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Anemia infecciosa das galinhas Introdução: Sinonímia: • Anemia Infecciosa • Anemia Infecciosa das Galinhas (AIG) Definição: • É uma enfermidade imunossupressora. • Acomete aves jovens da espécie Gallus gallus. • Ocorre principalmente na ausência de anticorpos maternais. • E em animais jovens quando ocorrem os surtos AIG provocam infecções secundárias, aumento da patogenia de outras doença e falhas na proteção vacinal. Distribuição e Ocorrência: • Distribuição mundial • Países elaboram programas de prevenção e controle! • No Brasil a presença de lotes positivos já foi relatada por diversos autores. • E a disseminação desta doença se apresenta lenta e progressiva. • Existem estudos que comprovam a co-infecção pelo vírus tanto da anemia infecciosa das galinhas, como outros patogenos. E esta co- infecção tem efeitos sinérgicos sobre as lesões macroscópicas, imunodepressão e mortalidade dos animais. • Pode ocorrer co-infecção do vírus de Marek com anemia infecciosa das galinhas que tem uma alta mortalidade. Ou ainda pode ocorrer a co-infecção pela doença infecciosa bursal – vírus de gumboro e o vírus da doença infecciosa das galinhas , ocorrendo um aumento da anemia e uma grande imunossupressão. Etiologia: Causada pelo vírus da anemia das galinhas (CAV) — Família:Circoviridae (Circovirus) — Subfamília: Alphaherpesvirinae — Gênero: Gyrovirus Morfologia: • DNA vírus circular, de fita simples, não envelopado. • Apresenta alta resistência • É um vírus que apenas afeta as galinhas, com mortalidade de 2-20%, e alta morbidade que pode chegar até a 100% • Simetria icosaédrica • Vírion (20-25 nm) com VP1, VP2 e VP3 • Formado unidades pentaméricas salientes Aspectos Patogênicos • É um vírus extremamente resistente às condições ambientais • Resistente ao calor, éter, amônia quaternária, etc. • A infecção do vírus é altamente específica a células do timo e medula óssea – com isto ele vai causar tanto depressão das células eritroides e mieloides. • A patogenia resulta em anemia e hemorragias associada a infecção de hemocitoblastos - mielóide e eritróide. • Observa-se anemia e trombocitopenia, por isso que uma das características clinicas da apresentação da doença é hemorragia, além da anemia. Patogenicidade: A severidade da AIG em um plantel pode estar vinculada: • Título viral (vários órgãos e tecidos) • Idade das aves – aves neonatas • Imunidade passiva é protetora • Fatores ambientais, estresse e outros – erro de manejo, aumento abrupto de temperatura, falta de água, alguma desnutrição, estresse de superpopulação. • Depende também da via de infecção – parenteral (I.M) é mais indutora – podendo levar a maior severidade do quadro. • Outras características estão vinculadas ao vírus, onde amostras mais ou menos virulentos do CAV – acabam gerando diferentes quadros. • Genoma – pouca variabilidade entre as amostras de vírus da anemia das galinhas (CAV). EPIDEMIOLOGIA: Hospedeiros: galinha é o hospedeiro natural. • Acomete todas as idades (maior nas primeiras semanas de vida dos animais). • Aves com mais de 2 semanas desenvolvem infecção subclínica. Porta de entrada: via oral Período de Incubação: varia de 10 a 21 dias (depende da idade e tipo de amostra viral). Patogenia: CAV ↓ Penetram e se multiplicam nas células hospedeiras: ↓ Células precursoras da medula óssea ↓ hemocitoblastos ↓ Células linfocitárias (córtex timo) ↓ MORTE CELULAR DAS CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE ↓ IMUNOCOMPETÊNCIA - Então o virus vai entrar e infectar o animal, penetrar e se multiplicar nas células hospedeiras – tanto medula óssea como córtex do timo. Então quando ela infecta as células precursoras da medula óssea, ele vai atingir no caso dos eritrócitos os eritroblastos, no caso dos monócitos vão afetar os monoblastos, no caso dos leucócitos granulosos ou polimorfonucleares vai afetar os mieloblastos, e com relação as plaquetas vai afetar os megaloblastos. Então quando esse vírus chega as células linfocitárias no córtex do timo, vai afetar os linfoblastos T – que são as principais células imunitárias produzidas no timo. E assim, com a infecção de cada um destes hemocitoblastos terá morte celular de todas as células do sistema imune e desta maneira, é observado além de imunocompetencia, a anemia. EPIDEMIOLOGIA: Transmissão: • Vertical (+ importante): matrizes adultas não desenvolvem a doença - mas quando infectadas, transmitem o CAV a progênie. • Horizontal (pode ocorrer tanto por contato direto ou indireto): ocorre quando há instalações contaminadas, fômites por fezes de animais infectados, sendo a via oral- fecal a mais importante. Vias de eliminação: fezes de animais contaminados. Sinais Clínicos: • Observa-se aves com palidez (mucosas/pele) e ↓ haverá um retardo no desenvolvimento (↓ dos valores de hematócrito – podendo estar ate abaixo de 27%) • Estes animais estarão mais susceptiveis a infecções secundárias • E de mais importante se observa hemorragias devido à trombocitopenia (extremidades da asa, face medial dos membros pélvicos e músculos). • Há uma alta taxa de refugagem e desuniformidade do lote, ocasionando perdas econômicas. Lesões Macroscópicas: podem estar relacionadas com doenças que ocorrem concomitantemente, mas as lesões características pelas lesões pelo vírus é: • Hipoplasia da medula óssea – porque como ocorre a proliferação do vírus na medula óssea, onde deveria ser medula óssea vermelha em animais jovens, observa-se uma anomalia na medula. • Atrofia e hemorragia no Timo • Hemorragias musculares Lesões Microscópicas: - Observa-se depleção de córtex e medular de timo. E na medula óssea devido a hipoplasia medular é possível observar uma redução da celularidade de precursores tanto de plaquetas, leucócitos e hemácias. Imunossupressão / Importância: - Os imunocompetentes quando infectados adquirem uma infecção subclinica e depois de um tempo com a replicação viral a ave se torna imunossuprimida. Isto ocorre porque os macrófagos eles apresentam tanto a redução da produção de interleucina (que seria um estimulante de replicação de precursores da medula óssea), também vou reduzir atividade fagocitária e bactericida. Ao mesmo tempo com a ação do vírus na medula óssea acaba tendo comprometimento do sistema imune e isto aumenta a predisposição a infecções oportunistas, tanto virais, bacterianas e até parasitárias. Pode haver associação do vírus infecciosa das galinhas com outros agentes com efeito sinérgico, se tornando mais difícil identificar qual o agente primário. O que se observa também é uma ineficiência no programa vacinal, que devido a imunossupressão gerada pela anemia, ela acaba não sendo tão eficaz as vacinas contra Marek, new castle, bronquite infecciosa. E quando a anemia é muito severa acaba tendo redução significativa na quantidade total de leucócitos. Se o animal mesmo imunossuprimido não tiver nenhuma infecção secundária após 14 a 21 dias o animal pode apresentar uma melhora sistêmica do sistema imune, por este motivo os animais mais velhos não tem um impacto clinico tão grande em comparação com os animais jovens. • O comprometimento do sistema imune aumenta a predisposição a infecções oportunistas • Associação de CAV a outro agente com efeito sinérgico (Identificar qual agente primário) • Imunodepressão gerada pela anemia causando perda de eficiência de outras vacinas (marek, newcastle, bronquite infecciosa) (Essa ineficiência do programa vacinal é mais severa quando ocorrer anemia → redução significativa dos leucócitos totais ) Imunossupressão:Consequências da infecção: • ↓ em 3,5% o peso corporal • ↑ em 2,5% a mortalidade do lote • Piora de 2% em conversão alimentar • Piora em 13% na rentabilidade do lote Diagnóstico: Sorologia (monitoria): títulos em amostras de pintainhos de 1 dia • Teste mais realizado é o ELISA Isolamento viral – detecta infecção ativa pelo CAV - em cultivo celular ou in vivo PCR (teste de polimerase em cadeia):permite a detecção de vírus de forma rápida e específica. Outros métodos de diagnóstico são: isolamento em ovos embrionados, imunohistoquímica e a hibridização in situ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ▪ Doença de Gumboro (mas não tem anemia aplasica) ▪ Micotoxinas (vamos encontrar outras lesões em fígado, rins e boca que a AIG não tem) ▪ Intoxicação por sulfa (ai vai ter que cogitar outras opções de diagnostico epidemiológico, apesar a intoxicação por sulfa apresentar anemia aplasica, síndrome hemorrágica, é raro encontrar estes sintomas como problema de doença aguda em aves tão jovens). Profilaxia • Vacinação das reprodutoras e de títulos altos de anticorpos das matrizes antes da postura (A.P) - 1 dose de vacina viva atenuada (VVA) até 8ª semana e reforço 4 semanas A.P ou - 1 dose de VVA entre 12ª e 15ª semanas (próximo a postura) • Medidas de higiene • Boa desinfecção de instalações e equipamentos • Rotina de análise sorológica de matrizes • Diminuir possíveis fontes causadoras de estresse • Implementar medidas rigorosas de biosseguridade em matrizeiros, granja de produção comercial e incubatórios Tratamento • Não existe tratamento para esta doença. • Por ser uma doença imunossupressora as infecções secundárias são tratadas com os antibióticos e antifúngicos, porém cautela.
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