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FÉRIAS 
 
 
Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de 
férias, sem prejuízo da remuneração. As férias, em regra, têm o período de 30 
dias e não podem ser parceladas em mais de duas frações (e ainda assim, 
somente em casos excepcionais), sendo que nenhuma delas pode ser inferior 
a 10 dias. 
 
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de 
férias, sem prejuízo da remuneração. 
 
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só 
período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado 
tiver adquirido o direito. 
§ 1
o
.Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser 
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior 
a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias 
corridos, cada um. 
§ 2
o
.(Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 3
o
.É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede 
feriado ou dia de repouso semanal remunerado. 
 
Art. 7º da CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social: 
 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais 
do que o salário normal; 
 
 
PERÍODO AQUISITIVO DE FÉRIAS 
 
O período aquisitivo de férias corresponde a um lapso de 12 meses, 
(considerando como mês a fração temporal superior a 14 dias), sendo que a 
contagem começa da data inicial do contrato de trabalho (arts. 130 e 146, 
CLT). 
 
Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua 
causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, 
conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha 
adquirido. 
Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) 
meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa 
causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de 
acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de 
serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. 
 
 
O aviso prévio, mesmo quando indenizado, integra o período aquisitivo de 
férias. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
 
 
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A lei vincula a assiduidade do empregado à aquisição das férias, ou seja, 
conforme o número de faltas que tiver, ser-lhe-á concedido determinado 
número de dias de férias: 
 
 
 
IMPORTANTE MEMORIZAR! 
- Se o empregado tiver até 5 faltas por ano  não haverá prejuízo. 
- Se o empregado tiver de 6 a 14 faltas  terá 24 dias de férias. 
- Se o empregado tiver de 15 a 23 faltas  terá 18 dias de férias. 
- Se o empregado tiver de 24 a 32 faltas  terá 12 dias de férias. 
 
 
 
Portanto: 
 
Faltas Injustificadas Dias de Férias 
Até 5 30 
De 6 a 14 24 
De 15 a 23 18 
De 24 a 32 12 
 
Interpreta-se que se o empregado que faltar mais de 32 dias, deixará de 
adquirir o direito às férias naquele determinado período aquisitivo. 
 
Dica: Até 05 faltas injustificadas não haverá qualquer desconto 
e o empregado terá 30 dias de férias. A partir da quinta falta, 
para cada grupo de 9 dias de falta, perde-se 6 dias de férias. 
 
Os descontos nas férias acima enumerados tratam de faltas injustificadas. 
Se as faltas forem justificadas, não podem ser descontadas de forma alguma. 
 
O artigo 131 da CLT traz um rol de ausências que não serão 
consideradas faltas do empregado (Súmula 89, TST): 
 
Súmula 89 TST Se as faltas já são justificadas pela lei, consideram-se como 
ausências legais e não serão descontadas para o cálculo do período de 
férias. 
 
 nos casos do artigo 473; 
 durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de 
maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção 
do salário-maternidade custeado pela Previdência Social; 
 por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo 
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, desde que o 
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afastamento não seja superior a 6 meses. O tempo de afastamento 
será computado no período aquisitivo de férias. 
 justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver 
determinado o desconto do correspondente salário; 
 durante a suspensão preventiva para responder a inquérito 
administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado 
ou absolvido (caso esse empregado seja impronunciado ou 
absolvido, seu tempo de afastamento será computado no período 
aquisitivo de férias); 
 nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do 
inciso III do art. 133. 
 
Além dos descontos que o empregado pode sofrer em suas férias, em 
razão de faltas injustificadas, o artigo 133 da CLT traz mais algumas hipóteses 
de perda do direito a férias pelo empregado. Perde o direito a férias o 
empregado que, no curso do período aquisitivo: 
 
 deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 dias 
subsequentes à sua saída; 
 permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por 
mais de 30 dias; 
 deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias, 
em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; 
 tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de 
trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 meses, embora 
descontínuos. 
 
Ocorrendo uma dessas hipóteses e restando prejudicado o período 
aquisitivo de férias, tem início um novo período aquisitivo assim que o 
empregado retornar ao serviço (art. 133, §2º, CLT). 
 
No caso do empregado que estava afastado para prestar serviço militar, 
se retornar ao trabalho em até 90 dias da data da correspondente baixa, seu 
tempo de trabalho anterior à apresentação ao serviço militar será computado 
para fins de cálculo do período aquisitivo de férias (art. 132, CLT). 
 
 
 
PERÍODO CONCESSIVO DE FÉRIAS 
 
Adquirido o direito a férias, inicia-se imediatamente o seu período 
concessivo. 
 
As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, 
nos 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o 
direito (Art. 134, CLT), desde que haja comunicação por parte do empregador 
com uma antecedência mínima de 30 dias do inicio de seu efetivo gozo (art. 
135, CLT). 
 
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Exemplo: 2018 é o ano em que o empregado usufrui das férias adquiridas 
em 2017, ou seja, 2018 é o período concessivo dessas férias e, ao mesmo 
tempo, é o período aquisitivo para as férias que o empregado gozará em 2019. 
 
Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento 
ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o 
desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço (art. 136, § 1º, CLT). 
 
O empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito a fazer coincidir 
suas férias com as férias escolares. (art. 136, § 2º, CLT) 
 
 
Todo estudante deve usufruir suas férias em período 
que coincida com as férias escolares? 
Não! Somente os estudantes menores de 18 anos. 
 
 
Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro 
empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de 
trabalho regularmentemantido com aquele (art. 138, CLT). 
 
Sempre que as férias forem concedidas fora do período concessivo de 12 
meses após o período aquisitivo, o empregador pagará em dobro a respectiva 
remuneração (art. 137, CLT). Atenção! O empregado não irá usufruir de 60 
dias de férias, apenas receberá o dobro! 
 
Vencido o período concessivo sem que o empregador tenha concedido as 
férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por 
sentença, da época de gozo das mesmas (art. 137, § 1º, CLT). 
 
A sentença cominará pena diária de 5% do salário mínimo da região, 
devida ao empregado até que seja cumprida (art. 137, § 2º, CLT). 
 
Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão 
local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter 
administrativo ao empregador (art. 137, § 3º, CLT). 
 
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do 
abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do 
respectivo período 
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com indicação 
do início e do termo das férias. 
As gratificações anuais, semestrais ou trimestrais, apesar de possuírem 
natureza salarial, não incorporam na remuneração das férias. Já o período de 
férias, sim, é computado no período de referência das gratificações trimestrais, 
semestrais e anuais. 
 
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A remuneração simples das férias é a regra geral: valor do salário 
referencial do empregado acrescido de 1/3 constitucional. É o que se aplica 
para as férias usufruídas no período concessivo ou devidas no caso de 
dispensa do empregado durante o período concessivo. É a figura das férias 
simples. 
As férias proporcionais são remuneradas também de forma simples, 
porém em valor reduzido, em razão da proporcionalidade aos meses do 
período aquisitivo. 
 
A remuneração dobrada será aplicada às férias vencidas, ou seja, após 
o término do período concessivo. 
 
Se apenas parte das férias ficar fora do período concessivo, somente esta 
parte será remunerada em dobro (Súmula 81, TST). 
 
Em caso de remuneração dobrada, em razão das férias vencidas, o terço 
constitucional também será dobrado (o valor da dobra não possui caráter 
salarial, mas sim de penalidade imposta ao empregador). 
 
CONVERSÃO PECUNIÁRIA DAS FÉRIAS 
 
A conversão pecuniária de férias (ou abono de férias, ou abono 
pecuniário) está prevista no artigo 143 da CLT. É facultado ao empregado 
converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no 
valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. 
 
É direito do empregado converter 1/3 de suas férias em prestação 
pecuniária, desde que requerido no tempo certo. O abono de férias deverá 
ser requerido pelo empregado até 15 dias antes do término do período 
aquisitivo. Após esse período, a conversão em pecúnia passa a depender da 
concordância do empregador (art. 143, §1º, CLT). 
 
Nas férias individuais, a conversão pecuniária de parte das férias é direito 
potestativo do empregado. Nas férias coletivas, se for o caso, resultará de 
negociação coletiva (art. 143, § 2º, CLT). 
 
Art. 144, CLT. O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o 
concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da 
empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de 
vinte dias do salário, não integrarão a remuneração do empregado para os 
efeitos da legislação do trabalho. 
 
EFEITOS DA EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO SOBRE AS FÉRIAS 
 
Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será 
devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, 
correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido (art. 146, 
CLT). 
 
Não importa se o empregado foi despedido com justa causa, sem justa 
causa ou mesmo se pediu demissão, se as férias estiverem vencidas, serão 
direito adquirido seu e deverão, se for o caso, ser remuneradas em dobro. 
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Na extinção do contrato de trabalho, após 12 meses de serviço, o 
empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à 
remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 
130, na proporção de 1/12 por mês de serviço ou fração superior a 14 dias (art. 
146, parágrafo único, CLT). 
 
No caso de extinção do contrato de trabalho por justa causa do 
empregado, este não terá direito às férias proporcionais acrescidas de 1/3. 
 
Súmula 261, TST. O empregado que se demite antes de complementar 12 
meses de serviço tem direito a férias proporcionais. 
 
Súmula 171, TST. Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa 
causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao 
pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o 
período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT). 
 
O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de 
trabalho se extinguir em prazo determinado, antes de completar 12 meses de 
serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de 
conformidade com o disposto no artigo anterior (art. 147, CLT). 
 
Férias vencidas: Férias proporcionais: 
Serão devidas sempre, 
independente da causa da 
rescisão do contrato de trabalho. 
Serão devidas aos empregados 
dispensados: 
 
 sem justa causa; 
 que tenham pedido demissão; 
 cujo contrato possuía prazo 
determinado; 
 
A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o 
pagamento da respectiva remuneração é contada do término do período 
concessivo ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho (art. 149, 
CLT). 
 
 
 
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