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Sindicato: Definição, Natureza Jurídica e Funções

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SINDICATO.
O sindicato é uma associação que reúne pessoas de um mesmo segmento econômico ou trabalhista. Por exemplo, existem sindicatos de trabalhadores (carteiros, metalúrgicos, professores, médicos, etc) e também de empresários (conhecidos como sindicatos patronais).
A definição de sindicato varia, de acordo com o tempo e as condições políticas, razão pela qual, para alguns estudiosos, o sindicato é a coalizão permanente para a luta de classe e, para outros, é o órgão destinado a solucionar o problema social. Octávio Bueno Magano define sindicato como "a associação de pessoas físicas ou jurídicas, que exerce atividade profissional ou econômica, para a defesa dos respectivos interesses".
Por sua vez, José Augusto Rodrigues Pinto, após constatar que as definições, raramente, fazem alusão ao ponto que distingue as entidades sindicais das coalizões, isto é, o caráter permanente, define sindicato como: "Uma associação constituída, em caráter permanente, por pessoas físicas ou jurídicas para estudo e defesa de seus interesses afins e prestação assistencial a todo o grupo, além de outras atividades complementares que o favoreçam".
Assim, pode ser o sindicato definido como "entidade formada, em caráter permanente, por trabalhadores, que exerçam suas atividades a empregadores do mesmo ramo de negócio, ou empresas, que explorem o mesmo ramo econômico, cujos objetos são o estudo e a defesa dos interesses daqueles que a compõem".
NATUREZA JURÍDICA.
Ponto de discussão, neste momento, é situar o sindicato como pessoa de direito público ou privado, sendo certo que existem correntes doutrinárias sustentando tanto uma como outra posição.a) de direito privado: Para esta corrente, o sindicato é ente de direito privado, pois é criado em razão do interesse de um grupo de pessoas (trabalhadores ou empresários) com o objetivo de defender seus interesses.
"O sindicato é pessoa de direito privado, que exerce atribuições de interesse público, em maior ou menor amplitude, consoante a estrutura política do país e segundo o papel, mais ou menos saliente, que lhe seja atribuído".
b) de direito público: Em geral, o sindicato tem natureza de pessoa jurídica de direito público nos regimes totalitários, em que há controle do Estado sobre as associações sindicais, pois são criadas pelo Estado e defendem os interesses deste: "Pela teoria do fim, o sindicato será de interesse público se destinado a cumprir interesses peculiares do Estado. Pela teoria da funcionalidade, leva-se em conta a atividade da pessoa: se toda ela estiver controlada pelo Estado, inafastável a natureza pública da instituição. A teoria eclética combina caracteres das duas anteriores (vigilância e controle do Estado; atingimento de fins políticos etc.)".
O sindicato como pessoa jurídica de direito público "coincide, historicamente, com a implantação do Estado totalitário.
c) doutrina nacional.
Na doutrina nacional, prevalece a opinião de considerar de direito privado a natureza do sindicato.
Amauri Mascaro Nascimento, cita como adeptos desta corrente: Russomano, Catharino, Waldemar Ferreira, Segadas Vianna, Délio Maranhão, Orlando Gomes e Elson Gottschalk. Defendendo posição oposta, cita Cotrim Neto.
Existe, ainda, uma terceira posição, defendida por Cesarino Júnior, que entende o sindicato como ente de direito social, classificando-o como uma autarquia, que não poderia ser classificada exatamente como de direito privado ou público.
FUNÇÕES E OBJETIVOS
Os sindicatos têm como objetivo principal a defesa dos interesses econômicos, profissionais, sociais e políticos dos seus associados. São também dedicados aos estudos da área onde atuam e realizam atividades (palestras, reuniões, cursos) voltadas para o aperfeiçoamento profissional dos associados. 
Os sindicatos de trabalhadores também são responsáveis pela organização de greves e manifestações voltadas para a melhoria salarial e das condições de trabalho da categoria.
CATEGORIA PROFISSIONAL
Categoria Profissional é o conjunto de empregados que, em virtude do exercício de uma mesma atividade de trabalho ou profissão, possuem interesses jurídicos e econômicos próprios e coincidentes.
São consideradas categorias profissionais os metalúrgicos, os contadores, os advogados, os comerciários, os engenheiros e etc.
O que é categoria? Ensina Amauri Mascaro Nascimento:
"A categoria é o conjunto de pessoas que exercem a sua atividade ou o seu trabalho num desses setores e é nesse sentido que se fala em categoria profissional, para designar os trabalhadores, e em categoria econômica, para se referir aos empregadores de cada um deles.
Profissão e categoria são conceitos diferentes. Profissão é o meio lícito que uma pessoa escolheu e através do qual provém a sua subsistência. Categoria é o setor no qual essa pessoa exerce a sua profissão".
ORGANIZAÇÃO SINDICAL 
O estudo da organização sindical envolve as relações entre os sindicatos e o Estado, os tipos de órgãos sindicais e seus níveis de representação, a base territorial de atuação do sindicato, a liberdade sindical, a autonomia sindical, as fontes de receita dos sindicatos.
Quanto às pessoas, entendo que a organização sindical trata das eleições sindicais, da administração das entidades sindicais, das prerrogativas dos dirigentes sindicais e do limite de dirigentes das entidades sindicais.
DESDOBRAMENTO E FUNCIONAMENTO SINDICAL. 
A estrutura sindical brasileira é feita em um sistema confederativo, ou seja, em três níveis, com o sindicato na sua base, a federação em grau intermediário e a confederação em grau superior aos demais.
A federação é formada pela união voluntária de, no mínimo, cinco sindicatos representativos de uma determinada categoria (CLT, art. 534, CLT). A confederação é formada pela união de, no mínimo, três federações (art. 535, CLT).
Em termos políticos, a federação se forma para concretizar a força representativa de uma determinada corrente sindical presente em uma determinada categoria. O mesmo se diga em relação à confederação, que tem representação nacional.
Há de se observar que o princípio da unicidade sindical também é aplicável às entidades sindicais de grau superior, conforme prevê o inciso II do art. 8º, da Constituição Federal.
O sistema da unicidade sindical, prevista no inc. II, do art. 8º, da Constituição Federal, se configura da seguinte forma:
a) As categorias profissional e econômica são representadas, em uma determinada base territorial, por seus respectivos sindicatos. Estes, em condições excepcionais, podem aglutinar atividades similares ou conexas, tornando-os sindicatos multirepresentativos;
b) cada ramo de atividade pode formar a federação sindical, em regra estadual;
c) cada ramo de atividade nacional pode formar a correspondente confederação sindical.
a) as centrais sindicais.
Em um nível externo ao do sistema sindical surgiram as centrais sindicais, projetando a idéia da união geradora das associações de grau superior.
As centrais sindicais não integram o sistema sindicial, não possuindo, assim, natureza sindical. Elas são associações civis, previstas nos incisos XVII e XXI, do art. 5º, da Constituição Federal, podendo, inclusive, impetrar mandado de segurança coletivo, nos termos do inciso LXX, alínea b, do mesmo dispositivo constitucional. No entanto, "porque não são destinatárias da investidura sindical, não têm legitimidade jurídica para decretar greves, celebrar convenções ou acordos coletivos de trabalho, instituir juízo arbitral ou representar categoria de trabalhadores em dissídio coletivo da competência da Justiça do Trabalho"
Parece-me que o fortalecimento natural das centrais sindicais, como verdadeiras formadoras da opinião, na concretização de correntes de luta ou de negociação, levarão ao fim da unicidade sindical e ao surgimento da pluralidade sindical no âmbito das entidades de grau inferior, vez que, em que pese o princípio do sindicato único vigorar, no que tange a uma representação nacional, já existe a pluralidade, com a existência de várias centrais sindicais, dentre elas a CUT, CGT e Força Sindical, que "exercemmarcante influência nos processos de decisão relativos à discussão de condições de trabalho e de flexibilização de normas trabalhistas".
Interessante a afirmação de Arnaldo Süssekind:
"É certo que se configura, nesta conjuntura, o conflito entre a legalidade e a realidade, porque as centrais sindicais comandam, em grande parte, o movimento sindical brasileiro".
b)Representação dos trabalhadores nas empresas.
A representação dos trabalhadores no local do serviço é antiga instituição, prevista em várias legislações estrangeiras.
Modernamente, cita Amauri Mascaro Nascimento, a Diretiva 94/95 da União Européia, que dita regras sobre a representação dos trabalhadores nas empresas.
O mesmo autor fundamenta a representação dos trabalhadores na emPRESA
a empresa:
"Na empresa os trabalhadores podem melhorar a qualidade das relações com a direção, caso exista um fluxo das múltiplas questões que a rotina diária suscita. Como nas médias e grandes empresas seria difícil uma comunicação diária com cada empregado, pelo número deles, o meio pelo qual torna-se possível esse diálogo é a representação dos trabalhadores".
Em meu entendimento, a representação dos trabalhadores na empresa, da forma prevista na Constituição Federal é desvinculada dos sindicatos, de forma que aquele representante interno trabalha em uma negociação direta. Não obtendo resultado, pode se socorrer da organização sindical, órgão totalmente independente e com ideal de proteção dos trabalhadores.
SISTEMA DE CUSTEIO DOS SINDICATOS
O Sindicato depende de contribuições para a execução de suas funções, para a representação e assistência da categoria. Existem 04 espécies de contribuições sindicais, quais sejam: sindical ou legal, associativa ou do sócio, assistencial e confederativa.
1) A contribuição sindical ou legal corresponde para os empregados a um dia de trabalho por ano de serviço e para os empregadores é calculada sobre o capital da empresa, nos termos do artigo 580 da CLT. Essa contribuição é prevista em lei e devida por todos aqueles que pertencem à categoria, sindicalizados ou não, revelando a natureza tributária, independente da vontade das partes.
2) A contribuição associativa ou do sócio, como o próprio nome sugere, é devida exclusivamente pelos associados ao sindicato e prevista no estatuto do sindicato;
3) A contribuição confederativa é prevista no artigo 8º, inciso IV, da Constituição Federal e fixada em assembleia geral para o custeio do sistema confederativo, independentemente da contribuição prevista em lei (art, 580 CLT).
4) A contribuição assistencial está prevista no artigo 513, “e”, da CLT, e fixada em acordo, convenção coletiva ou sentença normativa, com o fim de custear as despesas que o sindicato teve pela participação em negociações coletivas.
BIBLIOGRAFIA
José Augusto Rodrigues Pinto, Direito Sindical e Coletivo do Trabalho.
Amauri Mascaro Nascimento, Compêndio de Direito Sindical.
Arnaldo Süssekind e Luiz Inácio B. Carvalho. Pareceres de Direito do Trabalho, Vol. III.
Segadas Viana, Instituições de Direito do Trabalho.
Arnaldo Süssekind, Direito Constitucional do Trabalho.

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