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O USO DA INTERNET NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ESTADUAL DA PRATA: GEOMETRIA COMO ATIVIDADE WEBQUEST1 EDSON AMÉRICO DA SILVA2 ABIGAIL FREGNI LINS31 RESUMO Realizada na Escola Estadual da Prata, esta pesquisa de iniciação científica teve como objetivo provocar interação entre alunos de graduação, professores em formação, e professores em exercício, ambos na análise do uso da Internet na Educação Matemática, tomando a WebQuest como ferramenta para o mesmo e a Geometria Espacial como objeto matemático. Foi feita uma abordagem de pesquisa de cunho qualitativo, sendo os métodos utilizados entrevista e questionário semi-estruturado. Em um primeiro momento, foram efetuadas leituras, escritas e revisões bibliográficas. Em um segundo momento, discussões e elaboração da WebQuest com o pesquisador/orientador, assim como discussão sobre a WebQuest elaborada e o conteúdo matemático com o professor em exercício. Por último, foi realizada a aplicação da WebQuest em sala de aula informatizada com oito alunos do ensino médio e distribuição de questionários. Os dados obtidos revelam grande aceitação da WebQuest, tanto por parte do professor em exercício como dos alunos. O professor mostrou-se positivo quanto ao uso de computadores e Internet como recursos metodológicos para o ensino e aprendizagem da Educação Matemática, pensando em futuramente implementar a atividade WebQuest em suas aulas. Os alunos demonstraram grande interesse pela atividade WebQuest, haja visto que a problemática lançada necessitaria da utilização de material concreto, apreciado pelos alunos. O ambiente informatizado permitiu uma abordagem diferente da já existente em sala de aula. A criação da WebQuest possibilitou uma reflexão sobre o uso de tecnologia, o tópico matemático em questão e percepção sobre as possíveis dificuldades de ensino e aprendizagem dos mesmos. Além dos resultados mencionados, iniciou-se interação, comunicação e familiarização entre alunos/docentes/pesquisadores da UEPB e alunos/professores da Escola Estadual da Prata. Foi possível perceber, também, que nesse novo espaço de interação e conhecimento, os alunos se submeteram a um processo de ensino e aprendizagem em um contexto tecnológico. Palavras-Chave: Educação Matemática; Uso da Internet e da WebQuest; Geometria Espacial. 1 Pesquisa financiada pelo PIBIC/CNPQ/UEPB (2007-2008) 2 Concluinte de Licenciatura em Matemática da UEPB Bolsista do PIBIC/CNPQ/UEPB (2007-2008) 3 Professora do Departamento de Matemática, Estatística e Computação /CCT/UEPB Orientadora do PIBIC/CNPQ/UEPB � INTRODUÇÃO O projeto de pesquisa em questão enfoca o uso de tecnologias, em especial na formação inicial, mais especificamente o uso de computadores e Internet na Educação Matemática para o Ensino Médio. Esta pesquisa buscou, de maneira global, iniciar vínculos com a Escola Estadual da Prata, localizada em Campina Grande (PB), para a possibilidade de desenvolvimento de um projeto mais amplo, objetivando a criação e desenvolvimento de um núcleo de pesquisas e ensino-aprendizagem, constituído a partir de um trabalho colaborativo entre docentes pesquisadores do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática da UEPB e professores de Matemática e Física do Ensino Médio da Escola Estadual da Prata. Além do mais, buscou-se provocar interação entre professores em formação (alunos de Graduação) e professores em exercício, tendo o pesquisador mediador desta interação. A investigação se deu com relação a esta interação quanto à sua importância, possibilidades e dificuldades, já que nem sempre se pode alcançá-la via estágios supervisionados, como cumprimento da grade curricular de um curso de Licenciatura em Matemática. Quanto aos objetivos específicos, o projeto buscou investigar a possibilidade do uso da Internet na Educação Matemática, tomando a WebQuest como ferramenta para o mesmo, identificando de que forma os alunos lidam, com a ajuda do computador, o conhecimento sobre Geometria Espacial já trabalhado por eles em sala de aula FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Sociedade e Tecnologia Como ressalta Costa (2006), a marca registrada de nossa época são as transformações tecnológicas cada vez mais aceleradas, utilizadas por todos os ramos do conhecimento. Dessa forma, a integração de novas mídias como o Computador e a Internet não são mais novidade estranha à sala de aula, pelo contrário, podem contribuir significativamente para a criação de novas estratégias de ensino, aprendizagem e autocapacitação, pois há a vantagem de o aluno estar diante de uma grande quantidade de informações apresentadas de forma diferente das que são apresentadas nos livros didáticos, ficando a aula tradicional, em parte, desestimulante em relação ao uso destes novos métodos. Sendo assim, como argumenta Silva (2006), esta nova ferramenta didático-pedagógica pode enriquecer ambientes de aprendizagem, onde o aluno, interagindo com os objetos desse � ambiente, tem chance de construir seu conhecimento, mudando o foco de ensino do instrucionismo para o construcionismo: o professor não será mais o detentor do conhecimento e sim um facilitador e mediador entre o conhecimento em potencial e o aluno. Educação Matemática e Tecnologias Ecoando Kenski (2003), para que ocorra a inclusão tecnológica e informacional de todas as pessoas, é preciso que elas sejam educadas para o desejo de acesso e de consumo da informação e o domínio da manipulação tecnológica. É aí que ressurge, em nova roupagem, o papel do educador matemático. Como aponta Takahashi (2000, pg. 20), a preocupação social com a educação não pode e nem deve ser apenas treinamento: “das pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento.trata-se também de formar indivíduos para “aprender a aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a continua e acelerada transformação da base tecnológica”. Kenski (2003) ressalta que o uso das tecnologias de comunicação e informação pode reorientar em alguns aspectos as abordagens metodológicas. Na relação presencial tradicional, o professor (ou o texto, livro, ou mesmo os alunos nos infinitos seminários) é o detentor do poder e do saber durante o tempo de aula. A reorientação do papel do professor de Matemática para a função de mediador, ensinando e auxiliando os alunos na busca de informações e na troca de experiências durante a exploração dos dados disponíveis nos tipos de mídias, leva o grupo na sala de aula para novos tipos de interações, possibilitando formas de cooperação, objetivando a construção social e individual do conhecimento matemático (Noss e Hoyles, 1996). Como argumenta Kenski (2003, pg. 54), “essa nova ecologia pedagógica precisa, no entanto, para ocorrer, de equipamentos, conhecimentos e pessoas com vontade de realizar mudanças”. Além disso, apenas a existência de uma infra-estrutura não garante a qualidade didática e pedagógica para o desenvolvimento de atividades em aula. É preciso que os professores, em formação e em exercício, sobretudo, produzam significados em trabalhar com a multiplicidade de tecnologias de informação e comunicação (Lins, 2003). Valente (1991 e 2002), cuja preocupação está voltada aos aspectos pedagógicos, afirma que o papel do computador na educação vem se definindo na medida em que se questiona a função da escola e do professor. Ponte e Canavarro (1997) deixam claro estes aspectos em sua obra. � O Uso da Internet na Educação Matemática Segundo Moran (2000), o desafio da utilização pedagógica da Internet é transformar a informação em conhecimento e integrar as tecnologias em projetos pedagógicos. A utilização da Internet na Educação Matemática, ou em qualquer outra área, apresenta vantagens e desvantagens e será o posicionamento do professor na maneira de usá- la que ressaltará ou inibirá certos aspectos. Com isso, as informações a serem pesquisadas pelos alunos na Internet deverão ser selecionadas previamente pelo professor, o qual deverá utilizar-se de fontes confiáveis de acordo com a necessidade do conteúdo que esteja sendo tratado, garantindo assim sites confiáveis, ou seja, informações autênticas, que fazem parte do cotidiano de pessoas e que possibilitarão o desenvolvimento de situações práticas. Toda essa caracterização leva à atividade WebQuest (ferramenta utilizada nesta pesquisa de iniciação cientifica) que pode ser aplicada a uma variedade de situações de ensino, podendo ser planejada para uma disciplina, ou numa perspectiva multidisciplinar (em lugar de usar o espaço tradicional da sala de aula, usa-se o Laboratório de Informática). Em 1995, foi criado por Dodge, professor de Matemática e pesquisador da Universidade de San Diego (USA), a WebQuest, definida, segundo Marinho (1999) como: “uma atividade orientada para a pesquisa na qual algumas ou todas as informações com as quais os alunos interagem provém de recursos da Internet ... ela surgiu a partir da idéia de como usar a Internet de forma criativa na Educação”. WebQuest pode ser descrita como uma estratégia de aprendizagem definida para o uso da Internet em investigações em sala de aula (ambiente informatizado), constituída a partir de recursos tecnológicos, como por exemplo, aplicativos específicos para sua construção (HTML, Flash, PowerPoint) e outros recursos que poderão ser utilizados para complementá- las, como Java, objetos de aprendizagem, tornando-a mais rica em informações e interface visual, além de informações dos sites selecionados que fazem parte dos recursos a serem utilizados. Uma WebQuest deve fazer com que o aluno construa um produto a partir da transformação de informações autênticas em cooperação com outros alunos envolvidos na construção de seus produtos. Para March (2004, pg. 5), WebQuest é uma atividade, entre as que utiliza recursos da Internet, mais rica do ponto de vista do desenvolvimento do pensamento de nível elevado, diferenciando-se das anteriores por: “-envolver os alunos na resolução de problemas; -os alunos trabalharem em colaboração sobre uma tarefa real, interpretando papéis reais; e, � -usarem a Internet como um dos possíveis recursos e como meio de compartilharem a aprendizagem.” A WebQuest é concebida e construída seguindo a seguinte estrutura, proposta pelo próprio Dodge: introdução, tarefa, processo, recursos, avaliação, conclusão e créditos. Em um primeiro momento, o professor apresenta a seus alunos o tema a ser tratado; em seguida, mostra a proposta do trabalho e seus objetivos que é o problema a ser trabalhado (explorado); e por fim, explica as etapas para a realização. Os recursos consistem no link que o professor monta com a relação de endereços confiáveis na Internet, que os alunos usarão como fonte. Em seguida, na própria WebQuest, serão esclarecidos os critérios de avaliação do desempenho do aluno, uma conclusão feita pelo professor sobre a importância do que foi estudado , as fontes pesquisadas e os autores. METODOLOGIA DA PESQUISA Este trabalho tratou, primeiramente, em analisar as etapas de construção e, depois, aplicação da atividade WebQuest focada no ensino aprendizagem dos conceitos básicos de Geometria Espacial, fazendo uma abordagem de pesquisa de cunho qualitativo e, como tal, os métodos utilizados, adequados à mesma, foram entrevista e questionários semi-estruturados (Bogdan e Biklen, 1994). Anterior ao desenvolvimento da WebQuest e coleta de dados, se deram leituras (em especial duas dissertações de Mestrado em Educação Matemática voltadas ao uso da WebQuest no ensino) e escrita de revisão bibliográfica sobre o tema da pesquisa. Foram distribuídos questionários semi-estruturados aos alunos do ensino médio que trabalharam a WebQuest em sua aula de Matemática, na intenção de avaliar o aproveitamento desta atividade, o uso da Internet nas aulas de Matemática via WebQuest, a receptividade dos alunos e a eficácia desta abordagem de ensino quanto ao tópico trabalhado. Em resumo, a pesquisa se deu em quatro etapas: leituras e escrita de revisão de literatura por Edson, pesquisador IC; discussão e elaboração da WebQuest com Abigail, pesquisadora/orientadora; discussão sobre a elaboração da WebQuest, conteúdo matemático e entrevista com o professor em exercício da Escola Estadual da Prata; e, aplicação da WebQuest em sala de aula informatizada (onde as aulas foram fotografadas) com distribuição de questionários aos alunos do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual da Prata. Coleta dos Dados � A coleta de dados foi iniciada em maio de 2008, não sendo possível anteriormente por motivo de paralisação de aulas. No início de maio, após WebQuest elaborada, entrou-se em contato novamente com o Diretor da Escola Estadual da Prata para agendar entrevista com um professor de Matemática, indicado pelo próprio Diretor, que já conhece bem seu corpo docente, horários, ano de ensino ministrados e o professor que poderia e estaria disposto a contribuir. A entrevista com o professor por Edson (05 de junho) acompanhada pela pesquisadora Abigail envolveu a discussão da WebQuest elaborada por Edson, eficácia da mesma, conteúdo matemático e perfil do professor (sua visão a respeito do uso de computadores e tecnologia na Educação Matemática). Após este, se agendou com o professor datas para aplicação da WebQuest com seus alunos (10 e 17 de junho), onde dez alunos foram convidados pelo mesmo, mas apenas sete compareceram para a realização da atividade. RESULTADOS ANÁLISE DOS DADOS O Professor Foi possível traçar um perfil do professor entrevistado diante do assunto abordado: tendo contato com computadores há aproximadamente dez anos, ele mostrou-se positivo quanto ao uso da Internet (considerada por ele uma “Biblioteca ambulante”), desde que seja bem aproveitada e usada para fins específicos, já que para ele são recursos metodológicos para o ensino aprendizagem da Matemática e da Educação como um todo. Durante seus dezenove anos em sala de aula, utilizou alguns software e até mesmo a Internet durante suas aulas, e hoje em dia, mostra um intenso contato com o computador. Sendo o primeiro professor a dar aulas no laboratório de informática da referida escola, usando a criatividade no PowerPoint enquanto não chegava a Internet e os software, o professor mostrou-se bastante compromissado no ato de ensinar usando as novas tecnologias. Questionado quanto à importância da Geometria Espacial no dia-a-dia, o professor definiu-a como algo presente em todos os aspectos, todos os ambientes. Após esta lista de questionamentos, o professor mostrou-se interessado em ver e saber o que era a WebQuest, a fim de, futuramente, implementar em suas aulas e, durante a apresentação da mesma, demonstrou grande aceitação da nova atividade pedagógica. � Os Alunos e a WebQuest Foi possível a formação de três grupos com integrantes de turmas diferentes, mas de mesmo ano. De início, houve uma pequena apresentação (identificação do aluno Edson e da Professora Abigail) e da atividade WebQuest. Primeiramente, Edson aproximou todos os grupos em um computador onde estava a WebQuest e, a partir de então, todos descobriram que se tratava de uma atividade que envolvia a Geometria Espacial e o Computador. Houve, portanto, uma Introdução com um pequeno texto que relatava a importância da Geometria Espacial no dia-a-dia (na construção de casas, lojas, igrejas, entre outros) e da necessidade da arquitetura para uma devida construção ou idealização. Ao ser mostrada a Tarefa, percebeu-se grande interesse dos grupos pela problemática lançada (a construção de uma rua por meio de uma maquete), haja visto que a mesma necessitaria da utilização de material concreto, mais apreciado pelos alunos do que teoria. Depois disso, cada grupo foi dirigido a um computador onde já estava a WebQuest, e foi designado para todos que lessem o que deveriam fazer para realizar a tarefa (o Processo). Saindo em cada grupo, Edson apresentou um dos Recursos de grande valia para a construção da maquete – o software Poly, de fácil e divertida manipulação que permite visualizar uma figura espacial desde sua planificação até sua construção num ambiente tridimensional. O mais interessante de tudo foi ver que muitos possuíam grande facilidade com o computador e a Internet, é tanto que todos os grupos pesquisaram imagens de imóveis na web (fato que não constava na lista dos recursos). Entendendo o que deveriam fazer, o Grupo 1 e o Grupo 3 se preocuparam só em desenhar as figuras geométricas planas. Já no Grupo 2, enquanto uns desenhavam outros preparavam um relatório de processos, mas mesmo assim, todos dividiram bem as tarefas e demonstraram bom trabalho colaborativo com os demais colegas. O Grupo 3 foi bastante criativo, buscando figuras espaciais diferentes das buscadas pelos demais grupos. Além do mais, apresentavam grande interesse na construção dos imóveis (sólidos geométricos), grande atividade colaborativa, surgimento de novas idéias, muita pesquisa na web por conta própria em sites não recomendados nos recursos. No Grupo 1 percebeu-se uma permanente ajuda mútua tanto no primeiro dia da aplicação da WebQuest quanto no dia seguinte, além de grande criatividade dos membros. � Discussão Notou-se que há ainda escassa literatura sobre o uso da WebQuest na Educação Matemática, embora apontando no Brasil algumas pesquisas de mestrado no tema. Como discutido nas mesmas, percebe-se a necessidade de maior e mais investigação sobre o tema, para que possamos avaliar profundamente os limites e possibilidades da WebQuest como uso da Internet e ferramenta no ensino e aprendizagem da Matemática na Escola Básica, sendo que a mesma não foi criada para este fim especifico. Foi notado também, nas leituras realizadas, que há muitos professores e pesquisadores portugueses trabalhando nesta vertente, realizando até mesmo eventos anuais sobre WebQuests em Portugal. Foram também encontradas inúmeras WebQuests elaboradas por alunos da Universidade Mackenzie de São Paulo como trabalho final de curso, trazendo algum sinal de investigação. Quanto a elaboração da WebQuest em Geometria Espacial, percebeu-se a dificuldade com o conteúdo na tentativa de se chegar a uma WebQuest que de fato colaborasse com a aprendizagem do mesmo, sendo este um tópico por muitas vezes não trabalhado em sala de aula. Portanto, com o intuito de facilitar a realização do trabalho, escolheu-se o aplicativo Poly, pois o mesmo permite visualizar figuras espaciais em três dimensões e em todos os ângulos, trazendo dinamismo nas figuras. O que mais chamou a atenção neste aplicativo foi o fato de parecer um instrumento de recreação, devido às funções que possui, mas na verdade ele foi de grande valia para os alunos, pois com ele os mesmos puderam visualizar melhor a elaboração de suas maquetes. E é justamente isso o que causa, de imediato, sua aceitação, permitindo ao mesmo tempo um estimulo à aprendizagem. A criação da WebQuest possibilitou ao professor em formação reflexão sobre o uso da tecnologia, o tópico matemático em questão e percepção sobre as possíveis dificuldades de ensino e aprendizagem do mesmo. A realização da pesquisa provocou uma interação necessária entre o professor em formação e o professor em exercício, pois além de atuar nas aulas e turma do professor em exercício, discutiu com o mesmo a elaboração e execução de seu trabalho de pesquisa. Além do professor em formação ter tido a oportunidade de trabalhar e refletir sobre o tópico matemático, elaborou uma WebQuest sobre o mesmo, trabalhou com alunos do ensino médio da Escola Estadual da Prata, como uma forma de ensino e aprendizagem e estímulo ao uso de computadores e Internet por estes alunos. Além de uma ótima receptividade para com o orientando e a orientadora, que proporcionou um ambiente favorável a futuras pesquisas colaborativas, o professor mostrou � se muito positivo quanto ao uso da Informática na Educação Matemática. Houve também grande interesse com a WebQuest, desde o primeiro contato até a aplicação da mesma com os alunos. Quanto aos alunos, percebeu-se que um grupo deles foi mais criativo que os outros, pois durante a atividade buscou um aplicativo por conta própria, o Paint, que permitiu um realce na conclusão da TAREFA. Quanto à uma auto-avaliação, todos os alunos foram bastante sinceros, revelando que não mereciam nota máxima. COMENTÁRIOS FINAIS É fato conhecido que o uso da Internet na escola é uma exigência da cibercultura, isto é, do ambiente comunicacional-cultural que surge com a interconexão mundial de computadores em forte expansão no início do século XXI. Nesse novo espaço de sociabilidade, de organização, de informação, de conhecimento e de educação, o cidadão não pode ser submetido a um processo de ensino-aprendizagem alheio ao novo contexto socioeconômico-tecnológico, cuja característica geral não está mais na centralidade da produção fabril ou da mídia de massa, mas na informação digitalizada como nova infraestrutura básica, como novo modo de produção. Condenações indiscriminadas da televisão ou distanciamento dos computadores ou, ainda, referências irônicas à Internet, soam como um mecanismo de defesa contra o esforço de acompanhar os tempos, de suportar o novo que vem perturbar modelos adquiridos de vida, de pensamento, de ação. Portanto, o primeiro ato educativo é tomar consciência da sua onipresença e capacidade de penetração, para depois agir em conseqüência no campo das experiências positivas e, com isso, tal pesquisa vem trazer a importância da consciência que o professor deve ter a este respeito, para incitar mudanças adequadas quando inseridos em ambientes computacionais. � REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOGDAN, R. e BIKLEN, S. Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora, 1994. COSTA, Carlos Henrique de Jesus. Uso de Novas Tecnologias na Educação Matemática: O Professor e a WebQuest. Dissertação de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática: UNICSUL, São Paulo, 2006. DODGE, Bernie. Internet na Educação e Aprendizagem Colaborativa. Palestra ministrada no Senac-SP, 2005. Disponível em: www.webquest.sp.senac.br/textos. KENSKI, Vani. M. Novas tecnologias na educação presencial e a distância I. Em BARBOSA, Raquel Lazzari Leite (Org.) Formação de Educadores: Desafios e Perspectivas. 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