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cultura do movimento

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1 Nome dos acadêmicos 
2 Nome do Professor tutor externo 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – educação física (BEF0464/3) – Prática do Módulo IV-
10/06/2020 
 
 
 
Francisco Chagas Marques da Silva ¹ 
 Brenda Medeiros de Matos Almeida 
 Jainara Morais Melonio 
 Nancy Carvalho Melo 
 Rafael Thallisson Mendes dos Santos ² 
RESUMO 
Cultura de movimento não é um método nem uma modalidade esportiva, mas, sim uma maneira de 
ver algo habitual, como o movimento do corpo humano de uma maneira diferente. A cultura do 
movimento e a educação física e têm algo em comum, pois, a duas visam o desenvolvimento não só 
do corpo, mais mental e emocional. A relação que envolve a sociedade e a cultura do movimento, 
vem desde os tempos remotos, e configura-se como um conhecimento que vai passando de geração 
pra geração. Portanto o movimento corporal está inserido na cultura dos povos, sendo, portanto, 
um componente da cultura humana, condicionada histórica e socialmente. A questão que norteará 
é: qual a relevância da cultura do movimento para o ser humano? A cultura do movimento é 
concebida como o caminho do comportamento (físico ou mental) das pessoas, tais padrões de 
comportamento significam o estilo de vida e o conteúdo de relações sociais de um povo. Este 
estudo tem como objetivo geral, abordar a cultura do movimento como uma necessidade do ser 
humano para o desenvolvimento de aquisições psicomotoras. O estudo caracterizou-se como uma 
pesquisa bibliográfica, tomando por base a leitura de livros, artigos sobre o tema e pesquisas em 
web-bibliográfica que serviram como fontes de consultas relevantes para o embasamento teórico 
do mesmo. 
 
Palavras-chave: Cultura. Movimento. Corpo 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho faz uma abordagem sobre a cultura do movimento: um estudo sobre as 
necessidades de lazer e saúde corporal, interligando corpo e movimento como condições 
fundamentais da existência humana. A cultura do movimento é entendida como critério organizador 
do conhecimento da Educação Física. 
Nota-se que a educação física e a cultura do movimento têm algo em comum, pois, a duas 
visam o desenvolvimento não só do corpo, mais mental e emocional, uma vez que ambas têm uma 
relação fenomenológica. Assim, cultura é qualquer processo e produto humano que ultrapassa os 
limites individuais do biológico. Ou seja, o elemento essencial da cultura é a atividade humana. 
Dessa forma, foi elaborada a seguinte questão que norteará esta pesquisa: qual a relevância 
da cultura do movimento para o ser humano? A cultura do movimento é concebida como o caminho 
do comportamento (físico ou mental) das pessoas, tais padrões de comportamento significam o 
estilo de vida e o conteúdo de relações sociais de um povo. 
Este estudo tem como objetivo geral, abordar a cultura do movimento como uma 
necessidade do ser humano para o desenvolvimento de aquisições psicomotoras. 
CULTURA DO MOVIMENTO: contextualizando 
sobre o movimento corporal. 
2 
 
 
 
De acordo com o objetivo pretendido, esta pesquisa se caracteriza como um estudo 
bibliográfico, pois analisa os fatos a partir de fonte de consulta, como: livros específicos, artigos 
online, periódicos e publicações de estudiosos relacionadas ao assunto do objeto em questão, tudo 
para garantir uma fundamentação lógica da pesquisa. 
O ser humano é uma espécie biológica dotada de uma série de traços naturais, um dos quais 
é sua capacidade de se mover, que é realizada, graças ao fato da natureza tê-lo dotado de dois 
instrumentos, pés e inteligência. Portanto, o ser humano foi capaz de projetar meios artificiais para 
se transportar de um local a outro, e foi assim que os ancestrais povoaram a terra. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
O movimento é a base da sobrevivência do ser humano, desde os tempos remotos o homem 
necessitava se movimentar, apesar de ser o animal mais evoluído, estava sujeito às leis da 
sobrevivência. No início o homem dependia de sua capacidade de se mover para se alimentar e de 
evitar fazer parte da comida de outros animais. Depois, quando aprendeu novas maneiras de obter 
alimentos, como caça, pesca, agricultura e pecuária, continuou a depender por milhares de anos de 
sua capacidade de avançar para executar essas tarefas, bem como de se defender da ameaça de 
outros humanos. 
Mendes e Nóbrega (2009, p. 3), 
Todos os povos se movimentam, caminham, correm, saltam, rolam ou praticam esportes, 
mas também se relacionam. A este conteúdo cultural corresponde comportamento de 
movimento, formas de movimentar-se, caracterizando assim uma cultura de movimento. 
Nesse sentido, o conceito de cultura de movimento refere-se às relações existentes entre 
essas formas de se movimentar e a compreensão de corpo de uma determinada sociedade, 
comunidade, de uma cultura. 
 
Bracht (2004) ressalta que a partir do nascimento do ser humano, o movimento se adapta, 
transforma e se conforma com a corporalidade. Essa conformação é dada pelo movimento, ação e 
percepção sensorial (visão, audição, tato, paladar, olfato e percepção). Desde o ventre os seres vivos 
precisam se mover. Todo esse processo é desenvolvido ao longo de nossas vidas, para que 
possamos mudar e nos conhecer, dependendo da imagem corporal que temos de nós mesmos e da 
imagem que fazemos quando interpretamos o mundo exterior ao longo de nossa vida. Esse processo 
termina com a morte; é quando deixamos nossa corporalidade, para acabar sendo um corpo. 
O movimento nasce e se manifesta como uma ação humana. Desde antes de nascer, o ser 
humano tem a necessidade de se mover, se mover para existir. A dimensão humana é, portanto, uma 
característica substancial do movimento. 
Portanto, podemos analisar o corpo em um duplo aspecto, como veículo do ser corporal, e 
como veículo que está no mundo e que se relaciona com ele e, consequentemente, como transmissor 
3 
 
 
 
de experiências (pensamentos, ações e emoções). A partir dessas linhas, a realidade humana é 
moldada. E os dois elementos vitais do ser humano são: o corpo (corporeidade) e o movimento 
(habilidades motoras) (BETTI, 2007). 
O ser humano se expressa, se comunica, vive através de sua corporalidade. Poderíamos 
então, dizer que a personificação do ser humano é seu corpo, e a partir dele desenvolvemos a 
corporalidade (aspecto físico, psíquico e mental). Dessa forma, há um entendimento de cultura do 
movimento, na qual o corpo e o movimento buscam fundamentos na concepção fenomenológica, ou 
seja, na ideia de que o ser humano é inseparável do mundo em que vive. 
Kunz (1994, p. 62) conceitua cultura do movimento como: 
[...] todas estas atividades do movimento humano, tanto no esporte, como em atividades 
extra esporte (ou no sentido amplo do esporte), e que pertencem ao mundo do "se-
movimentar" humano, o que o Homem por este meio produz ou cria, de acordo com a sua 
conduta, seu comportamento, e mesmo, as resistências que se oferecem a estas condutas e 
ações [...]. 
 
Já outros autores preferem a expressão corporalidade, como Oliveira (1998, apud Bracht 
2004, p. 2) entende que: 
[...] a expressão cultura de movimento ou cultura corporal de movimento está muito 
centrada na questão motriz. Para o autor a corporalidade é o conjunto de práticas corporais 
do homem, sua expressão criativa, seu reconhecimento consciente e sua possibilidade de 
comunicação e interação na busca da humanização das relações dos homens entre si e com 
a natureza. A corporalidade se consubstanciana prática social a partir das relações de 
linguagem, poder e trabalho, estruturantes da sociedade. 
 
A cultura do movimento pode ser encontrada em diversas formas na cultura dos povos. 
Nesse sentido Mendes e Nóbrega (2009, p. 2) relatam que a cultura do movimento pode ser 
encontrada: 
[...] de forma específica em quase todas as culturas: A este conteúdo cultural correspondem 
comportamento de movimento específico da cultura com orientações dos sentidos 
determinados. Esse comportamento de movimento é geral, quer dizer não é ativado 
somente na atualização das formas culturais. Mesmo absorvendo movimentos de outras 
culturas, eles serão efetuados no esquema tradicional daquela cultura. Pode ser observados 
em danças, jogos de movimento, competições, teatro, esportes, etc. 
 
Nos últimos anos, a inteligência humana levou a grandes avanços tecnológicos nos quais a 
operação de máquinas e outros aparelhos substituíram as necessidades do movimento humano e 
levou a novos comportamentos, contrários às leis que regem o reino animal: é o comportamento que 
chamamos de estilo de vida sedentário ou inatividade física. 
De acordo com Le Boulch (1987) o comportamento sedentário do homem reduziu 
drasticamente o gasto de energia e, de acordo com o epidemiologista americano Steven N. Blair, o 
ser humano reduziu seu gasto diário de energia em cerca de 800 kcal nos últimos 50-75 anos, 
devido a uma redução significativa de seu movimento: controle remoto de televisão, escadas 
rolantes, elevadores, portas giratórias automáticas, ocupações que ocorrem sentadas, horas de lazer 
passadas assistindo televisão, Internet, etc. 
4 
 
 
 
Portanto, o termo cultura do movimento é frequentemente divulgado na educação física, 
pois, compreende como critério basilar organizador dessa disciplina, visando o aperfeiçoamento e 
manutenção da saúde do corpo e da mente. 
Neto (2019, p. única) enfatiza que: 
Hoje a Educação Física é entendida como uma área de conhecimento da Cultura Corporal 
de movimento e deve cuidar do corpo não como algo mecânico, visando apenas o 
desenvolvimento do aspecto físico, independentemente dos demais, como era 
anteriormente, décadas atrás, mas sim na perspectiva de sua relação com os outros sistemas: 
o mental, o emocional, o estético, o religioso entre outros. 
 
Nota-se que a educação física e a cultura do movimento têm algo em comum, pois, a duas 
visam o desenvolvimento não só do corpo, mais mental e emocional, uma vez que ambas têm uma 
relação fenomenológica. 
As autoras Mendes e Nóbrega (2009, p. 2) relatam que: 
O termo cultura do movimento tem sido divulgado na Educação Física brasileira a partir 
dos estudos do professor Elenor Kunz (1991), segundo ele essa proposta ultrapassa a 
concepção de movimento humano reduzida a um fenômeno meramente físico, tido 
estritamente como um deslocamento do corpo no espaço, presente na visão de educação 
que o autor questiona. Ao considerar o ser humano que realiza o movimento, essa proposta 
passa a reconhecer as significações culturais e a intencionalidade do movimento humano. 
 
Nesse sentido o termo cultura do movimento deve ser entendida como uma categoria 
concreta universal e histórica, mostrando em sua unidade a relação ativa da prática do homem como 
sujeito histórico. 
Segundo Betti (2007, p. 4), 
A concepção de cultura emergiu, nos anos 80 e 90 do século passado, como uma adequada 
resposta para os impasses teóricos sobre a “crise de identidade” da Educação Física à 
época. “Cultura corporal”, “cultura de movimento”, “cultura corporal de movimento” – seja 
qual fosse o rótulo, tais entendimentos consolidaram a ruptura entre natureza e cultura, 
oriunda das Ciências Humanas (e em parte da Filosofia), no interior da Educação Física. 
 
A cultura do movimento não é entendida como um organismo obediente aos princípios 
anatômicos e fisiológicos, mas sim, capaz de estabelecer relações existentes nas formas de se 
movimentar, seja nas práticas de lazer, esportes, danças, etc. Portanto, na cultura do movimento não 
é necessário cumprir atividades específicas que comprometam o movimento e a interpretação do 
significado das atividades realizadas. 
Um dos tópicos mais explorados nos estudos corporais é o que emerge das reflexões de 
Foucault sobre os modos de disciplinar o corpo através das tecnologias da política anatômica. 
Muitos autores estudaram profundamente as questões levantadas pelos recursos de padronização 
utilizados durante a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX, sobre a 
cultura do movimento. 
Para Mauss (1974 apud Mendes e Nóbrega (2009, p. 6), 
A cultura de movimento, ao envolver a relação entre corpo, natureza e cultura, configura-se 
como um conhecimento que vai sendo construído e reconstruído ao longo de nossas vidas e 
5 
 
 
 
da história. Um conhecimento marcado pela linguagem sensível, que emerge do corpo e é 
revelada no movimento que é gesto, abarcando os aspectos bioculturais, sociais e 
históricos, não se resumindo às manifestações de jogos, danças, esportes, ginásticas ou 
lutas, mas abrangendo as diversas maneiras como o ser humano faz uso do seu corpo, ou 
seja, como cria e vivencia as técnicas corporais. 
 
Portanto, corpo e movimento constituem condições fundamentais da existência humana. 
Eles podem ser o ponto de partida para uma nova compreensão do que é a base material na teoria 
social e cultural. Segundo Herrera (2008) os estudos da cultura do movimento abrem perspectivas 
para novas formas de pensar dialeticamente e para um materialismo humanista. 
Desde os anos 1970/80, o movimento do corpo tem recebido maior atenção e entrou no 
cenário das ciências sociais. O interesse acelerado pelo estudo do movimento do corpo está no 
entanto, longe de acabar. E a nova consciência corporal é mais do que cumulativa, não produz 
apenas mais conhecimento. (LE BOULCH, 1987). 
Betti (2007) aduz que cultura do movimento refere-se a modos padronizados de pensar, 
sentir e se comportar. Por meio da atividade física, da brincadeira e do esporte, o ser humano cobre 
as três linhas de desenvolvimento da ação humana, dando origem às três atividades humanas 
fundamentais: o sentido físico (fazer); o senso ético (agir) e o sentido filosófico (saber). 
O organismo humano é projetado para se movimentar, de modo que o ato de movimento, 
fornece diversos benefícios para o corpo e para a mente, pois, abastece o corpo com substâncias 
energéticas e oxigênio; eliminando os resíduos resultantes do metabolismo energético do corpo. 
Portanto, a redução do movimento leva a uma diminuição da eficiência da operação de todos os 
aparelhos e sistemas do corpo, e que a longo prazo deve produzir deterioração, degeneração e 
doença. 
Segundo Gomez (2008, p. 4), 
As atividades características da educação física obedecem a uma maneira de conceber e 
treinar o ser humano a partir de um conjunto de necessidades sociais e simbólicas às quais 
ele deve se ajustar, e são orientadas por parâmetros rigorosos e definidos de desempenho, 
eficiência e eficácia. É típico da educação física ter um repertório de medidas que traduzam 
o sucesso da atividade e que, de acordo com seu nome, obedecem aos princípios da física 
mecânica. 
 
Nos anos 80, houve uma grande mudança na concepção de educação física no ambiente 
acadêmico brasileiro. Um elemento central da nova concepção de educação física produzida dentro 
desse movimento é a compreensão das práticas corporais que constituem a cultura corporal de uma 
sociedade, como objeto que seria tratado pedagogicamente pela educação física. Dessa forma, o 
objeto da educação física é entendido como a construção simbólica e sócio histórica que se forma 
na corporalidade. 
Conforme Bracht (1999 apud, Betti 2007, p. 2) 
 
Houve significativo avanço para a compreensão das relações entre a matriz cientifica e a 
pedagógica, ao perceber a Educação Física como campo acadêmicoresponsável pela 
6 
 
 
 
teorização da prática pedagógica que se propõe a tematizar manifestações da cultura 
corporal de movimento. O objeto da Educação Física seria, então, o saber específico de que 
trata essa prática, qual seja, a cultura corporal de movimento, perspectiva na qual o 
movimentar-se é entendido como forma de comunicação com o mundo que é constituinte e 
construtora de cultura, mas também possibilitada por ela; é linguagem específica, mas que, 
enquanto cultura, habita o mundo do simbólico. 
 
Os estudos da cultura do movimento descrevem e comparam a prática corporal no contexto 
mais amplo da cultura e da sociedade. O ser humano é um ser integrado, no qual o corpo, a mente e 
o movimento são um todo. Isso significa que a cultura é o elo da expressão humana em sua 
dimensão material e espiritual. 
Segundo Barbero (1998), o corpo ainda é considerado como dimensão religiosa, anatômica e 
fisiológica, que precisa de manutenção de cada uma das peças e sistemas para conquistar a 
contemplação e ajustar permanentemente ao modelo de beleza predominante. 
Consequentemente, a sociedade transformou o corpo e o movimento em uma mercadoria e 
um instrumento a serviço da sociedade de consumo, modelo reproduzido pelo esporte e a educação 
física. 
Hall (2001) enfatiza que o mundo da cultura física é o produto de uma sociedade que 
perpetuou o poder por dominação do corpo em expressões produtivas universais, com sua razão 
fundada na economia de consumo. Em consequência, o foco do discurso corporal dominante é 
amplamente colonizado por questões de saúde e doença, cura e higiene, que refletem mudanças no 
mundo da produção e alienação capitalistas. 
Não é fácil fazer uma distinção entre os vários aspectos da cultura. Por outro lado, acontece 
que todos os produtos da cultura são resultados das formas compartilhadas de pensar, sentir e agir 
dos seres humanos e não de seus corpos ou intelectos de forma independente. 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Apresenta-se a seguir a descrição da metodologia utilizada neste paper com o objetivo de 
expor os caminhos que foram percorridos para a elaboração desta pesquisa. Os dados foram 
pesquisados, segundo o método adotado e em articulação ao referencial teórico, onde pretendeu-se 
dar algumas explicações com o intuito de responder o problema de pesquisa. A pesquisa 
desenvolvida neste artigo é caracterizada como bibliográfica. 
Com a escolha do tipo de pesquisa, parte-se para a construção do texto sobre o objetivo e 
problema proposto, bem como a caracterização de sua essência na forma qualitativa que foi 
utilizada neste estudo. 
 
 
 
7 
 
 
 
 Imagem 1 – Cultura do movimento 
 
 Fonte: Hunger (2017) 
 
A construção da corporalidade constitui um dos processos básicos na formação do sentido 
da ação humana. O corpo é o veículo de estar no mundo e, por esse motivo, está impregnado de 
cultura, sendo ao mesmo tempo um reflexo integrante de sua estrutura e dinâmica. 
Assim, a cultura do movimento aparece como um tipo de atividade humana que se 
materializa no próprio sujeito histórico. Isso significa que embora a cultura constitua um resultado, 
permite ao sujeito reproduzir sua atividade de acordo com protótipos e estereótipos cultural 
incorporado. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Observou-se que a educação física e a cultura do movimento têm algo em comum, pois, a 
duas visam o desenvolvimento não só do corpo, mais mental e emocional, uma vez que ambas têm 
uma relação fenomenológica. Assim sendo, cultura é qualquer processo e produto humano que 
ultrapassa os limites individuais do biológico, ou seja, o elemento essencial da cultura é a atividade 
humana. 
Outro ponto, é que a cultura do movimento é concebida como o caminho do comportamento 
(físico ou mental) das pessoas, e tais padrões de comportamento significam o estilo de vida e o 
conteúdo de relações sociais de um povo. 
Outro dado observado, é que a atividade física foi baseada principalmente em operações 
relacionadas à sobrevivência, como a caça e a pesca, essenciais para a sobrevivência. As primeiras 
atividades relacionadas à expressão corporal nesse período tinham caráter religioso e espiritual. 
8 
 
 
 
A educação física como a entendemos hoje, origina-se da cultura do movimento que o 
homem tentou sistematizar na antiguidade para melhorar sua condição física, seja para caçar ou 
para a guerra. 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Se, por um lado, existe um consenso sobre o potencial da cultura do movimento, no qual o 
homem utiliza a sua corporalidade para promover a tríade “aspecto físico, psíquico e mental”. 
Portanto, a personificação do ser humano é seu corpo, e a partir dele desenvolve a corporalidade. 
Dessa forma, há um entendimento de cultura do movimento, na qual o corpo e o movimento 
buscam fundamentos na concepção fenomenológica, ou seja, na ideia de que o ser humano é 
inseparável do mundo em que vive. 
O ser humano foi projetado para se movimentar, de modo que o ato de movimento, fornece 
diversos benefícios para o corpo e para a mente. Portanto, a redução do movimento leva a uma 
diminuição da eficiência do corpo, e que a longo prazo deve produzir deterioração, degeneração e 
doença. 
A cultura do movimento é frequentemente relacionada à educação física, pois, compreende 
como critério basilar organizador dessa disciplina, visando o aperfeiçoamento e manutenção da 
saúde do corpo e da mente, portanto, é uma maneira de olhar que apesar de sua amplitude e 
complexidade, nos coloca nos caminhos do conhecimento que ultrapassam os limites das disciplinas 
e tornam visíveis novas rotas, algumas delas insuspeitas para quem está disposto a empreendê-las. 
REFERÊNCIAS 
BARBEIRO, José Ignacio. A cultura do consumidor, corpo e educação física. Educação física e 
esporte. 1998. 
 
BETTI, Mauro. Educação física e cultura corporal de movimento: uma perspectiva 
fenomenológica e semiótica. Educação Física/UEM. Maringá, v. 18, n. 2, p. 207-217, 2. sem. 2007. 
 
BRACHT, V. Cultura Corporal, Cultura de Movimento ou Cultura Corporal de Movimento? In: 
SOUZA JÚNIOR, M. Educação Física Escolar: teoria e política curricular, saberes escolares e 
proposta pedagógica. Recife: EDUPE, 2004. 
 
GÓMEZ, Zandra Pedraza. Da educação física e o uso de exercícios estético-políticos da cultura 
somática moderna. Porto Alegre, v. 14, n. 02, p. 13-37, maio/agosto de 2008. 
 
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. 
 
HERRERA, Deibar R Hurtado. Corporeidade e habilidades motoras. Uma maneira de olhar para 
o conhecimento do corpo. Educ. Soc. vol.29 no.102 Campinas Jan./Apr. 2008. 
9 
 
 
 
 
HUNGER, Dagmar A. C. F. Cultura corporal de movimento: os saberes docentes no campo das 
tecnologias. Unesp - DOI. v. 22, n. 1, jan. / abr. 2017. 
 
LE BOULCH, Jean. Rumo a uma ciência do movimento humano. Tradução Jeni Wolff. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 1987. 
 
KUNZ, Elenor. Educação física: ensino & mudanças. Ijuí, Editora Unijuí. 1994. 
 
MENDES, Maria Isabel de B; NÓBREGA, Terezinha P. Cultura de movimento: Reflexões a 
partir da relação entre corpo, natureza e cultura. Pensar a prática. 12/2: 1-10, maio/ago. 2009. 
 
NETO, João Ribeiro. Educação física, a cultura do movimento. 2019. Disponível em: 
<https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/educacao-fisica-a-cultura-
corporal-do-movimento/30167>. Acesso em: 28 mai. 2020. 
 
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/educacao-fisica-a-cultura-corporal-do-movimento/30167
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/educacao-fisica-a-cultura-corporal-do-movimento/30167
	Francisco Chagas Marques da Silva ¹
	RESUMO
	1. INTRODUÇÃO
	2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	3. MATERIAIS E MÉTODOS

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