve para confirmar o que ele considera já saber, ao invés de 
compreender o campo como possibilidade de novas revelações. Esse 
comportamento pode dificultar o diálogo com os elementos envolvidos no 
estudo, além de poder gerar constrangimentos entre pesquisador e grupos 
envolvidos, e poder implicar no surgimento de falsos depoimentos. 
 
Ter cuidado teórico-metodológico com a temática a ser explorada 
A atividade de pesquisa não se restringe ao uso de técnicas refinadas para 
obtenção de dados. Assim, a teoria informa o significado dinâmico daquilo que 
ocorre e que buscamos captar no espaço em estudo. Para conseguirmos um 
bom trabalho de campo, há necessidade de se ter uma programação bem 
definida de suas fases exploratóriase de trabalho de campo propriamente dito. 
É no processo desse trabalho que são criados e fortalecidos os laços de 
amizade, bem como os compromissos firmados entre o investigador e a 
população investigada, propiciando o retorno dos resultados alcançados para 
essa população e a viabilidade de futuras pesquisas. 
 
Modalidade de pesquisa 
A pesquisa é uma atividade direcionada para a elucidação de problemas por 
meio da utilização de procedimentos científicos. 
Dessa forma, ao desenvolver uma pesquisa, é necessária a compreensão das 
modalidades da pesquisa, bem como das formas de coleta e análise de dados. 
Um documento científico se inicia com uma introdução, seguida pelo 
desenvolvimento (delimitação do tema, a definição dos objetivos de estudo, 
procedimentos metodológicos, fundamentação teórica, análise e interpretação 
das informações coletadas), considerações finais e referências. 
Assim, é comum que o aluno pesquisador questione: quais as características 
do meu estudo? Que tipo de pesquisa pretendo desenvolver? Qual a 
necessidade de aplicação de questionários ou entrevistas para esse tema? 
Como devo coletar e apresentar os dados? É necessário fundamentar meu 
trabalho com literaturas? 
A elaboração de pesquisas pode ser uma experiência prática, para que 
busquem refletir, sistematizar e testar os conhecimentos teóricos e 
instrumentais aprendidos durante o ensino formal e de pesquisa. 
Portanto, a pesquisa propõe uma reflexão de fatos e dados, estimulando o 
estudante a analisar e julgar, quando oportuno, de forma ética e profissional, 
ampliando seus conhecimentos. Seu espírito crítico e ético lhe possibilitará que 
se destaque na procura de soluções para os problemas da sociedade em que 
vive e aceite suas responsabilidades sociais. Muitos autores já publicaram suas 
percepções e conceitos sobre pesquisa e vários salientam que é um processo 
de perguntas e investigação, é sistemática e metódica e aumenta o 
conhecimento humano. 
CITANDO 
“A pesquisa parte [...] de uma dúvida ou problema e, com o uso do método 
científico, busca uma reposta ou solução” (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 63). 
Assim, o pesquisador utilizará seus conhecimentos teóricos e práticos. Para tal, 
é necessário que tenha habilidades para a utilização de técnicas de análise, 
que entenda os métodos científicos e os procedimentos para que possa atingir 
o objetivo de encontrar respostas para as perguntas formuladas no estudo. É 
importante lembrar que a pesquisa científica é uma atividade que se volta ao 
esclarecimento de situações-problema ou novas descobertas. Dessa forma, é 
indispensável que se use processos científicos que, por sua vez, são bem 
diversos, dependendo do campo de conhecimento. 
O artigo científico também deve apresentar os caminhos e formas utilizados no 
estudo. Assim, é importante citar as modalidades ou tipos da pesquisa e 
características do trabalho. As pesquisas podem ser classificadas quanto: 
Às bases lógicas da investigação (métodos dedutivo, indutivo, hipotético-
dedutivo, dialético ou fenomenológico); 
À natureza da pesquisa (básica ou aplicada); 
À abordagem do problema (qualitativa, quantitativa ou ambas combinadas); 
À realização dos objetivos (descritiva, exploratória ou explicativa); 
Ao propósito da pesquisa (aplicada, avaliação de resultados, avaliação 
formativa, proposição de planos ou pesquisa-diagnóstico); 
Aos procedimentos técnicos (bibliográfico, documental, levantamento, estudo 
de caso, participante, pesquisa ação, experimental e ex-post-facto). 
Do ponto de vista das bases lógicas da investigação, pode ser: 
Do ponto de vista da sua natureza, pode ser: 
Pesquisa básica 
Objetiva produzir conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência, sem 
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. Assim, o 
pesquisador busca satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento, 
e sua meta é o saber. 
Pesquisa aplicada 
Gera conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas 
específicos. Envolve interesses locais e a pesquisa visa à aplicação de suas 
descobertas na solução de um problema. 
 
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, pode ser: 
PESQUISA QUANTITATIVA - considera que tudo pode ser quantificável, o que 
significa traduzir, em números, opiniões e informações para classificá-los e 
analisá-los. Requer o uso de técnicas estatísticas e de recursos (percentagem, 
média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, entre outros). 
Assim, a pesquisa quantitativa é focada na mensuração de fenômenos, 
envolvendo a coleta e análise de dados numéricos e aplicação de testes 
estatísticos. 
PESQUISA QUALITATIVA - considera que há uma relação dinâmica entre o 
mundo real e o indivíduo, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo 
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A 
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no 
processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas 
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados, e o 
pesquisador é o instrumento-chave. A pesquisa qualitativa utiliza técnicas de 
dados, como a observação participante, história ou relato de vida, entrevista, 
entre outros. 
Do ponto de vista de seus objetivos, pode ser: 
Pesquisa exploratória - Proporciona maior proximidade com o problema, 
visando torná-lo explícito ou definir hipóteses e procura aprimorar ideias ou 
descobrir intuições. Também possui um planejamento flexível, envolvendo, em 
geral, levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram 
experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos 
similares. Assume as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso. 
Esse tipo de pesquisa é voltado para pesquisadores que possuem pouco 
conhecimento sobre o assunto pesquisado, pois, geralmente, há pouco ou 
nenhum estudo publicado sobre o tema. 
Pesquisa descritiva - Visa descrever as características de determinada 
população, ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. A 
forma mais comum de apresentação é o levantamento, em geral realizado 
mediante questionário ou observação sistemática, que oferece uma descrição 
da situação no momento da pesquisa. Metodologia indicada para orientar a 
forma de coleta de dados quando se pretende descrever determinados 
acontecimentos. É direcionada a pesquisadores que têm conhecimento 
aprofundado a respeito dos fenômenos e problemas estudados. 
Pesquisa explicativa - Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica 
a razão, o porquê das coisas e, por isso, é o tipo mais complexo e delicado, já 
que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Visa identificar os 
fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos acontecimentos. 
Caracteriza-se pela utilização do método experimental (nas ciências físicas ou 
naturais) e observacional (nas ciências sociais). Geralmente, utiliza as formas 
de pesquisa experimental e ex-post-facto. Método adequado para pesquisas 
que procuram estudar a influência de determinados fatores na determinação de 
ocorrência de fatos ou situações. 
Do ponto de vista do propósito da pesquisa, pode ser: 
Pesquisa aplicada - 
Avaliação de resultados – 
Avaliação formativa - 
Proposição de planos - 
Pesquisa diagnostico – 
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, pode ser: 
Pesquisa bibliográfica 
Utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos de 
periódicos e, atualmente, com informações disponibilizadas na internet. Quase 
todos os estudos fazem uso do levantamento bibliográfico e algumas pesquisas 
são desenvolvidas exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua principal 
vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama de 
acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar 
diretamente. 
Pesquisa documentalElaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico, 
documentos de primeira mão, como: documentos oficiais, reportagens de 
jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc; ou, ainda, 
documentos de segunda mão que, de alguma forma, já foram analisados, tais 
como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, etc. 
Levantamento 
Envolve a interrogação direta de pessoas cujo comportamento em relação ao 
problema estudado se deseja conhecer para, em seguida, mediante análise 
quantitativa, identificar as conclusões correspondentes aos dados coletados. O 
levantamento feito com informações de todos os integrantes do universo da 
pesquisa origina um censo. Ele usa técnicas estatísticas, análise quantitativa, 
permite a generalização das conclusões para o total da população e, assim, 
para o universo pesquisado, permitindo o cálculo da margem de erro. Os dados 
são mais descritivos que explicativos. 
Estudo de caso 
Envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira 
que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. O estudo de caso pode 
abranger análise de exame de registros, observação de acontecimentos, 
entrevistas estruturadas e não estruturadas, ou qualquer outra técnica de 
pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um grupo, uma organização, um 
conjunto de organizações ou, até mesmo, uma situação. A maior utilidade do 
estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, 
é sugerido nas fases iniciais da pesquisa de temas complexos para a 
construção de hipóteses ou reformulação do problema. 
Pesquisa-ação 
Concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a 
resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes 
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo 
cooperativo ou participativo. Implica o contato direto com o campo de estudo, 
envolvendo o reconhecimento visual do local, a consulta a documentos 
diversos e, sobretudo, a discussão com representantes das categorias sociais 
envolvidas na pesquisa. É delimitado o universo da pesquisa e recomenda-se a 
seleção de uma amostra. É importante a elaboração de um plano de ação 
envolvendo os objetivos que se pretende atingir, a população a ser beneficiada, 
a definição de medidas, procedimentos e formas de controle do processo e de 
avaliação de seus resultados. 
Pesquisa participante 
Realizada por meio da integração do investigador, que assume uma função no 
grupo a ser pesquisado, mas sem seguir a uma proposta pré-definida de ação. 
A intenção é adquirir conhecimento mais profundo do grupo. O grupo 
investigado tem ciência da finalidade, dos objetivos da pesquisa e da 
identidade do pesquisador. Permite a observação das ações no próprio 
momento em que ocorrem. Essa pesquisa necessita de dados objetivos sobre 
a situação da população; isso envolve a coleta de informações 
socioeconômicas e tecnológicas que são de natureza idêntica aos adquiridos 
nos tradicionais estudos de comunidades. Os dados podem ser agrupados por 
categorias, como: geográficos, econômicos, educacionais, entre outros. 
Pesquisa experimental 
Quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que 
seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de 
observação dos efeitos que a variável produz no objeto. A pesquisa 
experimental necessita de previsão de relações entre as variáveis a serem 
estudadas e o seu controle. Dessa forma, na maioria das situações, é inviável 
quando se trata de objetos sociais. É geralmente utilizada nas ciências 
naturais. 
Pesquisa ex-post-facto 
Quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. O pesquisador não tem 
controle sobre as variáveis; é um tipo de pesquisa experimental, diferindo 
apenas pelo fato do fenômeno ocorrer naturalmente sem que o investigador 
tenha controle sobre ele, ou, o pesquisador é um mero observador do 
acontecimento. Assim, o pesquisador deve citar e explicar os tipos de pesquisa 
que o estudo trata, justificando cada item de classificação e a relação com o 
tema e objetivos da pesquisa. Deve-se fazer uso de citações para enriquecer a 
argumentação. Toda e qualquer fonte deve ser referenciada, precisando data e 
página, quando tratar-se de citação direta. 
MÉTODOS 
A pesquisa científica exige uma organização para que realmente saia do papel 
e atinja seu objetivo final. Para isso, é preciso que o aluno conheça e saiba 
executar os métodos de procedimento. Os métodos mais utilizados nos 
projetos acadêmicos e suas respectivas características são: 
Método histórico 
Investiga eventos do passado a fim de compreender os modos de vida do 
presente, que só podem ser explicados a partir da reconstrução da cultura e da 
observação das mudanças ocorridas ao longo do tempo; 
Método estatístico 
No campo biológico, verifica as variabilidades das populações; no campo 
cultural, levanta diversificações dos aspectos culturais. Os dados, depois de 
coletados, são reduzidos a termos quantitativos, demonstrados em tabelas, 
gráficos, quadros, etc.; 
Método etnográfico 
Refere-se à análise descritiva das sociedades humanas e grupos sociais (de 
pequena escala). Mesmo o estudo descritivo requer alguma generalização e 
comparação, implícita ou explícita. Refere-se a aspectos culturais e consiste no 
levantamento e na descrição de todos os dados possíveis sobre as sociedades 
e grupos, com a finalidade de conhecer melhor seus estilos de vida e cultura 
específicos; 
Método comparativo ou etnológico 
Permite verificar diferenças e semelhanças apresentadas pelo material 
coletado. Compara padrões, costumes, estilos de vida, culturas e verifica 
diferenças e semelhanças a fim de obter melhor compreensão dos grupos 
sociais pesquisados; 
Método monográfico ou estudo de caso 
Estudo em profundidade de determinado caso ou grupo humano, sob todos os 
seus aspectos. Permite a análise de instituições, de processos culturais e de 
todos os setores da cultura; 
Método genealógico 
Estudo do parentesco com todas as suas implicações sociais: estrutura 
familiar, relacionamento de marido e mulher, pais e filhos e demais parentes; 
informações sobre o cotidiano, a vida cerimonial (nascimento, casamento, 
morte), etc. 
Técnicas 
A técnica se identifica com a parte prática da pesquisa. É comum haver 
confusão entre os métodos e as práticas da pesquisa. 
Mas é possível definir da seguinte maneira: enquanto o método é constituído 
de procedimentos gerais, extensivos às diversas áreas do conhecimento, 
a técnica abrange procedimentos mais específicos, em determinada área 
do conhecimento. Vários são os itens fundamentais nas técnicas de pesquisa. 
A seguir, vamos conhecer alguns deles. 
COLETA DE DADOS 
Neste item, é necessário que o aluno pesquisador apresente como foi 
organizada e operacionalizada a coleta dos dados relativos ao processo de 
pesquisa. Todas as formas que usou de coleta devem ser mencionadas 
(leituras, entrevistas, questionários, documentos, observação), assim como 
quais fontes foram utilizadas na coleta dos dados (identificando o ambiente, a 
população e a amostra para a pesquisa). 
Os modelos de coleta mais comuns são: 
Coletas bibliográficas: o aluno precisa apresentar o tema proposto, 
fundamentando-o com uma revisão crítica de fontes de pesquisa relacionadas 
ao tema macro (área de estudo/tema/delimitação do tema) e micro (referente 
aos objetivos). Para tal, deve relacionar sua visão sobre o tema fundamentado 
a acontecimentos atuais e trabalhos já realizados na área, bem como a 
opiniões de autores. 
A fundamentação teórica, revisão da literatura ou revisão bibliográfica 
apresenta os conceitos teórico-empíricos que nortearam o trabalho. Pode-se 
pontuar, por meio das referências utilizadas, as ideias com as quais o aluno 
compactua ou não .Entretanto, deve-se utilizar outros autores paraestabelecer 
o confronto, se houver. O texto deve ser construído expressando as leituras e 
diálogos teóricos com os autores pesquisados. O aluno pode construir seu 
texto preocupando-se em: 
 Produzi-lo a partir do maior número possível de material bibliográfico 
publicado; 
Usar material e informações de primeira mão, evitando o uso do apud; 
Restringir-se não apenas às ideias veiculadas nos livros técnico-científicos; 
Apresentar as publicações de periódicos especializados. 
EXPLICANDO 
O apud significa citado por material de segunda mão. É uma informação de um 
autor e citado pelo autor que você está pesquisando. 
Coletas documentais: é comum, em algumas áreas de conhecimento, a coleta 
de dados em prefeituras, organizações governamentais ou, então, em setores 
específicos de empresas privadas. Essas informações devem ser comentadas 
no texto com as mesmas regras metodológicas das literaturas, já que possuem 
autoria. Muitas vezes, a pesquisa envolve a utilização de materiais que estão 
localizados internamente em instituições públicas ou privadas. 
Exemplos: 
1 
As informações documentais foram coletadas no projeto pedagógico da escola 
e nos registros dos alunos, arquivados na secretaria da escola; 
2 
Os dados foram coletados no programa de desenvolvimento da empresa, no 
banco de dados do RH e nos relatórios dos setores. 
// Questionário 
Com essa técnica de investigação, composta por questões apresentadas por 
escrito às pessoas, o aluno pode identificar o conhecimento de opiniões, 
crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, entre 
outras. 
Para elaborar um questionário, deve-se refletir sobre os objetivos da pesquisa 
e passá-los para questões específicas. São as respostas que apresentarão as 
informações necessárias para testar as hipóteses ou esclarecer o problema da 
pesquisa. 
As etapas do questionário podem ser: 
1 - Pesquisa (análise dos objetivos e problema); 
2 - Elaboração do questionário; 
3 - Testagem ou pré-teste; 
4 - Distribuição e aplicação; 
5 - Tabulação dos dados; 
6 - Análise e interpretação dos dados. 
Há três tipos de questões em relação à forma: questões fechadas, questões 
abertas e questões relacionadas. 
No questionário do tipo questões fechadas, apresenta-se ao respondente um 
conjunto de alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor 
representa sua situação ou ponto de vista. 
A pergunta com escala visa medir o grau, não a qualidade e apresenta uma 
gradação nas respostas. A escala pode ser apresentada pela atribuição de 
nota, de preferência, de atitude. 
Observações: 
 1 
Não se oferece um número muito grande de alternativas, pois isso poderá 
confundir o entrevistado e prejudicar a escolha; 
 2 
Nas questões com diversas alternativas, deve-se sempre colocar a opção 
“outras” para não ter que listar todas as possíveis opções; 
 3 
Ter apenas uma resposta para o entrevistado assinalar; 
 4 
Quando houver necessidade de mais de uma resposta (exemplo: quais 
atividades de lazer você prefere?), deve-se deixar claro que pode ser 
assinalada mais de uma opção na pergunta e ter cuidado na tabulação 
Nas questões abertas, apresenta-se a pergunta e se deixa um espaço em 
branco para que a pessoa escreva sua resposta sem qualquer restrição 
exemplo: como você considera a atual gestão do presidente da república? 
Entretanto, questionários com muitas questões abertas retornam com muitas 
delas não respondidas. Também é conveniente lembrar que, nesse caso, a 
tabulação das respostas se torna mais complexa. 
As questões relacionadas são aquelas dependentes da resposta dada a outra 
questão anterior. 
 
A pergunta não deve sugerir respostas; 
A questão deve se referir a uma única ideia de cada vez; 
O questionário não deve ultrapassar o número de 30 questões; 
Iniciar pelas questões que definem o perfil do entrevistado (sexo, faixa etária, 
renda, etc.); 
Na sequência, começar pelas questões mais gerais e, depois, apresentar as de 
maior especificidade; 
As perguntas devem ser ordenadas em uma sequência lógica; 
Incluir apenas perguntas que realmente tenham relação com o problema; 
Iniciar com as questões mais fáceis e impessoais, deixando as mais difíceis e 
íntimas para o fim; 
Evitar perguntar o nome, pois as respostas são mais livres e sinceras; 
Não obrigar o entrevistado a fazer cálculos; 
Ter uma boa apresentação gráfica (caracteres, diagramação, espaçamento, 
entrelinhas); 
Apresentar as instruções de preenchimento adequado ao questionário; 
Citar, na apresentação do questionário, o objetivo da pesquisa e os envolvidos 
(entidade). 
Antes de iniciar a aplicação definitiva do questionário, o pesquisador deve 
realizar um pré-teste. Ele serve para evidenciar possíveis falhas na redação do 
questionário, como, complexidade das questões, imprecisão na redação, 
questões desnecessárias, constrangimentos aos informantes, exaustão, etc. O 
pré-teste deve ser aplicado de 10 a 20 provas, a elementos pertencentes à 
população pesquisada. 
Para a distribuição do questionário, após a adequação do pré-teste, o 
pesquisador pode utilizar os seguintes meios: correio, e-mail, telefone, 
pessoalmente (individual ou em grupo) ou on-line. 
Para todos os meios, é necessário ter precauções com a aplicação, o 
preenchimento e o retorno dos questionários. Para a delimitação da 
população/amostra e o tratamento estatístico, o aluno deve atender a dois 
momentos: seleção e definição do universo, e organização do 
questionário/tabulação. 
O aluno deve compreender que a amostra de uma pesquisa pode ser dividida 
em quatro tipos: 
Amostragem causal ou aleatória simples 
Sorteio/seleção espontânea da amostra; 
Amostragem sistemática 
Quando a população se encontra ordenada, como, por exemplo, em 
subgrupos. Quando se conhece a proporção e a dispersão geográfica; 
Amostragem proporcional estratificada 
Definida por variáveis (sexo, idade, etc.); 
Amostragem probabilística 
Possibilidade de todos os elementos serem pesquisados – aleatoriedade da 
amostra. Conhecer a probabilidade de ocorrência de um evento. 
O estudante deve proceder à tabulação de questionários e se voltar à 
amplitude das variáveis/categorias, ao cruzamento de variáveis, à tabulação 
manual e o processamento eletrônico. Na utilização de gráficos, deve se 
preocupar com proporcionalidade, título, grandezas numéricas, relações e 
outros. 
A análise dos dados consiste em relacionar, comparar, medir, identificar, 
agrupar, classificar, concluir, deduzir. Os procedimentos de análise são a 
definição de variáveis e a tabulação (adotando uma ou mais variáveis como 
referência). É necessário buscar, nos trabalhos publicados em revistas 
científicas, anais de eventos ou sites da área de estudo em questão e verificar 
se há explicação sobre a técnica de questionário e como aconteceu a pesquisa 
e a análise dos dados. Geralmente a estrutura da entrevista é colocada em 
apêndice no final do trabalho. 
// Entrevista 
O pesquisador pode utilizar uma técnica de coleta de dados que se volte 
diretamente para as pessoas, tendo um contato mais direto, buscando saber a 
opinião delas sobre algo: a entrevista. 
Se o aluno utilizar a entrevista em seu estudo, deve saber que é uma técnica 
que também exige planejamento, pois é necessário delinear o objetivo a ser 
alcançado e cuidar de sua elaboração, desenvolvimento e aplicação. 
As entrevistas poderão ser estruturadas (com perguntas definidas) 
ou semiestruturadas (permite maior liberdade ao pesquisador). 
Nos estudos exploratórios, a entrevista informal visa abordar realidades pouco 
conhecidas pelo pesquisador. Então, se for o caso, o estudante pode usar o 
tipo de entrevista menos estruturada possível, que só se distingue da simples 
conversação porque tem como objetivo básico a coleta de dados. Dessa forma, 
utiliza-se informant es-chave que podem ser especialistas no tema em estudo, 
líderes formais ou informais,personalidades e outros. 
Em situações experimentais, com o objetivo de explorar a fundo alguma 
experiência vivenciada, é interessante que o pesquisador utilize a 
entrevista focalizada. Esse tipo de entrevista é utilizado com grupos de 
pessoas que passaram por uma experiência específica, como assistir a um 
filme, presenciar um acidente, etc. 
A entrevista por pauta apresenta certo nível de estruturação, pois se guia por 
uma relação de pontos de interesse do entrevistador, ordenadas e relacionadas 
entre si. São feitas poucas perguntas diretas e o entrevistado pode falar 
livremente. 
O desenvolvimento de uma relação fixa de perguntas feitas para entrevistar 
alguém, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos os 
entrevistados (que geralmente são em grande número) é a 
entrevista estruturada. 
Dicas: 
 A data da entrevista deverá ser marcada com antecedência e a situação em 
que se realiza deve ser discreta; 
 Registrar os dados imediatamente (anotando-os ou utilizando gravador); 
 Certificar-se de possuir permissão do entrevistado para registrar os dados e 
utilizá-los na pesquisa; 
 Obter e manter a confiança do entrevistado; 
 Deixar o entrevistado à vontade; 
 Dispor-se mais a ouvir do que a falar; 
 Manter o controle da entrevista (temas); 
 Iniciar pelas perguntas que tenham menos possibilidade de provocar recusa; 
 Não emitir opinião. 
// Técnica de observação 
Esta técnica é muito comum em várias áreas de pesquisa e é importante compreender um 
pouco mais como funciona. A observação pode ser estruturada ou não estruturada. De 
acordo com o nível de participação do observador, pode 
ser participante ou não participante. A observação participante tende a utilizar formas 
não estruturadas, pode-se adotar a seguinte classificação, que combina os dois critérios 
considerados: observação simples, observação participante e observação 
sistemática. 
Na observação simples, o pesquisador permanece alheio à comunidade, 
grupo ou situação que pretende estudar e observa de maneira espontânea os 
fatos que ocorrem. Nesse caso, ele assume o papel de expectador. 
Nas pesquisas cujo objetivo é a descrição precisa dos fenômenos ou teste de 
hipóteses, é frequentemente utilizada a observação sistemática. Pode ocorrer 
em situações de campo ou laboratório. Antes da coleta de dados, é necessária 
a elaboração de um plano específico para a organização e o registro das 
informações. Para tal, é preciso estabelecer, antecipadamente, as categorias 
necessárias à análise da situação. 
A observação se constitui elemento fundamental para a pesquisa e é utilizada 
de forma exclusiva ou conjugada a outras técnicas. Pode-se definir a 
observação como o uso dos sentidos com vistas a adquirir conhecimentos do 
cotidiano. 
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS 
Após definir as formas de coletar informações e dados para o estudo, é 
necessário refletir sobre as formas de analisá-los e interpretá-los. 
O objetivo da análise é reunir as informações de forma coerente e 
organizada, visando responder o problema de pesquisa. 
A interpretação proporciona um sentido mais amplo aos dados coletados, 
fazendo a relação entre eles. Esta etapa pode ser de caráter quantitativo ou 
qualitativo, e várias técnicas poderão ser utilizadas para o tratamento dos 
dados. É conveniente que se realize uma análise descritiva, apresentando uma 
visão geral dos resultados e, na sequência, analise os dados cruzados que 
possibilitam perceber as relações entre as categorias de informação e a análise 
interpretativa. 
A estatística na análise e interpretação de dados pode ser classificada 
como: estatística descritiva (descrição e análise sem inferências e 
conclusões) e estatística indutiva (inferências, conclusões, tomadas de 
decisão e previsões). A pesquisa deve prezar pela necessidade de 
apresentação, formal e oficial, dos resultados do estudo, explicitação dos 
objetivos, da metodologia e dos resultados, e priorizar à fidedignidade na 
transmissão das descobertas feitas. Todas as informações importantes 
constatadas na pesquisa são apresentadas em forma de texto ou de elementos 
de apoio ao texto, se for necessário, como figuras, quadros, gráficos e tabelas. 
Pode-se apresentar um quadro compreendendo o período em que se 
realizaram as atividades da pesquisa. 
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 
O pesquisador deve apresentar os resultados da pesquisa conforme os 
preceitos da ciência, com redação técnico-científica e as exigências da área de 
conhecimento. Assim, os resultados expõem o tema proposto, fundamentando-
o com uma revisão crítica, de fontes de pesquisa relacionadas ao tema, de 
forma ampla para depois especificá-la. É necessário que o investigador 
relacione sua visão sobre o tema, fundamentado aos acontecimentos atuais e 
trabalhos já realizados na área, bem como as opiniões de autores. 
Para tal, é necessário o cumprimento das normas ABNT NBR 10520 (2002). 
As informações podem ser apresentadas por meio de elementos de apoio ao 
texto, conforme as regras metodológicas. O modelo de apresentação do 
documento deverá seguir as regras definidas para sua tipologia (monografia, 
artigo científico e outros) e a instituição solicitante (universidade, revista 
científica, evento e outros). 
Pesquisa em impresso e on-line (Bireme, Lilacs, SciELO e Google 
acadêmico) 
 
Agora que já conhecemos e entendemos o mecanismo das técnicas de 
pesquisa, vamos explorar as principais bases de pesquisa que estão 
disponíveis tanto no universo digital (on-line), quanto de modo impresso. 
Para isso, é preciso compreender de antemão que estas ferramentas são 
amplamente reconhecidas e possuem grande valor para a comunidade 
acadêmica, sobretudo quando falamos em pesquisas científicas. 
Decerto, os pesquisadores utilizam mais de um acervo para realizar suas 
pesquisas. Isso é uma grande vantagem, pois as pesquisas ficam mais ricas, 
contendo informações de inúmeras fontes. Nos tópicos que se seguem, vamos 
conhecer alguns exemplos destas bases de pesquisa. 
 
BIREME e LILACS 
Iniciando nossa lista, temos a Bireme, sigla para Biblioteca Regional de 
Medicina, porém atualmente chamada de Centro Latino-Americano e do Caribe 
de Informação em Ciências da Saúde. Esta organização é responsável pela 
disseminação de informações referentes às áreas da saúde. Ligada à OMS 
(Organização Mundial da Saúde) e OPAS (Organização Pan-Americana da 
Saúde), a Bireme possui um acervo físico muito amplo, com milhões de artigos 
e documentos científicos. 
Além da Bireme, temos a Lilacs, sigla que representa a Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Figura 1), ferramenta bem 
conhecida e bastante utilizada por pesquisadores também da área da saúde e 
mantida pela (OPAS/OMS). Pode-se dizer que a Lilacs reúne materiais 
científicos sobre saúde publicados a partir do ano 1982 de autores latino-
americanos e do Caribe. 
Dentro do acervo da Lilacs é possível encontrar teses, inúmeros relatórios 
técnico-científicos, bem como artigos de revistas renomadas. Todo este 
conteúdo está conectado à área da saúde. 
 
SciELO 
Assim como as ferramentas anteriores, a Scientific Electronic Library 
Online (SciELO) é uma base de pesquisa on-line que pode ser utilizada na 
busca de referências para a produção de materiais científicos. Por possuir um 
amplo acervo de conteúdos, ela está entre as preferidas dos pesquisadores. 
Em seu portal (Figura 2) é possível fazer buscas de artigos por ano de 
publicação, nome do autor, título do artigo, entre outros. 
 
GOOGLE ACADÊMICO 
Para finalizar, seguindo a linha dos principais exemplos de ferramentas de 
pesquisa científica, podemos também mencionar o Google Acadêmico (Figura 
4). Essa ferramenta, pertencente à gigante de buscas homônima, está entre as 
mais utilizadas pelos pesquisadores, visto que ela possui um acervo enorme de 
materiais científicos que, diga-se de passagem, são de alta confiabilidade. 
	A ENTRADA NO CAMPO
	Pesquisabásica
	Pesquisa aplicada
	// Técnica de observação
	ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
	APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

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