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05 Jurisdição e Competência

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Prática Profissional: Teoria e Prática Processual
Prof. Áurea Moscatini
Jurisdição
1. Conceito
Pode-se conceituar jurisdição como:
Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo, aplica a lei em geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos.
2. Função Legislativa: Elaboração de normas gerais e abstratas, prévias ao conflito de interesses
3. Função Jurisdicional: Aplicação dessas normas gerais aos casos concretos submetidos à apreciação judicial
4. Função Administrativa: Atividade que não está ligada à solução de conflitos, mas à consecução de determinados fins do Estado, ligados à administração pública.
Jurisdição
5. Características da Jurisdição
a) Substitutividade: as soluções de conflitos eram dadas pelas próprias partes envolvidas. Desde que o Estado assumiu para si a incumbência de aplicar a lei para solucionar os conflitos, ele substituiu as partes na resolução dos litígios para corresponder à exigência da imparcialidade.
b) Definitividade: Somente as decisões judiciais adquirem, após certo momento, caráter definitivo, não podendo mais ser modificadas. Os atos jurisdicionais tornam-se imutáveis e não podem mais ser discutidos.
Jurisdição
c) Imperatividade: as decisões judiciais têm força coativa e obrigam os litigantes.
As decisões judiciais são impostas ao litigantes, que devem cumpri-las.
A sua efetividade depende da adoção de mecanismos eficientes a coerção, que imponham submissão aos que devem cumpri-las.
d) Inafastabilidade: a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5º, XXXV).
Mesmo que não haja lei que se possa aplicar de forma específica a um determinado caso, o juiz não se escusa de julgar invocando lacuna.
Jurisdição
e) Indelegabilidade: a função jurisdicional só pode ser exercida pelo Poder Judiciário, não podendo haver delegação de competência, sob pena de ofensa ao princípio constitucional do juiz natural.
f) Inércia: a jurisdição é inerte, isto é, ela não se mobiliza senão mediante provocação do interessado.
g) Investidura: só exerce jurisdição quem ocupa o cargo de juiz, tendo sido regularmente investido nessa função.
Jurisdição
6. Espécies de Jurisdição
Jurisdição contenciosa e voluntária.
Na primeira, a parte busca obter uma determinação judicial que obrigue a parte contrária, já que a segunda busca uma situação que valha para ela mesma.
Na contenciosa, a sentença sempre favorece uma das partes;
Na voluntária, é possível que a sentença beneficie as duas partes;
Na contenciosa, pode-se que o juiz dê uma decisão, solucionando um conflito de interesses;
Na voluntária, ainda que haja uma questão conflituosa, não é ela posta diretamente ao juízo para apreciação judicial.
A jurisdição voluntária não serve para que o juiz diga quem tem razão, mas para que tome determinadas providências que são necessárias para a proteção de um ou ambos os sujeitos da relação processual.
Jurisdição
7. Classificação da jurisdição quanto ao objeto:
A jurisdição pode ser civil ou penal.
Na verdade, não se trata propriamente de distinções de jurisdição, mas de distinções de órgãos integrantes da justiça. 
8. Classificação quanto ao tipo de órgão que a exerce:
A CF distingue entre justiça comum e as justiças especiais. Estas são trabalhista, militar e eleitoral.
É a matéria discutida o processo que determinará se a competência será de uma ou da outra.
A competência da justiça comum é supletiva, pois julga tudo aquilo que não for de competência especial.
Jurisdição
9. Classificação quanto à hierarquia:
Pode ser jurisdição inferior ou superior, conforme o órgão incumbido de exercê-la integre as instâncias inferiores ou superiores. 
A jurisdição é um dos institutos fundamentais do processo civil, e se caracteriza por ser uma.
A competência é a medida da jurisdição. Ela quantificará a parcela de exercício de jurisdição atribuída a determinado órgão, em relação às pessoas, à matéria ou ao território.
Limites da Jurisdição Nacional
O art. 21 do Código de Processo Civil estabelece um conjunto de causas que pode ser analisado tanto pela jurisdição brasileira, quanto por órgãos jurisdicionais estrangeiros. Trata-se do denominado fenômeno da “competência internacional concorrente”, embora nesses casos não se esteja a tratar propriamente de competência, mas sim de limites da jurisdição de cada país. Nesses casos, demandas idênticas podem tramitar em jurisdições distintas – não se verifica, então, o fenômeno da litispendência (CPC, art. 24), tornando-se eficaz perante o ordenamento jurídico brasileiro aquela decisão de mérito que primeiro transitar em julgado, o que, na hipótese de sentença estrangeira, ocorre com sua homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
Limites da Jurisdição Nacional
As normas de competência internacional, que delimitam a competência da autoridade judiciária brasileira com relação à competência de órgãos judiciários estrangeiros e internacionais, estão disciplinadas nos arts. 21 a 23 do Código de Processo Civil. 
Essas regras não tratam da lei aplicável, mas da competência ligada à jurisdição concorrente ou exclusiva do Judiciário brasileiro na apreciação das causas que relacionam não exaustivamente. 
Os arts. 21 e 22 tratam da denominada competência concorrente, dispondo sobre casos em que não se exclui a atuação do juízo estrangeiro, podendo a ação ser instaurada tanto perante juízo brasileiro quanto diante de juízo estrangeiro. Sendo concorrente, a competência pode ser alterada pela vontade das partes (CPC, art. 22, inc. III), permitindo-se a eleição de foro. 
O art. 23 trata de ações em que o Poder Judiciário brasileiro é o único competente para conhecer e julgar a causa, com exclusão de qualquer outro. É a denominada competência exclusiva, hipótese em que a escolha do foro estrangeiro será ineficaz, ainda que resulte de expressa manifestação da vontade das partes. 
O art. 24 ressalta a possibilidade de concorrência de demandas ao afirmar a possibilidade de atuação da autoridade judiciária brasileira mesmo no caso de existir ação intentada perante órgão jurisdicional estrangeiro.
Cooperação Internacional
1. Disposições Gerais
Atualmente, é impossível imaginar-se um Estado completamente ilhado e centrado em seus limites territoriais. Cada vez mais as pessoas estão em interação, seja na área econômica, comercial, jurídica ou social, e as distâncias não são mais vistas como obstáculos ao intercâmbio. Essa movimentação reclama uma maior assistência entre os Estados para assegurar o pleno funcionamento da Justiça.
Nesse cenário, os tratados internacionais ganham extrema relevância, na medida em que ditam regras de cooperação para a prática de atos processuais entre os diversos países. 
De fato, há tradição no Brasil quanto à celebração de tratados internacionais de colaboração jurídica, tais como: o Programa Ibero-americano de Acesso à Justiça, a Rede Ibero-americana de Cooperação Jurídica etc.
Cooperação Internacional
O NCPC previu que a cooperação internacional será regida por tratado do qual o Brasil seja parte, observados os seguintes critérios (art. 26 do CPC)
a) o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
b) a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados;
c) a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente;
d) a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;
e) a espontaneidade na transmissão de informações e autoridades estrangeiras.
Cooperação Internacional
A eventual ausência de tratado internacional não impede a cooperação, que poderá levar em consideração a reciprocidade, manifestada por via diplomática (art. 26,parágrafo 1º do CPC). Para a homologação da sentença estrangeira, o Código não exige reciprocidade (art. 26, parágrafo 2º do CPC).
A cooperação internacional será operada por meio de uma autoridade central, encarregada da recepção e transmissão dos respectivos pedidos. No plano diplomático, a função será exercida pelo Ministério da Justiça, quando inexistir designação específica de órgão diverso por lei federal.
Cooperação Internacional
Por fim, a cooperação internacional poderá ter por objeto:
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II - colheita de provas e obtenção de informações;
III - homologação e cumprimento de decisão;
IV - concessão de medida judicial de urgência;
V - assistência jurídica internacional;
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Cooperação Internacional
2. Modalidades de Cooperação
A cooperação jurídica internacional pode ser ativa ou passiva, dependendo do local em que for feito o pedido e daquele onde deverá ser realizado o ato. Se o Brasil requerer a prática de determinado ato a algum Estado estrangeiro, a colaboração é denominada ativa, sendo passiva quando é a autoridade estrangeira quem solicita a realização de ato em território nacional.
A cooperação, seja ela requerida pela autoridade brasileira ou a ser cumprida por esta autoridade, pode dar-se por meio de auxílio direto ou carta rogatória.
Cooperação Internacional
3. Do auxílio direto
O auxílio direto é cabível quando a medida pretendida decorrer de ato decisório de autoridade jurisdicional estrangeira não submetido a juízo de deliberação no Brasil (art. 28, CPC). Também cabe quando houver decisão que, segundo a lei interna nacional, não dependa de homologação pela justiça brasileira. Se houver tal necessidade, a cooperação só ocorrerá pelas vias judiciais previstas para a homologação de sentenças estrangeiras (arts. 960 a 965).
A cooperação internacional não se restringe aos atos do Poder Judiciário. A s vezes, a medida solicitada é de natureza administrativa e pode ser prestada por meio de informações dos registros públicos.
A cooperação caberá tanto por iniciativa da autoridade brasileira, como da autoridade estrangeira e sempre será processada mediante intermediação do órgão de centralização previsto na legislação federal.
Regras do procedimento: arts. 28 a 34 do CPC/2015, para o pedido oriundo de órgão estrangeiro, e pelos arts. 37 a 41, para o formulado por autoridade brasileira.
Cooperação Internacional
3.1 Cooperação passiva – Auxílio direto pleiteado por autoridade estrangeira
A autoridade estrangeira interessada deverá enviar o pedido à autoridade central brasileira que, na ausência de designação específica, será o Ministério da Justiça (CPC, art. 26, parágrafo 4º), na forma estabelecida pelo tratado respectivo. O Estado requerente assegurará a autenticidade e clareza do pedido (art.29).
Objeto: art. 30 e incisos do CPC
Se o ato solicitado pela autoridade estrangeira não necessitar da participação do Poder Judiciário, a autoridade central adotará as providências necessárias ao seu cumprimento, recorrendo às autoridades administrativas competentes (art. 32 do CPC). Se o ato demandar participação judicial, a autoridade central encaminhará o pedido à Advocacia-Geral da União, para que requeira em juízo a medida solicitada (art. 33, caput, do CPC).
Art. 33, parágrafo único do CPC
Será recusado o pedido de cooperação jurídica internacional passiva sempre que se configurar “manifesta ofensa a ordem pública” (art. 39 do CPC)
Cooperação Internacional
3.2 Cooperação ativa – Auxílio direto pleiteado por autoridade brasileira
O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será também encaminhado a autoridade central para posterior envio ao Estado estrangeiro requerido para lhe dar andamento (art. 37 do CPC). O pedido e os documentos que o instruem serão acompanhados de tradução para a língua do Estado do destino (art. 38 do CPC).
3.3 Disposições comuns
Seja auxílio direto ativo ou passivo, a autoridade central brasileira deverá ser acionada para proceder aos necessários contatos com suas congêneres estrangeiras ou outros órgãos responsáveis pela tramitação e execução dos pedidos de cooperação internacional, respeitadas sempre as disposições específicas constantes de tratado.
Cooperação Internacional
4. Da carta rogatória
A carta rogatória é o instrumento de cooperação utilizado para prática de ato como a citação, a intimação, a notificação judicial etc., sempre que o ato estrangeiro constituir decisão a ser executada no Brasil. 
Os requisitos formais da rogatória são os mesmos da carta precatória (art. 260 do CPC/2015).
Pelo art. 35 do CPC a carta rogatória seria o meio exclusivo de cooperação para cumprimento dos atos acima enumerados. O veto da Presidência da República a tal dispositivo justificou-se pela inconveniência desta exclusividade. Apesar disso, o Código mantém a exigência de carta rogatória, submetida a exequatur do STJ, quando for o caso de decisão interlocutória estrangeira que tenha de ser executada no Brasil.
Procedimento da carta rogatória: art. 36, caput, do CPC/2015
Defesa: art. 36, parágrafos 1º e 2º do CPC/2015
Cooperação Internacional
5. Disposições comuns ao auxílio direto e à carta rogatória
O NCPC traça algumas normas modernizadoras destinadas a facilitar e incrementar a cooperação internacional, aplicáveis tanto aos mecanismos tradicionais (cartas rogatórias) como à inovadora cooperação direta (realizavel sem a solenidade das cartas rogatórias. 
Acham-se, tais normas, enunciadas nos arts. 37 a 41 do CPC/2015
Competência Absoluta
1. Órgão do Poder Judiciário Previstos na Constituição Federal (art.92)
Rol taxativo: 
STF- Supremo Tribunal Federal 
CNJ – Fiscaliza o Poder Judiciário 
STJ – Superior Tribunal de Justiça 
TRF – Tribunal Regional Federal e os Juizes Federais
Tribunais e Justiça do Trabalho 
Tribunais e Juizes Eleitorais 
Tribunais e Juizes Militares 
Tribunais e Juizes dos Estados Juizados Especiais – Fazem parte do Poder Judiciário, cada um vinculados às suas justiças. Se for Federal faz parte da Justiça Federal. Se for Juizado Estadual faz parte já Justiça dos Estados.
Competência Absoluta
Poder Judiciário
CNJ
STF
STJ
Turma Recursal
Juizado Especial
Tribunais de Justiça
Juiz de Direito
Tribunal de Justiça Militar
Justiça Militar
Turma Recursal Federal
Tribunais Regionais Federais
Juizado Especial Federal
Juiz Federal
Tribunais Regionais do Trabalho
Tribunais Regionais Eleitorais
Juiz do Trabalho
Juiz Eleitoral
Juiz Militar
TST
TSE
STM
Competência Absoluta
DIVISÃO DE COMPETÊNCIAS: A organização do Poder Judiciário está fundamentada na divisão da competência entre os vários órgãos que o integram nos âmbitos estadual e federal. 
 
A Justiça Federal é responsável por julgar as ações da União, autarquias e empresas públicas federais. Também existe a Justiça federal comum e a especializada, composta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar. 
 
A Justiça Estadual fica a cargo de julgar ações que não cabem a Justiça Federal, comum ou especializada. Os as Unidades Federativas também possuem a Justiça Militar, no qual julga crimes cometidos pelos policiais militares. 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: Órgão máximo do Poder Judiciário, existe desde 1890. Julga apenas matéria de direito não analisa fatos (há exceções). Objetivo de ser guardião da CF. 
COMPOSIÇÃO DO STF: 11 ministros nomeados pelo presidente após aprovação do Senado Federal. 
Competência Absoluta
REQUISITOS PARA OCUPAR A FUNÇÃO DE MINISTRO DO STF 
- Estar em pleno gozo dos direitos políticos. 
- Ser brasileiro nato (Art. 12, 3º, IV, CF) 
- Ter entre 35 e 65 anos de idade 
-Possuir notável saber jurídico 
-Possuir reputação ilibada 
 
COMPETÊNCIA DO STF (Art. 102, CF) 
Competência do STF pode ser definida em 4 graus:
 1) CompetênciaOriginária – Significa que excepcionalmente, o processo pode ter origem no STF (Ex: ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade, Ação Declaratória de Constitucionalidade). Ler art 103 da CF para saber quem pode entrar. As hipótese de competência originária do STF estão no art. 102 da CF. 
Competência Absoluta
2) Competência de 2º Grau (Recurso Ordinário) – O STF julga Recurso Ordinário quando o processo tem origem nos Tribunais Superiores (Ex: Origem no STJ e TST etc) 
3) Competência de 3º Grau (Recurso Extraordinário) – Previsto no art. 102, III CF. O STF julga esse recurso (Ex: Alguém ingressa ação em Atibaia alegando a inconstitucionalidade de uma lei. O Juiz não acolheu a Ação, por isso houve Recurso ao Tribunal de Justiça (2º Grau). O TJ também decidiu desfavoravelmente, havendo assim o Recurso Extraordinário para o STF. Esse recurso é complexo, difícil de ser admitido ou interposto, cabendo apenas nos casos constantes do Art. 102, III, alíneas a, b, c e d da CF. 
4) Competência de 4º Grau (Recurso Extraordinário) – o STF é o único Tribunal do País que possui o 4º grau de jurisdição julgando também Recursos Extraordinários (Ex uma reclamação trabalhista ingressada na Vara do Trabalho de Pouso Alegre que teve decisão desfavorável (1º grau). Com decisão desfavorável, de 1º grau, houve recurso ao Tribunal de 2º grau que tb decidiu desfavoravelmente, fazendo com que ocorresse apelação para o TST (3º Grau). Se a decisão do TST ferir a CF pode ser interposto Recurso Extraordinário ao STF em 4º Grau. 
Competência Absoluta
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: O Superior Tribunal de Justiça (STJ), composto por 33 ministros, é a corte responsável por uniformizar a interpretação da lei federal em todo o Brasil, constitucionalmente. 
- O STJ é a última instância da Justiça brasileira para as causas infraconstitucionais, sendo o órgão de convergência da Justiça comum. 
- Julga crimes comuns praticados por governadores dos Estados e do Distrito Federal, crimes comuns e de responsabilidade de desembargadores dos tribunais de Justiça e de conselheiros dos tribunais de contas estaduais, dos membros dos tribunais regionais federais, eleitorais e do trabalho. 
-Analisa a concessão de cartas rogatórias e julga a homologação de sentenças estrangeiras. 
- Ler art 105, até 3º grau. 
Competência Absoluta
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL: Tem a função de acompanhar a legislação eleitoral juntamente com os Tribunais Regionais Eleitorais. 
- Assegura a organização das eleições e o exercício dos direitos políticos da população. 
- É composto por no mínimo sete membros: três deles são escolhidos por meio de votação entre os ministros do STF; dois, entre os do STJ; e os outros dois são nomeados pelo presidente da República. 
 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO: Composto por 27 ministros nomeados pelo presidente da República e aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
- tem por principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista no país. 
- O TST julga recursos contra decisões de Tribunais Regionais do trabalho (TRTs) e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional, além de mandados de segurança, embargos opostos a suas decisões e ações rescisórias. 
Competência Absoluta
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR: Tem funções judiciais e administrativas, mas é especializada em processar e julgar crimes que envolvam militares da Marinha, Exército e Aeronáutica. 
- É composto por 15 ministros vitalícios, nomeados pelo presidente da República, com indicação aprovada pelo Senado Federal. Três ministros são da Marinha, quatro do Exército e três da Aeronáutica, os outros cinco são civis. 
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS: Existem cinco Tribunais Regionais Federais (TREs) no país, com sedes em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife. 
- São compostos por sete juízes nomeados pelo presidente da República. 
- É de competência desses tribunais processar e julgar os juízes federais da sua área e os membros do Ministério Público da União. 
Competência Absoluta
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO: Fazem parte da Justiça do Trabalho no Brasil, em conjunto com as Varas do Trabalho e com o Tribunal Superior do Trabalho. 
- Correspondem à segunda instância na tramitação, mas detém competências originárias de julgamento, em casos de dissídios coletivos, ações rescisórias, mandados de segurança, entre outros. 
- Os TRTs, atualmente 24, estão distribuídos pelo território nacional, e sua área de jurisdição normalmente corresponde aos limites territoriais de cada Estado. Ler art. 114 da CF (Justiça do Trabalho) e Art 111 – A da CF (TST) 
TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS: Existe um em cada uma das 26 capitais da União e no Distrito Federal, são responsáveis pela organização, fiscalização e execução do processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição. 
- De forma simplificada, os TREs são compostos por sete julgadores: dois desembargadores do Tribunal de Justiça; um juiz do Tribunal Regional Federal, dois juízes de direito e dois advogados indicados pelo Tribunal de Justiça. -
 As deliberações são feitas por maioria de votos, estando presentes ao menos quatro de seus membros. 
Competência Absoluta
TRIBUNAIS DE JUSTIÇA: São organizados de acordo com os princípios e normas das constituições estaduais e da Lei Orgânica do Distrito Federal. 
- Apreciam, em grau de recurso ou em razão de sua competência originária, as matérias comuns que não se encaixam na competência das justiças federais ou especializadas. - Nos Estados com efetivo policial militar inferior a 20 mil integrantes, o TJ também julga, em segunda instância, as matérias da Justiça Estadual Militar. 
JUÍZES SINGULARES: Os juízos de primeira instância são onde se iniciam, na maioria das vezes, as ações judiciais estaduais e federais (comuns e especializadas). 
 - Compreende os juízes estaduais, os federais e os da justiça especializada (juízes do trabalho, eleitorais, militares). 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA: No Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o órgão do Poder Judiciário encarregado de controlar a atuação administrativa e financeira dos demais órgãos daquele poder, bem como de supervisionar o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Ler art. 103-B da CF, características e requisitos para ser membro) 
Competência Interna
1. Disposições Gerais
Por questão organizacional relativa à divisão do trabalho, o legislador, levando em conta diversos critérios, distribui esse poder (ou função estatal) entre os órgãos do judiciário, por exemplo:
Ação que verse sobre direito pessoal (art. 46 do CPC – foro do domicílio do réu);
Ação de direito real sobre imóveis (art. 47 do CPC – foro da situação da coisa);
Mandado de Segurança contra o Presidente da República – STF.
A competência é o limite de atuação de cada órgão jurisdicional (foro/vara/tribunal), ou seja, é a medida da jurisdição, é a jurisdição para o caso específico.
Competência Interna
1.1 Competência em matéria civil – competência relativa
A competência da Justiça Civil é residual: excluídas as matérias atribuídas às Justiças Especiais (Trabalhista, Militar e Eleitoral), bem como os temas de Direito Penal, o resíduo forma o que se convencionou chamar de objeto da jurisdição civil.
Duas são as justiças que no Brasil se encarregam do exercício da jurisdição em matéria civil: a Federal e a dos Estados.
Cumpre, diante de um caso civil concreto, determinar, em primeiro lugar, qual será a “Justiça” competente, para depois descobrir qual o seu órgão interno que se encarregará do processo.
Competência Interna
1.2 Competência da Justiça Federal
Ratione personae são da competência da Justiça Federal, dentro da jurisdição civil:
Art. 109, CF
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiçado Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais.
A competência especial da Justiça Federal não abrange, ratione personae, as causas em que são partes as sociedades de economia mista da União, já que se trata de pessoas jurídicas de direito privado.
Ratione personae: em razão da pessoa
Competência Interna
No entanto, a Lei 9.469/1997, art. 5º, parágrafo único, prevê a possibilidade de assistência da União às suas sociedades de economia mista, com deslocamento da causa para a Justiça Federal. Mas isso só acontecerá no caso de assistência litisconsorcial ou de assistência simples em que a União demonstre, concretamente, seu interesse jurídico na solução da causa, muito embora a referida lei não tenha feito semelhante ressalva.
Ocorre a competência ratione materiae da Justiça Federal nas seguintes hipóteses:
Art. 109, CF:
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
Competência Interna 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. 
A última competência não se refere a toda e qualquer ação sobre a matéria, mas apenas àquelas em que se questiona “grave violação dos direitos humanos”.
A Justiça ordinária, à que se filia a Justiça Federal, ao lado das Justiças Estaduais, é a que exerce a jurisdição residual em todos os campos do direito material não atribuídos às Justiças Especiais, e que, pela CF abrange a jurisdição civil e a jurisdição penal.
Ratione materiae: em razão da matéria
Competência Interna
1.3 Competência das Justiças Estaduais
Na jurisdição ordinária (civil e penal), as questões não atribuídas à Justiça Federal, pela Constituição, são de competências das Justiças Estaduais ou locais. Essa competência é residual.
A própria CF exclui algumas causas que seriam de competência da Justiça Federal para atribuí-las explicitamente às Justiças locais. É o que ocorre com:
Art. 109, CF:
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal. 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.
O CPC/2015 também exclui da competência da Justiça Federal as ações de recuperação judicial, falência, insolvência civil, acidente de trabalho e aquelas sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
Competência Interna
2. Critérios de Determinação da Competência Interna
a) critério objetivo: se funda no valor da causa, na natureza da causa ou na qualidade das partes;
b) critério funcional: atende às normas que regulam as atribuições dos diversos órgãos e se seus componentes, que devam funcionar em um determinado processo. Por esse critério, determina-se não só qual o juiz de primeiro grau, como também qual o tribunal que em grau de recurso haverá de funcionar no feito, além de estabelecer-se qual a câmara e o respectivo relator que atuarão no julgamento;
c) critério territorial: se reporta aos limites territoriais em que cada órgão pode exercer sua atividade jurisdicional. A competência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro.
Competência Interna
O CPC/2015 reconhece duas modalidades de definição de competência interna: competência absoluta e competência relativa, conforme arts. 62 e 63 do respectivo Código, embasando-se em critérios ligados ora ao interesse público (conveniência da função jurisdicional), ora ao interesse privado (comodidade das partes).
A divisão da competência em absoluta e relativa se dá conforme a possibilidade de sofrer ou não alterações. 
Absoluta é a competência insuscetível de sofrer modificação, seja pela vontade das partes, seja pelos motivos legais de prorrogação. Trata-se de regra fixada em atenção ao interesse público.
Relativa, ao contrário, é a competência passível de modificação por vontade das partes ou prorrogação oriunda de conexão ou continência de causas, porque atende principalmente ao interesse particular.
São relativas, segundo o Código, as competências que decorrem do valor ou do território e absolutas a ratione materiae, a ratione personae e a funcional.
Competência Interna
O legislador também leva em consideração, ora elementos da lide (interesse, bem e sujeitos), ora dados do processo, por exemplo:
a) competência em razão da natureza do processo: mandados de segurança contra atos do Presidente da República, bem como a ação rescisória;
b) competência em razão da natureza do procedimento: a lei processual especifica, por exemplo, qual o Tribunal Superior que na fase do procedimento recursal deverá reexaminar a causa;
c) competência em razão de relação da causa atual com o processo anterior: ocorre em casos como o da execução de sentença, que compete ao juiz da ação de conhecimento que proferiu o julgado.
Competência Interna
2.1 Competência do foro e competência do juiz
A competência dos juízes é matéria pertencente à Organização Judiciária local. A do foro é regulada pelo Código de Processo Civil.
Foro é o local onde o juiz exerce suas funções. Se funcionar vários juízes com atribuições iguais ou diversas em um só foro, há que se determinar, para uma mesma causa, primeiro qual o foro competente e depois o juiz competente.
Foro competente, vem a ser a circunscrição territorial (seção judiciária ou comarca) onde determinada causa deve ser proposta.
E juiz competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição, que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la.
Competência Interna
2.2 Divisão da competência de foro
a) competência comum ou geral: se determina pelo domicílio do réu (art. 46 do CPC).
b) competência especial: levam em conta as pessoas, as coisas e os fatos envolvidos no litígio (arts. 47 a 53).
2.3 Cumulatividade de juízos competentes
Quando numa mesma circunscrição territorial, vários são os juízes em exercício, a cada um se atribui uma vara, ou seja, cada um responde por um juízo. Em tais casos, a competência pode ser distribuída por dois critérios:
a) ratione materiae: quando há heterogeneidade de competência entre os diversos órgãos, de modo que cada grupo de lides é atribuído a um tribunal ou uma vara específica.
b) por simples distribuição: quando a competência de todos os órgãos é homogênea (ex.: diversas varas cíveis da mesma Comarca).
Competência Interna
2.4 Competência por distribuição
Existindo na comarca mais de uma vara, a ação considerar-se-á proposta pelo protocolo da petição inicial para a respectiva distribuição (art. 312 c/c art.240 CPC).
A competência definida pela distribuição é relativa e, não sendo impugnada, torna-se definitiva, ainda que equivocada. Cabe à parte o direito de questioná-la, enquanto não ocorrida a prorrogação legal.
2.5 Perpetuatio iurisdictionis
É norma determinadora da inalterabilidade da competência objetiva, aqual, uma vez firmada, deve prevalecer durante todo o curso do processo. A inalterabilidade, no entanto, é objetiva e diz respeito ao órgão jurisdicional (juízo) e não à pessoa do juiz, pois este pode ser substituído.
Se a competência já firmada for territorial ou em razão do valor, em nada serão afetadas as causas pendentes. Mas, se for suprimido o órgão judiciário perante o qual corria o feito, ou se a alteração legislativa referir-se à competência absoluta,então os feitos pendentes serão imediatamente alcançados: os autos terão de ser encaminhados ao outro órgão que se tornou competente para a causa.
Competência Interna
Na hipótese de subdivisão da circunscrição territorial do juízo, também os processos são divididos entre os dois órgãos judiciários resultantes da alteração da organização judiciária. Assim, o juiz da comarca desmembrada será o competente para a continuação dos processos iniciados na outra, observando-se as regras gerais.
O deslocamento dos processos para a comarca desmembrada será imperativo, sobretudo se se tratar de feitos sujeitos à competência funcional ou ratione materiae já que não vigora de maneira alguma o princípio da perpetuatio iurisdictionus, como ressalva o art. 43 do CPC.
Outra hipótese em que a perpetuatio iurisdictionus se aplica é a do desmembramento do processo pela necessidade ou conveniência de limitar o litisconsórcio facultativo quando muito numeroso. Dele surgirão diversos processos, que passarão a ter curso próprio, sem provocar nova distribuição a outros juízos.
Competência Interna
3. Competência em razão do valor da causa
“Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível.”
“Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção.”
Com base no valor dado à causa, podem, as normas de Organização Judiciária, atribuí-la à competência de um ou outro órgão judicialmente.
As causas atribuídas à competência dos juizados especiais, segundo a Lei 9.099/1995, sujeitam-se ao critério do valor de até 40 salários mínimos.
4. Competência em razão da matéria
A matéria em litígio pode servir, inicialmente, para determinar a competência civil na esfera constitucional, atribuindo a causa ou à Justiça Federal ou à Justiça local.
Passada essa fase, a procura do órgão judicante competente será feita com base no critério territorial. Mas, dentro do foro, é ainda possível a sua subdivisão entre varas especializadas.
Competência Interna
5. Competência Funcional
Modalidade de competência absoluta, à repartição das atividades jurisdicionais entre os diversos órgãos que devam atuar dentro de um mesmo processo. Uma vez estabelecido o juízo competente para processamento e julgamento de uma determinada causa, surge o problema de fixar quais serão os órgãos jurisdicionais que haverão de funcionar nas diversas fases do respectivo procedimento.
5.1 Classificação
a) pelas fases do procedimento: execução em curso numa comarca e que incide sobre bens situados em outra.
b) pelo grau de jurisdição: casos de competência hierárquica, por exemplo, a competência recursal.
c) pelo objeto do juízo: no julgamento dos tribunais, quando suscitada questão de inconstitucionalidade.
Competência Interna
6. Competência territorial
Atribuída aos diversos órgãos jurisdicionais levando em conta a divisão do território nacional em circunscrições judiciárias.
Também é chamada de competência de foro. A distribuição interna dessa competência, chamada competência de juízo, é matéria reservada às organizações judiciárias locais. As leis de organização judiciária dividem os Estados em circunscrições territoriais (foros de primeiro grau), que se denominam comarcas, as quais, internamente, podem se dividir em varas (juízos).
Há ainda, em algumas grandes comarcas, a instituição de foros regionais ou varas distritais, cuja competência também é definida pela legislação local.
Competência Interna
Há, para o sistema do Código, um foro geral ou comum e vários foros especiais.
Fora do Código, como matéria constitucional, existe a divisão do território nacional em unidades maiores: Estados e Distrito Federal. Essas unidades formam unidades judiciárias com tribunais próprios com hierarquia (juízos de 2º grau) sobre os juízes locais de 1º grau situados em seu território (comarca).
Dessa forma, quando, segundo o Código, se fixa o foro competente para uma causa (competência originária), já se estabelece, automaticamente, qual o Tribunal Superior que exercerá a competência funcional, no grau de recurso.
Competência Interna
6.1 Foro comum
O foro comum ou geral para todas as causas não subordinadas a foro especial é o do domicílio do réu, regra que se aplica inclusive, às pessoas jurídicas. Vale dizer que, em princípio, qualquer réu tem o direito de ser demandado na comarca ou na seção judiciária em que é domiciliado, se não há, em razão da matéria, competência especial diversa.
Assim, pertence ao foro comum, e não aos especiais, a norma do art. 50 do CPC/2015, que manda ser o réu incapaz demandado no foro do domicílio do representante ou assistente. Isso porque o domicílio do incapaz é justamente o do seu representante.
Competência Interna
6.2 Foros especiais
O atual Código, segundo critério ratione materiae, ratione personae e retione loci, estabelece foros especiais para:
a) ações reais imobiliárias (art. 47);
b) inventários e partilhas, arrecadação, cumprimento de disposições de última vontade e ações contra o espólio (art. 48);
c) ações contra o ausente (art. 49);
d) ações em que a União for parte ou inventariante (art. 51);
e) ações de divórcio, separação, anulação de casamento, reconhecimento ou dissolução de união estável, alimentos (art. 53, I e II);
f) ações contra pessoas jurídicas; ações relativas a obrigações com lugar determinado para cumprimento (art. 53, III);
g) ações de reparação de dano; e ações contra administrador ou gestor de negócios alheios (art. 53, IV).
Modificações de Competência
1. Competência absoluta e relativa
Em princípio, é o interesse das partes que determina a distribuição da competência territorial e é o interesse público que conduz às competências de justiças especializadas, de hierarquia, das varas especializadas etc. Assim, admite-se como regra geral que as partes possam modificar as regras de competência territorial, mas o mesmo não ocorre com os foros estabelecidos segundo o interesse público.
São relativas, segundo o Código, as competências que decorrem do valor e do território e absolutas as ratione personae, a ratione materiae e a funcional.
Sempre absolutas são as competências funcionais, não só hierárquicas, mas também as do órgão judiciário oriundas da perpetuatio iurisdictionis. 
É relativa a competência por distribuição, ou seja, a que se dá entre os vários juízes de igual competência, de uma circunscrição territorial.
Modificações de Competência
2. Prorrogação de competência
Pode ser: 
a) legal (ou necessária): quando ocorre de imposição da própria lei, como nas casos de conexão ou continência;
b) voluntária: quando decorre de ato de vontade das partes, como no foro de eleição ou na falta de alegação de incompetência relativa em preliminar de contestação ou de impugnação com base em convenção de arbitragem.
Incompetência
1. Verificação de competência
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
A competência é pressuposto da regularidade do processo e da admissibilidade da tutela jurisdicional. O primeiro dever do juiz, quando recebe a inicial de uma ação, é verificar se é ou não o competente para tomar conhecimento da causa.
Admitida a competência, não há necessidade de pronunciamento positivo expresso da autoridade judiciária.
Há duas espécies de reconhecimento da competência pelo juiz: a espontânea (que ordinariamente é de forma tácita); e a provocada(que deve ser expressa).
Incompetência
2. Alegação de Incompetência
A alegação de incompetência deve ser apresentada pelo réu como questão preliminar de contestação, seja ela absoluta ou relativa. Não fica, porém, preclusa a incompetência absoluta, já que, por ser de ordem pública, poderá ser reconhecida a qualquer tempo.
Da inércia do réu, decorre a automática aplicação da competência do juízo da causa. Não pode o juiz, ex officio, afirmar sua incompetência relativa. Mas o MP pode alegá-la nas causas em que atuar.
Quando se tratar de foro de eleição (competência relativa) o juiz pode de ofício declarar a ineficácia da cláusula, se nela reconhecer abusividade.
Reconhecida a incompetência, o juiz remeterá os autos ao juiz competente, e, salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos da decisão proferida pelo juízo incompetente, até que outra seja proferida.
Incompetência
3. Conflito de Competência
Arts. 951 e 959
Provocação: ofício do juiz, ou petição da parte, ou do MP, com os documentos necessários (art. 953)
Encaminhamento ao Tribunal (art. 953, caput)
Distribuição ao relator (art. 954)
Incompetência
Relator julga de plano o conflito (art. 955, parágrafo único);
Designação de um juiz para resolver em caráter provisório as medidas urgentes (art. 955);
Determinação de sobrestamento do processo (art. 955, caput)
Requisição de informação aos juízes (art.954) > transcurso do prazo legal, com ou sem informações (art.956) > Dúvida do MP, em cinco dias (art. 956) > julgamento pelo Tribunal (art. 957) > declara o juízo competente > decide sobre validade dos atos do juízo incompetente > remessa dos autos ao juiz competente
Cooperação Nacional
O Código instituiu o dever de recíproca cooperação aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, o qual deverá se efetivar por meio de seus magistrados e servidores (art. 67 do CPC). A cooperação preconizada pelo NCPC tem a função de permitir o intercâmbio e o auxílio recíproco entre juízos numa dimensão que vai além dos limites rígidos e solenes das cartas precatórias de ordem. Pode-se dizer que as cartas precatórias ou de ordem passam “a ser um meio subsidiário ou excepcional de comunicação e cooperação entre os órgãos do Judiciário brasileiro.”
O pedido de cooperação poderá ser formulado para a prática de qualquer ato processual (art. 68) e deve ser prontamente atendido. A cooperação assumirá maior rigor formal quando realizada por meio das cartas de ordem, precatória e arbitral.
Por fim, o pedido de cooperação pode ser realizado entre os vários órgãos jurisdicionais. Um juiz federal, por exemplo, pode recorrer à cooperação de juiz estadual ou trabalhista e vice-versa.

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