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Atividade individual argumentação

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CAP. III – O SISTEMA RETÓRICO
Reboul, em seu capítulo III do livro Introdução a Retórica, nos apresenta a sistematização da retórica feita por Aristóteles. Nesse sistema aristotélico, a retórica é dividida em quatro partes: INVENÇÃO (HEURÉSIS), DISPOSIÇÃO (TAXIS), ELOCUÇÃO (LEXIS) E AÇÃO (HYPOCRISIS). Essa divisão tem como finalidade dar ordem, coesão e coerência ao discurso, na falta de uma destas o “discurso” se tornará vazio e incompleto. 
 Em se tratando da Invenção tem sua noção ambígua, pode ser tratada com inventário, ou seja, um junção dos instrumentos retóricos disponíveis e/ou a “invenção no sentido moderno“ como criação de argumentos e instrumentos, Aristóteles ainda o classifica em três gêneros que seguirá conforme seu auditório: Judiciário que tem como auditório um tribunal, ou seja, o discurso acusa ou defende, normalmente vai referir-se ao passado pois narra algum fato e ainda tem como valor moral o senso de justiça (justo ou injusto); o Deliberativo cujo auditório é a Assembleia (corresponde ao Senado) e tem como objetivo aconselhar ou desaconselhar em questões referentes a cidade, de modo geral trata-se de questões futuras e seu valor está em sua utilidade à cidade; e o Epidictico que se propõe a espectadores de festividades diversas (velório, homenagem, etc.), muito usado para censurar ou expor qualidades de determinada pessoa. Usa-se no tempo presente uma vez que visa chamar atenção do auditório naquele momento e tem como valores o nobre e o vil, conforme trás Reboul (pag. 45).
Após determinar os gêneros do discurso, Reboul segue com os três tipos de argumento que visam a persuasão: ethos, pathos e logos. O Ethos é a imagem a qual o orador apresenta independente de qual seja seu auditório, esta deve ser de confiança e esta confiança para autor é dada através de sensatez, sinceridade e simpatia. O patos é o conjunto de emoções e sentimentos nos quais o orador deve despertar em seu auditório, despertar a paixão segundo Aristóteles, aqui exige-se um caráter psicológico dos públicos para que seja possível persuadi-los. Já o Logos, Aristóteles diz que é argumentação propriamente dita, é a lógica da argumentação, é a persuasão através da verossimilhança dos fatos.
Ainda dentro da Invenção, Reboul segue para os dois tipos provas nas quais o orador pode se pautar: extrínsecas e intrínsecas. As extrínsecas se referem aos fatos apresentados antes do discurso (testemunhas, lei, contratos etc.), já as intrínsecas são criadas pelo orador e dependem do seu talento pessoal para apresentar as mesmas. Seguimos para o que Aristóteles chama de Lugar, que pode ser traduzido por argumento que pode ter três sentidos: discurso pronto em que o orador encaixa em qualquer momento, “argumento- tipo”. O segundo tem sentido mais técnico, um tipo de argumento altamente verossímil se mantido no abstrato, na realidade seria incontestável; No terceiro sentido temos uma questão que possibilita argumentos e contra-argumentos, muito utilizado no gênero judiciário. 
Seguimos para Disposição (taxis), que podemos tratar como a divisão estética do discurso, a disposição é em si um argumento e tem a função de economizar o discurso e também a função de investigativa do discurso. E apesar de citar sete partes, o autor se atenta a quatro: Exórdio (prooimion, proêmio) que é a parte inicial do discurso, tornando o auditório dócil (exposição clara da questão a ser apresentada, ou da tese a se provar), atento (exalta-se, se amplifica os procedimentos para renovar a atenção) e benevolente (desculpa-se pela inexperiência e louva o adversário; Narração (diegésis) que é a exposição objetiva dos fatos de acordo com o interesse do orador, é aqui que o Logos se sobrepõe ao etos e o patos; Confirmação (pistis) a parte mais longa do discurso, é o conjunto de provas seguido por um refutação que destrói argumentos adversários e o último, Digressão (parekbasis) e Peroração (epílogos) a função da digressão é distrair o auditório e também para comovê-lo ou indigná-lo, já a peroração é o que se põe no fim do discurso e pode ser dividido em: Amplificação (amplifica-se a gravidade dos fatos para condenar); Paixão (desperta piedade ou indignação) e Recapitulação (resume a argumentação, conclui-se sem impor novos fatos).
Após apresenta-se a Elocução (léxis) que é a redação do discurso e está ligada ao orador que a prepara. A elocução trata da linguística, do estilo do discurso, a escolha das palavras e este está ligado a três pontos: assunto (o estilo se adaptará ao assunto, ou seja, será diferente de acordo com o assunto); a clareza (a adaptação do estilo de acordo com o auditório); e o próprio orador (deve aparecer em seu discurso, deve ser vivaz segundo o autor). Ainda na Elocução temos as Figuras (schemata) e o problema do desvio. As figuras, em sua classificação mais simples, como trocadilhos, metáforas das figuras de pensamento, como ironia ou alegoria. O problema do desvio, incialmente seria a figura em si que se desvia do próprio discurso, a exemplo da metáfora que desvia ao substituir um significado por outro. 
O próximo é a Ação (hypocrisis), é a pronúncia do discurso em si. A ação do orador diz respeito a como ele irá pronunciar seu discurso, a entonação da voz, sua postura, ou seja, a atuação do orador durante seu discurso. A ação traz consigo o problema da memória que nada mais é do que a maneira a qual o discurso poderá ser memorizado, e para tal leva- se em conta a forma física do orador, da estrutura do discurso e quando se domina o discurso de tem facilidade ao improviso. Ainda na ação e finalizando o capítulo, temos o problema do escrito e do moral, ou seja, a relação entre o discurso escrito e que o orador apresenta, devem ser complementares porém cada um em seu espaço, o discurso oral deve ser de acordo com o auditório e para que o mesmo compreenda e seja atingido.
Aqui foi possível mostrar o sistema retórico de Aristóteles e seus principais pontos para que o discurso para que a retórica tenha sentido.
ANÁLISE DO DISCURSO 
	O discurso utilizado para a análise segundo o sistema aristotélico foi o de Annalise Keating, personagem da atriz Viola Davis na série How to Get Away with Murder. do canal ABC. O vídeo refere-se ao episódio 13 da 4ª temporada da série onde Annalise defende uma ação coletiva no Supremo Tribunal dos Estados Unidos. O Discurso se inicia aos 
https://www.youtube.com/watch?v=hAtsDJknAz8
A personalidade de Annalise Keating sugere uma mulher forte, destemida e poderosa.

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