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A ESCOLA COMO ORGANIZACAO DE TRABALHO

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OSEOE 
1 - A ESCOLA COMO ORGANIZACAO DE TRABALHO E LUGAR DE ENSINO‑APRENDIZAGEM
 “Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer.
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...”
Fernando Pessoa
A construção de um saber tecido na relação entre teoria e prática de organizações educacionais em que a escola seja vista como organização de trabalho e lugar de ensino e aprendizagem inicia‑se no ato de compreender o que acontece concretamente na unidade escolar, até porque pensar a instituição educacional a partir de um ponto de vista amplo leva à compreensão dos fenômenos educativos em toda a sua complexidade, seja humana, técnica ou científica.
O mundo contemporâneo tem passado por transformações das mais diversas, sejam econômicas, políticas, sociais e culturais, em virtude dos avanços tecnológicos, reestruturação do sistema de produção e desenvolvimento, da compreensão do papel do Estado, em suma da globalização. A escola, instituição social, tem sido inquirida de qual seria seu papel frente a essas transformações.
Portanto, refletir sobre organizações escolares sugere olhar o percurso das ideias acerca das
unidades de educação ao longo das últimas décadas. Alguns autores as viram centradas nos alunos, segundo uma abordagem individual, ou seja, como máquinas de aprendizagem; outros, de acordo com uma perspectiva institucional, como organismos preocupados com a racionalização e a eficácia do ensino; hoje em dia, as unidades escolares são vistas como lugares de interação social, dotadas de cultura e caracterizadas por valores, crenças e ideologias.
De acordo com Libâneo (2004, p. 30), existem minimamente duas formas de ver a gestão centrada na escola
Unidade I
• na perspectiva do ideário neoliberal, colocar a escola como centro das políticas significa liberar boa parte das responsabilidades do Estado, dentro da lógica do mercado, deixando às comunidades e às escolas a iniciativa de planejar, organizar e avaliar os serviços educacionais.
• na perspectiva sociocrítica, a escola é vista como espaço educativo, uma comunidade de aprendizagem construída por seus atores. A gestão e a organização da escola são entendidas como práticas educativas, afinal passam valores, atitudes, modos de agir, influenciando as aprendizagens de professores e alunos, ou seja, significa valorizar as ações concretas dos profissionais na escola,
decorrentes de sua iniciativa, de seus interesses, de sua participação, dentro do contexto sociocultural da escola, em função do interesse público dos serviços educacionais prestados sem, com isso, desobrigar o Estado de suas responsabilidades.
Assim, Lima (2002b, p. 33) afirma, ao conceituar a escola, que esta é simultaneamente “locus de
reprodução e locus de produção de políticas, orientações e regras [...] porque, finalmente, as organizações são sempre as pessoas em interação social, e porque os atores escolares dispõem sempre de margens de autonomia relativa”.
Certo é que a unidade escolar, organização social, inserida em um contexto, adquire características que a refletem em seu cotidiano. Sua prática realiza-se em condições historicamente delineadas de modo que o atendimento das necessidades e interesses diversos ocorra.
Para tanto, à luz do pensamento de Militão Silva (2001, p. 42), refletir sobre a autonomia da unidade escolar supõe, para além do conhecimento das características do sistema no qual se insere a escola,
conhecer a própria escola e, assim, verificar os problemas e as perspectivas que dela decorrem tendo em vista a implantação de um funcionamento autônomo.
Conhecendo a unidade escolar
A escola, organização social, é o lugar em que se concretiza o objetivo do sistema escolar, ou seja, o atendimento dos alunos nas relações de ensino e aprendizagem.
Segundo Militão Silva (2001, p. 43), há três modos de encarar a escola que poderão produzir formas
diferenciadas para a abordagem das questões concretas e que, consequentemente, levarão a soluções
também diferentes. São eles:
11Orientação em supervisão escolar e orientação educacional
• centrado na sala de aula: quando o ponto central da realidade escolar encontra-se na sala de
aula, local em que se dá a chave para mudanças, a relação professor-aluno;
• pautado nas formas de organização da sociedade: nesta abordagem, as mudanças na escola somente ocorrerão quando já estiverem concretizadas na sociedade como um todo. As ações de
professores e alunos são reflexos do contexto social em que a escola está inserida;
• nível intermediário: não se detém apenas à sala de aula nem apenas ao contexto social. Para que
se entenda o funcionamento da escola, é necessária a compreensão da unidade escolar como uma
organização social.
Assim, olhar a unidade educacional como organização é vê-la contextualizada em suas várias dimensões, pois, segundo Nóvoa (1992, p. 20), trata-se de um enfoque particular sobre a realidade educativa que valoriza as dimensões contextuais e ecológicas, procurando que as perspectivas mais
gerais e mais particulares sejam vistas pelo prisma do trabalho interno das organizações escolares.
Partindo do pressuposto da relação existente entre organização e ambiente, a organização escolar é
considerada um sistema aberto, não excludente, que se relaciona com seu meio, captando informações
para orientar seus objetivos, e, de acordo com essa perspectiva, a escola pode ser vista como instituição social, pois é constituída da convivência e da realização de trabalho, uma construção social que “leva a pôr ênfase na ação dos indivíduos, nos seus interesses, nas suas estratégias, nos seus sistemas de ação concreta” (BARROSO, 1996, p. 10).
Desse modo, “as organizações escolares, ainda que estejam integradas num contexto cultural mais amplo, produzem uma cultura interna que lhes é própria e que exprime os valores (ou os ideais sociais) e as crenças de que os membros da organização partilham” (BRUNET, 1988 apud NÓVOA, 1992, p. 29). A partir do exposto, vê-se que há uma cultura interna na organização escolar composta pelos significados individuais dos atores e que são partilhados, assim como há um conjunto de variáveis exógenas que interferem na definição identitária da organização, o qual podemos chamar de cultura externa da organização.
De tal forma que é possível caracterizar o funcionamento de uma organização escolar como fruto de um compromisso entre a estrutura formal e as interações entre grupos com interesses distintos, bem como identificar sua abrangência sob três grandes áreas:
a) estrutura física da escola;
b) estrutura administrativa da escola;
c) estrutura social da escola.
Como afirma Militão Silva (2001, p. 49), procurar compreender a escola como uma cultura com identidade própria supõe descobrir os valores, as atitudes, as imagens de realidade, as manifestações verbais e não verbais que constituem seu processo de comunicação interna e externa.
Mas, principalmente, significa conhecer seu projeto de ação.
Para tanto, tem sido a cada dia mais importante a compreensão da escola como lugar de construção
e reconstrução da cultura, não somente do modo científico, mas a cultura em seu modo social, a cultura
dos alunos, dos atores constitutivos da organização, a cultura da escola. De acordo com Pérez Gómez
(apud LIBÂNEO, 2004, p. 32), a escola, e o sistema educativo em seu conjunto, pode ser considerada como uma instância de mediação cultural entre os significados, sentimentos e as condutas da comunidade social e o desenvolvimento humano das novas gerações.
Assim, não conhecemos a escola apenas pelo que se vê, é preciso captar os significados, valores, atitudes, modos de agir e de resolução de problemas que definem uma cultura própria de cada unidade 
escolar.
População-alvo
• aluno
• classe
Meio
- escolar
- comunidade
Professor e demais funcionários
- pessoa
- profissional
Conhecimento da realidade da unidade escolar: Sondagem Diagnóstico
Olhar a unidade educacional como organização é vê-la contextualizada em suasvárias dimensões (FILOSÓFICAS, SOCIAIS,POLÍTICAS, PEDAGÓGICAS). É necessário atentar-se sobre a natureza do trabalho em educação, “na escola, as relações de produção e transmissão de conhecimento se dão entre sujeitos que interagem e se transformam através desta interação” (ALVES e GARCIA, 2006, p. 161). Também cabe atenção ao âmbito da categoria de trabalho não material, esclarecido por Saviani (apud Alves e Garcia, 2006), “ao relacioná-la à produção de ideias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes, ou seja, à produção do saber, que não se separa do produtor” (ALVES e GARCIA, 2006, p. 159), o que é distinto da natureza de produção de uma mercadoria, ou seja, um trabalho material.
Nesse prisma, minimamente duas perspectivas são observáveis para o trabalho do pedagogo atuando
como orientador educacional, supervisor escolar, coordenador pedagógico, gestor ou docente. 
Por um
lado, no qual os princípios pautam-se no mercado, nos ideais capitalistas, e por outro, os princípios podem corroborar para garantia do processo de tomada de decisões coletivas, encarando o direito à educação para todos.
O estudo da Pedagogia nos remete ao estudo da escola. Tanto uma como a outra demandam, além do exame da história, a reflexão sobre os aspectos filosóficos, sociais, políticos e pedagógicos da educação.
Quando se pensa na função da educação escolar, não podemos deixar de responder a certas perguntas como:
• em que concepção de mundo acreditamos?
• que homem queremos formar? Que valores iremos trabalhar?
• quem é o meu aluno hoje?
• em que realidade o aluno com quem trabalho está inserido?
• que tipo de cidadão desejo formar?
• que currículo poderá contribuir para a formação desse aluno? Que metodologia? Que tipo de
avaliação?
Tais perguntas estão diretamente relacionadas às dimensões filosófica, social e política do trabalho
do pedagogo.
Por exemplo, quando se pensa na concepção de mundo e na visão de homem que se tem, a dimensão
filosófica da educação está sendo evidenciada e o pedagogo, na função de orientador educacional, ao
responder essas questões, juntamente com os demais membros da escola, deve relacioná-las ao tipo
de conhecimento e aos valores que se quer construir com os alunos, à formação integral do indivíduo,
às tendências educacionais e práticas cotidianas de sala de aula. Esses conceitos devem, sempre que
possível, ser revistos com o coletivo de educadores da escola para que não se percam de vista as
finalidades do trabalho educativo.
Verifica-se, dessa forma, que ao refletir sobre a dimensão política de sua atuação, o profissional
da Educação deve promover situações e atividades (grêmios, representações de alunos, trabalhos em
grupo) que permitam aos alunos tomar decisões e vivenciarem as consequências de seus atos.
Com relação à dimensão social da escola, o pedagogo atuante nas diversas áreas tem o papel
fundamental de conhecer, interpretar e divulgar aos demais elementos da escola a realidade
socioeconômica e psicológica do aluno, bem como da comunidade na qual está inserido, identificando
suas necessidades a fim de superar as dificuldades encontradas.
A dimensão pedagógica da escola traduz-se pelas questões relativas ao currículo, como a seleção
dos objetivos, conteúdos, metodologia e formas de avaliação. O profissional da Educação auxiliará no
planejamento desses aspectos ao lembrar, sempre que possível, aos educadores, do universo social,
cultural, afetivo e cognitivo do aluno.
De acordo com Placco (1998, p. 115) cabe ao pedagogo, atuando como orientador, formar o cidadão
responsável e transformador: o papel básico do orientador educacional será o de auxiliar o educando a tornar-se consciente, autônomo e atuante nessa tarefa, auxiliando também o aluno, na identificação de seu processo de consciência, dos fatores socioeconomico‑politico‑ideologico que o permeiam e dos mecanismos que lhe possibilitem superar a alienação decorrente desses processos, tornando-se assim, um homem-coletivo: responsável e transformador.
O pedagogo busca meios emancipatórios para atingir seus objetivos, assumindo um compromisso com o momento social e histórico e contribuindo para a formação de homens mais críticos, conscientes e participativos na sociedade.
Essa tarefa não é nada simples, pois muitas vezes os educadores entram em conflito, porque os
aspectos idealizados de uma escola desejada não condizem com a realidade concreta. A escola está inserida na sociedade, vivenciando os problemas oriundos dessa, como a violência, a pobreza, o desemprego, a fome, a falta de moradia, os problemas de saúde, as drogas, entre outros, que têm reflexos explícitos no interior dessa instituição. Além disso, os profissionais da escola, não raramente, sentem-se frustrados por terem dificuldade em operacionalizar os objetivos e metas educacionais, ora por falta de conhecimento, ora por falta de recursos.
Ao pedagogo que atua na coordenação pedagógica, orientação educacional, supervisão escolar e gestão, cabe, a todo o momento, auxiliar os educadores a relembrarem tais objetivos e finalidades e buscar soluções pedagógicas e metodológicas, redescobrindo o papel da escola na formação do sujeito e na construção de cidadão. Nesse sentido, é na escola que o aluno aprende a conviver com o outro, a aceitar a diversidade cultural, a participar e a lutar pelo bem comum, a conviver com dificuldades e contradições, a trabalhar com o diálogo, a defender seus direitos e a dialogar.ntação em supervisão escolar e orientação educacional
Para Grinspun (2006), a escola é um espaço de conhecimento, crenças, mitos, razões e emoções. O grande segredo é descobrir o que é verdadeiro para escola, como instituição e para seus protagonistas, como cidadãos. Para tanto, é importante conhecer a realidade da sala de aula, o que possibilitará ao pedagogo caminhar junto com seus protagonistas.
As dimensões sociais, filosóficas, políticas e pedagógicas também estão contidas na questão da
educação para trabalho, tanto em relação à orientação vocacional, mas principalmente no que se refere à discussão da relação trabalho/emprego.
Desse modo, ressalta-se, todavia, que a gestão da organização, bem como a organização da gestão, têm como fatores determinantes: a criação, recriação e manutenção de um ambiente de aprendizagem que leve à inovação. Essa mudança requer dos atores envolvidos na organização uma mobilização constante visando ao combate à inércia, ou seja, “um conjunto de alterações deliberadas e planificadas que poderão afetar significativamente os padrões e as relações de trabalho estabelecidos, bem como os 
autoconceitos dos indivíduos e dos grupos” (GLATTER, 1992, p.145).
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