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O Conto Pai e Mãe

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Mirela de Almeida dos Santos 1° período / N 
“ESTUDO DIRIGIDO 2” 
Pai contra Mãe
Inicialmente o autor aborda práticas e atividades realizadas durante o período da escravidão no Brasil, entre as quais aquela que será exercida pelo protagonista do conto o caçador de escravos. Desenvolvendo o tema, mostra as aflições do personagem na pratica de sua ocupação e a repressão aos escravos que tentavam fugir e eram castigados por seus donos com instrumentos de tortura, alguns aparelhos eram ligados ao seu ofício, o ferro ao pescoço e o ferro ao pé eram aplicados aos escravos fujões, e a máscara de folha de flandres que só tinha três buracos, dois para ver e um para respirar e fechada por trás da cabeça por um cadeado, para evitar que os escravos que tinham o vício de beber perdessem a tentação de furtar, porque era dos seus senhores que eles tiravam seus vinténs, e se extinguiam assim dois pecados, e a sobriedade e a honestidade se mantinham.
 Ao tratar da escravidão, ele afirma que os escravos fugiam com frequência, não gostavam da escravidão e não gostavam de apanhar pancada. Surgindo assim a necessidade do ofício do caçador de escravos, muitos ganhavam a vida capturando escravos fugitivos, e um deles era Cândido Neves, que se torna um caçador de escravos, profissão que lhe garantia o seu sustento. Pegar escravos fugidos era o ofício do tempo. 
 Mais o foco do texto é a história de Cândido e Clara.
O conto Pai e Mãe de Machado de Assis, narra a história de Cândido Neves, que por não se adequar a nenhum ofício se torna um caçador de escravos fugidos. A ocupação não lhe rende muito dinheiro e a situação piora quando sua esposa engravida e são despejados do local onde moravam por falta de pagamento. Suas dividas começam a crescer, sem os pagamentos prontos dos primeiros tempos. A vida se fez difícil e dura, comia se fiado e mal. Certa vez capturou por engano um preto livre na cegueira de suas necessidades. 
 Logo após o nascimento do seu primeiro filho. Mônica, tia da esposa de Cândido, que arranjou aposentos de favor para os três, mas diante da situação fez Cândido prometer que iria deixar a criança na Roda dos Enjeitados.
 Nessa parte do texto percebe-se empatia do narrador por Cândido. 
 Cândido foi obrigado a cumprir sua promessa. Pediu para sua mulher que desse ao filho o resto do leite que ele beberia da mãe. “Assim se fez; o pequeno adormeceu, o pai pegou dele, e saiu na direção da rua dos Barbonos.
 Prestes a abandonar o filho, Cândido encontra e persegue uma escrava que já sabe valer um bom dinheiro pelo resgate. Para salvar seu filho, Cândido tem que entregar à mulata que está grávida e ela teme perder o filho com o castigo que lhe será imposto por ter fugido. Aí está a luta do pai contra a mãe. Temos aqui o dilema da história em que Cândido está metido, se salva seu filho ou salva o filho da escrava. O que Cândido escolheu não foi fácil. Não tendo nenhuma afeição pela escrava. Pensou naquele momento somente em seu filho, cada um se preocupa com seu filho. Levando o leitor a refletir sobre o que faria nessa situação. Faria igual ou até coisa pior? Trazendo a figura do que é humano por trás dos seus personagens, mocinho ou vilão. 
 Para salvar a vida do filho, Cândido tem que entregar a mulata Arminda que acaba por abortar ao seu Senhor. Nesse conflito vemos que ambos os lados lutam por razões iguais, a família, os filhos, mas, apenas um deles pode sair ganhando, e para isso o outro lado tem que perder. Cândido e a mulata são vítimas de todo esse contexto. 
Essa narrativa vai além das práticas de escravidão da época, alcança níveis maiores de discussão. Encontramos análises de comportamento humano, as atitudes tomadas por Cândido, nos levam a avaliar a situação de como o ser humano pode agir.
 O ser humano encontra justificativas para todos os seus gestos, desde o mais irrelevante ao mais condenável. 
 Não se trata de uma história de luta entre marido e mulher com opiniões divergentes sobre a criação do filho, como pensei antes de lê-lo.
 Além disso, a sua inspiração está em narrar histórias do cotidiano de sua época e através dos acontecimentos nos fazer refletir e também analisar o comportamento humano, com questões pertinentes até os dias de hoje.
 Temos a situação dos negros e, temos a questão da doação de um filho e também a forma com que o ser humano lida com as decisões que toma, neste caso, a atitude tomada por Cândido após ele ver as consequências de sua escolha, beijando o filho entre lágrimas, fala ao justificar sua atitude. “Nem todas as crianças vingam”.
 Não há como se fazer juízo de valores, muito menos colocar um vilão. Só se entender o título Pai Cândido contra mãe Arminda. 
Expressões:
Patuscadas - reunião festiva para comer e beber.
Azado - que é conveniente; oportuno, propício.
Alcova - pequeno quarto de dormir situado no interior da casa, sem passagens para o exterior.
Retorquir - responder a algo que se disse; retrucar.
Arquejando - respirar com dificuldade; ofegar, ansiar, arfar: arquejar após um grande esforço.